aula 5 dimensões morfológicas i

34
 DIMENSÕE MORFOLÓGICAS I ARQUITETURA E URBANISMO Profes sor: Edso n Sasi [email protected] BASEADO EM: KOHLSDORF, G. & KOHLSDORF, F. DE HOLANDA

Upload: adsonbarbosa

Post on 05-Oct-2015

46 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A ARQUITETURA enquanto Profissão, enquanto Ciência, e enquanto Arte, tem provocado ao longo do tempo muitos estudos, teorias, métodos ... que são diferentes formas de conhecer, estudar, analisar, e produzir para este campo do conhecimento. Isto, de modo sempre associado a outras áreas do conhecimento, numa colaboração recíproca.

TRANSCRIPT

  • DIMENSE MORFOLGICAS I

    ARQUITETURA E URBANISMO

    Professor: Edson [email protected]

    BASEADO EM: KOHLSDORF, G. & KOHLSDORF, F. DE HOLAN DA

  • DIMENSES MORFOLGICAS,

    baseado nos estudos e publicaes dos Prof Dr. Maria Elaine Kolhsdorf, Gunter Kolhsdorf e Frederico de Holanda/UnB 2 ENCONTRO

    Estudo / compilao Elaborado por Prof. Dr. Mrcio Vianna e Arq. Edson Sasi IESPLAN / DF

  • DIMENSES MORFOLGICAS do espao urbano e arquitetnico,

    como proposta metodolgica de anlise e concepo de

    Arquitetura & Urbanismo

    PARTE 1 > INTRODUO

    A ARQUITETURA enquanto Profisso, enquanto Cincia, e enquanto Arte, tem provocado ao longo do tempo muitos estudos, teo rias, mtodos ... que so diferentes formas de conhecer, estudar, analisa r, e produzir para este campo do conhecimento. Isto, de modo sempre associa do a outras reas do conhecimento, numa colaborao recproca.

  • Escola de Atenas, Rafael Sanzio, 1509

    < e detalhe com Euclides

    Todas as profisses usam o espao arquitetnico; e, algumas delas, colaboram para a sua concepo.

  • Em De Architectura, Vitrvio (1960) estabeleceu duradouras idias sobre a natureza da arquitetura.

    DOIS PONTOS DE DESTAQUE:

    1 TIPO DE CONHECIMENTO IMPLICADO NA TEORIA E NA PR TICA ARQUITETNICAS.

    2- AS TAREFAS SUSTANTIVAS QUE CONSTITUEM ESTE CAMPO.

  • O arquiteto deve estar equipado com conhecimento d e muitos ramos de estudo e vrios tipos de aprendizado, pois por mei o de seu julgamento que todo o trabalho feito pelas outras artes testado (Vitrvio, captulo 01 do livro 01)

    INCLUI ESTUDOS DE

    HISTRIA,

    FILOSOFIA,

    MSICA e

    MEDICINA

  • SAVOR FAIRE arquitetnico: prtico e implcito (relao com a feitura do espao construdo)

    PENSAMENTO MORFOLGICO: reflexivo e analtico

    CINCIAS SOCIAIS E NATURAIS:CONHECIMENTO A - ESPACIAL

    1

    2

    3

  • Arquitetura tem constitudo ao longo dos sculos, uma espcie de problema matemtico onde existem variveis a considerar, e cuja soluo resulta da proporo, do valor atribudo a cada varivel, j que cada uma delas tem um peso, uma prioridade a considerar por parte do arquiteto e para o contexto com o qual ele deve lidar.

    O arquiteto deve ento avaliar este peso, e no apenas sair perguntando s pessoas quanto a edifcios e cidades, seria muito simples.

    O ASSUNTO MAIS COMPLICADO, UMA VEZ QUE A ARQUITETURA FUNCIONA PORQUE SATISFAZ EXPECTATIVAS HUMANAS, MAS QUE EXPECTATIVAS SO ESSAS? O QUE TEM MAIS PESO OU PRIORIDADE EM CADA PROJETO DE ARQUITETURA?

  • O custo dos materiais?

    O conforto dos usurios?

    Conforto... climtico?

    Conforto... funcional?

    O gosto do arquiteto?

    O gosto do cliente?

    A estabilidade da construo?

