avaliação pós-ocupação de conjunto
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Excelente bibliografia para avaliação pós ocupaçãoTRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE DE SO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SO CARLOS
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
AVALIAO PS-OCUPAO DE CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL
Dicentes: Andr Saretta Zanferdini
Caliane Christie Oliveira de Almeida Carla de Oliveira Barroso
Iara DelArco Sanches
Docentes: Prof. Dra Sheila Walbe Ornstein
Prof. Dr. Marcelo Tramontano Prof. Dr. Mrcio Minto Fabricio
Trabalho apresentado Disciplina de Tpicos Especiais - SAP 5879 Avaliao Ps-ocupao no Contexto de Gesto do Processo de Projeto
SO CARLOS, 2008.
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AGRADECIMENTOS
Aos moradores do conjunto habitacional Oscar Barros sem os quais no seria possvel esta pesquisa, agradecemos por nos receber em suas casas em horrios nem sempre convenientes, por nos fornecer informaes valiosas para o andamento da pesquisa e quem sabe para contribuio para melhoria da vida dos prprios moradores.
Aos funcionrios do conjunto habitacional pela pacincia com que nos receberam e pela ajuda valiosa no contato com os moradores.
arquiteta Luciana Prado do escritrio Recchia & Prado por nos conceder uma valiosa entrevista rica em informaes.
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SUMRIO
1. INTRODUO......................................................................................................05 1.1. Contextualizao da questo habitacional no Brasil................................05 1.2. Abordagem quantitativa X Abordagem qualitativa da questo
habitacional...................................................................................................07 1.3. Programas habitacionais: casa prpria e aluguel social..........................08 1.4. Importncia da gesto da manuteno para HIS.......................................09
2. OBJETIVOS..........................................................................................................11 2.1. Geral:..............................................................................................................11 2.2. Especficos:...................................................................................................11
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS..............................................................11 4. APO - AVALIAO PS-OCUPAO ...............................................................17
4.1. HISTRICO....................................................................................................17 5. PLANEJAMENTO E APLICAO DA APO........................................................19
5.1. DEFINIO DO OBJETO DE ESTUDO DE CASO.......................................19 5.2. DEFINIO DO UNIVERSO DA PESQUISA E DA AMOSTRA....................21 5.3. LEVANTAMENTO DE DADOS......................................................................24 5.4. DEFINIO DE CRITRIOS DE DESEMPENHO.........................................25 5.5. INSTRUMENTOS DE COLETA......................................................................28
6. RESULTADOS E ANLISE DE DADOS..............................................................33 6.1. RESULTADOS E ANLISE DAS ENTREVISTAS.........................................33 6.2. TABULAO DOS DADOS E ANLISE DAS INFORMAES DOS
QUESTIONRIOS..........................................................................................36 6.2.1. Caracterizao do usurio..................................................................36 6.2.2. Avaliao do bairro.............................................................................40 6.2.3. Avaliao do condomnio...................................................................43 6.2.4. Avaliao do apartamento..................................................................47 6.2.5. Avaliao da manuteno..................................................................55 6.2.6. Comentrios feitos pelos usurios relatados nos questionrios...62
6.3. TABULAO DOS DADOS E ANLISE DAS INFORMAES DAS VISTORIAS TCNICAS..................................................................................70
6.3.1. Avaliaes do conjunto habitacional - reas coletivas...................70 6.3.1.1. reas externas dos blocos......................................................70
6.3.1.2. Edificaes de uso coletivo.....................................................78
6.3.2. Avaliaes do conjunto habitacional unidades habitacionais....85 6.3.2.1. Alvenaria estrutural..................................................................87
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6.3.2.2. Impermeabilizao....................................................................90 6.3.2.3. Pavimentao............................................................................92 6.3.2.4. Revestimentos...........................................................................94 6.3.2.5. Forro...........................................................................................99 6.3.2.6. Marcenaria e ferragens...........................................................102 6.3.2.7. Serralheria, vidros e ferragens..............................................104 6.3.2.8. Instalaes eltricas...............................................................106 6.3.2.9. Instalaes hidro-sanitrias...................................................109 6.3.2.10. Instalaes de gs..................................................................111
6.4. ANLISE INTEGRADA DE RESULTADOS................................................112 6.4.1. reas coletivas..................................................................................112 6.4.2. Equipamentos coletivos...................................................................114 6.4.3. Condomnio........................................................................................116 6.4.4. Insero urbana.................................................................................117 6.4.5. Unidades habitacionais....................................................................117
7. CONSIDERAES FINAIS................................................................................118 8. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................119 9. ANEXOS..............................................................................................................121
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1. INTRODUO
1.1. Contextualizao da questo habitacional no Brasil
Nos ltimos 50 anos o pas teve uma das maiores taxas de urbanizao do mundo,
com falta de acesso a habitao para a maioria da populao gerando o aumento da
favelizao e da segregao scio-espacial. Esse crescimento tem como
conseqncia a ocupao desordenada do territrio brasileiro e o dficit de
habitaes de interesse social (HIS), exigindo uma poltica eficaz no somente no
setor construtivo, mas tambm nos setores econmicos e sociais (ROSSI, 2006).
A questo do dficit habitacional originou-se no Brasil de um contingente de
trabalhadores cada vez mais expropriados do produto habitao, em um perodo em
que a industrializao foi menor que a urbanizao (GITAHY, 2002).
No Brasil, a demanda por edificaes, em particular a
demanda por habitaes, fortemente dependente do nvel de
emprego e da distribuio de renda, variveis estas
condicionadas pela poltica econmica e pelo desempenho da
economia. Assim que os recursos disponveis no mbito do
Sistema Financeiro da Habitao dependem do nvel geral de
atividade econmica, uma vez que as taxas de emprego e
renda repercutem sobre a captao de recursos (via poupana
e Fundo de Garantia por Tempo de Servio FGTS) e sobre o
nvel de retirada de recursos do sistema pela populao (das
duas fontes mencionadas) (FARAH, 1996).
A questo habitacional j era reconhecida como problema do Estado mesmo antes
da fundao do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNH) em 1964, contudo at
ento a presena de interesses contraditrios presentes nos governos populistas, a
falta de priorizao do problema e a descontinuidade administrativa constituram em
barreiras para o desenvolvimento de uma poltica de habitao mais eficaz. Solues
habitacionais alternativas sem qualidade de vida e espaos urbanos como cortios e
vilas operrias eram as alternativas mais freqentes encontradas pelo trabalhador
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urbano ao final do sculo XIX e primeiras dcadas do sculo XX (GITAHY, 2002),
quando emergiram tentativas de solues para o problema habitacional.
Nesse contexto, o governo criou rgos e programas na tentativa de resolver o
problema habitacional no pas. Como as Caixas de Aposentadorias e Penses -
CAPs (dcada de vinte); os Institutos de Aposentadoria e Penses - IAPs (criados
entre 1933 e 1938); a Fundao da Casa Popular FCP (primeiro rgo de mbito
federal criado nos anos quarenta atribudo exclusivamente soluo da questo
habitacional), sendo esse ultimo uma tentativa frustrada de poltica habitacional, pois
esse rgo viabilizou menos unidades habitacionais que outros rgos como o IAP
que no possua a questo habitacional como principal objetivo (BONDUKI,2004).
Em 1964 foi criado o Banco Nacional de Habitao (BNH) tido como principal
instituio federal de desenvolvimento urbano da histria brasileira. Nesta dcada as
solues de HIS encontradas e aplicadas pelo BNH foram os chamados conjuntos
habitacionais, posteriormente esses passaram a serem vistos como problema por
vrios fatores, pela monotonia de espaos, espaos coletivos sem atrativos e pelos
problemas sociais decorrentes da implementao desse tipo de soluo (ABIKO &
CARDOSO, 2006).
Na primeira metade da dcada de 70, a poltica de deslocamento de populaes
para reas perifricas ministrada pelo BNH foi fortemente criticada por
pesquisadores que mostraram como esse deslocamento desmantelava as redes de
sociabilidade locais e dificultava o acesso ao trabalho, produzindo enormes
problemas sociais e, em mdio prazo, a volta para favela. Essas crticas atuao
do BNH aliado aos movimentos sociais urbanos levaram o BNH a repensar sua
atuao e a instituir programas de habitao alternativos (ABIKO & CARDOSO,
2006).
Essa mudana de nfase na direo dos programas habitacionais, passando da
soluo tradicional para a alternativa, somada a crise e extino do BNH em 1986
mostra o processo de descentralizao das aes neste setor com um maior
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desenvolvimento de planos alternativos espalhados pelo pas (ABIKO & CARDOSO,
2006).
1.2. Abordagem quantitativa X Abordagem qualitativa da questo habitacional
Dentro do panorama de criao de programas habitacionais visto uma grande
preocupao com a abordagem quantitativa da questo, analisando o problema de
dficit habitacional em nmeros, tentando combat-lo com construo em quantidade
de unidades habitacionais. Desde a origem da HIS, podemos observar a busca pela
economia na construo habitacional, atravs da racionalizao, da produo em
larga escala na construo, e com o abrandamento das normas referentes a esse
setor:
O abrandamento das exigncias do Cdigo de Obras e do
Cdigo Estadual Sanitrio era uma reivindicao recorrente,
considerada indispensvel no barateamento da construo: o I
Congresso da Habitao julga no ser possvel obter
barateamento na construo das habitaes populares sem que
sejam criadas maiores facilidades das disposies
regulamentares(PRADO 1931:81 voto aprovado)
(BONDUKI, 2004).
