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HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA RESIDÊNCIA DE MEDICINA INTENSIVA TÚLIO SUGETTE DE AGUIAR BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE DROGA VASOATIVA: UMA QUESTÃO DE TEMPO! FORTALEZA 2015

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  • HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

    RESIDÊNCIA DE MEDICINA INTENSIVA

    TÚLIO SUGETTE DE AGUIAR

    BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE DROGA VASOATIVA: UMA QUESTÃO DE

    TEMPO!

    FORTALEZA

    2015

  • 2

    TÚLIO SUGETTE DE AGUIAR

    BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE DROGA VASOATIVA: UMA QUESTÃO DE

    TEMPO!

    Orientador: Francisco Albano de Meneses

    Coorientador: Carlos Augusto Ramos Feijó

    FORTALEZA

    2015

    Monografia submetida à Escola de Saúde

    Pública do Ceará, como parte dos

    requisitos para obtenção de conclusão de

    Residência Médica em Medicina Intensiva

  • 3

    TÚLIO SUGETTE DE AGUIAR

    BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE DROGA VASOATIVA: UMA QUESTÃO DE

    TEMPO!

    Residência Médica em Medicina Intensiva

    Escola de Saúde Pública do Ceará

    Aprovado em ____/____/____

    Banca Examinadora:

    ___________________________________________

    _________________________________________

  • 4

    RESUMO

    O uso de drogas vasoativas (DVA) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é prática comum

    no cotidiano do intensivista. A instabilidade hemodinâmica refratária à reanimação volêmica,

    caracterizando o estado de choque, é a indicação mais habitual do uso da DVA. A despeito do

    seu uso há décadas, questiona-se os seus os potenciais malefícios inerentes ao tempo de uso.

    Este trabalho tem como objetivo avaliar a correlação entre o tempo de uso de DVA e desfecho

    na UTI. Dessa forma, foi realizado um estudo retrospectivo incluindo pacientes internados no

    Centro de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Fortaleza/SESA, no período de novembro

    de 2014 a fevereiro de 2015. Os pacientes foram caracterizados quanto a demografia,

    gravidade, uso de DVA e desfechos – na UTI e no hospital. Utilizada análise estatística

    descritiva, para caracteres demográficos, T-test para avaliação das variáveis contínuas e qui-

    quadrado para as nominais. De um total de 86 pacientes, 51,2% eram homens, a idade média

    53,95 ± 19,99 anos, APACHE II 14,47 ± 7,2 pontos e 40 (46,5%) necessitaram de DVA em

    algum período do internamento na UTI, 39 (97,5%) noradrenalina, 4 (10%) dopamina e 7

    (17,5%), simultaneamente, noradrenalina e vasopressina. O tempo médio de uso de DVA foi

    5,5 ± 4,98 dias, e de noradrenalina, em particular, 6,26 ± 4,98 dias. Quer na UTI, quer no

    hospital, evidenciou-se maior mortalidade naqueles que necessitaram de DVA (58,6 x 14%,

    p

  • 5

    ABSTRACT

    The use of vasoactive drugs (VAD) in the Intensive Care Unit (ICU) is common practice in

    the intensivist daily life. The hemodynamic instability refractory to volemic resuscitation,

    featuring shock state, is the most common indication for VAD use. Despite its use for

    decades, the question is the potential harms inherent to protracted length of use. This study

    aims to evaluate correlation between length of use of VAD and ICU outcome. It performed a

    retrospective study of patients admitted to the General Hospital of Fortaleza’s ICU, from

    November 2014 to February 2015. Patients were characterized as far as demographics,

    severity scores, use of vasoactive drugs and outcomes - in the ICU and in-hospital .

