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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS: o impacto das novas tecnologias na formação de coleções das bibliotecas ALUNA: ELIANE DE FREITAS FERREIRA Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS

ELETRÔNICOS: o impacto das novas tecnologias na formação de coleções das

bibliotecas

ALUNA: ELIANE DE FREITAS FERREIRA

Rio de Janeiro

2003

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ELIANE DE FREITAS FERREIRA

A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A SELEÇÃO DOS DOCUMENTOS

ELETRÔNICOS: o impacto das novas tecnologias na formação de coleções das

bibliotecas

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação “Lato-Sensu” em Gestão Estratégica e Qualidade da Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista.

Orientados: NILSON GUEDES FREITAS

Rio de Janeiro

2003

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F383 Ferreira, Eliane de Freitas.

A gestão da informação e a seleção dos documentos eletrônicos:o impacto das novas tecnologias na formação de coleções dasbibliotecas / Eliane de Freitas Ferreira – Rio de Janeiro : [s.n.], 2003.

-- p. ; 30 cm Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação

“Latu-Sensu”) – Universidade Cândido Mendes, 2003. Inclui bibliografia. 1. Bibliotecas – Desenvolvimento da coleção. 2. Tecnologia da

informação. I. Título. CDD 025.2

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À minha familia, por acreditar na minha capacidade a todo instante...

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AGRADECIMENTOS Acima de tudo, agradeço a Deus pela minha existência e pelas oportunidades alcançadas. Ao Prof. Nilson Guedes Freitas, que se mostrou um excelente e competente profissional, merecendo todos os elogios possíveis pela sua sabedoria e tranqüilidade ao transmitir imprescindíveis informações para a realização deste trabalho. Aos grandes amigos, por me ajudarem a “escapar” um pouco das preocupações voltadas para este trabalho. Aos parentes, que foram muito compreensíveis ao entenderem minha ausência e me apoiarem a todo instante. Aos professores e à equipe de coordenação do curso. A todos que colaboraram direta e indiretamente para a realização deste trabalho.

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“Às tradicionais necessidades do homem – ar, água, alimentação e abrigo –, um quinto fator essencial à sobrevivência física ... que é a necessidade da informação, de um fluxo de estímulos, contínuo, novo, imprevisível, não reduntante, e surpreendente, [...]” (SHERA, 1977, p. 10)

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RESUMO

Este estudo visa a identificação do uso efetivo do suporte em meio eletrônico na formação de coleções, no qual acarretou a modificação no processo de seleção das bibliotecas/unidades de informação. Apresenta alguns tipos de suportes eletrônicos, suas características, vantagens e desvantagens. Analisa as atividades do desenvolvimento de coleções em ambientes de informação eletrônica e descreve os critérios de seleção para os materiais em meios eletrônicos.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 09

2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO ............................... 11

2.1 O RESPONSÁVEL PELA SELEÇÃO .......................................................... 16

2.2 POLÍTICA DE SELEÇÃO ............................................................................ 16

2.2.1 Objetivos da política de seleção ........................................................... 17

2.2.2 Critérios utilizados para uma política de seleção ............................... 18

2.3 AVALIAÇÃO DE COLEÇÕES ..................................................................... 20

2.4 SELEÇÃO/AQUISIÇÃO .............................................................................. 21

2.4.1 Seleção ................................................................................................... 21

2.4.2 Aquisição ................................................................................................ 23

2.5 DESBASTAMENTO DE COLEÇÕES ......................................................... 23

3 A EVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO EM MEIO ELETRÔNICO E A SUA GESTÃO

COMO REFLEXO NO ACERVO DAS BIBLIOTECAS ..................................... 25

4 OS SUPORTES EM MEIO ELETRÔNICO E OS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO 34

4.1 SUPORTES ................................................................................................. 34

4.1.1 Base de dados ........................................................................................ 34

4.1.2 CD-ROM ................................................................................................... 41

4.1.3 Publicação Eletrônica – Hipertexto e Hipermídia ................................ 44

4.1.4 WWW (World Wide Web) ........................................................................ 48

4.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA OS MATERIAIS EM MEIO ELETRÔNICO

............................................................................................................................. 50

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5 FONTES AUXILIARES PARA SELEÇÃO DE MATERIAIS ELETRÔNICOS 55

5.1 FONTES DISPONÍVEIS NA INTERNET ..................................................... 55

5.2 ENDEREÇOS DE ALGUNS IMPORTANTES PERIÓDICOS EM FORMATO

ELETRÔNICO RELACIONADOS À ÁREA DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA

DA INFORMAÇÃO ............................................................................................. 60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 63

7 OBRAS CITADAS .......................................................................................... 66

8 OBRAS CONSULTADAS ............................................................................... 70

ANEXOS ............................................................................................................ 72

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1 INTRODUÇÃO

O conteúdo deste trabalho monográfico reside em desenvolver uma revisão

ainda limitada e não exaustiva, da literatura produzida – sobretudo em nosso país,

sobre a evolução dos documentos eletrônicos e o seu impacto na formação de

coleções, considerando o interesse que esse levantamento possa apresentar

administrativamente para os bibliotecários e aos pesquisadores voltados à área

da Ciência da Informação.

Pretende-se, através da análise da literatura e de informações obtidas

através de rede mundial de computadores (INTERNET), apresentar as mudanças

ocorridas no processo de seleção/aquisição devido ao avanço tecnológico dos

suportes de informação, alterando com isso as características na formação de

coleções das bibliotecas/unidades de informação.

Com a finalidade de apresentar o assunto tratado, o presente trabalho está

estruturado da seguinte forma:

O capítulo 2 mostra o desenvolvimento de coleções e a importância da sua

evolução para com os documentos em meio eletrônico, abordando os temas que

constituem o seu processo: o responsável pela seleção, política de seleção,

avaliação, seleção/aquisição e o desbastamento (remanejo e descarte), os quais

estão intrinsecamente ligados àquele.

No capítulo 3, foi traçado um perfil histórico da evolução da informação até

o seu avanço em meio eletrônico e a preocupação na utilização dessas novas

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tecnologias nas estruturas organizacionais, funcionais e operacionais das

bibliotecas/unidades de informação.

O capítulo 4 identifica alguns tipos de suportes eletrônicos disponíveis no

mercado, destacando-se as base de dados, os CD-ROMs, os

Hipertextos/Hipermídias e o sistema WWW, apresentando as vantagens e

desvantagens em sua implantação e manuseio nos acervos. Em seguida, as

características das atividades do desenvolvimento de coleções em ambientes de

informação eletrônica e os critérios de seleção para os materiais em meios

eletrônicos.

O capítulo 5 apresenta uma lista de fontes com a finalidade de auxiliar os

bibliotecários na seleção dos documentos disponíveis via Internet.

Cabe ressaltar que este estudo teve como objetivo maior tomar

conhecimento das transformações tecnológicas e organizacionais no processo de

seleção/aquisição, com a finalidade de melhor auxiliar os bibliotecários, para que

estes possam fornecer aos usuários subsídios e novos meios de disseminação da

informação.

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2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO

O desenvolvimento de coleção é um processo decisório que determina a

conveniência de se adquirir, manter ou descartar materiais bibliográficos tendo

por base critérios previamente estabelecidos. O presente capítulo pretende

mostrar a evolução do processo de desenvolvimento de coleções. O termo, em si,

é ainda considerado recente na área de Biblioteconomia. Esse processo se deu

em meados das décadas de 60 e 70 e, segundo Vergueiro (1989, p. 11):

[...] desencadeou-se na Biblioteconomia internacional um movimento ao qual se resolveu denominar de Movimento para o Desenvolvimento de Coleções. De repente, no mundo inteiro (o Brasil demorou um pouco para aderir) boa parte dos bibliotecários começaram a preocupar-se com suas coleções, buscando desenvolvê-las, selecioná-las, expurgá-las, enfim, transformá-las em alguma coisa coerente.

O desenvolvimento de coleção era uma atividade já exercida pelos

bibliotecários, mas sem o devido grau de importância e isso é confirmado numa

suposição de Vergueiro (1989, p. 12):

Pode ser que – e isto é apenas uma suposição -, realizando rotineiramente algumas das atividades ligadas à coleção, não tenham jamais se preocupado em enxergar o objeto da mesma além do cotidiano, aceitando tacitamente que aquele era um terreno sobre o qual nunca se poderia mesmo ter uma grande possibilidade de controle. Com tudo isto, graças ao trabalho abnegado dos bibliotecários, as coleções foram crescendo, crescendo até que que... não, não... chegaram a estourar.

Devido à disseminação do conhecimento humano, acarretando o

aparecimento da sociedade da informação, houve um considerável aumento da

literatura especializada, acarretando um caos documentário. Essa explosão

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bibliográfica se tornou um fator preocupante para os profissionais da informação

e, de acordo com Vergueiro (1993, p. 13):

A preocupação com o desenvolvimento de coleções em bibliotecas apresenta um nítido incremento a partir das últimas décadas, quando se tornou cada vez mais claro, para bibliotecários e administradores em geral, que era praticamente impossível acompanhar o ritmo alucinante de crescimento dos materiais informacionais.

O aumento acelerado da produção bibliográfica e a diminuição das verbas

disponíveis para as bibliotecas geraram uma necessidade cada vez maior de

planificação de seus acervos. Além do mais é importante considerar o que afirma

Gelfand (1974, p. 155):

É virtualmente impossível hoje em dia que alguma biblioteca, por maior que seja e por maiores recursos que tenha ao seu dispor, possa acompanhar o fluxo sempre crescente de novas publicações ou adquirir todas as obras retrospectivas que são necessárias para abranger de forma ampla todos os campos do conhecimento. Ademais, os custos crescentes e os orçamentos minguantes servem para agravar as condições em que muitas bibliotecas têm de funcionar.

Problemas econômicos existem e exigem a determinação de prioridades,

contudo, não devem ser a razão principal para o desenvolvimento de coleções,

que deve ter a função precípua de otimizar a utilidade do acervo para os seus

usuários, de acordo com os recursos orçamentários disponíveis pela biblioteca.

Baseando-se nestes fatos, percebe-se claramente a importância do

desenvolvimento planejado de coleções em bibliotecas, pois, segundo Figueiredo

(1985, p. v), “desenvolvimento da coleção é função de planejamento global da

coleção”.

Assim é que, o processo de desenvolvimento de coleções deve ser visto

como uma atividade de planejamento, que implica na utilização de metodologias

devendo, também, ser ininterrupto e estar presente em todas as bibliotecas, de

maneira adequada às características de cada uma.

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1.USO (Grupo de demandas)

Algumas abordagens sobre o conceito de desenvolvimento de coleções

são apresentadas a seguir, de modo a torná-lo mais claro e preciso:

Uma delas, a de Baughman1 (apud VERGUEIRO, 1993, p. 14-15),

relaciona três elementos considerados atuantes no desenvolvimento de coleções:

o uso (conjunto das demandas), o conhecimento (conjunto de disciplinas,

assuntos e campos de estudo) e a biblioteconomia (conjunto de técnicas que

possibilitam o estudo da estrutura da literatura dos assuntos). A partir do inter-

relacionamento destes elementos, aparecem as três fases indispensáveis ao

desenvolvimento de coleções: o planejamento (identificação das necessidades e

prioridades da biblioteca, definição das metas e dos objetivos), a implementação

(a seleção e a aquisição dos materiais) e a avaliação (verificação das metas e dos

objetivos).

Esta abordagem estruturalista pode ser melhor representada pelo seguinte

diagrama:

1 BAUGHMAN, J. C. Toward a strucutral approach to collection development. Coll. Res. Libraries, California, v. 38, n. 3, p. 241-248, May, 1977 2. ibid., p. 16.

PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO

2. CONHECIMENTO (Grupo de Disciplinas)

AVALIAÇÃO DA COLEÇÃO

IMPLENTAÇÃO 3. BIBLIOTECONOMIA

DA (Grupo de relações COLEÇÃO entre literaturas)

DESENVOLVIMENTODA

COLEÇÃO

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Fonte:Desenvolvimento de coleções. Abordagem estruturalista (BAUGHMAN2, apud VERGUEIRO, 1993, p. 16)

Com isto, sob o ponto de vista de Baughman3 (apud FIUZA, 1979, p. 133),

desenvolvimento de coleções é “um plano que pode ser implementado e

avaliado”, podendo ser representado da seguinte forma (VERGUEIRO, 1993, p.

16): “Planejamento + Implementação + Avaliação = Desenvolvimento de

Coleções”. Concluindo seu raciocínio, o autor afirma que “o enlaçamento destes

conceitos em uma política para desenvolvimento de coleções leva a um sistema

que é complementário, cíclico e auto-aperfeiçoável”.

Outra abordagem sobre este assunto, a de Edelman4 (apud FIUZA, 1979,

p. 136), define desenvolvimento de coleções como:

[...] uma função de planejamento, cujos indicadores são: os objetivos da biblioteca, as demandas, necessidades e expectativas da clientela, o mundo da informação e o planejamento financeiro. A seleção é o processo de tomada de decisões e a aquisição é a implementação das decisões tomadas.

Demais aspectos são mostrados por Evans5 (apud VERGUEIRO, 1993, p.

