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Artigo de Revisão Bibliográfica Mestrado Integrado em Medicina Dentária Anestesia local em medicina dentária: Novas técnicas e sistemas de administração anestésica “Local anesthesia in dentistry: New techniques and systems for anesthetic administration” Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo Porto, 2020

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  • Artigo de Revisão Bibliográfica

    Mestrado Integrado em Medicina Dentária

    Anestesia local em medicina dentária: Novas

    técnicas e sistemas de administração anestésica

    “Local anesthesia in dentistry: New techniques

    and systems for anesthetic administration”

    Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo

    Porto, 2020

  • II

  • III

    Artigo de Revisão Bibliográfica

    Mestrado Integrado em Medicina Dentária

    Anestesia local em medicina dentária: Novas

    técnicas e sistemas de administração anestésica

    “Local anesthesia in dentistry: New techniques

    and systems for anesthetic administration”

    Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo

    Orientadora: Prof. Doutora Inês Guerra Pereira

    Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

    Coorientador: Prof. Doutor João Manuel Lopes Alves Braga

    Professor Auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

    E-mail: [email protected]

    Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Rua Dr. Manuel Pereira da Silva,

    4200-329 Porto – Portugal

    Telefone: 220901100 – Fax: 22 090 11 01

  • IV

  • V

    Agradecimentos

    À minha orientadora, a Prof. Doutora Inês Guerra Pereira, e ao meu

    coorientador, o Prof. Doutor João Braga

    À minha família

    Aos meus amigos

  • VI

    Abreviaturas

    CCLAD – do inglês Computer Controlled Local Anesthesia Device

    SMV - do inglês Syringe Micro Vibrator

    STA - do inglês Single Tooth Anesthesia

    BNAI - Bloqueio do nervo alveolar inferior

  • VII

  • VIII

    Índice Resumo ........................................................................................................................ 1

    Abstract ........................................................................................................................ 3

    Introdução ..................................................................................................................... 5

    Materiais e Métodos...................................................................................................... 7

    Desenvolvimento .......................................................................................................... 9

    I. Sistemas Vibrotáteis ...................................................................................... 10

    i. VibraJect® ..................................................................................................... 10

    ii. DentalVibe® .................................................................................................. 11

    iii. Accupal® ....................................................................................................... 12

    iv. Syringe Micro-Vibrator® ................................................................................ 12

    II. Sistemas a Jato .............................................................................................. 13

    i. Syrijet Mark II® .............................................................................................. 14

    ii. MED – JET H III® .......................................................................................... 14

    III. Sistemas de Administração Anestésica Local Controlada por

    Computador ........................................................................................................... 14

    i. The Wand®/CompuDent® .............................................................................. 15

    ii. Single Tooth Anesthesia™ ........................................................................... 17

    iii. Comfort Control Syringe® .............................................................................. 19

    iv. Quicksleeper® ............................................................................................... 20

    v. SleeperOne™ ............................................................................................... 22

    IV. Sistemas de Anestesia Intraóssea ............................................................ 23

    i. Stabident® ..................................................................................................... 24

    ii. X-Tip® ........................................................................................................... 24

    iii. IntraFlow® ..................................................................................................... 25

    V. Tendências Futuras ....................................................................................... 26

    Spray Nasal ......................................................................................................... 26

    Conclusões ................................................................................................................. 27

    Referências Bibliográficas .......................................................................................... 29

  • X

  • 1

    Resumo

    Introdução: A dor e a ansiedade são as principais razões que levam os

    pacientes a adiar e a evitar o tratamento dentário. A utilização de anestesia local

    em medicina dentária é fundamental para a realização de procedimentos

    dentários de forma eficaz, no entanto, a administração anestésica é muitas vezes

    considerada como uma das etapas mais dolorosas do tratamento dentário.

    Atualmente existe uma constante procura de novas técnicas e sistemas que

    proporcionem uma experiência anestésica mais confortável e menos dolorosa

    para os pacientes.

    Objetivos: Elaborar uma revisão da literatura sobre as novas técnicas e

    sistemas de administração de anestesia local existentes no mercado,

    averiguando as suas vantagens, desvantagens, eficácia e complicações.

    Materiais e Métodos: Foi elaborada uma revisão bibliográfica que abrangia os

    últimos 10 anos, onde foram selecionados 56 artigos, após serem aplicados

    critérios de inclusão e exclusão. Para a realização desta monografia recorreu-se

    aos motores de busca PubMed, Semantic Scholar e SciELO.

    Desenvolvimento: Os sistemas vibrotáteis, a jato, computorizados e de

    anestesia intraóssea apresentam benefícios interessantes na prática anestésica

    em medicina dentária. Cada um possui um armamentário e metodologia que o

    torna distinto da anestesia convencionalmente administrada com uma carpule

    metálica. Alguns deles demonstraram ser eficazes na redução da dor e

    ansiedade peri-operatória, no entanto apresentam maioritariamente como

    desvantagens o custo de compra e a complexidade de manuseio.

    Conclusões: A utilização de novos sistemas e técnicas em medicina dentária

    apresentam um grande potencial no que diz respeito à redução da sensação

    dolorosa e ansiedade aquando de uma experiência anestésica vivida pelo

    paciente. No entanto, são necessários mais estudos e evidência científica que

    comprovem, realmente, as suas vantagens em relação às técnicas

    convencionais.

    Palavras-chave: Anestesia Local, Medicina Dentária, Avanços, Vibração, Jato,

    Intraóssea, Controlado por Computador.

  • 2

  • 3

    Abstract

    Introduction: Pain and anxiety are the main reasons why patients postpone and

    avoid dental treatment. The use of local anesthesia in dentistry is essential for

    performing dental procedures effectively, however, anesthetic administration is

    often considered as one of the most painful stages of dental treatment.

    Nowadays, there is a constant search for new techniques and systems that

    provide a more comfortable and less painful anesthetic experience for patients.

    Objectives: Elaborate a literature review on the new local anesthesia

    administration techniques and systems on the market, assessing their

    advantages, disadvantages, efficiency and complications.

    Material and Methods: A bibliographic review was prepared that covered the

    last 10 years, where 56 articles were selected, after inclusion and exclusion

    criteria were applied. For this monograph, PubMed, Semantic Scholar and

    SciELO were used.

    Development: Vibrotactile, jet, computerized and intraosseous anesthesia systems have interesting benefits in anesthetic practice in dental medicine. Each

    has an armamentarium and methodology that makes it different from anesthesia

    conventionally administered with a metallic carpul. Some of them have shown to

    be effective in reducing pain and perioperative anxiety, however, the majority of

    them have disadvantages such as the cost of purchase and the complexity of

    handling.

