anÁlise do desempenho da inovaÇÃo em empresas
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ANÁLISE DO DESEMPENHO DA
INOVAÇÃO EM EMPRESAS
PERNAMBUCANAS DE PEQUENO
PORTE
GUILHERME ALVES DE SANTANA (UFPB)
BRENO JOSE BURGOS PAREDES (UFPE)
O estudo visa diagnosticar e analisar a evolução do grau de inovação
de Empresas de Pequeno Porte (EPPs) de diferentes segmentos
empresariais localizados no estado de Pernambuco. Para tanto,
realizou-se uma pesquisa de campo com a aplicação do diagnóstico
Radar da Inovação em 500 EPPs enquadradas nos segmentos de
turismo, diversos, comércio varejista, gesso e confecções. Entre os
setores, a Indústria de Confecções apresentou a maior evolução entre
os R0-R2 (39,30%). De forma global os 500 empreendimentos
obtiveram uma evolução de 38,46%, demonstrando a capacidade
inovadora destes segmentos.Os resultados obtidos apontam qual é o
desempenho da inovação em diferentes dimensões, permitindo verificar
os principais pontos fortes e fracos de cada segmento e os aspectos que
devem ser aperfeiçoado pelo empresariado Pernambucano.
Palavras-chave: Inovação, Grau de Inovação, Empresas de Pequeno
Porte
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1. Introdução
Segundo estudos realizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE, 2014), empreendedores brasileiros vêm se conscientizando (e sendo
sensibilizados) quanto à importância da inserção da cultura de inovação em suas
organizações, e adotando práticas inovadoras para o desenvolvimento de produtos e
processos. Esta situação se deve ao novo entendimento acerca do tema, já que a inovação não
é mais vista como predominantemente centrada em tecnologia e de alto custo, e sim, como um
fator que pode potencializar novas formas de produção e comercialização de bens e serviços.
Análises realizadas sobre o impacto da inovação em organizações (SILVA NÉTO;
TEIXEIRA, 2011; LIMA; et al., 2014; OLIVEIRA, et al., 2014) revelaram as contribuições
de mensurar e gerar indicadores sobre a inovação em Empresas de Pequeno Porte (EPPs). A
partir dos indicadores é possível identificar pontos fortes e negativos relativos à inovação,
provendo informações para tomada de decisão em âmbito organizacional. Apesar de
imprescindível para uma compreensão da dinâmica da inovação no país, a tarefa de analisar a
evolução do grau de inovação de pequenas empresas ainda deve ser aprimorada, devendo ser
realizada nos mais diversos segmentos econômicos e localidades Brasil afora. Caminhando
nesta direção, este artigo visa diagnosticar e analisar a evolução do grau de inovação (GI) de
EPP, localizadas no estado de Pernambuco, e pertencentes a diferentes segmentos
empresariais.
2. Inovação Organizacional
A inovação pode ser considerada um ativo composto por diversos elementos que auxiliam e
desenvolvem a sustentação do relacionamento da empresa com seus clientes. Apesar de se
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diferenciarem quanto aos conceitos, os estudiosos de inovação apontam que uma organização
inovadora possui a habilidade de criar valor para o cliente (MACHADO; CARVALHO, 2008;
SHIEH; WANG, 2010). Essa situação resulta num diferencial frente aos concorrentes, o que
pode resultar na empresa ir migrando para posição de destaque no mercado. A qualidade deste
elo e o seu potencial para incrementar seus rendimentos dependem diretamente do
alinhamento estratégico do processo de inovação organizacional realizado nas empresas em
conjunto com seus stakeholders (VALENCIA; VALLE, 2010). Noutro ponto de vista,
Dornelas (2003, p. 17) argumenta que a inovação:
“tem a ver com a mudança, fazer coisas de forma diferente, de criar algo novo, de
transformar o ambiente onde está inserido. É algo mais abrangente que apenas a
comum relação que se faz com a criação de novos produtos ou serviços. É um termo
econômico ou social, mais do que técnico”.
Em outras palavras, a inovação é uma ação original ou aperfeiçoada que não havia sido
adotada na empresa e também pode ser percebida como uma idéia, uma prática ou um artefato
material reconhecido como novo, relevante e único, adotados em determinado processo, área
ou por toda a organização e sua rede de negócios. Portanto, mudanças no âmbito
organizacional que geram impactos e são sustentáveis podem ser consideradas ações
inovadoras.