Com relao ao ambiente construdo, uma abordagem mais qualitativa do tema da
habitao de interesse social pode colaborar com a busca pela sustentabilidade ao
longo do tempo, sustentabilidade ambiental, econmica e social seguem atreladas,
contribuindo enormemente na corrida contra o dficit habitacional gerando reduo
de custos, aumento da qualidade do produto e conseqentemente melhoria na
qualidade de vida do usurio.
Segundo NOVAES (1996) as exigncias de qualidade dos produtos finais implicam
no atendimento s exigncias dos usurios, em termos de habitabilidade,
durabilidade e economia.
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Para isso deve-se prestar ateno ao ciclo de vida do empreendimento,
considerando sua concepo na fase de processo de projeto, sua construo, sua
interao com o meio ambiente, os impactos ambientais causados em todo o
processo, sua durabilidade com relao ao ambiente construdo e com relao ao
tempo de permanncia dos usurios e seu descarte (demolio).
1.3. Programas habitacionais: casa prpria e aluguel social
Vrios so os programas alternativos em andamento que visam solucionar o
problema habitacional, alguns funcionando por meio de financiamento com a entrega
do imvel ao muturio como os da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano do Estado - CDHU seguindo o conceito da casa prpria e outros operando
atravs do sistema de aluguel social, sistema pouco difundido no Brasil, mas muito
utilizado em outros pases como a Frana. Dentro deste modelo de aluguel social
est o Programa de Arrendamento Residencial (PAR):
O PAR uma operao de aquisio de empreendimentos a
ser construdo, em construo ou a recuperar/ reformar,
destinados ao entendimento da necessidade de moradia da
populao com renda familiar mensal de at R$ 1.800,00,
concentrada nas regies metropolitanas e nos centros urbanos
de grande porte, para arrendamento residencial, com opo de
compra ao final do prazo contratado (CAIXA ECONMICA
FEDERAL, 2003).
Nesse tipo de programa, escolhido para esse trabalho acadmico como objeto de
estudo de estudo, o rgo gestor fica responsvel pelo empreendimento ainda por
alguns anos, sendo responsvel pela sua administrao, e operao, arcando com
os recursos necessrios para sua manuteno at que, e se, as unidades
habitacionais forem compradas pelos usurios que pagam parcelas de
arrendamento, aps um perodo de tempo mnimo determinado em contrato.
Nesses programas de aluguel social ou arrendamento, mostra-se ainda mais
importante que os edifcios apresentem bom desempenho no mbito econmico de
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uso e manuteno (alm claro da busca pelo controle de impactos ambientais
causados ao ambiente externo e o fornecimento de um ambiente interno confortvel),
representando uso eficiente de recursos pelos rgos gestores e possibilitando
redirecionamento de investimentos para outros projetos.
Podemos encontrar um exemplo de sistema de aluguel social na Frana, l
denominado HLM (Habitation Loyer Modere Habitao de Aluguel Reduzido),
cujos planos so estabelecidos pelo OPAH (Operation Programme dAmlioration
lHabitat Programa de Melhoramento do Habitat) com participao do governo e de
organizaes no governamentais. Neste sistema, mesmo aps a entrega das
unidades habitacionais aos inquilinos continua existindo um controle do poder
executivo e das organizaes no governamentais no que diz respeito manuteno
das edificaes e o convvio social entre os moradores. (MAIO & SANTANA, 2006).
1.4. Importncia da gesto da manuteno para HIS
Sustentabilidade e manutenibilidade so conceitos que seguem atrelados. Um bom
planejamento da etapa de uso, operao e manuteno de um empreendimento
ainda na fase inicial de concepo e projeto do produto, acarretam em um melhor
desempenho do edifcio e economia de recursos em longo prazo, ou seja, um maior
grau de manutenibilidade, diminuindo a necessidade de operaes corretivas e o
impacto ambiental, contribuindo para a sustentabilidade da edificao.
Dunston et al. (1999) apud Aris (2006) conceitua manutenibilidade como sendo a
caracterstica de design (ou projeto) a qual incorpora funo, acessibilidade,
confiabilidade, facilidade de uso e reparo em todos os componentes dos sistemas,
que maximizam custos e benefcios do ciclo de vida do edifcio.
O grau de manutenibilidade tem origem na importncia dada na fase inicial de projeto
aos fatores de operao, uso e manuteno, buscando maior integrao das
diferentes frentes de projetos simultaneamente considerando fatores de manuteno,
fornecendo subsdios para que possa ser elaborado um projeto da manuteno do
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edifcio de maneira eficaz, planejando estratgias de manuteno preventivas e/ ou
corretivas.
No contexto da habitao de interesse social (HIS), torna-se fator determinante para
um bom desempenho do empreendimento a elaborao de um Projeto da Manuteno, com planejamento e especificaes dos cuidados de manuteno que devem ser desenvolvidos ao longo do uso do edifcio de forma a preservar seu
desempenho ao longo do tempo.
A gesto da manuteno (preventiva e corretiva), principal foco da avaliao ps-ocupao proposta neste trabalho, um fator de elevada importncia e influncia no
consumo de recursos energticos, alterao de tarifas condominiais e durao da
vida til de uma edificao como um todo. Portanto, no mbito de edificaes de
interesse social, a identificao de fatores atuantes positiva ou negativamente na
gesto da manuteno, contribui para um melhor aproveitamento de recursos
investidos nesse tipo de programa.
O Projeto da Manuteno deve ser apresentado na forma de manuais de operao,
uso e manuteno, e devem dar subsdios aos usurios e condomnios no processo
de manuteno dos edifcios, com recomendaes, especificaes quanto os
cuidados e freqncia das manutenes necessrias ao longo da vida til do edifcio.
Com base em Aris (2006) possvel argumentar que o Projeto da Manuteno deve
considerar: o desenvolvimento programas de manuteno preventiva, agendando
servios regulares para preveno de patologias prematuras nos sistemas e seus
componentes; elaborao de modos econmicos de operao que proporcionem a
confiabilidade necessria no desempenho da edificao; estimativas precisas de
custos de manuteno; completa identificao de reparos e trabalhos de manuteno
necessrios; gesto do histrico de dados relacionados a eventos de manuteno
para retroalimentao de futuros projetos; e busca continuada de solues
exeqveis de engenharia para manuteno dos problemas.
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2. OBJETIVOS
2.1. Geral:
Realizar uma avaliao ps-ocupacional com foco na gesto da manuteno no
Conjunto Residencial Oscar Barros, um empreendimento do Plano de Arrendamento
Residencial PAR, na cidade de So Carlos.
2.2. Especficos:
Identificar e analisar as patologias construtivas e os problemas nos espaos comuns
do condomnio e no interior das unidades habitacionais, acarretados por falhas
construtivas, uso indevido e / ou pelo tempo.
Identificar e analisar o processo de identificao / soluo de problemas no que diz
respeito manuteno (preventiva ou corretiva) tanto das unidades habitacionais
quanto das reas coletivas do conjunto habitacional.
Verificar se as questes abordadas so utilizadas para retroalimentao de novos
projetos no mbito da habitao de interesse social promovida pelo PAR.
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Dentre a vasta bibliografia acerca da Avaliao Ps-ocupacional em conjuntos
habitacionais de interesse social existente no Brasil e no mundo, ainda escassa
aquela que se refere avaliao de aspectos relacionados manuteno e gesto
condominial (objetivos do presente trabalho), sobretudo, em nosso pas. Autores
largamente conhecidos mundialmente, como U-HAB (1995)1, Dunowicz, Gerscovich
e Boselli (1993)2 e Newman (1996)3, equivalem s principais referncias para o
desenvolvimento de estudos nessas reas. No Brasil, para a avaliao de moradias
11 1UHAB TheUrbanHomesteadingAssistanceBoard&HPD DepartmentofHousingPreservationandDevelopmentoftheCityofNewYork.Homesteadershandbook:aguidetobuildingmaintenanceandrepair.v.6,NewYork:UHAB,1995.2 DUNOWICZ, R.; GERSCOVICH, A.; BOSELLI, T. Usurios, tcnicos y municpio en la rehabilitacin del hbitat: administracin ymantenimiento de conjuntos habitacionales. Buenos Aires, Argentina: Facultad de Arquitectura, Diseo y Urbanismo, Universidad deBuenosAires.SerieDifusin,6,1993.3NEWMAN,Oscar.Defensiblespace.Anewphysicalplanningtool forurbanrevitalization. In:EDRA27PUBLICANDPRIVATEPLACES.Edmond,Oklahoma:EnvironmentalDesignResearchAssociation,June1996.p.1825.
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sociais, tm-se: Mascar (1985)4, Boueri (1989)5, Ghoubar (1995)6, Romro (1997)7,
Ornstein e Romro (1992)8, Ornstein et al (1997)9, Medvedovski (1997)10, como os
mais conhecidos estudos.
