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A prevenção de patologias lombares em trabalhadores de transporte
manual de carga
Helen Karoline Pereira Elgaly1
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Ergonomia: produto e processo– Bio cursos
Resumo
Objetivos: O estudo objetivou de compreender como ações preventivas podem impactar a alta
incidência de patologias lombares em trabalhadores de transporte manual de carga.
Métodos: Foi feito um estudo bibliográfico, buscando artigos relacionados à prevenção e
melhorias no transporte de carga. Os artigos utilizados datam de 1989 a 2010 e selecionados de
acordo com a relevância com o tema.
Resultados e discussão: Patologias lombares possuem grande incidência dentre os trabalhadores
que utilizam a força para movimentação de materiais. Mesmo com a constante evolução da
tecnologia, algumas cargas ainda requerem a força humana para seu transporte. Para redução
desta incidência, medidas preventivas como treinamentos em transporte manual de cargas,
ginástica laboral e programas de qualidade de vida, pausas e mudanças de layout podem ser de
grande ajuda nesta guerra.
Conclusão: Os resultados mostraram que as medidas isoladas não são suficientes para a
eliminação do risco, porém podem ter grande eficiência quando combinadas e aplicadas de
forma correta, estudada e frequente.
Palavras-chave: transporte manual, patologias lombares, prevenção, pausas, ginástica laboral,
treinamento em ergonomia.
1. Introdução
Apesar dos avanços da tecnologia e a mecanização das tarefas, muitas atividades
continuam sendo realizadas manualmente. Ainda hoje, cargas além dos limites tolerados
são manuseadas e movimentadas pelo homem.
A atual Legislação Brasileira, através da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
refere-se às atividades de levantamento e transporte de cargas (artigo 198 da Seção XIV,
da prevenção da fadiga, do Capítulo V da CLT) afirmando que é de 60 quilogramas o
peso máximo que um empregado pode remover individualmente1.
A Norma Regulamentadora NR 17 de Ergonomia também aborda o tópico fazendo
menção ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais, no entanto, não
estipula nenhum valor máximo para a realização deste tipo de atividade2.
A movimentação manual de cargas pode ser considerada uma atividade de diversos
riscos devido à sua relação com o trabalho físico realizado tanto para a movimentação
da carga como pela composição da mesma. Um dos maiores custos de seguro acidente
2
de trabalho e afastamentos acontece devido às atividades de transporte manual de
cargas, sendo a prevenção extremamente importante3.
2. Biomecânica da coluna lombar
A coluna é o eixo de suporte do organismo e o apoio responsável por todos os
movimentos do corpo, isto é possível devido às articulações, cervical e lombar que são
mais espessas na frente4.
Como uma unidade, a coluna vertebral permite movimentos em todos os três planos,
bem como a circundução. Anteriormente realiza a flexão do tronco, posteriormente a
extensão do tronco, lateralmente a inclinação lateral e girando sobre si mesmo realiza a
rotação. Os movimentos vertebrais sempre envolvem uma série de segmentos móveis e
a sua amplitude de movimentos é determinada por restrições anatômicas locais5,6.
As forças que atuam sobre a coluna vertebral incluem o peso corporal, a tensão nos
ligamentos vertebrais e nos músculos circundantes, a pressão intra-abdominal e
qualquer carga aplicada externamente6.
O trabalhador que pratica sua atividade laboral com constantes alterações da postura e
com carga está sujeito ao aumento da compressão do disco intervertebral prejudicando a
sua integridade, uma vez que sua integridade e durabilidade estão associadas à idade,
duração da agressão, excesso de compressão, flexão, extensão e traumas. Estes fatores
são responsáveis pela degeneração dos discos, diminuindo a capacidade de absorção dos
impactos. O amortecimento das cargas pelo disco intervertebral é feito principalmente
pelo seu núcleo pulposo que tem conformação gelatinosa. Quando as pressões incidem
sobre ele, há uma tendência de irradiação lateral7.
A quantidade de força aplicada ao segmento lombar depende do tipo de atividade e da
postura do indivíduo. O suporte dinâmico da coluna lombar é realizado por quatro
grupos musculares: os extensores, os flexores anteriores, os flexores laterais e os
rotatores8.
