alfons balbach--a flora nacional na medicina domestica volume 01,

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A Flora Nacional na Medizina Domstica A FLORA NACIONALDIREITOS RESERVADOSComposto e impresso nas Oficinas Grficas da Editora M. V. P. Caixa Postal 48311 - CEP 01000 - So Paulo, SP. NA MEDICINA. DOMESTICA - VOL.I.PROF. ALFONS BALBACH15a EDIAO. . .. .. .. . ... . . . . ... ... ..... .. . ... . . ..... .. .:.. .... . .. .. EDIES "AEDIFICAO DO LAR" R. A maro B. Cavalcanti, 624 - Tel. 295-3353 - C. P. 48311 - 01000 S. Paulo, SP PREFACIOO mundo, com as suas mltiplas enfermidades to fceis de con-trair, um vasto hospital, e a Natureza, com a sua infinidade de plantas, uma farmcia em que todo homem pode encontrar um blsamo para qualquer espcie de dor. As plantas no s nos proporcionam alimentos sos e saborosos, mas tambm toda classe de remdios para a recuperao ou conservao da nossa sade. Por muito tempo a teraputica vegetal esteve sob domnio do povo comum, e especialmente dos homens do campo, em cujas mos indoutas o conhecimento emprico do valor medicinal das plantas Ihes tem prestado um servio inestimvel. Outrora, muitos mdicos - talvez a maioria - desprezavam a botnica farmacutica como curandeirismo ou charlatarismo; hoje, porm, graas ao progresso das investigaes cientficas, a medicina vegetal se acha elevada dignidade de Fitoterapia. Muitas centenas de plantas so atualmente estudadas e aproveitadas nos laboratrios em todo o mundo, para o bem da humanidade castigada por tantas doenas. Mas tudo isso no suficiente. Ns mesmos devemos, individualmente, procurar desenvolver nossos conhecimentos sobre os fatores da sade, as enfermidades e os meios naturais de cura, entre os quais se destacam as ervas do campo. A injustificvel falta desses conhecimentos vitais pode facilmente custar-nos toda a ,nossa fortuna acumulada, a nossa sade e ' a nossa vida, ou a de algum dos nossos entes queridos. O mdico, a quem nunca devemos pensar em dispensar inteiramente, no nos salvar desse trplice prejuzo, se no soubermos usar inteligentemente seus bons servios. Dizia Henrique IV, da Frana, que um homem honrado deve saber um pouco de teologia para a sua salvao, um pouco de direito para os seus negcios, e um pouco de medicina para a sua sade. Por isso nos sentimos constrangidos a afirmar que este livro no deve faltar em nenhum lar, e que a primeira parte do mesmo - Conhecimentos Gerais de Sade -, por ser a mais importante, deve receber a mais carinhosa ateno dos leitores, que assim se apoderaro dos recursos fundamentais, e j no tero dvida em considerar como de valor secundrio todos os demais recursos (remdios vegetais ou outros medicamentos). Foi, pois, para ajudar as sofredoras massas populares, mormente o homem do interior, que elaboramos esta obra, convictos de que sero realmente beneficiados os que lerem e praticarem os conhecimentos transmitidos por este livro, atravs de cujas pginas dezenas de mdicos falam aos estimados leitores. O AUTOR Os editores 1. a PA RT EConhec2mentos Geas de Sade 1 ASADEPara cada nao tem havido, em cada poca, um ideal dominante. Para os gregos foi o desenvolvirnento intelectual e artstico; para os romanos as conquistas militares; para os indus a calma filosfica; para os egpcios a erudio religiosa. Essas coisas ficaram no passado. No presente, o ideal que cativa os povos livres a acumulao de riquezas. Para o homem e a mulher de hoje, sucesso sinnimo de aquisio de bens materiais. E, no entanto, de todos os ideais, este o que tem menor valor real para o homem. Quando )esus Cristo disse que mais fcil a um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que a um ricao entrar no Cu, fez ver que o homem, candidato ao reino de Deus, quando se esfora para ajuntar riquezas, se distrai do propsito de se aperfeioar moral, mental e fisicamerite, e perde de vista o grande alvo, a exemplo do aluno pouco estudioso, que no se capacita para a aprovao final Podemos e devemos lutar vitoriosamente em prol da nossa prpria salvao. Somos fracos, estpidos, incapazes? Temos menos virtudes que nossos semelhantes? Consideramo-nos inferiores aos outros? Fracassamos sempre nos momentos crticos? A conscincia das nossas falhas afasta de ns a esperana do xito? Se assim , a culpa cabe principalmente a ns mesmos. Cada dia, cada hora, cada minuto podemos construir ou destruir. Efetivamente, estamos sempre edificando ou demolindo. O que? A nossa natureza moral, espiritual e fsica, a nossa pessoa como um todo. Esse processo de restaurao ou recuperao do indivduo no (9) 10 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA depende inteiramente dos pais, nem do ambiente, nem do acaso, nem das circunstncias; depende principalmente de ns mesmos, da nossa boa vontade e honestidade para com ns mesmos, agora que j somos adultos. No existem desvantagens; h, isso sim, oportunidade para pensar, decidir e agir. A vida por si mesma complexa. Suas leis, porm, so simples. A sade difcil de definir, mas suas leis so fceis de enunciar e de seguir. E tornar conhecidas essas leis - ensinar os homens e as muIheres a serem sadios em todos os sentidos e auxili-los a realizar o mais nobre de todos os ideais, que a restaurao de si mesmosessa a misso que nos propomos cumprir. luz das leis da sade, as doenas no so hereditrias. Podemos, sem dvida, herdar fraquezas, tendncias, predisposies, que, no sendo combatidas, desempenham sua parte na gnese de doenas crnicas. Geralmente, porm, a enfermidade o resultado das prprias extravagncias. Como a velhice em si mesma tambm no acarreta doena, no h razo para a pessoa da casa dos cinqi.enta ou sessenta sofrer do fgado, do estmago, do intestino, da bexiga, dos rins, do corao, ou para queixar-se de arteriosclerose ou hipertenso arterial. As causas desses sofrimentos so,patolgicas e no fisiolgicas. Resultam dos abusos contra a natureza e no da idade. verdade que as foras diminuem, porm os tecidos no se arrunam com o avano da velhice. No terreno da sade e doena, tudo uma lei de causa e efeito.No acalentemos, pois, o pensamento de que Deus tenha feito uns fracos e doentes e outros sos e fortes. Essa idia errnea eblasfema. Ns que infringimos as leis da natureza, que so leis de Deus, e, por isso, ficamos enfermos por culpa exclusivamente nossa. , pois, um dever religioso viver em obedincia s regras da higiene, para conservar a sade. Ficar doente pecado. A doena nunca vem por acaso. o prprio homem que provoca a causa de suas enfermidades. Ns mesmos que nos fazemos doentes e culpamos algum ou alguma coisa - Deus, os mdicos, os micrbios, o clima - e no nos lembramos de culpar-nos a ns prprios. O que procuramos fugir da nossa responsabilidade: uma reviso cabal do nosso modo de viver, uma completa reforma dos nossos hbitos. A SADE 11 A sade um tesouro cujo valor s reconhecido tarde demais, muitas vezes quando j irrecuperavelmente perdido. Desempenha a sade importantssimo papel na formao do talento. Voc pode ser um gigante intelectual, mas se vive adoentado, suas aes sero semelhantes s de um ano. Se Voc tiver boa circulao, sangue limpo, digesto eficaz, trnsito intestinal livre, fgado, pulmo, etc., hgidos, a sua capacidade de realizao quase no conhecer limites. Mesmo que Voc no possua muito preparo escolar, mais cedo ou mais tarde ter sucesso, desde que Voc goze boa sade. Com freqncia coexistem no mesmo indivduo um bom intelecto e um mau fgado. Em muitos casos, porm, prefervel uma mente menos brilhante aliada a uma constituio mais vigorosa. Uma arroba de energia com um quilo de talento vale mais do que um quilo de energia com uma arroba de talento. A boa sade vale pelo menos metade dos dotes intelectuais. A imaginao e o critrio, a firmeza e a eloqGncia, o conhecimento cientfico e a inteligrtcia, so tanto mais teis quanto mais ajudadas pela sade fsica integral. Um apelo urgente Henry A. Wallace, vice-presidente dos EE UU, fez, em 1941, o seguinte apelo ao povo americano: "A todos os habitantes deste pas venho pedir que se alistem como soldados de primeira linha numa campanha nacional para a eonquista e a manuteno da sade integral e perfeita, sem a qual no tero foras bastantes para a defesa da ptria. Para realizar esse alistamento, ningum precisa sair de casa, nem registrar sua assinatura em qualquer papel. Basta que assuma para consigo mesmo o Compromisso de Sade, nos seguintes termos: " 'Comprometo-me, pela minha honra de americano, a fazer todo o possvel para que eu, minha famlia e os que me cercam nos tornemos cada vez mais robustos e saudveis, como Deus sempre quis que fssemos.' " O mesmo apelo fazemos a todos os homens e mulheres bem intencionados, que pretendam ser,teis a Deus, nao, famlia e a si mesmos. Mtodo, chave da sade Se Voc quiser gozar boa sade, seja metdico em todos os seus atos. A FLORA NACIONAL NAMEDICINA DOMSTICATenha horas certas para comer, observe um intervalo de 5 ou 6 horas entre as comidas, no coma nada fora de hora. Seja vegetariano e faa duas ou, no mximo, trs refeies dirias, e lembre-se de que a primeira deve ser a mais forte e a ltima a mais leve. Beba seis a oito copos de gua por dia. Beba tambm sucos de frutas. Evite, porm, as bebidas prejudiciais. Levante-se e deite-se a horas certas. Durma oito horas por noite. Distribua seu trabalh'o de maneira a atend-lo durante certos nmeros de horas e tenha outras horas para recreao, o estudo, a meditao e outras coisas. Faa exerccios fsicos com regularidade. Respire sempre ar puro e viva tanto quanto possvel fora das grandes cidades. Tome banhos de sol. Tome diariamente um ou dois banhos de higiene, com bastante sabo e gua. Evite a sensualidade, conservando as paixes animais sob o domnio da razo. Descarte os aborrecimentos em toda sorte de emoes, cultivando a higiene mental. Vista-se corretamente, se undo as regras da modstia e da sade. g " " Cuide da limpeza intestinal, para que haja sempre trnsito livre. Rejeite o fumo, o lcool, as drogas, a carne, os temperos picantes, o caf, e tudo que possa ser prejudicial sade. 2 O PORQU DAS DOENASQuando o mundo era novo, os indivduos atirigiam a mais avanada velhice, no gozo da mais invejvel sade, e a vida se Ihes extinguia suavemente, como uma lmpada que se apaga por falta de combustvel. Os exemplos de sade perfeita, completa, absoluta, so, porm, to raros. hoje em dia, que quase no existem. Por que? Porque nossa alimentao muito superior s necessidades do nosso organismo, que, como qualquer mquina, tem uma capacidade funcional, uma resistncia determinada, que no pode ser ultrapassada impunemente. Felicitado pelo seu excelente estado de sade ao completar setenta e cinco anos de idade, o Almirante George Dewey sorriu e disse: - Atribuo minha boa condio abundncia de certos exerccios fsicos e abstinncia dos banquetes. Geralmente se come demais. Um tero do que se come quanto basta para viver. - Nesse caso - perguntou o reprter da Washington Star - que feito dos outros dois teros? - Desses vivem os mdicos - respondeu o Almirante. Quando um caminho leva carga excessiva, o que sucede? Gasta-se rapidamente. E isso que se d com o nosso organismo, quando ingerimos alimentos em dose exagerada. A princpio, os rgos lutam deses,peradamente e resistem ao excesso de trabalho; o cansao, porm, no tarda a aparecer, traduzin-do-se por doenas as mais diversas. Manifestam-se as afeces do estmago e dos rins, a