Dentre os objetivos inerentes à busca da inovação organizacional, pode-se destacar: reduzir
custos, melhorar a qualidade do serviço, produto e/ou processo; modificar o serviço, produto
e/ou processo existente ou substituir por outro com mesma ou outra finalidade; integrar
verticalmente novos serviços, produtos e/ou processos; trazer um resultado positivo para a
organização, que seja financeiro, social ou estrutural, visível para os clientes ou acionistas em
curto ou médio espaço de tempo (LIMA; et al., 2014; OLIVEIRA, et al., 2014).
Neste contexto, as empresas que buscam ter uma cultura de inovação devem entender que a
inovação inicia com uma idéia, e que deve haver estímulos e orientação para o
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desenvolvimento de um produto, processo, estratégia de marketing ou ação de gestão
organizacional (OCDE, 2006; VALENCIA; VALLE, 2010). Em síntese, a inovação
organizacional é fundamental para o processo produtivo, pois pode ser de baixo impacto
financeiro ou de nenhum custo.
3. Procedimentos Metodológicos
Quanto aos fins, a pesquisa é descritiva, pois envolve uma área que necessita de
contribuições, que é a da mensuração do grau de inovação (GI). Quanto aos meios, este
estudo foi construído a partir das seguintes etapas: i) pesquisa bibliográfica, e; ii) pesquisa de
campo, através da aplicação de um diagnóstico em 500 pequenas empresas.
A distribuição das empresas ocorreu de forma não-aleatória, sendo alocadas da seguinte
forma: 250 empresas do segmento turístico pernambucano, espalhadas pela Região
Metropolitana de Recife (RMR), Mata Norte e Mata Sul; 100 empreendimentos do segmento
diversos (tecnologia da informação, salões de beleza e academias de ginástica); 50 empresas
do segmento de confecções, na RMR; 50 indústrias de gesso, localizados em Araripina/PE, e;
50 empresas de comércio varejista também situados na cidade de Araripina/PE.
Há diversos diagnósticos desenvolvidos para mensurar a inovação, todavia, este estudo
utilizou a ferramenta Radar da Inovação (formado por 13 dimensões e por 40 construtos)
desenvolvida por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) e aprimorada por Bachmann e
Destefani (2008). Os constructos são avaliados segundo escores que variam entre 1 e 5, sendo
atribuído 1 para uma organização pouco inovadora, 3 para uma organização com inovação
ocasional e 5 para uma organização inovadora sistêmica.
Para cada empresa, o diagnóstico foi aplicado em três distintos momentos (que serão
chamados de “R”), sendo o primeiro (R0) em 2012, o segundo (R1) em 2013 e o terceiro (R2)
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em 2014. A partir da aplicação do Radar da Inovação foi possível calcular o GI médio de cada
dimensão, ou seja, o escore médio de todas as empresas inseridas em um segmento, e o grau
de inovação global, dado pela média aritmética das dimensões do radar.
4. Análise e Discussão dos Resultados
Esta seção apresentará uma análise sobre a evolução do GI das EPPs de cada um segmentos, a
saber: turismo, diversos, comércio varejista, e as indústrias de gesso e de confecções. Desta
forma, cada um dos segmentos terá seu grau de inovação médio e global analisado, bem como
as evoluções obtidas através da implementação de ações.
4.1 Turismo
Para iniciar a discussão, tomam-se as empresas envolvidas de turismo como foco (agências de
viagens, locadoras de veículos, organizadoras de eventos, meios de hospedagem,
transportadoras turísticas). Logo, a Tabela 1 apresenta os dados gerais referentes o GI das
empresas enquadradas no segmento turístico.
