anestesia local em medicina dentária: novas técnicas e ......em procedimentos dentários que...
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Artigo de Revisão Bibliográfica
Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Anestesia local em medicina dentária: Novas
técnicas e sistemas de administração anestésica
“Local anesthesia in dentistry: New techniques
and systems for anesthetic administration”
Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo
Porto, 2020
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Artigo de Revisão Bibliográfica
Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Anestesia local em medicina dentária: Novas
técnicas e sistemas de administração anestésica
“Local anesthesia in dentistry: New techniques
and systems for anesthetic administration”
Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo
Orientadora: Prof. Doutora Inês Guerra Pereira
Professora Auxiliar Convidada da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
Coorientador: Prof. Doutor João Manuel Lopes Alves Braga
Professor Auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
E-mail: [email protected]
Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Rua Dr. Manuel Pereira da Silva,
4200-329 Porto – Portugal
Telefone: 220901100 – Fax: 22 090 11 01
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Agradecimentos
À minha orientadora, a Prof. Doutora Inês Guerra Pereira, e ao meu
coorientador, o Prof. Doutor João Braga
À minha família
Aos meus amigos
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Abreviaturas
CCLAD – do inglês Computer Controlled Local Anesthesia Device
SMV - do inglês Syringe Micro Vibrator
STA - do inglês Single Tooth Anesthesia
BNAI - Bloqueio do nervo alveolar inferior
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Índice Resumo ........................................................................................................................ 1
Abstract ........................................................................................................................ 3
Introdução ..................................................................................................................... 5
Materiais e Métodos...................................................................................................... 7
Desenvolvimento .......................................................................................................... 9
I. Sistemas Vibrotáteis ...................................................................................... 10
i. VibraJect® ..................................................................................................... 10
ii. DentalVibe® .................................................................................................. 11
iii. Accupal® ....................................................................................................... 12
iv. Syringe Micro-Vibrator® ................................................................................ 12
II. Sistemas a Jato .............................................................................................. 13
i. Syrijet Mark II® .............................................................................................. 14
ii. MED – JET H III® .......................................................................................... 14
III. Sistemas de Administração Anestésica Local Controlada por
Computador ........................................................................................................... 14
i. The Wand®/CompuDent® .............................................................................. 15
ii. Single Tooth Anesthesia™ ........................................................................... 17
iii. Comfort Control Syringe® .............................................................................. 19
iv. Quicksleeper® ............................................................................................... 20
v. SleeperOne™ ............................................................................................... 22
IV. Sistemas de Anestesia Intraóssea ............................................................ 23
i. Stabident® ..................................................................................................... 24
ii. X-Tip® ........................................................................................................... 24
iii. IntraFlow® ..................................................................................................... 25
V. Tendências Futuras ....................................................................................... 26
Spray Nasal ......................................................................................................... 26
Conclusões ................................................................................................................. 27
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 29
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Resumo
Introdução: A dor e a ansiedade são as principais razões que levam os
pacientes a adiar e a evitar o tratamento dentário. A utilização de anestesia local
em medicina dentária é fundamental para a realização de procedimentos
dentários de forma eficaz, no entanto, a administração anestésica é muitas vezes
considerada como uma das etapas mais dolorosas do tratamento dentário.
Atualmente existe uma constante procura de novas técnicas e sistemas que
proporcionem uma experiência anestésica mais confortável e menos dolorosa
para os pacientes.
Objetivos: Elaborar uma revisão da literatura sobre as novas técnicas e
sistemas de administração de anestesia local existentes no mercado,
averiguando as suas vantagens, desvantagens, eficácia e complicações.
Materiais e Métodos: Foi elaborada uma revisão bibliográfica que abrangia os
últimos 10 anos, onde foram selecionados 56 artigos, após serem aplicados
critérios de inclusão e exclusão. Para a realização desta monografia recorreu-se
aos motores de busca PubMed, Semantic Scholar e SciELO.
Desenvolvimento: Os sistemas vibrotáteis, a jato, computorizados e de
anestesia intraóssea apresentam benefícios interessantes na prática anestésica
em medicina dentária. Cada um possui um armamentário e metodologia que o
torna distinto da anestesia convencionalmente administrada com uma carpule
metálica. Alguns deles demonstraram ser eficazes na redução da dor e
ansiedade peri-operatória, no entanto apresentam maioritariamente como
desvantagens o custo de compra e a complexidade de manuseio.
Conclusões: A utilização de novos sistemas e técnicas em medicina dentária
apresentam um grande potencial no que diz respeito à redução da sensação
dolorosa e ansiedade aquando de uma experiência anestésica vivida pelo
paciente. No entanto, são necessários mais estudos e evidência científica que
comprovem, realmente, as suas vantagens em relação às técnicas
convencionais.
Palavras-chave: Anestesia Local, Medicina Dentária, Avanços, Vibração, Jato,
Intraóssea, Controlado por Computador.
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Abstract
Introduction: Pain and anxiety are the main reasons why patients postpone and
avoid dental treatment. The use of local anesthesia in dentistry is essential for
performing dental procedures effectively, however, anesthetic administration is
often considered as one of the most painful stages of dental treatment.
Nowadays, there is a constant search for new techniques and systems that
provide a more comfortable and less painful anesthetic experience for patients.
Objectives: Elaborate a literature review on the new local anesthesia
administration techniques and systems on the market, assessing their
advantages, disadvantages, efficiency and complications.
Material and Methods: A bibliographic review was prepared that covered the
last 10 years, where 56 articles were selected, after inclusion and exclusion
criteria were applied. For this monograph, PubMed, Semantic Scholar and
SciELO were used.
Development: Vibrotactile, jet, computerized and intraosseous anesthesia systems have interesting benefits in anesthetic practice in dental medicine. Each
has an armamentarium and methodology that makes it different from anesthesia
conventionally administered with a metallic carpul. Some of them have shown to
be effective in reducing pain and perioperative anxiety, however, the majority of
them have disadvantages such as the cost of purchase and the complexity of
handling.
Conclusions: The use of new systems and techniques in dental medicine has
great potential with regard to the reduction of painful sensation and anxiety during
an anesthetic experience lived by the patient. However, more studies and more
scientific evidence are needed to really prove its advantages over more
conventional techniques.