    Segurana? Durabilidade? Sustentabilidade? Acessibi lidade?

    tica? Esttica? Ecologia?

    O que mais? Tantos aspectos, expectativas a conside rar:

    possposs vel atender perfeitamente a todas as expectativas?vel atender perfeitamente a todas as expectativas?

  • Arquitetura UMA SITUAO RELACIONAL:

    UMA SITUAO QUE RELACIONA ESPAOS COM A SOCIEDADE.

    AS NECESSIDADES, ASPIRAES, INTERESSES E EXPECTATIVAS DE DIFERENTES GRUPOS FAZ COM QUE A ARQUITETURA RESULTE EM NEGOCIAES ENTRE SITUAES RELACIONAIS,ISTO , AS RESPOSTAS NEM SEMPRE SO DE FORMA MUITO EXPLICITA.

  • A qualidade de um mesmo espao arquitetnico pode variar conforme cada expectativa (dimenso) considerada;

    Coliseu, Roma, aprox 70 DC

    Catedral de Braslia - 1958

    Com efeito, desde a Antigidade, os pensadores da Arquitetura estudaram-na, sempre, a partir de variveis a serem consideradas num resultado final composto, harmnico, sob pontos de vista diversos, equilibrados no produto resultante.

  • AINDA HOJE:

    Ainda hoje , ou pode, ou poderia ser assim...

    a famosa curva leve e sensual do trao de Oscar Niemeyer...

    ... no seria uma ponderao entre

    GEOMETRIA,

    LEVEZA E

    SENSUALIDADE???

  • Em 1974, dois mil anos depois de Vitruvio, HILLIER & LEAMAN

    propuseram o modelo das 4 funes da Arquitetura:

    1) Modificao Clim tica (Conforto Ambiental, Trmico, Acstico, Luminoso, & Cia)

    2) Expresso Simblica (Semiologia, Esttica, & Cia)

    3) Modificao de Recursos (Economia, Custos, Infra-estrutura, & Cia)

    4) Continente de Atividades (Funcional, Comportamental, & Cia)

  • Cada funo desempenhada pelo espao,

    como sugerido pelo Modelo (das 4 funes*),

    caracteriza uma rea de reflexo arquitetnica

    e exige um determinado corpo de

    conhecimento terico, a que se pode referir como

    uma sub-disciplina da Arquitetura.

    (...)

    Cada uma destas disciplinas arquitetnicas constitui

    uma certa abordagem do fenmeno, cada uma constitui

    uma certa revelao analtica de um dimenso abstrata das coisas,

    (...) de maneira a selecionar, das coisas analisadas, selecionar, das coisas analisadas,

    os os atributos adequados para os seus pratributos adequados para os seus prprios objetivosprios objetivos.

    (Arquitetura como Situao Relacional,

    HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter.

    UnB, Braslia, 1995)

  • Casa da Cascata, Frank Lloyd Wright, Chicago, EUA, 1934

    Catedral Alternativa, Colmbia Arquiteto Simon Velez

    A Arquitetura se torna assim (...) certas relaes do homem com o espao. Em tais relaes, os homens procuram satisfazer (...) expectativasexpectativas que eles tm para com o espao (...)(Arquitetura como Situao Relacional,

    HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter.

    UnB, Braslia, 1995)

  • Esta anlise aspectual relaciona ATRIBUTOS MRFICOS do espao arquitetnico e EXPECTATIVAS humanas s quais eles podem satisfazer . (...) Uma teoria especfica do espao que nos permita ler sensorialmente atributos arquitetnicos como smbolos sociais.(Arquitetura como Situao Relacional, HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter. UnB, Braslia, 1995)

  • Mas que expectativas so essas? A Arquitetura muda ao longo da Histria, porque expectativas tambm mudam ao longo da Histria, sendo constitutivas de sociedades especficas.

    (Arquitetura como Situao Relacional, HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter. UnB, Braslia, 1995)

  • ESPAOS ARQUITETNICOS

    DIMENSO:

    Todo plano, grau, nvel ou direo no qual se possa efetuar uma investigao, uma pesquisa, ou onde se passa realizar uma ao ou relacionar pesquisa e ao. ( ABBAGNANO, N. :Dicionrio de Filosofia, Mestre Jou, So Paulo, 1962).