A estabilidade da coluna vertebral depende dos ligamentos e da ação muscular. Sob o
ponto de vista biomecânico, a coluna vertebral pode ser considerada uma viga dinâmica,
suportando cargas de compressão, tração, cisalhamento longitudinal e transverso. O
disco intervertebral exerce papel importante na absorção da energia mecânica, sofrendo
deformações elásticas frente aos esforços. Estes são mais sobrecarregados estão entre a
quarta e quinta vértebra lombar e quinta lombar e primeira sacral8.
3. Efeitos e riscos de manusear cargas
3
Dentre as atividades laborais, a carga e a descarga são situações clássicas e que não
poupam o trabalhador do esforço físico intenso. A automação é de difícil implantação
em trabalhos não estruturados, especialmente na indústria de serviços, como é o caso da
construção civil. Apesar dos diversos meios de transporte mecanizados existentes, um
grande número de insumos ainda necessitam de algum tipo de transporte manual para
chegar ao seu local de aplicação9.
A manutenção da postura em flexão do tronco, curvada para frente, aumenta
excessivamente a pressão intradiscal exigindo grande esforço muscular de sustentação
contra a ação da gravidade, e, ao se adotar esta postura diariamente, e por períodos
prolongados, pode provocar um processo de dor lombar (figura 1). As sobrecargas por
movimentos repetidos de torção ou rotação da coluna provocam distensões e
rompimentos nas fibras do disco vertebral favorecendo os processos de herniação. Nas
situações rotineiras de levantamentos de peso, movimentos de torção, estiramentos ou
traumatismos, podem ocorrer processos degenerativos nas estruturas articulares da
coluna10.
O manuseio e a movimentação de cargas devem ser entendidos como uma atividade
física dinâmica e estão estritamente relacionados com o gasto energético e posturas
corporais. As posturas assumidas durante estas atividades podem trazer riscos de lesão
muscular, principalmente pelo excesso de esforço11.
A atividade de trabalho produz um resultado em termos de produção (quantitativo e
qualitativo), e efeitos sobre a saúde do indivíduo: efeitos medidos (freqüência cardíaca);
observados (modificação da postura); expressos (satisfação). Os resultados obtidos e os
efeitos gerados permitem modificar a atividade do indivíduo. A atividade modifica
também o próprio indivíduo na medida em que a prática de uma profissão permite
adquirir experiências, hábitos, e modificações fisiológicas12.
Fonte: COUTO, H. de A. Ergonomia aplicada ao
trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo
Horizonte, Ergo Editora, v. 1, 1995
Figura 1: Musculatura dorsal no levantamento de peso
4
O sistema circulatório, em especial o coração, pode ser afetado, especialmente no que
diz respeito ao ritmo cardíaco e pressão sanguínea. Há aumento no fluxo sanguíneo nos
músculos esqueléticos, aumento na pressão arterial e na frequência cardíaca13.
A postura também é importante dada às modificações que pode produzir na circulação
pelas mudanças que provoca na pressão hidrostática. A pressão sanguínea é
aproximadamente de 90mmhg maior nos pés se a pessoa está em pé. Na existência da
contração frequente dos músculos da perna, as válvulas venosas contribuem para
compensar os efeitos negativos da pressão hidrostática, podendo provocar varizes14.
No trabalho frequente com cargas excessivas, principalmente quando é iniciado com
pouca idade, a tensão e esforço constante em músculos, ligamentos, articulações, e
ossos podem causar deformações, tais como, escolioses e cifose vertebrais, deformação
do arco do pé e um estado inflamatório e doloroso dos músculos e bolsas articulares,
tais como miosites e bursites15.
O manuseio e movimentação de cargas têm como principal risco os problemas da
coluna, que são dolorosos e reduzem a mobilidade e a vitalidade dos trabalhadores. A
incidência destes problemas é responsável pelas altas taxas de absenteísmo, pela
incapacidade precoce e desgaste excessivo dos trabalhadores16.
As causas mais comuns dos problemas na coluna vertebral podem ser produzidas num
movimento simples, mas, geralmente, são resultados de acúmulos de meses ou anos
seguidos de posturas inadequadas. A incidência de lesões lombar aumenta
significamente em tarefas de trabalho que exijam o levantamento de peso. Para o autor,
o caráter aceitável ou não de uma carga a ser erguida e, em particular, o risco dorso
lombar associado, são ainda avaliados unicamente a partir do valor do peso desta
carga17.