    Conclusions: The use of new systems and techniques in dental medicine has

    great potential with regard to the reduction of painful sensation and anxiety during

    an anesthetic experience lived by the patient. However, more studies and more

    scientific evidence are needed to really prove its advantages over more

    conventional techniques.

    Key-words: Local Anesthesia, Dentistry, Advances, Vibration, Jet, Intraosseous,

    Computer Controlled,

  • 4

  • 5

    Introdução

    A utilização dos anestésicos locais em Medicina Dentária levou a uma

    grande evolução nesta área, uma vez que a sua introdução diminuiu a dor

    sentida pelos pacientes durante os tratamentos dentários, permitindo, assim, aos

    médicos dentistas, trabalhar de forma mais eficaz. (1, 2)

    Os anestésicos locais, quando bem administrados, provocam uma analgesia

    reversível que se manifesta através da perda da sensibilidade (dor) nas regiões

    vizinhas ao local da injeção (anestesia infiltrativa) ou nas áreas inervadas por um

    determinado nervo (bloqueio anestésico) (3, 4). Esta é a forma mais segura e

    eficaz no controlo da dor associada a tratamentos dentários. Os anestésicos

    locais são os únicos fármacos que impedem que os estímulos nocicetivos

    atinjam o cérebro, sendo, por isso, muito úteis na redução do medo e ansiedade

    do paciente. (5)

    A técnica anestésica supraperióssea periapical é a técnica de eleição na

    maxila. No entanto, em algumas situações são necessárias várias penetrações

    da agulha para efetuar uma anestesia pulpar adequada, levando a um aumento

    de dosagem e causando, desnecessariamente, a anestesia de outras estruturas

    (6). Já na mandíbula, a anestesia indicada é o bloqueio regional do nervo

    alveolar inferior (Técnica direta, Gow-Gates ou Vazirani Akinosi) e, na região

    anterior, o bloqueio do nervo mentoniano e do nervo incisivo. Os bloqueios

    regionais apresentam uma taxa de insucesso relativamente elevada (7, 8) e

    algumas desvantagens, como uma maior probabilidade de injeção intravascular

    e dano nervoso. (3, 9, 10)

    Embora estas técnicas anestésicas sejam as mais utilizadas em Medicina

    Dentária no controlo da dor, existe uma constante procura de novas e melhores

    formas de reduzir a mesma durante os procedimentos dentários (11).

    Administrar um agente anestésico com uma carpule tradicional causa

    desconforto durante os estágios de punção e injeção. O manuseio incorreto da

    carpule é um dos fatores determinantes para a dor, que é exacerbada devido à

    pressão excessiva no êmbolo e à injeção rápida de grandes volumes de solução

    anestésica (12). É essencial fornecer solução anestésica local a uma taxa

    constante e velocidade mais lenta para evitar causar desconforto ao paciente.

  • 6

    As carpules convencionais não permitem um controlo preciso da taxa de fluxo, e

    as injeções em tecidos densos como o palato precisam de pressão adequada, o

    que é difícil com as carpules convencionais (13).

    A maioria das pesquisas são focadas na evolução dos agentes anestésicos,

    nos dispositivos de administração da solução e na técnica envolvida.

    Recentemente, têm sido desenvolvidas novas técnicas com o objetivo de ajudar

    o médico dentista a proporcionar uma melhoria na eficácia do alívio da sensação

    dolorosa através da diminuição da dor da injeção e na redução de efeitos

    adversos. (11)

    Assim, torna-se importante estudar os novos sistemas de administração

    anestésica que se encontram no mercado (computorizados, a jato, vibrotáteis,

    anestesia intraóssea) e aferir na literatura a sua pertinência e eficácia no dia-a-

    dia da prática clínica do Médico Dentista, comparativamente aos métodos

    convencionais.

  • 7

    Materiais e Métodos

    Para a elaboração deste trabalho de revisão bibliográfica, a pesquisa foi

    efetuada em bases de dados internacionais (Pubmed, Semantic Scholar,

    SciELO), cumprindo critérios de inclusão e exclusão e tendo em vista a resposta

    à seguinte questão:

    Em pacientes que realizem procedimentos dentários dolorosos, a

    utilização de sistemas e técnicas mais recentes proporcionam uma melhor

    experiência anestésica do que utilizando técnicas anestésicas

    convencionais?

    Foram incluídos artigos de revisão sistemática, meta-análises, ensaios

    clínicos, estudos clínicos, relatos de casos e editoriais publicados nos últimos 10

    anos, com acesso ao texto integral, aplicados a humanos e cujo título ou resumo

    abordavam a temática da anestesia local em Medicina Dentária, mais

    especificamente as inovações nessa área.

    A pesquisa que se encontra nas tabelas I, II e III foi efetuada entre 28 de

    março de 2020 e 4 de abril de 2020, tendo sido selecionados 56 artigos.

    Tabela I: Pesquisa efetuada na Pubmed

    Palavras-Chave Resultados

    da pesquisa

    Artigos

    selecionados

    Local Anesthesia AND Dentistry AND Jet 4 3

    Local Anesthesia AND Dentistry AND

    Intraosseous

    14 8

    Local Anesthesia AND Dentistry AND Advances 32 2

    Local Anesthesia AND Dentistry AND Computer

    Controled

    25 12

    Local Anesthesia AND Dentistry AND Vibration 10 6

    Local Anesthesia AND Dentistry 331 15

    Total 416 46

  • 8

    Tabela II: Pesquisa efetuada na SciELO

    Palavras-Chave Resultados

    da pesquisa

    Artigos

    selecionados

    Local Anesthesia AND Dentistry 11 1

    Tabela III: Pesquisa efetuada na SemanticScholar

    Palavras-Chave Resultados

    da pesquisa

    Artigos

    selecionados

    Local Anesthesia AND Dentistry AND Advances 594 9

  • 9

    Desenvolvimento

    O uso de anestesia local torna possível a realização de tratamentos

    dentários e cirúrgicos praticamente indolores. Por outro lado, a administração

    anestésica é amplamente considerada como um dos aspetos mais dolorosos da

    visita ao médico dentista e o medo associado com a anestesia dentária tem sido

    relatada como um fator que leva os pacientes a evitarem cuidados dentários.(1,

    12, 14-16) Existe uma relação entre ansiedade e medo da dor e a sensação real

    de dor. O stresse induzido pela ansiedade e pelo medo reduz o limiar de dor do

    paciente. Além disso, a sensação de dor resulta num aumento da ansiedade e

    estabelece-se um ciclo.(12, 15, 17)