Por possuir carter essencialmente didtico e, conseqentemente, um tempo
restrito para aplicao da ferramenta APO e formulao do relatrio final, cerca de
oito semanas, adotou-se como baliza para o desenvolvimento do presente trabalho,
um repertrio referencial mais restrito, que inclui: Ornstein e Romro (1992), e Reis e
Lay (1994)11, para a elaborao dos questionrios e planilhas de coletas de dados; e
Ornstein e Romro (2003)12, para a utilizao da ferramenta APO em conjuntos
habitacionais; alm da reviso bibliogrfica acerca da produo da habitao social
no Brasil e em So Paulo, e do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), para
contextualizao e introduo do objeto de estudo no texto. As informaes
registradas em sala de aula serviram para dar respaldo s anlises e como dados
complementares.
Nesse sentido, o trabalho corresponde a uma pesquisa experimental, tomando
como estudo de caso o Conjunto Habitacional Oscar Barros, localizado na cidade de
So Carlos-SP. No qual, foram aplicados os conceitos metodolgicos de avaliao
12 4MASCAR,J.L.Ocustodasdecisesarquitetnicas.SoPaulo:Nobel,1985.5BOUERI FILHO, J. J.Antropometria: fatordimensionaldahabitao. SoPaulo, 1989. Tese (Doutorado) FaculdadedeArquitetura eUrbanismodaUniversidadedeSoPaulo.6GHOUBAR,Khaled.AlgunsindicadoreseconmicosefuncionaisdehabitaesunifamiliaresautoconstrudasperifricosdeSoPaulo.In:SEMINRIONACIONAL SOBREDESENVOLVIMENTOTECNOLGICOPRMOLDADOSEAUTOCONSTRUO.Anais... SoPaulo:NcleodePesquisaemTecnologiadeUrbanismoeFaculdadedeArquiteturaeUrbanismodaUniversidadedeSoPaulo,1995.p.281289.7ROMRO,MarcelodeAndrade.Consumodeenergiaeltricaepadresdeusoemconjuntoshabitacionaisparapopulaodebaixarenda.In:ENCONTRONACIONALDECONFORTONOAMBIENTECONSTRUDO,4.,Salvador,Bahia.Anais...Salvador,Bahia:AssociaoNacionaldeTecnologiadoAmbienteConstrudo(ANTAC),novembro1997,p.403407.8ORNSTEIN,S.;ROMROM.(Colab.)Avaliaopsocupaodoambienteconstrudo.SoPaulo,StudioNobel:EDUSP,1992.9ORNSTEIN,SheilaWalbe;ROMRO,MarcelodeAndrade;CRUZ,AnterodeOliveira.AvaliaoPsOcupao(APO)aplicadaemconjuntohabitacionalemSoPaulo: anlise funcionaleergomtricados ambientes internosdo apartamento como indicadordequalidadeparafuturos projetos. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUDO, 4., Salvador, Bahia: AssociaoNacional deTecnologiadoAmbienteConstrudo(ANTAC),nov.1997,p.513518.10MEDVEDOVSKI,Nirce Saffer.As indefinies de responsabilidade damanuteno dos espaos exteriores em conjuntos habitacionaispopulares.AvaliaoPsOcupao. In:SEMINRIO INTERNACIONAL.TECNOLOGIAARQUITETURAURBANISMO,1997,SoPaulo.Anais...FAUUSP,1997,p.103118.11REIS,AntonioTarcsio;LAY,MariaCristinaDias.Mtodosetcnicasparalevantamentodecampoeanlisededados:questesgerais.In:WORKSHOPAVALIAOPSOCUPAO.Anais...AssociaoNacionaldeTecnologiadoAmbienteConstrudo,NUTAU:NcleodePesquisaemTecnologiadeArquiteturaeUrbanismo:USP,ANTAC:1994.p.2849.12Romro,M.A;Ornstein,S.W.(coord.).AvaliaoPsOcupao.MtodoseTcnicasaplicadosHabitaoSocial.SoPaulo:FAUUSP;ANTAC;FINEP,2003.
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ps-ocupacional, com o intuito de avaliar a gesto da manuteno no
empreendimento, o desempenho tcnico das edificaes e das reas e
equipamentos coletivos, bem como montar um perfil dos usurios do
empreendimento. Para tanto, foram utilizados como instrumentos de coletas de
dados: a observao tcnica dos espaos e edificaes (vistorias tcnicas), a
aplicao de questionrios junto aos moradores do referido conjunto e a realizao
de entrevistas com os responsveis pelo projeto, com o morador representante de
condomnio (na ausncia de um sndico) e conversas informais com os empregados
da assistncia de servios gerais (jardineiro, porteiro, etc.) alm de moradores que
participaram ou no da pesquisa respondendo ao questionrio. As informaes
coletadas foram sistematizadas, confrontadas e analisadas, e resultaram na
formulao de sugestes que podero auxiliar em possveis intervenes no
Conjunto Residencial em questo alm de fornecer informaes para
retroalimentao de futuros projetos.
A inteno da escolha pelos seguintes instrumentos de APO:
Questionrio do usurio: com a inteno de fazer uma caracterizao do usurio, saber da sua opinio com relao insero do condomnio,
identificar falhas na oferta de segurana e servios no bairro, e principalmente
identificar a opinio e participao do usurio no que diz respeito gesto da
manuteno do condomnio residencial;
Vistoria da unidade habitacional: na inteno de fazer uma inspeo cmodo cmodo tentando identificar patologias e discrepncias,
contabilizando suas incidncias e comparando ou, complementando com as
informaes fornecidas pelos usurios durante a aplicao do questionrio;
Vistoria das reas coletivas: para fazer inspeo nas reas e equipamentos coletivos, buscando identificar patologias, discrepncias, analisar o estado de
conservao e possveis conseqncias na infra-estrutura e estruturas
devidas gesto da manuteno.
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Entrevista com pessoas chave: para obter informaes que complementem a gama de informaes obtidas com os outros instrumentos de coleta de
dados; perceber em que condies o condomnio foi concebido; obter dados
de ocupao; saber como gerido o condomnio, etc.
Mais especificadamente, foram realizadas em se tratando da avaliao tcnica
pelos especialistas: entrevistas com funcionrio da Caixa Econmica Federal e com
a arquiteta Luciana de Sousa Prado Escritrio de Arquitetura Recchia & Prado
Arquitetura (ver anexo 9.4); obteno dos projetos junto a secretaria do PROHAB,
leitura dos projetos executivos originais, manual do usurio; visitas de
reconhecimento e exploratria (walkthrough); registro fotogrfico das reas coletivas
e edificaes do Conjunto; checklist tcnico, ou vistoria das reas coletivas (ver
anexo 9.3).
No tocante avaliao da opinio dos usurios com relao ao
empreendimento realizou-se: entrevista com pessoa chave no condomnio
(representante de condomnio - ver item 6.1); aplicao e anlise do questionrio
teste; aplicao e anlise do questionrio definitivo (ver modelo de questionrio no
anexo 9.1); alm de observaes. A partir das quais foram formulados os
diagnsticos dos objetos de avaliao, as recomendaes para o estudo de caso,
recomendaes e diretrizes para futuros projetos e o relatrio final.
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Em se tratando das etapas cumpridas para o desenvolvimento do trabalho,
tm-se:
Etapa 1
Atividades Componentes Situao Observaes
Levantamento de dados
Planta baixa Ok Corte/fachada Ok
Layout Ok Implantao Ok
Memorial descritivo No disponvel Manual do usurio Ok Folder/propaganda Ok
Elaborao dos questionrios Sndico Ok Usurio Ok
Elaborao dos roteiros das entrevistas
Arquiteto Ok Sndico Ok Zelador Ok
Administradora Ok
Elaborao do check list Ok Elaborao do walk-through Ok
Realizao das entrevistas
Arquiteto Ok Sndico Ok Representante de condom.
Etapa 2 Zelador Inexistente Administradora No acessvel Usurios Ok Conversas casuais Walk through Ok Check-list Ok
Etapa 3 Observao comportamental Vistoria das unid. habitacionais Ok Aplicao dos questionrios Ok Organizao e tabulao dos dados Ok Transcrio das entrevistas Ok
Etapa 4 Interpretao dos dados Ok Elaborao da monografia Ok Elaborao/ apresentao do seminrio Ok
Tabela 1 Etapas de avaliao ps-ocupao do empreendimento
O universo de estudo, o Conjunto Habitacional Oscar Barros, possui 13 (treze)
blocos de apartamentos, com dois pavimentos (trreo e primeiro pavimento) cada,
totalizando 104 (cento e quatro) unidades habitacionais. Tomando como base o
clculo adotado por Ornstein e Romro (2003), e considerando a existncia de 4
(quatro) apartamentos desocupados ou vazios, foi adotado como amostragem de
anlise intencional, o nmero de 50 (cinqenta) unidades habitacionais, o que
corresponde a 50% dos apartamentos ocupados em todos os blocos e andares (ver
quadro de distribuio amostral a seguir), cujos parmetros de erro e confiabilidade
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so 10% e 95,5%, respectivamente (ORNSTEIN e ROMRO, 2003). A supracitada
amostra foi empregada tanto para a avaliao tcnica quanto para a avaliao da
gesto da manuteno no havendo, dessa forma, sub-amostras. Para a definio e
seleo das unidades que representaram essa amostra o critrio adotado foi
predisposio de seus moradores, identificada por meio de carta resposta
endereada aos mesmos, e posteriormente, indicaes (vizinhos, familiares e
amigos).
