bahai brasil 40

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número 40 | janeiro - julho de 2015 www.bahai.org.br | [email protected] Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira Um olhar sobre a crescente participação bahá’í nos discursos da sociedade brasileira p. 12 e 13 Confira o balanço da campanha que mobilizou mais de 11 mil pessoas nas rede sociais brasileiras p. 6 e 7 Juventude no caminho do Serviço Comunidade unificada Dr. ‘Alí Nakhjavání, fala da importância da implementação do calendário como forma de unir ainda mais os bahá’ís do mundo p. 3 Por todo o Brasil, jovens dedicam período de férias para atos de serviço p. 10 e 11 Mensagem da Casa de Justiça fala sobre o Templo-Mãe da América do Sul p. 4 e 5

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Edição 40 do jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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número 40 | janeiro - julho de 2015 www.bahai.org.br | [email protected]

Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira

Um olhar sobre a crescente participação bahá’í nos discursos da sociedade brasileira

p. 12 e 13

Confira o balanço da campanha que mobilizou mais de 11 mil pessoas nas rede sociais brasileiras

p. 6 e 7

Juventude no caminho do Serviço

Comunidade unificadaDr. ‘Alí Nakhjavání, fala da importância da implementação do calendário como forma de unir ainda mais os bahá’ís do mundo

p. 3

Por todo o Brasil, jovens dedicam período de férias para atos de serviço

p. 10 e 11

Mensagem da Casa de Justiça fala sobre o Templo-Mãe da América do Sul

p. 4 e 5

2 Nº 40 | janeiro - julho de 2015

EXPEDIENTEAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’íJornalista responsável: Fábio Lucas Vieira (Registro Profissional: 7956/DF) | Jornalista estagiária: Amanda Cardoso Direção de Arte e Diagramação: Fábio Lucas Vieira | Revisão: Suellen Sá e Foad ShaikhzadehEntidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal: 7035 | CEP: 71635-971 - Brasília - DF www.bahai.org.br | [email protected]

EditorialCírculo de estudos em agrupamento incipicente, realizado durante campanha de férias no Mato Grosso do Sul

A Comunidade Bahá’í brasileira tem se envolvido cada mais com uma avalanche de atividades

amplamente variadas. Vemos uma maior intensidade na movimentação dos indivíduos mobilizados ao redor dos objetivos do Plano de Cinco Anos. Em especial nos meses de verão, houve um marcante engajamento da juventude. Com equipes de instrutores indo dos agrupamentos mais avança-dos para os incipientes, geralmente no interior de cada região, ampliou-se o número de participantes em conver-sas significativas. Ao mesmo tempo, esses novos amigos deram seus pri-meiros passos ao longo dos cursos do Instituto, abrindo suas residências para a realização de aulas para crian-ças, grupos de pré-jovens, reuniões devocionais e outras atividades — um sinal do desenvolvimento sustentável de seus próprio agrupamentos, ao lon-go de um todo continuum.

Grande expectativa permeou a co-munidade mundial com a aproxima-ção do pôr do sol do dia 20 de mar-ço de 2015. Marcado de excepcional significado e raridade na passagem do tempo, a auspiciosa celebração do Naw-Rúz 172 viu a implementa-ção universal do calendário Badí’, cujos detalhes práticos foram escla-recidos pela Casa Universal de Jus-tiça. Tais expectativas foram também notadas nas alegres celebrações do Ayyám-i-Há (Dias Intercalares), que se sucederam ao mês ‘Alá (Sublimi-dade), dedicado ao jejum. Com isso, os Aniversários Gêmeos d’O Báb e de Bahá’u’lláh passaram a ser celebra-dos em sequência, dentre outras impli-cações da utilização de um calendário único para o inteiro mundo bahá’í. Tee-rã foi designada como o ponto da Terra que servirá de padrão para se determi-nar o momento do equinócio vernal no hemisfério norte e, por esse intermé-

dio, o dia de celebração do Naw-Rúz para o mundo bahá’í.

Também em março ocorreu a Re-visão Periódica Universal dos direitos humanos no Irã, no âmbito das Na-ções Unidas, o que deu a oportunida-de para que vários países voltassem a fazer proposições no sentido dar fim às violações de direitos dos nossos irmãos bahá’ís iranianos. O período presenciou ainda uma crescente in-dignação por parte de jovens univer-sitários, professores, artistas, ativistas sociais e outros, ao tomarem conheci-mento das crueldades e injustiças inin-terruptas impostas aos jovens bahá’ís no Irã, impedidos de ter acesso às uni-versidades em seu país.

Um desses intelectuais, o cineas-ta iraniano Maziar Bahari, lançou em escala mundial o documentário Edu-cação Não É Crime, inclusive com legendas em português. Exibições fo-ram realizadas em diferentes cidades, seguidas de debates com estudantes e divulgação na mídia, ampliando-se o conhecimento e consciência da re-alidade das injustificadas e continua-das perseguições que têm chocado o mundo inteiro.

A participação bahá’í nos discursos prevalentes da sociedade tem leva-do a comunidade bahá’í a promover eventos relacionados a temas afins aos princípios e ideias propagadas pela Fé, tais como a celebração e pro-moção do dia das mulheres e a partici-pação em audiências públicas no âm-bito da Câmara Federal para definição de agenda nacional de direitos huma-nos. Tudo isso é fruto de uma experi-ência acumulada e sistematizada que nasce das conversações significativas que se multiplicam desde o nível das amizades em bairros, escolas e vizi-nhanças.

3Nº 40 | janeiro - julho de 2015

Aprofundamento

A carta da Casa Universal de Jus-tiça, datada de 10 de julho de 2014, com seu anexo sobre o

calendário bahá’í, foi uma grande sur-presa para muitos amigos no mundo. Por intermédio de livros como “A Pre-sença de Deus” e “Os Rompedores da Alvorada”, os amigos do ocidente sempre souberam que muitas datas históricas bahá’ís foram registradas e mencionadas com base no calendário lunar do Islã.

Nessa histórica mensagem, que lança um calendário bahá’í unifica-do, a Casa Universal de Justiça nos faz refletir que “A adoção de um novo calendário em cada dispensação é o símbolo do poder da Revelação Divi-na na reforma da percepção humana da realidade material, social e espiri-tual. Por seu intermédio, os momentos sagrados serão distinguidos, o lugar da humanidade no tempo e no espa-ço será repensado, e o ritmo da vida reformulado.” A mesma mensagem chamou atenção para o fato de que o lançamento do novo calendário “unirá” ainda mais o mundo bahá’í.

Quanto ao Naw-Rúz de 2015, o meridiano bahá’í será a cidade de Te-erã, onde o equinócio vernal determi-nará o primeiro dia do ano bahá’í. Des-se ano em diante, os dois aniversários serão internacionalmente observados segundo um ajuste do calendário lunar dentro do calendário solar, cujas datas já foram anunciadas pela própria Casa Universal de Justiça.

Os escritos e elocuções de Bahá’u’lláh, tais como os publicados na Seleção de Seus Escritos, clara-mente estipulam que Teerã era re-almente a “mãe do mundo”, “a fonte de júbilo de todo o gênero humano”, “a cidade sagrada e resplandecen-te” e “a terra de glória resplendente”. Parece que Teerã foi destinada a ser o meridiano da futura Ordem Mun-dial. Shoghi Effendi disse certa vez a

Alguns trechos do artigo “O nono ciclo do calendário bahá’í e sua relação com o trabalho de ensino”, escrito pelo Dr. ‘Alí Nakhjavání, que fala da importância da implementação do calendário como forma de unir ainda mais os bahá’ís do mundo

um peregrino ocidental que o profeta Muhammad havia denominado Meca como “a mãe dos vilarejos”, porém, Bahá’u’lláh conferiu à Sua terra natal o título “a mãe do mundo”.