Key-words: Local Anesthesia, Dentistry, Advances, Vibration, Jet, Intraosseous,
Computer Controlled,
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Introdução
A utilização dos anestésicos locais em Medicina Dentária levou a uma
grande evolução nesta área, uma vez que a sua introdução diminuiu a dor
sentida pelos pacientes durante os tratamentos dentários, permitindo, assim, aos
médicos dentistas, trabalhar de forma mais eficaz. (1, 2)
Os anestésicos locais, quando bem administrados, provocam uma analgesia
reversível que se manifesta através da perda da sensibilidade (dor) nas regiões
vizinhas ao local da injeção (anestesia infiltrativa) ou nas áreas inervadas por um
determinado nervo (bloqueio anestésico) (3, 4). Esta é a forma mais segura e
eficaz no controlo da dor associada a tratamentos dentários. Os anestésicos
locais são os únicos fármacos que impedem que os estímulos nocicetivos
atinjam o cérebro, sendo, por isso, muito úteis na redução do medo e ansiedade
do paciente. (5)
A técnica anestésica supraperióssea periapical é a técnica de eleição na
maxila. No entanto, em algumas situações são necessárias várias penetrações
da agulha para efetuar uma anestesia pulpar adequada, levando a um aumento
de dosagem e causando, desnecessariamente, a anestesia de outras estruturas
(6). Já na mandíbula, a anestesia indicada é o bloqueio regional do nervo
alveolar inferior (Técnica direta, Gow-Gates ou Vazirani Akinosi) e, na região
anterior, o bloqueio do nervo mentoniano e do nervo incisivo. Os bloqueios
regionais apresentam uma taxa de insucesso relativamente elevada (7, 8) e
algumas desvantagens, como uma maior probabilidade de injeção intravascular
e dano nervoso. (3, 9, 10)
Embora estas técnicas anestésicas sejam as mais utilizadas em Medicina
Dentária no controlo da dor, existe uma constante procura de novas e melhores
formas de reduzir a mesma durante os procedimentos dentários (11).
Administrar um agente anestésico com uma carpule tradicional causa
desconforto durante os estágios de punção e injeção. O manuseio incorreto da
carpule é um dos fatores determinantes para a dor, que é exacerbada devido à
pressão excessiva no êmbolo e à injeção rápida de grandes volumes de solução
anestésica (12). É essencial fornecer solução anestésica local a uma taxa
constante e velocidade mais lenta para evitar causar desconforto ao paciente.
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As carpules convencionais não permitem um controlo preciso da taxa de fluxo, e
as injeções em tecidos densos como o palato precisam de pressão adequada, o
que é difícil com as carpules convencionais (13).
A maioria das pesquisas são focadas na evolução dos agentes anestésicos,
nos dispositivos de administração da solução e na técnica envolvida.
Recentemente, têm sido desenvolvidas novas técnicas com o objetivo de ajudar
o médico dentista a proporcionar uma melhoria na eficácia do alívio da sensação
dolorosa através da diminuição da dor da injeção e na redução de efeitos
adversos. (11)
Assim, torna-se importante estudar os novos sistemas de administração
anestésica que se encontram no mercado (computorizados, a jato, vibrotáteis,
anestesia intraóssea) e aferir na literatura a sua pertinência e eficácia no dia-a-
dia da prática clínica do Médico Dentista, comparativamente aos métodos
convencionais.
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Materiais e Métodos
Para a elaboração deste trabalho de revisão bibliográfica, a pesquisa foi
efetuada em bases de dados internacionais (Pubmed, Semantic Scholar,
SciELO), cumprindo critérios de inclusão e exclusão e tendo em vista a resposta
à seguinte questão:
Em pacientes que realizem procedimentos dentários dolorosos, a
utilização de sistemas e técnicas mais recentes proporcionam uma melhor
experiência anestésica do que utilizando técnicas anestésicas
convencionais?
Foram incluídos artigos de revisão sistemática, meta-análises, ensaios
clínicos, estudos clínicos, relatos de casos e editoriais publicados nos últimos 10
anos, com acesso ao texto integral, aplicados a humanos e cujo título ou resumo
abordavam a temática da anestesia local em Medicina Dentária, mais
especificamente as inovações nessa área.
A pesquisa que se encontra nas tabelas I, II e III foi efetuada entre 28 de
março de 2020 e 4 de abril de 2020, tendo sido selecionados 56 artigos.
Tabela I: Pesquisa efetuada na Pubmed
Palavras-Chave Resultados
da pesquisa
Artigos
selecionados
Local Anesthesia AND Dentistry AND Jet 4 3
Local Anesthesia AND Dentistry AND
Intraosseous
14 8
Local Anesthesia AND Dentistry AND Advances 32 2
Local Anesthesia AND Dentistry AND Computer
Controled
25 12
Local Anesthesia AND Dentistry AND Vibration 10 6
Local Anesthesia AND Dentistry 331 15
Total 416 46
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Tabela II: Pesquisa efetuada na SciELO
Palavras-Chave Resultados
da pesquisa
Artigos
selecionados
Local Anesthesia AND Dentistry 11 1
Tabela III: Pesquisa efetuada na SemanticScholar
Palavras-Chave Resultados
da pesquisa
Artigos
selecionados
Local Anesthesia AND Dentistry AND Advances 594 9
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Desenvolvimento
O uso de anestesia local torna possível a realização de tratamentos
dentários e cirúrgicos praticamente indolores. Por outro lado, a administração
anestésica é amplamente considerada como um dos aspetos mais dolorosos da
visita ao médico dentista e o medo associado com a anestesia dentária tem sido
relatada como um fator que leva os pacientes a evitarem cuidados dentários.(1,
12, 14-16) Existe uma relação entre ansiedade e medo da dor e a sensação real
de dor. O stresse induzido pela ansiedade e pelo medo reduz o limiar de dor do
paciente. Além disso, a sensação de dor resulta num aumento da ansiedade e
estabelece-se um ciclo.(12, 15, 17)
Embora a dor associada com a anestesia dentária dependa de muitos
fatores (incluindo o local da injeção, a técnica e a personalidade do paciente (1)),
resulta principalmente da penetração da mucosa pela agulha e a pressão
causada aquando da injeção da solução anestésica, devido à súbita distensão
dos tecidos pelo agente anestésico. (1, 12, 14, 16, 18-21) Isto resulta,
principalmente, do uso de uma carpule convencional, onde o médico dentista
tem de ser capaz de controlar simultaneamente o movimento de penetração da
mucosa com a agulha e a injeção de anestésico, e de este tipo de carpule não
ser ergonómica. (16, 22)
Foram desenvolvidas várias técnicas para reduzir a dor durante a injeção
anestésica, como uso de anestésico tópico, solução anestésica aquecida à
temperatura corporal, aumento do tempo de injeção, técnicas de distração, uso
de agulhas finas ou arrefecimento da zona da injeção.(14, 23-25) Contudo,
continua a existir uma procura de diferentes métodos de alívio da dor e do stress
em procedimentos dentários que envolvam anestesia local.