BLOCO 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTO A 11 12 13 14 21 22 23 24B 11 12 13 14 21 22 23 24C 11 12 13 14 21 22 23 24D 11 12 13 14 21 22 23 24E 11 12 13 14 21 22 23 24F 11 12 13 14 21 22 23 24G 11 12 13 14 21 22 23 24H 11 12 13 14 21 22 23 24I 11 12 13 14 21 22 23 24J 11 12 13 14 21 22 23 24K 11 12 13 14 21 22 23 24L 11 12 13 14 21 22 23 24M 11 12 13 14 21 22 23 24
Tabela 2 Distribuio amostral (clulas em amarelo referentes aos questionrios testes)
Os critrios para a aplicao dos questionrios com os moradores corresponderam: ao tempo de residncia no Conjunto Oscar Barros (mais de um
ano), ser chefe de famlia ou representante do chefe de famlia, e residir
regularmente no imvel. Ainda em se tratando da aplicao dos questionrios,
procurou-se equiparar o nmero de moradores do sexo masculino e feminino,
abranger as faixas etrias mais variadas, assim como os graus de instruo e as
faixas salariais especificadas no questionrio, e distribuir o mais homogeneamente
possvel as entrevistas nos blocos e pavimentos do referido Conjunto.
O questionrio foi estruturado em seis blocos de perguntas: dados gerais,
identificao e caracterizao scio-econmica do morador, avaliao do bairro,
avaliao do condomnio, avaliao do apartamento e avaliao da manuteno (ver
modelo no anexo 9.1). Para a avaliao das variveis (grau de satisfao do morador
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com o uso e manuteno) foi adotada uma escala de avaliao verbal mpar, com
cinco pontos pssimo, ruim, regular, bom ou timo , alm do no se aplica
(NSA), e no sabe (NS). Tambm so percebidas no formulrio definitivo perguntas
abertas e de escala nominal (sim, no ou no sei).
No tocante sistematizao e tratamento dos dados foram utilizadas planilhas
eletrnicas com o programa Excel for Windows (tabelas e grficos pizza,
relacionrios e barras/cones), correspondentes a cada uma das questes, abertas ou
fechadas, do formulrio, para posteriores cruzamentos entre respostas, como se ver
adiante.
A aplicao do questionrio pr-teste ocorreu no dia 25 e 26 de setembro, com dois
moradores, e a aplicao dos 50 (cinqenta) questionrios definitivos ocorreram no
decorrer de vrios dias, durante os meses de setembro e outubro, primeiramente em
finais de semana para maior alcance dos usurios e posteriormente no decorrer dos
dias de semana na tentativa de alcanar o nmero da amostra. A entrevista com o
assistente de negcios da Caixa Econmica (Breno Antnio de Oliveira Jnior) se
deu no dia 21/08, a entrevista com uma das arquitetas responsveis pelo projeto
(Luciana Prado) ocorreu no dia 25 de setembro.
4. APO - AVALIAO PS-OCUPAO
4.1. HISTRICO
De acordo com Ornstein e Romro (2003), a preocupao para com a qualidade do ambiente construdo, data da Antiguidade. Entende-se por ambiente
construdo qualquer edifcio ou espao pblico, coberto ou no, no qual evidencia-se
um projeto. Apesar de ser buscada pelo homem h tempos, atualmente apenas
alguns pases desenvolvidos como Inglaterra e Blgica, possuem indicadores da
origem das patologias nas construes, que comumente remetem s falhas
projetuais e aos erros de execuo.
No Brasil, apesar da ainda prematura preocupao, avanos nesse campo
so percebidos nos ltimos anos graas, sobretudo, NBR 9000, cujos objetivos
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remetem reduo das falhas de produo e uso, e ao aumento da qualidade de
produtos, incluindo as construes, no pas. Ornstein e Romro (2003, p.26),
atentam que embora existam avanos, a preocupao com a qualidade do ambiente
construdo no Brasil ainda est muito voltada (...) fabricao e execuo de
materiais e de componentes, visando o aumento da produtividade da mo-de-obra e
reduo de desperdcios. Sendo assim, a etapa de projeto ainda pouco
enfocada nesses estudos e normas e, conseqentemente, reduzido o nmero de
profissionais, sobremaneira, engenheiros e arquitetos especialistas no assunto. Da
mesma forma, o cliente e usurio final do produto, que no caso da construo civil
o morador, tambm pouco indagado.
As informaes resultantes dessas anlises (desempenho fsico e
atendimento das necessidades dos usurios) em muito poderiam colaborar com a
elaborao de novos projetos com maior eficcia e eficincia. Dados esses que
podem ser coletados por meio das ferramentas de avaliao ps-ocupacional, a
APO; ainda pouco empreendida pelos profissionais no pas.
Mais especificadamente, de acordo com Ornstein e Romro (2003, p.26), a
APO :
(...) uma srie de mtodos e tcnicas que diagnosticam fatores
positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir
da anlise de fatores socioeconmicos, de infra-estrutura e
super-estrutura urbana dos sistemas construtivos, conforto
ambiental, conservao de energia, fatores estticos, funcionais
e comportamentais, levando em considerao o ponto de vista
dos prprios avaliadores, projetistas e clientes, e tambm dos
usurios (...). (...) faz anlises, diagnsticos e recomendaes a
partir dos objetos de uso, in loco, na escala e tempo reais.
A Avaliao Ps Ocupacional possui mais de quarenta anos e passou a ser utilizada, sobretudo, a partir do ps-guerra, nos Estados Unidos e na Europa (Frana
e Inglaterra), essencialmente, por psiclogos ambientais. As primeiras avaliaes
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objetivavam identificar como os ambientes influenciavam o comportamento dos seres
humanos e vice-versa. Esses estudos foram realizados, principalmente, em
hospitais, mais especificadamente em hospitais para doentes mentais, com o
objetivo de aproximar ao mximo o ambiente hospitalar a uma residncia. Foram a
partir da, incorporados espaos de interao, o uso de cores, formas, etc. nos
hospitais. Com o passar dos anos, a ferramenta APO vem adquirindo importncia
como mecanismo para o controle da qualidade e a formulao e o desenvolvimento
de projetos especficos, como aeroportos, edifcios comerciais, escolas e moradias.
No campo especfico da habitao de interesse social, partir da dcada de
1960, passou-se a se formar equipes interdisciplinares com o intuito de avaliar o
desempenho e a satisfao dos usurios de unidades habitacionais multifamiliares,
construdas em massa de acordo com os ditames da arquitetura e urbanismo
modernos. No entanto, no Brasil est ao comeou a ser evidenciada a partir,
essencialmente, da dcada de 1980, por meio da atuao do IPT, e nos ltimos vinte
anos alcanou sua maturao, e a prxima etapa almejada mostra-se a formulao
de um banco de dados integrado para formulao e desenvolvimento de projetos no
pas. Pode-se destacar, nesse sentido, os estudos desenvolvidos por grupos de
pesquisa das universidades no pas, dentre os quais esto: o Ncleo Orientado para
a Inovao da Edificao (NORIE), da UFRS, o Grupo de Estudos Pessoa-Ambiente
(GEPA), da UFRN, e o NUTAU-USP, cujos trabalhos tambm serviram de baliza
para a formulao deste trabalho.
5. PLANEJAMENTO E APLICAO DA APO
5.1. DEFINIO DO OBJETO DE ESTUDO DE CASO
Os temas disponibilizados pelos ministrantes da disciplina permeavam entre
moradias e escolas, sendo a temtica da habitao de interesse social a escolhida
preliminarmente pela equipe por se aproximar dos interesses individuais de alguns
de seus componentes, sendo que um deles j havia iniciado um trabalho de
levantamento de dados sobre o conjunto habitacional de interesse social para sua
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pesquisa de mestrado, em desenvolvimento junto ao programa de ps-graduao da
EESC-USP.
A idia era aplicar a APO em um empreendimento do Plano de Arrendamento
Residencial (PAR) na cidade de So Carlos, e pesquisar sobre como gerida a
manuteno. Existem quatro empreendimentos PAR na cidade, e entre eles o
Conjunto Habitacional de Interesse Social Oscar Barros foi o escolhido devido ao fato
de ter sido entregue h mais tempo e estar quase totalmente ocupado.
Os outros empreendimentos PAR da cidade de So Carlos apresentaram as
seguintes caractersticas que inviabilizaram a escolha pelos mesmos para aplicao
desta pesquisa:
Conjunto Habitacional de Interesse Social So Carlos VIII:
De um universo de 224 unidades habitacionais, 94 encontravam-se ociosas na poca do levantamento;
O conjunto sofreu problemas de invaso seguido de depredao de aparentemente 34 unidades que se encontravam em reforma na poca do
levantamento.
Conjunto Habitacional de Interesse Social Jardim das Torres:
Com 280 unidades habitacionais, foi ocupado em fevereiro deste ano;
60 unidades encontravam-se ociosas na poca do levantamento.
Conjunto Habitacional de Interesse Social DeVitro:
De um universo de 176 unidades habitacionais, 76 estavam ociosas na poca do levantamento;
Grande parte das unidades habitacionais ocupadas tinham sido entregues h menos de um ano.