Quanto à questão da observância dos aniversários gêmeos, conforme indicado na nota 138 do Kitáb-i-Aqdas (páginas 187-188), o que Bahá’u’lláh quis dizer ao se referir aos dois aniver-sários como sendo um dia foi que eles devem cair em dois dias consecutivos. Isso é confirmado numa carta escrita em nome do Guardião.

Assim, conforme podemos ver cla-ramente, as datas desses Festivais Gêmeos, as quais possuem um cará-ter lunar, estarão mudando constante-mente em relação ao calendário solar. A mensagem de 10 de julho de 2014 estabeleceu essa mudança para cor-responderem a um determinado núme-ro de ciclos lunares após o Naw-Rúz, sendo que em qualquer dado ano eles cairão em outubro ou novembro.

No decorrer dos anos, o mundo bahá’í aumentou seu número de mem-bros e tornou-se bem conhecido do pú-blico e dos governos, além de ter sido devidamente reconhecida como uma organização não governamental pelos escritórios das Nações Unidas. S e m dúvida, os olhos do mundo estarão observando com interesse aguçado as futuras celebrações planetárias dos bahá’ís pela passagem dos aniversá-rios de duzentos anos do nascimento de Bahá’u’lláh e do Báb, em 2017 e 2019 respectivamente e, em 2021, a celebração do centésimo aniversá-rio da ascensão de ‘Abdu’l-Bahá que assinalou o início da Idade Formativa da Fé. Graças à ação da Casa Univer-sal de Justiça, eles não encontrarão o mundo bahá’í dividido em Oriente e Ocidente nas datas de seu calendário, mas testemunharão uma comunida-de mundial unificada, como indicou a Casa Universal de Justiça na sua

mensagem de 10 de julho de 2014.Devemos lembrar que cada dia

bahá’í tem início ao pôr-do-sol, e não à meia-noite como geralmente acontece. Para o próximo ano, a Casa Universal de Justiça fixou importantes datas —tais como as das Festas de Dezenove Dias, Dias Sagrados Bahá’ís, Ayyám-i--Há e o período do jejum — e informou a todas as Assembleias Espirituais Nacionais. Essas datas estarão dis-poníveis nos escritórios nacionais de cada país e em alguns países já foram compartilhados com os amigos.

Numa autêntica declaração publi-cada na série The Bahá’í World sob o título de “Bahá’í Calendar and Festi-vals” [Calendário e Festivais Bahá’ís], há na última seção um trecho substan-cial e de grande importância definido como “Material Adicional Selecionado da Narrativa de Nabíl”. No final dessa seção há a afirmação de que o Báb di-vidiu os anos que se seguiram à Sua Revelação “em ciclos de dezenove anos cada” e deu um nome a cada ano. O nono ciclo começou em 1996 e foi um ponto de mutação nos destinos da nossa amada Fé. É interessante notar como a unidade mundial imple-mentada pelo calendário corresponde a uma unidade de pensamento e ação sem precedentes, que tem ao longo dos últimos 19 anos, gradualmente envolvido o arcabouço da atual série de Planos.

As atividades promovidas nestes anos amplamente que a maioria das comunidades em todo o mundo bahá’í desenvolveu uma nova cultura de as-sociação livre e aberta com o público em geral e com o ambiente social à sua volta, e que estão vigilantes, aler-tas, bem despertos e determinados a impulsionar seus esforços para cum-prir de forma entusiástica e nos seus variados aspectos os desejos e espe-ranças do Corpo Supremo.

Comunidade Mundial Unificada

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Mensagem da Casa Universal de Justiça

Papua Nova Guiné abrange um grupo de ilhas na vasta extensão das águas do Pacífico, a uma imensa distância

do berço da Fé. Recentemente, soube-mos que vossos sacrifícios inspiraram de tal maneira os crentes daquela vibrante comunidade bahá’í, em sua vigorosa res-posta às exigências do Plano de Cinco Anos, que um grupo deles está trabalhan-do para fazer um programa de televisão para levar à atenção de seus compatrio-tas o sofrimento que seus mui estimados irmãos de fé do Irã suportam por sua ade-são à Causa. Essa extraordinária região, a Australásia – na qual em breve quatro Mashriqu’l-Adhkárs resplandecerão como faróis de luz da guia divina e como teste-munhos da magnificente resposta de sua população ao chamado de Bahá’u’lláh à unidade e à paz – é, de muitas maneiras, a personificação desta enfática promessa da Beleza de Abhá com referência à Sua Causa: “Se tentarem ocultar sua luz no continente, ela seguramente levantará a cabeça no coração do oceano, e, erguen-do sua voz, proclamará: ‘Eu sou quem dá vida ao mundo!’”

Seguramente, há quem queira ocultar esta luz – na verdade, extingui-la – na terra em que ela foi inicialmente acesa, e que esteja disposto a tudo para esse fim. Nos últimos meses, houve um marcante au-mento nas calúnias e mentiras, falsidades e inverdades sobre a Causa. Como são ab-solutamente fúteis os seus esforços! Pois, como sabeis, o gasto de energia e fortuna em campanhas sistemáticas para propa-gar falsidades sobre sua crença levou a um aumento de interesse em estudar os ensinamentos bahá’ís e sua história.

Considerai, por um momento, o motivo do aumento desse interesse. Naturalmen-te, é um fato bem conhecido que, ao se pesquisar a verdade de um assunto, não se pode ficar restrito ao estudo das afirma-ções de seus difamadores; para um julga-mento imparcial é necessário investigar a fonte original. Considerem que mentiras

Aos Bahá’ís do Irã

e calúnias têm sido propagadas durante 1.400 anos pelos inimigos do Islã.

A verdade da Fé do profeta Muhammad deve ser julgada pelos protestos de Seus inimigos, ou pela imersão e reflexão no oceano da Palavra sagrada revelada a Ele por Deus?

Lamentavelmente, em vosso país, a verdade tornou-se um brinquedo flexível nas mãos daqueles que estão embriaga-dos de poder mundano. Tão institucionali-zada tornou-se a mentira nos círculos ofi-ciais, que as declarações das autoridades estão cada vez mais carentes de qualquer

credibilidade. Isso contrasta nitidamente com a forma como vossos compatriotas conseguem ver e entender, cada vez mais claramente, vossa postura. Ao defenderem a verdade e ao não pronunciarem nem uma simples falsa declaração sobre vossa crença – o que vos abriria toda oportunida-de social e econômica –, vós mantendes vossa integridade e vos recusais a negar e dissimular vossa fé. Entre os vossos concidadãos, e no cenário internacional, este comprometimento com a veracidade conquistou para vós um elevado e imen-

surável louvor. Assim, não é de admirar que alguns dos que atacam a Fé no es-paço virtual finjam agora falar com a voz dos bahá’ís. Sabendo que as palavras dos seus adversários declarados estão destitu-ídas de qualquer credibilidade, esses anta-gonistas infaustos tentam semear dissen-são em vosso meio, recrutando vossa voz para usar a autoridade moral que conquis-tastes com vossa honestidade, a fim de minar vossa unidade. Essa tentativa é tão evidente que ninguém a leva a sério, mas é uma indicação do desespero e frustração daqueles que se opõem a vocês.

Essa mesma atitude fraudulenta está em evidência no modo como os jovens bahá’ís são excluídos do acesso à educa-ção superior. A cada ano, um novo pretexto é usado para enganar; este ano não foi ex-ceção. Mas, ainda assim, a diligência com que os jovens bahá’ís do Irã, a despeito de todos os obstáculos, continuam a procurar justiça e a buscar conhecimento conquis-tou a admiração dos povos do mundo e de seus governos. Seja na determinação e na integridade da jovem estudante que, tendo passado o exame vestibular, exige evidên-cia do porquê lhe está sendo negado o di-reito à educação superior; seja nas linhas de partir o coração escritas por uma crian-ça em defesa de sua irmã contra injustiça manifesta; seja na destemida audácia e determinação mostrada pelo pai preocu-pado que viaja centenas de quilômetros para expor a verdade àqueles que estão em posição de poder; ou no gesto de apoio e solidariedade de seus compatriotas – em todos os vossos outros incontáveis atos não mencionados de fidelidade e firmeza, bem como em atos de nobreza e bravura do povo do Irã, há um incomparável e edu-cativo relato sendo escrito em atos.