Embora Cook (11) tenha inventado a carpule, utilizada atualmente, há
mais de 100 anos, só mais recentemente é que os sistemas de administração
anestésica têm sofrido grandes inovações. Ainda que a carpule tradicional com
aspiração seja o método mais comummente utilizado para administração
anestésica, novas tecnologias têm sido desenvolvidas para que possam assistir
o médico dentista no alívio da dor, através da redução da sensação dolorosa
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aquando da punção da agulha e deposição anestésica e também da redução de
efeitos adversos. (11)
I. Sistemas Vibrotáteis
Alguns dos mais novos sistemas de administração anestésica local, que
foram pensados com o objetivo de atenuar o medo e a ansiedade que os
pacientes sentem da administração anestésica, aproveitam a Gate Control
Theory of Pain de Melzack e Wall (26), que sugere que a dor pode ser reduzida
ativando, simultaneamente, fibras nervosas com o uso da vibração, pressão,
micro-oscilações ou uma combinação destas, na área alvo. Assim, a mensagem
da vibração chega primeiro ao córtex cerebral, interferindo com a mensagem da
dor da punção, diminuindo a perceção de dor.(11, 13, 26-32) Deste modo, a
estimulação sensorial através da vibração é um importante método não
farmacológico na redução da dor peri-operatória. (23, 30, 31)
Apesar da longa história deste método, o número de estudos sobre a
eficácia desses dispositivos para uso intraoral é limitado.(26, 29)
Os Sistemas Vibrotáteis que existem no mercado são: VibraJect®,
DentalVibe®, Accupal® e Syringe Micro-Vibrator®.
i. VibraJect®
O VibraJect® é um pequeno motor autoclavável operado por bateria que
se conecta à carpule convencional através de um clip. Ele fornece uma vibração
de 10 000 ciclos por minuto (alta frequência) à agulha. (11, 13, 28, 33)
Figura 1- Sistema Vibrotátil: VibraJect® (Sem autorização do autor) (Salgotra V, Agrawal R, Mandal S, Kohli S. New Gadgets in Local Anesthesia: A review.
IOSR Journal of Dental and Medical Sciences. 2014;13:62-6)
Durante a injeção, os sinais de dor da punção e os sinais de
pressão/vibração derivados do VibraJect® são combinados. Quando isto
acontece, o sinal de dor, transmitido por fibras nervosas menores, é inibido pelo
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sinal vibratório, transmitido por fibras nervosas maiores. Assim, o sinal de dor é
mascarado, tornando a anestesia mais confortável para o paciente.
O VibraJect® é simples de usar e pode ser anexado a qualquer carpule
convencional.(28, 33) No entanto, este sistema apresenta resultados
controversos em relação à sua performance, sendo que alguns autores afirmam
que o seu uso não leva a uma diminuição significativa da sensação dolorosa.(30,
31)
ii. DentalVibe®
O DentalVibe® (BING Innovations LLC, EUA) é um dispositivo portátil,
sem fios e recarregável, que fornece micro-oscilações percussivas calmantes e
pulsadas no local de injeção.(11, 26, 28, 32)
Figura 2- Sistema Vibrotátil: DentalVibe® (Sem autorização do autor) (Nasehi A, Bhardwaj S, Kamath AT, Gadicherla S, Pentapati KC. Clinical pain evaluation with intraoral vibration device during local anesthetic injections. Journal of clinical and experimental
dentistry. 2015;7(1):e23-7)
A ponta vibratória em forma de U acoplada a um Motor Vibra-pulse
controlado por um microprocessador estimula suavemente os recetores
sensoriais no local de injeção, bloqueando a sensação dolorosa consequente da
punção.(11, 23, 26, 28) Além disso, a ponta do dispositivo realiza uma suave
massagem na zona da injeção, prevenindo a acumulação de anestésico no local,
levando a uma dissipação anestésica mais rápida e a um efeito anestésico mais
profundo.(23, 33) Também ilumina a área da injeção e possui um acessório para
retrair o lábio e a mucosa jugal.(11, 32)
A desvantagem deste sistema é não estar diretamente acoplado à
carpule, sendo necessário a utilização das duas mãos ao mesmo tempo.(13)
Nasehi et al.(32) concluíram que, em 99 indivíduos adultos com
necessidade de tratamentos bilaterais no mesmo maxilar, a utilização do sistema
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DentalVibe®, em variadas técnicas anestésicas, proporcionava uma experiência
anestésica menos dolorosa. No entanto consideram que vários fatores podem
ter influenciado estes resultados, como a região do procedimento, operadores
diferentes na administração da técnica anestésica, pacientes com experiências
anestésicas anteriores, entre outras.
iii. Accupal® O Accupal® (Hot Springs, EUA) é um dispositivo sem fios e a bateria, que
emite vibração e pressão para condicionar a mucosa oral antes da injeção.(13,
28, 34)
Figura 3- Sistema Vibrotátil: Accupal® (Sem autorização do autor) (Salgotra V, Agrawal R, Mandal S, Kohli S. New Gadgets in Local Anesthesia: A review. IOSR
Journal of Dental and Medical Sciences. 2014;13:62-6)
O Accupal® fornece pressão, vibrando o local da injeção a 360° proximal
à penetração da agulha, inibindo o efeito doloroso, de acordo com o fabricante.