neurastenia, a obesidade, a diabete, o cncer, a arteriosclerose, o reumatismo, o artritismo. l3) 14 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Por falarmos em artritismo, lembramos que este assunto foi muito bem estudado pelo Prof. Maurel. O chefe da famlia artrtica, diz ele, geralmente um indivduo forte, robusto, sadio, que no trabalho emprega mais os msculos do que o crebro. Possuidor de estmago excelente, capaz de digerir at pedra, e dono de formidvel apetite, come e bebe exageradamente, sem prever as conseqncias futuras. Ao alcanar certa idade, entrega-se ao merecido repouso. Sua alimentao, porm continua a mesma, embora as necessidades do seu organismo sejam agora muito mais reduzidas. Come como no tempo em que despendia grande esforo fsico, quando seu motor exigia grande cpia de combustvel. A velhice se aproxima mais e mais. O peso vai aumentando. O ventre vai adquirindo respeitvel volume. A sade pode continuar invejvel. Morre velho, deixando numerosa prole. Seus filhos cultivam hbitos sedentrios. Preferem as profisseses liberais. Substituem a atividade muscular pelo esforo intelectual. Entregam-se indolncia. Adotam a vida mundana. Fortes e ativos, vo dissipando com prodigalidade as foras vitais. Entregam-se voluntariamente s sedues da mesa abundante. Herdaram do pai, no s a fortuna que Ihes garante o conforto e o bem-estar, mas tambm os maus hbitos alimentares. Comem e bebem desregradamente. A mesa farta em iguarias; os pratos preferidos so a carne, o peixe, as aves e os doces. As bebidas alcolicas nunca faltam; o caf indispensvel. O aparelho digestivo, o mais comprometido por um trabalho superior s suas foras, de ordinrio o primeiro a apresentar sinais de fadiga. Quando criana, tem, de vez em quando,diarria, priso de ventre ou outras perturbaes do aparelho digestivo. Est constantemente em movimento, mas h ocasies em que se mostra mole, indisposto, fatigado. Na idade adulta, as perturbaes digestivas se acentuam e se tornam permanentes. As dispepsias, freqentemente flatulentas, com sensao de plenitude do estmago, a digesto laboriosa, a sonolncia aps as refeies, so seguidos de obesidade. O acmulo de gordura indica que as clulas no so mais capazes de oxidar a totalidade dos derivados alimentares, e o que elas no O PORQU DAS DOENAS 15 podem queimar posto em reserva, sob a forma de gordura. A obesidade no tarda a convidar a gota ou a diabete. Aos 50 anos, ou mesmo antes, o obeso, cujo fsico era admirado por todos, acorda uma bela manh com uma dor horrvel no grande artelho. Declara-se a febre. a gota. Quando no isso que aparece, ento surge a clica de fgado ou de rim, aps lauto jantar ou fatigante exerccio. Embora seu apetite continue excelente, as foras podem, s vezes, declinar, mas no se preocupa com isso. S quando nota furn-culos, cansao, astenia, emagrecimento, embora coma mais do que antes, que ele vai procurar o mdico. Diagnstico: diabete. Outras vezes, com sintomas diferentes, cncer. cncer faz numerosas vtimas entr os representantes da segunda gerao de uma famlia artrtica. Os descendentes, na terceira gerao, herdam um sistema de nutrio cada vez mais defeituosa e mais difcil de corrigir. Na juventude, os estados mrbidos no so raros; as perturbaes digestivas so freqentes; as faringites e as amigdalites so comuns; os resfriados se repetem com desesperadora freqiincia, etc. De quando em quando h acessos de febre, sem motivo aparente, e que na realidade nada mais so do que um recurso empregado pela natureza para queimar todos os detritos de que o organismo no se pode desembaraar. Tambm no faltam as dores de cabea, as enxaquecas e as erupes cutneas, devidas a toxinas, que se formam no intestino e que so eliminadas pela pele. Na idade adulta, os representantes da terceira gerao tornam-se obesos, gotosos, diabticos ou cancerosos, dez a quinze anos mais cedo do que os pais; morrem sem atingir a velhice dos avs. A quarta e quinta geraes de artrticos j ao nascerem trazem os estigmas indelveis dessa ditese destruidora, que em cem anos capaz de extinguir uma famlia. Eis como evolui o artritismo, caracterizado pela tendncia exagerada para fabricar cidos, sobretudo o cido rico. So os resduos, os detritos orgnicos que se depem no interior dos tecidos, nas articulaes, no fgado, nos rins ou na bexiga, e que roubam ao sangue a sua alcalinidade. De onde provm esse cido rico? 16 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Na sua quase totalidade, de certos alimentos: carnes, caldos de carne, peixe, cogumelos, leguminosas (ervilha, feijo, lentilhas, favas), ovo, queijo, etc. O artritismo devido ao abuso desses alimentos, associado vida sedentria e ao esgotamento fsio e intelectual. A freqi.ncia do artritismo assustadora; pode-se dizer sem medo de errar que, nas grandes cidades, talvez no haja uma s famlia que no tenha pelo menos um membro artrtico. Isso porque, na nossa alimentao, predominam os alimentos ricos em cido rico, que, embora excitantes e txicos, so ingeridos em excesso. Com exceo das doenas infecciosas, todas as outras so direta ou indiretamente devidas alimentao anti-higinica. A carne, o peixe, as massas (farinha branca), o arroz polido, o acar refinado, os enlatados, o caf, etc., constituem hoje a base da alimentao popular, que, excitante e txica, destri a sade e o vigor da raa humana. A experincia tem demonstrado que essa alimentao, erradamente considerada fortificante, constitui verdadeiro perigo. Longe de conservar a fora fsica, o vigor e a sade, essencialmente causadora do artritismo, prejudicando no somente o indivduo, mas tambm a sociedade. Os fatos, que esto patentes diante de todos, provam o que estamos dizendo. Diz o Dr. Gustavo Armbrust: "Basta lanarmos um olhar ao quadro da famlia artrtica, to bem traado por Muchard, Maurel, Pascault e Gautrelet. Com a ali-mentao usada em nossos tempos, uma famlia geralmente artrtica depois da segunda gerao; a terceira, com freqncia vtima de manifestaes graves, como sejam a obesidade, a diabete, a neurastenia, a dispepsia, etc. A decadncia vai-se acentuando a tal ponto que, na quinta ou sexta gerao, a famliase extingue. Em Paris, diz o Dr. Monteuuis, a decadncia da raa tal que raras famlias tm mais de quatro geraes. "A alimentao no a nica causa responsvel pela nossa runa fsica; o esgotamento, a vida anti-higinica e os excessos, so naturalmente fatores importantes; mas os abusos cometidos em matria de alimentao so incontestavelmente os mais comuns e os mais nocivos. O PORQU DAS DOENAS 17 "O grande mal da nossa poca o artritismo, conseqente ao abuso da carne e dos excitantes. . . "Quando comemos carne, esta nos d, exatamente como o vinho, o caf ou o ch, a impresso de fora, de aumento d atividade, o que para ns significa vigor. Tal energia, porm, no real, no passa de uma excitao fictcia, semelhante que produz o lcool. "A prova que basta suprimirmos a carne um dia para experimentarmos logo a sensao de verdadeira fraqueza, embora a substituamos por outros alimentos encerrando a mesma dose de protenas. A carne um alimento muito mais excitante do que nutritivo; no ao seu valor nutritivo, e, sim, excitao por ela produzida sobre o estmago e os centros nervosos que ela deve a falsa fama de alimento substancial. . . . "Considerando ainda que os alimentos de origem vegetal contm igualmente protenas e algumas em proporo superior da carne, chegamos facilmente concluso de que a carne, perfeitamente dispensvel. Alis, em todas as partes do mundo no so os homens mais robustos que fazem uso da carne: o chins e o japons, com um punhado de arroz, o rabe com as suas tmaras, o negro africano com alguns cocos resistem aos mais pesados trabalhos. "A farinha de aveia faz dos escoceses os mais belos homens do mundo; a batata d ao irlands slida musculatura; o piemonts, que se contenta com a polenta, encontra nessa alimentao vigor suficiente para substituir, em todos os pases, o trabalho que os indgenas, comedores de carne, se recusam a executar. " sabido que os carnvoros resistem muito menos fadiga do que os que se alimentam de vegetais... "Em suma, deve-se considerar como urii grande erro cientfico, talvez o maior e mais nefasto do ltimo sclo, a afirmao de que o regime crneo constitui uma alimentao fortificante por excelncia." Quem quiser manter a sade e viver longos anos, dever adotar os princpios da Higiene, principalmente na alimentao correta, cuja prtica vale mais do que uma farmcia inteira. O Dr. Paul Dudley White, famoso cardiologista norte-americano, recomenda a seguinte frmula para prolongar a vida: caminhar mais, comer menos, ingerindo a menor quantidade possvel de gorduras, e manter o peso que se tinha aos 25 anos de idade. Acrescentou o Dr. Ddley White que um passeio a p de 8 quilmetros faz mais bem aos homens de negcio do que qualquer medicamento. "MENS SANA IN CORPORE SANO" 19 3"M EN S SANA I N CORPORE SANO"As desordens morais tm relao com a sade fsica. Se examinarmos o estado pattico e horrvel dos desajustados mentais, constataremos que os mesmos, com muita freqincia, no gozam boa sade fsica. Consideremos os relatos dirios de crimes e contravenes neste pas. Crimes hediondos, os mais vis e mesquinhos, levam muitos hoje em dia ao precipcio da runa e do crcere. Perguntamos: Qual a causa disto? deveras complexo e melindroso esse assunto, mas nem por isso sem soluo. O mal se corta pela raiz; remedeia-se nos casos avanados; mas "prevenir melhor do que remediar', diz o sbio refro popular. Aqui jaz a soluo para o mal: Prevenir. Mas, como? Grande parte dos males da nossa atual sociedade deve-se ao fato de que, em sua maior parte, o povo enfermo, e, conseqientemente, grande proporo dos "desajustados mentais" perambulam por este espao a fora, cdristituindo grave ameaa sociedade e subtraindo aos cofres pblicos volumoss somas. Com verdade o velho adgio - "mente s em corpo's' - afirma a carncia de sade como causa das enfermidades mentais, pois, sem sade, no se pode ter uma mente lcida para enfrentar os problemas da vida. Oprincipal fator de sade que o indivduo possua sangue limpo. Pelos vasos sngi.neos flui a corrente da vida, levando a todos os setores do corpo as substncias vitalizantes. Todos os rgos se alimentam, operam as suas trocas e exercem sua5 funes, graas C18) corrente sangnea. Se o sangue impuro, em virtude de uma alimentao imprpria, todo o corpo se contamina, e tambm o crebro, que; devendo ser um reservatrio de pensamentos lcidos, fica, em vez disso, embotado, obscurecido e entravado no desempenho de suas funes elevadas. Em grande parte, os "desajustados" possuem, em maior ou menor grau, o treponema da sfilis no seu sangue. Pessoas que parecem estar em perfeito juzo muitas vezes cometem desatinos que no seriam capazes de cometer se arrazassem, pensassem por um instante, e usassem de pacincia, mas no o fazem porque esto doentes, ainda que nem sempre o saibam. Alis, a humanidade em geral est enferma, fsica e,espiritulmente. Os maus tratos infligidos ao corpo se fazem sentir no mais robusto indivduo, ainda que tardiamente. O no sentir nada momentaneamente no prova de sade. mera iluso! A msma enfermidade no se manifesta de uma s maneira. Nem todos tm a mesma constituio. Da a mesma doena variar de carter, de indivduo para indivduo. Ainda no existe um "elixir de longa vida" ou panacia que cure todos os males. O nico caminho seguro prevenir, seguindo