Porém, vossos atos não se resumem a tentativas de buscar justiça. Vossa in-cessante busca de conhecimento é talvez um dos mais destacados exemplos de re-siliência construtiva na era moderna. Num mundo em que a educação não está imu-

A verdade da Fé do

profeta Muhammad

deve ser julgada

pelos protestos de

Seus inimigos, ou pela

imersão e reflexão

no oceano da Palavra

sagrada revelada a Ele

por Deus?

Casa Universal de Justiça

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ne às forças que promovem a concepção materialista da vida humana, e onde, para alguns, o grau universitário tornou-se arti-go de consumo, permanece em nítido con-traste a vossa admirável busca do conhe-cimento pelo próprio conhecimento, pelo aprimoramento que exerce nos poderes da mente humana e pelas capacidades que desenvolve para o serviço. Mas, o mais no-tável é que essa atitude, esse entendimen-to, esse valor que acertadamente atribuís ao conhecimento, não se confina a um cer-to pequeno setor de vossa comunidade. O imperativo de educar é a preocupação central tanto para vossos jovens, quanto para vossos velhos; para os estudantes, certamente, mas também para aqueles que correm todos os riscos para ensinar e compartilhar conhecimento, para aqueles que organizam os empreendimentos edu-cativos, para os pais que, com sacrifício, asseguram que seus filhos possam conti-nuar sua educação, para aqueles que ge-nerosamente oferecem hospitalidade, para aqueles que oram por esse esforço e lhe desejam sucesso, e para incontáveis ou-tros que, de miríades de outras maneiras, tornam possível esse ato coletivo. Esse es-pírito resoluto e esses atos abnegados me-recem o mais elevado louvor. Refleti sobre as forças destrutivas em ação que estão desestabilizando o equilíbrio em todas as partes do mundo, incluindo a situação que

predomina em vosso próprio país. O poder é tomado e exercido de um modo que tor-ce ou obscurece a verdade, para servir aos interesses especiais de poucos, às custas de muitos. De tal modo o fanatismo se ex-pande em nome da religião, que distorce o comportamento humano e promove a con-tenda social, a ponto de estar em comple-to contraste com as qualidades espirituais e o bem-estar social que os Mensageiros de Deus Se sacrificaram para promover. O materialismo entorpece o espírito hu-mano, atolando no lamaçal da auto-in-dulgência e das tendências animalescas o pássaro que poderia voar nos céus. Ao

serem golpeados por essas forças, os seres humanos almejam a verdade e aquilo que é direito e são impeli-dos a descobrir um modo de sair desse pântano. Inspira-dos pelos ensinamentos de Bahá’u’lláh, vós enfrentais tais forças negativas, res-pondendo a essa busca da verdade e, juntamente com outros de mesma mentalida-de, trabalhando no processo de construir um mundo justo e pacífico. Louvor a Deus por estardes engajados em cumprir as admoestações do vosso Bem-Amado. Por-tanto, prossegui em vosso caminho com confiança. Desafiados pelas forças que lutam em benefício próprio, segui na aquisição de co-nhecimento; diante do fana-tismo, construí a unidade e combatei os preconceitos de todos os tipos; em respos-

ta à inimizade e ao ódio, oferecei amor e mostrai misericórdia e compaixão; ao invés de vos render ao consumismo, vivei uma vida abnegada de serviço e usai vossos re-cursos para a melhora do mundo. Associai--vos com camaradagem e trabalhai com todos os que se esforçam em prol desses objetivos nobres. Esta oração do Mestre descreve bem o vosso estado e expressa os sentimentos dos nossos corações.

Ó Divina Providência! Esta congrega-ção é formada por Teus amigos, atraídos à Tua beleza e inflamados com o fogo de Teu amor. Transforma essas almas em anjos celestiais, ressuscita-as através dos sopros de Teu Espírito Santo, con-cede-lhes línguas eloquentes e corações resolutos, dota-as de poder celestial e de suscetibilidades misericordiosas, faze com que sejam promotoras da unidade do gê-nero humano e a causa de amor e concór-dia no mundo humano, para que assim as perigosas trevas do preconceito ignorante se desvaneçam ante a luz do Sol da Ver-dade, e este mundo sombrio se ilumine, e este reino mortal possa absorver os raios do mundo do espírito, e essas cores dife-rentes possam fundir-se numa só cor, e a melodia do louvor possa elevar-se ao reino de Tua santidade. Verdadeiramente, és o Onipotente, o Todo-Poderoso!

[assinado: A Casa Universal de Justiça]

O materialismo

entorpece o espírito

humano, atolando

no lamaçal da auto-

indulgência e das

tendências animalescas

o pássaro que poderia

voar nos céus.

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Entre os dias 14 e 21 de maio aconteceu a campanha mundial em favor da liberdade das sete lideranças bahá’ís presas desde 2008 no Irã: Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid

Rezaie, Mahvash Sabet, Behrouz Tavakkoli, e Vahid Tizfahm.No Brasil, a mobilização aconteceu principalmente nas redes sociais

e contou com a participação mais de 10 mil pessoas. Sob as hashtags #7Bahais7Years e #7Bahais7Anos, os participantes publicaram no facebook mensagens, vídeos e fotos de apoio às sete lideranças bahá’ís presas no Irã e aos seus correligionários. As mensagens foram transformadas num banner de 15x5m que foi estendido no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, no último dia da mobilização.

“A campanha aumentou a consciência no Brasil sobre a situação dos bahá’ís no Irã, um contingente de 350 mil pessoas. “Mais de uma centena de idivíduos encontram-se presos por serem bahá’ís, incluindo outras lideranças comunitárias, idosos e até mães com crianças de colo”, informou Iradj Roberto Eghrari, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil.

Diversas lideranças nacionais gravaram vídeos de apoio aos bahá’ís presos, e parlamentares realizaram pronunciamentos no Congresso Nacional para pressionar o estado iraniano a cumprir os acordos de direitos humanos e libertar os bahá’ís presos injustamente.

“Farei um pronunciamento no plenário do Senado com um clamor para que as autoridades iranianas escutem o Senado brasileiro e escutem o apelo que o mundo inteiro está fazendo” - Senadora Gleisi Hoffmann (PR)

“Todo ser humano tem o direito de exercer a sua religiosidade. Por isso, todo apoio à Comunidade Bahá’í, todo apoio a liberdade de credo” - Deputada Federal Erika Kokay (DF)

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como um dos seus pontos mais altos a defesa da liberdade religiosa. A Comunidade Bahá’í, pelo seu trabalho, pela sua luta, está legitimada, aos olhos do mundo, como detentora de direitos, sujeita à liberdade” - Deputada Federal Margarida Salomão (MG)

“Eu me incorporo àqueles que defendem a Fé Bahá’í. Não podemos tolerar em hipótese alguma que no Irã pessoas que

professem essa religião estejam sendo presas” - Senador Otto Alencar (BA)

“A pergunta que todos no Plenário devem estar se fazendo é: qual o crime cometido pelos bahá’ís? Foi professar uma religião que acredita que Deus é um só, que a humanidade é uma só? Eu quero dizer que eu também acredito. Assim me associo nesta data a todas as pessoas de boa vontade na luta pela imediata cessação de toda forma de intolerância religiosa e pela merecida liberdade [às lideranças bahá’ís no Irã]” - Senador Paulo Paim (RS)

“Espero que a comunidade internacional, a ONU, todas as pessoas de boa vontade, os crentes e os não crentes… continuem nessa campanha pela liberdade religiosa, pela diversidade, pelo Estado laico… e que o governo do Irã afinal se sensibilize e pare com essa perseguição, porque essa é uma perseguição a todos nós” - Deputado Federal Chico Alencar (RJ)

Confira as declarações de alguns parlamentares:

Campanha “7 Anos de Injustiça” alcança mais de 10 mil pessoas só no Brasil

Nacional

7Nº 40 | janeiro - julho de 2015

Lançado em 2015, o filme Educação Não É Crime (To Light a Candle em inglês) é um documentário do reno-

mado diretor iraniano Maziar Bahari. O filme destaca as diversas violações aos direitos humanos dos bahá’ís no Irã, desde a vandalização de suas propriedades, tor-tura e execução e, em especial,na negati-va de acesso dos jovens bahá’ís ao ensino superior - tudo por causa de suas crenças religiosas.