    Na arquitetura as dimenses balizam o mbito de investigao e/ou ao provisria separada do todo e correlaciona as caractersticas das formas dos espaos constituintes dos lugares (por isso morfolgicas), com as correspondentes expectativas das sociedades humanas.

    EXPECTATIVAS SOCIAS

  • QUAIS SO ESTAS DIMENSES?

  • FUNCIONAL

    EXPRESSIVO-SIMBLICA

    BIOCLIMTICA

    TOPOCEPTIVA

    COPRESENCIAL (SOCIAL)

    ECONMICA

  • Estas dimenses assumem, esquematicamente, o seguinte formato verbal e diagram tico, em sntese, da moldura epistemolgica de uma possvel teoria da arquitetura.

  • A satisfao das diferentes expectativas sociais em relao ao espao arquitetnico d-se por meio de atributos morfolgicos prprios s mesmas. Logo, as caractersticas de configurao incidentes nas diversas expectativas so especficas de cada dimenso. Portanto, necessrio avaliar o espao segundo critrios e padres prprios a cada dimenso morfolgica:

    DIMENSO > CRITRIO > CATEGORIA MORFOLGICA

    FUNCIONAL > critrio de funcionalidade, atributos funcionais

    EXPRESSIVA > critrio de expressividade, atributos expressivos

    SIMBLICA > critrio de simbolismo, atributos simblicos

    BIOCLIMTICA > critrio de conforto bioclimtico, atributos bioclimticos

    TOPOCEPTIVA > critrio de topocepo, atributos topoceptivos

    SOCIAL > critrio de (co)presena, atributos copresenciais

    ECONMICA > critrio de economicidade, atributos econmicos

    ________________________________________________________ +DESEMPENHO GLOBAL

  • AS DIMENSES SO ESTRUTRAS DO ESPAO ARQUITETNICO, E DO SEU PROJETO, AFINAL:

    Projeto um momento de proposta, entendida como imaginao de situaes, diferentes das atuais e pressupostamente melhores, assim como o desenvolvimento de um arcabouo de aes capazes de transformar a situao existente, noutra, imaginada e desejada.

    Nesse sentido, O PROJETO inequivocamente um PRODUTO e um PROCESSO, ou uma seqncia interativa de momentos de CRIACRIAOO e de AVALIAAVALIAOO de desempenhos.

  • Temos ainda que considerar que existem dimenses superiores, supraestruturais digamos, que devem ser atendidas (pelo projeto) acima de tudo:

    Chamamos de Macrodimenses:

    TICA !

    ECOLGICA !

    ESTTICA !

  • A dimenso TICA direciona o foco da ateno para o estudo da satisfao das expectativas humanas que vo alm das necessidades biolgicas. A tica se refere tradicionalmente ao que considerado bom ou mau no que diz respeito aos aspectos da vida que so distintamente humanos. Isto inclui valores morais que se referem justia social e a idias em torno da democracia como um valor universal, compreendidos aqui como o indiscriminado acesso a recursos econmicos, de autoridade e simblicos.Arquitetura como situao relacional, HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter. UnB, Braslia, 1995.

    ?

  • A dimenso ECOLGICA estuda como a arquitetura realiza conceitos de natureza e conceitos do homem enquanto natureza, nas suas relaes com a natureza de maneira mais geral. Valores ecolgicos informam a maneira pela qual caractersticas do stio natural so incorporadas (ou no) ao projeto do edifcio ou dos assentamentos. Da mesma maneira, diferentes sociedades tm menor ou maior impacto transformador meio ambiente natural herdado. Sabemos que a dominao do homem sobre a natureza e a sua radical transformao tm sido uma pedra de toque da era moderna.

    Arquitetura como situao relacional, HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter. UnB, Braslia, 1995.

    ?

  • A dimenso ESTTICA vai, digamos, um passo mais alm na satisfao das expectativas humanas. (...) Esta dimenso implica o estudo da forma arquitetnica de acordo com aquilo que nos referimos como feio ou bonito. Como as outras dimenses, a dimenso esttica tambm cruza as vrias funes da arquitetura: a beleza pode ser encontrada em certos tratamentos (...) ou em certas identidades de lugares (...) ou ainda a certos afetos (relacionados aos aspectos emocionais). por meio da dimenso esttica que explicamos tais escolhas sociais.