Tabela 1 – Grau de Inovação do Segmento de Turismo
DIMENSÕES R0 R1 R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Oferta 2,4 2,7 3,0 10,25 11,53 22,97
Plataforma 3,8 4,0 4,1 04,31 04,96 09,48
Marca 3,6 3,8 4,0 06,03 04,94 11,26
Clientes 2,6 3,1 3,4 18,29 10,22 30,38
Soluções 2,9 3,2 3,5 12,62 07,30 20,85
Relacionamento 3,3 3,9 4,3 20,43 08,84 31,08
Agregação de valor 2,3 2,6 2,9 15,44 09,33 26,21
Processos 1,9 2,3 2,8 23,57 22,77 51,70
Organização 2,9 3,4 3,8 15,06 12,79 29,77
Cadeia de fornecimento 2,3 2,5 2,8 08,76 10,63 20,32
Presença 1,8 2,1 2,6 15,63 24,85 44,37
Rede 2,2 3,2 4,1 47,65 28,21 89,31
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Ambiência inovadora 2,1 2,4 2,7 13,82 13,92 29,67
Grau de Inovação Global 2,6 3,0 3,4 15,23 12,28 29,38
Fonte: Dados da pesquisa de campo (2012-2014)
Com base na percepção obtida através da pesquisa realizada, os empresários do segmento
buscam promover e reconhecem a importância de ações inovadoras em seus
empreendimentos, principalmente por estarem envolvidos em um segmento que necessita de
mudanças constantes para atrair ou captar novos mercados. Consequentemente, as dimensões
que obtiveram maior evolução do R0 para o R2 foram: Rede, com um aumento de 89,31%;
Processos (51,70%), e; Presença (44,37%). O impacto nestas dimensões se justifica pelo
lançamento de novas promoções e canais de comunicação com os clientes (dimensões rede e
presença) e por ações realizadas para a melhoria de processos e adequações relativas a
aspectos ambientais e gestão de resíduos (processos).
Por outro lado, as dimensões Plataforma, Marca e Relacionamento não foram tão enfatizadas
pelos empresários, por terem apresentado inicialmente escores elevados. Já as dimensões que
precisam de maior atenção e desenvolvimento são: Agregação de Valor, já que iniciou com
grau 2,3 e chegou apenas a 2,9; Ambiência Inovadora, que passou de 2,1 (no R0) para 2,7 (no
R2), e; Cadeia de Fornecimento, passando de 2,3 para 2,8. Por sua vez, o gráfico 1 apresenta o
Radar da Inovação com as médias do GI do segmento turístico.
Gráfico 1 – Radar da Inovação do Segmento de Turismo
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Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
O gráfico 1 permitiu verificar que as dimensões com maior evolução não foram às mesmas
que apresentaram melhor média de grau inovativo (executando a dimensão rede). Logo, as
dimensões com médias mais próximas do escore máximo durante o R2 foram Relacionamento
(4,3), Marca e Rede (ambas com 4,1). Neste sentido, ressalta-se a prioridade dada pelos
empresários da atividade turística para a captação e manutenção de clientes, corroborando
Krohling e Pelisari (2013) que argumentam que este tipo de empreendedor busca implantar
ações no sentido de personalizar as relações com seus clientes.
4.2 Diversos
O segmento de diversos foi composto por 100 empresas (Tecnologia da Informação e
Comunicação, salões de beleza e academias de ginástica), localizadas na RMR. A análise
revelou que as empresas analisadas possuem a capacidade de realizar ações rapidamente,
gerando benefícios iniciais (ver tabela 2), apresentando um GI final satisfatório.
Tabela 2 – Grau de Inovação do Segmento de Diversos
DIMENSÕES R0 R1 R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Oferta 2,7 3,0 3,2 10,90 07,29 18,98
Plataforma 3,1 3,2 3,5 03,85 07,56 11,70
Marca 3,3 3,7 3,9 13,85 04,73 19,23
Clientes 2,6 3,0 3,5 19,33 13,25 35,15
Soluções 2,7 2,9 3,1 07,92 09,62 18,30
Relacionamento 3,0 3,9 4,3 28,74 09,68 41,20
Agregação de valor 2,2 2,7 3,0 20,12 10,28 32,47
Processos 2,0 2,4 2,7 24,51 12,77 40,41
Organização 2,6 3,1 3,4 16,67 09,42 27,65
Cadeia de fornecimento 2,4 2,7 3,0 13,03 12,45 27,10
Presença 2,0 2,3 2,7 15,82 16,74 35,20
Rede 2,9 3,5 4,0 21,82 11,57 35,91
Ambiência inovadora 2,1 2,4 2,8 14,50 15,52 32,28
Grau de inovação global 2,6 3,0 3,3 16,03 10,48 28,18
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
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Ao avaliar os dados do segmento de diversos, é possível visualizar que a evolução em
inovação ocorrida se deu nas dimensões: Relacionamento (crescimento de 41,20% do R0 para
o R2); Processos (40,41%), e; Rede (35,91). Um aspecto sobressalente é de que as empresas
deste segmento direcionaram a execução de ações para um impacto inicial, devido ao fato de
que o percentual de evolução do R1 para o R2 é menor de que o do R0 para o R1 em 10 das
13 dimensões da inovação. Esta dinâmica confirma Motta e Fonseca (2007) no que diz
respeito ao imediatismo que o empresariado brasileiro possui no seu modo de gerir suas
empresas. Sendo assim, os empresários do segmento de diversos necessitam ter a implantação
de ações de inovação de forma gradativa e não apenas de caráter emergente, já que para obter
uma cultura de inovação é preciso ter continuidade nas ações inovadoras.