as normas da sade, que abrangem uma variedade de preceitos que exigem esforos e perseverana. A higiene mental est relacionada com a sade fsica. Higiene em seu sentido lato significa sade. Sade mental ou espiritual no produto do acaso nem cai do Cu. O que de melhor exi'ste no mundo a felicidade. Mas a mesma no se obtm ao lu. produto da sade fsica e mental. Disserta sobre o assunto eminente autoridade: "A felicidade no reside apenas na posse de bens materiais, no exerccio de uma profisso, na remunerao, no convvio de uma sociedade afvel, nas vantagens de um ambiente de famlia satisfatoriamente ajustada. Ela depende de um equilbrio emocional razovel, de uma segurana interna bem dosada." S feliz quem possui sade - sade em todo sentido - essa a condio que est diante de ns como nosso grande alvo. SADE E LONGEVIDADE 21 4 SADE E LONGEVI DADE natural, no homem, o desejo de viver longos anos e chegar ao extremo da velhice com os rgos funcionando regularmente. o que se poderia chamar de "perptua juventude". Bernard Shaw, escritor irlands, que viveu at aos 94 anos, trabaIhando lucidamente, sem apresentar sintomas de senilidade, deve despertar nossa ateno. Se so poucos os que hoje alcanam essa idade, porque, como afirmou Sneca, "o homem no morre, mata-s '. Bernard Shaw era abstmio. Certa vez declarou a um reprter: "O segredo da minha sade, em to avanada idade, consiste apenas nisto: no bebo, no fumo, no como carne e... no consulto mdico." H tambm pessoas que fumam, bebem, comem carne, passam noitadas em claro, e, no obstante, atingem, no raro, os cem anos. Desse fato no podemos tirar argumentos em favor do uso e abuso das coisas prejudiciais sade. H tambm os que suportam trabaIhar, com sade, nas minas de carvo, at aos oitenta ou oitenta e cinco anos de idade, mas quem tirar da a concluso de que esse ambiente e esse trabalho so higinicos e em nada prejudicam a sade? Os organismos variam muito. H os mais resistentes e h os menos resistentes. Ora, tanto estes como aqueles podem prolongar seus dias, e conservar a sade at o fim, contanto que vivam em harmonia com as leis da natureza, evitando toda espcie de abuso. Os paladinos da longevidade, baseados na observao e nos mtodos j incorporados cincia, afirmam que o homem tem a capaci(20) dade para viver muito alm da mdia hoje alcanada. O homem no foi feito para viver apenas inqenta, sessenta, setenta ou oitenta anos, mas para viver no mnimo o dobro. Afirma o Dr. Henrique Roxo: "O alcoolismo e o abuso da carne so os motivos pelos quais ohomem no chega a viver at 140 ou 150 anos, como deveria suceder pelo cotejo com a vida dos animais que, em geral, duram sete ou oito vezes o tempo de sua completa ossificao." Inmeras experincias levadas a cabo - entre as quais as do Dr Alexis Carrel, do Prof. Elias Metchnikoff, do Prof. )acques Loeb, de Horace Fletcher, de Sanford Benett e do Dr. ). H. Peebles - mostram que a vida pode ser prolongada indefinidamente, contanto que as clulas sejam conservadas puras e bem nutridas, conforme os desgnios da Providncia. ' Vamos citar aqui alguns dados curiosos .sobre a longevidade: No livro do Dr. A. Bogomolets, "Como Prolongar'a Vida", encontramos interessante relao de exemplos de longevidade humana: Kentingern (S. Mungo), fundador do Episcopado de Glasgow, viveu 185 anos. P. Ktzarten, da ustria, morreu em 1724, com 185 anos de idade. Toms Parr, rude fazendeiro, viveu 152 anos, na Inglaterra. G. )enkins, de Yorkshire, faleceu aos 169 anos. J. Gurrington, de Norway, terminou seus dias com 160 anos, quando seu filho mais velho tinha 103 anos e o mais novo 9. J. Roven, hngaro, morreu com 172 anos e sua mulher, Sara aos 164. Drakenberg, dinamarqus, viveu 156 anos. Aos 90 ainda trabalhava como marinheiro. Casou-se quando tinha 111 anos. Ao morrr sua esposa, quis casar-se outra vz, mas seu pedido foi recusado. O Dr. P. Defournel, autor do livro "A Natureza Desmascarada", morreu com 190 anos. Gueriot, membro da Academia Francesa de Medicina, que nos deixou o livro "Para Viver Cem Anos", e que viveu, ele mesmo, at idade dos 103, relata um caso deveras curioso: A 31/7/1554, o cardeal d'Armognac, andando por uma rua, deparou com um octogenrio que estava chorando porta de sua prpria casa. Interrogad, o ancio explicou que seu pai o havia castigado. O cardeal ficou muito surpreso e quis ver o pai daquele ancio. Entrou e conversou com um velho 22 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA robusto, de mais de 100 anos. Explicou o velho que batera no filho porque este havia faltado ao respeito devido ao av, por quem tinha passado sem o saudar. Mais curioso ainda, o cardeal desejou conhecer o av: Era um velho de 143 anos Nem precisamos retroceder tantos anos para buscar exemplos de longevidade: Encontramo-los tambm em nossos dias. Hajam vista os que a seguir transcrevemos: "Vegetarianos macrbios "Uma mulher, com a idade de 163 anos, vive atualmente em Moscou. Valentinovna Poujak, nascida em 1803, na Ucrnia, antiga superiora de um convento moscovita e que se recorda dos exrcitos napolenicos que ela viu, com a idade de 9 anos, em Liow, assim como da abolio da servido e da primeira ferrovia construda na Rssia. A anci no sofre de nenhuma doena, conserva toda a sua lucidez, os cabelos nem mesmo embranqueceram e consegue enfiar uma agulha fina sem usar culos. Declarou ela aos jornalistas que a entrevistaram que a longevidade no constitui exceo em sua famlia: seus trs irmos tm 129, 121, e 120 anos de idade. "Perguntou um dos reprteres: A senhora pode dizer-nos qual seu principal alimento? A anci respondeu: Eu e meus irmos somos todos vegetarianos." - Gazeta do Povo (de Curitiba), 30 de janeirode 1966. "Morreu o homem mais velho do mundo "Faleceu em Rabat o homem mais velho do mundo - pelo menos de que se tm notcias. Trata-se do marroquino Hady Mohamed Ben Bark, que assegurava ter 165 anos. O macrbio deixa 250 descendentes, entre filhos e netos. O filho mais velho dos seus cinco casamentos afirma ter 110 anos. O extinto sempre atribuiu sua longevidade a uma saudvel dieta vegetariana e produtos lcteos." - Gazeta do Povo (de Curitiba), 18 de janeiro de 1966. " verdde: esse homem tem 160 anos "Uma equipe de mdicos soviticos controla o estado de sade de Chirali Musslimov, por ocasio de seu 160.o aniversrio. Musslimov um fenmeno vivo. H alguns anos puseram em dvida sua SADE E LONGEVIDADE 23 idade, mas pesquisas feitas no lugar onde nasceu e uma srie de exames mdicos muito meticulosos confirmaram-Ihe a idade. Diz ele que deve a sua avanada idade ao trabalho, aos muitos filhos e ao seu bom carter. Goza de tima sad , analfabeto, no fuma, no bebe lcool, come muita fruta e muitos legumes. verdade que vive num clima de montanha, Barzava, limite da URSS com o Ir, onde o ar purssimo. Sua mulher, a terceira, est com 90 anos e o nmero de seus descendentes to grande que ele no sabe quantos so."Folha de So Paulo, 30/9/66. Que o homem foi feito para viver mais de um sculo, isso vemos at nos casos de terceira dentio, depois dos oitenta. Mary Hornexemplo aduzido por Graves - teve dentes, pela terceira vez, aos 110 anos; Peter Bryan, aos 117 anos. H tambm casos de macrbios cujos cabelos, na extrema velhice, de brartcos voltam a ser negros. E no raro o fenmeno da completa recuperao da vista em idade bem avanada. O coeficiente de letalidade de uma nao pode bem dar significativa mostra do nvel de sade de sua populao. As mulheres sempre tiveram ndice de vida maior que o do homem. A razo dessa disparidade est, no h dvida, no modo de vida do homem, que usa lcool e fumo, e comete outras extravagncias, abreviando a vida mediante um suicdio ora mais ora menos lento. Entre os representantes do sexo feminino, o tabagismo e o alcoolismo esto aumentando, e, proporcionalmente, est diminuindo cada vez mais a diferena de letalidade entre os dois sexos. Ao passo que, por um lado, o coeficiente de mortalidade est diminuindo para a totalidade da populao, est, por outro lado, aumentando para as pessoas de meia idade. Esse fato se explica atravs da diminuio das doenas e da mortalidade entre as crianas, especialmente entre as de menos de cinco anos, e atravs do aumento da morbidez entre os adultos que ultrapassaram a casa dos quarenta ou cinqienta. Nos Estados Unidos, em 1938, o ndice mdio de vida foi de 63 anos, devido unicamente diminuio de doenas entre crianas e jovens. Entre 1890 e 1937, no Estado de Connecticut, por exemplo, a mortalidade entre as crianas de menos de um ano decresceu de 2540 para 907, embora a populao se tenha duplicado nesse mesmo pero24 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA do. Entre crianas de um a cinco anos o coeficiente caiu de 1162 para 213. Todavia, entre as pessoas de 60 a 70 anos, o coeficiente de letalidade subiu mais do que o aumento da densidade demogrfica. Muito j fez a Medicina para reduzir a devastao causada pela febre tifide, varola, tuberculose, sfilis, diabete e outras doenas. Os Raios X tm contribudo grandemente para diagnsticos certos e oportunos. A cirurgia est, hoje, muito mais apta do que antigamente, para socorrer os pacientes. Diante dessa srie de fatores, era de esperar, pelo menos, que se prolongasse a vida das pessoas acima dos quarenta ou cinqenta anos. Mas isso no acontece, merc da proliferao de outras doenas como sejam a hipertenso arterial, o cncer, as molstias renais, as cardiopatias, etc. Embora a Medicina tome medidas contra as infeces, no controla os maus hbitos de vida que acarretam, como conseqncia, essas outras doenas. O que mais assusta o rpido aumento dos casos de cncer e de molstias do corao. Estes fatos deitam, pois, uma pesada responsabilidade sobre os ombros dos que levam ao povo os ensinamentos bsicos para a boa sade. 5 GERMES E IMUNIDADEDiz um velho adgio que "de mdico e de louco todo mundo tem um pouco". Desde que o homem tomou conhecirrento da existncia da enfermidade, vem procurando recursos destinados a recuperar a sade. Possveis meios de cura tm sido experimentados aos milhares, e surgiram os esculpios, indivduos que se iniciaram na prtica teraputica e ousaram at realizar atos operatrios. Entre os gregos e os romanos, nos tempos antigos, o consultrio mdico era em grande parte a cozinha, e a prtica mdica consistia em larga escala na orientao quanto ao preparo de manjares apetitosos. Conta-se que certo cozinheiro chegou a se "doutorar" em Medicina com o propsito nico de poder dirigir a cozinha na corte dos Csares. A Histria, todavia, tambm recorda, na antigidade, nomes de mdicos ilustres que legaram s geraes posteriores traos indelveis da cincia mdica. Um deles foi Hipcrates (466-366 a. C.), com justia chamado "o pai da medicina moderna", cuja orientao objetiva permitiu o posterior desenvolvimento da cincia mdica. Rejeitou as supersties da poca e fundou a prtica clnica, procurando, pela observao e experincia, as causas reais das enfermidades. Os ideais que ele deu sua profisso permanecem at hoje. Na Renascena - renovao cientfica, literria e artstica realizada nos sculos XV e XVI, e baseada principalmente na imitao da antigidade grega - surgiram, da retorta dos alquimistas, inmeros elementos qumicos, mais tarde empregados empiricamente no combate s molstias. [25) 26 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Durante muitos sculos eram desconhecidas as verdadeiras causas das