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5.2. DEFINIO DO UNIVERSO DA PESQUISA E UNIVERSO DA AMOSTRA
Tratando-se de um conjunto habitacional constitudo por 13 blocos de apartamentos,
com 8 (oito) unidades cada, tem-se o total 104 unidades, que a populao a ser
amostrada.
No universo finito das 104 unidades e existindo seis cmodos por unidade (2
dormitrio, sala, cozinha, banheiro e rea de servio), tem-se 624 ambientes a
serem analisados. Nmero esse extremamente elevado podendo-se, portanto
trabalhar com estatstica atravs de uma amostragem probabilstica.
De acordo com os objetivos da pesquisa, o tipo de amostragem a ser utilizado
definido pelo planejamento da coleta da amostra.
Para a coleta, a escolha de determinadas unidades em funo de varveis, como por
exemplo, as unidades de extremidade dos blocos, seria interessante tendo em vista
possurem caractersticas diferentes das demais. Entretanto, tal escolha no pde
ser definida previamente em funo de exigncia da Empresa Administradora do
Condomnio que somente autorizaria a pesquisa mediante concordncia prvia de
cada morador.
Em amostragem probabilstica, onde uma amostra selecionada de tal forma que,
nesse caso, cada morador no conjunto estudado tm uma probabilidade conhecida
diferente de zero de ser includo na amostra.
Como Mtodo de Amostragem Probabilstica, temos a Amostragem Aleatria Simples ou Casual Simples, ou ao acaso, onde a amostra escolhida de tal forma
que, nesse caso, cada morador do condomnio tem a mesma probabilidade de ser
includa.
Nesse caso a populao tem um tamanho N = 104; cada morador desta populao
tem a mesma probabilidade igual a 1/104 de entrar na amostra.
O tamanho da amostra a ser definido, isto , o valor de n funo:
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Da variabilidade apresentada em cada uma dos parmetros de interesse em estudo, isto da proporo da caracterstica pesquisada no universo.
Da preciso que se deseja, isto do erro de estimao permitido.
Do nvel de confiana estabelecido a se depositar nos resultados
Do universo da populao (unidades)
Freqentemente em pesquisas sociais, a margem de erro e encontra-se no
intervalo entre 1 e 10% e o nvel de confiana adotado de 95,5%.Determinou-se
para esse estudo um erro amostral tolervel de 10%, ou seja, admite-se errar em at
10% na avaliao de cada parmetro de interesse.
Inicialmente foram enviadas cartas de solicitao de participao a todos os
moradores das 104 unidades, garantindo-se a Amostragem Probabilstica.
Entretanto obteve-se respostas positivas em nmero insuficiente para a pesquisa, e
tambm a informao de que quatro unidades estavam fechadas sem usurios
definidos, redefinindo-se, portanto o universo para 100 unidades.
De acordo com Ornstein 1992, pg 80, na Tabela de Amostras Casuais Simples, para
um nvel de confiana de 95,5 %, e considerando-se a proporo de elementos com
caracterstica estudada de 50%, temos para uma populao de 100 e margem de
erro de 10 %, o resultado de 50 unidades a serem avaliadas. Observe-se que tal
tabela foi elaborada de acordo a simplificao da seguinte frmula:
n = ((z /2)2 . p . q) / e2 onde:
n = tamanho da amostra (z /2) 2 = nvel de confiana (95,5%) = 2 p = 50% (proporo da caracterstica pesquisada no universo) = 0,5 q = 1 - p = 0,5 e = margem de erro
n = (22 x 0,5 x 0,5) / e2 , portanto:
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De outro modo, Richardson (1999) pg 169 entende que a frmula acima aplicvel
para universos infinitos, isto para populao acima de 100.000 unidades. Sabendo-
se que o universo de pesquisa dos moradores finito (menor que 100.000), indica-se
a aplicao da seguinte frmula:
n = (s2 . p . q . N) / [E2 (N - 1) + s2 . p . q] (RICHARDSON, 1999, pg 170)
n = tamanho da amostra
s = nvel de confiana (95,5% = 2s)
p = 50% (proporo da caracterstica pesquisada no universo)
q = 100 - p (em porcentagem)
N = tamanho da populao
E = Erro de estimao permitido
n = (22 x 50 x 50 x 100) / (102 (100 - 1) + 22 x 50 x 50)
n = (4 x 2500 x 100) / (100 x (99) + 4 x 2500)
n = (10.000 x 100) / (9900 + 10000)
n = 1.000.000 / 19900
n = 50,21 unidades
Finalmente, para Barbetta, 2003:
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temos:
N = 100 unidades
Eo = erro amostral tolervel = 10% (Eo = 0,1)
no = 1/(0,10) 2 = 100 unidades
n (tamanho da amostra corrigido) = 100x100/100+100 = 10.000/200 = 50 unidades
Portanto, independentemente da frmula adotada, o resultado foi o mesmo: 50 unidades.
Foi iniciada a pesquisa mesmo sem a resposta positiva de todos os 50 necessrios.
No obstante, a pesquisa nas unidades restantes, foi efetuada com base em
indicaes dos prprios respondentes, at completar as 50 necessrias. Fato que
no redefiniu o tipo de amostragem para uma Amostragem de Convenincia, que
caracterizada por indivduos disponveis ou as mais fceis de serem obtidos. Como
faziam parte do universo finito da populao, e no havendo interferncia na escolha
e na determinao das mesmas, prevaleceu a casualidade na indicao das
unidades seguintes, corroborando com o mtodo adotado da Amostra Casual
mantendo-se o rigor estatstico.
Quanto se obteve a 50. Unidade encerrou-se a etapa.
Em funo do alto nmero da amostra (50) em relao ao universo (100), a
amostragem foi representativa, pois abrangeu todos os blocos, posies e
pavimentos.
5.3. LEVANTAMENTO DE DADOS
A princpio para obteno de dados sobre o empreendimento, foi necessrio
conversar com o PROHAB (Secretaria Progresso e Habitao - So Carlos) para
obteno de informaes tais como: nome da empresa construtora, arquitetos
responsveis, projetos arquitetnicos, etc.
A partir disto foi se traando um caminho a ser percorrido:
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Contato com a Caixa Econmica Federal (Breno Antonio de Oliveira Junior, assistente de negcios) para obteno de dados como quantidade e tempo de
ocupao das unidades dos empreendimentos PAR da cidade, processo de
terceirizao de administrao, etc;
Contato com arquitetas responsveis pelo projeto para concesso de entrevistas sobre o empreendimento;
Busca pela administradora terceirizada pela CAIXA para obteno de informaes sobre a gesto de uso, operao e manuteno do conjunto
habitacional;
Conversa com o sndico do condomnio, que devido norma de arrendamento estabelecida pela CAIXA ser proibida a existncia de sindico encontramos
uma representante de moradores para contato inicial;
Contato preliminar com os moradores atravs de cartas explicativas requisitando sua colaborao com a pesquisa por meio de entrevistas e
aplicao de questionrios;
Vistorias tcnicas nas unidades habitacionais simultneas as aplicaes de questionrios;
Vistorias tcnicas das reas coletivas;
Vistorias tcnicas dos equipamentos coletivos;
Conversas informais com usurios e funcionrios.
5.4. DEFINIO DE CRITRIOS DE DESEMPENHO
Para elaborao dos check-lists foi necessrio que definirmos escalas de valores a
serem adotadas durante a realizao das vistorias. Desta forma, mantemos como
foco, a relao percentual entre a rea degradada e a rea total do item vistoriado no
cmodo, conforme os conceitos abaixo:
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ESCALA DE VALORES
ESTADO DE CONSERVAO REPAROS DESEMPENHO
(1) PSSIMO Totalmente degradado.
Sem possibilidade.
Reposio imediata
Totalmente alterado.
(2) RUIM Degradao 70%. Grandes Bastante alterado.
(3) REGULAR Degradao entre 30 e 70% Pequenos Pouco
alterado.
(4) BOM Degradao 30% Pequenos Inalterado
(5) TIMO Degradao inexistente ou insignificante Desnecessrios
ou adiveis Inalterado
Exemplo: Se o forro de um determinado ambiente estiver totalmente degradado, mas
sua rea representar 20% da rea total de forro do prdio e estando o restante do
item forro do prdio sem qualquer problema, a nota para o item FORRO dever ser 4
(BOM), pois no cmputo total, a rea degradada do item ser inferior a 30%.
Elaboramos ainda, um plano geral de vistoria, onde especificamos os itens a serem
vistoriados, tanto nos cmodos das unidades habitacionais, como nas reas comuns
externas do condomnio. Neste plano, estabelecemos exatamente o que deveria ser
verificado em cada item, como podemos constatar abaixo.
ITEM A SER VISTORIADO ONDE VERFICAR O QUE VERIFICAR
ALVENARIA ESTRUTURAL
Paredes de blocos de concreto, inclusive muros.
Existncia de fissuras, rachaduras, deformaes
excessivas, manchas, presena de umidade etc.
PAVIMENTAO Pisos cermicos e cimentado, inclusive escadas e sistemas
antiderrapantes.
Existncia de peas soltas, afundamento, descolamento,
trincas, desgaste, apodrecimento etc.
