relatorio de microbiologia
Post on 03-Jul-2015
585 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Atividade realizada em 25/04/2011 com a proposta de identificação de aspectos bacterianos através da análise de uma colônia in vidro, na qual foi pedido os seguintes tópicos:
1 – Meio de cultura:- Tipo de meio de cultura: Gelatinoso
-Tipo de recipiente: Placa de Petri
-Tipo de Agar: Nutriente
2 – Características Morfológicas Coloniais-Tamanho: pequenas
-Bordos: Irregular
-Elevação: Achatada
-Pigmentação: Amarelada
-Densidade: opaca
-Odor: Assemelha-se a fermento de pão
-Hemólise: Inexistente, pois o meio de cultura não é Agar sangue
Colônias em estrias:
-Quantidade: moderada
-Margem: ondulada
-Consistência: quebradiça
Crescimento em caldo nutritivo:
-Quantidade: moderada
-Distribuição: uniforme
-Odor: Assemelha-se a fermento de pão
3 – Identificações Microscópicas da Bactéria-Bactéria: Tipo: Cocos Arranjo: Estafilococos
-Análise morfotintorial: Gram-positiva
Diante da bactéria identificada, algumas informações podem ser citadas:
EstafilococosStaphylococcus, segundo a nomenclatura latina internacional, ou em português Estafilococos são um gênero de bactérias Gram-positivas, com forma de cocos que podem causar doenças no ser humano, sendo um dos mais comuns patogênicos do homem.
Biologia
Os estafilococos têm forma esférica (são cocos), cerca de um micrômetro de diâmetro, e
formam grupos com aspecto de cachos de uvas (staphylé é a palavra em grego para cacho de
uvas). Após coloração por técnica de Gram, adquirem cor arroxeada ao microscópio óptico
devido à sua membrana simples e parede celular de peptidoglicano grossa constituída
por mureína, ácido teicóico e polissacarídeos.
Os estafilococos são aeróbicos facultativos, podendo viver em meios aeróbios, usando oxigênio,
ou anaeróbios através de fermentação, mas possuem crescimento mais rápido em aerobiose.
Não têm flagelo, sendo incapazes de locomover. Possuem temperatura ótima de crescimento
de 37 °C, a mesma do corpo humano.
Fatores de virulência
Os fatores de virulência são todos os mecanismos que permitem a invasão do hóspede, ou a
evasão da bactéria ao sistema imune. Cada estirpe tem geralmente apenas alguns destes
fatores.
1. Têm cápsula que protege muitas estirpes contra fagocitose e o sistema imunitário.
2. Peptidoglicano, na parede celular: tem alguma atividade de endotoxina, estimulando a
febre e vasodilatação excessivas, devido à produção pelas células imunitárias
de citocinas como a IL-1.
3. Proteína A: especifica dos S.aureus. Neutraliza imunoglobulinas (anticorpos).
4. Ácidos teicóicos: são fibrilhas como os polissacarídeos A que servem para ancorar a
bactéria, impedindo-a de ser arrastada (pelo sangue, urina, suor ou outros fluidos) da
sua área de colonização.
5. Toxina alfa: produzida pelo Staphylococcus aureus, destrói vários tipos de células.
6. Toxina beta: produzida apenas pelo Staphylococcus aureus, destrói vários tipos de
células.
7. Toxina delta: produzida pela maioria dos estafilococos. É um surfactante que
desestabiliza com a membrana celular destrói, por lise celular (explosão dos
conteúdos), eritrócitos e muitos outros tipos de células.
8. Toxina gama e leucocidina P-V: grupo de até seis toxinas que formam poros na
membrana celular de leucócitos, destruindo-os por lise.
9. Coagulase: esta enzima coagula o sangue ao transformar o fibrinogênio em fibrina, da
mesma forma que a trombina humana. A formação de coágulos à volta das bactérias
dificulta o seu reconhecimento e fagocitose pelas células do sistema imunitário.
Diferencial para Staphylococcus aureus.
10.Fibrolisina ou estafilocinase: produzido pelo Staphylococcus aureus. Dissolvem os
coágulos de fibrina, o que é útil se for tão grandes que impeçam a sua multiplicação e
invasão.
11.Hialuronidase: degrada a matriz extracelular humana, composta de ácido hialurónico,
facilitando a invasão dos tecidos.
