capa panorama da educação 2016 eag -...
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Brasília-DFagosto/2016
PANORAMA DA EDUCAÇÃO
Destaques do Education at a Glance 2016
DIRETORIA DE ESTATÍSTICAS EDUCACIONAIS (DEED)
EQUIPE TÉCNICACarlos Eduardo Moreno SampaioFábio Pereira BravinDaniel CapistranoJuliana Marques da SilvaCamila Neves SoutoRachel Pereira RabeloMargarete Souza
COORDENAÇÃO DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES
REVISÃOMariana Fernandes dos Santos
NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICAAline do Nascimento Pereira
DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINALMarcos Hartwich
EDITORIA Inep/MEC – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio TeixeiraSIG Quadra 4, Lote 327, Edifício Villa Lobos, Térreo – Brasília-DF – CEP: 70610-908Fones: (61) 2022-3070, 2022-3077 – [email protected]
33PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 5
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................................... 7
CAPÍTULO A - Os resultados educacionais e o impacto da aprendizagem ............................. 9Expansão da educação superior ........................................................................ 9Educação profissional de nível médio ............................................................... 9Desemprego e escolarização .......................................................................... 10Vantagens de renda e escolarização .............................................................. 11
CAPÍTULO B - Recursos humanos e financeiros investidos em educação ........................... 13Investimento público em educação ............................................................... 13Investimento por aluno ................................................................................. 14
CAPÍTULO C - Acesso à educação, participação e progressão ............................................. 15Quem está na escola? .................................................................................... 15Mobilidade estudantil .................................................................................... 16Nem-nem ....................................................................................................... 16
CAPÍTULO D - O ambiente de aprendizado e organização escolar ...................................... 17Número de alunos por professor .................................................................. 17Tamanho médio das turmas .......................................................................... 18Idade dos professores .................................................................................... 18Salário dos professores .................................................................................. 19Diretores de escola ........................................................................................ 19Participação do professor na gestão escolar ................................................. 20
SUMÁRIO
4 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
SUPLEMENTO - Dados subnacionais .................................................................................... 23Disparidades regionais na distribuição de escolarização .......................... 23Concentração de escolarização na capital ................................................. 24Concentração de oportunidades de emprego .......................................... 24
REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 27
55PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por meio
do Panorama da Educação, apresenta e comenta os destaques da publicação anual Education
at a Glance 2016 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
com dados do Brasil e de mais 40 países.
A referida publicação tem como objetivo oferecer uma visão geral dos sistemas educa-
cionais desses países e possibilitar a comparação internacional.
Seguindo o mesmo formato do relatório da OCDE, o Panorama da Educação reúne, ao
longo de quatro capítulos, alguns destaques do Brasil em perspectiva comparada: o capítulo
A trata de escolarização; o capítulo B traz informações sobre investimento; o capítulo C apre-
senta dados sobre participação; e, por fim, o capítulo D discorre sobre o ambiente escolar.
Neste ano, o Inep apresenta como suplemento do Panorama da Educação uma comparação
entre entidades subnacionais de alguns países da OCDE e os estados brasileiros.
A maioria dos dados educacionais aqui discutidos são referentes ao ano de 2014
(para alguns países da OCDE, 2015) e os dados financeiros são relativos a 2013.
A publicação Education at a Glance 2016, assim como os gráficos, podem ser obtidos no
seguinte endereço eletrônico: www.oecd.org/edu/eag.htm.