Depois de colocar o dispositivo no local da injeção e aplicar pressão moderada,
a unidade ilumina a área e começa a vibrar. A agulha é colocada através de um
orifício na cabeça da ponta descartável, que é anexada ao motor.(11)
iv. Syringe Micro-Vibrator®
O Syringe Micro-Vibrator® (SMV) é um motor que se acopla
paralelamente a uma carpule convencional e que fornece vibrações de elevada
frequência que aliviam a dor. Por outro lado, o uso de uma baixa amplitude de
vibração garante que a destreza do médico dentista e a precisão da injeção não
sejam afetadas. Isso permite realizar uma injeção precisa e sem dor.(28, 30) O
SMV® também reduz o efeito de balão que ocorre devido a uma injeção sob alta
pressão, o que pode levar a edema ou outras complicações pós-operatórias. As
vibrações reduzem a acumulação de solução anestésica no local, melhorando a
infiltração da solução nos tecidos. Além disso, o uso deste sistema elimina a
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necessidade da utilização de anestesia tópica.(28) O SMV® é um acessório útil
na administração anestésica em pacientes adultos, mas principalmente em
crianças e pacientes ansiosos e com medo da administração anestésica.(30)
II. Sistemas a Jato
A anestesia com sistemas a jato foi introduzida com o objetivo de reduzir
o medo e fobia a agulhas.(35) A utilização deste sistema sem agulha usa pressão
para forçar a entrada da solução anestésica de forma segura nos tecidos orais,
sendo isto bem aceite pela maioria dos pacientes e resultando numa experiência
mais confortável, uma vez que as fases de punção e injeção são eliminadas.(11,
12, 35, 36)
A tecnologia de injeção a jato é baseada no princípio de usar uma fonte
de energia mecânica para criar uma pressão suficiente para injetar a solução
anestésica através de um orifício muito pequeno, de modo a penetrar nos tecidos
subcutâneos sem agulha.(13, 29, 31) Assim, a solução anestésica infiltra-se no
tecido na forma de uma gotícula minúscula que é imediatamente absorvida pela
bainha de mielina do nervo e a ação anestésica tem início em, aproximadamente,
um milissegundo.(35)
Tem como vantagem ser uma técnica anestésica indolor, com menos
danos nos tecidos e uma taxa de absorção anestésica nos tecidos mais
rápida.(11, 13, 35, 37) Quanto às desvantagens, não pode ser usado na maioria
dos bloqueios nervosos, apenas em técnicas infiltrativas, anestesia superficial e
bloqueio dos nervos mentoniano e nasopalatino.(11, 13, 35) É uma técnica com
elevada sensibilidade, o barulho e pressão induzidos pelo equipamento podem
ter efeitos negativos no paciente, pode causar hematoma dos tecidos moles e
tem um elevado custo.(37)
Até ao momento, a eficácia desta técnica anestésica em medicina
dentária tem sido relatada como limitada.(11, 31, 35, 37) No entanto, pensa-se
que pode ser usado com sucesso como sistema anestésico em sondagem
periodontal, raspagem e alisamento radicular, colocação de coroas, facetas e
bandas de cimentação, gengivectomia, biópsia, incisão para drenagem de
abcessos e colocação de fio de retração.(35, 37). Em relação ao controlo da dor
nas crianças, foi descrito na literatura que a anestesia usando injetores a jato
proporcionam um elevado sucesso, nomeadamente em exodontia, terapia
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pulpar, preparação dentária e outros procedimentos clínicos, como drenagem de
abcessos.(37)
Os sistemas a jato mais comuns são: Syrijet Mark II® e MED-JET®.
i. Syrijet Mark II®
O Syrijet Mark II ® (Keystone Industries, EUA) está no mercado há quase
40 anos e apresenta algumas alterações ao longo dos anos. Algumas vantagens
deste sistema são que ele aceita os anestubos padrão com 1,8 mL de solução
anestésica local (garantindo assim a esterilidade da solução), permite a
administração de um volume variável de solução de 0 a 0,2 mL e é
completamente autoclavável.(11)
ii. MED – JET H III®
O MED - JET ® (Medical International Technologies, Canada) foi lançado
em 2011 com a alegação do fabricante de que a solução anestésica injetada no
dispositivo é direcionada através de um pequeno orifício 7 vezes menor que a
menor agulha disponível no mundo. Essa corrente extremamente pequena de
líquido sob pressão perfura e, em seguida, o restante da dose será disperso na
camada desejada de tecido. A singularidade do sistema é a sua capacidade de
utilizar métodos de fornecimento de baixa pressão sem comprometer a precisão,
a conveniência e a facilidade de uso, enquanto garante conforto ao paciente,
segurança ambiental e acessibilidade do usuário.(11)
III. Sistemas de Administração Anestésica Local Controlada
por Computador
É essencial fornecer solução anestésica local a uma taxa constante e a
baixa velocidade para evitar causar desconforto ou outros efeitos indesejados ao
paciente. As carpules convencionais não permitem um controlo preciso da taxa
de fluxo, e as injeções em tecidos densos como o palato necessitam de uma
pressão adequada, o que é difícil de obter com as carpules convencionais. (13)
Em meados da década de 90, começaram os trabalhos de
desenvolvimento de sistemas de administração anestésica local que
incorporavam tecnologia computorizada, com o objetivo de controlar a taxa de
fluxo da solução anestésica. Esse conceito agora é chamado de administração
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anestésica local controlada por computador, em inglês computer controlled local
anesthesia devices (CCLAD).(11, 13, 37)
As principais vantagens destes sistemas computadorizados são a
capacidade de administrar pequenas quantidades de solução anestésica a uma
velocidade constante, reduzindo o desconforto associado com injeções
utilizando uma carpule convencional.(2, 17, 37-40) Estes também são mais
facilmente tolerados por pacientes adultos e pediátricos, tendo demonstrado
sucesso anestésico na realização de restaurações, terapias pulpares e
extrações.(37, 38) Outras vantagens são uma melhor sensibilidade tátil e uma
aparência menos intrusiva, logo menos assustadora.(37)
Por outro lado, apresenta como desvantagens o preço de compra do
material, a complexidade do mesmo e o tempo que demora a administrar um
anestubo (cerca de 4 minutos), o que pode levar à impaciência e stress nos
pacientes. Também o facto de possuir uma agulha pode provocar alguma
ansiedade nos pacientes. (37, 39)
Os CCLAD permitem que a solução anestésica seja administrada
confortavelmente ao paciente em praticamente todas as áreas da cavidade oral.
