campanha eleitoral –jk/jg- comitê feminino da gávea (eleições de 3 de outubro de 1955)

24
Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

103 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea

(Eleições de 3 de outubro de 1955)

Page 2: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

CAMPANHA -JK

• CENA DE CAMPANHA

Page 3: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

GOVERNO JK – 1956-1961

• PRESIDENTE – JUSCELINO KUBITSCHECK DE OLIVEIRA - PSD • (OBTEVE= 3.077.411 VOTOS)• VICE-PRESIDENTE – JOÃO GOULART – PTB (OBTEVE 3.591.409 • VOTOS)• ___________________________________________• VOTAÇÃO % DOS CANDIDATOS:

• JK – TEVE 36% DOS VOTOS (ALIANÇA PTB/PSD)

• JUAREZ TÁVORA – 30%

• ADEMAR DE BARROS – 26%

• PLÍNIO SALGADO – 8%

• Fonte: MARANHÃO, Ricardo. O Governo Juscelino Kubitschek. São • Paulo: Brasiliense, 1981, p. 22.

Page 4: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

• DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS PELO PTB - 1945-1962

• ---------------------------------------------------------------• ENTRE OS PARTIDOS POLÍTICOS, O PTB APARECIA EM

FRANCO CRESCIMENTO. A CADA LEGISLATURA EXPANDIA-SE.

• 1945 > 22 DEPUTADOS • 1950 > 51 DEPUTADOS • 1954 > 56 DEPUTADOS • 1958 > 66 DEPUTADOS • 1962 > 116 DEPUTADOS

• EM 1962 > O PTB SUPERA A UDN E PASSA A DISPUTAR COM O PSD A LIDERANÇA DE MAIOR PARTIDO NACIONAL > É ESTIGMATIZADO > E ACUSADO DE “ESQUERDISTA”.

• Fonte: MARANHÃO, Ricardo. O Governo Juscelino Kubitschek. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 22.

Page 5: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

CENÁRIO POLÍTICO DA CONJUNTURA

• 2. cont.• JK/JG > FORAM ELEITOS, EM 3 DE OUTUBRO/1955 PELA

COLIGAÇÃO PTB/PSD> TIVERAM DIFICULDADES DE TOMAR POSSE EM DECORRÊNCIA DE QUESTIONAMENTOS SOBRE A LEGITIMIDADE PARA GOVERNAR.

• ¬• HAVIAM SIDO OS MAIS VOTADOS, MAS NÃO ATINGIRAM

VOTAÇÃO MAJORITÁRIA.• ¬• A UDN FEZ JOGO DE CENA > CONSPIROU COM FACÇÕES

MILITARES PARA IMPEDIR A POSSE, O QUE NÃO FOI ACEITO POR PARTE DE OUTRA FACÇÃO MILITAR LIDERADA PELO MARECHAL LOTT QUE, EM DEFESA DA CONSTITUIÇÃO, GARANTIU A POSSE DOS ELEITOS.

Page 6: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

MOUREIRA, Vânia Maria Lousada. Os anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural. In: FERREIRA, J. ; DELGADO, Lucília. O Brasil Republicano. RJ: Civilização Brasileira, 2003, v. 3.

• A autora começa o seu texto identificando certa peculiaridade do governo JK > ter sido um homem de ação e o mais bem sucedido governo de experiência democrática, após 1946.

• P. 158 > A autora afirma que o seu objetivo neste texto > explicar o governo JK a partir das inter-relações políticas estabelecidas entre o seu projeto nacional-desenvolvimentista > contraposto aos dois outros projetos à direita e à esquerda: o ruralista (conservador e autoritário) e o nacionalista econômico (crescentemente reformista e abertamente popular).

Page 7: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O nacional-desenvolvimentismo

• P. 159. O perfil desenvolvimentista de Juscelino > configurou-se ainda quando era Prefeito de Belo Horizonte. Foi em sua campanha à presidência da República e, sobretudo, em sua administração > que o nacional-desenvolvimentismo consolidou-se como estilo de governo e como um projeto social e político para o Brasil.

• Traços desse projeto > compromisso com a democracia e com o desenvolvimento industrial de tipo capitalista.

Page 8: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O Programa de governo de JK –assumiu a linguagem desenvolvimentista

• O Plano de Metas (programa de governo) > era um documento essencialmente econômico.Dividiu-se em 30 metas, distribuídas por setores, a saber:

• 1. setores de energia (metas 1 a 5);• 2. transporte (metas 6 a 12);• 3. alimentação (metas 13 a 18);• 4. indústria de base (19 a 29);• 5. educação (30).• A construção de Brasília só foi incorporada ao

Plano de Metas durante a campanha e logo tornou-se prioritário para Juscelino.