    Embora a dor associada com a anestesia dentária dependa de muitos

    fatores (incluindo o local da injeção, a técnica e a personalidade do paciente (1)),

    resulta principalmente da penetração da mucosa pela agulha e a pressão

    causada aquando da injeção da solução anestésica, devido à súbita distensão

    dos tecidos pelo agente anestésico. (1, 12, 14, 16, 18-21) Isto resulta,

    principalmente, do uso de uma carpule convencional, onde o médico dentista

    tem de ser capaz de controlar simultaneamente o movimento de penetração da

    mucosa com a agulha e a injeção de anestésico, e de este tipo de carpule não

    ser ergonómica. (16, 22)

    Foram desenvolvidas várias técnicas para reduzir a dor durante a injeção

    anestésica, como uso de anestésico tópico, solução anestésica aquecida à

    temperatura corporal, aumento do tempo de injeção, técnicas de distração, uso

    de agulhas finas ou arrefecimento da zona da injeção.(14, 23-25) Contudo,

    continua a existir uma procura de diferentes métodos de alívio da dor e do stress

    em procedimentos dentários que envolvam anestesia local.

    Embora Cook (11) tenha inventado a carpule, utilizada atualmente, há

    mais de 100 anos, só mais recentemente é que os sistemas de administração

    anestésica têm sofrido grandes inovações. Ainda que a carpule tradicional com

    aspiração seja o método mais comummente utilizado para administração

    anestésica, novas tecnologias têm sido desenvolvidas para que possam assistir

    o médico dentista no alívio da dor, através da redução da sensação dolorosa

  • 10

    aquando da punção da agulha e deposição anestésica e também da redução de

    efeitos adversos. (11)

    I. Sistemas Vibrotáteis

    Alguns dos mais novos sistemas de administração anestésica local, que

    foram pensados com o objetivo de atenuar o medo e a ansiedade que os

    pacientes sentem da administração anestésica, aproveitam a Gate Control

    Theory of Pain de Melzack e Wall (26), que sugere que a dor pode ser reduzida

    ativando, simultaneamente, fibras nervosas com o uso da vibração, pressão,

    micro-oscilações ou uma combinação destas, na área alvo. Assim, a mensagem

    da vibração chega primeiro ao córtex cerebral, interferindo com a mensagem da

    dor da punção, diminuindo a perceção de dor.(11, 13, 26-32) Deste modo, a

    estimulação sensorial através da vibração é um importante método não

    farmacológico na redução da dor peri-operatória. (23, 30, 31)

    Apesar da longa história deste método, o número de estudos sobre a

    eficácia desses dispositivos para uso intraoral é limitado.(26, 29)

    Os Sistemas Vibrotáteis que existem no mercado são: VibraJect®,

    DentalVibe®, Accupal® e Syringe Micro-Vibrator®.

    i. VibraJect®

    O VibraJect® é um pequeno motor autoclavável operado por bateria que

    se conecta à carpule convencional através de um clip. Ele fornece uma vibração

    de 10 000 ciclos por minuto (alta frequência) à agulha. (11, 13, 28, 33)

    Figura 1- Sistema Vibrotátil: VibraJect® (Sem autorização do autor) (Salgotra V, Agrawal R, Mandal S, Kohli S. New Gadgets in Local Anesthesia: A review.

    IOSR Journal of Dental and Medical Sciences. 2014;13:62-6)

    Durante a injeção, os sinais de dor da punção e os sinais de

    pressão/vibração derivados do VibraJect® são combinados. Quando isto

    acontece, o sinal de dor, transmitido por fibras nervosas menores, é inibido pelo

  • 11

    sinal vibratório, transmitido por fibras nervosas maiores. Assim, o sinal de dor é

    mascarado, tornando a anestesia mais confortável para o paciente.

    O VibraJect® é simples de usar e pode ser anexado a qualquer carpule

    convencional.(28, 33) No entanto, este sistema apresenta resultados

    controversos em relação à sua performance, sendo que alguns autores afirmam

    que o seu uso não leva a uma diminuição significativa da sensação dolorosa.(30,

    31)

    ii. DentalVibe®

    O DentalVibe® (BING Innovations LLC, EUA) é um dispositivo portátil,

    sem fios e recarregável, que fornece micro-oscilações percussivas calmantes e

    pulsadas no local de injeção.(11, 26, 28, 32)

    Figura 2- Sistema Vibrotátil: DentalVibe® (Sem autorização do autor) (Nasehi A, Bhardwaj S, Kamath AT, Gadicherla S, Pentapati KC. Clinical pain evaluation with intraoral vibration device during local anesthetic injections. Journal of clinical and experimental

    dentistry. 2015;7(1):e23-7)

    A ponta vibratória em forma de U acoplada a um Motor Vibra-pulse

    controlado por um microprocessador estimula suavemente os recetores

    sensoriais no local de injeção, bloqueando a sensação dolorosa consequente da

    punção.(11, 23, 26, 28) Além disso, a ponta do dispositivo realiza uma suave

    massagem na zona da injeção, prevenindo a acumulação de anestésico no local,

    levando a uma dissipação anestésica mais rápida e a um efeito anestésico mais

    profundo.(23, 33) Também ilumina a área da injeção e possui um acessório para

    retrair o lábio e a mucosa jugal.(11, 32)

    A desvantagem deste sistema é não estar diretamente acoplado à

    carpule, sendo necessário a utilização das duas mãos ao mesmo tempo.(13)

    Nasehi et al.(32) concluíram que, em 99 indivíduos adultos com

    necessidade de tratamentos bilaterais no mesmo maxilar, a utilização do sistema

  • 12

    DentalVibe®, em variadas técnicas anestésicas, proporcionava uma experiência

    anestésica menos dolorosa. No entanto consideram que vários fatores podem

    ter influenciado estes resultados, como a região do procedimento, operadores

    diferentes na administração da técnica anestésica, pacientes com experiências

    anestésicas anteriores, entre outras.

    iii. Accupal® O Accupal® (Hot Springs, EUA) é um dispositivo sem fios e a bateria, que

    emite vibração e pressão para condicionar a mucosa oral antes da injeção.(13,

    28, 34)

    Figura 3- Sistema Vibrotátil: Accupal® (Sem autorização do autor) (Salgotra V, Agrawal R, Mandal S, Kohli S. New Gadgets in Local Anesthesia: A review. IOSR

    Journal of Dental and Medical Sciences. 2014;13:62-6)

    O Accupal® fornece pressão, vibrando o local da injeção a 360° proximal

    à penetração da agulha, inibindo o efeito doloroso, de acordo com o fabricante.