Isto tem um grande interesse na região do palato, onde os pacientes,
normalmente, sentem um elevado desconforto.(13) Verificou-se que a
administração computadorizada de anestesia local em técnicas infiltrativas no
palato resulta em baixos níveis de stress e uma menor sensação de dor, quando
comparado com a sensação de dor e stress experimentada com uma carpule
convencional.(13) Com um sistema computadorizado, o bloqueio do nervo
nasopalatino pode ser administrado atraumaticamente na maioria dos
pacientes.(13)
Os CCLAD mais comuns são: The Wand®/CompuDent®, Comfort Control
Syringe™, Quicksleeper®, SleeperOne™ e Single Tooth Anesthesia™.
i. The Wand®/CompuDent®
Em 1997 foi introduzido o primeiro sistema computorizado, chamado The
Wand® (Milestone Scientific, EUA). As versões, do mesmo fabricante, que
procederam este sistema foram nomeadas de The Wand Plus® e, a designação
atual, CompuDent®.(11, 13)
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Figura 4- Sistema Controlado por Computador: CompuDent® (Sem autorização do autor)
(Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)
Este sistema possuí 3 componentes: uma unidade base, um pedal e um
conjunto de peça de mão descartável. A unidade base consiste num
microprocessador que se conecta ao pedal e à peça de mão, que recebe o
anestubo. A solução anestésica atravessa os microporos dos túbulos, presentes
na peça de mão, e a agulha, atingindo os tecidos alvo.(2, 11, 13, 21)
Uma vantagem deste sistema é ter uma peça de mão muito leve,
fornecendo ao utilizador uma maior sensação tátil e controlo, quando comparado
com uma carpule convencional.(11, 13) Também o facto de ter uma peça de mão
com aparência semelhante a uma caneta oferece uma imagem menos intrusiva
ao paciente, suscitando menor medo e ansiedade do que quando é usado uma
carpule e agulha convencionais.(17)
Apresenta três velocidades: lenta (anestesias intraligamentar e palatina),
rápida (anestesia infiltrativa e bloqueios nervosos) e turbo, sendo que a taxa do
fluxo de administração de solução anestésica é controlada por um computador,
permanecendo constante de uma anestesia para outra, e a sua ativação é feita
através do pedal.(2, 11, 13, 20) A administração constante de anestésico local e
o maior controlo sobre a peça de mão permitem ao paciente ter uma experiência
anestésica significativamente melhorada.(11, 13)
Gajendragadkar et al.(17) estudaram a técnica de bloqueio do nervo
alveolar inferior, utilizando uma carpule convencional e utilizando o sistema The
Wand®, em 50 indivíduos adultos, sendo que todos eles foram sujeitos às duas
técnicas para a realização de procedimentos bilaterais cirúrgicos na mandíbula.
Concluíram que os indivíduos consideraram a técnica utilizando o sistema The
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Wand® menos dolorosa, havendo diferenças estatisticamente significativas entre
as duas técnicas.(17)
Queiróz et al.(21) estudaram o stress e a ansiedade em crianças em duas
experiências anestésicas com o The Wand ou duas com uma carpule
convencional e não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre
elas.
ii. Single Tooth Anesthesia™ Em 2006, os fabricantes do The Wand® (Milestone Scientific, EUA),
introduziram um novo dispositivo, o Single Tooth Anesthesia™ (STA), que
incorpora a tecnologia de deteção dinâmica de pressão, que fornece um controlo
constante da pressão de injeção da solução anestésica local em tempo real,
durante todas as fases de administração.(2, 11, 13, 28, 33, 41)
Figura 5- Sistema Controlado por Computador: Single Tooth Anestesia™ (Sem autorização do autor)
(Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)
Este sistema fornece confirmação, com sons, efeitos visuais e alertas, de
que a ponta da agulha está no local desejado e não se moveu durante a
administração anestésica.(13, 42) Também alerta se existir vazamento de
solução anestésica, sendo um ponto importante na anestesia intraligamentar e
anestesia palatina.(13) Como a pressão do anestésico é controlada pelo
sistema, um maior volume pode ser administrado com maior conforto e menos
danos nos tecidos do que com as carpules convencionais.(11, 13, 28, 41) Este
pode ser utilizado em qualquer técnica de anestesia oral, sendo muito vantajosos
na técnica intraligamentar. O Single Tooth Anestesia™ possuí três modos de
administração: modo STA, modo normal e modo turbo.(2, 13) Além disso, possui
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um modo de treino, onde é explicado, verbalmente, ao utilizador as instruções
de manuseio do sistema.(11, 28, 41)
A utilização do STA™ apresenta como vantagem a ausência de
ansiedade pré-operatória e peri-operatória, principalmente em crianças, uma vez
que o suporte da agulha é manuseado como uma caneta, disfarçando a
mesma.(43) Outras vantagens são a maior eficácia anestésica, quando
comparado com uma técnica de anestesia local convencional, e também uma
menor sensação de dor durante a técnica, devido à taxa de administração
anestésica ser controlada pelo sistema.(3, 41, 43) Também uma característica
que veio beneficiar a anestesia local, especialmente em odontopediatria, é o
facto de haver ausência de efeitos anestésicos nos tecidos periorais, eliminando,
assim, situações em que os pacientes se pudessem magoar nos lábios ou na
língua acidentalmente após um tratamento dentário.(43)
Giannetti et al.(43) utilizaram o STA™ em 66 crianças com idades
compreendidas entre os 6 e os 16 anos, em variados procedimentos, como
restaurações, endodontias e exodontias. Durante os procedimentos foi avaliada
a presença ou ausência de dor e foi determinado que em 100% dos tratamentos
realizados em dentes decíduos o STA™ foi eficaz, enquanto que em dentes
permanentes a percentagem foi de 70%. Após o procedimento, 94% das
crianças classificaram positivamente a anestesia realizada com o STA™.
Yogesh Kumar et al.(44) também concluíram que crianças, entre os 7 e os 11
anos, sentiram menos dor aquando da utilização deste sistema em detrimento
do uso de uma carpule convencional, em procedimentos bilaterais.