doenas, que freqentemente se atribuam aos maus espritos, A escrofulose, por exemplo, doena, tempos atrs, muito comum na infncia, era chamada "o demnio do rei" nos sculos XVII e XVI I I, na I nglaterra, onde se cria que o enfermo sarava se tocado pelo rei ou pela rainha. Desse conceito errneo surgiram as mais estrambticas formas de tratamento, que no tinham nenhum veio de verdade cientfica. Entre outras, generalizou-se a crena de que as molstias eram provocadas por gases venenosos, oriundos de guas estagnadas ou de matria em decomposio. Cria-se tambm, em alguns crculos, que o contgio - a transmisso de doena de um indivduo a outro - se verificava por meio de ondas semelhantes s da gua. Teoria microbiana A relao entre os micrbios e as enfermidades j constitua uma vaga hiptese admitida por alguns, quando, em 1762, Marco Antnio de Plenciz a formulou pela primeira vez, categoricamente, sem no entanto conseguir prov-la. A teoria microbiana das doenas, em bases verdadeiramente cientficas, no foi formulada seno em 1865, quando Louis Pasteur descobriu a causa e a cura de uma epidemia nos bichos-da-seda (bombyx mori), que ento estava a arruinar a indstria francesa. Reconhece-se como demonstrada a origem microbiana de uma molstia quando satisfeitos os seguintes "postulados de Koch": 1. constatada a presena do germe no organismo (homem ou animal) que Ihe serve de hospedeiro; 2. O germe isolado do organismo afetado e submetido cultura artificial; 3. Cultivado em laboratrio, o germe causa a mesma enfermidade quando inoculado em animal sadio; 4. O mesmo germe se encontra no animal usado na experincia. Um germe chamado "invasor' quando capaz de disseminar-se pelo organismo, e "virulento" quando segrega toxinas capazes de provocar doenas. penetrao e multiplicao de um micrbio no organismo chama-se "infeco", em contraposio "infestao", que a invaso GERMES E IMUNIDADE 27 do organismo por parasitos de certo porte, como os vermes intestinais, o sarcopto da sarna, etc. A susceptibilidade s infeces, no homem, est sob influncia de numerosos fatores: impurezas no sangue, deficincia de globulinas no sangue (agamoglobulinemia), baixa de certos tipos de glbulos brancos no sangue (agranulocitose), desnutrio (a qualitativa mais do que a quantitativa), alcoolismo, diabetes e outras enfermidades, etc. A bacteriemia - presena de bactrias no sangue - pode ser transitria, intermitente ou contnua. A sbita penetrao de bactrias na corrente sangnea, na maioria dos casos, no produz outros sintomas alm de calafrio e de febrepassageira. As formas transitrias de bacteriemia tm lugar nas fases iniciais de inmeras infeces. Algumas bacteriemias transitrias so resultantes da manipulao de tecidos in'fectados, como nos abscessos, nos furnculos, nas amgdalas doentes, nos quistos dos dentes, etc. A bacteriemia contnua verifica-se nos primeiros dias da manifestao da brucelose, da febre tifide, das endocardites, etc. Os glbulos brancos, tambm chamados leuccitos, desempenham, no nosso organismo, um papel defensivo de primeira ordem. a fagocitose. Graas a essa funo, envolvem e digerem micrbios e partculas orgnicas e inorgnicas. Os glbulos de pus so geralmente constitudos por cadveres de leuccitos - esses bravos defensores do nosso organismo - que foram mortos em combate contra os germes. Convm, todavia, no esquecermos que nem todos os leuccitos praticam a fagocitose. Os moncitos, tambm chamados grandes mononucleares, e os granulcitos, igualmente conhecidos por polinucleares neutrfilos, so os nicos dotados desse poder. As plaquetas sangneas, ou globulinas, graas ao seu poder de glutinao, representam as primeiras linhas de defesa contra a infeco. Tm, entre outras, a funo de rodear e envolver numa s massa os micrbios que penetram no nosso corpo. Vm, ento, os glbulos brancos e os fagocitam. Sob determinadas circunstncias, os micrbios so, todavia, capazes de vencer as linhas de defesa abnegadamente opostas pelas globulinas, impotentes para aglutinar os invasores, caso em que a infeco se estende. De modo geral, as infeces seguem um curso constante. Os germes patognico5 penetram no no5so organismo atravs da ctis, da 2g A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA nasofarin e dos pulmes, da uretra, do intestino, ou outras portas, g ' primria, local. Em seguida multiplicam-se e provocam uma infeco ode verificar-se a invaso de tecidos ou rgos vizinhos, como tamp pode ocorrer a disseminao dos microrganismos para tecidos e. bm r os mais distantes, atravs das correntes sangnea e linftica, cag leseses secundrias. Em certas infeces, coso em que se produzem mo na difteria, no ttano, etc., ocorrem leseses em pontos distantes, mediante as toxinas secretadas no local da leso primria, sem que os bacilos necessitem disseminar-se. Em caso de infeco, duas coisas podem acontecer: Os germes podem vencer o hospedeiro, matndo-o, ou o hospedeiro pode vencer os germes, recuperando-se completamente. Imunidade At meados do sculo passado, incurseses epidmicas assolavam, periodicamente, com resultados catastrficos, certas regies do mundo civilizado. Umas, como aclera; sobrssaam por seu elevado ndice de letalidade, ao passo que outras, como a varola, ressaltavam pelas cicatrizes com que estigmatizavam a fisionomia de suas vtimas. Um horror vaidade feminina! Verificou-se que essas molstias costumavam poupar aos que elas j tinham, antes, acometido violentamente, e que muitos organismos resistiam diretamente aos primeiros ataquesda doena, mas nngum imaginou que esse fenmeno se tornaria a chave da teoria da imunidade. Imunidade a propriedade que tem um organismo vivo de ficar a salvo de determinada doena. Afirma-se que a imunidade pode ser adquirida ou natural. A primeira, que muito interessa Medicina oficial, chamgda "ativa' uando aparece aps a doena ou inoculao artificial de er q "passiv' quando resulta da aplicao do mes ou de suas toxinas; e soro de um organismo imunizado contra determinada infeco. A segunda imunidade, que pode ser relativa ou absoluta, pouco interessa Medicina oficial, mas muito interessa aos que desejam cultiv-la para poderem contar com uma resistncia eficaz contra as enfermidades. com esta que se ocupa a presente obra. 6 A MICROBIOFOBIAOs micrbios - tambm designados pelo nome genrico de germes - so seres microscpicos, animais u vegetais, que nos interessam merc dos danos que nos causam. Entre os seres vivos e o meio verifica-se uma luta contnua, na qual nem sempre saem vitoriosos os maiores e os fisicamente mais fortes; muitas vezes triunfam os menores, os impalpveis, os invisveis. Os animais de grande porte, como o hipoptamo, o rinoceronte, o elefante, etc., esto em vias de desaparecimento, ao passo que os insetos, os micrbios e os vrus se esto multiplicando de maneira assombrosa. Micrbios No terreno dos micrbios, h inmeras legies de seres animais e vegetais que, introduzidos no nosso organismo, provocam em ns, sob determinadas condies, os mais variados tipos de doenas. No reino vegetal destacam-se: 1. Bactrias, entre as quais se distinguem: a. Cocos (microrganismos esfricos): - Cocos isolados; - Diplococos (reunidos dois a dois): gonococos (causadores da blenorragia), pneumococos (pneumonia), meningococos [meningite crebro-espinhal); - Cocos triados (reunidos trs a trs); - Cocos tetrados (reunidos quatro a quatro); [29)2 - A Flora 3 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA - Srcinas (amontoados em cubos compostos de oito cocos); -Estreptococos (agrupados em forma de corrente): Estreptococcus hemolyticus (erisipela); - Estafilococos (agrupados em amontoamentos que do o aspecto de cachos de uva): Estafilococcus aureus (osteomielite); - Micrococos Cincaractersticos); b. Bacilos Cem forma de bastonetes curtos e retos: bacilos isolados, diplobacilos, estreptobacilos): Bacilo de Nicolaier (ttano), Bacilo de Klebs-Loeffer (difteria), Bacilo de Koch Ctuberculose), Bacilo de Eberth (tifo), Bacilo de Hansen (lepra); c. Espirilos (em forma de espiral): Treponema pallidum [sfilis), Treponema recurrentis (febre recurrente, transmitida por piolhos e carrapatos); g ): Vibrio d. Vibries (bastonetes encurvados, em forma de vr ula cholerae (clera). 2. Fungos: Uns podem provocar pneumonias; outros podem produzir doenas da pele ou de outros rgos. Todas as enfermidades acarretadas por fungos recebem o nome de micoses. 3. Vrus: So invisveis ao microscpio com iluminao comum; s odem ser observados por meio do microscpio eletrnico; so filp , passam atravs dos filtros de porcelana, que normaltrveis [isto mente retm as bactrias); s podem ser cultivados na presena de clulas vivas que sejam suscetveis. Provocam doenas tais como a poliomielite, a varola, a gripe, o sarampo, a febre amarela, a hidrofobia, etc. No reino animal, temos os protozorios, de que h quatro classes bem definidas: 1. Rizpodes ou sarcodinos lprotozorios desprovidos de membranas, cujos ps so semelhantes a razes, e que se movem por pseudpodes): Entamoeba histolytica (disenteria amebiana). 2. Flagelados ou mastigforos (protozorios providos de flagelo, longo apndice em forma de chicote, com movimentos rpidos e violentos): Leishmania brasiliensis (lcera de Bauru), Trypanosoma cruzi (doena de Chagas), Trypanosoma gambiense (causador da doena do sono, por intermdio da mosca ts-ts), Enteromonas hominis (enterites mais ou menos crnicas), Trichomonas hominis (enterites e diarrias). 3. Esporozorios (protozorios imveis ou quase imveis, que reproduzem rapidamente por esporulao): Plasmodium malariae (impaA MICROBIOFOBIA 31 ludismo ou malria: febre quart, acesso febril de 72 em 72 horas),Plasmodium vivax (febre ter benigna: acesso febril de 48 em 48 horas), Plasmodium falciparum (febre ter maligna: ciclo esquizognico de 24 a 48 horas). Os acessos febris ocorrem no momento em que os esprios, merozotas, formados pela diviso, se libertam e caem no plasma, em conseqncia da destruio das hemcias. 4. Ciliados, ciliforos ou infusrios (protozorios dotados de clios): Balantidium coli (vive no intestino grosso, onde pode causar enterocolites, com leseses intestinais). Subindo na escala zoolgica, encontramos, logo acima dos protozorios (que so unicelulares), os metazorios (pluricelulares), que podem parasitar o homem diretamente, como os vermes intestinais, a triquina, o bicho-de-p (tunga penetrans), o caro da sarna, etc., ou servir de veculos aos germes de graves enfermidades, como a pulga, que transmite ao homem o bacilo pestoso, causador da peste bubnica, oriunda de ratos atacados da molstia, ou como o anfele, transmissor da malria. Terror sptico Como se v, vivemos constantemente assediados por poderosos adversrios, visveis e invisveis a olho nu. Mas - ateno! - nosso propsito, aqui, no o de provocar entre os leitores deste livro, uma microbiofobia, que uma das doenas de imaginao, e que vm atormentando a muitos neste sculo de neuroses. Se, como afirma um articulista, de cada seis pessoas uma morrer de cncer ("Realidade" de junho de 1966), possivelmente no estejamos longe do ponto se admitimos que, de cada dez, uma perecer prematuramente, graas ao desgaste produzido no seu sistema nervoso pelas diversas fobias, entre as quais o "terror sptico" ser talvez uma das mais importantes fontes de padecimento. Lamentavelmente, no nos dado conhecer nenhuma estatstica nesse sentido, porm sabemos que muita gente sofre desse mal. Um estudo realizado na Inglaterra, pelo Dr. Hugh Nicol, e dado publicidade sob o ttulo de "Microbes by the Million", fornece-nos a propsito algumas informaes teis, baseadas em pesquisas de laboratrio. 