Page 9: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Plano de Metas - sustentáculo

• O plano de Metas > projetava um desenvolvimento de 50 anos em 5 > tendo como sustentáculo a industrialização do país. Seu modelo de industrialização > baseado na maior presença de capital estrangeiro > o que não era uma novidade. O mesmo padrão já estava em andamento desde o Estado Novo. Essa produção voltava-se para itens > classificados de substituição de importações. Esse modelo teve apoio > setores nacionalistas> parte deles nucleados no ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros, ligado ao Ministério de Educação.

Page 10: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Projeto do desenvolvimentismo-nacional

• Sustentação > movimento nacionalista, notadamente os segmentos considerados progressistas que se encontravam organizados no ISEB ou nas Alas Progressistas dos Partidos políticos, como o PSD (tinha um perfil nitidamente ruralista e conservador), UDN (partido de oposição que combatia a herança ideológica de Vargas e tinha como bandeira a “moralidade pública”) e o PTB, partido que defendia os interesses trabalhistas.

• O que era o ISEB para esse governo?

Page 11: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros

• O ISEB > considerado um dos principais centros de produção e difusão do ideário nacionalista durante a experiência democrática >sustentáculo desse projeto político-ideológico.

• Compunham os seus quadros >intelectuais de prestígio, a saber: Roland Corbisier, Hélio Jaguaribe, Nelson Werneck Sodré, Cândido Mendes e outros. A instituição defendeu abertamente a plataforma nacional-desenvolvimentista de JK.

• O nacional-desenvolvimentismo> definia o projeto de industrialização do ISEB e do governo JK. Mas, “ideologia do desenvolvimentismo nacional” > ocultava a dimensão de classe subjacente ao projeto nacional-desenvolvimentista.

• A autora vai examinar nos tópicos seguintes, a movimentação dessas forças políticas a partir de suas concepções. Inicia sua reflexão caracterizando o perfil dos progressistas.

Page 12: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Os progressistas e o movimento nacionalista

• P. 166 - Os Progressistas não eram apenas os setores organizados no PTB que defendiam os interesses trabalhistas e as reformas sociais. Eles também encontravam-se nos partidos conservadores como a “Ala Moça” do PSD e a “Bossa Nova” da UDN.

• Para os progressistas as questões urgentes eram a incorporação das exigências populares > voto do analfabeto, a revisão da estrutura agrária, a extensão da legislação social e trabalhista aos trabalhadores rurais, o apoio à industrialização e a reforma administrativa, entre outras.

Page 13: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Desenvolvimento nacional= industrialização

• Porém, entre os segmentos mais radicais > a modernização da sociedade nacional > significava reformas profundas no sistema político-eleitoral, na administração do Estado, na estrutura agrária, na educação e nas relações internacionais.

• Depois do colapso de 1929 > ficou claro para amplos setores > a fragilidade da Nação > em decorrência de um modelo de desenvolvimento dependente do mercado externo, como era o agrário exportador. Durante o governo JK > questões que mais mobilizavam o movimento nacionalista: a industrialização, a reforma agrária, a presença do capital estrangeiro.

Page 14: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O nacionalismo econômico

• A plataforma industrialista e desenvolvimentista >ampla penetração nos segmentos nacionalistas e progressistas > esse apoio não se deu sem críticas. A implementação do plano de Metas de JK > ocorreu com emissão recorrente de papel moeda, instalação de multinacionais > Essa opção provocou o aumento inflacionário e maior presença de K internacional na economia brasileira > A crítica contra a inversão direta de capital estrangeiro > recorrente entre os setores nacionalistas: políticos, intelectuais, estudantes e sindicalistas.

Page 15: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O projeto do nacionalismo econômico

• P. 172 - O projeto social dos nacionalistas econômicos da Revista Brasiliense >era bastante diverso daquele defendido pelo nacional-desenvolvimentismo de JK e do ISEB.

• Pregavam a aliança entre os setores sociais populares (proletários, camponeses e progressistas) > na defesa da industrialização e das reformas estruturais, sobretudo a agrária para elevar o padrão social e econômico da população brasileira.

Page 16: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Revista Brasiliense x ISEB

• O nacionalismo econômico > foi a perspectiva de esquerda do período > aglutinada na Revista Brasiliense que congregava os intelectuais afinados com essa perspectiva. Embora a Revista tivesse ligações com o Partido Comunista não era, contudo, um periódico que refletisse a posição oficial do partido. Dentre os intelectuais agregados à revista destacam-se: Caio Prado Jr, Chaves Neto, Calil Chade. Eles criticavam o “capital colonizador” e a política desenvolvimentista de JK > justamente porque criava novos laços de dependência econômica.

Page 17: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Cont.- Revista Brasiliense x ISEB

• Para os Isebianos > a dependência econômica era uma característica da economia baseada na exportação de produtos agrícolas > essa dependência era o resultado da aliança dos latifundiários agro-exportadores com o mercado internacional.