Já Al-Obaida et al.(42) estudaram o uso do STA™ na técnica
intraligamentar em 40 indivíduos e compararam com a realização desta técnica
com uma carpule convencional em outros 40 indivíduos. Concluíram que ambas
as técnicas provocaram mínima sensação dolorosa, sem diferenças
estatisticamente significativas entre elas, e que o efeito anestésico era
igualmente eficaz nas duas. Em relação ao conforto durante o procedimento
restaurador dentário, o STA™ foi relatado como mais confortável, uma vez que
provocou uma anestesia mais profunda, sem anestesiar os tecidos moles
circundantes.
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19
Embora o STA™ seja considerado como útil na anestesia local, são
necessários mais estudos que avaliem o seu uso em medicina dentária e as suas
vantagens em relação às técnicas administradas com uma carpule
convencional.(42)
iii. Comfort Control Syringe® Em 2001, o Comfort Controle Syringe® (Dentsply, EUA) foi
comercializado como alternativa ao The Wand®, e este possuía dois
componentes: uma unidade base e uma peça de mão com uma seringa e agulha,
sem pedal. (11, 13) A peça de mão possui três botões: um para iniciar/parar a
administração, um para realizar aspiração e um para duplicar a taxa de
deposição anestésica.(2, 28, 45) Isto torna a técnica mais percetível ao médico
dentista que está familiarizado com uma carpule convencional.(11, 13)
Figura 6- Sistema Controlado por Computador: Comfort Control Syringe® (Sem autorização do autor)
(Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in Dentistry. SciMed Central. 2015)
No Comfort Control Syringe®, estão pré-programadas cinco velocidades
(Bloqueio, Infiltrativa, Palatina, Intraóssea e Intraligamentar), podendo ser
utilizado em todas as técnicas anestésicas.(2, 11, 13, 45) A administração
anestésica está dividida em duas fases. Numa primeira etapa, a solução
anestésica é administrada mais lentamente e, em seguida, a taxa aumenta
atenuadamente até atingir a velocidade pré-programada para a técnica a ser
utilizada.(2, 13, 28) Além disso, o sistema possui duas velocidades de injeção de
solução anestésica: rápida e lenta. (45)
Uma desvantagem deste sistema, é a peça de mão ser mais volumosa e
pesada quando comparada com a do sistema The Wand®/CompuDent®,
tornando-a mais complicada de manusear.(11, 13)
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Langthasa et al.(45) analisaram a dor sentida, por 50 crianças dos 10 aos
12 anos, sendo que cada criança foi submetida a uma experiência de anestesia
local com o Comfort Control Syringe® e a outra experiência com uma técnica
convencional e concluíram, com diferenças estatisticamente significativas, que a
administração computadorizada revelou menor perceção de dor.
Já Saoji et al.(38) selecionaram 90 indivíduos adultos com necessidades
de um tratamento restaurador num molar inferior vital e, em 30 indivíduos,
utilizaram o Comfort Controle Syringe® como sistema anestésico e nos restantes
60 indivíduos utilizaram duas carpules convencionais equitativamente, uma com
aspiração automática e outra sem aspiração, realizando em todos a técnica
intraligamentar. Concluíram que o CCLAD era altamente eficaz em obter
anestesia e a controlar a dor, sendo que a duração anestésica com esse sistema
rondou os 34 minutos e com as carpules convencionais variou entre 35-50
minutos, não sendo essas diferenças muito significativas.
iv. Quicksleeper® O Quicksleeper® (Dental Hi Tech, França) é um sistema controlado por
computador que possui um motor rotatório na peça de mão, uma unidade base
e um pedal.(46) Este encontra-se na sua quinta geração e combina rotação
eletrónica da agulha, para penetração óssea, com administração anestésica
controlada por um sistema computadorizado, evitando, assim, o aquecimento
dos tecidos durante a perfuração e garante uma administração anestésica
controlada, resultando em menos desconforto para o paciente.(3, 19, 47)
Figura 7- Sistema Controlado por Computador: Quicksleeper® (Sem autorização do autor)
(Jung RM, Rybak M, Milner P, Lewkowicz N. Local anesthetics and advances in their administration – an overview. Journal of Pre-Clinical and Clinical Research. 2017;11(1):94-101)
O Quicksleeper® apresenta três modos de injeção (Lenta, Rápida e
Intraóssea) para que a sua utilização nas diferentes técnicas anestésicas seja
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nas melhores condições. A peça de mão foi desenhada para ser usada como
uma caneta, e esta controla a velocidade de difusão e volume de anestesia que
é administrada no osso cortical, através de um pedal ligado por Bluetooth.(46) O
médico dentista utiliza o pedal que envia o sinal para a unidade base, levando a
agulha, montada na peça de mão, a perfurar a cortical óssea e a administrar a
solução anestésica. O anestésico local difunde-se pelo osso, maximizando o
efeito anestésico, especialmente na região mandibular.(46)
A vantagem deste sistema, no que diz respeito à técnica anestésica, é a
capacidade de perfurar o osso cortical e administrar a solução anestésica num
único passo, não havendo necessidade de trocar de agulha ou aparelho.(47)
Outra vantagem deste sistema é a possibilidade de usar em qualquer técnica
anestésica, como em bloqueios nervosos, anestesia intraligamentar, anestesia
infiltrativa e anestesia intraóssea.(48)
Na mandíbula, a utilização do Quicksleeper® em anestesia intraóssea,
demonstrou uma taxa de sucesso de cerca de 87%, enquanto que o bloqueio do
nervo alveolar inferior apresenta uma taxa de sucesso que ronda os 60%.(46)
Além disso, este sistema permite que o efeito da anestesia não seja tão
prolongado como o efeito obtido num bloqueio nervoso e que os tecidos moles
sofram um menor efeito anestésico, mas continuando a ser possível a realização
de procedimentos dentários, como tratamentos endodônticos em dentes com
polpa vital, exodontias simples, tratamentos restaurativos e preparações
dentárias.(46, 47, 49)
Como desvantagens, este sistema tem o tempo de administração
anestésica mais demorado, quando comparado com uma técnica utilizando uma
carpule convencional, e o curto tempo de efeito anestésico, tornando esta técnica
insuficiente em procedimentos mais prolongados, como exodontias de terceiros
molares inferiores impactados.(49)
Beneito-Brotons et al.(47) realizaram um estudo preliminar onde
selecionaram 30 indivíduos saudáveis adultos que necessitavam de tratamento
dentário na mandíbula, em dentes contralaterais homólogos. Foi realizado em
cada indivíduo uma administração anestésica com o Quicksleeper® num
quadrante e no outro realizado um bloqueio do nervo alveolar inferior com uma
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carpule convencional. Em 46,3% dos indivíduos existiu desconforto aquando da
utilização do Quicksleeper® e foi determinado que, neste estudo, a duração do
efeito anestésico com o bloqueio do nervo alveolar inferior foi de,
aproximadamente, 199,3 minutos enquanto que com a técnica intraóssea
utilizando o Quicksleeper® rondou os 1,6 minutos, sendo esta diferença
estatisticamente significativa. No que diz respeito à preferência, 69,7% dos
pacientes preferiram a experiência anestésica onde foi utilizado o Quicksleeper®.