    Descriptive statistical analysis was utilized for demographic characters, T-test for evaluation

    of continuous variables and chi-square test for categorical variables. A total of 86 patients,

    51.2% were menthe average age 53.95 ± 19.99 years, APACHE II 14.47 ± 7.2 points and 40

    (46.5%) required DVA at some time of ICU stay, 39 (97.5%) noradrenaline, 4 (10%)

    dopamine and 7 (17.5%) both noradrenaline and vasopressin. The average time of VAS use

    was 5.5 ± 4.98 days, and noradrenaline, in particular, 6.26 ± 4.98 days. Either in the ICU or

    in-hospital, evidence showed a higher mortality amongst those who required VAD (58.6 x

    14%, p

  • 6

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

    DL – decilitro

    DVA – Droga Vasoativa

    G – grama

    HGF – Hospital Geral de Fortaleza

    KG – Kilograma

    MG – miligram

    NAC – Núcleo de atendimento ao Cliente

    NO – óxido nítrico

    PA – Pressão arterial

    PAM – Pressão Arterial Média

    UTI – Unidade de Terapia Intensiva

  • 7

    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 08

    2. OBJETIVOS.............................................................................................................,,,,,..... 09

    3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 10

    4. METODOLOGIA.............................................................................................................. 13

    4.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................................................ 13

    4.2 Local e Período............................................................................................................. ..... 13

    4.3 População, Amostra e Sujeitos da Pesquisa....................................................................... 13

    4.4 Instrumento de Coleta de Dados... .................................................................................... 13

    4.5 Procedimentos de Coleta de Dados.................................................................................... 13

    4.6 Análise estatística ......................... ................................................................................ .... 14

    4.7 Aspectos Éticos da Pesquisa.............................................................................................. 14

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 16

    6. CONCLUSÃO........................ ........................................................................................... 18

    7.REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 19

    8. ANEXO ............................... ........................................................................................... 21

  • 8

    1. INTRODUÇÃO

    O choque séptico continua a ser uma causa significativa de morbidade e mortalidade

    na unidade de terapia intensiva (UTI) moderna. Depois da ressuscitação volêmica inicial, o

    uso de suporte vasopressor para manter a perfusão tissular é a estratégia essencial de suporte

    hemodinâmico(1).

    No tratamento dos vários tipos de choque circulatório, vários inotrópicos e

    vasopressores tem sido utilizados. Os inotrópicos atuam aumentando a contratilidade do

    miocárdio e, consequentemente, o índice cardíaco. Já os agentes vasopressores aumentam o

    tônus vascular e, assim, aumentam a pressão arterial média (PAM). Estas drogas são

    utilizadas principalmente em pacientes criticamente instáveis hemodinamicamente, estando

    sua perfusão tecidual incapaz de atender às exigências metabólicas.

    A escolha destes agentes vasoativos leva em consideração a sua fisiologia básica e

    seus princípios farmacológicos, preferências clínicas e protocolos baseados em Instituições.

    Apesar do importante papel exercido pelas catecolaminas no tratamento do choque

    circulatório em medicina intensiva, estas drogas tem sido submetidas a poucos ensaios

    randomizados controlados com alta qualidade metodológica e desfechos centrados no

    paciente.

    Dopamina, noradrenalina, adrenalina e vasopressina são os agentes vasopressores mais

    utilizados na prática médica.

  • 9

    2. OBJETIVOS

    Avaliar a existência de uma eficácia ou benefício seguro com a utilização de drogas

    vasoativas no tratamento do choque circulatório em paciente crítico, além de correlacionar o

    seu tempo de uso em um paciente internado e o seu desfecho na UTI.

  • 10

    3. REVISÃO DE LITERATURA

    As drogas vasoativas são frequentemente utilizadas, nas unidades de terapia intensiva,

    para a condução de pacientes críticos. Conhecer a sua farmacocinética e farmacodinâmica é

    essencial para que o intensivista possa ter sucesso no tratamento do doente.

    O termo droga vasoativa se refere às substâncias com efeitos vasculares periféricos,

    pulmonares ou cardíacos, com respostas dose dependente de efeito rápido e curto, através de

    receptores situados no endotélio vascular(2). Portanto, o uso de monitorização hemodinâmica

    é frequentemente necessária para acompanhamento fidedigno dos parâmetros circulatórios e

    respiratórios do paciente grave(3).