    Depois de colocar o dispositivo no local da injeção e aplicar pressão moderada,

    a unidade ilumina a área e começa a vibrar. A agulha é colocada através de um

    orifício na cabeça da ponta descartável, que é anexada ao motor.(11)

    iv. Syringe Micro-Vibrator®

    O Syringe Micro-Vibrator® (SMV) é um motor que se acopla

    paralelamente a uma carpule convencional e que fornece vibrações de elevada

    frequência que aliviam a dor. Por outro lado, o uso de uma baixa amplitude de

    vibração garante que a destreza do médico dentista e a precisão da injeção não

    sejam afetadas. Isso permite realizar uma injeção precisa e sem dor.(28, 30) O

    SMV® também reduz o efeito de balão que ocorre devido a uma injeção sob alta

    pressão, o que pode levar a edema ou outras complicações pós-operatórias. As

    vibrações reduzem a acumulação de solução anestésica no local, melhorando a

    infiltração da solução nos tecidos. Além disso, o uso deste sistema elimina a

  • 13

    necessidade da utilização de anestesia tópica.(28) O SMV® é um acessório útil

    na administração anestésica em pacientes adultos, mas principalmente em

    crianças e pacientes ansiosos e com medo da administração anestésica.(30)

    II. Sistemas a Jato

    A anestesia com sistemas a jato foi introduzida com o objetivo de reduzir

    o medo e fobia a agulhas.(35) A utilização deste sistema sem agulha usa pressão

    para forçar a entrada da solução anestésica de forma segura nos tecidos orais,

    sendo isto bem aceite pela maioria dos pacientes e resultando numa experiência

    mais confortável, uma vez que as fases de punção e injeção são eliminadas.(11,

    12, 35, 36)

    A tecnologia de injeção a jato é baseada no princípio de usar uma fonte

    de energia mecânica para criar uma pressão suficiente para injetar a solução

    anestésica através de um orifício muito pequeno, de modo a penetrar nos tecidos

    subcutâneos sem agulha.(13, 29, 31) Assim, a solução anestésica infiltra-se no

    tecido na forma de uma gotícula minúscula que é imediatamente absorvida pela

    bainha de mielina do nervo e a ação anestésica tem início em, aproximadamente,

    um milissegundo.(35)

    Tem como vantagem ser uma técnica anestésica indolor, com menos

    danos nos tecidos e uma taxa de absorção anestésica nos tecidos mais

    rápida.(11, 13, 35, 37) Quanto às desvantagens, não pode ser usado na maioria

    dos bloqueios nervosos, apenas em técnicas infiltrativas, anestesia superficial e

    bloqueio dos nervos mentoniano e nasopalatino.(11, 13, 35) É uma técnica com

    elevada sensibilidade, o barulho e pressão induzidos pelo equipamento podem

    ter efeitos negativos no paciente, pode causar hematoma dos tecidos moles e

    tem um elevado custo.(37)

    Até ao momento, a eficácia desta técnica anestésica em medicina

    dentária tem sido relatada como limitada.(11, 31, 35, 37) No entanto, pensa-se

    que pode ser usado com sucesso como sistema anestésico em sondagem

    periodontal, raspagem e alisamento radicular, colocação de coroas, facetas e

    bandas de cimentação, gengivectomia, biópsia, incisão para drenagem de

    abcessos e colocação de fio de retração.(35, 37). Em relação ao controlo da dor

    nas crianças, foi descrito na literatura que a anestesia usando injetores a jato

    proporcionam um elevado sucesso, nomeadamente em exodontia, terapia

  • 14

    pulpar, preparação dentária e outros procedimentos clínicos, como drenagem de

    abcessos.(37)

    Os sistemas a jato mais comuns são: Syrijet Mark II® e MED-JET®.

    i. Syrijet Mark II®

    O Syrijet Mark II ® (Keystone Industries, EUA) está no mercado há quase

    40 anos e apresenta algumas alterações ao longo dos anos. Algumas vantagens

    deste sistema são que ele aceita os anestubos padrão com 1,8 mL de solução

    anestésica local (garantindo assim a esterilidade da solução), permite a

    administração de um volume variável de solução de 0 a 0,2 mL e é

    completamente autoclavável.(11)

    ii. MED – JET H III®

    O MED - JET ® (Medical International Technologies, Canada) foi lançado

    em 2011 com a alegação do fabricante de que a solução anestésica injetada no

    dispositivo é direcionada através de um pequeno orifício 7 vezes menor que a

    menor agulha disponível no mundo. Essa corrente extremamente pequena de

    líquido sob pressão perfura e, em seguida, o restante da dose será disperso na

    camada desejada de tecido. A singularidade do sistema é a sua capacidade de

    utilizar métodos de fornecimento de baixa pressão sem comprometer a precisão,

    a conveniência e a facilidade de uso, enquanto garante conforto ao paciente,

    segurança ambiental e acessibilidade do usuário.(11)

    III. Sistemas de Administração Anestésica Local Controlada

    por Computador

    É essencial fornecer solução anestésica local a uma taxa constante e a

    baixa velocidade para evitar causar desconforto ou outros efeitos indesejados ao

    paciente. As carpules convencionais não permitem um controlo preciso da taxa

    de fluxo, e as injeções em tecidos densos como o palato necessitam de uma

    pressão adequada, o que é difícil de obter com as carpules convencionais. (13)

    Em meados da década de 90, começaram os trabalhos de

    desenvolvimento de sistemas de administração anestésica local que

    incorporavam tecnologia computorizada, com o objetivo de controlar a taxa de

    fluxo da solução anestésica. Esse conceito agora é chamado de administração

  • 15

    anestésica local controlada por computador, em inglês computer controlled local

    anesthesia devices (CCLAD).(11, 13, 37)

    As principais vantagens destes sistemas computadorizados são a

    capacidade de administrar pequenas quantidades de solução anestésica a uma

    velocidade constante, reduzindo o desconforto associado com injeções

    utilizando uma carpule convencional.(2, 17, 37-40) Estes também são mais

    facilmente tolerados por pacientes adultos e pediátricos, tendo demonstrado

    sucesso anestésico na realização de restaurações, terapias pulpares e

    extrações.(37, 38) Outras vantagens são uma melhor sensibilidade tátil e uma

    aparência menos intrusiva, logo menos assustadora.(37)

    Por outro lado, apresenta como desvantagens o preço de compra do

    material, a complexidade do mesmo e o tempo que demora a administrar um

    anestubo (cerca de 4 minutos), o que pode levar à impaciência e stress nos

    pacientes. Também o facto de possuir uma agulha pode provocar alguma

    ansiedade nos pacientes. (37, 39)

    Os CCLAD permitem que a solução anestésica seja administrada

    confortavelmente ao paciente em praticamente todas as áreas da cavidade oral.