Ao contrário do verificado por Beneito-Brotons et al.(47), num estudo com
25 indivíduos com indicação de extração dos terceiros molares inferiores
bilaterais, Sovatdy et al.(46) concluíram que o tempo de latência anestésica
utilizando o Quicksleeper® variava entre 45,39 segundos e 135,60 segundos e a
duração do efeito rondava os 243,56 minutos, enquanto que utilizando a técnica
convencional de bloqueio do nervo alveolar inferior o primeiro variava entre e
69,01 segundos e 202,99 segundos e o segundo rondava os 291,60 minutos. Os
indivíduos também relataram preferir a anestesia utilizando o Quicksleeper® em
detrimento da técnica convencional.
v. SleeperOne™ O SleeperOne™ (Dental Hi Tech, França) tem uma imagem semelhante
ao Quicksleeper®: possui uma unidade base de controlo, um pedal e a peça de
mão também se manuseia como uma caneta. O primeiro sistema diferencia-se
do segundo, na medida em que não possui uma agulha rotatória, não podendo
administrar anestesia transcortical.(3)
Figura 8-Sistema Controlado por Computador: SleeperOne™ (Sem autorização do autor)
(Jung RM, Rybak M, Milner P, Lewkowicz N. Local anesthetics and advances in their administration – an overview. Journal of Pre-Clinical and Clinical Research. 2017;11(1):94-101)
O sistema SleeperOne™ vê a sua maior utilidade nas injeções
intraligamentares, uma vez que permite ao médico dentista um maior controlo da
agulha quando a introduz no espaço do ligamento periodontal e também reduz
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o número de inserções da agulha quando comparado com uma carpule
convencional.(28) Outras técnicas onde este sistema também tem utilidade são
em técnicas infiltrativas, bloqueios e na anestesia palatina. (3, 28) Em crianças,
tem sido muito popular na anestesia intra-septal, uma vez que a agulha
consegue ser inserida no osso facilmente e é necessário uma pressão mínima
na administração do anestésico.(28)
Este sistema apresenta quatro velocidades de injeção e a deposição
anestésica é controlada pelo pedal. Também possui um mecanismo que analisa
permanentemente a resistência dos tecidos, resultando num maior controlo e
monitorização da técnica, ajustando a dose e a taxa de administração de solução
de modo a não causar dor. Isto garante uma maior precisão na administração
anestésica quando comparado com uma carpule convencional.(28)
IV. Sistemas de Anestesia Intraóssea
A anestesia intraóssea é uma técnica onde a solução anestésica é
injetada diretamente no osso cortical de um determinado dente.(19, 37, 47, 49-
52) Nesta técnica, o efeito anestésico é imediato à injeção, sem causar
dormência dos tecidos moles (49, 50, 52, 53) e pode ser com o objetivo de
anestesiar um dente ou vários.(5) Em caso de pulpite, a anestesia intraóssea
também demonstrou melhor efeito anestésico.(48, 52)
Originalmente, para realizar anestesia intraóssea era necessário o uso de
uma broca esférica para atingir o osso alveolar. Uma vez feito o acesso ao osso
cortical, uma agulha seria inserida no orifício, feito com a broca, e, assim, era
administrada a solução anestésica. Hoje em dia, alguns sistemas ainda usam
este mecanismo, mas já existem sistemas que facilitam esta técnica, como por
exemplo o Quicksleeper®.(5)
Como vantagem, a anestesia intraóssea possibilita a realização de
tratamentos dentários bilaterais, uma vez que não provoca anestesia do lábio e
língua.(50, 53) Outras vantagens incluem menores doses anestésicas para
obtenção de analgesia, redução do efeito anestésico nos tecidos moles
circundantes e efeito mais rápido de anestesia pulpar profunda, quando
comparada com a técnica infiltrativa e os bloqueios regionais nervosos.(37, 49-
51)
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No entanto, a anestesia intraóssea apresenta como desvantagens as
possibilidades de perfuração radicular, principalmente em molares, fratura do
perfurador, dor pós-operatória, maior tempo cicatrização e o tempo anestésico
reduzido, que impossibilita tratamentos cirúrgicos demorados.(52)
Os Sistemas Intraósseos mais comuns são: Stabident®, X-Tip®, Intraflow®
e Quicksleeper® (abordado nos sistemas de administração anestésica local
controlados por computador).
i. Stabident®
O sistema Stabident® (Fairfax Dental Inc, EUA) é composto por um
perfurador de calibre 27 e por uma base de plástico que encaixa numa peça de
mão de baixa velocidade (contra-ângulo). Quando o sistema é ativado, o
perfurador faz um pequeno orifício através do osso cortical, onde a solução
anestésica será injetada posteriormente através de uma agulha ultra curta, de
calibre 27 e biselada na extremidade, que é colocada dentro do orifício e, com a
qual, administramos a solução lentamente.(2, 5)
Este sistema apresenta como vantagem o facto de ser relativamente
barato quando comparado com outros existentes no mercado, e poder ser usado
com equipamentos já existentes no consultório dentário, como por exemplo uma
carpule convencional, o que faz com que o valor investido seja menor.(11)
Como desvantagens destaca-se o facto de a perfuração óssea necessitar
de ser realizada num local de relativamente fácil acesso e visibilidade, em
gengiva aderida, distal ao dente que pretendemos anestesiar. Adicionalmente,
se a zona de penetração estiver localizada em gengiva livre, ao retirar o
perfurador, pode se tornar difícil de localizar o local da perfuração para colocação
da agulha anestésica. (11, 13)
ii. X-Tip® O X-Tip® (Dentsply, EUA) é composto por duas partes, sendo a primeira
um perfurador e a segunda uma guia.(5, 13, 54) O perfurador direciona a guia
pelo osso cortical, sendo separados quando é atingida a profundidade
necessária para a administração anestésica. A guia fica colocada dentro do
orifício, sendo inserida na mesma uma agulha de calibre 27, de onde será
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25
injetada a solução anestésica. A guia só é removida após a conclusão da
administração anestésica.(2, 5, 13, 54)
Comparando com o BNAI com uma carpule convencional, Martínez et
al.(55) concluíram que o uso do X-Tip® na anestesia intraóssea levou a uma
experiência anestésica melhorada, obtendo níveis de dor mais baixos e maior
conforto.