    Algumas circunstâncias como choque séptico, trauma, cirurgia de grande porte podem

    ocasionar uma hipoperfusão tissular que pode persistir apesar da expansão de volume

    vigorosa. Agentes vasopressores sistêmicos potentes como noradrenalina e a dopamina podem

    ser utilizados para restaurar uma pressão arterial aceitável (4,5). A justificativa para se manter

    este estado hemodinâmico mínimo é decorrente do fato de que se a pressão arterial cai, o

    fluxo sanguíneo de órgãos também diminui, podendo induzir a isquemia de órgãos que, por

    sua vez, pode contribuir para a insuficiência destes. Desta forma, a restauração da pressão

    arterial é uma meta terapêutica na busca, por exemplo, da proteção renal(6).

    O mecanismo do choque distributivo parece ser muito complexo e ainda não

    completamente compreendido. No entanto, estudos sugerem que há, pelo menos, três

    prováveis fatores principais envolvidos nesta perda do tônus vascular periférico. Um desses

    agentes causadores seria o excesso de produção de óxido nítrico (NO), contribuindo

    significativamente para o choque circulatório (7), além de também podem exercer os seus

    efeitos através da ativação vasodilatadora dos canais de potássio na membrana plasmática de

    células do músculo liso vascular(8). Outro importante fator seria o potencial de membrana das

    células do músculo liso vascular na regulação do tônus vascular. A hiperpolarização fecha os

    canais de cálcio, diminuindo assim a concentração de cálcio citosólico, resultando em

    relaxamento(9). Por último, a vasopressina, um hormônio peptídeo, é um componente

    essencial da homeostase cardiovascular, esta com seus níveis plasmáticos inadequadamente

    baixos no paciente em choque séptico(10).

    As drogas adrenérgicos são capazes de restaurar a circulação através os seus efeitos

    sobre os receptores α-adrenérgicos (vasoconstrição), receptores β-adrenérgicos (inotrópicos),

    ou ambos(11). Noradrenalina, adrenalina e dopamina são as catecolaminas naturais mais

    utilizadas. Estes agentes exibem seletividade para o receptor e diferentes efeitos clínicos.

    Noradrenalina, adrenalina e dopamina possuem efeitos vasoconstritores se manifestam por

    meio de sua atividade agonista α1-adrenérgicos. Estas catecolaminas também exercem algum

    efeito inotrópico por sua ação sobre os receptores β1.

  • 11

    DOPAMINA

    A dopamina, quando administrada terapeuticamente, age sobre os receptores

    dopaminérgicos adrenérgicos resultando em uma multiplicidade de efeitos clínicos (Tabela 1).

    Em dose baixa (< 5µg/kg/min) pode aumentar o fluxo renal através do seu efeito sobre os

    receptores dopaminérgicos. A evidência é, no entanto, ambígua. Embora estudos evidenciem

    este aumento do fluxo sanguíneo(12), nenhum efeito foi comprovado sobre o pH da mucosa

    gástrica ou mesmo sobre o fluxo sanguíneo da mucosa do intestinal(13). Em doses

    intermediárias (5 a 10 µg/kg/min), a dopamina liga-se fracamente a receptores β1

    adrenérgicos, promovendo efeitos inotrópicos, resultando em aumento da contratilidade

    cardíaca e da cronotropismo, com um pequeno aumento da resistência vascular sistêmica.

    Com taxas de infusão maiores (10 a 20 µg/kg/min), predominam ação sobre os receptores α1-

    adrenérgicos, predominando efeitos vasoconstrictores(14).

    Ao comparar os efeitos regionais da dopamina, noradrenalina e adrenalina, estudos

    mostraram que, em pacientes em choque séptico, a dopamina exerceu efeito mais benéfico na

    circulação hepatoesplancnico(15). No entanto, há um consenso de que, embora em dose baixa

    a dopamina possa aumentar a diurese, não existem dados para apoiar o uso de baixa dose

    dopamina com a finalidade de proteção renal(16, 17).