• O movimento dos nacionalistas econômicos .tornou-se ferrenho crítico do “entreguismo” juscelinista, propondo uma plataforma política abertamente reformista, antiimperialista, e comprometida com as camadas populares.

Page 18: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Projeto dos nacionalistas econômicos

• O projeto nacionalista econômico > no final do governo JK > era a perspectiva dominante, contraposto ao nacional-desenvolvimentismo. Defendiam um capitalismo tipo estatal > voltado aos interesses populares do campo e das cidades e na críticas às novas dependências nascidas da industrialização. Propugnavam pelas reformas de base, como solução para os problemas do país.

Page 19: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O projeto ruralista

• Para a autora a implementação do plano de Metas do governo JK > voltado para um novo pacto político > com o objetivo de orientar o processo de desenvolvimento brasileiro, capaz de articular e harmonizar os objetivos e reivindicações dos setores ruralistas com os novos e grandes interesses industriais.

• O sucesso do Plano de Metas de JK > construção de Brasília e do “cruzeiro rodoviário” > composto pelas rodovias Belém/Brasília, Acre/Brasília, Fortaleza/Brasília, Belo Horizonte/Brasília e Goiania/Brasília > cumpria um importante objetivo > de integração nacional > tornava possível a construção do mercado interno.

Page 20: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Estrangulamento do desenvolvimento

• Na avaliação da equipe de JK > Era a falta de comunicação entre as regiões

industrializadas e as zonas agroprodutoras do interior > o maior entrave ao

desenvolvimento do país. A ampliação do parque industrial brasileiro

dependia > de uma maior integração nacional.

• A política colocada em prática por JK, de ampliação do mercado interno > não

era a única proposta e nem a mais racional do ponto de vista financeiro. A

operação visava > favorecer a industrialização sem entrar em rota de colisão

com os fortes interesse da oligarquia rural > e costurar a aliança político e

social com esse setor >interessado em ampliar as fronteiras agrícolas para

regiões ainda apartadas do processo de desenvolvimento nacional.

Novamente foi acionada a chamada “Nova Marcha para Oeste” (p. 177) >

pressupunha o processo de ocupação espontânea da terra.

Page 21: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

O setor agropecuário - • Desde 1929 > o setor agropecuário > passou por

profundas transformações, decorrentes da crise mundial e de transformações em sua estrutura.

• No plano mais global > a economia brasileira deixou de ser predominantemente agrário-exportadora > marcada por progressiva industrialização e reorganização do setor agrícola > passou a crescer para atender a demanda interna.

• Os setores ruralistas voltados para o mercado interno > gostassem ou não da industrialização > perceberam que essa alternativa era importante > trataram de harmonizar-se e garantir no pacto político mais amplo o atendimento de seus interesses. O projeto social ruralista > não era antiindustrialista.

Page 22: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Projeto ruralista

• O projeto social ruralista defendia > maior integração entre indústria e agropecuária, a modernização da agricultura e, finalmente a manutenção da grande propriedade rural. Excluía, contudo, a grande maioria da população rural, formada por pequenos posseiros, e trabalhadores sem terra. Não considerava que 70% da população brasileira (formada por homens e mulheres), nesse momento, ainda vivia no campo e em cidades de menos de dois mil habitantes (p.181).

Page 23: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Industrialização e expansão do modelo oligárquico de apropriação territorial

• Na interpretação da autora, as aspirações ruralistas não eram contraditórias ou incompatíveis com o programa desenvolvimentista de Jk. A oligarquia rural não se posicionava contra a industrialização como imaginavam os isebianos. Juscelino tampouco excluía a oligarquia rural do grupo de apoio ao seu governo e também não combatia seus interesses “arcaicos”.

• Juscelino ao contrário > em seu Plano de Metas (setor de alimentos e rodovias ) > promoveu a expansão e modernização do setor agromercantil > intensificação do uso de fertilizantes e tratores, bem como a construção de estradas, armazens e frigoríficos (p. 182).

• A expansão do modelo oligárquico de apropriação territorial nas fronteiras agrícolas > trouxe graves conseqüências >acirramento do conflito de interesses no campo > aumento de especulação fundiária, grilagem e formação de novos latifundios e conflitos inter-etnicos e sociais, envolvendo os pequenos proprietários e indios.

Page 24: Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

Cidadania e nacional-desenvolvimentismo

• O bem sucedido governo JK > não alcançou os diversos segmentos da sociedade. A maior parte da população continuou à margem dos benefícios gerados pelo desenvolvimento e crescimento da economia.

• JK deixou de cumprir as promessas de desenvolvimento social que via de regra, estavam associadas à idéia de aceleração da prosperidade econômica. Não conseguiu elevar o nível de vida da população sertaneja. E, também, não foi bem sucedido em duas outras promessas: os desníveis do desenvolvimento regional e o “subdesenvolvimento” nacional.