    Isto tem um grande interesse na região do palato, onde os pacientes,

    normalmente, sentem um elevado desconforto.(13) Verificou-se que a

    administração computadorizada de anestesia local em técnicas infiltrativas no

    palato resulta em baixos níveis de stress e uma menor sensação de dor, quando

    comparado com a sensação de dor e stress experimentada com uma carpule

    convencional.(13) Com um sistema computadorizado, o bloqueio do nervo

    nasopalatino pode ser administrado atraumaticamente na maioria dos

    pacientes.(13)

    Os CCLAD mais comuns são: The Wand®/CompuDent®, Comfort Control

    Syringe™, Quicksleeper®, SleeperOne™ e Single Tooth Anesthesia™.

    i. The Wand®/CompuDent®

    Em 1997 foi introduzido o primeiro sistema computorizado, chamado The

    Wand® (Milestone Scientific, EUA). As versões, do mesmo fabricante, que

    procederam este sistema foram nomeadas de The Wand Plus® e, a designação

    atual, CompuDent®.(11, 13)

  • 16

    Figura 4- Sistema Controlado por Computador: CompuDent® (Sem autorização do autor)

    (Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)

    Este sistema possuí 3 componentes: uma unidade base, um pedal e um

    conjunto de peça de mão descartável. A unidade base consiste num

    microprocessador que se conecta ao pedal e à peça de mão, que recebe o

    anestubo. A solução anestésica atravessa os microporos dos túbulos, presentes

    na peça de mão, e a agulha, atingindo os tecidos alvo.(2, 11, 13, 21)

    Uma vantagem deste sistema é ter uma peça de mão muito leve,

    fornecendo ao utilizador uma maior sensação tátil e controlo, quando comparado

    com uma carpule convencional.(11, 13) Também o facto de ter uma peça de mão

    com aparência semelhante a uma caneta oferece uma imagem menos intrusiva

    ao paciente, suscitando menor medo e ansiedade do que quando é usado uma

    carpule e agulha convencionais.(17)

    Apresenta três velocidades: lenta (anestesias intraligamentar e palatina),

    rápida (anestesia infiltrativa e bloqueios nervosos) e turbo, sendo que a taxa do

    fluxo de administração de solução anestésica é controlada por um computador,

    permanecendo constante de uma anestesia para outra, e a sua ativação é feita

    através do pedal.(2, 11, 13, 20) A administração constante de anestésico local e

    o maior controlo sobre a peça de mão permitem ao paciente ter uma experiência

    anestésica significativamente melhorada.(11, 13)

    Gajendragadkar et al.(17) estudaram a técnica de bloqueio do nervo

    alveolar inferior, utilizando uma carpule convencional e utilizando o sistema The

    Wand®, em 50 indivíduos adultos, sendo que todos eles foram sujeitos às duas

    técnicas para a realização de procedimentos bilaterais cirúrgicos na mandíbula.

    Concluíram que os indivíduos consideraram a técnica utilizando o sistema The

  • 17

    Wand® menos dolorosa, havendo diferenças estatisticamente significativas entre

    as duas técnicas.(17)

    Queiróz et al.(21) estudaram o stress e a ansiedade em crianças em duas

    experiências anestésicas com o The Wand ou duas com uma carpule

    convencional e não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre

    elas.

    ii. Single Tooth Anesthesia™ Em 2006, os fabricantes do The Wand® (Milestone Scientific, EUA),

    introduziram um novo dispositivo, o Single Tooth Anesthesia™ (STA), que

    incorpora a tecnologia de deteção dinâmica de pressão, que fornece um controlo

    constante da pressão de injeção da solução anestésica local em tempo real,

    durante todas as fases de administração.(2, 11, 13, 28, 33, 41)

    Figura 5- Sistema Controlado por Computador: Single Tooth Anestesia™ (Sem autorização do autor)

    (Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)

    Este sistema fornece confirmação, com sons, efeitos visuais e alertas, de

    que a ponta da agulha está no local desejado e não se moveu durante a

    administração anestésica.(13, 42) Também alerta se existir vazamento de

    solução anestésica, sendo um ponto importante na anestesia intraligamentar e

    anestesia palatina.(13) Como a pressão do anestésico é controlada pelo

    sistema, um maior volume pode ser administrado com maior conforto e menos

    danos nos tecidos do que com as carpules convencionais.(11, 13, 28, 41) Este

    pode ser utilizado em qualquer técnica de anestesia oral, sendo muito vantajosos

    na técnica intraligamentar. O Single Tooth Anestesia™ possuí três modos de

    administração: modo STA, modo normal e modo turbo.(2, 13) Além disso, possui

  • 18

    um modo de treino, onde é explicado, verbalmente, ao utilizador as instruções

    de manuseio do sistema.(11, 28, 41)

    A utilização do STA™ apresenta como vantagem a ausência de

    ansiedade pré-operatória e peri-operatória, principalmente em crianças, uma vez

    que o suporte da agulha é manuseado como uma caneta, disfarçando a

    mesma.(43) Outras vantagens são a maior eficácia anestésica, quando

    comparado com uma técnica de anestesia local convencional, e também uma

    menor sensação de dor durante a técnica, devido à taxa de administração

    anestésica ser controlada pelo sistema.(3, 41, 43) Também uma característica

    que veio beneficiar a anestesia local, especialmente em odontopediatria, é o

    facto de haver ausência de efeitos anestésicos nos tecidos periorais, eliminando,

    assim, situações em que os pacientes se pudessem magoar nos lábios ou na

    língua acidentalmente após um tratamento dentário.(43)

    Giannetti et al.(43) utilizaram o STA™ em 66 crianças com idades

    compreendidas entre os 6 e os 16 anos, em variados procedimentos, como

    restaurações, endodontias e exodontias. Durante os procedimentos foi avaliada

    a presença ou ausência de dor e foi determinado que em 100% dos tratamentos

    realizados em dentes decíduos o STA™ foi eficaz, enquanto que em dentes

    permanentes a percentagem foi de 70%. Após o procedimento, 94% das

    crianças classificaram positivamente a anestesia realizada com o STA™.

    Yogesh Kumar et al.(44) também concluíram que crianças, entre os 7 e os 11

    anos, sentiram menos dor aquando da utilização deste sistema em detrimento

    do uso de uma carpule convencional, em procedimentos bilaterais.