16-17), onde o desenvolvimento de coleções aparece como processo contínuo,

cíclico e totalmente integrado às atividades habituais da biblioteca. Os

componentes deste processo são o estudo da comunidade, políticas de seleção,

a seleção, a aquisição, o desbastamento e a avaliação, que são desenvolvidas

pelos bibliotecários, tendo como alvo a comunidade a ser atendida, ao mesmo

tempo em que esta lhes dá subsídios para um melhor desempenho.

Todas as atividades, exceto a aquisição, devem estar interagindo

permanentemente entre os bibliotecários e a comunidade. A figura a seguir

3. ibid., p. 133. 4 . EDELMAN, H. Selection methodology in academic libraries. Lib. Res. & Techn. Services, v. 23, n. 1, p. 33-38, Winter, 1979. 5 . EVANS, Edward G. Developing library collections. Littleton, Libraries Unlimited, 1979, p. 20-28.

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fornece uma melhor visualização sobre o processo de desenvolvimento de

coleções, segundo Evans6:

Fonte: O Processo de desenvolvimento de coleções (apud VERGUEIRO, 1993, p. 16)

6 . ibid.

BIBLIOTECÁRIOS

ESTUDO DA

COMUNIDADE

POLÍTICAS DE

SELEÇÃO

SELEÇÃO

AQUISIÇÃO

DESBASTAMENTO

AVALIAÇÃO

COMUNIDADE

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2.1 O RESPONSÁVEL PELA SELEÇÃO

O responsável pela seleção deve ter espírito crítico bastante aguçado, ser

imparcial e possuir grande visão de conjunto da coleção a qual será analisada.

Dentre as maneiras existentes para organização das atividades relacionadas com

a seleção, Vergueiro (1995, p. 51-55) propõe as seguintes alternativas:

• Alternativa 1: Existência de uma comissão de seleção, de caráter deliberativo, da qual o bibliotecário participa como membro ou coordenador/presidente. Pressupõe a existência de um grupo de pessoas que, como um conjunto, estão colocadas hierarquicamente acima do bibliotecário, para tomar as decisões concernentes à seleção dos materiais.

• Alternativa 2: Existência de uma comissão de seleção, de caráter consultivo, para assessoria ao responsável pela seleção. Visa proporcionar ao bibliotecário suporte às decisões de seleção.

• Alternativa 3: O bibliotecário faz a seleção dos materiais. Em muitas bibliotecas, o bibliotecário é o único responsável pela seleção do acervo.

Acredita-se que devido ao seu caráter interdisciplinar, a comissão

possibilita uma maior adequação da coleção, isto é, aumenta o grau de

compatibilidade entre o que a biblioteca e o usuário consideram relevantes. A

importância da comissão de seleção também está no fato de que há um

envolvimento formal entre todos os seus membros, diminuindo-se assim as

possíveis divergências quanto ao desenvolvimento do acervo.

Dentre as atribuições a serem desenvolvidas pela comissão de seleção, a

mais importante é a de estruturar uma política de seleção para o desenvolvimento

do acervo.

2.2 POLÍTICA DE SELEÇÃO

Para Lima e Figueiredo (1981, p. 139):

Política de seleção é um conjunto de diretrizes e normas que visa estabelecer ações, delinear estratégias gerais, determinar instrumentos e delimitar critérios para facilitar a tomada de decisão na composição e desenvolvimento de coleções em consonância com os objetivos da instituição e os usuários do sistema.

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Através de uma abordagem mais simples, Figueiredo (1982, p. 18) define

política de seleção como “o conjunto das normas que irão reger o dia-a-dia do

trabalho dos selecionadores”.

Uma política de seleção deve servir de guia à comissão de seleção,

constituindo-se num documento demonstrativo das atividades desempenhadas

por ela. Desse modo, também pode ter muita utilidade para justificar gastos junto

à instituição a qual está subordinada, assim como para dar informações aos

usuários. Isto porque, conforme Miranda (1981, p. 59), “é a política de seleção o

quê e o porquê adquirir e não o como fazê-lo”.

Mesmo definindo uma estrutura e fornecendo parâmetros para a seleção

de materiais, a política de seleção não deve jamais permanecer inalterada e

imutável, porque, com o decorrer do tempo, as instituições crescem, modificam-

se, e com elas as suas bibliotecas e acervos. Para que se tenha um

desenvolvimento equilibrado das coleções, é necessário que a política de

seleção, adotada em cada biblioteca, acompanhe essa evolução, e, para que isto

ocorra, esta política deve ser suficientemente flexível, possibilitando adaptações

às modificações estruturais a aos novos objetivos da instituição. Para isto, a

política de seleção deve ser revista e atualizada, periódica e regularmente.

2.2.1 Objetivos da política de seleção

O objetivo maior em qualquer política de seleção em bibliotecas deve ser o

de maximizar a utilidade do acervo para os usuários. E de acordo com o que é

proposto por Vergueiro (1989, p. 27), uma boa política de seleção deve informar o

seguinte:

a) que material fará parte da coleção (tanto em termos de conteúdo quanto de formato, incluindo a política da biblioteca para acesso aos materiais cuja posse não lhe é de interesse); b) quando e sob quais condições este material poderá ingressar no acervo (políticas de seleção, aquisição, doação, etc.); c) que necessidades específicas e de que parcelas da comunidade ele deve atender (incluindo-se os métodos para obtenção destas informações);

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d) como será avaliada a importância do material para a biblioteca, uma vez incorporando à coleção (métodos para avaliação da coleção); e) quando e sob quais condições ele será retirado do acervo (políticas de remanejamento e descarte).

Traçando os objetivos para as decisões a respeito da coleção isso permitirá

o crescimento racional e equilibrado do acervo, identificará os elementos

adequados à formação da coleção, determinará critérios para duplicação de

títulos, e estabelecerá prioridades na aquisição e diretrizes para o descarte do

material.

2.2.2 Critérios utilizados para uma política de seleção

Uma política de seleção, para se tornar eficaz e atender seus objetivos,

deve seguir determinados critérios, que precisam estar de acordo com a realidade

da biblioteca. Ao se tratar do estabelecimento de critérios, Vergueiro (1995, p. 70)

afirma que:

[...] não é necessário que os critérios estejam expressos de forma literariamente atrativa. No entanto, é fundamental que não deixem qualquer dúvida a respeito do que se almeja com cada um deles. Provavelmente a simples enunciação do critério não será suficiente para a compreensão total, sendo necessária uma explicação, que seja mais objetiva possível, ainda que sucinta, do que cada um deles realmente significa como podem ser atendidos.

Quando da formação do acervo, o material bibliográfico, eletrônico e o

audiovisual devem ser rigorosamente selecionados. Ao definir critérios de seleção

em bibliotecas, Rutledge e Swindler (1987, p. 126) estabeleceram seis fatores que

devem ser levados em consideração em uma política de seleção. Em ordem

decrescente de importância, são os seguintes:

1) Assunto – o primeiro e o mais relevante dos fatores, que deve ser considerado dentro do seu campo de conhecimento e, ao mesmo tempo, deve ter total pertinência com as áreas de interesse da instituição a qual a biblioteca atende; 2) Conteúdo intelectual – é a comprovação do valor intrínseco da obra, não se confiando apenas em indicações de citações bibliográficas e livreiros, mas verificando-se também outras contribuições do autor, além do título da obra (se é um título-chave dentro do assunto);

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3) Uso potencial – significa a determinação de um nível de uso tal que justifique a posse da obra; 4) Relação com a coleção – é a verificação da adequação do material em questão com a coleção já existente; 5) Considerações bibliográficas – é a certificação da reputação do publicador ou agência patrocinadora e também do formato do material; 6) Idioma – deve ser julgado de acordo com sua abrangência num determinado campo do conhecimento humano. Por exemplo, se quase todas as publicações reconhecidas mundialmente sobre um assunto são no idioma italiano, não se pode desprezar uma publicação em italiano sobre este assunto, mesmo que este idioma não seja de amplo domínio dos usuários.

Vale lembrar aqui que os dois autores citados não consideraram o custo

como um critério a ser adotado em política de seleção.

Um outro critério que deve ser mencionado é a atualidade da obra. Há,

entretanto, materiais antigos que nunca ficam defasados em seu conteúdo, pois

são clássicos atemporais. Isso ocorre na área de Ciências Sociais e Humanas. De

acordo com um estudo elaborado por RozsaL7 (apud ANDRADE, 1992, p. 43) em

relação ao tratamento diferenciado e complexo a esse tipo de área, o mesmo

evidencia que:

[...] como os dados referem-se ao sistema social, a aplicabilidade dos resultados não é afetada pelo tempo; a depreciação técnica é lenta; a demanda da pesquisa retrospectiva é grande; a pesquisa tem caráter ideológico; o valor da informação em livros decresce menos rapidamente; entre as publicações periódicas, a imprensa diária representa uma considerável fonte de referência; a rapidez da informação é menos importante; a consulta a textos originais é relevante.

Esse estudo nos mostra como os critérios a serem adotados para esta área

devem ser diferenciadas das demais ciências. Mas, de acordo com Andrade

(1992, p. 44), não se pode deixar de ressaltar que, por mais que estes critérios

estejam voltados para a área em abordagem, “podem ser extensivos às áreas de

humanidades que possuem características e peculiaridades comuns às Ciências

Sociais”.

7 ROZSA, György. Information needes of the Social Sciences. In : INTERNACIONAL CONF. on

TRAINING for INFORMATION WORK. Roma, 15-19-nov. 1971. The Proceedings. Roma. sep. 1972. p. 123-131, 1987.

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Ao se tratar da elaboração de uma política de seleção, não existe um

critério padrão a ser estabelecido, pois depende do tipo de biblioteca e dos

objetivos que esta se propõe alcançar na biblioteca e que esteja de acordo com

as necessidades da comunidade a ser atendida.

2.3 AVALIAÇÃO DE COLEÇÕES

A avaliação é uma etapa fundamental no processo de desenvolvimento de

coleções em bibliotecas, pois é nesta fase do processo em que são analisadas as

coleções, conforme parâmetros pré-estabelecidos. A partir desta verificação,

possíveis falhas ou desvios podem ser detectados para então serem corrigidos.

Com o conhecimento da situação real do acervo, pode-se traçar qualquer

plano de expansão e adaptação da coleção, de acordo com as necessidades da

comunidade.

Conforme Vergueiro (1989, p. 83), “a avaliação da coleção é a etapa do

processo a diagnosticar se o desenvolvimento da coleção está ocorrendo da

forma prevista ou não”. Esse procedimento possibilita que os processos de

aquisição, seleção e desbaste de material se realizem conforme os resultados

obtidos na avaliação.

Comentando sobre avaliação de coleções, Figueiredo (1981, p. 338),

afirma que:

Sem a existência expressa dos objetivos da biblioteca e sem os documentos de política de seleção, para descartes e para aceitação de doações, a avaliação de coleções nos parece altamente casuística, sem meta definida e sem sistematização.

Assim, como todas as outras atividades ligadas ao processo de

desenvolvimento de coleções, a avaliação deve fazer parte da rotina das

bibliotecas e ser suficientemente flexível de modo a acompanhar as mudanças de

interesse da comunidade.

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Figueiredo (1998, p. 134) destaca, ainda, que a avaliação contínua exige:

a) Visão crítica e analítica por parte do pessoal e dos administradores; b) Elementos dentro da organização com capacidade em técnica de mensuração e; c) Aceitação firme dos resultados da avaliação.

Ou seja, é um trabalho que deve ser realizado em equipe, devidamente

preparada, para que consiga resultados satisfatórios. Pode-se dizer então que, a

avaliação, dentro do processo de desenvolvimento de coleções, é a determinação

de seu “status quo”.

2.4 SELEÇÃO/AQUISIÇÃO 2.4.1 Seleção

Dentre os processos técnicos da Biblioteconomia, sob a perspectiva da

prestação direta de serviços aos usuários, um assume relevante papel: a seleção.

Todo o processo de seleção baseia-se no conhecimento do acervo da biblioteca,

bem como no das necessidades de seus usuários.

Segundo Miranda (1978, p. 22), “seleção é a atividade técnica que orienta

a formação e o desenvolvimento do acervo”. Poucas instituições implantam uma

periodicidade de avaliações em seus acervos no sentido de adequar as suas

coleções em termos de relevância, quantidade e prioridade.

A importância do processo de seleção em bibliotecas pode ainda ser

constatada pelas afirmações e preocupações de alguns estudiosos do assunto.

Como sabemos, um serviço de seleção mal estruturado repercute negativamente

em todos os outros. Vickery8 (apud FOSKETT, 1969, p. 37), vincula a atividade de

seleção à eficácia da biblioteca:

8. VICKERY, B. C. Aslib Proc., 1951. v. 3, n. 4, p. 223-233.

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Quem é responsável pela seleção dos itens a serem adquiridos deveria, em última instância, ser responsável pelo resto das atividades da biblioteca. Detém a chave nas mãos o acervo sobre o qual se baseiam as atividades da biblioteca.

Para Figueiredo (1981, p. 341), “a atividade de seleção, apesar de ser uma

das funções mais intelectuais e a mais típica do profissional bibliotecário, é

executada de forma descuidada e secundária nas nossas bibliotecas”.