Como forma de oferecer uma alterna-tiva educacional a esses jovens, alguns professores criaram, na década de 1980, o Instituto Bahá’í de Educação Superior (conhecido por sua sigla inglesa BIHE). A iniciativa tem sofrido diversos ataques ao longo de sua existência, já que o propósito do Estado Iraniano é impedir o desenvolvi-mento da comunidade bahá’í no país.

Um dos personagens retratados no documentário é o professor de psicologia Kayvan Rahimian, que conta o passo a passo da prisão de seu pai e, posterior-mente, a sua própria, dando detalhes das

“Educação Não É Crime”

No dia 28 de maio, o documentário foi exibido na Universidade Federal da

Paraíba (UFPB) para os estudantes dos cursos de Ciências da Religião e Relações Internacionais. O evento foi moderado pelo professor Marcos Alan Ferreira, que facilitou um amplo debate com os estudantes participantes.

torturas vividas nas prisões iranianas. O fil-me apresenta documentos inéditos, cartas escritas entre familiares, depoimentos de ex-alunos do BIHE e de seus professores nas universidades para as quais foram posteriormente aceitos no exterior, tama-nho o reconhecimento de sua excelência acadêmica.

Educação Não É Crime demonstra

que, mesmo com sua liberdade restrin-gida e seus bens confiscados, a vontade de aprender dos bahá’ís do Irã é maior do que toda tentativa de impedi-los de contri-buir para o progresso de sua terra natal.

No Brasil, o documentário Educação Não É Crime tem sido exibido em eventos oficiais e não oficiais em diversas cidades.

A primeira exibição ocorreu em 17 de março, em Brasília. Entre os convidados estava Hasti Khoshnammanesh, uma iraniana formada pelo BIHE. Durante o debate, Hasti contou um pouco de sua história. “Os agentes do Estado iraniano entraram no nosso laboratório de informática e simplesmente destruíram tudo. Para mim não é nem um pouco fácil falar sobre essa experiência. Tudo o que vocês viram, tudo isso é a realidade; tudo isso eu vivi”.

Na Bahia a exibição aconteceu no dia 18 de março no auditório Luis Eduardo Magalhães, que fica no campus da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). O evento foi aberto ao público e contou com mais de uma centena de participantes, que tiveram a oportunidade de fazer perguntas e debater sobre a situação de direitos humanos no Irã.

SalvadorBrasíliaJoão Pessoa

8 Nº 40 | janeiro - julho de 2015

Aos bahá’ís do mundo

Amigos ternamente amados,

O resplendente período do Ridván está às portas e, das alturas alcançadas pela comunidade do Nome Supremo há brilhan-tes perspectivas visíveis no horizonte. Um vasto terreno já foi percorrido: novos pro-gramas de crescimento surgiram e, con-quanto centenas mais devam ainda surgir nos próximos doze meses, já se iniciaram os esforços para colocar em ação o padrão de atividade requerido em quase todos os agrupamentos necessários para se al-cançar os 5.000 estipulados no Plano de Cinco Anos. Programas existentes estão ganhando força, e muitos estão mostran-do mais claramente o que significa para a Causa de Deus penetrar mais no pano-rama social através de um agrupamento e numa vizinhança ou povoado. Os cami-nhos que levam a uma expansão e conso-lidação sustentadas em larga escala estão sendo seguidos com passos mais firmes, em geral com jovens valorosos marcan-do a cadência. As maneiras pelas quais o poder de construção de sociedade da Fé pode se expressar em diversos cenários estão se tornando mais evidentes, e aque-las características definidoras que deverão marcar o desdobramento adicional do pro-cesso de crescimento num agrupamento estão ficando gradualmente discerníveis.

O chamado para executar e apoiar este trabalho é dirigido a todo seguidor de Bahá’u’lláh e evocará uma resposta em todo coração que se condói com a mise-rável condição do mundo, as lamentáveis circunstâncias das quais tantas pessoas são incapazes de se libertar. Pois, no final das contas, é na ação sistemática, deter-minada e abnegada, realizada dentro da ampla abrangência do marco conceitual do Plano, que se encontra a resposta mais construtiva de todo crente preocupado com os crescentes males de uma socie-dade conturbada. No decorrer do último ano, tornou-se ainda mais claro que, em diferentes nações, de diferentes manei-

ras, o consenso social a respeito de ideais que tradicionalmente uniam e unificavam um povo está cada vez mais desgastado e esgotado. Não mais pode oferecer uma defesa confiável contra uma variedade de ideologias interesseiras, intolerantes e tóxicas que se alimentam do descon-tentamento e do ressentimento. Com um mundo conflitante, parecendo cada dia menos seguro de si mesmo, os proponen-tes dessas doutrinas destrutivas se tornam mais e mais atrevidos e desavergonhados. Lembramos o inequívoco veredito da Pena Suprema: “Eles se apressam ao fogo do inferno e o confundem com a luz”. Líderes de nações bem intencionados e pessoas

ção, está tomando forma um novo modo de vida coletiva que dá expressão prática a tudo o que é divino nos seres humanos. Observamos como, principalmente nos lu-gares em que a intensidade no ensino e as atividades de construção de comunidades vêm sendo mantidas, os amigos foram ca-pazes de se proteger das forças do mate-rialismo que ameaçam minar suas precio-sas energias. Não somente isso, mas na administração de várias outras demandas sobre o seu tempo, jamais negligenciaram as sagradas e urgentes tarefas que se lhes apresentam. Tal atenção às necessida-des da Fé e aos melhores interesses da humanidade é exigida de todas as comu-nidades. Onde quer que um programa de crescimento tenha sido estabelecido num agrupamento virgem, vemos como os pri-meiros movimentos de atividade surgem do amor a Bahá’u’lláh no coração de um crente comprometido. Embora os graus de complexidade devam finalmente se ajustar ao aumento do tamanho de uma comunidade, toda atividade começa com este simples filamento de amor. É o fio vital com que se tece o padrão de paciência e esforço concentrado, ciclo após ciclo, para apresentar a crianças, jovens e adultos as ideias espirituais; promover um sentimen-to de adoração por meio de reuniões de oração e devoção; estimular conversas que iluminem o entendimento; lançar um número sempre crescente de pessoas no estudo da Palavra Criativa por toda a vida e para que a traduzam em ação; desenvol-ver, juntamente com outros, a capacidade para o serviço; e acompanhar uns aos ou-tros no exercício daquilo que foi aprendi-do. Queridos amigos, amados da Beleza de Abhá, oramos sinceramente por vocês a cada ocasião em que nos apresentamos em Seu Sagrado Limiar, a fim de que seu amor por Ele possa lhes dar força para consagrarem suas vidas à Sua Causa.

As ricas percepções que surgem dos agrupamentos e dos centros de atividade intensa neles existentes, onde a dinâmica da vida comunitária já abarcou grandes números de pessoas, merecem menção

Mensagem do Ridván para o ano 172 E.B.

de boa vontade estão ao abandono na ten-tativa de reparar as fraturas evidentes na sociedade, e são impotentes para impedir sua expansão. Os efeitos de tudo isso não são somente vistos diretamente no conflito ou no colapso da ordem. Na desconfian-ça que põe vizinho contra vizinho e rompe laços familiares, no antagonismo de tanta coisa que passa por discurso social, na leviandade com que apelos a motivações humanas ignóbeis são usados para ga-nhar poder e acumular riquezas – em tudo isso há um sinal inequívoco de que a força moral que sustenta a sociedade esvaiu-se gravemente.