Ao utilizar este sistema, devemos ter especial atenção à localização do
buraco mentoniano, para não atingir nenhum componente nervoso ou venoso.(5)
A quantidade de anestésico injetada varia de 0,6 a 1,2 ml do anestubo e
o início do efeito anestésico é imediato, sendo que a anestesia pulpar pode durar
ente 15 a 45 minutos.(5)
iii. IntraFlow®
O Sistema IntraFlow® (Pro‑Dex Inc, EUA) é equipado com uma peça de
mão, um perfurador oco de calibre 24 e um transfusor descartável, que injeta a
solução anestésica.(2, 3)
Figura 9- Sistema Intraósseo: IntraFlow® (Sem autorização do autor) (Kaitlyn Tom JA. Intraosseous Anesthesia as a Primary Technique for Local Anesthesia in
Dentistry. SciMed Central. 2015)
Este sistema permite ao operador perfurar osso e administrar a solução
anestésica num único passo.(2, 3, 13, 29) Antes de utilizar o IntraFlow®, o médico
dentista deve anestesiar a gengiva e o periósseo. O perfurador penetra o osso a
baixa velocidade, torque elevado e pressão constante e, logo após esse passo,
administra a solução anestésica, sendo este sistema altamente eficiente. (2, 3,
29)
As desvantagens do IntraFlow® são os custos inerentes à aquisição e
manutenção do equipamento e, por vezes, o sistema extravasa, acidentalmente,
solução anestésica, principalmente se não for corretamente manuseado.(11)
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V. Tendências Futuras
Spray Nasal
A realização de um procedimento anestésico que evite a necessidade de
utilizar uma agulha pode beneficiar tanto os pacientes como os médicos
dentistas.(5, 56)
A cocaína e a tetracaína têm sido comumente usadas por via intranasal
para fornecer anestesia e, no caso da cocaína, vasoconstrição antes de
procedimentos cirúrgicos em otorrinolaringologia na cavidade nasal ou antes da
intubação nasotraqueal. Outros vasoconstritores, como a fenilefrina e a
oximetazolina são frequentemente pulverizados na cavidade nasal para aliviar a
congestão nasal, reduzir o edema e o reduzir o risco de sangramento.(5, 56)
A pulverização de uma combinação de tetracaína e oximetazolina nas
cavidades nasais conseguiu fornecer anestesia pulpar dos dentes anteriores
superiores (incisivos, caninos e pré-molares).(5) Um estudo de segunda fase do
spray combinado de tetracaína e oximetazolina, 83% dos pacientes que foram
anestesiados com o spray não necessitaram de anestesia complementar
infiltrativa de lidocaína, sendo que o spray foi considerado seguro e bem
tolerado. Os testes iniciais da terceira fase mostraram taxas de sucesso
semelhantes entre 84-88% para o spray combinado.(56)
Ciancio et al.(56) observaram que os efeitos adversos mais frequentes na
utilização de um spray nasal foram rinorreia, congestão nasal e desconforto
nasal, a maioria dos quais foram considerados leves. No dia seguinte ao
tratamento, a maioria dos pacientes não relatou nenhum efeito ou manifestação
de um problema clinicamente significativo.
A administração de anestesia por via nasal consegue contornar muitos
dos riscos e desvantagens da administração através de uma injeção, tanto para
pacientes como para os profissionais. Além disso, o médico dentista pode
realizar uma anestesia palatina adicional se o paciente necessitar de realizar um
procedimento mais complicado.(56) Posto isto, são necessários mais estudos
que comprovem que este método é vantajoso em relação às técnicas
convencionais, sendo que o spray nasal apresenta um futuro promissor na
anestesia local maxilar em medicina dentária.(5)
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Conclusões
Os sistemas apresentados são promissores para as técnicas de anestesia
local em medicina dentária. No entanto, continuam a não ser muito utilizados
pelos médicos dentistas em geral, principalmente devido ao seu valor de compra
e à complexidade dos sistemas.
No que diz respeito aos sistemas vibratórios e aos sistemas a jato, estes
podem ser muito vantajosos na administração anestésica em medicina dentária,
principalmente em crianças e em indivíduos com ansiedade e fobia de agulhas.
São necessários mais estudos para avaliar a redução da dor em medicina
dentária.
Em relação aos sistemas controlados por computador e aos sistemas de
anestesia intraóssea a evidência científica revela eficácia na sua utilização.(18,
19, 46) No entanto, a sua utilização no dia a dia continua a ser menos frequente
que o uso de instrumentos e técnicas mais convencionais.
As novas técnicas anestésicas, como o spray nasal para anestesia
maxilar, são novas tendências ainda pouco estudadas, sendo necessário mais
evidência científica para entender realmente as suas utilidades e vantagens em
medicina dentária.
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ANEXOS
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liPORTOI FACULDADE OE IIEOICINA DENTÁRIA UNIVERSIDADE DO PORTO
PARECER
Informo que o Trabalho de Monografia desenvolvido pela estudante
Mariana Cristina Gonçalves Soares Rebêlo, do 5° ano do Curso de Mestrado
Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina Dentária da
Universidade do Porto, subordinado ao tema "Anestesia Local em medicina
dentária: Novas técnicas e sistemas de administração anestésica", está de
acordo com as regras estipuladas pela FMDUP.
Mais informo que o referido trabalho, foi por mim conferido e encontra-se
em condições de ser apresentado em provas públicas.
Porto, 20 de maio de 2020
A Orientadora.
Professora Auxiliar Convidada
Rua Dr. Manuel Pereira da Silva , 4200-329 Porto - Portuga:
Telefone: 220901100 - Fax: 22 090 11 0 1
www.fmd.up.pt