APRESENTAÇÃO
77PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
GRáfICO 1 Distribuição de mulheres concluintes de educação profissional de nível médio, por área de conhecimento (2014)................................................10
GRáfICO 2 Taxa de desemprego, por nível de escolarização (2014) ..................................11
GRáfICO 3 Gasto público em educação básica e superior como percentual do gasto público total (2005,2008,2013) ..........................................................13
GRáfICO 4 Percentual de matrículas no ensino médio por orientação do programa: geral ou vocacional (2014) .............................................................15
GRáfICO 5 Percentual de alunos estrangeiros na educação superior (2014) ....................16
GRáfICO 6 Número de alunos por professor no ensino médio, por tipo de programa: geral ou vocacional (2014) .........................................................18
GRáfICO 7 Distribuição dos diretores por gênero e idade nos anos finais do ensino fundamental .....................................................................................20
GRáfICO 8 Índice de participação do professor na gestão escolar .....................................21
GRáfICO 9 Percentual de adultos de 25 a 64 anos que concluíram educação superior, por entidade subnacional (2013) .......................................................24
GRáfICO 10 Taxas de emprego de adultos de 25 a 64 anos com escolaridade abaixo do ensino médio, por entidade subnacional (2014) .............................25
LISTA DE GRÁFICOS
99PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
ExPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Nas últimas décadas, a significativa expansão da educação superior tem apresentado uma
grande variação entre os países. Segundo o Education at a Glance 2016 (EAG 2016), embora a
proporção de pessoas entre 25-64 anos com educação superior tenha sido de mais de 50% em
países como Canadá, Israel e Japão, esse percentual não chega a 10% em países como China e
Indonésia, que possuem uma alta proporção de adultos com escolaridade menor que o ensino
médio. Essas variações são ainda maiores entre as gerações mais jovens (25-34 anos), indo de
69% na Coreia do Sul e 60% no Japão até 16% no Brasil, 14% na África do Sul e 11% na Indonésia.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NívEL MéDIO
Juntamente com Canadá e Índia, o Brasil figura entre os países com o menor percentual
de concluintes do ensino médio que cursaram educação profissional: cerca de 6% em relação
ao total de concluintes do ensino médio em 2014. Na média dos países da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 49% dos jovens concluintes do ensino
médio eram de formação profissional.
As diferenças de gênero são evidentes na escolha da área de conhecimento dos estudantes
da educação profissional de nível médio. Assim como é mencionado no relatório (OCDE, 2016),
essas diferenças podem ser atribuídas às “percepções tradicionais de papéis e identidades
de gênero, bem como aos valores culturais, por vezes associadas com campos específicos de
educação”.
CAPíTULO AOs resultados educacionais e o impacto da aprendizagem
10 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
Em 2014, entre estudantes que concluíram a educação profissional de nível médio nas
áreas de ciências e engenharia, a maioria era formada por homens. No entanto, Indonésia (30%)
e Brasil (29%) se destacaram, apresentando o maior percentual de mulheres entre os concluintes
dessas áreas, bem acima da média OCDE, de 12%.
Em contraste, na média dos países OCDE, as mulheres representam 83% dos concluintes
na área de saúde e bem-estar, mesmo percentual apresentado pelo Brasil. Quando observados
todos os países da OCDE, o percentual de homens concluintes na área de Ciências Sociais,
Negócios e Direito não ultrapassa 35%.
GRáfICO 1 Distribuição de mulheres concluintes de educação profissional de nível médio, por área de conhecimento (2014)
Fonte:EducationataGlance2016. Nota: 1Anodereferência2013.
DESEMPREGO E ESCOLARIzAÇÃO
De acordo com o EAG 2016, alguns países contrariam a tendência de que o nível de
desemprego seja maior entre aqueles com menor escolarização. No Brasil, Islândia, México,
Coreia do Sul, Indonésia e Japão, a diferença na taxa de desemprego é muito pequena em relação
ao nível de escolarização, principalmente devido ao nível de desemprego ser relativamente baixo
de maneira geral nesses países. No Brasil, por exemplo, a taxa de desemprego em 2014 foi de
menos de 6% em todos os níveis de escolarização, enquanto a taxa de desemprego, em média,
na OCDE variou entre 4,9% (para quem tem educação superior) e 12,4% (para quem não tem
ensino médio).