No entanto, há encorajamento no co-nhecimento de que, em meio à desintegra-

O importantíssimo trabalho de expansão e consolidação cria um alicerce sólido para os esforços aos quais o mundo bahá’í está sendo chamado em numerosas outras esferas.

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especial. Temos satisfação em ver como uma cultura de apoio mútuo, baseada em companheirismo e serviço humilde, esta-beleceu-se, muito naturalmente, em tais regiões, proporcionando que mais e mais almas se reúnam no âmbito das atividades da comunidade. De fato, num crescente número de ambientes, o movimento de uma população rumo à visão de Bahá’u’lláh para uma nova sociedade não mais parece meramente uma perspectiva encantadora, mas uma realidade emergente.

Desejamos dirigir algumas palavras adicionais àqueles de vocês em cujas cir-cunvizinhanças um progresso marcante ainda está por acontecer e que anseiam por mudança. Tenham esperança. Não será sempre assim. Não é a história de nossa Fé repleta de relatos de começos desfavoráveis, mas com resultados mara-vilhosos? Quantas vezes os atos de uns poucos crentes – jovens ou velhos – ou de uma única família, ou mesmo de uma só alma, quando confirmados pelo poder da assistência divina, conseguiram culti-var comunidades vibrantes em ambientes aparentemente inóspitos? Não imaginem que o seu caso seja inerentemente dife-rente. Mudança num agrupamento, seja rápida ou arduamente conquistada, não provém de uma abordagem baseada em fórmulas nem de atividade aleatória; ela re-sulta do ritmo de ação, reflexão e consulta, e é impulsionada por planos que são frutos da experiência. Além disso, e quaisquer

que sejam seus efeitos imediatos, serviço ao Bem-Amado é, em si mesmo, uma fon-te permanente de alegria para o espírito. Inspirem-se também no exemplo de seus irmãos espirituais no berço da Fé, de como sua visão construtiva, sua resiliência como comunidade e sua firmeza em promover a Palavra Divina estão causando mudança na sua sociedade, tanto em pensamen-to como em ação. Deus está com vocês, com cada um de vocês. Nos doze meses restantes do Plano, que cada comunidade avance de sua condição atual para uma mais forte.

O importantíssimo trabalho de expan-são e consolidação cria um alicerce sólido para os esforços aos quais o mundo bahá’í está sendo chamado em numerosas ou-tras esferas. No Centro Mundial Bahá’í, es-tão sendo intensificados os esforços para catalogar e indexar metodicamente o con-teúdo de milhares de Epístolas que consti-tuem aquele legado infinitamente precioso, os Textos Sagrados de nossa Fé, mantido em fideicomisso em benefício de toda a humanidade – isso para acelerar a publi-cação de volumes dos Escritos, tanto nas línguas originais, quanto na tradução in-glesa. Continuam com rapidez os esforços para estabelecer oito Mashriqu’l-Adhkárs, Santuários sagrados erigidos para a glória de Deus. O trabalho de assuntos externos em nível nacional ganhou marcada eficá-cia e tornou-se cada vez mais sistemático, adicionalmente estimulado pela liberação

de um documento, enviado há seis meses às Assembleias Espirituais Nacionais, o qual se vale da considerável experiência gerada durante as duas últimas décadas e provê um marco conceitual ampliado para o desenvolvimento desses esforços no futuro. Entrementes, dois novos escritó-rios da Comunidade Internacional Bahá’í, irmãos de seus Escritórios nas Nações Unidas em Nova Iorque e em Genebra, e de seu Escritório em Bruxelas, foram aber-tos em Adis Abeba e Jacarta, ampliando as oportunidades das perspectivas da Causa serem oferecidas em âmbito inter-nacional na África e no sudeste asiático. Frequentemente impelidas pelas neces-sidades do crescimento, uma gama de Assembleias Nacionais estão construindo sua capacidade administrativa, perceptí-vel em sua criteriosa gestão dos recursos que lhes estão disponíveis, seus esforços para se tornarem intimamente familiariza-dos com as condições de suas comunida-des e sua vigilância em assegurar que as operações de seus escritórios nacionais sejam sempre fortalecidas; a necessidade de sistematizar o imponente corpo de co-nhecimento que ora se acumula nesta área levou à criação, no Centro Mundial, do Es-critório para o Desenvolvimento de Siste-mas Administrativos. Iniciativas para ação social de vários tipos continuam a se mul-tiplicar em muitos países, propiciando que muito seja aprendido sobre como a sabe-doria entesourada nos Ensinamentos pode ser aplicada para a melhora das condições sociais e econômicas; tão promissor é este campo que estabelecemos um Corpo Con-sultivo Internacional de sete membros para o Escritório de Desenvolvimento Social e Econômico, iniciando o próximo estágio na evolução daquele Escritório. Três mem-bros desse Corpo também servirão como equipe de coordenação do Escritório e re-sidirão na Terra Santa.

Assim, neste Ridván, enquanto ve-mos muito a ser feito, encontramos muitos prontos a fazê-lo. Em milhares de agrupa-mentos, vizinhanças e povoados, novas nascentes de fé e certeza estão eclodindo, animando os espíritos daqueles tocados por suas águas vivificadoras. Há lugares em que o fluxo é de um regato contínuo, em outros já é um rio. Agora não é tempo de qualquer alma hesitar na margem – que todos se lancem na correnteza.

[Assinado: A Casa Universal de Justiça]

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Juventude no caminho do serviço

A figura ímpar do Guardião da Fé Bahá’í, Shoghi Effendi, é conhecida por seus muitos atributos no serviço ao crescimento da causa da unidade da humanidade. Seus dias e suas noites eram dedicados ao

acompanhamento de pioneiros devotos que saíam para o ensino, o estudo constante dos Textos Sagrados e a tradução desses princípios em ação. Quantas vezes ele abdicou de seu descanso para poder servir mais um pouco? Quantas vezes priorizou o serviço à humanidade em vez de suas necessidades individuais?Durante as férias escolares de 2015, jovens bahá’ís de várias regiões seguiram esse modelo, levantando-se para ajudar a conquistar as metas do atual Plano de Cinco Anos.

Na região Amazônica, entre 3 e 24 de janeiro, os agrupamentos Luz Verde e Iranduba receberam 14 jovens vindos dos agrupamentos de Estrela da Paz, Kwatá, Nova Olinda, Vale de Akká e Xapuri. Por meio do estudo dos livros do Instituto Ruhí, eles agora estão capacitados a iniciar reuniões devocionais, aulas de educação espiritual para crianças, grupos de pré-jovens e também para atuarem como tutores de círculos de estudo. No mesmo período, os agrupamentos Manacapuru e Presidente Figueiredo receberam equipes visitantes que mobilizaram e capacitaram recursos humanos para utilizar os materiais das Conferências de Juventude e do Instituto para promover o desenvolvimento espiritual local.

No Centro-Oeste, cerca de 60 instrutores participaram em atividades em 13 agrupamentos . Eles visitaram Centros de Referência de Assistência Social e escolas, conheceram famílias e jovens em vizinhanças, fortaleceram laços de amizade e mostraram apoio aos pioneiros que vivem na região. Como resultado, foram abertas reuniões devocionais, e o processo de Instituto ganhou impulso — em alguns casos com início e conclusão do Livro 1 durante o período da campanha de férias.

Plano de Cinco Anos

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Em Uberaba (MG) uma equipe de jovens de três agrupamentos levantou-se para acompanhar as atividades de construção de vizinhança, que incluem a realização regular de reuniões devocionais, círculos de estudo e grupos de pré-jovens.