3.1 Limites de peso recomendado
Segundo a Consolidação das leis do trabalho (CLT) no art. 198 “é de 60 (sessenta)
quilogramas o peso máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher”1.
A Norma regulamentadora (NR 17), específica da ergonomia, apresenta no item 17.2
uma abordagem superficial e subjetiva sobre o levantamento, transporte e descarga
individual de materiais. Ela define o transporte manual de cargas como todo transporte
no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador,
compreendendo o levantamento e a deposição da carga. A norma não é específica
quanto ao peso, apenas sugere que “não deverá ser exigido nem admitido o transporte
5
manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer sua
saúde ou sua segurança”2.
Esta carga recomendada não se aplica a todas as condições de manipulação manual de
carga, por isso a adoção de métodos científicos para determinar os limites de cargas a
serem manuseados, como o método NIOSH, pode ser uma resposta favorável à
melhoria das condições de trabalho18.
O National Institute for Ocupational Safety and Health – NIOSH realizou estudos para o
desenvolvimento de um método para determinar a carga máxima a ser manuseada e
movimentada manualmente numa atividade de trabalho, em 1981. O método NIOSH foi
revisto em 1992, a equação foi revista e novos fatores foram introduzidos: a
manipulação assimétrica de cargas, a duração da tarefa, a frequência dos levantamentos
e a qualidade da pega. Além disso, discutiram-se as limitações da equação e o uso de
um índice para a identificação dos riscos, sendo proposto o Limite de Peso
Recomendado (L.P.R) e o Índice de Levantamento (I.L)19.
Tanto a equação de 1981, quanto a versão modificada de 1991 foram elaboradas
levando-se em conta três critérios: o biomecânico, que limita o estresse na região
lombo-sacra, que é o mais importante em levantamentos pouco frequentes que, porém,
requerem um sobre esforço; o critério fisiológico, que limita o estresse metabólico e a
fadiga associada à tarefa de caráter repetitivo; e o critério psicofísico, que limita a carga
baseando-se na percepção que o trabalhador tem de sua própria capacidade, aplicável a
todo o tipo de tarefa, exceto àquelas em que a frequência de levantamento é elevada
(mais de seis levantamentos por minuto)20.
O método NIOSH, porém, possui algumas limitações, como a suposição de que a carga
é segura com ambas as mãos, quando na realidade é sabido que o transporte manual
muitas vezes é feito sobre os ombros. Outra limitação do método é não considerar a
distância de carregamento e sim a frequência, assim, se um trabalhador realiza um
percurso grande, a frequência será baixa, porém o esforço não19.
A Fundacentro em parceria com o Ministério do Trabalho recomenda que a capacidade
individual de levantamento de peso para trabalhadores limite-se a 40kg para homens
com idade entre 18 e 35 anos21.
A convenção 127 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, de 1970 não
estabelece o limite de peso a ser transportado individualmente, informando apenas no
seu Artigo 3 que “não se deverá exigir nem permitir a um trabalhador o transporte
manual de carga cujo peso possa comprometer sua saúde ou sua segurança”22.
6
Fazendo uma análise global do limite de peso permito para o transporte manual para
homens, nota-se que os países mais desenvolvidos como a Inglaterra e Alemanha
limitam o peso máximo em 30kg para homens com idade entre 18 e 50 anos18.
Outros países como Colômbia, Equador, Hungria e Polônia limitam este peso a 50 kg.
Na contramão da segurança, países menos desenvolvidos permitem pesos maiores,
como é o caso do Paquistão com 80kg e os recordistas Tunísia e Grécia, que limitam o
peso máximo para homens em 100kg, bastante acima do permitido no Brasil23.
A Norma reguladora NR11 refere-se à normatização das atividades de manuseio de
cargas, mais especificamente de sacarias. A norma estipula que a distância máxima para
um transporte manual deve ser de 60 metros, contar com um ajudante, no caso de carga
ou descarga em caminhões ou vagões.
De acordo com os fundamentos da biomecânica, praticamente não existem limites de
peso para o ser humano quando são utilizados ferramentas e equipamentos adequados
ao peso e a ação a ser executada. Para o autor, no levantamento manual de cargas, o
peso de 23 kg é ideal para o manuseio do trabalhador a fim de não acarretar riscos
ocupacionais durante as atividades de trabalho, que vai depender, também, de uma
postura adequada, da frequência e qualidade da pega, assim como das condições
ambientais25. O autor cita algumas considerações sobre o limite de peso recomendado
(L.P.R).