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Ciências sociais, Negócios e Direito Engenharia, Produção e Construção Saúde e Bem-estar Serviços
1111PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
GRáfICO 2 Taxa de desemprego, por nível de escolarização (2014)
Fonte:EducationataGlance2016. Nota: 1Oanodereferênciadiferede2015. 2Dadosparaaeducaçãosuperiorincluemprogramasdeensinomédioedepós-secundárionãoterciário
(menosde5%dosadultosestánestegrupo).
vANTAGENS DE RENDA E ESCOLARIzAÇÃO
Em todos os países da OCDE, a diferença da renda média dos adultos (25 a 64 anos de
idade) com educação superior e aqueles com ensino médio é geralmente maior do que a lacuna
entre os que têm ensino médio e os que possuem apenas o ensino fundamental. No México, a
desvantagem de renda para adultos sem o ensino médio com trabalho em tempo integral é a
maior entre os países analisados: eles ganham, em média 40% menos do que os que possuem
ensino médio. Desvantagens salariais para os menos escolarizados são grandes também no Chile
(36%), Brasil (34%), Luxemburgo (33%) e Colômbia (32%).
Entre os adultos com educação superior, as vantagens salariais são muito maiores para
aqueles com mestrado ou doutorado. A magnitude dessas vantagens varia entre os países.
Enquanto pessoas com educação superior ganham quatro vezes mais do que os que possuem
somente ensino médio no Brasil e Chile, esses ganhos relativos são menores na Estônia e Itália,
aproximadamente 40% a mais. Aqueles que possuem graduação chegam a ganhar quase o dobro
dos que possuem o ensino médio no Brasil, Chile e México, enquanto na Áustria essa diferença
não ultrapassa 5%.
No que diz respeito às diferenças salariais entre homens e mulheres, a disparidade de
gênero persiste e, embora as mulheres geralmente apresentem maior nível de escolarização,
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Abaixo do EnsinoMédio EnsinoMédio Educação Superior EnsinoMédio(total)%
12 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
uma grande diferença de ganhos entre homens e mulheres ainda é vista entre os trabalhadores
e trabalhadoras com educação superior. Na média dos países da OCDE, as mulheres com
nível superior ganham 73% da remuneração dos homens com a mesma escolarização. Entre
trabalhadores que não possuem o ensino médio, as mulheres chegam a ganhar desde 61% a
menos dos salários dos homens no Canadá e 63% na Estônia até 85% na Bélgica e na Hungria.
Entre trabalhadores com o ensino médio, essa variação vai de cerca de 62% dos salários dos
homens no Brasil e na Estônia a quase 89% na Hungria. Entre os trabalhadores com educação
superior, Chile e Brasil possuem a maior disparidade de gênero, acima de 35% (ou seja, as
mulheres ganham menos de 65% do que ganham os homens), enquanto a menor disparidade
entre os gêneros está na Costa Rica (8%), seguida da Turquia (16%).
1313PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
CAPíTULO BRecursos humanos
e financeiros investidos em educação
INvESTIMENTO PúBLICO EM EDUCAÇÃO
A proporção de gasto público dedicado à educação diminuiu, entre 2005 e 2013, em
mais de dois terços dos países com dados disponíveis. Essa situação permanece estável para
a maioria dos outros países, no entanto, destacam-se os casos desviantes de Brasil e Israel,
onde o gasto público em educação aumentou nesse período. Em 2013, o gasto em educação
representou 11% do gasto público total, em média, nos países membros e parceiros da OCDE,
e cerca de 7,5% ou menos na Itália e, 16% ou mais no Brasil, México e Nova Zelândia.
GRáfICO 3 Gasto público em educação básica e superior como percentual do gasto público total (2005,2008,2013)
Fonte:EducationataGlance2016.
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% gasto público total 2013 2008 2005
14 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
Quando se compara o gasto público em educação com o percentual do Produto Interno
Bruto (PIB), há muito menos variação ao longo do tempo: a média OCDE ficou entre 4,7%
e 5% (2005 e 2013). Na Bélgica, Brasil, Chile e Irlanda, o gasto público em educação como
percentual do PIB foi, ao menos, 0,5% maior em 2013 do que em 2005. No mesmo período,
Hungria e Islândia viram seu gasto público educacional cair em torno de um quinto ou mais.