As dimensões Plataforma (passando de 3,0 para 4,3), Marca (3,1 para 3,5) e Relacionamento
(de 3,3 para 3,9) foram as que apresentaram altos escores inicialmente, demonstrando uma
preocupação, já existente das empresas enquadradas no segmento de diversos, para seus
sistemas de produção e versões de ofertas de produtos. Neste segmento, as dimensões que
ainda estão carentes são: Organização; Cadeia de Fornecimento; Soluções, e; Oferta. Estes
aspectos se interelacionam com a necessidade de ter mais ousadia, opções de fornecimento,
oferecimento de soluções complementares e integração de recursos, formação de parcerias e
elaboração de estratégia competitiva. A seguir, o gráfico 2 expõe as médias do grau de
inovação do segmento de diversos.
Gráfico 2 – Radar da Inovação do Segmento de Diversos
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Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
Se comparado ao segmento de turismo, o de diversos possui um grau de inovação mais
retrátil, uma vez que o radar não se expandiu tanto. Há de se ressaltar que as dimensões mais
próximas do escore máximo foram Relacionamento (com escore 4,3 no R2), Rede (4,0) e
Marca (3,9).
4.3 Comércio Varejista
O mapeamento realizado sobre o segmento de comércio varejista foi feito na cidade de
Araripina, e demonstrou que apesar de uma forte capacidade inovadora inicial, que a evolução
poderia ser ainda maior (ver tabela 3).
Tabela 3 – Grau de Inovação do Segmento de Comércio Varejista
DIMENSÕES R0 R1 R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Oferta 3,5 4,3 4,8 23,98 11,32 38,01
Plataforma 3,1 3,9 4,3 24,84 09,42 36,60
Marca 3,4 4,1 4,7 23,03 12,32 38,18
Clientes 3,4 4,7 4,7 37,84 00,00 37,25
Soluções 3,5 4,1 4,4 16,18 07,96 25,43
Relacionamento 3,3 4,1 4,5 24,07 10,45 37,04
Agregação de valor 3,6 4,1 4,5 14,77 08,42 24,43
Processos 3,5 4,2 4,6 19,71 09,97 31,64
Organização 3,7 4,1 4,5 12,47 08,37 21,88
Cadeia de fornecimento 3,7 4,1 4,6 10,93 11,58 23,77
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Presença 3,7 4,2 4,6 13,66 07,69 22,40
Rede 3,4 4,0 4,3 15,38 09,23 26,04
Ambiência inovadora 3,6 4,1 4,4 12,14 08,03 21,14
Grau de inovação global 3,5 4,2 4,5 18,92 08,70 29,26
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
As dimensões com maior destaque foram: Oferta (com um crescimento de 38,01); Marca
(38,18), e; Clientes (37,25). Desta maneira, nota-se que os empresários do segmento dão
ênfase a aspectos voltados ao lançamento de novos produtos, a ousadia nos negócios, práticas
voltadas ao meio ambiente, design e layout da empresa, proteção e alavancagem da marca,
identificação das necessidades dos consumidores, identificação de mercados e uso das
manifestações dos clientes. Ressalva-se ainda que o grau de inovação global final (R2) foi de
4,5, estando próximo do grau máximo a ser obtido.
Assim como os segmentos anteriormente analisados, o de comércio varejista teve dimensões
que se destacaram inicialmente, demonstrando quais os aspectos já eram enfatizados pelos
empresários antes da pesquisa de campo, sendo os seguintes: Organização, que passou de
escore 3,7 para 4,5; Cadeia de Fornecimento, de 3,7 para 4,6, e; Agregação de Valor,
passando de 3,6 para 4,5. Por outro lado, as dimensões com maior necessidade de crescimento
se relacionaram a Ambiência Inovadora (com percentual final de evolução de 21,14%),
Presença (22,40%) e Organização (21,88%). No radar da inovação (gráfico 3) é possível
verificar como ocorreu a evolução do GI em cada dimensão.