Para cada situação de trabalho, o valor de peso que, mais de 90% dos homens e
mais de 75% das mulheres conseguem levantar sem lesão.
Neste nível, a taxa metabólica é da ordem de 3,5 Kcal/min, o que é compatível
com uma jornada continua;
A incidência de comprometimento do sistema osteomuscular é pequena em
valores abaixo do mesmo;
Ocasiona força de compressão no disco L5 - S1 da coluna vertebral da ordem de
3400 Newton, o que pode ser normalmente tolerado pela maioria dos
trabalhadores
4. Medidas preventivas de patologias lombares
Quando se analisam as inadaptações do organismo do trabalhador sobre as
características dos postos de trabalho, na maioria dos casos, vê-se que estes transtornos
são evitados mediante um programa de atividade física e treinamento, além da correção
7
de postos de trabalho. A movimentação manual de materiais é inevitável em qualquer
local de trabalho, já que alguns movimentos só podem ser realizados pelo homem15.
A norma ABNT ISO 31000 pode auxiliar na criação de estratégias de gerenciamento de
riscos em movimentação manual de cargas. Ela pode auxiliar na identificação, análise,
avaliação e tratamento dos riscos associados às tarefas que envolvem transporte e
manuseio de cargas26.
Com base neste contexto, em vez de prescrever um "melhor técnica", o que pode não
ser adequado em todas as situações, é preferível oferecer educação sobre as orientações
levantamento de carga geral27.
4.1 Treinamento
A norma regulamentadora NR-17 Ergonomia (17.2.3) expõe que, todo trabalhador
designado para o transporte manual regular de carga que não as leves, deve receber
treinamentos ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá
utilizar, tendo em vista salvaguardar a saúde e prevenir acidentes2.
Treinar pessoas para elevação de carga com segurança que consistentemente tem sido
proposta como um dos estratégias para reduzir o risco de lesões nas costas. As
evidências indicam que o treinamento é de ótimo custo benefício e deve ser considerada
como a primeira opção quando os recursos são escassos. No entanto, a sua eficácia
global é baixa para a redução de tais lesões28.
O treinamento em princípios ergonômicos é fundamental para que os trabalhadores
possam romper com hábitos encontrados na prática. Para o autor, o treinamento básico
volta-se para questões como: posturas e movimentos, uso de componentes do posto de
trabalho, organização do trabalho e conforto ambiental. A partir deste tipo de
treinamento, as pessoas podem, não apenas trabalhar de forma mais adequada às suas
características orgânicas, como também colaborar para o aprimoramento ergonômico
das situações de trabalho7.
O treinamento tem um papel complementar no conjunto de medidas preventivas.
Quando este é centrado unicamente em ensinamentos teóricos de trabalho é ineficaz
devido ao desconhecimento por parte dos profissionais "treinadores", das exigências
relacionadas às atividades dos trabalhadores. Assim, ao estipular programas de
treinamento, deve-se pensar nas condições de trabalho que variam dependendo do ramo
da atividade, pois a generalização, na maioria das vezes, não abrange todas as situações
e não se aplica a todos os trabalhadores. A capacitação do trabalho também é importante
por fornecer ao homem os meios de compreender e estabelecer as estratégias em seu
8
sistema laboral, proporcionando uma formação adequada no entendimento e na
prevenção dos sintomas musculoesqueléticos29.
Devem ser consideradas as limitações individuais e enfatizar o trabalho em equipe.
Assim, um treinamento adequado deve considerar, primeiramente, as características dos
indivíduos que irão recebê-lo. Deve ser utilizada uma linguagem clara e objetiva. No
caso de indivíduos com um baixo nível de escolaridade, como é o caso da maioria das
pessoas que trabalham em atividades braçais, recomenda-se enfatizar a parte prática e o
uso de situações reais, nas quais eles tenham participação ativa. Esta é uma forma
confiável de captar a atenção destes indivíduos, e obter resultados satisfatórios30 .
O treinamento geral faz variarem consideravelmente as aptidões, e a aprendizagem da
tarefa, permitindo reduzir de forma expressiva a carga de trabalho31.