REVESTIMENTO e/ou PINTURA
Revestimento em argamassa, azulejos e outros, em paredes,
pilares e tetos. Pintura em paredes, tetos, forros,
Verifique o estado de conservao, ocorrncia de
manchas, fungos, descolamentos, fissuras, bolhas, saponificao,
descascamento, ferrugem etc
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FORRO De gesso e outros.
Ocorrncia de trincas, deformaes, apodrecimento, manchas de umidade, partes
faltantes etc.
IMPERMEABILIZAO
Calhas, caixas dgua, terraos, lajes, subsolos, jardineiras, tetos, forros e paredes adjacentes e luminrias.
Ocorrncia de manchas, umidade, inflorescncias, penetrao de gua etc.
MARCENARIA E FERRAGENS
Portas, e suas respectivas ferragens: Fechaduras, trincos, dobradias, cremonas e molas.
Verifique a ocorrncia de ataque de cupins,
apodrecimento, descolamento, empenamento, mau
funcionamento e quanto s ferragens a falta de peas ou de suas partes, ocorrncia de
deformaes e desgaste excessivo, deficincias de
fixao e funcionamento etc.
SERRALHARIA, VIDRAARIA e FERRAGENS
Partes metlicas em geral (ferro ou alumnio), tais como: portes,
portas, janelas, grades, etc., vidros existentes em portas, janelas e
suas respectivas ferragens: Fechaduras, trincos, dobradias,
cremonas e molas.
Verifique a ocorrncia de corroso, deformaes,
desgastes, deficincias e fixao, funcionamento,
calafetao etc e quanto s ferragens a falta de peas ou de suas partes, ocorrncia de
deformaes e desgaste excessivo, deficincias de
fixao e funcionamento etc.
INSTALAES ELTRICAS
Tomadas, interruptores, disjuntores, luminrias e fiao em
geral.
Ocorrncia de mau contato, peas com defeito,
aquecimento excessivo, mau funcionamento, tomadas de
piso sem tampa etc E ainda, existncia de fiao
que comprometa a tcnica e o visual do ambiente.
INSTALAES HIDROSSANITRIAS e EQUIPAMENTOS SANITRIOS E DE COZINHA
Redes de gua (reservatrios, tubulaes, registros, vlvulas,
torneiras etc.), esgoto (tubulaes, fossa, caixa de gordura, caixas de
inspeo, sumidouro e ralos), guas pluviais (ralos, calhas e tubos de queda) e incndio. E
ainda, vasos sanitrios, mictrios, assentos sanitrios, cubas,
tanques, lavatrios, filtros, etc
Verifique a ocorrncia de entupimentos, acmulo de
detritos, vazamentos, peas danificadas etc. Nos
equipamentos, a existncia de rachaduras, descolamentos,
rejuntamentos danificados etc. E ainda, a existncia de
tubulao que comprometam a tcnica e o visual do ambiente;
INSTALAO DE GS Boutijo de gs Verificar a localizao e a presena de vazamentos.
COBERTURA
Estrutura de sustentao do telhado, telhas, cumeeiras, rufos, chapins e pingadeiras
Existncia de peas quebradas ou trincadas, deslocadas, fixaes, vedaes e deformaes.
DIVERSOS Jardins, corrimos, etc Conservao dos jardins e corrimos
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PROGRAMAO VISUAL Letreiros e sinalizaes. Existncia e condies de
fixao e funcionamento das sinalizaes.
ACESSO
Porto de entrada, rampas e escadas.
Condies de acesso ao prdio, inclusive no que diz respeito a deficientes fsicos e idosos, existncia de corrimo em escadas, existncia de material antiderrapante nos degraus das escadas.
INCNDIO
reas comuns. A validade e funcionamento dos extintores de incndio, bem como a sua compatibilidade de uso (gua, CO2, etc.), sinalizao, desobstruo.
Tabela 3 - Plano geral de vistoria.
5.5. INSTRUMENTOS DE COLETA
Questionrio preliminar
Foi elaborado um questionrio dividido em seis partes, dando foco principalmente
gesto da manuteno. Porm incluindo questes que formassem uma
caracterizao do usurio, viabilizando montar um perfil do conjunto habitacional em
questo, alm tambm de conter no questionrio quesitos sobre a insero do
conjunto com relao ao bairro, oferta de transporte, servios, etc...
Para a construo deste questionrio, nos baseamos em questionrios anteriormente
aplicados em outras avaliaes ps-ocupao, em conceitos da bibliografia estudada
nesta disciplina e em quesitos de manutenibilidade, alm claro de consultoria com
profissional da rea para avaliao do questionrio em questo antes da aplicao
teste.
Aplicao do pr-teste e reviso do questionrio
O pr-teste foi executado com dois usurios de duas unidades habitacionais e, como
recomenda a bibliografia, foram descartados para segunda etapa de aplicao de
questionrio.
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Durante a aplicao do questionrio preliminar foi possvel ter uma idia de quanto
tempo levaria a aplicao dos questionrios e perceber os itens de maior dificuldade
de entendimento com relao ao objetivo da questo.
Os quesitos existentes no questionrio preliminar permaneceram, havendo um
cuidado maior com problemas de digitao e de apresentao do questionrio ao
entrevistado, como auto-apresentao dos entrevistadores, a explicao da inteno
da pesquisa, um maior cuidado na leitura das questes, e a necessidade de uma
maior explicao principalmente dos quesitos da ultima parte referentes ao item 5
(ver anexo 9.1) no que diz respeito ao grau de facilidade de uso, operao e
manuteno.
Walkthrough e Roteiros de Vistorias
Foram feitos roteiros de vistorias para as unidades habitacionais (ver anexo 9.2) e
para as reas coletivas (ver anexo 9.3) e, alm disso, tambm pudemos obter
informaes da primeira impresso e primeiros olhares ao conjunto habitacional
atravs do walkthrough.
Durante o Walkthrough, as seguintes observaes foram feitas, servindo de base para as vistorias tcnicas realizadas posteriormente:
Relativamente s condies de estacionamento em reas comuns dos edifcios, a disponibilizao de uma vaga de estacionamento por unidade
habitacional definida em projeto no atende necessidade dos moradores,
visto que alguns possuem mais de um automvel. A existncia de um segundo
veculo por unidade compromete a circulao de pessoas e mesmo dos outros
veculos, pois os mesmos ficam estacionados em locais a eles no
destinados, como por exemplo, caladas e ruas internas de larguras reduzidas
que so destinadas exclusivamente circulao. No existem vagas de
estacionamento destinadas a visitantes;
O piso cimentado dos estacionamentos encontra-se parcialmente deteriorado;
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A cobertura parcial dos estacionamentos no prevista em projeto foi realizada por alguns moradores individualmente ou em conjunto com vizinhos
adjacentes, comprometendo as caractersticas arquitetnicas originais do
conjunto;
Quanto circulao vertical externa, no se dispe de rampas nem de elevadores, existindo em todos os blocos uma escada de acesso para cada
duas unidades do segundo pavimento;
Os espaos comuns de circulao como caladas e ruas, esto com seus pavimentos em geral conservados;
Quanto acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais, pode-se observar que existem guias rebaixadas e caladas acabadas
adequadamente com largura de 1,20 m, suficiente para passagem de cadeira
de rodas que do acesso ao primeiro pavimento (trreo) dos blocos. Porm
inexiste acesso especfico (rampas ou elevadores) ao segundo pavimento,
tampouco ao Salo de festas. No existem vagas de estacionamento
destinadas especificamente a veculos que conduzam pessoas portadoras de
deficincias fsicas ou idosos. No existem identificaes para deficientes
visuais, como por exemplo, o piso ttil;
A rede de iluminao externa suficiente;
A conservao da arborizao e das reas verdes nas reas comuns eficiente;
O depsito provisrio de lixo totalmente ineficiente. No coberto, no h abertura para o interior do conjunto obrigando os moradores jogarem o lixo por
cima de uma mureta. No h separao para reciclveis;
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Existe rede coletora de guas pluviais e canaletas limtrofes em duas das divisas, faltando, entretanto, uma canaleta entre o Salo de Festas e o campo
de futebol que se alaga quando da limpeza daquele ou quando chove;
Nos sanitrios destinados a visitantes e funcionrios falta manuteno, necessitando de reviso geral, pois aparentemente esto com vazamentos
generalizados. Alm da falta de adequao a portadores se necessidades
especiais;
Existem fontes de rudo nas reas comuns de circulao produzidas por veculos, por crianas, por uma garagem de nibus e por uma escola de
futebol adjacentes;
So insuficientes os espaos e equipamentos qualificados para convivncia social, existindo uma praa central sem bancos. O salo de festas existente
est, por exemplo, com a rea da churrasqueira sem mveis e cadeiras.