Gráfico 3 – Radar da Inovação do Segmento de Comércio Varejista
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Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
A análise deste segmento revelou um estado de inovação bem amadurecido, o que demonstra
que os empreendimentos investigados vem investindo em ações inovadoras para obter
diferenciação frente seus concorrentes. Entretanto, são empresas que tem um pouco mais de
dificuldade de seguir com um padrão de mudanças em curto espaço de tempo, por isso que a
evolução geral foi baixa, tanto do R0 para o R1 (18,92%), quanto do R1 para o R2 (08,70%).
4.4 Indústria de Gesso
Bem como a atividade de comércio varejista, as empresas analisadas do segmento de gesso
estavam localizadas no município de Araripina. De acordo com a pesquisa de campo e
percepção dos autores, o segmento de gesso apresentou pouca evolução no que diz respeito à
inovação (tabela 4)
Tabela 4 – Grau de Inovação do Segmento de Gesso
DIMENSÕES R0 R1 R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Oferta 3,0 3,1 3,2 03,49 04,16 7,80
Plataforma 3,9 4,2 4,4 05,58 05,29 11,17
Marca 3,0 3,2 3,3 05,33 03,16 8,67
Clientes 3,1 3,8 4,1 23,66 07,56 33,01
Soluções 1,8 1,9 2,1 02,17 09,57 11,96
Relacionamento 2,5 2,7 3,0 07,14 11,85 19,84
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Agregação de valor 1,9 2,0 2,2 05,38 11,22 17,20
Processos 2,1 2,3 2,4 06,98 06,73 14,17
Organização 1,9 2,3 2,9 20,62 22,65 47,94
Cadeia de fornecimento 2,2 2,4 2,7 10,91 09,84 21,82
Presença 2,0 2,1 2,2 05,00 02,86 8,00
Rede 2,8 3,2 3,6 12,86 15,19 30,00
Ambiência inovadora 1,6 2,3 2,5 42,27 10,96 57,86
Grau de inovação global 2,5 2,7 3,0 10,84 08,96 20,78
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
Apesar da pouca evolução do grau de inovação no segmento de gesso, houve dimensões que
demonstraram avanço considerável: Ambiência Inovadora (avanço de 57,86%); Organização
(47,94%), e; Clientes (33,01). Neste segmento notou-se um amplo uso de consultorias, fontes
externas de conhecimento, financiamento voltado a inovação e coleta de ideias, ratificando
Botelho, Botelho e Vendrametto (2009), por considerarem que a inovação para as empresas
que fabricam e comercializam gesso é um instrumento competitivo para o alcance de uma
liderança de custo, diferenciação do produto e um novo enfoque no mercado.
Dentre as dimensões que inicialmente se demonstraram fortalecidas, destacaram-se:
Plataforma, com escore inicial de 3,9; Oferta, devido ao início de 3,0, e; Marca, com
momento inicial de 3,0. Presença, Agregação de Valor e Soluções são dimensões que
merecem maior atenção dos empresários para que possam se desenvolver como as outras
dimensões destacadas. O radar da inovação (gráfico 4) ilustra este panorama de dimensões em
evolução, fortalecidas e que carecem de inovações.
Gráfico 4 – Radar da Inovação do Segmento de Gesso
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Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
Portanto, a evolução do grau de inovação médio das empresas pertencentes à indústria de
gesso pode ser considerada baixa. Ao observar os dados da pesquisa, nota-se que a média do
R0 foi 2,5, passando para 2,7 e em seguida para 3,0. Infere-se que esta situação pode ser
oriunda do tradicionalismo ou certo conservadorismo do empresariado deste segmento.
4.5 Indústria de Confecção
A inovação na indústria de confecção na RMR aparenta ser promissora, pois os empresários
do segmento adotaram ações em diversas dimensões, como: Cadeia de Fornecimento
(evolução de 114,29%); Relacionamento (57,14%), e; Clientes (43,96%). A evolução da
dimensão Cadeia de Fornecimento é coerente ao que Costa Neto e Gusmão (2008) observam
como importante neste segmento, uma vez que a distribuição e logística são aspectos
fundamentais para o funcionamento das indústrias de confecção. A tabela 5 apresenta os
percentuais e graus médios de inovação deste segmento.