Porém, o indivíduo a ser treinado é apenas um elemento isolado dentro de uma
organização. O ambiente geral de trabalho; a atividade realizada; a estrutura
organizacional da empresa-ritmo, turnos, intervalos, variabilidade das tarefas,
relacionamento com colegas e chefe imediato; posto físico do trabalho - bancada,
assentos, equipamentos, dentre outros podem interferir na eficácia do treinamento. Essa
interação de fatores precisa, portanto, ser considerada no planejamento e avaliação de
um treinamento32.
4.2 Pausas
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as pausas são concedidas
para períodos de descanso para os trabalhos contínuos de mais de seis horas e devem ser
utilizados para as refeições e descanso. Já a NR-17 afirma que nas atividades que
exigem sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e
membros superiores devem ser inclusas pausas extras para o descanso1,2.
As pausas têm a função de equilibrar a biomecânica do organismo, permitindo aos
tendões a adequada lubrificação pelo líquido sinovial. Estas são necessárias quando não
houver possibilidades de se fazer rodízios de tarefas. Quando houver rodízios de tarefas,
mas as outras tarefas apresentarem o mesmo padrão biomecânico, neste caso não haverá
vantagem biomecânica de rodízio25.
O cansaço é um mecanismo de proteção contra cargas de atividade acima de certos
limites. Tem uma função biológica de preservação, assim como a fome e a sede. Além
disso, a sensação subjetiva de cansaço é o principal sintoma da fadiga que pode inibir as
atividades ou até mesmo paralisá-las7.
9
A troca rítmica entre gastos de energia e reposição da força resume-se em trabalho e
descanso. A pausa no trabalho é indispensável, sendo uma condição fisiológica de
interesse para a manutenção da capacidade de produção, logo a pausa é necessária nas
atividades de alto gasto energético e mental18.
4.3 Adequações de posto de trabalho
Durante as atividades de trabalho, diversas posturas podem ser adotadas. No entanto,
isso só é possível se o posto de trabalho estiver projetado para permitir a alternância
postural34.
Muitas vezes, projetos inadequados de máquinas, assentos ou bancadas de trabalho
obrigam o trabalhador a usar posturas inadequadas. Se essas forem mantidas por um
longo tempo, podem provocar fortes dores localizadas naquele conjunto de músculos
solicitados na conservação dessas posturas34.
O manuseio e o transporte de cargas é um dos fatores que predispõe os trabalhadores a
lesões e desgastes na coluna vertebral e estruturas músculo-esqueléticas,
principalmente, quando os processos industriais ainda são rudimentares e o transporte
de cargas e materiais ainda é realizado de forma manual34.
Um dos caminhos para encontrar soluções para as causas das perturbações músculo-
esqueléticas no trabalho é um estudo de ergonomia que busque eliminar do processo a
atividade de transporte manual de cargas, a alta repetitividade, as posturas e gestos
críticos34.
Sempre que possível, o transporte deve ser realizado com máquinas/equipamentos como
empilhadeiras, carrinhos de transporte pneumáticos e/ou elétricos, podendo, também,
conforme o tipo de material, ser transportado através de um sistema de esteira34.
4.4 Programas de qualidade de vida
Os programas de qualidade de vida promovem a prática da atividade física,
conscientizando os trabalhadores da importância da adoção de um estilo de vida ativo
através da ambientes e atividades adequadas, dentro e fora do ambiente de trabalho,
reduzindo assim os custos decorrentes de doenças e proporcionando ganhos para a
saúde e qualidade de vida de seus colaboradores35.
Dentre as formas de promoção da qualidade de vida, destaca-se a ginástica laboral, cujo
objetivo da ginástica laboral é promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas, por
meio de exercícios dirigidos e adequados para o ambiente de trabalho. Além de
promover o bem-estar individual por intermédio da consciência corporal36.
10
Fatores como amenização de dores e redução da fadiga causada pelo estresse no
ambiente de trabalho, bem como a busca da qualidade de vida, são evidenciados pela
implantação de programas de ginástica, que tem como um de seus benefícios a
promoção de adaptações fisiológicas, físicas e psíquica, alcançados por meio de
exercícios dirigidos elaborados para este fim36,37.