    NORADRENALINA

    A noradrenalina é um potente agonista α-adrenérgico com efeito β-adrenérgico menos

    pronunciado. A vasoconstrição efetuada pela noradrenalina aumenta a pressão arterial, com

    10 a 15% de aumento no débito cardíaco e no volume sistólico(18, 19). A noradrenalina é

    mais potente do que a dopamina e pode ser mais eficaz em reverter a hipotensão em pacientes

    com choque séptico. A administração, em ensaios abertos, de doses de noradrenalina entre

    0,01 a 3,3µg/kg/min aumentou a pressão arterial média de pacientes que permaneceram

    hipotensos mesmo após a reanimação volêmica e com dopamina(20-22). Além disso, este

    agente possui mínimo efeito cronotrópico, sendo sua utilização desejada em casos onde a

    estimulação da frequência cardíaca possa ser prejudicial. No entanto, a infusão prolongada de

    noradrenalina pode ter um efeito tóxico direto sobre os cardiomiócitos por apoptose induzida

    pela ativação da via proteína quinase A e pelo aumento do influxo citosólico de cálcio(23).

    ADRENALINA

    A adrenalina é uma catecolamina endógena com elevada afinidade pelos receptores

    β1, β2 e α1 cardíacos e da musculatura lisa vascular. Efeitos β-adrenérgicos são mais

    acentuados em doses baixas e efeitos α1-adrenérgicos em doses elevadas. A principal

    preocupação com o uso da adrenalina em pacientes sépticos é o potencial para diminuir fluxo

    sanguíneo regional, principalmente na circulação esplâncnica(24).

  • 12

    VASOPRESSINA

    A vasopressina é um hormônio sintetizado no hipotálamo, sendo secretado em

    resposta à diminuição do volume sanguíneo e ao aumento da osmolaridade plasmática. A

    vasopressina contrai o músculo liso vascular diretamente através de receptores V1 e também

    aumenta a capacidade da resposta dos vasos às catecolaminas(25). Este agente também pode

    aumentar a PA por inibição do óxido nítrico produzido pelo músculo liso vascular e dos

    canais de potássio(26,27). A vasopressina causa vasoconstrição coronária e cerebral menos

    direta do que as catecolaminas e tem uma ação neutra ou inibitória sobre o débito cardíaco,

    dependendo da sua dose. Os efeitos vasopressores da vasopressina são relativamente

    preservados durante condições hipóxicas e acidóticas que comumente desenvolvem durante o

    choque de qualquer origem.

    Um estudo sobre as catecolaminas endógenas foi desenvolvido em uma revisão sistemática

    publicada na Cochrane Collaboration em 2004(28). Nele, foram analisados alguns

    vasopressores (noradrenalina, adrenalina, dopamina, dobutamina e vasopressina) e sua ação

    na redução da mortalidade geral em pacientes criticamente doentes com circulatório choque.

    Tabela 01

  • 13

    4. METODOLOGIA

    4.1 Tipo de Estudo

    Trata-se de estudo retrospectivo, observacional, transversal e descritivo.

    4.2 Local e Período

    O presente estudo foi desenvolvido na UTI “AZUL” do Hospital Geral de Fortaleza

    (HGF), localizado na rua Ávila Goulart, nº 900, bairro Papicu, Fortaleza – CE, no período de

    novembro de 2014 a fevereiro de 2015.

    4.3 População, Amostra e Sujeitos da Pesquisa

    Este estudo foi realizado através da construção de um banco de dados provenientes da

    análise de prontuários de pacientes internados na UTI “AZUL” do HGF, no período de

    novembro de 2014 a fevereiro de 2015.

    4.4 Instrumento de Coleta de Dados

    Ficha de banco de dados preenchida para cada paciente, baseada nas informações dos

    prontuários.

    4.5 Procedimentos de Coleta de Dados

    - Local: Núcleo de atendimento ao Cliente (NAC) e Centro de terapia Intensiva do HGF.

    - Instrumentos: informações de prontuários, com tópicos referentes a:

    IDENTIFICAÇÃO: nome, gênero, idade, data de admissão ao hospital, data de

    admissão à UTI;

  • 14

    TIPO DE ADMISSÃO: cirúrgico (incluindo tipo de cirurgia e sítio anatômico) ou

    não-cirúrgico, local de origem do paciente;

    DOENÇAS ATUAIS E COMORBIDADES: critério de prioridade de admissão à UTI,

    diagnósticos, critérios para sepse e sua gravidade, e comorbidades;