Brasil e Rússia apresentaram os maiores aumentos em gasto como percentual do PIB. A
publicação EAG 2016 afirma que o aumento nesses países resultou mais do aumento no gasto
do que da diminuição no PIB. O Brasil aumentou em 1.3 ponto percentual essa participação do
PIB gasto em educação e a Rússia aumentou 1.1 ponto percentual.
INvESTIMENTO POR ALUNO
O gasto por aluno cresce junto com o nível educacional em quase todos os países, mas
a proporção do gasto entre os níveis educacionais varia. O investimento público dos países da
OCDE por aluno da educação superior é 1.9 vezes maior que o do aluno dos anos iniciais do
ensino fundamental. Em países como Dinamarca, Itália, Coreia do Sul e Polônia, o gasto com o
estudante da educação superior é 1.5 vezes menor que o do aluno dos anos iniciais do ensino
fundamental. No Brasil, esse investimento médio na educação superior chegou a ser 11 vezes
maior em 2000, e em 2013 foi 3.5 vezes maior.
Empréstimos estudantis
Em média, nos países membros e parceiros da OCDE com dados disponíveis, o número
de alunos em programas de mestrado e doutorado (ou equivalentes) que se beneficiaram de
empréstimos estudantis dobrou entre o período de 2004/2005 a 2014/2015. No Brasil e na Itália,
esse número cresceu mais de cinco vezes durante esse período. No Brasil, quase 2 milhões de
alunos foram beneficiados com empréstimo estudantil em 2014/2015.
Em 2013, o gasto anual por aluno (do ensino fundamental até a educação superior) foi
menor que 5 mil dólares no Brasil, México e Turquia e mais de 15 mil dólares em Luxemburgo,
Noruega e Estados Unidos. Considerando apenas o investimento público em educação, o Brasil
investe anualmente cerca de 3.800 dólares1 por aluno da educação básica, sendo que, para
cada nível educacional, os países da OCDE investem, em média, cerca de 8.400 dólares por
aluno dos anos iniciais, 9.900 por aluno dos anos finais e 9.800 por aluno do ensino médio.
1 Equivalentes em dólares dos Estados Unidos convertidos usando poder de paridade de compra (PPP USD)
1515PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
CAPíTULO CAcesso à educação,
participação e progressão
QUEM ESTÁ NA ESCOLA?
A proporção de matrículas em programas de formação profissional (vocacionais) no
ensino médio varia muito entre os países. O percentual dos alunos no ensino médio que
frequentavam esses programas vocacionais foi, em 2014, de cerca de 70% na Finlândia e
República Tcheca. Por outro lado, essa proporção é menor que 10% na Irlanda, Argentina e
Brasil.
GRáfICO 4 Percentual de matrículas no ensino médio por orientação do programa: geral ou vocacional (2014)
Fonte:ElaboraçãoInep/DeedcombasenatabelaC1.3adoEducationataGlance2016.
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Geral
16 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
MOBILIDADE ESTUDANTIL
Em Luxemburgo, 44% dos alunos matriculados na educação superior são originários
de outros países. Em contraste, os alunos internacionais somam 2% ou menos do total de
matrículas na educação superior no Chile, Brasil, China, Índia e Turquia.
GRáfICO 5 Percentual de alunos estrangeiros na educação superior (2014)
Fonte:EducationataGlance2016. Nota: 1Anodereferência2013. 2Alunosestrangeirossãodefinidoscombasenasuacidadania,estesdadosnãosãocomparáveiscomos
dadossobrealunosinternacionais,sendoassimapresentadosseparadamentenográfico. 3ParaaFedereçãoRussa,osestudantesinternacionaisnagraduaçãosãoincluídosnomestrado.
NEM-NEM2
Entre os países analisados pelo EAG 2016, o Brasil apresenta o maior percentual de
jovens de 20 a 24 anos de idade que não estão estudando: 75%. No entanto, mais da metade
desses jovens que não estudam estão trabalhando e, segundo a PNAD 2014, 57% já concluíram
o ensino médio (50%) ou superior (7%).