    Arquitetura como situao relacional, HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter. UnB, Braslia, 1995.

    ?

  • Esta dimenso tem sentido operativo e finalidades utilitrias. o mbito da investigao e/ou ao que correlaciona expectativas de adequao da eficincia dos espaos s atividades neles desenvolvidas.

    DIMENSO FUNCIONAL

  • DIMENSO EXPRESSIVO-SIMBLICA

    A dimenso expressiva o mbito que se dedica observao do espao como manifestao de um contedo por meio de sua forma f sica. Neste sentido, abarca expectativas referidas ao plano emocional e baseada s na comunicao estabelecida entre o espao e as pessoas: aspiraes simblicas, artsticas, afetivas, etc, destacando-se a agradabilidade despertada por certas organizaes morfolgicas, como caracterstica esttica passvel de ser apreen dida pela contemplao.

    J a dimenso simblica o mbito que correlaciona certos atributos morfolgicos dos lugares e expectativas de satisfa o emocional por meio da construo de significados, possibilidade essa de a firmao do indivduo enquanto ser humano, capaz de atribuir simbolismo aos objeto s, eventos e lugares do mundo em que vive.

  • DIMENSO BIOCLIM TICA

    o mbito de investigao que correlaciona expectativas de conforto fsico das sociedades humanas com as caractersticas climticas do meio no qual se encontram, e onde a forma dos lugares tem condies de modificar (acentuar, amainar, etc) as sensaes fisiolgicas e, como decorrncia destas, as condies psquicas.

  • o mbito de investivao que observa as expectativas de manter relativamente baixo o consumo de recursos materiais e energticos representados pelo espao. O consumo de recursos quantificado em moeda e representativo de custos necessrios materializao de bens e servios; logo, a economicidade um objetivo-meio, que deve ser vinculado s finalidades dos investimentos.

    DIMENSO ECONMICA

  • DIMENSO TOPOCEPTIVA o mbito de investigao que correlaciona expectativas pela noo de localizao e deslocamento das pessoas no espao, e certas caractersticas morfolgicas / configurativas dos mesmos.

    Esta dimenso responde a necessidades de orientao e de identificao dos lugares como referncias cognitivas bsicas segurana emocional dos indivduos. Nela incidem atributos morfolgicos com capacidade informativa para as noes topolgicas e perspectivas, nas quais se baseia a topocepo.

  • DIMENSO SOCIAL o mbito de investigao que relaciona expectativas de interao entre as pessoas com o espao, propiciadas (ou no) por certos atributos do mesmo. Tendo como pressuposto que as formas de solidariedade socialmente adotadas estabelecem organizaes espaciais correlatas, esta dimenso observa fatores fsicos propcios (permeabilidade) e restritivos (barreiras fsicas) aos encontros sociais no programados. Descreve os lugares por meio de axialidade, convexidade, e constitutividade.

  • BIBLIOGRAFIA:

    KOHLSDORF, Maria Elaine: A Apreenso da Forma da Cidade. Ed. UnB, Braslia, 1996.

    KOHLSDORF, Gunter: Sobre a Cincia de DeseharCidades e a Arte de Constru-las: algumas consideraes taxonomtricas e metodolgicas. VI ENANPUR. Braslia, 1995.

    HOLANDA, Frederico & KOHLSDORF, Gunter: Arquitetura como Situao Relacional. UnB, Braslia, 1995.

    KOHLSDORF, Maria Elaine: Breve Histrico do Espao Urbano como Campo Disciplinar. (in) FARRET, Ricardo (org): O Espao da Cidade. Ed. Projeto, So Paulo, 1985.

    ........................................................................................

    ...........

    HILLIER, Bill & LEAMAN, Adrian (1974) How is Design possible? JAR (3/1) pp 4-11

    NORBERG-SCHULZ, Christian (1979). Genius Loci Paesaggio, Ambiente, Architettura. Milano: ElectaEditrice.

    VITRUVIUS POLLIO, Marcus (1960 (1914). The Tem Books on Architecture, traduo de Morris HiickyMorgan. New York: Dover Publications, INC.