Entre 9 e 23 de julho, os animados jovens do Mato Grosso do Sul organizaram uma nova campanha, que culminou com a realização de um encontro de juventude de dois dias no final do mês. Em Jardins, os participantes concluíram o estudo dos livros 1 e 3 do Instituto Ruhí, e agora serão estimulados a iniciar reuniões devocionais e aulas para crianças. Em Aquidauana, novas turmas de aulas para crianças já foram abertas.

No Sudeste, 60 jovens — incluindo de famílias bahá’ís e antigos participantes de grupos de pré-jovens e seus amigos — reuniram-se entre 9 e 11 de janeiro para estreitar laços de amizade e refletir sobre as forças que impulsionam ou impedem seu desenvolvimento pessoal. “Para mim, [a fragmentação dos aspectos da vida] é algo que bate na porta todos os dias. É muito difícil não separar as coisas, ainda mais no mundo que vivemos hoje. E esse final de semana me ajudou a lembrar que nossa vida deve ser parte de um todo, e que unir as tarefas e pensar de forma conjunta ajuda as coisas a darem certo”, relatou Michele, uma das participantes das atividades na região.

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Flávio Azm Rassekh (SP) em entrevista ao programa Opinião Livre, sobre a situação da mulher no Oriente Médio

Oficina de Participação nos Discursos da Sociedade, Iranduba (AM)

Bahá’u’lláh nos aconselha: “Ocupai-vos ansiosamente nos requisitos da era em que viveis, concentrando vossas de-liberações em suas exigências e necessidades”. Desta

forma, a Casa Universal de Justiça tem encorajado os indivídu-os, a comunidade bahá’í e as suas instituições a se envolverem cada vez mais na vida da sociedade, trabalhando ombro a ombro com os mais variados grupos, para que, juntos possamos levar avante uma civilização em contínuo progresso, social, material e espiritual.

E isso não ocorre apenas em âmbito internacional, ou nas grandes decisões políticas de um país, mas sobretudo nas raízes da comunidade, naqueles processos relacionados ao desenvol-vimento de uma cidade ou de uma vizinhança.

Ao longo dos recentes anos, temos nos visto cada vez mais diante de desafios ligados a temas como a promoção da justiça, igualdade de gênero, diálogo harmonioso entre as religiões ou promoção de equidade.

Em uma mensagem ao Corpo Continental de Conselheiros, a Casa de Justiça destacou que à “medida que a comunidade cresce em tamanho e em capacidade de manter a vitalidade, os amigos serão atraídos ainda mais ao seio da vida da socieda-de e serão desafiados a tirar proveito das abordagens que eles desenvolveram para responder a um leque cada vez maior de

questões sendo enfrentadas por seu povoado” (28 de dezembro de 2010). A Casa nos encoraja ainda mais ao dizer que “[e]m to-dos os lugares, um número notável de amigos encontra-se pron-to para entrar em conversação com pessoas de várias origens e interesses e para realizar com eles uma exploração da realidade que dá origem a um entendimento compartilhado das exigências deste período da história humana e os meios necessários para abordá-las”.

É importante notar que nossa disposição para contribuir com o avanço desses discursos passa também pela disponibilidade de recursos — sejam financeiros, de tempo ou de pessoal. As parcerias estabelecidas para transformar a sociedade e promo-ver a causa da unidade e do bem-estar humano passam devem estar de acordo com circunstâncias sociais ou interesses profis-sionais, “na busca de abordagens pragmáticas que possam ser adotadas pela sociedade em geral para tratar de determinados males humanos”, conforme destacado pela Casa de Justiça em mensagem recente a uma Assembleia Espiritual Nacional (11 de junho de 2014). Em todos os casos, é essencial adotar uma pos-tura de aprendizagem que nos permita engajar em conversações genuínas nas quais possamos oferecer percepções extraídas tanto dos escritos quanto de nossa experiência em aplicá-los a um determinado contexto.

Um olhar sobre a crescente participação bahá’í nos discursos da sociedade brasileira

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Maria Cláudia Drummond (DF) em entrevista para a série “Entre o Céu e a Terra”, da TV Brasil

Reunião do CONER (Conselho de Ensino Religioso do Distrito Federal), na Sede Nacional, em Brasília

TEDxGoiânia (GO), organizado por um bahá’í, a 10/12/2014, Dia dos Direitos Humanos. Na foto a fala de Dulce Magalhães sobre a Unidade na Diversidade das Religiões.

Jonny Silva (SC) em entrevista ao programa Olhares, na TV Band, sobre o Naw-Rúz

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Internacional

Uma vasta biblioteca de livros bahá’ís e literatura correlata foi aberta em fevereiro de 2015 a pesquisadores acadêmicos, exa-

tamente 35 anos depois do falecimento de seu fundador.

Quando o distinto acadêmico, histo-riador e escritor Hasan M. Balyuzi (1908-1980) faleceu em Londres em 12 de fe-vereiro de 1980, ele deixou para trás uma coleção extraordinária de cerca de 10 mil livros, assim como uma grande quantidade de manuscritos, cartas originais, mapas, documentos, periódicos e itens não publi-cados, alguns deles datados do século XIX.

O desejo do Sr. Balyuzi era que essa coleção fosse disponibilizada “para o be-nefício de todos aqueles que buscam co-nhecimento” e, conforme aditado a seu testamento, pediu o estabelecimento da “Biblioteca Afnan”. O Sr. Balyuzi era mem-bro da distinta família Afnan, e era bisneto

de um cunhado do Báb (1819-1850), um dos Manifestantes Gêmeos que fundaram a Fé Bahá’í.

“Meu pai sempre foi amante dos livros”, disse Robert Balyuzi – um dos cinco filhos do acadêmico, quatro dos quais participa-ram da abertura oficial da sede permanente da biblioteca. Ele amava a aparência dos livros, o toque deles, o cheiro deles, e eles eram sua companhia constante… Ele via seus livros não como algo que pertences-se a ele, mas como se estivessem sob sua custódia temporária”, disse Robert.

O Fundo da Biblioteca Afnan foi es-tabelecido em 1985 a fim de administrar e expandir a coleção, assim como para encontrar um local apropriado para aco-modá-la. Em abril do ano passado, surgiu a oportunidade de se comprar uma proprie-dade digna, uma construção recentemente reformada que anteriormente abrigava uma capela na pequena cidade de Sandy, próxi-

ma a Cambridge.“Desde que ele faleceu, nos dedicamos

a angariar recursos e a pensar quais seriam as condições ideais para a biblioteca. Ten-tamos três prédios diferentes no passado, todos os quais se mostraram inadequados, e agora temos este que preenche todos os requisitos. Estamos muito felizes com isso. Acreditamos que esta será a sede perma-nente da biblioteca”, disse o Dr. Momen, um dos fiduciários da Biblioteca Afnan que trabalhou como assistente de pesquisa do Dr. Balyuzi.

A construção foi inaugurada oficialmen-te em 12 de fevereiro desse ano, pelo de-legado de Bedfordshire, Sr. Colin Osborne. “Esse prédio é uma parte importante do patrimônio de Sandy, localizado num local prestigioso da Praça Comercial. Estou mui-to contente que os fiduciários da Biblioteca Afnan tenham selecionado Sandy e espe-cialmente esse local. Desejo à biblioteca todo sucesso e espero que todos os que venham até aqui possam encontrar paz e tranquilidade para poderem realizar suas pesquisas”, afirmou Osborne.

O Sr. Balyuzi colecionava não apenas literatura bahá’í, mas também textos sobre outras religiões, história, Oriente Médio e uma variedade de temas. Desde 1980, a Biblioteca recebeu também uma quan-tidade de livros e papers de membros da comunidade bahá’í, e também continuou a adquirir novas publicações para manter seu acervo atualizado.