Quanto recreao e lazer para crianas: no h playground, apenas um
pequeno campo de futebol gramado, existindo tambm o lazer infantil informal
nas caladas e ruas. Inexistente as reas destinadas ao lazer de jovens,
adultos e idosos;
Quanto segurana contra incndio no conjunto (acesso e combate): existem extintores de PQS e de gua de fcil acesso para cada acesso de 4
apartamentos, no existindo um sistema de hidrantes, nem de sprinklers;
Relativamente segurana contra crimes nas reas comuns dos edifcios, existe o fechamento de divisa com alambrado e cerca superior de arame
farpado. No h cerca eltrica nem alarmes de presena ou monitoramento
por cmeras de segurana (CFTV). A guarita possui pssima visibilidade da
parte exterior do conjunto, comprometendo a segurana de quem entra e de
quem sai, configurando erro de projeto;
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Segurana contra acidentes e de utilizao: no h lombadas nem sinalizao nas vias de circulao interna destinadas a veculos;
Segurana contra acidentes nas escadas: no h a colocao de fita antiderrapante nos degraus, bem como o corrimo existente mal
conservado, com pontos de ferrugem e exposio da ferragem, originados
pelo tipo de solda realizada;
Abrigos de gs: para os apartamentos do 2 pavimento existe local prprio sob a escada de acesso ao 2 pavimento. Para os apartamentos do 1 pavimento,
os botijes ficam em rea externa. Todos com tubulao embutida. Alguns dos
abrigos servem tambm de depsito para os moradores, tendo sido relatado
at a guarda de motocicletas no local;
Outras modificaes e adaptaes realizadas alm da cobertura para veculos: alguns moradores instalaram individualmente ou em conjunto com
vizinhos, calhas na cobertura; ocupao de reas descobertas nos fundos dos
apartamentos de 1 pavimento (trreo);
A localizao sem proteo fsica dos hidrmetros a cada dois apartamentos (1 e 2 pavimentos) ao lado da entrada dos apartamentos do 1 pavimento
deixa-os desprotegidos, configurando erro de projeto;
No h plano de manuteno que contemple, por exemplo, a pintura das reas comuns, que feita parcialmente por alguns moradores nas fachadas
exclusivas de suas unidades; tampouco para a limpeza das caixas de gordura
e de esgoto. Observou-se tambm que existe uma caixa de esgoto para cada
quatro unidades, situada em uma delas.
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6. RESULTADOS E ANLISE DE DADOS
Devido falta de acesso documentao que comprovasse custos mensais de
servios de manuteno, pagamento de funcionrios, consumo de energia eltrica,
gua, entre outros, a pesquisa no apresentar percentuais que demonstrem
precisamente os gastos do condomnio.
6.1. RESULTADOS E ANLISE DAS ENTREVISTAS
Entrevista com Breno Antonio de Oliveira Junior (Assistente de Negcios da CAIXA):
No incio do processo de definio do objeto de estudo de caso desta pesquisa, foi
importante uma conversa com o responsvel pela rea de habitao em So Carlos,
que foi contratado para ajudar a sanar problemas na rea uma vez que apenas a
administradora no estava resolvendo sozinha.
Durante uma conversa informal, obtivemos informaes a respeito dos quatro
empreendimentos PAR existentes na cidade de So Carlos, informaes essas
importantes para sabermos da viabilidade de aplicao de uma APO em um dos
empreendimentos.
O Sr. Breno nos informou da quantidade de unidades habitacionais ocupadas em
cada empreendimento e suas datas de ocupao, fator determinante para optarmos
pelo conjunto habitacional ocupado h mais tempo com uma porcentagem de
ocupao maior.
A conversa foi breve, mas o Sr. Breno ficou a nossa disposio para colaborao
com informaes que pudessem ser necessrias para o andamento do trabalho.
Entrevista com a arquiteta Luciana Prado (escritrio de Arquitetura Recchia & Prado):
De acordo com a arquiteta, o escritrio Recchia & Prado foi responsvel pelo projeto
dos empreendimentos Jardim das Torres e Oscar Barros do Plano de Arrendamento
Residencial de So Carlos.
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A contratao do escritrio ocorreu devido ao fato de j ser cliente da construtora
responsvel pelo empreendimento j em outras ocasies.
De acordo com a entrevistada, o escritrio participou apenas da parte de projeto,
mas no da parte de concepo, que veio tudo muito direcionado escritrio.
Com relao ao programa do conjunto habitacional, foi requisitado o nmero de
unidades habitacionais, o nmero de blocos, assim como a metragem foi seguida a
exigncia da CAIXA Econmica, tudo pr-estabelecido em normas para o PAR sem
a participao direta da populao nas etapas deste empreendimento e permisso
para criar por parte dos arquitetos.
Tendo a metragem das unidades habitacionais estipulada, as arquitetas
responsveis pelo projeto poderiam estipular a distribuio dos cmodos, no decorrer
da entrevista falado sobre a concepo da tipologia da unidade habitacional.
A arquiteta falou do barraco existente no terreno do condomnio, assim como uma
rea arborizada, que foram aproveitados no projeto e utilizados na rea de lazer,
dispondo os blocos ao redor e criando uma ambincia. Os blocos foram dispostos
frente com frente, quintal com quintal, sendo que cada bloco teria uma relao
diferente com a regio arborizada central.
Com relao metragem, a quantidade de equipamentos coletivos, o tamanho da
quadra poliesportiva e salo de convivncia foram propostos em programa da CAIXA
e pela condio do local.
Em relao adaptao do projeto aos portadores de deficincia, existiu uma
preocupao em adaptar as rampas. Todas tm cimentado inclinado, no tendo
pinturas de piso no incio da escada, por exemplo, com aquela faixa amarela de
finalizao, porm, a construo, ou seja, o tipo de piso e os componentes metlicos
foram pensados com exceo da parte de pintura.
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Para maiores detalhes e transcrio da entrevista (ver anexo 9.4), no qual a arquiteta
fala sobre a criao do empreendimento, detalhes construtivos, programa de projeto,
alm de detalhes sobre o outros empreendimentos PAR de So Carlos.
Entrevista com o representante de condomnio:
A inteno original da pesquisa era fazer uma entrevista com o(a) sndico(a) do
conjunto habitacional, mas em conversas com alguns funcionrios descobrimos que
no havia a figura de um sndico mas sim uma representante de condomnio que se
disps a conversar com a gente no intuito de colaborar para futuras melhorias no
conjunto como um todo.
O roteiro de entrevista e as respostas obtidas encontram-se no anexo 9.4.
Entrevista com o Administrador:
Tentamos entrar em contato com o administrador do condomnio Oscar Barros
inmeras vezes: por telefone comercial da empresa COESA onde foi conseguido o e-
mail e o nmero do celular do administrador; por e-mail (onde foi explicada a
inteno da pesquisa, o tipo de informao que seria necessria e); por carta (carta
em papel timbrado da USP constando os objetivos da pesquisa e meios de contato
com integrantes do grupo); ligao para celular do administrador (quando foi
explicado pessoa em poder do celular, toda a inteno da pesquisa e a
necessidade de contato com o administrador, ento nos foi dito que o mesmo
entraria em contato e responderia o e-mail por ns enviado).
Aps essas tentativas diversas resolvemos dar andamento na pesquisa sem a
participao do administrador, com a esperana de em futuros trabalhos poder
contar com a colaborao da empresa administradora responsvel pelo condomnio
do conjunto habitacional estudado nessa APO.
O roteiro de entrevista planejado encontra-se no anexo 9.4.
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Entrevista com o Zelador:
Devido a no existncia de um zelador no conclumos essa entrevista, mas o roteiro
de entrevista encontra-se no anexo 9.4.
O que foi possvel perceber que alm de trs porteiros que se revezam h um
jardineiro contratado que fica responsvel pela manuteno das reas coletivas,
seguindo muitas vezes orientao de um dos porteiros que antes preenchia a
posio de jardineiro do condomnio.
Outro fator que influenciou em nossa deciso de no entrevistar o jardineiro no lugar
do zelador foi constante mudana de jardineiros, sendo assim o mesmo no est
exercendo essa funo h tempo o suficiente para relatar fatores relevantes
pesquisa.
6.2. TABULAO DOS DADOS E ANLISE DAS INFORMAES DOS QUESTIONRIOS
6.2.1. Caracterizao do usurio
De uma forma geral, o perfil da maioria das famlias dos respondentes desta
pesquisa formado por dois ou trs integrantes, cujos chefes de famlia possuem
idades variadas entre 20 e 61 anos de idade com renda mensal entre quatro e seis
salrios mnimos. 42% das famlias respondentes da pesquisa so constitudas por
casais e mais de 60% cursou ou cursa ensino superior.
A seguir os grficos obtidos dos resultados do item 1 do questionrio do usurio referente caracterizao do usurio:
4%
28%
2% 8%
20%
38%
At20anos
De21a 30
De31a 40De41a 50
De51a 60
De61oumais
Grfico 1 Referente ao item 1.2 Idade.
-
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60%
40%Masculino
F eminino
Grfico 2 Referente ao item 1.3 Sexo.
38%
42%
10%
10% 0%
S olteiro
C asado
D ivorciado
V ivo
Outros
Grfico 3 Referente ao item 1.4 Estado civil.
0% 6%12%
20%
16%
46% F undamentalIncompleto
F undamentalC ompleto
E ns inoMdioIncompleto
E ns inoMdioC ompleto
S uperiorIncompleto
S uperiorC ompleto
Grfico 4 Referente ao item 1.5 Grau de escolaridade.
74%
12%
14%
F uncionrioP blico
Outros
NoE mpregado
Grfico 5 Referente ao item 1.6 Exerce atividade remunerada.