32 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Entre outras, encontramos nessa obra a consoladora afirmao de que "os micrbios ordinariamente existentes numa casa residencial no oferecem sria ameaa", e que "haver uma imensidade deles, se houver doena em casa, o que, todavia, no constituic; ainda, grande ameaa, se os ocupantes da mesma estiverem bem alimentados e se houver o necessrio asseio no ambiente. Muitas donas de casa se do ao trabalho de polir os talheres, dedetizar os dormitrios, desinfetar as bacias sanitrias, porm se esquecem de que uma cozinha menos limpa e cuidada, onde a comida esteja exposta ao p e s moscas, muito mais perigosa do que todas as moedas e notas que porventura fossem manuseadas hora da refeio. Longe de querermos dizer que no seja necessrio lavar cuidadosamente as mos antes da comida, pretendemos apenas enfatizar uma necessidade ainda mais imperiosa, que o asseio absoluto na cozinha. No foi sem motivo que um pensador chins afirmou que uma cozinheira suja provoca diarria mais facilmente que o ruibarbo.Que o mau cheiro exalado por guas estagnadas ou por corpos deteriorados constitua, por si s uma fonte de contaminao, isso est longe de ser verdade. "Se h mau cheiro", diz o pesquisador ingls, "haver, na substncia em decomposio, milhes de bactrias, mas a culpa no s dos mi.ccbios e, sim, principalmente, das pessoas que deixam tais putrefas expostas, exalando miasmas." "O uso do sab', acrescenta o Dr. Nicol, "embora se trate de sabo comum e sem drogas especiais, se regularmente adotado, sem excessos e sem descuido, ser bastante para manter a limpeza dum lar, quaisquer que sejam as condies de pobreza ou de conforto material. Geladeiras, aspiradores de p e outros aparelhos modernos para a limpeza do lar, so coisas muito lindas e confortveis, mas ningum perecer por falta dos mesmos, pois sua utilizao no trouxe alta contribuio para a assepsia da vida domstica. Os micrbios de uma casa so, geralmente, os do ar e da gua, e, para muitos deles, o nosso organismo tem defesa natural; outros so inofensivos ou mesmo benficos." Coexistncia pacfica Banhos de asseio regulares, mos bem lavadas antes de comer, roupa limpa, passada a ferro, cozinha asseada, gua filtrada para beber, continuam sendo os melhores meios de defesa contra os germes patognicos. A MICROBIOFOBIA 33 Os micrbios so os coletores de lixo do corpo e no encontram ambiente num organismo limpo e sadio. Se nele penetram, abandonam-no logo, expulsos, sem deixar vestgio de sua visita, porque s se alimentam de tecidos enfermos. Se possumos imunidade natural, se temos o sangue limpo e todos os rgos em funcionamento sinrgico e regular, no temeremos os germes e poderemos passar inclumes atravs de muitas epidemias. Todos ns estamos em contacto constante com o bacilo de Koch, mas nem por isso ficamos tuberculosos, a no ser que nossas defesas orgnicas estejam enfraquecidas. Os germes so to normais para o homem como o vento para a rvore. Como seria errado incriminar o vento pelo derrubamento de uma rvore que tivesse o tronco carcomido ou as raizes cortadas, tambm errado culpar os micrbios p las doenas infecciosas que acometem os organismos arruinados e corrompidos por uma vida antinatural. Os germes s nos causam doenas quando h algum desequilbrio orgnico em ns; em condies normais de equilbrio os micrbios no tm ao pois tambm esto sujeitos lei da "coexistncia pacfica" com o gnero humano. No podemos encerrar este captulo sem transcrevermos algumas palavras do interessante livro "Como Se Deve Curar", do Dr. Tullio Chaves, que ensina: "Segundo a opinio de Claude Bernard, o micrbio no nada, o terreno tudo. . . "Grande valor se dava outrora virulncia dos germes: Atribuam-se os graus de intensidade de uma doena infectuosa maior ou menor virulncia do seu germe produtor. "Hoje esse ponto de vista considerado errneo e as diversas formas de uma mesma infeco so imputadas diversidade do terreno humano. E os rgos de localizao da infeco depndem tambm dos lugares de menor resistncia apresentados pelo organismo. . . "A doena, modernamente, no mais devida aos estragos causados por um germe ou por uma funo desviada. Ela , antes, a reao que o organismo ope toxicidade do germe que a produziu; e,nas doenas funcionais, a resistncia que o organismo ope disfuno, adaptando-se a ela ou reagindo, para que a funo anormal volte sua normalidade primitiva. rr "= Nr r r r": 1- blenorrogia5 - osteomielite r ~ lr,lt r / 9 - ttono/( o 1 I a I I3 - febre tifide `. r' r 2 - pneumonia1 , "~, : ..6 - mamite contagioso o0 o 8 t IO - difteria q5 r \ \ t k..r , I \ `uii( 1 I4- lepra rrr r r r ` r" 3-meningite crebro-espinhal,,l.TS. .. . ,-. . 55 7 . ..7- mamite gangrenosaxr Y I I - tuberculose.. o eo o `'o , io oo o 8 oo 8. . oe b`e o o o ! 5 - peste r4- erisipela8- mormo /I2-carbnculoI6- sifilis,. , ' " -; ; , . ..,, ., )7- clera I8-disenteria I9-doenw do sano 20- molria omebionaMICRBIOS OU GERMES A MICROBIOFOBIA 1 - Neisseria gonorrhoeae (blenorragia) 2 - Diplococcus pneumoniae (pneumonia) 3 - Neisseria meningitides (meningite crebro-espinhal) 4 - Streptococcus pyogenes (erisipela) 5 6 7 8 Staphylococcus aureus [osteomielite) Streptococcus Nocardi (mamite contagiosa) Micrococcus mastobius (mamite gangrenosa) Bacillus mallei (mormo)9 - Clostridium tetani (ttano) 10 11 12 13 14 Corynebacterium diphteriae (difteria) Mycobacterium tuberculosis [tuberculose) Bacillus anthracis (carbnculo) Salmonella typhosa [febre tifide) Mycobacterium leprae (lepra)15 - Pasteurella pestis [peste) 16 - Spirochaeta pallida (sfilis) 17 - Vibrio cholerae [clera) 18 - Entamoeba histolytica (disenteria) 19 - Trypanosoma gambiense (doena do sono) Plasmodium malariae (malria) 3534 36 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA "A febre uma das caractersticas da reao do organismo contra os germes. Sendo um meio timo de cultura 37 graus em geral, a inteligncia inconsciente do organismo procura por todos os meios modificar o seu ambiente, a fim de prejudicar a vegetao do micrbio. O organismo eleva essa temperatura e, com as suas antitoxinas, com ns seus anticorpos e com os seus leuccitos, forma um terreno imprprio vegetao do germe... Quando aquela intelignia inconsciente no tem a possibilidade de elevar a temperatura, ela a abaixa, como no caso de clera. . . "A tendncia natural do organismo defender-se. E, para se defender, ele lentamente prepara suas antitoxinas e anticorpos contra os antgenos agressores. "Posto o organismo em condies higinicas naturais - alimentao s, suficiente e atxica, aerao e insolao normais - ao abrigodas fadigas, dos excssos e dos txicos, o organismo naturalmente usa suas armas contra a infeco: procede diapedese dos seus leuccitos, fabrica as suas antitoxinas e eleva sua temperatura, queimando um excesso de glicognio. . . "Em resumo, no existem graus de virulncia para um determinado micrbio. A sua nocividade ou inocuidade depende do terreno que o organismo humano ope vegetao do mesmo. "Nos organismos propcios sua vegetao, os micrbios desenvolvem a sua virulncia mxima, em formas superagudas ou hipertxicas, levando o paciente a morte rpida. "Nos terrenos menos propcios, o organismo reage, com formas agudas de doena e, conseguindo vencer e dominar a virulncia microbiana, sara. "E, na maior parte dos casos, em que o terreno,. por fatores muitas vezes inacessveis argcia da cincia inapto t'proliferao microbiana, o germe torna-se avirulento ou saprfita, tendo o organismo g P reagido por formas beni nas, chamadas ambulatrias, ou or formas subliminares, desapercebidas do paciente e seu entourage'." 7 "MAI S VALE PREVEN I R DO QUE REMEDIA"No decorrer das seis ou sete dcadas do sculo XX, rico em maravilhas que a Cincia nos revelou, a Medicina fez brilhantes conquistas em prol da sade, que sempre foi e ser a maior das riquezas materiais do gnero humano. O mdico moderno dispe de diagnsticos e meios teraputicos que deslumbrariam os esculpios do passado. A Medicina conta, hoje, a mos cheias, com uma variedade de recursos at h pouco tempo completamente desconhecidos. Mas tambm se v obrigada a enfrentar um inimigo que muito a prejudica no desempenho de suas nobres funes: o tempo perdido pelos pacientes, que no prncuram socorro imediato para seus males. Quantas vezes, por exemplo, um cncer inicia, ainda facilmente curvel, se transforma em uma grave infiltrao maligna (metstase); uma ligeira cardiopatia se descompensa; um simples resfriado se transforma em uma grave pneumonia; uma leve dor de garganta, em uma perigosa difteria; uma apendicite, numa peritonite; etc. Recorremos ao mdico tardiamente, nos casos graves, muitas vezes irremediveis, e exigimos, contra a razo, que o clnico faa prodgios, quando seus esforos, ainda que mnimos, seriam coroados de xito se o tivssemos consultado aos primeiros sintomas da molstia. ' Se os inconfundveis sinais de uma enfermidade grave recomendam a busca de urr especialista sem demora, no devemos aguardar a "reao espontnea do organismo", pois a providncia imediata significa, neste caso, poupana de maiores aborrecimentos, de maior perda de tempo e de maiores despesas, alm de assegurar resultados mais lisonC37) 38 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA jeiros para a conservao da vida e da sade. Diagnosticada a enfermidade em sua fase inicial, o paciente tem grandes vantagens. Mas o nosso povo, lamentavelmente, ainda no compreende isso. Os mdicos so procurados mais pelos "doentes de cisma" do que pelos "doentes de verdade". A grande maioria dos que buscam o mdico no necessitam de remdio algum, mas apenas de conselhos. Acham, porm, que o mdico Ihes deve receitar injees, plulas, cpsulas, comprimidos, elixires, e cem coisas mais, ("pois quanto maior a receita e mais caras as drogas, tanto mais competente o mdico", assim pensa o vulgo), e ficam desapontados ou indignados quando o facultativo Ihes assegura: - "Pode estar sossegado! Voc no sofre de nada. Nunca vi um organismo to sadio." Os que tm afeces cardacas, distrbios hepticos, perturbaes gstricas ou intestinais, desordens renais, etc., esses que se esquecem da existncia da Medicina, e s procuram o mdico quando j esto arruinados, e ento querem que o clnico faa mgicas, restaurando-os completamente em poucos dias. Os prprios indivduos sadios - os que se consideram sos s porque nada sentem, como se no houvesse enfermidades que minam organismos aparentemente robustos - necessitam, de quando em quando, recorrer ao mdico para uma "reviso geral", a exemplo do que fazemos com os carros de boa marca. Na Amrica do Norte, a Medicina preventiva, estreitamente ligada Higiene, desempenha hoje um papel de suma importncia. , pois, de vital interesse para a sade e a vida, aqui tambm, a pronta interveno preventiva e curativa da Medicina, mormente nos casos mais ou menos graves. Em matria de doena, no devemos deixar para amanh aquilo que podemos fazer hoje mesmo. 