Como uma atividade de auxílio à prevenção de lesões no ambiente de trabalho à
ginástica laboral visa melhorar a flexibilidade e a mobilidade articular, diminuir a fadiga
decorrente de tensão e repetitividade que acometem tendões, músculos, fáscias e nervos
e beneficiar a postura do indivíduo diante de seu posto e sua rotina de trabalho38. O
grupo muscular forte alongado apresenta melhor funcionalidade e menor condição de
lesões39.
A implantação de um programa de ginástica busca despertar nos trabalhadores a
necessidade de mudança de estilo de vida e não apenas alterações nos momentos da
ginástica dentro da empresa. Os benefícios da prática de atividade física regular e
orientada, que incluem a preservação da saúde da coluna, fortalecimento de musculatura
estabilizadora e desenvolvimento de força e resistência muscular, capazes de proteger
de lesões os trabalhadores de movimentação manual de cargas40.
5. Metodologia
O presente estudo é uma revisão bibliográfica, realizada com o objetivo de compreender
o conhecimento acumulado acerca do tema. Utilizou-se abordagem qualitativa na
pesquisa permitindo abrir o leque de opções de caminhos a serem seguidos.
O estudo bibliográfico foi realizado através da base de dados Scielo, revistas científicas
consagradas nas áreas de fisioterapia, medicina e engenharias, MEDLINE, LILACS e
livros na área de fisioterapia. As palavras-chave utilizadas na busca foram: transporte
manual, patologias lombares, riscos de carga manual, prevenção, pausas, ginástica
laboral, treinamento em ergonomia.
Grande parte dos estudos na área data dos anos 80 e 90, quando a preocupação com o
aumento das patologias lombares se expandiu, logo foram utilizados artigos publicados
de 1989 a 2010, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola para maior abrangência do
tema.
Após a análise e catalogação do material pesquisado, os artigos relevantes ao tema
foram selecionados. Foi efetuada a leitura seletiva, sendo assim possível determinar as
bibliografias a serem usadas na pesquisa.
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Ao longo da seleção da bibliografia, foi possível perceber que grande parte é produção
estrangeira, especialmente países desenvolvidos, onde a prevenção é muito
predominante.
6. Resultados e Discussão
A atividade de transporte manual de cargas é extremamente prejudicial. Wisner31 relata
que, cerca de 80% das pessoas expostas por longo tempo numa atividade, têm ou
tiveram um problema de dor relacionado com a coluna. Isso sucede porque os
trabalhadores, de uma maneira geral, passaram a trabalhar em posições incorretas,
levantando peso de modo inadequado ou produzindo torções no tronco durante o
expediente de trabalho muitas horas por dia, por muitas semanas, meses e anos
causando um desgaste maior na coluna.
A Organização Internacional do Trabalho realizou um estudo que demonstra o papel da
postura corporal no incremento da pressão intradiscal lombar. Mediu-se a pressão
intradiscal de L4-L5 (região lombar mais freqüentemente comprometida), em situação
de levantamento de carga pesando 25kg, com o indivíduo adotando duas posturas
diferentes. O resultado da pressão para cada postura conforme relatado por Barreira41 foi
a seguinte:
Quando o indivíduo levantava a carga com o tronco ligeiramente inclinado, a
carga sobre o disco L4-L5 era de 300kgs.
Quando o indivíduo levantava a carga com o tronco completamente inclinado, a
carga sobre o disco L4-L5 era de 500kgs.
Batiz et al.14 avaliaram os fatores de risco de sintomas musculoesqueléticos em três
comércios atacadistas. As autoras de surpreenderam com os 91,8% da amostra que
manifestou não haver recebido capacitação ou orientação para o exercício da atividade e
só simplesmente palestras sem inclusão da prática. 100% dos trabalhadores
manifestaram que não existem rodízios de tarefas e que as pausas e 92,5% queixaram se
de dor na região de coluna lombar.
A pesquisa de Minetti et al.42 destaca que, no processo de erguer o feixe de arroz do
solo, os trabalhadores apresentaram compressão do disco L5-S1, as articulações do
quadril, joelhos, dos tornozelos, do dorso e dos cotovelos apresentaram problemas.
Estes trabalhadores estão expostos constantemente a estes riscos ao realizarem as suas
atividades, provocando danos à sua saúde.