Em relação às bibliotecas brasileiras, a opinião de Fiuza (1979, p. 135) é a

seguinte:

O que se observa, realmente, na prática bibliotecária brasileira, salvo algumas exceções, é um bibliotecário afastado da função de selecionador e atuando no processo de formação do acervo como um simples intermediário na aquisição de itens selecionados por outras pessoas.

Miranda (1978, p. 14) reforça a opinião de Fiuza ao dizer que:

No caso brasileiro, a seleção, que deveria ser uma atividade fundamental na logística do serviço aos usuários, na estratégia de maximizar o uso de escassos recursos econômicos da biblioteca para o atendimento da demanda mais prioritária e relevante, na prática, tal “seleção” é tão somente uma rotina assistemática, casuística, excepcional e alheia às responsabilidades profissionais do bibliotecário, ficando toda a ênfase do processo de seleção nos mecanismos burocráticos, auxiliares e meramente administrativos da aquisição.

A seleção deve promover um desenvolvimento racional, equilibrado e

homogêneo do acervo, de acordo com as necessidades de informação de seus

usuários reais e potenciais.

Pelo exposto, constata-se que a seleção não pode ser vista como uma

tarefa isolada dentre as atividades rotineiras da biblioteca, mas deve ser

desenvolvida a partir de uma política adequada, que retrate as reais necessidades

informacionais da comunidade.

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2.4.2 Aquisição

A aquisição é o processo de agregar itens a uma coleção, por meio de

compra, doação e permuta, sendo uma operação resultante da seleção, ao

incorporar à coleção os itens selecionados. Para Miranda (1978, p. 14):

Seleção é um processo decisório fundamentado no controle bibliográfico da literatura em oferta e de acordo com as necessidades inerentes da população usuária potencial, que determinam as melhores opções para a aquisição. Seleção e aquisição seriam causa e efeito, num processo lógico, estratégico e racional de uma política de organização de serviços informacionais para atendimento do usuário.

O mesmo autor (1981, p. 58) ressalta que “a seleção determina o conteúdo

do acervo e a aquisição o processo de obtenção do material selecionado”.

Na opinião de Figueiredo (1985, p. v), “seleção é função do

desenvolvimento da coleção; processo de tomada de decisão para títulos

individuais e a aquisição é processo de implementação das decisões da seleção”.

No caso das bibliotecas universitárias, devido aos seus orçamentos cada

vez mais reduzidos e ao volume sempre crescente de publicações técnico-

científicas, com custo muito elevado, uma solução para o problema da aquisição é

a integração das bibliotecas em programas de aquisição cooperativa, tanto em

nível regional como até mesmo em nível nacional, obtendo a garantia de

cobertura exaustiva da literatura relevante a todos os usuários das bibliotecas

cooperantes; a eliminação de duplicações desnecessárias; o compartilhamento

dos recursos informacionais, com a diminuição do investimento.

2.5 DESBASTAMENTO DE COLEÇÕES

O desbastamento da coleção em bibliotecas abrange o descarte, o

remanejamento e a retirada para conservação. O descarte do documento seria a

sua retirada total e definitiva da coleção, o remanejamento seria o deslocamento

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para outros locais (onde fosse ocupado o menor espaço possível) e a retirada

temporária do material para recuperação física, visando sua conservação.

Para Figueiredo (1985, p. v) “desbastamento é o processo de extrair títulos

ou partes da coleção, quer para remanejamento, quer para descarte”.

Entretanto, para o processo de retirada de coleção e/ou parte dela, o termo

mais comumente utilizado e conhecido é descarte.

O descarte deve ser explicitado em qualquer política de desenvolvimento

de coleções. Ele é extremamente necessário, pois impede o crescimento

desordenado da coleção, garantindo sua adequação, atualização e bom estado

de conservação.

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3 A EVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO EM MEIO ELETRÔNICO E A SUA

GESTÃO COMO REFLEXO NO ACERVO DAS BIBLIOTECAS

A espécie humana vive um processo de transformação silenciosa da

sociedade: o surgimento de uma época da informação, centrada na tecnologia de

telecomunicações e informática. A época da informação vem a ser o período de

tempo em que ocorre uma inovação tecnológica da informação, em que se torna

latente o poder de transformação da sociedade, capaz de acarretar uma

expansão da quantidade e da qualidade da informação, e um aumento em larga

escala no armazenamento da informação.

Com base nos estudos de Masuda (1982), a humanidade desenvolveu a

primeira revolução da informação com uma revolução da linguagem. O autor, em

seguida, explica sobre a objetivação da informação, isto é, a separação da

informação de seu sujeito, levando ao estágio da informação escrita. O homem

inicialmente gravou a informação em pedras, na forma de alfabetos e ideogramas,

utilizando depois o papiro e o pergaminho.

Quando a revolução da informação atingiu o estágio da revolução da

imprensa, a informação escrita disseminou-se em reprodução diversificada pela

prensa e tornou-se informação registrada tipograficamente.

Masuda (1982, p. 67) nos informa que “a evolução da informação, centrada

na tecnologia do computador, está tendo um impacto muito mais decisivo na

sociedade humana do que a revolução da ‘energia’, que começou com a invenção

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da máquina a vapor”. A razão básica disso é que a função fundamental do

computador é substituir e amplificar o trabalho mental humano, enquanto que a

máquina a vapor teve a função básica de substituir e amplificar o trabalho físico.

O advento das novas tecnologias de informação tem mudado,

consideravelmente, o peso relativo das publicações impressas em relação aos

outros suportes de informação, no que diz respeito ao processo global de difusão

dos conhecimentos. Ainda que os serviços “sem papel” não sejam uma realidade

generalizada, pelo menos nos países em desenvolvimento, torna-se evidente que,

progressivamente, os sistemas de informação especializados evoluem nesse

sentido. Chartier9 (apud ROSETTO, 1997, p. 55) reforça essa afirmação

explicando que “o livro já não exerce o poder de que dispôs antigamente, já não é

o mestre de nossos raciocínios e sentimentos em face dos novos meios de

informação e comunicação de que doravante dispomos”.

Nota-se que nas últimas décadas, os avanços e inovações ocorridas na

área da informática e das telecomunicações, ocasionaram um grande volume de

informação que passou a ser divulgado com maior rapidez e sem limites através

dos suportes tecnológicos. O documento eletrônico, por sua vez, propicia a

manipulação da informação, gerando, combinando, armazenando e recuperando

dados de maneira que mal se podia prever há pouco tempo.

Da mesma forma, nas bibliotecas de todo tipo, os documentos eletrônicos

adquirem importância crescente, ao tempo em que, em espaços relativamente

pequenos, acumulam-se quantidades de informações cada vez maiores.

Novos parâmetros tecnológicos começariam, então, a redefinir o que a

informação e a comunicação viriam a ser no próximo milênio, bem como os seus

reflexos diante de uma sociedade e economia cada vez mais baseada na

informação. O desenvolvimento da informação vem sendo acompanhado por

transformações substanciais na sociedade ao longo do tempo, ao criar novos

9. CHARTIER, Roger. Do códice ao monitor: a trajetória do livro. Estudo Avançados, IEA/USP, v. 8, n. 21, p. 185-199, 1994.

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paradigmas informacionais, trazendo com eles novas perspectivas sobre o uso e

o impacto das novas tecnologias da informação sobre a produção a

comercialização e a distribuição da informação.

Para Ferreira, (1994, p. 9) na sociedade atual, o que passou a ser

considerado um bem foi a informação, pois “sempre foi e será a base da interação

humana”. O autor continua a sua explicação, informando que “ao lado da

explosão do conhecimento científico e tecnológico, as tecnologias da informação

trouxeram um aumento considerável da oferta de informações e das

possibilidades de sua disseminação”.

Nesse contexto discutido nestas três últimas décadas por uma literatura

ainda relativamente escassa, deve-se entender que a proposta desse processo

de transição para a publicação eletrônica, assentado nos novos suportes das

tecnologias de informação, deve ser orientada para a promoção de um ambiente

que induza à melhoria crescente da qualidade da produção científica.

Em relação ao livro eletrônico, a origem e transformações históricas desse

meio eletrônico de informação nas sociedades contemporâneas constituíram

objeto de atenção de vários autores, dentre eles Levacov, em seu artigo publicado

na revista Ciência da Informação, v. 26 e acessível via Internet.

A autora (1997) reconhece que estamos assistindo a uma transição

histórica tão significativa quanto à ocorrida pelo livro impresso no Ocidente,

graças à convergência do uso de tipos móveis e de papel de baixo custo –

comparativamente ao do pergaminho – no processo de produção de livros,

jornais, mapas, ou seja, dos então novos suportes de conhecimento, cuja

produção marca a passagem do texto manuscrito para o impresso.

Levacov (1997), chama a atenção em seu artigo para o impacto gerado

pelas novas tecnologias da informação em nível do suporte e da configuração do

espaço da leitura, informando que a tecnologia digital seria, então, um catalisador

de mudanças significativas para o tratamento, manipulação e distribuição da

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informação, por criar novas necessidades e alterar diversos paradigmas

estabelecidos ao longo do tempo. E em função desta transição é que a

informação se torna cada vez menos associada ao seu suporte. Novos

parâmetros tecnológicos começariam, então, a redefinir o que a informação e a

comunicação viriam a ser neste novo milênio, bem como os seus reflexos diante

de uma sociedade e economia cada vez mais baseada na informação.

Em seu artigo, há uma referência a Bauwens10 (apud LEVACOV, 1997, p.

125), em que o mesmo focaliza a mudança que as novas tecnologias trazem ao

papel do bibliotecário. Esse especialista sublinhou que “o profissional da

informação está tradicionalmente ligado a um produto, que é o livro, e a um local,

ou seja, a biblioteca, e que os seus clientes, no caso os usuários, deveriam

transportar-se fisicamente até esse local para acessar a informação desejada.”

Segundo Levacov, isso se torna cada vez menos verdadeiro ou necessário

nos dias atuais. Por força das novas tecnologias da informação, vem sendo

modelado o que Browning11 (apud LEVACOV, 1997, p. 125) denominou

“bibliotecas sem paredes para livros sem páginas”. Neste e em outros domínios,

essas novas tecnologias estão produzindo os sinais que passam a redefinir o que

a informação e a comunicação estão sendo neste Terceiro Milênio, bem como a

cultura e os comportamentos que elas trazem. É o caso, por exemplo, do livro

eletrônico, este que corresponde a um conceito moderno de editoração, onde o

papel é abolido do processo, o que significa redução de custo e produção e

facilidade no processo de sua distribuição. Ele pode ser distribuído pela Internet

e/ou internamente na sua empresa através da Intranet, servidor da rede, como um

software de groupware. É útil apresentar nesta seção do presente trabalho

definições do que seja publicação eletrônica, adotada mundialmente pela

literatura produzida sobre o assunto. Fisher12 (apud FIGUEIREDO, 1995, p. 114)

10. BAWENS, M. The Cybrarians Manifesto: Towards a New Organizational Model for Corporate

Libraries. [on-line]. Disponível na Internet na URL http://worf.ubalt.edu/~jwalz/cybrarian.html. 1993.

11 . BROWNING, J. Libraries without walls for books without pages. Wired, San Francisco, v. 1, n. 1, 1993. P. 62-65. 12 . FISHER, W. Access or acquisitions: the impact and implications of electronic publishing. Libr. Acq. v. 16, p. 155-160, 1992.

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apresentou em seu artigo de 1992 as diferentes definições consideradas como as

mais consensuais:

- aplicação da tecnologia eletrônica para a criação, produção e distribuição da informação; - aplicação da tecnologia para a produção da informação, isto é, a composição e a impressão computadorizada, bem como outras manifestações da tecnologia na produção de livros, periódicos, jornais, apesar do produto final ser em papel; - aplicação da tecnologia para a distribuição e desenvolvimento de bases de dados de texto integral acessível por meio de sistemas de telecomunicações; - é a publicação sem papel, ou seja, com todos os passos do processo fazendo uso de tecnologia da computação.

Segundo Perry13 (apud FIGUEIREDO, 1996, p. 246), há diferentes

definições do que seja exatamente, uma publicação eletrônica, mas o que é

realmente importante para as bibliotecas/unidades de informação é que “a

informação está disponível no formato eletrônico, e, potencialmente, este formato

pode ser utilizado para fornecer serviços aos usuários”.

Voltando a comentar sobre a revolução da informação, a mesma basear-

se-ia na utilização significativa de uma gama de aplicativos e equipamentos para

tornar-se operativa. Dentre esses equipamentos, o microprocessador e o

microcomputador viria a ser a grande revolução no campo das tecnologias de

informática, ao mudar totalmente o conceito de processamento de dados. Com a

disseminação dos computadores e das estações de trabalho, as redes locais

começaram a se estruturar, permitindo aplicações distribuídas de banco de

dados, base de dados, servidores de arquivos, impressão e correio eletrônico

corporativos.

Além disso, outras tecnologias também baseadas nesta nova concepção,

passariam também a ocupar espaços cada vez mais significativos neste mercado:

as bases de dados, Internet, CD-ROM, hipertexto, interfaces gráficas, etc. Com o

desenvolvimento paralelo dessas novas tecnologias de informática e

telecomunicações, estavam se desenvolvendo as estruturas da evolução da

informação, junção das tecnologias da informática, informação e de

13 . PERRY, B. J. The impact of electronic publishing in library collections and services. IFLA Journal, v. 14, n. 2, p. 127-131, 1988.