    DISFUNÇÕES E GRAVIDADE: disfunções orgânicas, escore APACHE II e SOFA,

    medidas de suporte e dispositivos utilizados à admissão e durante o internamento à

    UTI;

    DESFECHO: desfecho na UTI e no hospital (alta ou óbito);

    4.6 Análise Estatística

    O programa de análise estatística Statistical Package for the Social Sciences recebeu

    os dados coletados na ficha de banco de dados desse estudo. As características demográficas

    (ex: sexo, idade, escores de gravidade APACHE II e SOFA, o uso de suportes intensivos,

    diagnósticos, etc) foram expostas como média e desvio padrão quando distribuídas de forma

    normal. Do contrário, foram expressas como mediana. Foi utilizada análise estatística

    descritiva, para caracteres demográficos, T-test para avaliação das variáveis contínuas e qui-

    quadrado para as nominais.

    4.7 Aspectos Éticos da Pesquisa

    Este trabalho teve seu projeto de pesquisa encaminhado para avaliação do Comitê de

    Ética em Pesquisa do HGF, o qual foi submetido e aprovado sob o parecer nº

    53419416.8.0000.5040, após cadastro na plataforma Brasil, estando os objetivos deste

    incluídos no projeto integrado referido.

    A inclusão dos pacientes neste estudo foi feita após assinatura do termo de fiel

    depositário pelo gerente do Núcleo de atendimento ao Cliente (NAC) do HGF e assinatura do

    Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE, pelo paciente ou seu responsável legal.

    O estudo atende aos critérios estabelecidos pela resolução 466/12 de 12 de dezembro de 2012,

    do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas em seres humanos. Respeita os

    princípios éticos no que diz respeito a não maleficência, uma vez que não apresenta riscos ou

    desconfortos, nem serão utilizados procedimentos invasivos; no que concerne à justiça, todos

    os sujeitos da pesquisa foram submetidos aos mesmos procedimentos, estando igualmente

    beneficiados dos resultados; sobre a autonomia, foi utilizado o termo de fiel depositário e o

  • 15

    termo de consentimento livre esclarecido, assegurando o direito de retirar sua autorização a

    qualquer momento, permanecendo todas as informações prestadas confidenciais e guardadas

    por força do sigilo profissional, conforme resolução 466/12 do CNS ⁄ MS; quanto à

    beneficência, acreditamos que a pesquisa possui relevância com vantagens significativas para

    a população, visto que o estudo pode ajudar a médicos e familiares sobre o prognóstico do

    paciente internado em ambiente de UTI, colaborando para a decisão sobre intervenções

    terapêuticas e diagnósticas a serem tomadas, sem incorporar nenhum custo adicional ao

    cuidado do paciente crítico.

  • 16

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Foi analisado um total de 86 pacientes, 51,2% eram homens, a idade média 53,95 ±

    19,99 anos, APACHE II 14,47 ± 7,2 pontos e 40 (46,5%) necessitaram de DVA em algum

    período do internamento na UTI, 39 (97,5%) noradrenalina, 4 (10%) dopamina e 7 (17,5%),

    simultaneamente, noradrenalina e vasopressina. O tempo médio de uso de DVA foi 5,5 ± 4,98

    dias, e de noradrenalina, em particular, 6,26 ± 4,98 dias.

  • 17

    Quer na UTI, quer no hospital, evidenciou-se maior mortalidade naqueles que

    necessitaram de DVA (58,6 x 14%, p

  • 18

    6. CONCLUSÃO

    Conclui-se que, em sintonia com o recomendado na literatura, a noradrenalina foi a

    DVA mais frequentemente utilizada. Nosso estudo sugere associação entre o tempo de uso de

    DVA e a mortalidade, quer na UTI, quer no hospital, sendo mais prevalente entre os pacientes

    que o fizeram por mais de três dias.

  • 19

    7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    3. OSTINI, F.M.; ANTONIAZZI, P.; FILHO, A.P. O Uso de Drogas Vasoativas em

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  • 20

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    therapy. Crit Care Med 1988; 16:663–667.

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    28. MULLNER, M. et al. Vasopressors for shock. Cochrane Database Syst Rev 2004; (3):

    CD003709.

  • 21

    ANEXO 1