-
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74% dos respondentes so funcionrios municipais exercendo variadas atividades,
sendo que a maioria dos respondentes restantes ou so conjugues de funcionrios
municipais ou so funcionaram que tiraram licena para estudos, etc.
0%
30%
18%
36%
16%
Nenhuma
Uma
Duas
Trs
Quatrooumais
Grfico 6 Referente ao item 1.7 Em quantas casas e / ou apartamentos o usurio j morou em So Carlos alm deste apartamento.
36%
50%
10%4%
P rpria
Alugada
Ambas
N.A.
Grfico 7 Referente ao item 1.8 Qual era o tipo de habitao anterior a essa.
16%
18%
58%
8%
P ior
Igual
Melhor
N.A .
Grfico 8 Referente ao item 1.9 Com relao s moradias anteriores, como o usurio considera o atual apartamento.
Segundo depoimento de alguns moradores existe entre eles um sentimento de valor
do bem prprio, da casa prpria adquirida que, por mais que seja um sistema de
arrendamento, proporciona ao usurio um sentimento de posse e de maior valor
unidade habitacional, fazendo assim com que esta moradia seja melhor que outras
anteriores pelo fato destas terem sido alugadas.
-
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Outros usurios dizem que a habitao tornou-se melhor que as anteriores devido a
reformas e/ ou alteraes feitas.
E ainda as notas negativas atribudas em grande parte diziam respeito ao tamanho
ou disposio dos cmodos.
18%24%
52%
6% 0%
Um
Dois
Trs
Quatro
C incooumais
Grfico 9 Referente ao item 1.10 Quantas pessoas moram no apartamento.
78%
22%
S IM
NO
Grfico 10 Referente ao item 1.11 Se o usurio possui automvel.
64%
26%
10% 0%
C arro
nibus
Outro
N.A.
Grfico 11 Referente ao item 1.12 Qual o meio de transporte utilizado para is ao trabalho.
16%
4%
10%
4% 6%
20%
40%
AtR $20
DeR $21aR $30
DeR $31aR $40
DeR $41aR $50
DeR $51aR $60
DeR $61aR $70
R $71oumais
Grfico 12 Referente ao item 1.13 Qual o consumo mdio mensal de energia eltrica.
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 40
24%22%0%
54%
Menos de1S alrioMnimoE ntre1e 3S alrios
E ntre4e 6S alrios
7S alrios oumais
Grfico 13 Referente ao item 1.14 Renda mensal familiar.
6.2.2. Avaliao do bairro
No que diz respeito satisfao do respondente com o bairro no qual o conjunto
habitacional foi inserido, a maioria das respostas ficou entre Bom e Regular, porm,
mais da metade respondeu no se sentir seguro caminhando pelas ruas de seu
bairro durante o perodo da noite, alguns alegaram falta de segurana, falta de
iluminao pblica, outros por precauo, etc.
Os itens referentes oferta de transporte pblico, comrcio e servios apresentaram
porcentagem maior que 60% entre Bom e Regular.
J os quesitos sobre arborizao, limpeza de ruas e caladas e segurana contra
assaltos e roubos apresentaram porcentagens significantes entre as classificaes
Ruim e Regular.
A seguir os grficos obtidos dos resultados do item 2 do questionrio do usurio referente avaliao do bairro:
12%
19%
22%
38%
3% 6%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S .
Grfico 14 Referente ao grau de satisfao gera do usurio com o bairro.
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 41
6%14%
24%40%
0%
16%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S .
Grfico 15 Referente ao item 2.1 Oferta de transporte pblico.
6%
20%
28%
42%
2%2% P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S
Grfico 16 Referente ao item 2.2 Oferta de comrcio e servios.
Foi possvel concluir durante as entrevistas com os usurios que o bairro possui uma
boa oferta de comrcios e servios, porm com preos mais elevados do que em
outras localidades da cidade, fazendo com que uma parte considervel dos usurios
utilize comrcios de outros bairros.
26%
28%
12%
22%
2% 10%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S
Grfico 17 Referente ao item 2.3 Arborizao e reas verdes.
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 42
14%
26%
40%
4%0%
16%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S .
Grfico 18 Referente ao item 2.4 Limpeza das ruas e caladas.
16%
8%
16%56%
2%2%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A./N.S .
Grfico 19 Referente ao item 2.5 Iluminao das ruas e caladas.
12%
24%
30%
2%
14%
18%
P ss imo
Ruim
Regular
B om
timo
N.A ./N.S .
Grfico 20 Referente ao item 2.6 Segurana contra assaltos, roubos, invases.
20%
16%
30%
2%0%
32%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.A ./N.S .
Grfico 21 Referente ao item 2.7 Segurana contra acidentes.
-
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42%
52%
6%
S IM
NO
N.A./N.S .
Grfico 22 Referente ao item 2.8 Se o usurio se sente seguro ao caminhar nas ruas do bairro noite.
6.2.3. Avaliao do condomnio
No que diz respeito ao grau de satisfao do respondente na avaliao do
condomnio, 68% ficou entre Bom e timo, sendo os quesitos relacionados reas
verdes e iluminao os que atingiram maior porcentagem de respostas positivas, 88
92% entre Bom e timo respectivamente.
Com relao manuteno, apesar de 50% classificar entre Bom e timo, h uma
porcentagem de 46% entre Ruim e Regular, mostrando uma fragilidade na gesto no
que diz respeito manuteno predial do condomnio.
No quesito Segurana, 64% respondeu entre Bom e timo. Durante a aplicao dos
questionrios foi possvel notar a variao da sensao se segurana dos
respondentes de acordo com a proximidade do bloco, a que suas unidades
habitacionais pertenciam, com a portaria, sendo que quanto mais afastado o bloco da
portaria, maior a sensao de insegurana.
A seguir os grficos obtidos dos resultados do item 3 do questionrio do usurio referente avaliao do condomnio:
4% 8%
18%
55%
13%2%
P ss imo
Ruim
Regular
B om
timo
N.S .A ./N.S .
-
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Grfico 23 Referente ao grau de satisfao geral do usurio com o condomnio.
0% 6% 6%
46%
0%
42%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 24 Referente ao item 3.1 Arborizao e reas verdes.
8%8%
30%
4% 4%
46%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 25 Referente ao item 3.2 Manuteno das reas coletivas.
0% 6%
22%
60%
12% 0%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S
Grfico 26 Referente ao item 3.3 Limpeza das reas coletivas.
0%0% 8%
80%
12% 0%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 27 Referente ao item 3.4 Iluminao
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 45
4% 8%
56%
8% 0%
24% P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 28 Referente ao item 3.5 Segurana.
0% 8%
22%
52%
12%6%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 29 Referente ao item 3.6 rea de lazer.
14%
24%
0%4%
38%
20%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 30 Referente ao item 3.7 Estacionamento.
0%0% 10%
68%
18%
4%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 31 Referente ao item 3.8 Salo de festas.
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 46
0%4% 8%
62%
26%
0%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 32 Referente ao item 3.9 Aparncia.
0% 6%12%
68%
14% 0%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 33 Referente ao item 3.10 Acesso a pedestres.
4% 4%
22%
62%
8% 0%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 34 Referente ao item 3.11 Sistema de coleta de lixo.
12%
28%
24%
2% 4%
30%P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 35 Referente ao item 3.12 Acessibilidade de pessoas portadoras de deficincia.
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 47
16%
44%
0%0%40%
MuitoC ara
C ara
Adequada
Barata
MuitoBarata
Grfico 36 Referente ao item 3.13 Com relao tarifa de condomnio cobrada.
6.2.4. Avaliao do apartamento
Com relao ao grau de satisfao do respondente com o apartamento no geral,
64% dos respondentes ficaram entre Regular, Bom e timo e 26% entre Pssimo e
Ruim.
Na compilao das respostas foi possvel perceber que os quesitos apontados mais
negativamente dizem respeito ao tamanho do apartamento, privacidade e rudos
tanto internos ao bloco quanto externos.
O quesito a respeito da manuteno do apartamento apresentou uma visvel diviso
nas respostas obtidas, sendo que 20% respondeu Pssimo, 18% Ruim, 20%
Regular, 26% Bom e 8% timo.
O funcionamento das instalaes hidrulicas apresentou uma porcentagem de 56%
entre Pssimo, Ruim e Regular, ndice aparentemente preocupante e condizente
com relatos constantes dos respondentes durante as entrevistas sobre a ocorrncia
de vazamentos, entupimentos e infiltraes.
A seguir os grficos obtidos dos resultados do item 4 do questionrio do usurio referente a avaliao do apartamento:
11%
15%
20%
9% 0%
45%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
-
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Avaliao Ps-Ocupao Empreendimento PAR 48
Grfico 37 Grau de satisfao geral do usurio com o apartamento.
0% 4%15%24%
0%
57%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A ./N.S .
Grfico 38 Referente ao item 4.1 Aparncia interna. 0% 4%
28%
56%
12% 0%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 39 Referente ao item 4.2 Aparncia externa. 12%
24%
4% 0%
28%
32%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 40 Referente ao item 4.3 Tamanho dos apartamentos. 4%
18%
20%
8% 0%
50%
P ss imo
Ruim
Regular
Bom
timo
N.S .A./N.S .
Grfico 41 Referente ao item 4.4 Temperatura no inverno.
-
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