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telecomunicações, para dar conta a demanda criada pelo fenômeno da explosão

informacional verificada a partir dos anos 90.

As aplicações de novas tecnologias nas atividades de informação

requereram e/ou motivaram mudanças organizacionais, tanto nas estruturas

quanto nas funções e operações das bibliotecas. É necessário reconhecer como

dizem Andrade e Vergueiro (1996, p. 94) que “estamos vivendo um momento em

que todas as áreas do conhecimento recebem uma influência direta dessas novas

tecnologias, e necessitam mudar suas práticas e concepções, adequando-as a

uma nova realidade”.

Dentre essas grandes modificações, a área de seleção foi uma das últimas

a ser avaliada, pois ainda se pensava que esse setor estaria fadado ao extermínio

total, devido ao surgimento das novas tecnologias informacionais. Muito pelo

contrário, com o rápido desenvolvimento das novas formas de acesso a

informação, no decorrer dos anos, o profissional bibliotecário busca novos

critérios para as tomadas de decisão no processo de seleção para os materiais

em meio eletrônico, com o objetivo de preservar os padrões de qualidade do

acervo tradicional.

Há então a preocupação das bibliotecas na reorganização de sua estrutura

funcional mediante a esses novos adventos tecnológicos, principalmente no setor

responsável pela formação do acervo.

Young14 (apud LANCASTER, 1994, p. 11) enfatiza que “as bibliotecas terão

que fornecer informações nos formatos mais apropriados aos usuários –

impresso, eletrônico, ótico, ou outros a serem criados”. Vale a pena ressaltar que

esses novos formatos não vieram para substituir os antigos mas, ao contrário,

coexistir lado a lado.

14. YOUNG, P. H. Visions of academic libraries in a brave, new future. In: LANCASTER, F. W.

(Ed.). Libraries and the future; essays on the library in the twenty-first century. New York: Haworth Press, 1993.

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A eclosão de novas tecnologias neste século propiciou uma necessária e,

não menos, urgente reflexão acerca da mudança da filosofia bibliotecária baseada

menos no suporte físico e mais na própria informação. O que torna imprescindível

uma postura muito mais dinâmica, versátil e atuante do profissional da informação

no atual momento, pois já se convive em meio a uma miscelânea de padrões

tradicionais de bibliotecas e padrões cibernéticos e/ou virtuais de um número

crescente de bibliotecas informatizadas e algumas delas (boa parte) “plugadas”

na Internet.

Estamos numa época efervescente, tanto no nível das idéias como no nível

das tecnologias, que surgem e proliferam quase que num piscar de olhos. Na

área da informação, esse avanço ocorreu numa rapidez espantosa, evidenciando

um passado que parece apenas corroborar as previsões, pois, afinal, como afirma

Shaughnessy (1996, p. 49), passamos “da biblioteca baseada em papel para a

biblioteca automatizada em um período de cerca de duas décadas”

No atual contexto da inovação dos suportes em meio eletrônico, Lancaster

(1994, p. 9) explicita que o bibliotecário tem como função primordial “fornecer

acesso aos recursos, em quaisquer formas que eles se apresentem”. Young15

(apud LANCASTER, 1994, p. 11) reforça essa justificativa, enfatizando que “as

bibliotecas terão que fornecer informações nos formatos mais apropriados aos

usuários – impresso, eletrônico, ótico, ou outros a serem criados”.

Em relação à estruturação e administração de um acervo com base nas

inovações tecnológicas, Figueiredo (1995, p. 112-113) comenta sobre a

preocupação dos bibliotecários mediante as dificuldades e o que pode acarretar

ao desenvolver uma coleção em meio eletrônico:

A publicação eletrônica de revistas, periódicos ou eruditos, ou mesmo livros que não têm equivalente na forma impressa apresenta um problema para os bibliotecários. De um lado, o espaço requerido para abrigar estes materiais diminuirá e a necessidade de classificação e indexação desaparecerá, pois, presumivelmente, o publicador proverá esta informação. Os fichários desaparecerão e mesmo os catálogos em linha. As bibliotecas, em vez de atender

15 . op. cit., p. 11.

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aos usuários com o registro impresso, atenderão como um centro distribuidor, acessando informação de bases de dados remotas por meio de sistemas de comunicação eletrônica. O conceito “pague-quando-usar” entrará em pleno vigor, o que afetará os orçamentos das bibliotecas e aumentará enormemente o custo para bibliotecas e usuários. A missão de preservar o registro do conhecimento para as gerações futuras sofrerá grandes mudanças, pois a informação em mídia eletrônica é vulnerável à perda.

Um artigo de Lancaster16, (apud FIGUEIREDO, 1995, p. 110) esclarece

bases sobre as quais ele formulou as suas previsões em relação aos documentos

em suporte eletrônico: afirma que os computadores têm sido aplicados nas

bibliotecas de duas maneiras distintas – para automatizar as operações internas e

para permitir acesso às fontes de informação que não estão fisicamente

presentes nas bibliotecas. De acordo com o autor, essa segunda aplicação é, de

certo, muito mais importante e com ela se transformou todo o conceito do que é

uma biblioteca:

Pode-se visualizar, então, um vasto depósito de informações no intangível formato eletrônico, diante do que seria possível predizer que a biblioteca, como instituição, poderia se tornar eventualmente obsoleta. Assim, pode-se constituir um sistema de comunicação completo, sem papel, em que as publicações sejam eletrônicas. Tal sistema emergirá por dois motivos básicos: •oportunidade, devido ao fato de que os terminais de um tipo ou outro seriam lugar comum nos escritórios e nos lares, também seriam usados para uma variedade de fins; •custo elevado da distribuição da informação no formato impresso tornará cada vez mais inacessível.

Nos países em desenvolvimento, a evolução da tecnologia com certeza

tem um impacto enorme, pois favorece cada vez mais as bibliotecas em acessar a

informação de maneira global. No caso do Brasil, Kremer17 (apud LANCASTER,

1994, p. 12) enfatiza que “as bibliotecas e serviços de informação nesse país se

desenvolverão de forma a atender às demandas sociais, tecnológicas e culturais,

mostrando assim o seu valor”.

16 . LANCASTER, F. W. The paperless society revisited. AMER. LIBR., v. 16, n. 8, p. 553-555, Sept. 1985. 17 . KREMER, J. M. Perspectives for information services and professionals in Brazil. In: LANCASTER, F. W. (Ed.). Libraries and the future; essays on the library in the twenty-first century. New York: Haworth Press, 1993.

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Parafraseando Costa (1995) é imprescindível que o bibliotecário, sendo o

profissional da informação e agente social, faça uso das novas tecnologias de

informação no intuito de propiciar a efetiva comunicação do conhecimento. O

autor (1995, p. 18) diz ainda que:

O bibliotecário precisa estar atento para as diversidades e mudanças; ser capaz de gerir eficientemente a informação gerada em função dessas mudanças; utilizar as tecnologias necessárias e apropriadas ao gerenciamento eficaz da informação.

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4 OS SUPORTES EM MEIO ELETRÔNICO E OS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

4.1 SUPORTES

Existem muitos tipos de documentos e serviços disponíveis

eletronicamente. Alguns exemplos são: base de dados, programa de computador,

monografias, publicações seriadas, mensagens eletrônicas pessoais, documentos

da WWW (World Wide Web), arquivos variados (texto, som, imagem), documento

gopher entre outros.

Os mesmos podem ser encontrados em variados suportes e sistemas em

meio eletrônico. Este trabalho apresentará os seguintes: base de dados, CD-ROM

(Compact Disc – Read Only Memory), Hipertexto/Hipermídia e o sistema WWW

(World Wide Web).

4.1.1 Base de Dados

Com base nos estudos de Rowley (1994, p. 67), “base de dados é uma

coleção de registros similares entre si e que contém determinadas relações entre

esses registros”.

Para Rowley (1994) um registro é a informação que diz respeito a um

documento ou item. Os registros são compostos de vários campos e existem dois

tipos de campos: os de tamanho fixo e o de tamanho variável. Um campo de

tamanho fixo possui o mesmo número de caracteres em cada registro. Já os

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campos de tamanho variável tem diferentes extensões e registros. Um sistema de

base de dados pode conter várias bases de dados interligadas.

As bases de dados geralmente empregam uma mistura de campos fixos e

variáveis, para poder comportar os vários tipos de dados.

Em relação ao armazenamento da base de dados, o Rowley (1994, p. 67)

informa que:

[...] podem ser armazenadas em meios ópticos ou magnéticos, como discos, e acessadas local ou remotamente. Isso inclui o acesso a um catálogo ou outra base de dados, no âmbito de um sistema de biblioteca, ou através de uma rede que proporcione acesso a bases que representem o acervo de inúmeras bibliotecas. Do mesmo modo, outras bases de dados podem ser acessadas através do computador dos hospedeiros em linha.

De acordo com o autor (1994), existem vários tipos de bases que podem

ser “de referência e de fontes”.

As bases de dados de referência são aquelas que direcionam o usuário

para uma outra fonte, que pode ser um documento ou não, a fim de se obter

informações adicionais ou texto integral. Entre elas temos:

• Bases de dados Bibliográficos, com ou sem resumos que cobrem uma

determinada área de assuntos ou tipo de documento;

• Bases de dados Catalográficos, abrangem os registros do catálogo de

uma determinada biblioteca ou empresa. São usadas para identificar a

localização de documentos específicos durante o processo de formação

de acervos;

• Bases de dados Cadastrais, voltados às informações ou dados (nomes,

endereços, guias e cadastros).

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As bases de dados de fontes, são aquelas que contém dados e

informações originais e podem ser agrupadas em:

• Bases de dados numéricos, que contém dados numéricos de vários

tipos. Ex.: dados estatísticos e de pesquisa;

• Bases de dados de texto integral, que contém notícias de revista, jornal,

programas de computador;

• Bases de dados textuais e numéricos, que contém uma mistura de

dados textuais e numéricos.

As bases de dados de uma biblioteca podem ser vistas como uma base de

fontes, uma vez que armazenam dados originais. Ao tratar das bases de dados

bibliográficos, Rowley (1994) informa que existem uma série de registros

bibliográficos ligados entre si, apresentando uma combinação dos seguintes

elementos:

• número do documento;

• título;

• autor;

• referência da fonte;

• resumos;

• texto integral;

• termos de indexação;

• quantidade de referências;

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• instituição de origem;

• língua fonte;

• número de classificação ou localização.

Esses elementos são chamados, no conjunto, de referência documental,

sendo cada um deles mostrado em um campo específico da base. Alguns desses

elementos são empregados como chaves de recuperação primária, tais como

autor, palavras do título e termos de indexação, enquanto outros são empregados

como chaves de recuperação secundária, tais como língua, informações de

caráter interno e referência da fonte. Os demais elementos são simplesmente

exibidos no vídeo ou impressora para oferecer ao usuário informações

complementares sobre o documento.

Para que os dados possam ser recuperados, é preciso que as bases de

dados sejam estruturadas e indexadas adequadamente.

Os sistemas de gerenciamento de informações textuais se utilizam

amplamente dos recursos dos arquivos invertidos para torná-la mais flexível.

Rowley (1994) compara o arquivo invertido a um índice, geralmente

separado em dois ou três arquivos, que são os de texto ou impresso, que contêm

os registros propriamente ditos, e os inversos ou de índices, que proporcionam

acesso a esses registros. São empregados de modo conjunto durante a busca

numa base de dados, a fim de informar o número de ocorrências do termo, se o

mesmo existir na base e agilizar a busca.

A necessidade de armazenar, organizar e recuperar informações é

crescente no mundo moderno e imprescindível para uma biblioteca. Dado as

características múltiplas de seu acervo requer uma base que cumpra,

basicamente, as seguintes funções:

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• acrescentar novos dados;

• localizar dados armazenados;

• alterar ao apagar dados;

• atualizar dados;

• recuperar dados;

• organizar dados em ordens diferentes, que pode ser numérica,

alfabética ou por número de registro;

• produzir relatórios ou listas;

• evitar erros e assegurar uma maior consistência de dados;

• possibilitar o intercâmbio de dados.

Busca, com isso, auxiliar a biblioteca a realizar, de forma eficiente, a sua

missão maior de tratar, manipular, processar e disseminar a informação.

O uso do microcomputador em sistemas de informação vem contribuindo

muito para o estabelecimento do know-how nos trabalhos realizados, gerando

benefícios e vantagens, tanto para a organização como para o profissional.

As vantagens para a instituição, entre outras, são as seguintes: economia

de mão de obra dedicada à instituição, armazenamento, recuperação e

localização de informações, em tempo ágil, suavizando a limitação de recursos

nesta área; melhoria na prestação de serviço – o uso de novas e avançadas

técnicas incrementam a qualidade e rapidez dos serviços prestados. Para o

profissional apresenta como vantagens, a valorização do seu trabalho na

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instituição e um maior leque de oportunidades no mercado de trabalho, uma vez

que este deverá se atualizar possibilitando condições para um melhor

desenvolvimento técnico profissional.