Quando se analisa uma faixa de idade maior, entre 15 a 29 anos, verifica-se que 20%
dos brasileiros nem estudam nem trabalham, sendo que a média OCDE para 2014 foi de 15%.
Em muitos países, o percentual desses jovens que não estão estudando nem trabalhando
apresenta uma alta participação de mulheres. No Brasil, Chile, Colômbia e México o percentual
de mulheres entre 15 e 29 anos que não estão trabalhando nem estudando é maior que 25%,
ao passo em que entre homens esse percentual é menor que 17%.
2 A expressão “nem-nem” refere-se ao grupo de jovens que não estão estudando e também não estão trabalhando. Na publicação Education at a Glance 2016 a expressão corresponde à sigla em inglês (NEET), que significa “young people not in employment, education or training”.
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Educação superior Graduação Mestrado Doutorado
Alunos estrangeiros2Alunos internacionais
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1717PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
CAPíTULO DO ambiente de aprendizado
e organização escolar
NúMERO DE ALUNOS POR PROFESSOR
Em média, nos países da OCDE, existem cerca de 15 alunos por professor nos anos
iniciais do ensino fundamental, 13 nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio e 17
na educação superior. No Brasil, esse número é maior, com média de 21 alunos por professor
nos anos iniciais do ensino fundamental, 18 nos anos finais do ensino fundamental, 15 no
ensino médio e 25 na educação superior. Nas etapas da educação básica, essa razão é ainda
maior em outros países latino-americanos como Colômbia (24, 26 e 22), México (27, 33 e 21)
e Chile (21,23 e 24).
Brasil, Chile e México também apresentam uma das maiores diferenças observadas
entre escolas privadas e públicas no que concerne à média de alunos por professor. No caso
brasileiro, a razão dos anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas é de 25 alunos
por professor, enquando nas escolas privadas essa razão é de 18 alunos por professor.
Na média dos países da OCDE, os programas vocacionais de ensino médio têm
aproximadamente o mesmo número médio de alunos por professor se comparados aos
programas gerais (não vocacionais). No entanto, na maioria dos países com dados disponíveis,
o número de alunos por professor é consideravelmente maior entre os programas vocacionais.
Ao contrário dessa tendência, no Brasil, os programas vocacionais apresentam uma média de
8 alunos por professor, enquanto o restante dos programas de ensino médio possuem uma
média de 17 alunos por professor.
18 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
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Programas vocacionais Programas gerais
GRáfICO 6 Número de alunos por professor no ensino médio, por tipo de programa: geral ou vocacional (2014)
Fonte:EducationataGlance2016.
TAMANhO MéDIO DAS TURMAS
O tamanho médio das turmas também segue padrão semelhante. A média OCDE para
os anos iniciais do ensino fundamental é de cerca de 21 alunos por turma, esse número no
Brasil é de 23 alunos por turma. Na maioria dos países da OCDE, a média de tamanho da classe
não muda mais do que dois alunos entre os setores público e privado no ensino fundamental.
No entanto, há diferenças marcantes entre os países. Por exemplo, no Brasil, Polônia, Rússia e
Reino Unido, a média do tamanho da classe nos anos iniciais em instituições públicas é maior
do que nas instituições privadas, havendo uma diferença de mais de quatro alunos.
IDADE DOS PROFESSORES
O grupo de docentes da educação básica no Brasil se destaca como um dos mais jovens
em média entre os países pesquisados. Apenas 16% dos professores brasileiros dos anos
iniciais do ensino fundamental possui mais de 50 anos. Esse percentual de professores acima
dos 50 anos chega a mais de 40% na Alemanha e na Itália. No ensino médio, a proporção de
professores acima dos 50 anos é de 4 pontos percentuais a mais do que é para os anos finais
do ensino fundamental, na média dos países da OCDE.
1919PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
SALÁRIO DOS PROFESSORES
Se tomado como referência o piso salarial profissional nacional3 de 2014, o mínimo que
um docente brasileiro dos anos iniciais receberia seria o equivalente a cerca de 12.200 dólares4
por ano. Em média, nos países da OCDE, o salário inicial de um docente do mesmo nível é
de cerca de 31.000 dólares. Países como Suíça, Alemanha e Luxemburgo possuem salários
iniciais superiores a 45.000 dólares por ano. No entanto, o salário médio dos professores em
quase todos os países analisados é menor que o salário médio dos outros trabalhadores com
educação superior.
