aula propriedades morfológicas
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
-
PEDOLOGIA
Prof. Carolina Corra
-
OBJETIVOS
Identificar o solo como um sistema trifsico;
Compreender o que so os minerais;
Conhecer e identificar as diferentes texturas do solo;
Compreender a estruturao do solo;
Analisar a NBR 6502.
Principais Propriedades
Morfolgicas dos Solos
-
Um solo
sempre constitudo
por matria mineral
(areia, calcrio, limo,
argila), matria
orgnica (hmus,
restos de plantas e
animais), ar e gua.
Constituio/Sistema Trifsico
-
Fase Slida = Caracterizada pelo tamanho,
forma, distribuio e composio
mineralgica dos gros.
Fase Gasosa = Fase composta geralmente
pelo ar do solo em contato com a atmosfera,
podendo-se tambm apresentar na forma de
bolhas de ar no interior da fase gua. A fase
gasosa importante em problemas de
deformao de solos e bem mais
compressvel que as fases slida e lquida.
-
Fase Lquida = Fase fluida composta em
sua maior parte pela gua. Pode-se dizer
que a gua se apresenta de diferentes
formas no solo, sendo contudo
extremamente difcil se isolar os estados em
que a gua se apresenta em seu interior.
Exemplos:
gua Livre
gua Adsorvida (adesiva)
-
A frao slida do solo ocupa cerca
de metade do seu volume total e
constituda por matria mineral e matria
orgnica.
Matria Mineral
A areia = sua existncia, em maior
proporo, facilita os trabalhos de
mobilizao do solo, a penetrao de
razes e o arejamento.
-
A argila = retm facilmente os nutrientes e
a gua e , quando em excesso, dificulta o
arejamento, a circulao da gua, a
mobilizao do solo e tambm a penetrao
das razes.
O calcrio = no est presente em todos
os solos.
-
Matria Orgnica
Esta matria constituda por restos
de plantas e de animais, parcial ou
totalmente decompostos, e tambm por
seres vivos;
A quantidade de matria orgnica
existente no solo muito varivel e evolui
ao longo do tempo;
Acumula-se principalmente superfcie
do solo e desempenha um papel mltiplo.
-
Ar e gua
O ar e a gua ocupam os espaos(poros)
existentes entre as partculas que
constituem o solo;
A dimenso dos poros influi na reteno
da gua pelo solo;
O ar preenche os espaos no ocupados
pela gua. O arejamento do solo
fundamental para a respirao das razes e,
por isto, os solos pouco arejados so, em
geral, pouco produtivos.
-
As propriedades qumica e mineralgica
das partculas dos solos iro depender
fundamentalmente da composio da rocha
matriz e do clima da regio. Estas
propriedades iro influenciar de forma
marcante o comportamento mecnico do solo.
Composio Qumica e Mineralgica
-
So partculas slidas inorgnicas que
constituem as rochas e os solos, e que
possuem forma geomtrica, composio
qumica e estrutura prpria e definidas.
O que so Minerais?
-
Podem ser:
Primrios = gerados pelo
intemperismo fsico.
Secundrios = gerados pelo
intemperismo qumico.
-
Composio das Areias e Pedregulhos
Estes solos so formados, na sua
maior parte, por silicatos (90%) e
apresentam tambm na sua composio
xidos, carbonatos e sulfatos.
Silicatos - feldspato, quartzo, mica, serpentina,
clorita, talco;
xidos - hematita, magnetita, limonita;
Carbonatos - calcita, dolomita;
Sulfatos - gsso, anidrita.
-
Composio das Argilas
As argilas possuem uma complexa
constituio qumica e mineralgica, sendo
formadas por slica no estado coloidal (SiO2,
menores do que 1 micrmetro (m)) e
sesquixidos metlicos (R2O3), onde R = Al;
Fe, entre outros.
-
O quartzo, devido a sua estabilidade e
dureza, um dos minerais mais
resistentes e por isso o componente
principal na maioria dos solos;
Resistncia do Mineral
-
Os feldspatos so os minerais mais
atacados pela natureza, dando origem aos
argilominerais, que constituem a frao
mais fina dos solos, geralmente com
dimetro inferior a 2 mm.