Mas, com base nos argumentos de De Paula (1992), podemos deparar

com algumas inconveniências que consideramos como certas desvantagens:

• Falta de cobertura em relação aos documentos mais antigos;

• Falta de equipamentos necessários para o funcionamento da base;

• Necessidade de uma equipe adequada.

Encontramos estas desvantagens na maioria das bibliotecas brasileiras

que se encontram em dificuldades financeiras e sem condições para adquirir

computadores para implantar tais sistemas. Os serviços com base de dados, no

Brasil, são mais utilizadas em bibliotecas empresariais e universitárias.

Atualmente existem base de dados que cobrem praticamente todas as

matérias do conhecimento humano colocando, à disposição de seus serviços, às

bibliotecas, empresas e particulares, o material que está depositado nelas depois

de analisado, resumido e referenciado, tendo seu acesso realizado através de um

microcomputador ou um terminal e uma linha telefônica.

Existem distribuidores importantes de bases de dados, que são como

grandes editores, que dispõem de catálogos com todo o tipo de títulos cobrindo

todas as áreas do saber, cujas informações incluídas podem ser de diferentes

naturezas.

Cunha (1994, p. 183) cita em duas tabelas os “principais bancos de dados

de acesso público do Brasil e do exterior”:

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41

Tabela 1 – Principais bancos de dados no Brasil

BANCO NATUREZA

ARUANDA/SERPRO - 11 bases de dados (cadastros industriais, marcas e patentes)

BIREME - 4 bases de dados (área médica)

CENAGRI - 5 bases de dados (ciências agrícolas)

CIN/CNEN - 8 bases de dados (energia nuclear, física, eletrônica e energia

elétrica)

FGV - 2 bases de dados (catálogo coletivo de livros e dados econômico-

estatísticos)

IBICT - 6 bases de dados (ciência da informação, catálogo coletivo de

periódicos, teses)

PRODASEN - 12 bases de dados (concentração nas áreas de direito e

jurisprudência)

Fonte: CUNHA, Murilo Bastos. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecas brasileiras. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 2, p. 182-189, maio/ago., 1994

Tabela 2 – Principais bancos de dados no exterior

BANCO NÚMERO DE BASES / NATUREZA

DIALOG - 380 bases de dados (a maioria referenciais e bibliográficas,

praticamente em todas as áreas)

ORBIT/QUESTEL - 80 bases de dados (a maioria referenciais e bibliográficas,

praticamente em todas as áreas)

STN - 20 bases de dados (principalmente numéricas, com ênfase na

área química)

BRS - 80 bases de dados (a maioria referenciais e bibliográficas,

praticamente em todas as áreas)

ECHO

(Com. Européia)

- 30 bases de dados (com descritores em sete línguas, a maioria

delas referenciais, praticamente em todas as áreas)

AMERICA ONLINE - 50 bases de dados (jogos, correio eletrônico, teleconferência,

anúncios, finanças, noticiário, TV, teatro, etc.)

COMPUSERVE - 80 bases de dados (finanças, telecompras, jogos, ciência e

medicina)

Fonte: CUNHA, Murilo Bastos. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecasbrasileiras. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 2, p. 182-189, maio/ago., 1994

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O referido autor (1994, p. 183) ressalta ainda que, tendo em vista o grande

crescimento de bases de dados e de usuários ocorrido nos países desenvolvidos

e, considerando que a recuperação em linha no Brasil está em progressivo

desenvolvimento, espera-se, num futuro próximo, a democratização e a

disponibilidade da mesma para um maior número de pessoas em nosso país.

4.1.2 CD-ROM

O CD-ROM (Compact Disc – Read Only Memory) adquiriu as

características de uma nova espécie de livro que contém, além da mensagem

escrita, imagens e sons. Trata-se de um disco compacto e ótico e, como tal, o

armazenamento de dados é feito por raio laser tanto para gravação quanto para a

recuperação das informações, com memória somente para leitura, sendo que as

informações gravadas não são sujeitas a modificações. Segundo Rowley (1994,

p. 160), “o disco ótico passou a ocupar, no início da década de 1990, um lugar

cada vez mais importante como meio de armazenamento e disseminação das

informações”. A respeito da padronização do CD-ROM, De Paula (1992, p. 44)

informa que:

Utiliza a tecnologia de disco compacto de áudio e segue padrões mundiais para armazenar e recuperar dados. Essa padronização é muito importante, pois permite que a maioria dos discos existentes seja acionada em qualquer leitor de CD-ROM do mercado, sendo o acesso às informações feito através desse leitor de disco, ligado a um microcomputador cujo sistema aceite sua instalação. Pode armazenar textos, números, sons, gráficos e imagens, e sua comercialização é feita através de assinaturas.

De acordo com Rowley (1994, p. 165), as bases de dados atualmente

disponíveis em CD-ROM são:

•Bases de dados bibliográficos; •Bases de dados catalográficos; •Bases de dados de fontes; •Bases de dados de consulta rápida; •Bases de dados mistos; •Bases de dados multimídia

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A diversidade de produtos disponíveis em CD-ROM é hoje uma realidade

inimaginável há alguns anos atrás, abrangendo desde jogos e materiais de

entretenimento até obras de referência, como dicionários, atlas e enciclopédias,

produtos interativos para ensino de idiomas e desenvolvimento das mais variadas

habilidades, etc. E cada vez mais estão presentes nos acervos das instituições de

informação. Neste sentido Andrade e Vergueiro (1996, p. 63) alertam os

bibliotecários:

Para as bibliotecas, o principal fascínio proporcionado pelos CD-ROMs tem sido provavelmente a possibilidade de substituição de periódicos e obras de referência, anteriormente publicados em papel, por esse novo formato. Neste sentido, o bibliotecário encarregado da aquisição necessita estar sempre atento àqueles títulos passíveis de serem transferidos de suporte, sabendo analisar corretamente as eventuais vantagens e desvantagens que essa transferência pode significar para a biblioteca.

No entanto, quando se trata da aquisição de base de dados em CD-ROM,

Cunha (1994, p. 183) argumenta que:

A decisão de adquirir base de dados em CD-ROM já está requerendo um novo compromisso do profissional da informação em adaptar-se a essa nova tecnologia. Tal decisão não pode ser feita de forma apressada. A implementação do novo serviço requer alocação de recursos financeiros para equipamento e a revisão do orçamento para material bibliográfico para acomodar esse tipo de despesa.

Vale ressaltar que o CD-ROM apresenta as seguintes vantagens:

• baixo custo de fabricação por unidade;

• grande capacidade de armazenagem que um disco comporta (mais de

650 megabytes);

• padronização do formato de gravação;

• facilidade de se incluir a busca full-text;

• combinação de diversos tipos de formatos: gráficos, som e texto;

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• número crescente de novos títulos;

• permanência da informação armazenada;

• privacidade;

• custo fixo na assinatura;

• pesquisa ilimitada, permitindo maior número de pontos de acesso e

economia de espaço na armazenagem do disco.

No entanto, tal instrumento apresenta as principais desvantagens:

• alto custo do equipamento que cria os CDs masters;

• tempo gasto para o desenvolvimento;

• necessidade, para a leitura, de um drive de CD-ROM (problema já

solucionado com a inclusão deste tipo de drive em todos os

computadores produzidos atualmente);

• dificuldade de se alterar o conteúdo, que exigiria um processo de

remasterização e novas cópias;

• consulta deve ser feita uma de cada vez;

• dependendo do CD-ROM, requer um certo treinamento;

• inexistência de padrão industrial dos equipamentos;

• não há padronização nas linguagens de recuperação de dados;

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• há necessidade de se fazer atualizações.

O CD-ROM é utilizado para buscas retrospectivas de grandes bases de

dados, sendo substituto de alguns materiais impressos, empréstimo entre

bibliotecas e para a disseminação da informação. A tecnologia de CD-ROM

tornou-se uma ferramenta importante para as bibliotecas, visto que, proporciona

buscas rápidas, em menor tempo, com maior qualidade e está dotado de um

sofisticado sistema de recuperação da informação.

Mas a tecnologia do CD-ROM não pode ser vista como uma resposta para

todas as questões nas bibliotecas. No entanto, é necessário continuar a perseguir

a missão principal das bibliotecas, que é de auxiliar os usuários a encontrar as

informações que eles precisam em qualquer tipo de suporte em que a informação

possa se encontrar.

4.1.3 Publicação Eletrônica – Hipertexto e Hipermídia

Com base no conceito de Marques (1995, p. 85), os Hipertextos são

“documentos eletrônicos que permitem uma leitura não seqüencial, mais de

acordo com o raciocínio humano”., e Hipermídia “é o Hipertexto enriquecido com

outros meios, com imagem e som”.

O Hipertexto é uma forma especial de navegação dentro de um

documento. Um documento impresso (não hipertexto) somente permite que seu

leitor navegue seqüencialmente, percorrendo seu conteúdo para frente e para

trás. Em um documento hipertexto o leitor pode, através de um clique do mouse

em cima de elementos especiais (elos) “saltar” para outra parte do texto. Um

exemplo bastante difundido de hipertexto é o sistema de ajuda do Windows.

Ainda de acordo com os argumentos de Marques (1995), todo hipertexto

forma uma rede de nodos, que são unidades discretas de informação, contendo

um conceito ou uma idéia. O hipertexto consiste em peças interligadas de

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informação. Essas peças são ilustradas como telas de computador, mas também

podem ser janelas, arquivos, imagens ou ainda menores quantidades de bits de

informação. Cada unidade de informação é chamada de nodo e qualquer que seja

o tamanho dos nodos cada um deve ter apontadores para outras unidades. Estes

apontadores são chamados de elos, mais comumente chamados de links, que

são originados de um nodo, representando opções que direcionam o usuário a

uma outra parte diferente daquele nodo, possuindo uma explicação, referência,

comentário ou outra idéia.

Um link de Hipertexto conecta dois nodos e é normalmente direcionado no

sentido de que aponta de um nodo chamado âncora para outro (chamado

destino). Links de Hipertexto são freqüentemente associados com partes

específicas dos nodos que elas conectam ao invés de serem associadas aos

nodos como um inteiro.

Podemos dizer que a linearidade é representada pelo texto impresso, mas

mesmo nos documentos tradicionais, como os livros, se encontram princípios de

Hipertexto, rompendo com o conceito anterior: Existem ligações entre as notas e

o seu texto no rodapé ou no final, o sumário e/ou o índice de assuntos e o texto,

etc., que remetem o leitor a outras partes de informações relacionadas. Mas,

Marques (1995, p. 86) informa que “constantes desvios interrompem o fluxo

seqüencial da leitura e levam aos mais diferentes pontos dentro de um vasto

conjunto de publicações”.

É nos documentos eletrônicos que o conceito de Hipertexto pode ser

aplicado na sua totalidade. Indo além das ligações automáticas entre as

diferentes partes do mesmo texto, é possível estabelecer, com a mesma

facilidade, ligações com documentos exteriores.

O modo mais simples de definir Hipertexto é compará-lo com textos

tradicionais, como os de um livro. Todo texto tradicional, na forma impressa ou em

arquivos de computador, é seqüencial, ou seja, há uma seqüência única e

definida na ordem em que o texto é lido. Para Cunha (1994, p. 184), essa

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linearidade “opõe-se à associação não linear das diversas partes de um

documento ou de um conjunto de documentos inerentes ao Hipertexto”. As

enciclopédias são um bom exemplo de um documento não seqüencial: são dadas

informações sobre determinado assunto e, junto desta informação, referências a

outros assuntos que se relacionam a este, permitindo ao leitor “pular” de uma

parte da enciclopédia para outra conforme a necessidade. Ao invés de

simplesmente seguir uma seqüência, o leitor tem mais opções para continuar, e

isto é uma característica oferecida pela estrutura do Hipertexto. A não linearidade

também pode ser representada pelos catálogos utilizados nas bibliotecas, onde

as fichas de referência remetem o usuário a outras fontes de busca.

Como o Hipertexto, a Hipermídia é um método tanto para o

armazenamento, como para a recuperação de dados não seqüenciais através de

referências cruzadas. É similar ao hipertexto na medida em que os elementos da

base de dados podem ser textos, gráficos, figuras, animações, músicas, discursos

digitalizados, etc. Atualmente esses dois conceitos encontram-se sem distinção

na literatura.

As possibilidades de produção e disseminação de documentos em

Hipertexto se deu devido ao desenvolvimento da linguagem HTML (Hypertext

Markup Language) e o protocolo de comunicação HTTP (HyperText Transfer

Protocol), em acesso à rede mundial de computadores, a Internet.

O que caracteriza essencialmente os sistemas de hipertextos é a

automação do caminho através de referências entre textos. Os elos são

elementos que estabelecem essas ligações entre os nós e conduzem os usuários

a uma explicação, uma referência bibliográfica, um comentário, etc.