12.Catalase: protege as bactérias dos ataques com superoxidantes produzidos como
defesa pelos leucócitos. A enzima catalase transforma o peróxido de
oxigênio (presente na "água oxigenada" usada como asséptico) em água e oxigênio
inofensivos.
13.Lipase: todos os Staphylococcus aureus e 30% dos outros as produzem. Dissolvem
lipídios neutralizando defesas lipídicas (que repelem água e causam desidratação das
bactérias) como o sebo da pele e mucosas.
14.Penicilinase: produzida pelas estirpes resistentes ao antibiótico penicilina. Ela degrada
o antibiótico. É espalhada por troca de plasmídeos contendo o gene nas trocas sexuais
bacterianas.
15.Enterotoxinas: produzidas em alimentos durante a fase de crescimento. São peptídeos
de pequeno peso molecular. São resistentes às enzimas digestivas e ao calor, não
sendo destruídas pelos processos de cocção e esterilização. Agem na parede do
estômago, nos receptores do nervo vago. São produzidas diversas toxinas, designadas
por letras: A, B, C (C1 e C2), C, D, E, F e G.
Epidemiologia
Existem em todo o mundo.
Os estafilococos existem na pele de todas as pessoas, geralmente estirpes pouco virulentas
(coagulase-negativas), embora freqüentemente existam também Staphylococcus aureus sem
causar doença. Por vezes também existem no intestino e trato urinário.
São destruídos por desinfetantes, sabão e altas temperaturas. Resistem bem à desidratação,
durante períodos alargados. Passam de pessoa para pessoa pelo contato direto ou com
objetos. As feridas e outras aberturas na pele, estados de debilidade, operações cirúrgicas e
doenças podem levar a um organismo até aí inofensivo se transformar em invasor.
Doenças causadas
As principais são:
Mastite bovina
Otite externa em cães
Doenças sistêmicas potencialmente fatais
Infecções cutâneas (piodermite)
Infecções oportunistas
Doenças das vias urinárias
Endocardite
Hemácias em uma placa de Petri são utilizadas para o diagnóstico de infecção. A placa da esquerda mostra uma infecção por estafilococos e a da direita, por estreptococos.
Epidemiologia em alimentos
Necessita de vários nutrientes para seu desenvolvimento. Por isso se reproduz com facilidade
apenas em alimentos ricos em nutrientes à base de ovos, leite, carnes e açúcar. As intoxicações
ocorrem normalmente em alimentos como laticínios: queijo frescal, creme de leite, chantilly,
leite; produtos de confeitaria: tortas recheadas, creme de ovos, etc.; produtos de carne como
presunto.
Sua origem é ou a matéria prima ou o manipulador de alimentos. Vive na pele de animais e
humanos, assim como nas fossas nasais. Pode chegar ao alimento através do animal ou pelo
contato com humanos.
O alimento contaminado necessita ficarem algumas horas em temperatura ambiente; é
necessária a reprodução do Staphyloccous aureus no alimento para a produção da toxina. As
falhas podem ocorrer por falta de higiene no manuseio associadas com temperatura errada de
armazenagem (temperatura ambiente: nos processos de resfriamento, descongelamento ou
estocagem.)
A toxina formada não é destruída pelo cozimento; uma vez formada no alimento esse pode
causar intoxicação mesmo após o processo, embora os microrganismos sejam destruídos.
A doença se caracteriza basicamente por vômitos intensos que se iniciam cerca de 2 h após a
ingestão de alimentos com a toxina e duram algumas horas. Em geral o paciente se recupera
sem maiores conseqüências, mas pessoas vulneráveis como bebês, idosos e pessoas debilitadas
podem causar conseqüências mais graves.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é pela recolha de amostras, cultura com meio em disco de Petri e identificação
por técnica de Gram e bioquímica (determinação das enzimas que produz). A sorologia
(detecção de anticorpos específicos) também ajuda.
As penicilinas resistentes à penicilinase são ainda a primeira escolha apesar do
aumento na resistência.
Oxacilina penicilina penicilase resistente que é a primeira droga de escolha em caso de
infecções por S. aureus.
Cefazolina: cefalosporina de primeira geração, resistente a penicilinase, segunda
escolha no tratamento das infecções.
Vancomicina se resistentes à penicilina penicilinase resistentes.
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA
PRISCILA DE JESUS COSTA
ROSELENE BORGES
SALVADOR - 2011
top related