8 VEN ENO CONTRA VEN ENO?O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoo das suas causas. "Sublata causa tolitur effectus", dizia Hipcrates. Visa pr o organismo em condies de defender-se e restaurar-se a si mesmo. A homeopatia visa tratar as doenas por meio de agentes teraputicos que, tomados em pequeninas doses, tm u se supe terem a propriedade de produzir sintomas semelhantes aos dessas doenas. A alopatia visa combater as doenas mediante medicamentos que produzem efeitos contrrios s mesmas. O sistema aloptico emprega drogas, antibiticos, vacinas, soros, etc. As drogas encerram um princpio txico. So venenosas. Os venenos, quer tomados por injeo quer por via bucal, penetram no sangue e, pelas vias circulatrias, percorrem todo o organismo. Fazem dano aos germes das doenas. Podem mat-los ou neutralizar-Ihes os venenos. Podem intensificar ou diminuir o trabalho de certos rgos. Podem provocar outras modificaes nas funes vitais. Mas, por outro lado, tambm danificam o organismo humano. Afetam o aparelho digestvo e tambm o fgado, o qual, entre outras,tem a funo antitxica, neutralizando os venenos ou diminuindo-Ihes a ao, quando em quantidade limitada. Mas no d conta de pores excessivas de veneno. O que vai alm de sua capacidade se dissemina por todo ocorpo, fazendo sentir, em todos os rgos, sua ao malfica. E o prprio fgado fica doente, em conseqi.ncia da sobrecarga. O veneno circula pelo corpo todo. Passando pelo crebro, afeta-o. Afeta todo o sistema nervoso. Afeta o corao. Afeta os rin5. (39) 40 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA No igual a ao de todos os venenos. Uns prejudicam especialmente este rgo; outros, aquele. Assim, h medicamentos que podem afetar especialmente a vista, h os que prejudicam a audio, h os que atacam os rgos genitais, etc. Como exemplo ilustrativo citamos apenas um fato: Em julho de 1954 os jornais publicaram a proibio de venda determinada pelo Servio de Fiscalizao do Exerccio Profissional, da Secretaria da Sade, de certo medicamento, porque se descobrira que o mesmo provoca a cegueira. Muitas drogas, quando tomadas em doses repetidas, podem tornar-se cada vez mais intolerveis ao organismo, at provocarem uma intoxicao. E, por outro lado, as drogas, segundo a qualidade, a freqiincia com que so tomadas, e a quantidade, podem tambm tornar-se inoperantes. guisa do que sucede com as vacinas, o organismo pode criar antitoxinas para certas drogas, aps aplicaes reiteradas, tornando-se, assim, intil o seu uso. . , por exemplo, muito difundido o hbito de usar preparados base de sulfas, penicilinas, e outras drogas, para tratar muitas doenas, mesmo muitas sobre as quais esses medicamentos no tm ao. E como os mesmos, muitas vezes, no acarretam perigos visveis e imediatos ao organismo, do margem a que o povo os use a trs por dois. Esses medicamentos, porm, tomados repetidamente, em pequenas doses, podem, segundo as circunstncias, promover a "tolerncia medicamentos'. Determinam, assim, no organismo, um estado de tolerncia que os torna inoperantes mesmo contra doenas de que so especficos. Mas, ainda que inteis para estas enfermidades, trazem prejuzos que, mais tarde, podero manifestar-se em vrias formas de doena. As sulfanilamidas produzem vrias reaes txicas, prejudiciais, e, s vezes, fatais. So venenosas para os invasores estreptoccicos, no h dvida, mas so tambm venenosas para o organismo. Quando o paciente v que a droga no Ihe faz o esperado efeito curativo, toma doses maiores, sem suspeitar que o medicamento que deveria trazer-Ihe sade, Ihe est arruinando o organismo. Repetidas doses maiores podem acarretar graves intoxicaes ou alguma doena secundria. Quando as drogas no so causa direta de certas enfermidades, podem ser causa indireta. Determinados rgos, sendo afetados pelos VENENENO CONTRA VENENO? 41 venenos, no desempenham fielmente seu dever, e, em conseqiincia,prejudicam o bom funcionamento de outros rgos que dependem da ao daqueles. Aparecem muitos distrbios cuja causa real poucas vezes suspeitada. Quem pode negar que as doenas cardacas, as doenas mentais, e outros males que tlagelam a gerao atual, e que nunca assumiram tamanhas propores como no presente sculo, sejam, em boa parte, devidas ao to generalizado uso de drogas venenosas? Os medicamentos de ao analgsica, ou seja, os que acalmam dores, so dos mais usados. Inmeras pessoas os tm em casa, de reserva. Levam-nos consigo ao sarem. So to comuns que muitos os acham to necessrios como uma caixa de fsforos. So-nos oferecidos na farmcia, como troco, quando vamos comprar alguma coisa. Muitas pessoas, sentindo qualquer dor, branda ou forte, ingerem imediatamente a droga, sem saberem que esto alimentando um vcio altamente prejudicial e perigoso para a sade. Esquecem-se de que a dor no' aparece por si mesma, mas que resulta de algma coisa que no vai bem no organismo. Ignoram que a dor apenas um sintoma da doena, e que no se deve combater os efeitos, mas, sim, a causes. E a causa, por sua vez, no pode ser combatida por meio de sedativos. O uso imediato de medicamentos analgsicos ou anti-febris em muitos casos dificulta o diagnstico do mdico, pois a eliminao desses elementos poder mascarar os sintomas habituais da doena, cuja causa continua a agir na intimidade do organismo, pela falta de tratamento acertado desde seu incio. Alm disso, os analgsicos podem facilmente ocasionar srios distrbios orgnicos, como intoxicao e leseses em rgos importantes (fgado, rins), afeces diversas e acmulo de trabalho para o corao. As drogas nunca deixam de ser prejudiciais. O organismo humano, em geral, sabe defender-se contra a doena, repelindo os inimigos causadores da mesma. No devemos, por isso, subestimar sua fora de resistncia natural, procurando erroneamente refor-la com drogas medicamentosas. Afirma o Dr. Adr. Vander: "Felizmente muitos mdicos da escola alpata esto comeando a ficar mais e mais convencidos da eficcia da medicina natural, mas 42 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA ainda esto demasiadamente influenciados pelas antigas concepes puramente alpatas. "Tambm nas universidades h muitos catedrticos que tm compreendido que a medicina alpata encerra um bom nmero de erros e que indispensvel uma reforma, pois j conhecido de muitos que os medicamentos no podem curar por si mesmos uma enfermidade, pelo menos no da maneira como a medicina natural entende por curar, a saber, eliminar por completo a causa da enfermidade, regenerar os tecidos danificados e normalizar a funo de todos os rgos do corpo. "No h dvida de que se podem alterar com drogas as funes do corpo e conseguir, por exemplo, que estes ou aqueles rgos trabalhem mais intensamente por certo tempo, mas em seguida vem a reao inversa e o rgo pode ento ficar ainda mais dbil que antes. Demais, os outros rgos, sobre os quais no se queria atuar, so prejudicados pelas drogas, como sucede, por exemplo, com a aspirina, que se toma para acalmar a dor, de vez que atua sobre o sistema nervoso, mas que prejudica o estmago por ser o primeiro rgo que a recebe. Pode-se, algumas vezes, com a morfina, aliviar os terrveis sofrimentosde um enfermo, mas com ela no se consegue uma cura. Podem apresentar-se casos em que se necessite um purgante para solver um caso de urgncia, mas o purgante no cura a enfermidade; ao contrrio, prejudica o estmago e os intestinos. O clorofrmio pode ser necessrio para uma operao sem dor numa pessoa aps um acidente grave, etc. Contudo, sempre que se considerem as drogas como curativas, comete-se um grande erro. As drogas so remdios prejudiciais sade, com os quais se pode conseguir um resultado, mas no uma cura natural. "Tendo-se isto sempre em mente, no se pode cair to facilmente em erro, como tem acontecido, por desgraa, nos tratamentos abusivos base de medicamentos. As operaes, tambm, jamais curam; porque a cura um processo de regenerao do organismo. Com uma operao pode-se extirpar um rgo ou parte do mesmo, mas no h rgos no corpo que no sejam necessrios ou teis. Portanto, o que se deve fazer procurar cur-los e evitar extirp-los. As numerosas operaes que se fazem hoje em dia constituem uma prova do fracasso dos tratamentos com medicamentos. Noventa por cento das operaes poderiam seguramente ser evitadas com o uso adequaVENENO CONTRA VENENO? 43 do e oportuno da medicina natural. Entenda-se bem: no necessrio ser fantico e no admitir em nenhum caso o uso de um remdio ou de uma operao, porque podem apresentar-se casos em que estes se justifiquem, como, por exemplo, num grande tumor que oprima as vias respiratrias com perigo de morte imediata, caso em que a operao o remdio adequado para evit-la. . . "O maior erro da medicina alpata tem sido o de considerar, durante sculos, as drogas como agentes curativos. Este erro era to grande, que os investigadores se entregaram com incansvel atividade busca de drogas e remdios que deviam fazer o milagre de curar as enfermidades. . . No encontraram uma droga verdadeiramente curativa e que ao mesmo tempo no seja um veneno mais ou menos prejudicial para o organismo, porque no existe tal coisa seno na imaginao das pessoas. S a natureza cura. "Esta caa aos remdios, baseada numa conGepo equvoca acerca das enfermidades, desviou demasiadamente teno dos clnicos e i nvest.igadores. "Grandes descobrimentos foram feitos em todos os ramos da medicina, menos no mais necessrio, a saber, na cura natural das enfermidades mediante agentes naturais. Tais descobrimentos foram lanados no mundo com grande alarido, e tanto sugestionaram os clnicos que estes geralmente tm seguido o rumo indicado pelos autores. Os remdios anunciados tm sido experimentados nos enfermos. Cria-se que tomdos nas doses prescritas no haviam de prejudicar. Isto, porm, um grande erro. Um veneno sempre prejudicial, ainda que seja tomado em pequena quantidade e ainda que nem sempre se manifeste em seguida o prejuzo ocasionado." Para o benefcio dos estimados leitores, transcrevemos a seguir algumas advertncias que acidentalmente encontramos nos jornais e em outras publicaes. Se tivssemos feito uma busca intencional, poderamos agora apresentar um estudo mais amplo e detalhado sobre os perigos das drogas. Mas estes bastam para o momento. Com o que fornecemos nas prximas pginas desta obra, no temos o propsito de criar uma espcie de fanatismo ou extremismo entre a populao; esperamos apenas poder corrigir, reformar, moderar o excessivo entusiasmo e a perigosa iluso que muita gente abriga com respeito aos produtos farmacuticos, e realar a importncia da Higiene e da Profilaxia, que valem mais do que muitas drogarias reunidas. 44 ~ FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA "remdios milagrosos" apenas proporcionam uma iiuso de cura Muitos "Muitos mdicos esto to convencidos de que o medicamento dar resultados em doentes que so induzidos por auto-sugesto a acreditar nas 'curas'. "Nos primeiros anos de minha carreira, fui assistente de um mdico famoso. Estava ele convencido de que a pneumonia podia ser curada com grandes doses de quinino. Na realidade, 25 por cento dos pacientes tratados continuavam a morrer, como ocorria com os pacientes ..,e pneumonia antes do aparecimento dos antibiticos. Meu chefe, todavia, s se lembrava dos que se tinham restabelecido e esquecia os demais. E assim, um dia, publicou um artigo no qual afirmava que era possvel obter cem por cento de curas de pneumonia com o quinino. Creio que ele estava realmente convencido do que dizia, mas, depois de algumas experincias, os mdicos de todo o pas se convenceram de que aquele medicamento, na verdade, apenas fazia mal aos pacientes, e desistiram de us-lo. "Na minha juventude, eu tinha o hbito de experimentar todos os 'tratamentos milagrosos anunciados na imprensa - alguns deles baseados em xitos com um ou dois pacientes. Cedo, porm, compreendi que tudo aquilo era ilusrio. "Muitas vezes os mdics se entusiasmam de tal modo com uma nova droga que a receitam durante algum tempo a todos os pacientes que vo ao consultrio; mais tarde, porm, diante dos resultados negativos, passam a usar outro medicamento, o qual, por sua vez, tambm abandonado. H uns 45 anos, todo mdico receitava benzoato de benzil a seus pacientes. Experimentei o preparado em cerca de 20 pacientes, sem resultado, e o abandonei. Outros mdicos, todavia, continuaram a receit-lo. Agora, h muitos anos no ouo falar desse medicamento." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da Clnica Mayo. g , ") muitas vezes medicamentos de 'ao rpida e mila rosa tiveram de ser abandonados, porque davam somente a iluso de cura, e o germe patognico ficava no organismo, onde reaparecia depois de vrios anos." - Dr. Hugo Mondolfo. "As pessoas ansiosas, intranqilas, tm a iluso de que este ou aquele tipo de remdio uma soluo. falso... Tudo isso constitui um aspecto do carter mgico atribudo pelo povo aos remdios em VENENO CONTRA VENENO? 45 geral - 'remdio resolve tudo' - e de acordo com essa idia muita gente deixa de comprar comida para comprar remdio. Muitos mdicos tm tambm a tendncia de aliviar o doente, o que nem sempre indicado. Atualmente a fiscalizao to grande que muitos mdicos tm at medo de levar uma injeo de pio em suas maletas." - Dr. Henrique Roxo. "Uma grande limpeza nas drogarias est sendo empreendida pela Administrao Federal dos Alimentos e Drogas (nos EE UU). A pesquisa de remdio por remdio vai determinar quais so inteis ou daninhos, para forar sua retirada do mercado. A AFAD calcula que em trs ou quatro anos de esforo ingente, muitos remdios populares tero de despedir-se da praa, e numerosos outros tero de modificar seus rtulos." - Folha de So Paulo, 13/11/64.Muitos medicamentos, em vez de curar, provocam doenas "Hoje ouo falar de muitas pessoas vtimas de coceiras, rachaduras na pele, horrvel gosto na boca, nuseas, dores no fgado, dores no estmago, ou alguma outra forma de doena, aps tomarem quatro ou cinco remdios prescritos por um ou mais mdicos. "Quando tais pessoas me procuram tenho de dizer-Ihes: 'No posso tentar um tratamento at que parem de tomar todos os remdios por uns dias a fim de verificarmos se o mal se deve a um deles.' Se, aps alguns dias sem tomar medicamentos, todos os sintomas desaparecerem, o que resta a fazer tomar um remdio aps outro, em forma de teste, at que os sintomas voltem. Deste modo, a pessoa ser capaz de descobrir qual deles est causando o incmodo. "Uma dificuldade que tenho de enfrentar que muitas pessoas tomam alguma coisa que peiisam no ser remdio. Por exemplo: um dos casos de que estou lembrado de um homem de negcios que geralmente tinha de retornar casa com febre ou dores no estmago. No outro dia, manchas roxas apareciam-Ihe nos braos. "Suspeitei do efeito de algum medicamento, e perguntei-Ihe se havia tomado algum remdio, e respondeu negativamente. Finalmente, quando o caso parecia sem esperanas, enviei-o a um dermatologista, perguntando-Ihe se sabia o que ocasionara as manchas roxas. A resposta foi: 'Sim, so devidas fenolftaleina'. Esta droga comum em muitos laxativos comerciais. 46 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA "Quando insisti com o paciente que deveria estar tomando algum laxativo, finalmente confessou que tomara um, mas no o considerava como remdio. Quando finalmente o paciente cessou de tomar esse medicamento, acabaram-se as complicaes. "Sei de casos em que uma simples aspirina causou irritao no rosto de uma mulher. Outras vezes uma pessoa pode tomar um medicamento diariamente, por meses, sem nenhum contratempo, e de repente ser vtima de rachaduras na pele, perturbaes visuais ou dores de cabea ou de estmago." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Em matria de teraputica, nos tempos antigos a nossa profisso foi anatematizada pela penria de seus recursos; hoje o pela abundncia e pelos excessos no uso de armas medicamentosas... "So numerosas as doenas resultantes dos progressos mdicos, como complicaes das modernas tcnicas diagnsticas e teraputicas. . . "A corrida para a conquista de novos medicamentos um fato real. H os que se divertem, fazendo o clculo das toneladas de inutilidades que os crdulos consomem, principalmente os 'devoradores de remdios'; outros analisam os maus efeitos dos bons remdios, sob o fascnio do palpitante captulo da patologia iatrognica..." - Dr. Carlos da Silva Lacaz Muitas das novas drogas podem fazer mal e at matar "Algum me censurou por ter mencionado os bons resultados obtidos com certo medicamento usado contra a gota. A mesma pessoa conta que sabe de um caso de algum que tomou o referido medicamento e morreu da chamada anemia aplstica. Apresento meus p-sames aos entes queridos dessa vtima e gostaria de que me houvesse sido possvel advert-los a tempo de que ns, os mdicos - e tambm os leigos - precisamos nos lembrar constantemente de que a maioria das novas drogas podem fazer mal e at mesmo matar certas pessoas hipersensveis. "Tenho repetido muitas vezes que todas as novas drogas lanadas recentemente no mercado podem apresentar efeitos secundrios nocivos e at fatais. Em geral, os grandes laboratrios testam as novas drogas em vrias instituies antes de lan-las no mercado. Ainda VENENO CONTRA VENENO? 47 assim, depois de um ou dois anos, temos notcias de efeitos secundrios provocados pelo novo medicamento. "'Em alguns casos, os glbulos brancos ficam destrudos a tal ponto, que o paciente perde a capacidade de resistir s infeces, ou talvez fica com o fgado seriamente afetado. Soube, h pouco tempo, que um grande laboratrio retirou do mercado determinada droga, que durante algum tempo se apresentava como uma grande esperana, mas que se revelou por demais perigosa para o uso ordinrio. "Certos medicamentos so to perigosos que s devem ser usados quando o paciente est hospitalizado, onde poder ser examinado a curtos intervalos. Outros s devem ser empregados quando se torna necessrio salvar o paciente da ameaa de uma morte iminente."Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Acabo de examinar uma paciente, que durante seis meses tem feito uso de um remdio to perigoso e txico que foi responsvel pela morte de vrias pessoas no ano passado. O qe sucedeu foi que seis meses antes ela sentira determinada dor e o seu, mdico Ihe prescrevera aquele remdio. Este no pareceu ser benfico, mas, depois, como tantas vezes ocorre com dores artrticas, estas cessaram totalmente. Mesmo assim essa paciente continuou a tomar o remdio. Felizmente para ela o seu organismo foi resistente; por menos do que isto eu j tenho visto organismos arruinados. No deixe que 'tomar remdios' se transforme em um hbito, leitor. Os perigos de tal prtica so enormes." - Um mdico. A sensibilidade s drogas varia muito de indivduo para indivduo "Alguns mdicos, s vezes, adotam uma atitude pouco sensata com respeito a suas receitas. o caso, por exemplo, de uma senhora que recorreu a mim depois que seu mdico Ihe receitara cem cpsulas. Ela tomou as duas primeiras, como mandava a receita, e comeou a passar mal, vomitando durante toda a noite. "Disse ento que no podia tomar sequer uma cpsula das 98 restantes e que Ihe custaram bastante dinheiro... "Um dia destes, vi tambm um jovem cujo mdico Ihe receitara cem tabletes de tranqiiilizante. Depois de tomar a droga durante dois dias, o paciente estava muito deprimido, pensando at em suicdio, e pronto para entrar num hospital de doentes mentais. Apresentava um 48 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA mau gosto na boca, tinha fortes dores de cabea e erupo na pele, sintoma de alergia ou envenenamento. "Entregou-me 94 das cem cpsulas que comprara, sugerindo que eu desse a quem delas precisasse, lamentando a despesa grande que fizera." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da Clnica Mayo.Os medicamentos antitrmicos so perigosos "Joo Paulo tem 3 meses. Pesa 5 kg; est agitado, 39o de febre. Nada mais simples e mais andino do que dar-Ihe a metade de um comprimido de aspirina agora e outra metade noite, se a febre no ceder. Porm, agindo assim, voc estar. . . arriscando-se a provocar acidentes graves, principalmente se a criana transpirou muito. Os rins do lactente eliminam a aspirina muito mais lentamente do que os do adulto. Mesmo com doses fracas de aspirina, a concentrao do remdio no sangue vai atingir um nvel txico. "Se a respirao da criana se acelera, ateno. Chame sem demora um mdico. Vmitos, convulseses, delrio podem aparecer e completar o quadro de uma intoxicao saliclica. "Ento, que deveria ter feito? Como lutar contra a febre, se a prpria aspirina familiar est condenada? Envolva o trax da criana com um pano fresco. Mergulhe uma toalha felpuda na gua fria; tora-a. Enrole a criana nela e envolva-a com um cobertor de l. A evaporao da gua absorver o calor do pequeno febril e sua temperatura cair. "Os demais medicamentos antitrmicos, a antipirina, o piramidon, tambm devem ser evitados nas criancinhas. Quanto criogenina, que teve uma poca de celebridade, deve ser proscrita formalmente: supositrios de criogenina provocaram, h alguns anos, numerosos casos de anemia grave." - Dr. Serge Voisin-Picard. As sulfas e os antibiticos so perigosos "Muitas molstias que no requerem nem se beneficiam com o emprego de sulfas e antibiticos passaram a ser tratadas desta maneira pelo leigo e pelo droguista, a quem s interessa vender o remdio. Como conseqncia lgica, surgiram as intoxicaes e as complicaes secundrias, decorrentes do uso indevido dessas drogas qumicas (sulfas) e dos derivados antibiticos (penicilina e outros). VENENO CONTRA VENENO? 49 "O grande perigo das sulfas a sensibilizao do organismo com doses prvias, causando posteriormente o choque anafiltico, isto , a incompatibilidade do organismo com a sulfa. Muito freqiientes so as leseses nos glbulos vermelhos e brancos do sangue, no fgado e no sis= tema nervoso central." - Folha Feminina, 26/1/64. A hidrazida provoca complicaes neurolgicas "A hidrazida do cido insonicotnico, ou simplesmente hidrazida, um agente qumico, especfico do tratamento da tuberculose... Contudo, quando a dosagem excede a 5 miligramas por quilo e por dia, ocorre a possibilidade do aparecimento de manifestaes de intolerncia, observveis principalmente em dultos e em particular nos que abusam de bebidas alcolicas. Estas reaes podem revestir-se de gravidade considervel, a ponto de, em comunicado recente, a Organizao Mundial de Sade sublinhar a necessidade de seu reconhecimento precoce, a fim de se suspender imediatamente o medicamento. "O sistema nervoso mostra-se particularmente sensvel toxicidade da hidrazida, citando-se, entre as complicaes neurolgicas, as nevrites perifricas, convulseses, atrofia do nervo tico e quadros psictico5."As nevrites perifricas constituem o acidente mais comum. . . O prprio Biehl e H. J. Nimitz observaram igualmente que a hidrazida favorece o aparecimento de crises convulsivas, devendo-se tomar cuidados especiais quando administrada a epilticos. Quanto atrofia do nervo tico, necessrio diferenci-la de uma provvel sequela da meningite tuberculosa." - O Estado de S. Paulo, 4/6/58 Os corticosterides geram diversas enfermidades "Algumas doenas dos pulmes podem ser combatidas com corticides adrenais, porm o emprego dessas drogas nos pacientes de tuberculose apenas agravar seu estado. . . "Em geral, os corticosterides produzem o quadro clnico do sindroma de Cushing - com excesso de peso e o rosto arredondado e cheio de pilosidade. Tambm podero gerar crises de diabetes, osteoporose, hipertenso, loucura temporria e aumento da susceptibilidade 50 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA s infeces. Poder ainda aparecer uma lcera estomacal ou o agravamento de uma lcera antiga." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. A cortisona, alm de provocar vrias enfermidades, pode matar "Imaginemos um cidado que disponha de boas glndulas adrenais que o mantenham feliz e satisfeito. L vem um dia, porm, em que ele se resfria, adquire algum eczema ou alguma dor muscular, e insiste junto ao seu mdico para que Ihe seja prescrita essa droga maravilhosa que a cortisona, da qual tanto e to bem ele tem ouvido falar. Responde-Ihe o mdico: 'Mas o senhor no precisa de cortisona; no est realmente enfermo e, alm disto, a cortisona no cura o que o senhor tem.' O paciente insiste, entretanto, e o remdio prescrito. "Durante algum tempo ele julga estar obtendo timos resultados e continua ingerindo o remdio. Resolve, depois, parar, mas no se sente bem e retorna droga. Finalmente ele comea a adquirir uma lcera ou diabetes e o mdico Ihe determina que pare de tomar cortisona. Ele obedece, mas a comeam os aborrecimentos. Por que? Porque suas glndulas adrenais, h tanto desalojadas de sua funo pelo uso da cortisona, . . esto agora fracas e preguiosas e quase que j se esqueceram de como exercer sua funo. "Num recente nmero do Jornal da Associao Mdica Norte-Americana, os Drs. Salassa, W. A. Bennet, F. R. Keating )r. e R. G. Sprague, da Clnica Mayo, descreveram, em importantssimo artigo, dois casos em que pessoas que haviam feito tal uso da cortisona entraram em estado de choque e morreram poucas horas depois de terem sido submetidas a uma operao. Reagiram exatamente como um indivduo portador de severo desequilbrio nas glndulas adrenais; submetidos autpsa, as glndulas desses pacientes se mostraram completamente gastas, tal como esto nos casos do chamado Mal de Addison. "Foram tambm autopsiados os corpos de 40 pessoas que haviam tomado cortisona durante 5 dias ou perodo maior. Em todos os casos os patologistas verificaram que as gfndulas adrenais estavam atrofiadas de forma semelhante, do que decorreu a manuteno da vida nesses organismos de forma bastante precria. "Espero sinceramente que tomaro mais cuidado essas milhares de pessoas que presentemente se servem indiscriminadamente da cortiso-VENENO CONTRA VENENO? 51 na, s porque gostam de fazer uso de produto de ao enrgica que seja 'da moda'." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "Um caso clnico, observado por Harris e Ross. Tratava-se de uma senhora na oitava semana de gravidez e a quem foi administrda cortisona em virtude de um processo patolgico qualquer. Deu luz dentro do prazo normal, e a criana, bem constituda, apresentava entretanto a abbada palatina aberta. Como este fechamento se de-. veria processar na ocasio em que a gestante estava tomando grandes doses de cortisona e diante dos fatos j conhecidos da experimentao animal, os observadores estabeleceram uma relao causal." - Estado de S. Paulo, 12/2/57. "Muitos que tomam diariamente cortisona ficam com o rosto arredondado, e, s vezes, com pilosidade xcessiva. Em alguns casos, podem surgir perturbaes mentais, tuberculose, lcera do duodeno, osteoporose (falta de clcio nos ossos), ou alguma doena do corao, das artrias ou dos rins." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. Diversos medicamentos produzem lceras ppticas, hemorragia gstrica ou intestinal, etc. "Vrios so os medicamentos que determinam processos irritativos da mucosa gstrica e duodenal (gastrite, duodenite), chegando at _ lcerao, hemorragia e perfurao. Na patogenia deste acidente, dois mecanismos devem ser evados na devida conta: aumento da secreo cida do contedo gstrico, estimulado pela droga, e diminuio da resistncia das paredes do estmago e duodeno. "Assim, a histamina constitui um estimulante poderoso da secreo clordrica. . . Com certa freqncia, observa-se a formao de lcera na mucosa gstrica ou duodenal no decurso de tratamento mais ou menos prolongado com este produto. Em outras circunstncias, verifica-se a hipersecreo clordrica com o emprego de agentes teraputicos que bloqueiam o sistema simptico e conseqentemente libertam o seu antagonista - o para-simptico (vago). o que se observa com o emprego da Tolazalina (Priscol), Hidralazina, etc. "A butazona e os derivados saliclicos, empregados nos processos lgicos reumatismais, podem promover o aparecimento de lcera pptica ou tornar aguda uma leso ulcerosa antiga em fase de acalmia. Curioso que neste caso o aparecimento da complicao no parece 52 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA estar relacionado com a intensidade e durao do tratamento, surgindo mesmo logo aps a administrao das primeiras doses de medicacamento." - O Estado de S. Paulo, 20/5/58. "Entende-se por 'hematemese' o vmito sangneo, proveniente do aparelho digestivo. Entre as causas mais freqentes desta manifestao, citam-se: o cncer gstrico, a lcera pptica, a hrnia do hiato diafragmtico e as varizes esofgicas. Esta ltima entidade traduz clinicamente um aumento de presso da circulao heptica porta, como acontece, por exemplo, nos casos de cirrose. Hoje em dia, em nosso meio, em virtude do grande nmero de nordestinos que aqui residem, portadores de esquitossomiase mansnica; forma hepato-esplnica, esta ocorrncia muito freqente e dever entrar sempre na cogitao dos clnicos ao se defrontarem com tal sintoma. Entretanto,nem sempre se consegue estabelecer a verdadeira etiologia da hematemese e, procurando esclarecer esta situao, ). J. Kelly Jr. realizou uma reviso de 49 casos de hemorragia gastrointestinal, nas quais as 4 causas mencionadas puderam ser excludas. Neste grupo, pde o autor separar 16 pacientes em que a hemorragia estava relacionada com a ingesto prvia de salicilato e aspirina. Sublinha mesmo a maior coincidncia de hemorragia desta natureza em ulcerosos gastroduodenais em certas pocas do ano, quando os resfriados so mais freqentes e portanto ocorre um maior consvmo de medicamentos com base na aspirina." - O Estado de S. Paulo, 26/3/1957. Vrios medicamentos produzem a mucormicose "O emprego de medicao antileucmica, a cortisona, etc., favorecem a ecloso da mucormicose. O uso dos antibiticos de largo espectro tambm no pode ser esquecido como causa responsvel pelo aumento do nmero de casos desta afeco. "O cogumelo penetra no organismo atravs das fossas nasais, de onde atinge os seios da face, cavidade orbitria, meninges, encfalo, vasos cerebrais. Ou pode localizar-se na rvore respiratria inferior, causando bronquites, pneumonias e bronco-pneumonias. H ainda a possibilidade de penetrar na luz de um vaso sangi.neo, determinando verdadeiras septicemias, com estabelecimento de focos de infeco distncia. VENENO CONTRA VENENO? 53 "As formas pulmonar e cerebral so particularmente graves. De incio abrupto, progridem rapidamente, levando morte em prazo no superior a um ms." - O Estado de S. Paulo, 27/6/57. Os aminopurnicos reduzem a taxa de glbulos brancos "Edward M. Blecher, nos Estados Unidos, faz referncias a trabaIhos de alguns autores acerca da reduo de glbulos brancos do sangue causada pela ingesto reiterada de certas substncias aminopurnicas, entre as quais se destaca o piramido, que, segundo esses autores, chegou a baixar para 400 a taxa daqueles elementos sangneos, que no normal de 5 a 8 mil por milmetro cbico de sangue. Tratava-se de pacientes que trabalhavam em indstrias farmacuticas e que tinham grande facilidade na obteno dopiramido." - SPES, de S. Paulo. As drogas fecundativas podem provocar fecundao mltipla "Os mdicos sabem agora que, tratando mulheres estreis com determinada droga, podem fazer com que elas se tornem frteis, mas ao mesmo tempo, podem torn-las prolferas. Tais tratamentos levam mulheres at ento estreis a abrigar de 5 a 7 fetos em seu tero."Prof. Dr. Walter C. Alvarez. O Stilbestrol pode acarretar o cncer "O 'Stilbestrol', que eficiente na ajuda s mulheres na menopausa, sempre foi posto de quarentena pelos mdicos, pois, quando aplicado continuamente, em doses gigantescas, num rato, s vezes provoca o cncer." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez, da Clnica Mayo.Drogas consideradas "inofensivas" podem criar hbito, alm de apresentarem reaes secundrias, nocivas "Tranqilizadores, analgsicos e outras drogas que no tm relao com narcticos ou barbitricos podem criar hbito e causar perigosos sintomas de absteno. . . 54 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA "O meprobamato, embora seja excelente tranqilizador, empregado no controle da ansiedade e no relaxamento muscular, pode tornar-se uma droga 'verdadeiramente' criadora de hbito. Existem venda nos Estados Unidos cerca de 20 medicamentos de meprobamato, entre os quais Miltown, Equanil, Meprospan e Meprotalis, para mencionar apenas os mais conhecidos. O Dr. Kelman diz que pelo menos um bito foi atribudo a colapso cardiovascular durante o perodo de absteno da droga e que, entre outros sintomas, se incluram graves ataques epilticos. "Clordiazepoxido - u Librium - outro tranqiiilizador que pode criar hbito quando a dose aumentada pelos pacientes. A absteno brusca pode tambm causar ataques e outros sintomas semelhantes aos observados com meprobamato. "Duas drogas receitadas para diminuir o apetite de pessoas obesas tm relaes com a anfetamina, um estimulante, e criaram hbito quando foram tomadas em doses excessivas. So elas a femetrozina, vendida nos Estados Unidos sob o nome de Preludin, e a dietilpropione, cujo nome comercial Tenuate. . . "Trs sedativos que, segundo se constatou, criam hbito quando usados em excesso so: glutetimida ou Doriden etclorivnal ou Placidyl, e hidrato de cloral, vendido sob uma variedade de nomes comerciais. "O abuso prolongado de hidrato de cloral provoca um estado semelhante ao alcoolismo crnico, com sintomas de absteno que se assemelham aos do 'delirium tremens'. "O tipo de paciente que abusa dessas drogas no narcticas e no barbitricas freqentemente abusa tambm de muitas outras drogas e, s vezes, apresenta antecedentes de alcoolismo." - Science Service. "Pesquisa mdica revelou que somente na cidade de Nova York, h pelo menos quarenta mil viciados, mas provavelmente o nmero seja maior. Acredita-se que trs quartos dos crimes cometidos em Nova York, so perpetrados por viciados em drogas." - Prof. Dr. Walter C. Alvarez. "O Dr. E. Beresford Davies, do Departamento Psiquitrico dos Hospitais Reunidos de Cambridge, pediu, na reunio da British Association, maior controle sobre o consumo de excitantes e de tranqilizantes. Afirmou que essas plulas podem corrigir a depresso mental e VENENO CONTRA VENENO? 55 alguns distrbios nervosos, mas alteram, muitas vezes, a personalidade do paciente. Sua eficcia imediata quase sempre incontestvel, mas os efeitos