As vantagens do Hipertexto comparado com o papel e com os sistemas

tradicionais são as seguintes:

• automatiza o trabalho de manipulação das referências;

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48

• possibilita a organização de textos de forma flexível e dinâmica,

preservando toda a história do documento, desde a criação até a sua

última atualização;

• permite o usuário a fazer anotações e acessá-las quando quiser e

mantendo intacto o documento referenciado;

• estrutura a organização permitindo uma recuperação rápida e fácil;

• promove a modulagem (não duplicação das idéias) e a consistência de

informações;

• fornece mecanismos de comunicação entre leitores e escritores que

utilizam tais sistemas;

• fornece recursos que permitem a percepção audiovisual de dados;

• capacidade de acesso simultâneo a um documento por vários usuário.;

Apesar das inúmeras vantagens, podemos considerar as seguintes

desvantagens:

• perda da noção de orientação, não conseguindo o usuário a se localizar

na rede de informações e alcançar um determinado ponto;

• falta de clareza no tempo de resposta aos comando do usuário ou no

esquema de representação visual devido a grande quantidade de nodos

ou elos no Hipertexto;

• não existe um padrão para transferência de dados;

• a publicação não é regular (atualização das páginas);

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49

• não existe padrão para as interfaces, não oferecendo facilidades para a

tarefa de reestruturar toda a rede de informações;

• em relação aos sistemas tradicionais, o Hipertexto não possui definição

geral da estrutura de dados e portanto, não é fácil especificar ações

gerais.

4.1.4 WWW (World Wide Web)

É na rede mundial que encontramos um dos mais recentes avanços na

forma pela qual a Internet funciona, a World Wide Web, ou WWW, ou

simplesmente Web, como é mais conhecida. A WWW vem se consolidando ao

longo dos tempos na Internet, através do seu grande potencial inovador, e vem se

tornando o grande fenômeno de informação nos últimos tempos, inicialmente

criada no CERN, um laboratório de pesquisas sobre Física de Partículas na

Suíça. A idéia de Teixeira e Schiel (1997, p. 69) sobre a WWW para a teia global

é de um sistema que verifique a Internet como um documento em uma linguagem

de marcação de textos – Hipertexto – que abrange todo o mundo:

World Wide Web (WWW) – a Teia Global – é, sem sombra de dúvidas, a “revolução” da Internet. É uma coleção de documentos hipertextos ligados entre si, criando um mundo de informações digitais que envolve texto, imagens e sons, constituindo-se em um dos maiores acervos multimídia que integra tecnologias de comunicação, transmissão de imagens e sons, criando uma verdadeira rede de difusão de conhecimento.

A World Wide Web é o sistema de programas de navegação da Internet

também baseado no princípio de funcionamento do Hipertexto, sendo o melhor

exemplo prático a ser dado, o que nos faz vislumbrar que a evolução

informacional está desenvolvendo sistemas ou bases de dados on-line com tais

características, visando facilitar a pesquisa dos usuários nas bases de dados

textuais. A informação disponível na Web é o serviço mais importante da Internet,

e é fornecida em forma de páginas Hipermídia que, como as páginas de uma

revista, combinam texto e ilustrações e contêm ainda links por autor, que o leitor

pode utilizar para ter acesso a outros documentos. O usuário visualiza estas

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páginas com a ajuda de programas de navegação (conhecidos como browsers).

Esse mecanismos de busca permitem a recuperação da informação sobre os

mais diversos assuntos e, atualmente, existem vários catálogos e serviços de

pesquisa bibliográfica na Web. Dentre esses mecanismos, Teixeira e Schiel

(1997, p. 70) informam que existem “alguns específicos como STN International,

Dedalus, Biblioteca Nacional, Bookpool, e outros genéricos, como Altavista,

Yahoo, Lyros e Cadê?”.

A Web apresenta as seguintes vantagens:

• Abandono da passividade, com a possibilidade de conseguir

informações mais a fundo sobre os produtos disponíveis na net;

• Diversificação de produtos, possibilitando maior opções de escolha;

• Maior transparência ao facilitar o intercâmbio de informação entre os

usuários;

• Nova dimensão em facilidades nas pesquisas e nas compras via

Internet;

• Possibilidade do usuário ficar no anonimato nas compras no comércio

eletrônico e nas suas consultas.

Mas na Web também observamos algumas desvantagens:

• Ataque às redes internas pelos hackers (piratas);

• Vulnerabilidade dos softwares e o questionamento da falta de

privacidade dos usuários em relação aos dados pessoais em

transações via Web;

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• A infra-estrutura de informação da Web ainda é caótica, podendo exigir

horas despendidas pelo usuário e ainda encontrar produtos

desinteressantes ou inúteis para suas necessidades, exigindo que se

ande muito para encontrar algo que valha a pena, mesmo com os

instrumentos de busca existentes.

4.2 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA OS MATERIAIS EM MEIO ELETRÔNICO

Com o rápido surgimento das novas formas de acesso à informação, no

decorrer do novo século, o profissional bibliotecário, inserido neste contexto,

busca novos critérios para as tomadas de decisão no processo de seleção. Nesse

momento a seleção de recursos eletrônicos, tal como CD-ROMS, bases de dados

de acesso online, periódicos eletrônicos, produtos informacionais WWW,

requerem uma série mais extensa de critérios, denominada por autores como

Ferguson18 e Norman19 (apud SANTOS, 1999, p. 2) de “critérios emergentes”.

Para Johnson20 (apud SANTOS, 1999, p. 2) “a natureza de recursos eletrônicos

sugere critérios adicionais que deveriam ser considerados no processo de

seleção”. Esses critérios são particularmente importantes porque muitos recursos

de informação eletrônicos estão disponíveis em vários formatos que devem ser

comparados e ser contrastados com a versão de documentos impressos.

Os critérios de seleção utilizados para esses materiais em meio eletrônico

começam com aqueles pertinentes a todos os materiais bibliográficos, ou seja, os

critérios tradicionais, mencionados anteriormente no capítulo 2, na pág. 12,

podendo ser destacadas as características associadas aos recursos eletrônicos.

18. FERGUSON, A. W. Document delivery in the electronic age: collecting and service implications. J. Libr. Administ. v. 22, n. 4, p. 85-98, 1996. 19. NORMAN, G. O. The impact of electronic resources on collection development a survey of current practice. Libr. Hi Tech, 15(57/58): 123-132, 1997. 20. JOHNSON, P. Selecting electronic resources: resources, developing a local decision-making matrix. Catalog. Classif. Q. v. 22, n. 3/4, p. 9-25, 1996.

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52

Davis21 (apud SANTOS, NOVELLI, SILVA, 1999) descreve sobre o

desenvolvimento da seleção para os recursos eletrônicos e argumenta que “uma

função primária no processo de desenvolvimento de coleção é definir os critérios

de seleção para a biblioteca”. O autor faz uma abordagem sobre os critérios

utilizados nos materiais impressos e nos materiais em meio eletrônico dizendo

que, alguns dos critérios mais fundamentais são projetados para averiguar o nível

de abrangência do assunto, profundidade e avaliar a reputação do autor e

publicador, e considerar qualquer característica especial que soma valor para o

título. Os critérios tradicionais de seleção para materiais impressos confiaram na

reputação de autores, ilustradores, editores e publicadores como um critério

chave para seleção. Mas, no âmbito mundial das publicações eletrônicas, estes

critérios expandiram-se para incluir os artistas gráficos, fotógrafos, autores de

software, desenhistas de tela, projetores de sons.

Santos, Novelli e Silva (1999) elaboraram um estudo na Rede de

Bibliotecas da Universidade Estadual Paulista – UNESP, com o objetivo de

identificar os critérios de seleção mais utilizados para os documentos em meio

eletrônico. A rede é constituída de 24 bibliotecas e 19 delas participaram desta

pesquisa, que foi realizada através de questionários. Na época desse

levantamento, constava nas bibliotecas participantes um total de 115 bases de

dados em CD-ROM e 48 base de dados on-line. O resultado do estudo é

apresentado na tabela 3 descrevendo, em ordem decrescente, o percentual de

freqüência dos critérios mais citados para a seleção de documentos em meio

eletrônico, bem como o percentual de utilização dos critérios emergentes pelas

bibliotecas:

21. DAVIS, T. L. The evolution of selection activities for electronic resources. Libr. Trends, v. 45, n.3, p. 391-403, 1997.

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Tabela 3 – Freqüência e Utilização de Critérios Emergentes

CRITÉRIOS

FREQÜÊNCIA DE

CITAÇÃO

%

PERCENTUAL DE

UTILIZAÇÃO

%

Acessibilidade da Informação 6,4 83

Disponibilidade em Rede 5,6 58

Recuperação por máquina 5,6 58

Hardware Compatível 4,0 42

Software Compatível 4,0 42

Custos 3,2 33

Fidelidade Reprodução 3,2 33

Disponibilidade em

Telecomunicações

2,4

25

Implicações de Treinamento 2,4 25

Acessibilidade remota 0,8 8,3

Restrições de Licença 0,8 8,3

Fonte: SANTOS, Marilda C. Leite dos; NOVELLI, Valéria A. Moreira; SILVA, Valéria de Assumpção Pereira da. Processo de seleção: análise de critérios para materiais em formato eletrônico. Netscape, São Paulo, set. 1999.

Convém ressaltar que Santos, Novelli e Silva (1999) fazem uma importante

observação sobre o critério Restrições de Licença:

[...] foi citado por uma Biblioteca, porém existe a tendência de ser um critério de importância relativa no processo de seleção, principalmente quando se faz um contrato com bases de dados on-line. O número de pontos de acesso, o período de assinatura, a abrangência com condições retrospectivas podem estar no contrato da licença de uso. Portanto os profissionais da informação não podem deixar de conhecer as implicações de licença quando é tomada a decisão para a seleção. Vale ressaltar que esses critérios são de características únicas para recursos eletrônicos.

O resultado do trabalho apresentado nos mostra que, por mais que os

bibliotecários estejam familiarizados com os critérios utilizados para as

publicações impressas, os mesmos ainda não possuem experiência para avaliar

os critérios de seleção para os documentos eletrônicos. Os autores recomendam

então a inclusão de pelo menos um profissional voltado à área de informática. Os

autores (1999) concluem seus estudos com a seguinte informação:

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Atualmente qualquer tomada de decisão para o processo de seleção deve incluir considerações sobre os recursos necessários para acessar e disponibilizar a informação. Mesmo com essas mudanças, recomenda-se ainda que qualquer documento de política de seleção seja elaborado visando principalmente atender aos objetivos da clientela e da Instituição para qual é destinado, e tenha flexibilidade para permitir atualizações futuras.

Em se tratando de CD-ROMs, Rowley (1994, p. 87) elabora uma relação de

critérios para a avaliação dessa base de dados. É um esquema sucinto, mas é

considerado como um ponto de partida útil para o desenvolvimento de uma

interpretação em torno do que a biblioteca e/ou instituição realmente deseja ao

examinar um sistema de base de dados que possa vir a ser implantada no acervo,

apontando os critérios úteis:

a) Cobertura: assunto e tipo de material adequados; abrangência; duplicidade de

outros serviços. b) Atualidade e freqüência das atualizações. c) Facilidade de uso e preferência subjetiva do usuário. d) Saída, como, por exemplo, conteúdo das referências; qualidade dos resumos;

forma (ficha, microficha, papel); em linha ou fora de linha; extensão da saída. e) Linguagem de indexação e variedade de pontos de acesso ou campos

pesquisáveis, em termos de desempenho de recuperação almejado. f) Custo e quem vai pagar. g) Documentação, inclusive sistemas de classificação, tesauros, manuais de

treinamento, etc. h) Meio de armazenamento e possibilidades de acesso. i) Formato de registro e estrutura de base de dados.

De acordo com Figueiredo (1996), ao avaliar um documento em CD-ROM,

não se deve considerá-lo como um substituto imediato do material impresso ou

on-line, mas, sim, como mais um aliado na eficácia do acesso à informação.

Além de avaliar a disponibilidade de espaço do acervo, o manuseio,

equipamentos necessários e mobiliários ao se utilizar os documentos em CD-

ROM, Rowley (1994, p. 169-170) elaborou uma lista de critérios para a seleção de

base de dados em CD-ROM, que é a seguinte:

1. Conteúdo da base de dados. Cobertura e, no caso de uma base de texto integral, se a mesma inclui ilustrações e outras informações. 2. Atualidade. [...] Quão atualizadas são as informações e com que freqüência se distribuem as atualizações?

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3. Arquivos retrospectivos. [...] podem ocupar vários discos CD-ROM. Todos os arquivos retrospectivos encontram-se disponíveis? De que forma os arquivos retrospectivos acham-se subdivididos nos discos? 4. Software de recuperação e indexação. O programa de recuperação deve ser amigável para o usuário, eficiente e eficaz [...]. A indexação deve ser pertinente e coerente, bem como os termos de indexação devem representar adequadamente o conteúdo do documento, além de serem acessíveis ao usuário. 5. Interface do usuário. [...] tem de ser não apenas potente, mas também de fácil utilização. O projeto de diálogo deve servir a todas as categorias de usuários, além de contar com um sistema adequado de ajuda. 6. Pós-processamento. [...] Convém dispor de recursos para que os dados sejam importados e impressos e, se possível, também integrados com informações de outras fontes. 7. Tempo de acesso aos dados. 8. Custos. Existem dois tipos de custos a considerar em relação ao CD-ROM: os custos de instalação decorrentes da aquisição do equipamento, e os custos de assinatura necessários à aquisição e atualização dos discos. Os custos fixos relativos às assinaturas são mais fáceis de gerenciar do que os custos flutuantes relativos ao acesso a hospedeiros em linha. 9. Padronização. Inicialmente, os padrões para CD-ROM constituíam um problema sério, e ainda hoje surgem dificuldades quando vários discos de diferentes fornecedores são colocados numa estação de trabalho ou numa rede. É importante verificar se todos os componentes de hardware e software funcionam satisfatoriamente uns com os outros.