Em 2016, 13 países participantes da publicação forneceram informações acerca dos
salários dos professores da educação superior em instituições públicas ou em instituições
privadas dependentes do governo. O Brasil encaminhou dados sobre os salários dos docentes
das instituições de educação superior (IES) federais, disponíveis no Portal Transparência do
Ministério do Planejamento, considerando que estes representam 43% dos docentes da rede
pública.
O salário médio anual dos docentes em 2014 variou de 27 mil dólares na Eslováquia até
133 mil dólares em Luxemburgo. No Brasil, o salário médio anual dos docentes trabalhando
em IES federais foi de 41 mil dólares. Em todos os países pesquisados, as mulheres docentes
de educação superior recebem salários menores que os dos homens nessa carreira. Na Itália,
por exemplo, a defasagem salarial das mulheres é de 21% em relação a dos homens, no Brasil,
essa diferença é de 4%.
DIRETORES DE ESCOLA
Os dados da Pesquisa Intenacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS 2013) apontam
que os diretores possuem, em média, 21 anos de experiência. Os países com diretores com
maior média de experiência em ensino são Coreia do Sul (29 anos) e Japão (30 anos). Entre os
países que apresentam as menores médias de experiência dos diretores estão Brasil, França,
Singapura e Suécia. O típico gestor de escola dos anos finais dos países participantes da TALIS
2013 tem, em média, 52 anos. O Brasil apresenta a menor média de idade entre os países
participantes da pesquisa: 45 anos.
Em média, nos países da OCDE, 69% dos professores são mulheres, porém, o percentual
de mulheres diretoras é de 45%. No entanto, os cargos de direção escolar são ocupados
3 Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008.4 Todos os valores de salário apresentados nesse estudo referem-se a dólares equivalentes em dólares dos Estados Unidos
convertidos usando poder de paridade de compra (PPP USD).
20 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
majoritariamente por mulheres em países como a Rússia (78%) e o Brasil (75%), enquanto os
homens predominam no cargo no Japão (94%) e na Coreia do Sul (87%).
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Abaixo de 40 anos 40-49 anos 50-59 anos 60 anos ou mais Mulher
GRáfICO 7 Distribuição dos diretores por gênero e idade nos anos finais do ensino fundamental
Fonte:EducationataGlance2016.
Os percentuais de diretores nos países participantes da Pesquisa que se envolveram em
atividades de redes de profissionais, monitoria ou pesquisa durante os 12 meses anteriores
à pesquisa varia desde 11% em Portugal até 93% em Singapura. No Brasil, 39% dos diretores
afirmaram ter participado em alguma dessas atividades.
Os percentuais de diretores que participam de cursos, conferências ou visitas de
observação variam de 54% na França a 99% em Singapura. Entre os brasileiros, esse percentual
é de 71%. O número médio de dias gastos nessas atividades variou de 4 dias (França) a 37 dias
(Brasil) entre os países participantes da pesquisa.
PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA GESTÃO ESCOLAR
O Índice de Gestão Escolar, construído a partir da combinação das respostas dos
diretores das escolas participantes do Pisa 2012, indica o grau de participação do professor
na gestão escolar. Valores mais altos indicam uma grande participação do professor na gestão
escolar. Na Turquia, no Brasil e nos Estados Unidos, os diretores relataram que os professores
têm alto grau de envolvimento na gestão escolar, enquanto os diretores de França, Suíça e
Japão relataram que os professores têm menor participação na gestão.
2121PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
GRáfICO 8 Índice de participação do professor na gestão escolar (Pisa 2012) (Com base na opinião dos diretores sobre a gestão escolar)
Fonte:EducationataGlance2016.