A expectativa é que pesquisadores possam fazer uso da biblioteca, conforme era desejo do Sr. Balyuzi. “Qualquer pes-soa pode agendar uma visita e ter acesso aos materiais. Atualmente, trata-se de uma iniciativa única no mundo, já que não há nenhum outro lugar em que você possa ir e ter acesso a esta quantidade, variedade e profundidade de materiais bahá’ís”, infor-mou o Dr. Momen.

Coleção notável de literatura bahá’í encontra morada permanente

A Biblioteca Afnan Library agora tem sede permanente em uma antiga capela na cidade de Sandy, próxima a Cambridge, Inglaterra

SANDY, Reino Unido (BWNS)

Dr. Moojan Momen mostra um raro manuscrito em Persa aos convidados reunidos no evento de inauguração da Biblioteca Afnan Library em Sandy, Reino Unido, no dia 12 de fevereiro de 2015

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Pintura de Carlos Ruas da Casa de Adoração de Cauca

Em 2012, a Casa Universal de Jus-tiça anunciou a criação de templos bahá’ís locais. As designadas Casas

de Adoração (ou Mashriqu’l-Adhkár), des-critas por ‘Abdu’l-Bahá como “uma das instituições mais vitais do mundo”. A Casa mencionou em sua mensagem que os tem-plos refletem uma coerência entre dois as-pectos essenciais e inseparáveis da vida bahá’í: adoração e serviço.

Uma das regiões privilegiadas pela honra de vir a possuir a primeira geração de templos bahá’ís locais no mundo é a do Norte del Cauca, uma região de terra es-branquecida por quilômetros de plantações de cana de açúcar, sob o olhar vigilante dos Andes.

Com o anúncio da Casa de Adoração Bahá’í, muitos habitantes estão trabalhan-do para renascimento da diversidade eco-lógica que sempre caracterizou a região. Na vila de Água Azul, e nas comunidades vizinhas, as pessoas têm desenvolvido a consciência do propósito da Casa de Ado-ração, onde a natureza física se relaciona com o bem-estar espiritual e social da po-pulação.

O projeto tem captado tanto a imagina-ção das pessoas na região que muitos têm começado a doar sementes e plantas para enriquecer as vizinhanças do sítio do Tem-plo. Além disso foi construída uma estufa por voluntários locais. Eislenis Arroyo lem-bra que “houve ofertas de diferentes plan-tas e frutíferas. Cada amigo, dependendo de seus recursos e oportunidades está contribuindo na construção dos bosques”.

Entre esses amigos está Gilberto Va-lencia, um trabalhador local de fábrica que foi inspirado a não só se conectar mais com a história de sua família (fazendeiros de vá-rias gerações) como resolveu prosseguir os seus estudos universitários, cursando hoje engenharia ambiental. “Quando comecei a trabalhar no terreno, senti naquele momen-to que o que iríamos construir mudaria o ambiente natural”, disse. “Esta é uma opor-tunidade de mudar o destino da região”.

O seu filho, Jason, de dez anos, é o mais novo e mais jovem voluntário e mem-bro da equipe. Ele menciona a sua relação com o pai, mas sobretudo um senso de

guardiania que lhe permite preocupar-se com o ambiente. “Amo trabalhar com o meu pai neste projeto porque, juntos, va-mos revitalizar muitas das plantas que se perderam.”

O Norte del Cauca”, recorda Jesica Ortiz, “era um bosque espesso de muitas espécies nativas, com muita água”, mas a paisagem se transformou nos últimos 50 anos. A ideia do bosque nativo “responde à necessidade das próprias pessoas que está gerando entusiasmo e alegria. Tornou--se um espaço que atende a visão de servi-ço da comunidade”.

Aqui, vemos a adoração e o serviço ocorrerem em simultâneo: o florescimento de um espírito de devoção que encontra expressão em atos de oração e um proces-so educacional que desenvolve capacida-de para serviço à humanidade. A vitalidade de uma comunidade, engajadada na ação social é um evidente elemento de desen-volvimento para além da expansão e con-solidação.

A Casa Universal de Justiça anunciou a construção de cinco Casas de Adoração lo-cais — Battambang (Camboja), Bihar Sha-rif (Índia), Matunda Soy (Quênia), Norte del Cauca (Colômbia) e Tanna (Vanuatu). Em cada uma delas pode-se ver centros para a

disseminação da aprendizagem de modo a nutrir a habilidade dos amigos em avançar o programa de pré-jovens em regiões asso-ciadas. Por sua vez, o programa estimula o desenvolvimento de outras atividades. Desse modo, além de seu objetivo básico, um centro de aprendizagem fortalece todo o esquema de expansão e consolidação, abre-se para o trabalho junto à sociedade e em cada um deles emerge, nos anos vin-douros, um Mashriqu’l-Adhkár local que, por sua vez, como no caso Norte del Cau-ca, oferece ainda mais oportunidades para ação, reflexão e serviço comunitário.

A Casa de Adoração, que ainda não está construída, já está realizando o seu propósito. Ela tem inspirando os habitantes da região a se conectarem com o sagra-do e alcançarem alturas mais sublimes de serviço às suas comunidades. “A ideia do Templo, o que ele representa”, diz Ximena Osorio, “está se cultivando em todos nós — crianças, jovens e adultos — uma aprecia-ção da importância de uma vida centrada à volta da adoração de Deus e serviço à humanidade”.

Casas de Adoração Bahá’ís promovem o desenvolvimento comunitário

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Em 1997, a Casa Univer-sal de Justiça

anunciou a criação de uma estrutura de Conselhos Regionais, destinada a fortale-cer as Assembleias Espirituais Locais, complementando os trabalhos do Institu-to de Capacitação e promovendo uma es-treita conexão com a Assembleia Espiritu-al Nacional em cada

país. Ao longo das últimas décadas, as comunidades nacionais vêm trabalhando para desenvolver capacidades e definir meca-nismos a fim de implementar essa estrutura de maneira cada vez mais coerente com as demais atividades do Plano Divino. Sob guia da Casa Universal de Justiça, a Assembleia Nacional vem trabalhando para fortalecer os seis conselhos existentes no Brasil, descentralizando certos processos para favorecer seu fortaleci-mento. Exemplo disso é o processo de planejamento e orçamen-to. A Assembleia Nacional não planejam pelos Conselhos; são os Conselhos fazem os seus próprios planos e apresentam à As-sembleia. Essa apresentação, que ocorre sob forma de consul-ta, permite que a Assembleia Nacional diga como pode ajudar e o que ela não teria condições de aportar. Essa postura, sempre amorosa e colaboradora da Assembleia Nacional, encoraja e es-timula — esse é um dos elementos da descentralização.É uma relação de acompanhando e não uma cultura de fiscalização;essa relação nasce da confiança plena entre as duas instituições. An-tes, havia a ideia de que era uma relação entre uma mãe ou pai com seus filhos, mas hoje compreendemos que é uma relação de irmão mais velho, mais experiente, com os irmãos mais novos, que têm mais energia e estão mais próximos aos movimentos nas bases da comunidade.

Esse aprendizado sobre descentralização se repete a nível dos agrupamentos. As vizinhanças estão se fortalecendo e os

Conselheiros Continentais falam sobre os Conselhos Regionais e outras estruturas administrativas

Conselheira Ingrid Conter

Descentralização, planejamento e participação estão entre os principais destaques

Plano de Cinco Anos

promotores das atividades centrais se reúnem para avaliar, refletir e planejar o crescimento das atividades de construção de bairros vibrantes. O caráter espiritual e a exploração da aplicação dos en-sinamentos em suas vidas individuais e coletivas ocorre pelas ati-vidades mas também pela atuação das agências do agrupamento que acompanham o núcleo de cada vizinhança. Todo esse pro-cesso implica uma visão sistêmica que permite a inter-conexão de todas as instituições envolvidas para que, juntas, aprendam.

