amor e revolução

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  • 8/19/2019 Amor e revolução

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    Amor e revolução. Entrevista com Alain Badiou por Eduardo Febbro

    O amor é um tema essencial, uma experiência total. O amor está ameaçado

    pela sociedade contemporânea. O amor é um gesto muito forte porque significa

    que é preciso aceitar que a existência de outra pessoa se converta em nossa

    preocupação.

    O filósofo francês Alain Badiou é um homem que não teme riscos: nunca

    renunciou a defender um conceito que muitos acreditam ter sido queimado pela

    história: o comunismo. Em entrevista à Carta Maior, Badiou fala da “ideia

    comunista” ou da “hipótese comunista”. Segundo ele, tudo o que estava na ideia

    comunista, sua visão igualitária do ser humano e da sociedade, merece ser

    resgatado em um mundo onde tudo passou a ter um valor mercantil. Pensador

    crítico da modernidade, Badiou define o processo político atual como uma

    “guerra das democracias contra os pobres”.

    Alain Badiou não tem fronteiras. Este filósofo original é o pensador francês mais

    conhecido fora de seu país e autor de uma obra extensa e sem concessões.Filosofia, matemática, política, literatura e até o amor circulam em seu catálogo

    de produções e reflexões. Sua obra, de caráter multidisciplinar, traz uma crítica

    férrea ao que Alain Badiou chama de “materialismo democrático”, ou seja, um

    sistema humano onde tudo tem um valor mercantil.

    Este filósofo insubmisso é também um homem de riscos: nunca renunciou a

    defender um conceito que muitos acreditam ter sido queimado pela história: o

    comunismo. Em sua pena, Badiou fala mais da “ideia comunista” ou da

    “hipótese comunista” do que do sistema comunista em si. Segundo o filósofofrancês, tudo o que estava na ideia comunista, sua visão igualitária do ser

    humano e da sociedade, merece ser resgatado.

    Defensor incondicional de Marx e da ideia de uma internacionalização positiva

    da revolta, o horizonte de sua filosofia é polifônico: seus componente não são a

    exposição de um sistema fechado, mas sim um sistema metafísico exigente que

    inclui as teorias matemáticas modernas – Gödel – e quatro dimensões da

    existência: o amor, a arte, a política e a ciência. Pensador crítico da

    modernidade numérica, Badiou definiu os processos políticos atuais como uma“guerra das democracias contra os pobres”.

    O filósofo francês é um teórico dos processos de ruptura e não um mero

    panfletário. Ele convoca com método a repensar o mundo, a redefinir o papel do

    Estado, traça os limites da “perfeição democrática”, reinterpreta a ideia de

    República, reatualiza as formas possíveis e não aceitas de oposição e coloca no

    centro da evolução social a relegitimação das lutas sociais.

    Alain Badiou propõe um princípio de ação sem o qual, sugere, nenhuma vida

    tem sentido: a ideia. Sem ela toda existência é vazia. Com mais de 70 anos,

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