Grieco et al43. adiciona que um grande número de estudos epidemiológicos apresenta
prevalência de altos casos relacionados às atividades que requerem movimentos
12
repetitivos e o uso de força elevada de membros superiores. Tais dados condizem com o
estudo de Burdorf44, ao enfocar que o trabalho físico pesado mostra-se claramente
relacionado com a dor nas costas.
Maher45 realizou uma revisão sistemática em busca de evidências da eficiência das
intervenções no local de trabalho. Os resultados da análise sugeriram que a cinta lombar
e a educação isoladas são ineficazes, a modificação do local de trabalho e educação
combinadas não atingiram um valor conclusivo. Em contraste, exercícios no local de
trabalho são promissores na prevenção de dor lombar baixa, apesar de não ser
conhecidos os efeitos em longo prazo e o custo benefício dos programas.
O treinamento em princípios ergonômicos é fundamental para que os trabalhadores
possam romper com hábitos encontrados na prática. Para o autor, o treinamento básico
volta-se para questões como: posturas e movimentos, uso de componentes do posto de
trabalho, organização do trabalho e conforto ambiental. A partir deste tipo de
treinamento, as pessoas podem, não apenas trabalhar de forma mais adequada às suas
características orgânicas, como também colaborar para o aprimoramento ergonômico
das situações de trabalho7.
Van Poppel et al46 não encontraram em seu trabalho o efeito positivo do treinamento na
prevenção da dor lombar. Os autores afirmam que o resultado confirma estudos
controlados anteriores, os quais não encontraram nenhum efeito de fornecer instruções
de elevação ou instruções sobre a mecânica do corpo.
Lahiri28 adiciona que o treinamento parece ser a mais rentável, no entanto, o impacto da
formação no resultado total em saúde é bastante limitado. Intervenções ergonômicas e
de engenharia têm um impacto relativo muito maior por meio da redução da incidência
de volta dor do que qualquer das outras abordagens, podendo também impactar
beneficamente na produtividade.
Nessa linha, Rosso e Okumura47 verificaram se o peso suportado pelos trabalhadores da
construção civil no transporte manual de sacas de cimento é compatível ao
recomendado pelos padrões da NIOSH. O estudo demonstrou a falta de treinamento ou
um treinamento superficial acerca das funções a serem desempenhadas pelos
empregados, onde apenas 33,33% receberam treinamento relacionado ao transporte
manual de peso e apenas a metade considerou o treinamento suficiente para o
desempenho desta atividade.
Merino30 realizou um levantamento bibliográfico minucioso envolvendo análise da
legislação, levantamento de problemas e riscos associados ao manuseio de carga no
13
setor da construção civil. Os resultados do estudo de caso mostraram sérios problemas
quanto à movimentação e transporte de cargas, no setor da construção civil, destacando
a falta de preparo e conhecimento das formas adequadas de lidar nestas situações,
condições precárias, atividades anteriores em trabalhos tanto ou mais penosos na
maioria dos trabalhadores, somadas a sérios problemas organizacionais e sociais. O
autor ressalta a preocupação em melhorar as condições de trabalho onde o sacrifício e o
esforço humano são uma constante, adotando pausas no trabalho, implantação de um
programa de treinamento em movimentação de cargas pesadas.
Polleto48 estudou a influência da ginástica laboral na mudança de estilo de vida dos
colaboradores. Ela observou que houve um aumento de 10% no número de pessoas
fisicamente ativas, além de ter obtido resultados de melhora da satisfação, disposição e
conforto físico.
Um estudo com 469 bombeiros mostrou uma redução dos custos médicos e da
gravidade das lesões entre os indivíduos que participaram de um programa de exercícios
físicos, visando a melhorar a flexibilidade, este estudo confirmou melhoras nos níveis
de flexibilidades e a importância de implantação do programa no local de trabalho49.
O treinamento em princípios ergonômicos é fundamental para que os trabalhadores
possam romper com hábitos encontrados na prática. Para o autor, o treinamento básico
volta-se para questões como: posturas e movimentos, uso de componentes do posto de
trabalho, organização do trabalho e conforto ambiental. A partir deste tipo de
treinamento, as pessoas podem, não apenas trabalhar de forma mais adequada às suas
características orgânicas, como também colaborar para o aprimoramento ergonômico
das situações de trabalho7.