-3-2
,5-2
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,500
,51
1,5
22,5
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Índice (pontos)
2323PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
SUPLEMENTODados subnacionais
Desde 2015, a OCDE passou a compilar alguns dados de entidades subnacionais para
elaboração dos mesmos indicadores presentes no Education at a Glance. Juntamente com
outros 10 países, o Brasil participa desse projeto encaminhando dados relativos aos 26 estados
brasileiros e ao Distrito Federal. Em 2016, os dados analisados serão divulgados por meio
da publicação Education Indicatiors in Focus n. 43 – Sub-national variations in educational
attainment and labour market outcomes. Alguns destaques desse estudo são mencionados no
EAG 2016 e abaixo encontra-se o resumo de alguns desses resultados:
DISPARIDADES REGIONAIS NA DISTRIBUIÇÃO DE ESCOLARIzAÇÃO
A variação regional/subnacional de escolarização pode ser tão grande quanto a variação
entre os países. Por exemplo, nos Estados Unidos, a proporção de pessoas com educação
superior varia de 29% no estado de Virgínia Ocidental até 61% no Distrito de Columbia. Por
outro lado, Bélgica, Irlanda e Eslovênia apresentam mínimos níveis de disparidades regionais
no que diz respeito ao atendimento educacional. No Brasil, o percentual de adultos de 25 a 64
anos que concluíram a educação superior vai de 7% em Alagoas até 29% no Distrito Federal.
24 PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
GRáfICO 9 Percentual de adultos de 25 a 64 anos que concluíram educação superior, por entidade subnacional (2013)
Fonte: OECD(2016)Nota: 1Osdadosreferem-sea2012.AprovínciadeOntáriofoiapresentadacomumaregiãoregularporquea
capitalOttawaéumcentrourbanocomparativamentepequenonaprovíncia. 2Osdadosreferem-sea2013. 3Dadosde2014oudoanomaisrecentedisponível.CadacírculorepresentaumpaísdaOCDE(membro
ounãomembro).
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% Média do país Média regional Região da capital
CONCENTRAÇÃO DE ESCOLARIzAÇÃO NA CAPITAL
Em alguns países, a região da capital engloba uma parcela significativa da população
mais escolarizada. Na Alemanha, Rússia, Espanha e Suécia o percentual de adultos com
educação superior na região da capital é no mínimo 1.2 vezes maior do que a média do país.
No Brasil, esse percentual é de quase 2.1 vezes maior que a média nacional.
CONCENTRAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE EMPREGO
Em muitos países, as diferenças regionais nas taxas de emprego entre pessoas com
diferentes níveis de escolarização são geralmente bem maiores entre adultos sem o ensino
médio do que entre adultos com educação superior. Por exemplo, na Espanha, entre adultos
sem o ensino médio, as taxas de emprego variam entre 32% na cidade autônoma de Melilha a
59% nas Ilhas Baleares. Já o Brasil, entre os países analisados, possui a menor variação nas taxas
de emprego entre as regiões, indo de 57% em Alagoas e Pernambuco até 76% em Tocantins.
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GRáfICO 10 Taxas de emprego de adultos de 25 a 64 anos com escolaridade abaixo do ensino médio, por entidade subnacional (2014)
Fonte:OECD(2016)Nota: 1Osdadosreferem-sea2013.
2Dadosde2014oudoanomaisrecentedisponível.CadacírculorepresentaumpaísdaOCDE(membroounãomembro).
2727PANORAMA DA EDUCAÇÃODestaques do Education at a Glance 2016
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008. Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput
do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o piso salarial
profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Diário
Oficial da União, Brasília, Df, 17 jul. 2008. Seção 1, p. 1.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Education at a
glance: OCDE– indicators. Paris: OCDE, 2016. Disponível em: <http://www.oecd.org>.
Acesso em: jul. 2016.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Education in
Focus: Subnational variations in educational attainment and labour market outcomes. Paris:
OECD, 2016. Disponível em: <http://www.oecd-ilibrary.org/education/subnational-variations-
in-educational-attainment-and-labour-market-outcomes_5jlvc7mddlkl-en>.
Acesso em: jul. 2016.