Tabela 5 – Grau de Inovação nos empreendimentos de confecção da RMR
DIMENSÕES R0 R1 R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Oferta 2,9 3,1 3,4 9,30 8,51 18,60
Plataforma 3,7 5,0 5,0 36,36 0,00 36,36
Marca 2,3 3,7 4,0 57,14 9,09 71,43
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Clientes 3,0 3,9 4,4 28,57 11,97 43,96
Soluções 1,7 2,0 2,3 20,00 16,67 40,00
Relacionamento 2,3 2,7 3,7 14,29 37,50 57,14
Agregação de valor 1,7 1,7 1,7 0,00 0,00 0,00
Processos 2,5 2,7 3,0 9,46 11,11 21,62
Organização 2,7 3,5 3,8 31,25 9,52 43,75
Cadeia de fornecimento 2,3 4,3 5,0 85,71 15,38 114,29
Presença 2,3 3,0 3,3 28,57 11,11 42,86
Rede 3,0 3,0 3,0 0,00 0,00 0,00
Ambiência inovadora 2,8 3,2 3,6 14,29 12,50 28,57
Grau de inovação global 2,6 3,2 3,6 25,93 10,61 39,30
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
No caso do segmento de confecção, poucas dimensões se mostraram desenvolvidas
inicialmente, mas as exceções se relacionaram a Plataforma, Clientes e Rede. No entanto,
ainda é necessário trabalhar intensamente o desenvolvimento das dimensões Processos
(apenas 21,62% de avanço), Oferta (18,60%) e Agregação de Valor (0%). A melhoria nestas
dimensões pode possibilitar um aumento no grau de inovação global. No gráfico 5, pode-se
observar melhor os aspectos positivos e negativos da indústria de confecções.
Gráfico 5 – Radar da Inovação do Segmento de Confecção
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
Conforme pode ser visto no gráfico 5, houve uma considerável expansão nas dimensões
Plataforma, Cadeia de Fornecimento e Relacionamento, mas também houve um avanço
moderado em dimensões como Organização, Marca e Clientes. Por fim, as dimensões
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Agregação de Valor e Rede permaneceram inalteradas, o que permite inferir que há uma falta
de atenção dos empresários sobre os aspectos relacionados a estas dimensões.
4.6 Grau de Inovação Global
A partir da análise dos dados, constatou-se que os segmentos de Indústria de Confecções,
Comércio Varejista e Turismo obtiveram evoluções significativas no seu grau de inovação
global, seguidos pelo segmento de Diversos. Já a indústria de Gesso teve desempenho menor
se comparado aos já referidos.
Tabela 6 – Comparativo do Grau de Inovação Global dos Segmentos
Dimensão GI Global R0 GI Global R1 GI Global R2 Evolução
R0-R1 %
Evolução
R1-R2 %
Evolução
R0-R2 %
Turismo 3,3 3,8 4,2 15,15 10,53 27,27
Diversos 2,6 3,0 3,3 15,38 10,00 26,92
Comércio 3,5 4,2 4,5 20,00 07,14 28,57
Gesso 2,5 2,7 3,0 08,00 11,11 20,00
Confecção 2,6 3,2 3,6 23,08 12,50 38,46
Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
Os empresários dos segmentos de gesso apresentaram certa dificuldade em inovar em
produtos e processos, assim como certo conservadorismo. A evolução dos segmentos pode ser
verificada no radar da inovação abaixo.
Gráfico 6 – Radar da Inovação comparativo entre os segmentos.
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Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2014).
5. Considerações Finais
Como pretendido, diagnosticou-se o Grau de Inovação de 500 empreendimentos de pequeno
porte localizados do estado de Pernambuco. Constatou-se que a metodologia de aplicação do
Radar da Inovação é apropriada para mensurar a inovação em uma EPP, pois, possibilita uma
visão global no ambiente inovativo da empresa.
Entre os setores, a Indústria de Confecções apresentou a maior evolução entre os R0-R2
(39,30%). De forma global os 500 empreendimentos obtiveram uma evolução de 38,46%,
demonstrando a capacidade inovadora destes segmentos.
Desta forma, a pesquisa possibilitou a identificação dos pontos fortes, as oportunidades de
melhorias, aspectos relacionados à reorganização do trabalho, parcerias, visão externa e
estratégia competitiva.
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