-
a mxima tenso de um
cisalhamento que o solo pode suportar sem
sofrer ruptura.
Esta resistncia ao cisalhamento
envolve duas componentes: atrito e coeso.
O atrito funo da interao entre
duas superfcies na regio de contato.
Resistncia do Solo
-
Nos materiais granulares (areias),
constitudas de gros isolados e
independentes, o atrito um misto de
escorregamento (deslizamento) e de
rolamento, afetado fundamentalmente pela
entrosagem ou embricamento dos gros. De
tal forma que os contatos ocorrem
realmente entre os dois minerais.
-
No caso de argilas, o nmero de
partculas muito maior, sendo a parcela de
fora transmitida em cada contato,
extremamente reduzida.
-
A coeso aquela resistncia que a
frao argilosa empresta ao solo, pelo qual
ele se torna capaz de se manter coeso em
forma de torres ou blocos, ou pode ser
cortado em formas diversas e manter esta
forma. Os solos que tm essa propriedade
chamam-se coesivos.
A coeso uma caracterstica tpica de
solos muito finos (siltes plsticos e argilas).
-
a soma das superfcies de todas as
partculas contidas na unidade de volume
(ou de peso) do solo.
Quanto mais fino o solo, maior sua
superfcie especfica, o que constitui uma
das diferenas entre as propriedades fsicas
dos solos arenosos e argilosos.
Superfcie Especfica
-
A superfcie especfica uma
importante propriedade dos argilo-minerais,
na medida em que quanto maior a
superfcie especfica, maior vai ser o
predomnio das foras eltricas (em
detrimento das foras gravitacionais), na
influncia sobre as propriedades do solo
(estrutura, plasticidade, coeso, etc.)
-
o tamanho relativo
das partculas slidas que
formam os solos. O
estudo da textura dos
solos realizado por
intermdio do ensaio de
granulometria. Este
estudo se refere
proporo relativa das
classes de tamanho de
partculas de um solo.
Textura dos Solos
-
A textura importante para o entendimento
do comportamento e manejo do solo.
Durante a classificao do solo em um
determinado local, a textura muitas vezes
a primeira e mais importante propriedade a
ser determinada.
O estudo da textura dos solos realizado
por intermdio do ensaio de granulometria.
-
Pela sua textura os solos podem ser
classificados em dois grandes grupos: solos
grossos (areia, pedregulho, mataco) e solos
finos (silte e argila).
Solos Grossos - por ser predominante a
atuao de foras gravitacionais, resultando em
arranjos estruturais bastante simplificados, o
comportamento mecnico e hidrulico est
principalmente condicionado a sua compacidade,
que uma medida de quo prximas esto as
partculas slidas umas das outras, resultando
em arranjos com maiores ou menores
quantidades de vazios.
-
Os solos grossos possuem uma maior
percentagem de partculas visveis a olho nu
(0,06mm, ABNT) e suas partculas tem
formas arredondadas, polidricas e
angulosas.
So solos grossos os pedregulhos e as
areias.
-
Solos Finos quando as partculas que
constituem o solo possuem dimenses
menores que 0,074mm (DNER), ou 0,06mm
(ABNT), classificado como argila ou como
silte.
Nos solos formados por partculas
muito pequenas, as foras que intervm no
processo de estruturao do solo so decarter muito mais complexo.
-
O comportamento dos solos finos
definido pelas foras de superfcie
(moleculares, eltricas) e pela presena de
gua, a qual influi de maneira marcante nos
fenmenos de superfcie dos argilo-minerais.
So solos finos argilas e siltes.
-
A frao granulomtrica do solo
classificada como argila (dimetro inferior a
0,002mm) se caracteriza pela sua plasticidade
marcante e elevada resistncia quando seca.
Apesar de serem solos finos, o
comportamento dos siltes governado pelas
mesmas foras dos solos grossos. Estes
possuem pouca ou nenhuma plasticidade e
baixa resistncia quando seco.