    Já Al-Obaida et al.(42) estudaram o uso do STA™ na técnica

    intraligamentar em 40 indivíduos e compararam com a realização desta técnica

    com uma carpule convencional em outros 40 indivíduos. Concluíram que ambas

    as técnicas provocaram mínima sensação dolorosa, sem diferenças

    estatisticamente significativas entre elas, e que o efeito anestésico era

    igualmente eficaz nas duas. Em relação ao conforto durante o procedimento

    restaurador dentário, o STA™ foi relatado como mais confortável, uma vez que

    provocou uma anestesia mais profunda, sem anestesiar os tecidos moles

    circundantes.

  • 19

    Embora o STA™ seja considerado como útil na anestesia local, são

    necessários mais estudos que avaliem o seu uso em medicina dentária e as suas

    vantagens em relação às técnicas administradas com uma carpule

    convencional.(42)

    iii. Comfort Control Syringe® Em 2001, o Comfort Controle Syringe® (Dentsply, EUA) foi

    comercializado como alternativa ao The Wand®, e este possuía dois

    componentes: uma unidade base e uma peça de mão com uma seringa e agulha,

    sem pedal. (11, 13) A peça de mão possui três botões: um para iniciar/parar a

    administração, um para realizar aspiração e um para duplicar a taxa de

    deposição anestésica.(2, 28, 45) Isto torna a técnica mais percetível ao médico

    dentista que está familiarizado com uma carpule convencional.(11, 13)

    Figura 6- Sistema Controlado por Computador: Comfort Control Syringe® (Sem autorização do autor)

    (Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)

    No Comfort Control Syringe®, estão pré-programadas cinco velocidades

    (Bloqueio, Infiltrativa, Palatina, Intraóssea e Intraligamentar), podendo ser

    utilizado em todas as técnicas anestésicas.(2, 11, 13, 45) A administração

    anestésica está dividida em duas fases. Numa primeira etapa, a solução

    anestésica é administrada mais lentamente e, em seguida, a taxa aumenta

    atenuadamente até atingir a velocidade pré-programada para a técnica a ser

    utilizada.(2, 13, 28) Além disso, o sistema possui duas velocidades de injeção de

    solução anestésica: rápida e lenta. (45)

    Uma desvantagem deste sistema, é a peça de mão ser mais volumosa e

    pesada quando comparada com a do sistema The Wand®/CompuDent®,

    tornando-a mais complicada de manusear.(11, 13)

  • 20

    Langthasa et al.(45) analisaram a dor sentida, por 50 crianças dos 10 aos

    12 anos, sendo que cada criança foi submetida a uma experiência de anestesia

    local com o Comfort Control Syringe® e a outra experiência com uma técnica

    convencional e concluíram, com diferenças estatisticamente significativas, que a

    administração computadorizada revelou menor perceção de dor.

    Já Saoji et al.(38) selecionaram 90 indivíduos adultos com necessidades

    de um tratamento restaurador num molar inferior vital e, em 30 indivíduos,

    utilizaram o Comfort Controle Syringe® como sistema anestésico e nos restantes

    60 indivíduos utilizaram duas carpules convencionais equitativamente, uma com

    aspiração automática e outra sem aspiração, realizando em todos a técnica

    intraligamentar. Concluíram que o CCLAD era altamente eficaz em obter

    anestesia e a controlar a dor, sendo que a duração anestésica com esse sistema

    rondou os 34 minutos e com as carpules convencionais variou entre 35-50

    minutos, não sendo essas diferenças muito significativas.

    iv. Quicksleeper® O Quicksleeper® (Dental Hi Tech, França) é um sistema controlado por

    computador que possui um motor rotatório na peça de mão, uma unidade base

    e um pedal.(46) Este encontra-se na sua quinta geração e combina rotação

    eletrónica da agulha, para penetração óssea, com administração anestésica

    controlada por um sistema computadorizado, evitando, assim, o aquecimento

    dos tecidos durante a perfuração e garante uma administração anestésica

    controlada, resultando em menos desconforto para o paciente.(3, 19, 47)

    Figura 7- Sistema Controlado por Computador: Quicksleeper® (Sem autorização do autor)

    (Jung RM, Rybak M, Milner P, Lewkowicz N. Local anesthetics and advances in their administration – an overview. Journal of Pre-Clinical and Clinical Research. 2017;11(1):94-101)

    O Quicksleeper® apresenta três modos de injeção (Lenta, Rápida e

    Intraóssea) para que a sua utilização nas diferentes técnicas anestésicas seja

  • 21

    nas melhores condições. A peça de mão foi desenhada para ser usada como

    uma caneta, e esta controla a velocidade de difusão e volume de anestesia que

    é administrada no osso cortical, através de um pedal ligado por Bluetooth.(46) O

    médico dentista utiliza o pedal que envia o sinal para a unidade base, levando a

    agulha, montada na peça de mão, a perfurar a cortical óssea e a administrar a

    solução anestésica. O anestésico local difunde-se pelo osso, maximizando o

    efeito anestésico, especialmente na região mandibular.(46)

    A vantagem deste sistema, no que diz respeito à técnica anestésica, é a

    capacidade de perfurar o osso cortical e administrar a solução anestésica num

    único passo, não havendo necessidade de trocar de agulha ou aparelho.(47)

    Outra vantagem deste sistema é a possibilidade de usar em qualquer técnica

    anestésica, como em bloqueios nervosos, anestesia intraligamentar, anestesia

    infiltrativa e anestesia intraóssea.(48)

    Na mandíbula, a utilização do Quicksleeper® em anestesia intraóssea,

    demonstrou uma taxa de sucesso de cerca de 87%, enquanto que o bloqueio do

    nervo alveolar inferior apresenta uma taxa de sucesso que ronda os 60%.(46)

    Além disso, este sistema permite que o efeito da anestesia não seja tão

    prolongado como o efeito obtido num bloqueio nervoso e que os tecidos moles

    sofram um menor efeito anestésico, mas continuando a ser possível a realização

    de procedimentos dentários, como tratamentos endodônticos em dentes com

    polpa vital, exodontias simples, tratamentos restaurativos e preparações

    dentárias.(46, 47, 49)

    Como desvantagens, este sistema tem o tempo de administração

    anestésica mais demorado, quando comparado com uma técnica utilizando uma

    carpule convencional, e o curto tempo de efeito anestésico, tornando esta técnica

    insuficiente em procedimentos mais prolongados, como exodontias de terceiros

    molares inferiores impactados.(49)

    Beneito-Brotons et al.(47) realizaram um estudo preliminar onde

    selecionaram 30 indivíduos saudáveis adultos que necessitavam de tratamento

    dentário na mandíbula, em dentes contralaterais homólogos. Foi realizado em

    cada indivíduo uma administração anestésica com o Quicksleeper® num

    quadrante e no outro realizado um bloqueio do nervo alveolar inferior com uma

  • 22

    carpule convencional. Em 46,3% dos indivíduos existiu desconforto aquando da

    utilização do Quicksleeper® e foi determinado que, neste estudo, a duração do

    efeito anestésico com o bloqueio do nervo alveolar inferior foi de,

    aproximadamente, 199,3 minutos enquanto que com a técnica intraóssea

    utilizando o Quicksleeper® rondou os 1,6 minutos, sendo esta diferença

    estatisticamente significativa. No que diz respeito à preferência, 69,7% dos

    pacientes preferiram a experiência anestésica onde foi utilizado o Quicksleeper®.