Convém novamente ressaltar que, mesmo apresentando critérios

emergentes de seleção para os documentos eletrônicos, os critérios tradicionais

devem vir como base para a estruturação da política de seleção dos documentos

em meio eletrônico.

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5 FONTES AUXILIARES PARA SELEÇÃO DE MATERIAIS ELETRÔNICOS

Este capítulo pretende oferecer aos responsáveis pela seleção dos acervos

uma breve relação de endereços na Internet visando dar suporte às buscas por

informações e documentos nos repositórios públicos e privados, indicados a

seguir, considerados potencialmente de interesse à comunidade. Informa também

sobre endereços na Internet de títulos de periódicos nacionais em Biblioteconomia

e Ciência da Informação disponíveis eletronicamente

5.1 FONTES DISPONÍVEIS NA INTERNET Ü OCLC FirstSearch – www.oclc.org/firstsearch/pt/

Conectando um mundo de bibliotecas a um universo de informações, é um

serviço de consulta abrangente e completo com uma rica coleção de bancos de

dados com links para suporte à pesquisa em uma ampla variedade de assuntos,

com bancos de dados bibliográficos e de texto inteiro bem conhecidos, além de

ferramentas de consulta, como listas, almanaques e enciclopédias. E o melhor de

tudo, os seus acervos são exibidos primeiro para que seus usuários possam

facilmente identificar os itens na sua própria coleção. Oferece aos seus usuários

acesso instantâneo a mais de 5,9 milhões de artigos de texto inteiro on-line de

mais de 6.000 periódicos, 80 bancos de dados e 3.000 periódicos de imagem

inteira on-line-tudo fácil de encontrar, com uma interface única e simples de usar,

facilitando aos usuários da sua biblioteca localizar informações. O FirstSearch

exibe primeiro a sua coleção para que os usuários saibam de imediato o que

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podem obter diretamente da sua biblioteca ou através do seu grupo de

bibliotecas.

Ü Portal www.periodicos.capes.gov.br

Permite o acesso à oito bases de dados referenciais temáticas cobrindo as

áreas de Agronomia, Biologia, Ciências dos Alimentos, Economia, Engenharia,

Geociências, Letras, Lingüística e Sociologia com mais de 29.000 títulos

indexados; ao índice de patentes, com 18 milhões de registros; a base geral de

referência e citações, Web of Science, com 8.400 títulos indexados; e 1.400

títulos de periódicos científicos, com texto completo, desde 1995, em diversas

áreas do conhecimento.

Ü A versão online SciELO – www.scielo.br/revistas/mr/psubscrp.htm

Esta revista foi preparada com metodologia desenvolvida pelo Projeto

FAPESP/BIREME de Periódicos Eletrônicos, e está disponível gratuitamente

Scientific Electronic Library Online - SciELO Brasil http://www.scielo.br/cgi-

bin/fbpe/fbscielo? Biblioteca virtual que abrange uma coleção selecionada de

periódicos científicos brasileiros.

Ü Prossiga – http://www.prossiga.br

Serviço de Informação, Comunicação e Mercado de Trabalho em Ciência e

Tecnologia. É uma base de dados com acesso a textos eletrônicos técnico-

científicos e bibliotecas virtuais temáticas.

Ü CCN – http://www.ct.ibict.br:82/ccn/owa/ccn_consulta

Catálogo coletivo de publicações e seriados existentes nas Bibliotecas e

Centros de Informação.

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Ü Elsevier Science Publisher – http://www.elsevier.nl/

Os textos completos de 606 periódicos científicos dos 1100 títulos

publicados pela editora Elsevier Science Inc. estão disponíveis eletronicamente

para 86 bibliotecas, quase 12 mil pesquisadores e cerca de 115 mil estudantes de

graduação e pós-graduação de cinco universidades paulistas, mais o Centro

Latino Americano de Informação em Ciência da Saúde — Bireme.

O primeiro projeto de Revistas Eletrônicas aconteceu em 1992 através da

Elsevier, uma editora holandesa, que colocou à disposição de alguns

pesquisadores 42 títulos de periódicos, projeto este chamado TULIP. Foi seguida

pela AAAS (editora da Science) e pela OCLC.

A Elservier Science disponibiliza um programa de assinatura eletrônicas,

chamado Science Direct – http://www.sciencedirect.com, que oferece versões

eletrônicas dos periódicos publicados pela Elsevier.

Ü ProBE – http://www.probe.com

O Programa Biblioteca Eletrônica – ProBE foi lançado em maio de 1999 e

oferece para a comunidade científica, acadêmica e administrativa das instituições

consorciadas a consulta ágil e atualizada, por meio eletrônico, a textos completos

de revistas científicas internacionais através da Rede ANSP – Academic Network

of São Paulo.

O ProBE reúne em consórcio a Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo – FAPESP, a Universidade de São Paulo – USP, a

Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho"- UNESP, a Universidade

Estadual de Campinas – UNICAMP , a Universidade Federal de São Carlos -

UFSCar , a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e o Centro Latino-

Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde –

BIREME/OPS/OMS. A partir de agosto de 2000, ingressaram progressivamente

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no Consórcio mais 33 (trinta e três) Instituições de Ensino e Pesquisa situadas no

Estado de São Paulo e três Fundações.

O Programa disponibiliza o acesso eletrônico aos textos completos de 840

títulos de periódicos internacionais da editora Elsevier Science Inc;178 títulos da

Academic Press; 38 títulos da HighWire Press; 682 títulos de diversas editoras

das áreas de Humanas e Exatas fornecidos pelo Gale Group; 498 títulos das

editoras MIT Press, Blackwell Science e Blackwell Publishers, fornecidos pela

Ebsco; 63 títulos brasileiros, 20 títulos chilenos e 5 cubanos do Scielo.

Por meio da CAPES possibilita, também, o acesso a 37 títulos da American

Psychological Association; 38 títulos do American Insitute of Physics e a 20 títulos

da área de Ciências da Saúde fornecidos pela OVID, totalizando 2.419 títulos de

revistas eletrônicas no ProBE, até o momento.

Disponibiliza, ainda, o acesso às bases de dados MEDLINE e ERIC e, por

intermédio da CAPES, a mais 9 bases de dados referenciais.

Ü UMI’s catalog of ProQuest Electronic Reference Sources –

http://wwwlib.umi.com/

Produção em formato eletrônico de coleções de pesquisas, diretórios,

dissertações, jornais, periódicos, índices e livros

Ü SilverPlatter Information, Inc. – http://www.silverplatter.com

Acesso à plataforma para bancos de dados bibliográficos para acadêmicos,

pesquisas biomédica e científica.

Ü SWETS – Subscription Service – http://www.swets.nl

Serviço eletrônico que oferece às bibliotecas e aos seus usuários um ponto

central para o acesso e a administração das publicações eletrônicas

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Ü Editora/publicadoras de periódicos eletrônicos e de bases de dados:

Acadêmic Press (http://www.apnet.com) cerca de 175 periódicos

eletrônicos;

Blackwell (http://navigator.blackwell.co.uk) serviço que indexa 360

periódicos e permite a entrega através da Web;

EBSCO (http://www.epnet.com) entrega texto integral e imagens, EBSCO

Publishing (EP) oferece 35 bases de dados de arquivos de texto integral;

Elsevier (http://scienceserver.orionsci.com e http://mcdougal.elsevier.com)

oferece desde 1995 o Elsevier Electronic Subscriptions possibilitando as

bibliotecas acessarem 1100 periódicos;

HighwirePress (http://highwire.stanford.edu) é uma unidade da Stanford

University Libraries, que oferece 12 periódicos na íntegra, sendo que nove destes

periódicos são isentos de custos ao assinante;

Institute of Phisics (http://www.iop.org) introduziu em janeiro de 1996 o

serviço IOP's Electronic Journals proporcionando aos assinantes institucionais o

acesso integral aos 33 títulos antecipando semanas ou meses antes das

publicações impressas;

John Hopkins University Press (http://muse.jhu.edu) oferece mais de 40

periódicos nas áreas de ciências sociais e humanidades;

OCLC (http://www.oclc.org/oclc/menu/eco.htm) operaciona o Electronic

Collections Online (ECO) que atua com cerca de 500 títulos;

OVID (http://www.ovid.com) possibilita a assinatura de 320 títulos em texto

integral para bibliotecas;

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Springer (http://link.springer-ny.com) oferece cerca de 180 títulos através

da Web;

Swets (http://www.swetsnet.com) começou em 1997 com 600 periódicos,

sua meta é 3500 periódicos. As tabelas de conteúdos (TOC - Tables-of-contents)

para todos títulos de texto integrais são passíveis de navegação gratuita para

qualquer indivíduo que disponha de acesso Web.

5. 2 ENDEREÇOS DE ALGUNS IMPORTANTES PERIÓDICOS EM FORMATO

ELETRÔNICO RELACIONADOS À ÁREA DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA

DA INFORMAÇÃO

Ü Revista Transinformação – http://www.puccamp.br/~biblio/trans.html

Da Faculdade de Biblioteconomia da Pontifícia Universidade Católica de

Campinas (PUCCAMP) - Campinas - São Paulo - Brasil. Com acesso ao texto

completo, texto em arquivos HTML.

Ü Revista Brasileira de Informática na Educação – http://www.inf.ufsc.br/sbc-

ie/revista/

A revista terá como objetivo reunir em uma publicação os trabalhos dos

profissionais e pesquisadores na área de informática na educação, procurando

disseminar métodos e técnicas para o uso efetivo do computador no processo

educativo, de acordo com a realidade brasileira.

Ü Revista da ACB – Biblioteconomia em Santa Catarina –

http://www.ced.ufsc.br/bibliote/acb/publicacao.html

Revista da Associação Catarinense de Bibliotecários. A partir de 1998

oferece sumário online.

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Ü Revista de Biblioteconomia de Brasília – http://www.livroonline.com.br/rbb

Revista da Universidade de Brasília, a partir de dezembro de 1996 a revista

esta na íntegra on-line. Recentemente voltou a ter sua edição em caráter

experimental.

Ü Perspectivas em Ciência da Informação –

http://www.eb.ufmg.br/pci/default.htm

Publicação semestral da Escola de Biblioteconomia da Universidade

Federal de Minas Gerais - UFMG. Foi lançada em 1996, em substituição da

Revista de Biblioteconomia da UFMG. Somente os sumários estão disponíveis

on-line.

Ü Revista da ACB – Biblioteconomia em Santa Catarina –

http://www.ced.ufsc.br/bibliote/acb/publicacao.html

Revista da Associação Catarinense de Bibliotecários. A partir de 1998

oferece sumário online.

Ü Revista de Biblioteconomia de Brasília – http://www.livroonline.com.br/rbb

Revista da Universidade de Brasília, a partir de dezembro de 1996 a revista

está na íntegra on-line. Recentemente voltou a ter sua edição em caráter

experimental.

Ü Ciência da Informação On-line – http://www.ibict.br/cionline/

Revista da Ciência da Informação On-line. Versão on-line com acesso ao

texto completo via arquivos PDF (Acrobat). Também pode ser pesquisado o

índice retrospectivo, via Web (a partir de 1972- ).

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Ü Computers in Libraries – http://www.infotoday.com/climag/ciltop.htm

Periódico mensal que discute o impacto da tecnologia no ambiente e

serviços das biblioteca. Disponibiliza alguns textos completos, e alguns resumos.

Ü DATAGRAMAZERO perspectivas em ação – http://www.dgz.org.br/

Disponibiliza textos na íntegra nas áreas de ciência da informação e

biblioteconomia.

Ü Encontros Bibli: Revista de Biblioteconomia e Documentação da UFSC –

http://www.ced.ufsc.br/bibliote/encontro

Primeiro (lançado em maio de 1996) periódico eletrônico brasileiro na área

de biblioteconomia e documentação, publicado pelo Departamento de

Biblioteconomia e Documentação da Universidade Federal de Santa Catarina.

Somente disponível em versão eletrônica.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão de literatura que foi possível realizar como trabalho final de curso

revestiu-se de um caráter modesto, apesar de um imenso esforço realizado no

sentido de pesquisar e reunir fontes bibliográficas sobre a seleção de documentos

eletrônicos e a gestão da informação. O primeiro corresponde a um assunto

pouco explorado e contemplado pela bibliografia disponível em língua portuguesa.

Por outro lado, tal revisão de literatura que tomou o lugar de um estudo

sobre essa área – muito preso à conclusões dos poucos especialistas que se

voltaram, sobretudo em nosso país, à sua investigação mais sistemática – não

revelou nenhuma pretensão à exaustividade.

Convém esclarecer que as referências bibliográficas desses trabalhos,

verdadeiros marcos históricos no processo de construção do conhecimento na

formação de coleções em meio eletrônico, foram incluídas nas bibliografias

citadas e consultadas desta monografia, visando enriquecê-la.