Merino32 acrescenta que é necessário desenvolver a consciência tanto dos trabalhadores
como dos administradores da empresa pesquisada, dos sérios riscos que os
movimentadores de cargas estão expostos, haja vista que a maioria significativa relata
não ter alterado sua postura buscando métodos adequados para o alívio dos sintomas.
Estudando a influência das pausas, Grandjean18 compara os resultados da introdução de
pausas durante a jornada de trabalho e aumento da produtividade. Em trabalho mais
cansativos ocorre uma queda na produtividade próxima ao final do expediente, nesses
casos a autor afirma que a introdução de pausas adia o surgimento da fadiga e a queda
da produção.
A altura da carga no início do levantamento é outra variável normalmente estudada
quanto à sobrecarga. Boussenna et al. 50 calcularam os torques para o quadril, joelho e
14
tornozelo, os quais mostraram significantes diferenças entre os sujeitos e diferenças
altamente significantes entre quatro posturas. Verificaram o maior torque quando na
posição ereta, tronco e quadril fletido e joelhos estendidos, sendo esta postura a de
maior risco.
Outras variáveis como o tamanho, a forma e a quantidade da carga foram estudadas,
verificando o quanto estas influenciam sobre a coluna lombar, sendo que Chaffin &
Park51, concluíram haver maior incidência de dor lombar quando o levantamento de
carga for maior que 17,5kg.
Um levantamento seguro, observar o plano de levantamento, a manutenção da carga
próxima ao corpo, evitar a rotação do tronco enquanto se levanta e flexionar os
joelhos52.
Snook53 refere que um levantamento seguro de um objeto ao nível do solo requer que o
trabalhador mantenha a coluna lombar ereta, fletindo os joelhos para abaixar o corpo e
levantar com os músculos da perna, manter o objeto próximo ao corpo, levantar de
maneira lenta sem solavancos, girar com os pés em vez do tronco, o que é também
afirmado por NIOSH.
Outra possibilidade em prevenir dores lombares por levantamento de peso é a análise do
desenho do local de trabalho que Benson54, através de estudos em indústrias, sugeriu ser
o mais efetivo controle na diminuição de dores em trabalhadores, reduzindo assim o
custo de indenizações.
7. Conclusão
O presente estudo teve o objetivo de verificar as formas de prevenção de patologias
lombares em trabalhadores que efetuam movimentação manual de cargas.
Após esta revisão literária¸ verificou-se que os estudos na área mostram que várias
abordagens podem ser tomadas na prevenção destes distúrbios, isolados ou combinados.
Por ser uma atividade pesada e intensa, o transporte manual de carga é um dos fatores
de maior risco na indústria em geral, causadores de patologias irreversíveis. O risco da
atividade depende de fatores como: carga manipulada, frequência e velocidade de
manipulação, qualidade da pega, fatores ambientais, distância percorrida com carga,
entre outros.
Verificou-se que em geral, treinar os colaboradores quanto à forma correta de manuseio
da carga é uma abordagem utilizada com frequência por ser a mais rentável, porém
isolada não tem grande efeito comprovado sobre o problema, de acordo com os estudos
15
analisados. Perceberam-se também deficiências quanto à qualidade, profundidade e
frequências dos treinamentos, além da interferência de fatores externos.
Os programas de qualidade de vida, como ginástica laboral e incentivos à prática de
atividade física colaboram na melhora da força, flexibilidade e preparo corporal destes
trabalhadores. Dessa maneira, as pausas também são eficientes evitando a fadiga e a
sobrecarga. Mudanças de layout e adequações com mecanização da atividade são a
melhor escolha, uma vez que eliminam o risco e combinadas à outras formas de
prevenção tem alta eficiência.
Logo, empresas que, mesmo com o avanço constante da tecnologia, ainda fazem uso de
força humana para movimentação de materiais podem solucionar o problema da grande
incidência de patologias lombares de várias formas, preferencialmente combinadas para
maior eficiência. Ainda é baixa a preocupação com ações preventivas em países em
desenvolvimento como o Brasil, são necessários investimentos em treinamentos,
adequações de postos, programas de qualidade de vida.
Após todo o conteúdo analisado e o encerramento da pesquisa, percebe-se a necessidade
de pesquisas mais recentes, visando à prevenção na área de transporte manual de cargas
com o objetivo de entender a eficácia de cada medida e sua aplicação.
8. Referências
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