    Ao contrário do verificado por Beneito-Brotons et al.(47), num estudo com

    25 indivíduos com indicação de extração dos terceiros molares inferiores

    bilaterais, Sovatdy et al.(46) concluíram que o tempo de latência anestésica

    utilizando o Quicksleeper® variava entre 45,39 segundos e 135,60 segundos e a

    duração do efeito rondava os 243,56 minutos, enquanto que utilizando a técnica

    convencional de bloqueio do nervo alveolar inferior o primeiro variava entre e

    69,01 segundos e 202,99 segundos e o segundo rondava os 291,60 minutos. Os

    indivíduos também relataram preferir a anestesia utilizando o Quicksleeper® em

    detrimento da técnica convencional.

    v. SleeperOne™ O SleeperOne™ (Dental Hi Tech, França) tem uma imagem semelhante

    ao Quicksleeper®: possui uma unidade base de controlo, um pedal e a peça de

    mão também se manuseia como uma caneta. O primeiro sistema diferencia-se

    do segundo, na medida em que não possui uma agulha rotatória, não podendo

    administrar anestesia transcortical.(3)

    Figura 8-Sistema Controlado por Computador: SleeperOne™ (Sem autorização do autor)

    (Jung RM, Rybak M, Milner P, Lewkowicz N. Local anesthetics and advances in their administration – an overview. Journal of Pre-Clinical and Clinical Research. 2017;11(1):94-101)

    O sistema SleeperOne™ vê a sua maior utilidade nas injeções

    intraligamentares, uma vez que permite ao médico dentista um maior controlo da

    agulha quando a introduz no espaço do ligamento periodontal e também reduz

  • 23

    o número de inserções da agulha quando comparado com uma carpule

    convencional.(28) Outras técnicas onde este sistema também tem utilidade são

    em técnicas infiltrativas, bloqueios e na anestesia palatina. (3, 28) Em crianças,

    tem sido muito popular na anestesia intra-septal, uma vez que a agulha

    consegue ser inserida no osso facilmente e é necessário uma pressão mínima

    na administração do anestésico.(28)

    Este sistema apresenta quatro velocidades de injeção e a deposição

    anestésica é controlada pelo pedal. Também possui um mecanismo que analisa

    permanentemente a resistência dos tecidos, resultando num maior controlo e

    monitorização da técnica, ajustando a dose e a taxa de administração de solução

    de modo a não causar dor. Isto garante uma maior precisão na administração

    anestésica quando comparado com uma carpule convencional.(28)

    IV. Sistemas de Anestesia Intraóssea

    A anestesia intraóssea é uma técnica onde a solução anestésica é

    injetada diretamente no osso cortical de um determinado dente.(19, 37, 47, 49-

    52) Nesta técnica, o efeito anestésico é imediato à injeção, sem causar

    dormência dos tecidos moles (49, 50, 52, 53) e pode ser com o objetivo de

    anestesiar um dente ou vários.(5) Em caso de pulpite, a anestesia intraóssea

    também demonstrou melhor efeito anestésico.(48, 52)

    Originalmente, para realizar anestesia intraóssea era necessário o uso de

    uma broca esférica para atingir o osso alveolar. Uma vez feito o acesso ao osso

    cortical, uma agulha seria inserida no orifício, feito com a broca, e, assim, era

    administrada a solução anestésica. Hoje em dia, alguns sistemas ainda usam

    este mecanismo, mas já existem sistemas que facilitam esta técnica, como por

    exemplo o Quicksleeper®.(5)

    Como vantagem, a anestesia intraóssea possibilita a realização de

    tratamentos dentários bilaterais, uma vez que não provoca anestesia do lábio e

    língua.(50, 53) Outras vantagens incluem menores doses anestésicas para

    obtenção de analgesia, redução do efeito anestésico nos tecidos moles

    circundantes e efeito mais rápido de anestesia pulpar profunda, quando

    comparada com a técnica infiltrativa e os bloqueios regionais nervosos.(37, 49-

    51)

  • 24

    No entanto, a anestesia intraóssea apresenta como desvantagens as

    possibilidades de perfuração radicular, principalmente em molares, fratura do

    perfurador, dor pós-operatória, maior tempo cicatrização e o tempo anestésico

    reduzido, que impossibilita tratamentos cirúrgicos demorados.(52)

    Os Sistemas Intraósseos mais comuns são: Stabident®, X-Tip®, Intraflow®

    e Quicksleeper® (abordado nos sistemas de administração anestésica local

    controlados por computador).

    i. Stabident®

    O sistema Stabident® (Fairfax Dental Inc, EUA) é composto por um

    perfurador de calibre 27 e por uma base de plástico que encaixa numa peça de

    mão de baixa velocidade (contra-ângulo). Quando o sistema é ativado, o

    perfurador faz um pequeno orifício através do osso cortical, onde a solução

    anestésica será injetada posteriormente através de uma agulha ultra curta, de

    calibre 27 e biselada na extremidade, que é colocada dentro do orifício e, com a

    qual, administramos a solução lentamente.(2, 5)

    Este sistema apresenta como vantagem o facto de ser relativamente

    barato quando comparado com outros existentes no mercado, e poder ser usado

    com equipamentos já existentes no consultório dentário, como por exemplo uma

    carpule convencional, o que faz com que o valor investido seja menor.(11)

    Como desvantagens destaca-se o facto de a perfuração óssea necessitar

    de ser realizada num local de relativamente fácil acesso e visibilidade, em

    gengiva aderida, distal ao dente que pretendemos anestesiar. Adicionalmente,

    se a zona de penetração estiver localizada em gengiva livre, ao retirar o

    perfurador, pode se tornar difícil de localizar o local da perfuração para colocação

    da agulha anestésica. (11, 13)

    ii. X-Tip® O X-Tip® (Dentsply, EUA) é composto por duas partes, sendo a primeira

    um perfurador e a segunda uma guia.(5, 13, 54) O perfurador direciona a guia

    pelo osso cortical, sendo separados quando é atingida a profundidade

    necessária para a administração anestésica. A guia fica colocada dentro do

    orifício, sendo inserida na mesma uma agulha de calibre 27, de onde será

  • 25

    injetada a solução anestésica. A guia só é removida após a conclusão da

    administração anestésica.(2, 5, 13, 54)

    Comparando com o BNAI com uma carpule convencional, Martínez et

    al.(55) concluíram que o uso do X-Tip® na anestesia intraóssea levou a uma

    experiência anestésica melhorada, obtendo níveis de dor mais baixos e maior

    conforto.