-
Classes de tamanho de partculas do solo ABNT
Terminologia Dimetro (mm)
Bloco de Rocha 20cm a 1m
Pedregulho/Cascalho 2 a 60
Areia Grossa 0,6 a 2
Areia Mdia 0,2 a 0,6
Areia Fina 0,06 a 0,2
Silte 0,002 a 0,06
Argila < 0,002
-
TRINGULO
TEXTURAL
define a
classe textural
do solo.
-
33% argila
40% silte
27% areia
Classe texturalFranco argilosa
Ex: 33% argila40% silte27% areia
-
Relao entre tamanho de partcula e tipo de
mineral presente.
O quartzo dominante na frao areia e em
fraes mais grosseiras de silte.
Silicatos primrios como o feldspato,
hornoblenda e mica esto presentes na areia
e em menores quantidades na frao silte.
Minerais secundrios, como xidos de ferro
e alumnio, so predominantes na frao silte
de menor dimetro e na frao argila mais
grosseira.
-
xidos e hidrxidos
de Fe e AlSilicatos Primrios
Mica, Feldspato,etc.
Silicatos Secundrios
Caolinita, hematita
Quartzo
-
A textura do solo condiciona fatores como:
- Reteno, movimento e disponibilidade de
gua
- Arejamento
- Disponibilidade de nutrientes
- Resistncia penetrao de razes
- Estabilidade de agregados
- Compactabilidade dos solos
- Erodibilidade
-
o arranjo ou disposio das
partculas constituintes do solo, ou seja, a
maneira pela qual as partculas minerais de
diferentes tamanhos se arrumam para
form-lo.
A estrutura de um solo possui um papel
fundamental em seu comportamento, seja
em termos de resistncia ao cisalhamento,
compressibilidade ou permeabilidade.
Estrutura dos Solos
-
Sendo a gravidade o fator principal
agindo na formao da estrutura dos solos
grossos, a estrutura destes solos difere, de
solo para solo, somente no que se refere ao
seu grau de compacidade.
Areia compactada Areia fofa
-
No caso dos solos finos os arranjos
estruturais so mais elaborados, devido as
foras de superfcie.
Tipos (LAMBE 1969)
Estrutura Floculada: os contatos se fazem
entre faces e arestas das partculas slidas.
Estrutura Dispersa: as partculas se
posicionam paralelamente, face a face.
-
Estrutura floculada Estrutura dispersa
-
Norma NBR 6502
-
Norma criada pela Associao
Brasileira de Normas Tcnicas em 1993 e
vlida a partir de 30/10/1995.
Tem por objetivo definir os termos
relativos aos materiais da crosta terrestre,
rochas e solos, para fins de engenharia
geotcnica de fundaes e obras de
terra.
-
Termos Relativos as Rochas
Origem (gnea, metamrfica ou
sedimentar);
Forma de ocorrncia (derrame,
estratificada, etc.);
Colorao;
Textura;
-
Composio qumica (cida, bsica,
etc.);
Estrutura (dobras, falhas);
Principais tipos (arenito, basalto, etc.);
Propriedades (grau de alterao,
consistncia, etc.);
-
Termos Relativos a Solos
Adensamento;
Aderncia;
Adeso;
gua adsorvida, capilar, etc.;
ngulo de atrito, de repouso, etc.
-
GUERRA, A. J. T. & CUNHA, S. B. da (org.).
Geomorfologia: exerccios, tcnicas e
aplicaes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1996, 334p.
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B.
Geomorfologia: uma atualizao de bases e
conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2.
ed., 1995. 472 p.
Bibliografia
-
PINTO C. S. Curso Bsico de Mecnica
dos Solos. Editora Oficina de textos, 2005.
PRESS ET AL. Para Entender a Terra 4. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2006. 656p.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.C.M.;
FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando a
Terra. So Paulo: Oficina de Textos, 2000.
VARGAS, M. Introduo a Mecnica dos
Solos. Editora McGraw-Hill do Brasil, 1977.