As novas tecnologias da informação aparecem como elemento-chave no

processo de mudanças dos paradigmas informacionais estabelecidos.

Desse modo, acredita-se ter chegado a hora das instituições ligadas à

formação dos profissionais de área de informação preocuparem-se em, de

alguma maneira, fornecer informações que atendam às necessidades dos

usuários e do mercado neste novo século.

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De forma geral, um sistema tem que atender às necessidades de dois

processos fundamentais, sendo um de captação dos dados e outro de utilização

das informações geradas. Assim sendo, ambos, seja para a correta captação de

dados ou para disseminação e uso de seus resultados.

Essa organização deve incorporar mecanismos necessários para a

alimentação dos dados na própria lógica do sistema que está sendo implantado e

também direciona-la para que os seus resultados sejam gerados de forma a

atender aos anseios de utilização pelo seus usuários.

Ainda que a importância da informação venha a crescer no futuro, como

poder ela tenderá a tornar-se cada dia mais efêmera. O conhecimento, a

informação e a tecnologia não param de evoluir, porém tornam-se obsoletos ou

“envelhecem” com uma rapidez cada vez maior. A tendência é que o

conhecimento, a tecnologia e a informação venham a ser rapidamente aplicados

ou utilizados e, portanto, de alguma forma partilhados, ou se desatualizarão e

perderão o seu valor de oportunidade ou econômico.

Para que isso tenha efeito é necessário uma reestruturação administrativa

da biblioteca e/ou unidade de informação e, segundo Marchiori (1997, p. 122):

A reengenharia das bibliotecas passa pela realocação de recursos de pessoal, equipamentos e espaço voltados para o contato mais direto com o cliente e tendo em vista o oferecimento de serviços. Assim, o futuro dos recursos de informação, incluindo as próprias coleções de bibliotecas, exigirá atividades multiinstitucionais e multiconstituídas, levando bibliotecários e outros especialistas de informação de variadas formações, instituições e funções e trabalhar em conjunto, assim como utilizar diferentes fontes e formatos de informação. Isto irá requerer acesso físico a coleções, a sistemas de acesso e um direcionamento à informação eletrônica, em que os bibliotecários trabalharão como interfaces, sendo responsáveis por consultas, provendo acesso a redes, recuperando e organizando bases de dados, ampliando suas habilidades de comunicação junto ao usuário.

O trabalho ressaltou o surgimento da informação em outros suportes e as

vantagens da utilização dos mesmos na formação e desenvolvimento do acervo.

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É necessário, como destacado por Cunha (p. 38 deste trabalho) que se

promova a democratização e a disponibilização destes recursos ao maior número

de pessoas.

O bibliotecário responsável pela seleção/aquisição necessita estar atento à

inovação e ao crescimento de tipos de obras, como referências e periódicos, que

vêm surgindo no formato eletrônico e observar as vantagens e desvantagens na

utilização dos novos suportes, estudando a possibilidade da substituição às

publicações em papel.

É importante que os bibliotecários procurem estar a par das inovações

tecnológicas, incluindo a possibilidade de consultar um profissional na área de

informática para auxiliar na elaboração dos critérios de seleção.

Vale informar que os documentos ditos eletrônicos não vieram para

substituir os documentos impressos, mas para serem usados como um

complemento, ou seja, mais um aliado na busca incessante da informação.

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7 OBRAS CITADAS ANDRADE, D. C. Critérios para aquisição de livros: o caso das ciências sociais e humanidades. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, p. 40-55, jan./jun. 1992. ______;VERGUEIRO, W. Aquisição de materiais de informação. Brasília : Briquet de Lemos / Livros, 1996. 118 p. COSTA, Suely de Souza. Impactos sociais das tecnologias de informação. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 19, n. 1, p. 3-22. jan./jun. 1995. CRONIN, Blaise; McKIN, Geofrrey. Internet. In : IBICT. A Informação: tendência para o novo milênio. Brasília : IBICT, 1999. 211 p. CUNHA, Leo. Publicações científicas por meio eletrônico: critérios, cuidados, vantagens e desvantagens. Perspect. Cien. Inf., Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 77-92, jan./jun., 1997. CUNHA, Murilo Bastos. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecas brasileiras. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 2, p. 182-189, maio/ago., 1994. DE PAULA, Lícia Pupo. Novas tecnologias e bibiotecas: uma síntese. R. Bras. Bibiotecon. e Doc., São Paulo, v. 25, n. 1/2, p. 42-53, jan./jun. 1992. FERREIRA, José Rincón. O impacto da tecnologia da informação sobre o desenvolvimento nacional. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 1, p. 9-15, jan./abr. 1994.

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FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Desenvolvimento e avaliação de coleções. 2. ed., Brasília : Thesaurus, 1998. 237 p. _______. Metodologias para avaliação de coleções: incluindo procedimentos para revisão, descarte e armazenamento. Brasília: IBICT, 1985. vi, 54 p. ______. Novas tecnologias: impacto sobre a formação de coleções. Perpec. Ci. Inf., Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 245-254, jul./dez. 1996. ______. As novas tecnologias: previsões e realidades. Ci. Inf., Brasília, v. 24, n. 1, p. 110-118, jan./abr. 1995. _______. Seleção de livros. Est. Avan. Bibliotecon. , Brasília, v. 1, p. 1-48, 1982. _______. Seleção e aquisição de material em bibliotecas universitárias brasileiras. In : SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1981. Brasília. Anais ... Brasília : CAPES, 1981. 378 p. ______. Texto avançados em referência & informação. São Paulo : Polis, APB, 1996. 124 p. (Coleção Palavra-chave, 6) FIUZA, Marysia Malheiros. Contribuições para a tomada de decisão no processo de seleção em bibliotecas. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 8, n.2, p. 131-140, set. 1979. FOSKETT, D. J. Serviço de informação em bibliotecas. São Paulo : Polígono, 1969. GELFAND, Morris A. Política de aquisição em bibliotecas universitárias: planos e programas, individuais e cooperativos de formação de acervos. R. Bibliotecon. Brasília, v. 2, n. 2, p. 155-165, jul./dez. 1974. LANCASTER, F. W. Ameaça ou oportunidade? O futuro dos serviços de biblioteca à luz das inovações tecnológicas. R. Esc. Biblioteconomia UFMG, Belo Horizonte, v. 23, n.1, p. 7-27, jan./jun. 1994. LEVACOV, Marília. Bibliotecas virtuais: (r)evolução? Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 2,p. 125-135, maio/ago., 1997.

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LIMA, Regina Célia Montenegro de; FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Seleção e aquisição: da visão clássica à moderna aplicação de técnicas bibliométricas. Ci. Inf., Brasília, v. 13, n. 2, p. 137-150, jul./dez. 1984. MARCHIORI, Patricia Zeni. “Ciberteca” ou biblioteca virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de informação. Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 2, p. 115-124, maio/ago. 1997. MARQUES, Eugênia Vale. Introdução aos sistemas de hipertexto. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 24, n. 1, p. 85-111, jan./jun. 1995. MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 2. ed. , rev., atual. São Paulo : Ática, 1996. 519 p. (Série Temas, 49) MASUDA, Yoneji. A sociedade da informação como sociedade pós-industrial. Rio de Janeiro : Ed. Rio, 1982. 212 p. MIRANDA, Antonio. Biblioteca universitária no Brasil: reflexões sobre a problemática. Brasília : CAPES, 1978. 36 p. ______. Seleção, aquisição e descarte de livros: um texto para principiantes. Cad. Bibliotecon., Recife, n. 4, p. 57-69, dez. 1981. ______. Seleção de material bibliográfico em bibliotecas universitárias brasileiras: idéias para um modelo operacional. Brasília : CAPES, 1978. 36 p. ROSETTO, Marcia. Os novos materiais bibliográficos e a gestão da informação: livro eletrônico e a biblioteca eletrônica na América Latina e Caribe. Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 1, p. 54-64, maio/ago. 1997. ROWLEY, Jennifer. Informática para bibliotecas. Brasília : Briquet de Lemos / Livros, 1994. 307 p. RUTLEDGE, John; SWINDLER, Luke. The selection decision: defining criteria and establishing priorities. Coll. Res. Libraries, California, v. 48, n. 2, p. 123-131, mar. 1987.

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SANTOS, Marilda C. Leite dos; NOVELLI, Valéria A. Moreira; SILVA, Valéria de Assumpção Pereira da. Processo de seleção: análise de critérios para materiais em formato eletrônico. Netscape, São Paulo, Set. 1999. Disponível em: <file:///cnetscape/anais/trabalho/sessao/processo.htm>. Acesso em: 23 set. 1999. SHAUGHNESSY, Thomas W. The library director as change agent. Journal of Library Administration, v. 22, n. 2/3, p. 43-56, 1996. SHERA, Jesse. Epistemologia social, semântica geral e biblioteconomia. Ci. Inf., Brasília v. 6, n. 1 p. 9-12, 1977. TEIXEIRA, Cenivalda Miranda de Sousa; SCHIEL, Ulrich. A Internet e seu impacto nos processos de recuperação da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 1, p. 65-71, jan./abr. 1997. VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, 1989. 95 p. (Coleção Palavra-Chave, 1) ______. Desenvolvimento de coleções: uma nova visão para o planejamento de recursos informacionais. Ci. Inf., Brasília, v. 22, n.1, p. 13-21, jan./abr. 1993. ______. Seleção de materiais de informação: princípios e técnicas. Brasília : Briquet de Lemos/Livros, 1995. 110 p.

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8 OBRAS CONSULTADAS AMARAL, Sueli Angelica do. Marketing da informação eletrônica. Ci. Inf., Brasília, v. 23, n. 2, p. 226-232, maio/ago. 1994. BARSOTTI, Roberto. A informática na Biblioteconomia e na Documentação. São Paulo : Polis, APB, 1990 127 p. (Coleção Palavra-chave, 2) CALDAS, Ricardo W. ; AMARAL, Carlos Alberto A. do. Mudanças, razão das incertezas : introdução à gestão do conhecimento. São Paulo : Editora CLA Cultural, 2002. 123 p. CHARTIER, Roger. Do códice ao monitor: a trajetória do livro. Estudos Avançados, IEA/USP, v. 8, n. 21, p. 185-199, 1994. CHEN, Ching-Chih. As tecnologias multimídia. In : IBICT. A Informação: tendência para o novo milênio. Brasília : IBICT, 1999. 211 p. CÔRTE, Adelaide Ramos et al. Avaliação de softwares para bibliotecas. São Paulo : Polis, APB, 2000. 108 p. (Coleção Palavra-chave, 11) CUNHA, Murilo Bastos da. Bases de dados no Brasil: um potencial inexplorado. Ci. Inf., Brasília, v. 18, n. 1, p. 45-57, jan./jun. 1989. FERREIRA, Sueli Mara S. P. Biblioteca do futuro: sonho ou realidade? Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 2, p. 113-114, maio/ago. 1997. HENNING, Patricia Corrêa. Internet @RNP.BR: um novo recurso de acesso à informação. Ci. Inf., Brasília, v. 22, n. 1, p. 61-64, jan./abr. 1993.

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LABARRE, Albert. História do livro. São Paulo : Cultrix ; Brasília : INL, 1981. 105 p. LÉVY, Pierre. O que é virtual. São Paulo : Ed. 34, 1996. MARCONDES, Carlos Henrique; GOMES, Sandra Lúcia Rebel. O impacto da Internet nas bibliotecas brasileiras. Transinformação, v. 9, n. 2, maior/agosto, 1997. Disponível em: <http://www.puccamp.br/~biblio/marcondes92.html>. Acesso em: 07 abr. 2000. MELO, Aristeu Gonçalves de. O controle bibliográfico no Brasil: uma proposta. Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1981. 98 p. MIRANDA, A. Seleção, aquisição e descarte de livros: um texto para principiantes. Cad. Bibliotecon., Recife, n. 4, p. 57-69, dez. 1981. MULTIMEIOS: seleção, aquisição, processamento, armazenagem, empréstimo / Maria Lures Rocha Perota (compilação e organização). 4. ed. Vitória : Edufes, 1997. 194 p. ROSETTO, Márcia. Uso do Protocolo Z39.50 para recuperação de informação em redes eletrônicas. Ci. Inf., Brasília, v. 26, n. 2, p. 136-139, maio/ago. 1997. SUAIDEN, Emir José. Novas tecnologias em bibliotecas. R. Bibliotecon., Brasília, v. 18, n. 2, p. 115-125, jul./dez. 1990. TRACY, Laquey; RUYER, Jeanne. O manual da Internet: um guia introdutório para acesso às redes globais. Rio de Janeiro : Editora Campus, 1994. 270 p. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Apresentação de Trabalhos Monográficos de Conclusão de Curso. 5. ed. rev. ampl. por Estela dos Santos Abreu e José Carlos Abreu Teixeira. Niterói: EdUFF, 2001. 65 p. VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Estabelecimento de políticas para o desenvolvimento de coleções. R. Bibliotecon. Brasília, Brasília, v. 15, n. 2, p. 193-202, 1987. ______. O futuro das bibliotecas e o desenvolvimento de coleções: perspectivas de atuação para uma realidade em efervescência. Perspect. Cienc. Inf., Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 93-107, jan./jun., 1997.