Uma das estratégias utilizadas é um processo de capacitação consistente e sistemático. E quem capacita um Conselho, na re-alidade, não é necessariamente uma Assembleia Nacional: é o próprio Conselho que se capacita, com guias e orientações. Outra estratégia que tem demonstrado eficácia é a criação de espaços para reflexão e planejamento, como as reuniões semestrais que temos por região. Nessas reuniões é possível ver em que em es-tágio de desenvolvimento estão os agrupamentos de cada região, quais são as ações que estão sendo tomadas, e as necessidades de fluxo de fundos, informações e guias.

Para isso, é fundamental a participação de todos os crentes. Na mensagem de Naw-Rúz de 1954, Shoghi Effendi comparou a Casa Universal de Justiça a um livro e as Assembleias Nacionais a frases. Já os indivíduos, afirmou o Guardião, são comparáveis a pontos. Como podem frases e livros serem escritos sem a união constante de pontos em letras? Ou seja, o papel dos indivíduos para o for-talecimento e a coerência de funcionamento des-sa estrutura é essencial. Neste espírito, vale lem-brar o chamado emitido pela Casa Universal de Justiça na Mensagem de Ridván deste ano: “não é tempo de qualquer alma hesitar na margem – que todos se lancem na cor-renteza”.

Conselheiro Pejman Samoori

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Fundos Bahá’ís

O crescimento da Causa de Deus no Brasil e as consequentes demandas financeiras e operacionais continu-

aram, nos últimos 12 meses, recebendo especial atenção da Assembleia Espiri-tual Nacional. A ênfase dada nos últimos anos para o fortalecimento da Tesouraria Nacional permitiu uma série de novos de-senvolvimentos em processos e uma maior descentralização regional; porém as contri-buições recebidas não têm representado o potencial da comunidade brasileira e uma real participação universal.

O Orçamento Nacional para o ano 172, como nos anos anteriores, foi elaborado com extremo cuidado e analisado criterio-samente, em cada instância, integrando um único documento tantos as necessárias despesas a serem efetuadas no nível na-cional quanto por seus ramos regionais, ou seja, dos Institutos e Conselhos. O princí-pio que rege a preparação de tais orçamen-tos é sempre avaliar de que maneira cada item contemplado está relacionado com um plano de ação bem elaborado e como este contribuirá para o avanço da Causa. O montante total do Orçamento Nacional é de cerca de R$3.800.000,00, dos quais, apro-ximadamente 50% destina-se diretamente a promover despesas a nível regional. Li-mitar despesas é especialmente difícil para uma comunidade que, com recursos huma-nos e materiais restritos, está baseada em uma grande maioria de voluntários de um lado, e por um crescente contingente de colaboradores a tempo parcial ou integral, além de alguns poucos profissionais remu-nerados, de outro lado.

Um país de dimensões continentais como o Brasil, com necessidades tão abrangentes, necessita de um Fundo Na-cional mais robusto e próspero e de que seus Ramos Regionais sejam igualmente fortalecidos. Neste sentido, é preocupante nossa contínua dependência de ajuda do Centro Mundial Bahá’í para manutenção de diversas atividades realizadas no país. Cer-ca de 30% do Orçamento Nacional é co-berto com apoio do Centro Mundial. Como dito em anos anteriores, precisamos grada-tivamente reduzir tais ajudas externas até o ponto de novamente sermos a comunidade autossuficiente de que tanto nos orgulhá-vamos. Por outro lado, o não cumprimen-to da meta anual de contribuições tem re-

Fundo Nacional:Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

Fundo Internacional: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 10248-2Fundo Continental: B. Itaú: Agência 0198 conta – c/c: 06611-0Fundo Templo do Chile: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 9229-0Fundo Dotações: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 16709-6Fundo Novos Templos: B. Itaú: Agência: 0198 – c/c: 04214-5

Huqúqu’lláh.

Mensagem da Tesouraria Nacionalsultado em um déficit operacional que se acumula a cada ano. Mesmo contando com essa ajuda externa, para que o Orçamento Nacional possa ser honrado e as necessá-rias despesas realizadas, a comunidade nacional precisa conscientemente quase que dobrar a média mensal que tem sido contribuída para o Fundo Nacional nos úl-timos anos.

A Assembleia Nacional tem a expectati-va de que a comunidade nacional consulte amplamente sobre as questões a seguir:

— Participação Universal: Como forta-lecer o vínculo sagrado de cada crente com o Convênio através de sua contribuição ao Fundo?

— Como educar a comunidade a al-cançar um novo padrão de vida, livre das amarras do consumismo, fortalecida pelo desprendimento, parcimônia e sacrifício, de modo a resultar numa consciente eleva-ção do valor absoluto e atualizado das contribuições?

Nesse sentido, uma estra-tégia que está tendo bons re-sultados em nosso país é o curso Eu te Criei Rico... Nobre Te Fiz. O curso, mais do que apro-fundar os crentes na Lei do Huqú-qu’lláh e sobre o Fundo Bahá’í, contribui dire-tamente para a construção de uma nova sociedade, um novo modo de vida. Ques-tões como alicerces espirituais da prospe-ridade e verdadeira natureza da felicidade, são trabalhadas, constituindo um marco dentro do qual cada indivíduo é encoraja-

do a verdadeiramente desenvolver-se ma-terial e espiritualmente, livre das amarras do consumismo e individualismo, podendo efetivamente contribuir para a construção de uma sociedade iluminada pelo princípio da justiça. Neste sentido, o conceito de em-poderamento ganha uma nova dimensão:

Relacionadas ao poder nesse sentido, estão as palavras “liberar”, “encorajar”, “canalizar”, “guiar” e “habilitar”. Poder não é uma entidade finita a ser “capturada” e “zelosamente protegida”; constitui uma ili-mitada capacidade de transformar...

A Casa Universal de Justiça

Para saber como estudar o curso, con-tate sua Assembleia Local ou o Represen-tante do Huqúqu’lláh em sua região.

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Editora lança Clube do Livro Bahá’í

Editora Bahá’í

O Clube do Livro Bahá’í é um espaço para promover o conhecimento e e o aprofundamento dos leitores no oceano das Escrituras e Ensinamentos da Fé Bahá’í.

Ao realizar a sua assinatura, você poderá montar a sua biblioteca pessoal a partir de um grande acervo de obras disponíveis em língua portuguesa e em outros idiomas.

FuncionamentoÉ muito simples participar: uma vez feita a inscrição no

Clube do Livro Bahá’í, você recebe o “Livro do Mês” e outros produtos na comodidade da sua casa, durante a vigência da sua associação.

Garantia de qualidadeO associado do Clube do Livro Bahá’í tem a garantia

de sempre receber livros de qualidade, graças aos critérios adotados pela equipe técnica da Editora Bahá’í do Brasil.

VantagensO Clube do Livro Bahá’í oferece aos seus associados uma

conveniência regular com a Palavra Sagrada. O associado recebe atualizações sobre os lançamentos da Editora Bahá’í do Brasil, além de dispor de maior comodidade na aquisição

de livros e materiais audiovisuais e de identificação bahá’í, mediante o pagamento de uma mensalidade. Terá também à sua disponibilidade uma central de relacionamento, em horário comercial, para consultas e atendimento.

Benefícios do Clube- Associação a um fórum de leitores e pesquisadores

interessados na literatura bahá’í mundial;- Recebimento periódico de um título da literatura bahá’í

(Livro do Mês), acompanhado de resenha, isento de custo de frete. Alternativamente, o associado poderá solicitar outro livro ou objeto de identificação bahá’í para presentear familiares ou amigos;

- Oportunidade de montar ou renovar sua biblioteca pessoal, a partir dos títulos selecionados e disponíveis para aquisição;

- Estímulo à leitura, por meio do contato com joias da literatura religiosa;

- Comodidade de receber os produtos da Editora Bahá’í do Brasil em casa.

Para mais informações acesse o site da editora:www.editorabahaibrasil.com.br