    Ao utilizar este sistema, devemos ter especial atenção à localização do

    buraco mentoniano, para não atingir nenhum componente nervoso ou venoso.(5)

    A quantidade de anestésico injetada varia de 0,6 a 1,2 ml do anestubo e

    o início do efeito anestésico é imediato, sendo que a anestesia pulpar pode durar

    ente 15 a 45 minutos.(5)

    iii. IntraFlow®

    O Sistema IntraFlow® (Pro‑Dex Inc, EUA) é equipado com uma peça de

    mão, um perfurador oco de calibre 24 e um transfusor descartável, que injeta a

    solução anestésica.(2, 3)

    Figura 9- Sistema Intraósseo: IntraFlow® (Sem autorização do autor) (Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in

    Dentistry. SciMed Central. 2015)

    Este sistema permite ao operador perfurar osso e administrar a solução

    anestésica num único passo.(2, 3, 13, 29) Antes de utilizar o IntraFlow®, o médico

    dentista deve anestesiar a gengiva e o periósseo. O perfurador penetra o osso a

    baixa velocidade, torque elevado e pressão constante e, logo após esse passo,

    administra a solução anestésica, sendo este sistema altamente eficiente. (2, 3,

    29)

    As desvantagens do IntraFlow® são os custos inerentes à aquisição e

    manutenção do equipamento e, por vezes, o sistema extravasa, acidentalmente,

    solução anestésica, principalmente se não for corretamente manuseado.(11)

  • 26

    V. Tendências Futuras

    Spray Nasal

    A realização de um procedimento anestésico que evite a necessidade de

    utilizar uma agulha pode beneficiar tanto os pacientes como os médicos

    dentistas.(5, 56)

    A cocaína e a tetracaína têm sido comumente usadas por via intranasal

    para fornecer anestesia e, no caso da cocaína, vasoconstrição antes de

    procedimentos cirúrgicos em otorrinolaringologia na cavidade nasal ou antes da

    intubação nasotraqueal. Outros vasoconstritores, como a fenilefrina e a

    oximetazolina são frequentemente pulverizados na cavidade nasal para aliviar a

    congestão nasal, reduzir o edema e o reduzir o risco de sangramento.(5, 56)

    A pulverização de uma combinação de tetracaína e oximetazolina nas

    cavidades nasais conseguiu fornecer anestesia pulpar dos dentes anteriores

    superiores (incisivos, caninos e pré-molares).(5) Um estudo de segunda fase do

    spray combinado de tetracaína e oximetazolina, 83% dos pacientes que foram

    anestesiados com o spray não necessitaram de anestesia complementar

    infiltrativa de lidocaína, sendo que o spray foi considerado seguro e bem

    tolerado. Os testes iniciais da terceira fase mostraram taxas de sucesso

    semelhantes entre 84-88% para o spray combinado.(56)

    Ciancio et al.(56) observaram que os efeitos adversos mais frequentes na

    utilização de um spray nasal foram rinorreia, congestão nasal e desconforto

    nasal, a maioria dos quais foram considerados leves. No dia seguinte ao

    tratamento, a maioria dos pacientes não relatou nenhum efeito ou manifestação

    de um problema clinicamente significativo.

    A administração de anestesia por via nasal consegue contornar muitos

    dos riscos e desvantagens da administração através de uma injeção, tanto para

    pacientes como para os profissionais. Além disso, o médico dentista pode

    realizar uma anestesia palatina adicional se o paciente necessitar de realizar um

    procedimento mais complicado.(56) Posto isto, são necessários mais estudos

    que comprovem que este método é vantajoso em relação às técnicas

    convencionais, sendo que o spray nasal apresenta um futuro promissor na

    anestesia local maxilar em medicina dentária.(5)

  • 27

    Conclusões

    Os sistemas apresentados são promissores para as técnicas de anestesia

    local em medicina dentária. No entanto, continuam a não ser muito utilizados

    pelos médicos dentistas em geral, principalmente devido ao seu valor de compra

    e à complexidade dos sistemas.

    No que diz respeito aos sistemas vibratórios e aos sistemas a jato, estes

    podem ser muito vantajosos na administração anestésica em medicina dentária,

    principalmente em crianças e em indivíduos com ansiedade e fobia de agulhas.

    São necessários mais estudos para avaliar a redução da dor em medicina

    dentária.

    Em relação aos sistemas controlados por computador e aos sistemas de

    anestesia intraóssea a evidência científica revela eficácia na sua utilização.(18,

    19, 46) No entanto, a sua utilização no dia a dia continua a ser menos frequente

    que o uso de instrumentos e técnicas mais convencionais.

    As novas técnicas anestésicas, como o spray nasal para anestesia

    maxilar, são novas tendências ainda pouco estudadas, sendo necessário mais

    evidência científica para entender realmente as suas utilidades e vantagens em

    medicina dentária.

  • 28

  • 29

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  • ANEXOS

  • liPORTOI FACULDADE OE IIEOICINA DENTÁRIA UNIVERSIDADE DO PORTO

    PARECER

    Informo que o Trabalho de Monografia desenvolvido pela estudante

    Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo, do 5° ano do Curso de Mestrado

    Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da

    Universidade do Porto, subordinado ao tema "Anestesia Local em medicina

    dentária: Novas técnicas e sistemas de administração anestésica", está de

    acordo com as regras estipuladas pela FMDUP.

    Mais informo que o referido trabalho, foi por mim conferido e encontra-se

    em condições de ser apresentado em provas públicas.

    Porto, 20 de maio de 2020

    A Orientadora.

    Professora Auxiliar Convidada

    Rua Dr. Manuel Pereira da Silva , 4200-329 Porto - Portuga:

    Telefone: 220901100 - Fax: 22 090 11 0 1

    www.fmd.up.pt