a coflfliftgrftÇÃo europÉa - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf ·...

16
N.° 159 S. Paulo, 31 de Outubro de 1914 ANNO IV ' **>W ~^S "N^"v* * >v ^ v //\?WBa\Ma\m\m\. ^^^Rlli_h.Om ?\ S&Êk. ÍOb ?i^\ \ [X^^r." A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA &^_rtÉ_H : . aÊULjêmW ^_^__S¦¦T * Jf^^ * ammm i O CONQUISTADOR

Upload: vuonghanh

Post on 07-Feb-2019

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

N.° 159 S. Paulo, 31 de Outubro de 1914 ANNO IV' **>W ~^S "N^"v* *

>v ^ v // WBa\ Ma\m\m\. ^^^Rlli_h. Om \ S&Êk. ÍOb i^\ \ X^^r."

A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA

^_rtÉ_H: .

aÊULjêmW ^_^__S¦¦ T * Jf^^

* ammmi

O CONQUISTADOR

Page 2: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

.

®^=! O PIRRALHO ~ ^®

A FELICIDADE¦ ¦¦- .Y.- '. v .-- . f f~X ¦ ' ""'- "'-r' \ ¦>, ,'¦ ¦' -.- >'¦• :,í -- . .

Sociedade Mutua de Pecúlios por NASCIMENTOS, CASAMENTOS e MORTALIDADEr" Approvada ^autorizada a funccionar em toda a Republica pèlòs decretos Ns. 10.470 e 10.706 \

' K i^A- ¦• •'¦'.:'•

PECULI PAGOS MAIS DE 350:0 00

Todos os que se inscreverem até 31 de Dezembro de 1914, nas séries de casamentoreceberão os pecúlios um anno depois da inscripção.

J)épois da inscripção os mutualistas podem casar quando quizerem.

Quem se inscrever nas séries de nascimento, até o fim do corrente anno, será chamado umezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber.

õ nascimento pode dar-se em qualquer tempo.

Todo ò sócio que propuzer outro para a sua série terá a seu credito a importância decinco contribuições.' Depois de completas as séries, por cada oito chamadas feitas, a sociedadedispensará as contribuições dos mutualistas para as duas chamadas immediatas.

Sede Social: RUA S. BENTO N. 47 (sob.) ¦ Caixa Postal, U ¦ Telephone, 2588-====== SÃO PAULO .'.-

¦_.'> ,-'" r* : '.-...

. ',''¦¦'•¦

QüBRBM A FELICIDADE?BBS NADA MAIS EACIL!

E' em S. PAULO, á Rua S. Bento N. 28 — Caixa Postal, 1062Agencias em todo o Brazil — Succursal no RIO á Rua Marechal Floriano, 15 — Caixa Postal, 697

ALCANÇA-SE ISTO INSCREVENDO-SE 0 MAIS BREVE POSSÍVEL NA"CAIXA DOTAL I>E> S, PAULO"

Approvada e auctorisadà pelo Decreto N. 10996, do Governo Federal

Esta caixa constitue òotes para Casamentos, Nascimentos e tem uma Secção de Seguros contra FogoA tabeliã -petríx essas séries é:

CASAMENTOS

Serie A — 2:ooo$oooJóia . 20$000 — Contribuição para cada casamento

1$000 — Sello e diploma 4S000.Serie B — 5:ooo$ooo

Jóia . 50$000 — Contribuição para cada casamento•2SÕ00 — Sello e diploma 58200.Serie C — lo:ooo$ooo ~ ~", .

Jóia . 100$000 - Contribuição para cada casamentoõ$000 — Sello e diploma 6$300.

Serie D — 2o:ooo$oooJóia . J50S000 — Contribuição para cada casamento .

10$C00 — Sello e diploma 7$4O0.Serie Especial — 5o:ooo$ooo

Jóia . 500$000 — Contribuição paru cada casamento30S000 — Sello e diploma Í5$100. -|

2V A. S C I MES NC T O

Serie I - - 2:ooo$oooJoia . 20$000 — Contribuição para cada nascimento' 1$000 — Sello e diploma 4$100.

Serie II — 5:ooo$oooJoia . ;">0$000 — Contribuição para cada nascimento

2$500 — Sello e diploma õ$200.

Serie III — 10:ooo$oooJoia . 100$000 — Contribuição para cada nascimento

5$000'— Sello e• diploma 6$300.

A pedido inviamos estatutos e prospectos - Prodígios cio ]LV£ tito ali sino !!

Page 3: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

5. Paulo, 31 dè Qutübro de 1914Numero 159 Semanário Illustrado

de Importância: : : : : evidente wà

£JY Caixa do Correio, 1026

IÉ'è<í«CrtÇt^O'X-

RUA 15 DE NOVEMBRO, 5Õ-Bi^^

j4ota Política

Faltam quinze dias para o Marechal

deixar o poder!..Um sospiro de allivio vive bailando

á flor de todos os lábios, um regosijo

intimo palpita em todos osseios^ nesse,

doceantegoso do dia de amanhã..

0 marechal vae deixar o governo.0 .effeito moral desta phrase é tão

grande, que a, gente custa a acreditarEa sua realisação! Vae terminar atragédia de um povo!

Vae cahir o panno!Haverá palmas? Não. A platéa está

tão impressionada com essa obra desangue e de roubo, de lama e de mi-seria que, não terá flores para atirarna, cabeça dos artistas, mas só teráódio e desprezo por esses infames ven-di Ihões da nossa honra, tão mal ellesinterpretaram os papeis que o povoconfiou a, outros, bastante dignos, a 1.°de Marco de 1909.

E o Marechal sairá coberto de bal-does e de ridículo, tendo na vdia quelhe dará o povo, a reprovação aosseus actos de boçal, praticados nestesquatro annos, em que o Brasil se de-bateu sob os garras desse ignóbil esatânico caudilho Pente.

E hoje, em que a aurora da liberdade pallidamente se nos annuncia denovo, com o fim deste vergonhoso sitioque nos infelicitou, annunciam os jor-naes, que o Marechal se transfere comsua família para Petropolis, onde vaeresidir.

O Pente-Fino, esse cuja alma é oeterno palco do trágico bailado dosremorsos que lhe affligem, com o seuolhar de scellerado, esse estará porcerto na sua fazenda de Campos, cy-nicamente mattando a sua nostalgiado leno....

São os dois corridos das suas própriassombras, toupeiras da popularidade,figuras tragi-comicas dessa dolorosaepopea de quatro annos-que infelicitouo Brasil.

Felizmente, o Marechal vae deixaro governo !!! Basta.

D.

Guido Pòdrecca-00-

As trombetas da Fama annunciaram, com

retumbante estardalhaço,-a vinda de Guido

Pòdrecca, ao Brasil. Os reclamos pomposos

que se fizeram em torno-do nome desse pre-

gador inoffensivo, desse apóstolo de uma

causa morta, desse proselytp de uma religião

abatida pela guerra actual, collocaram-n'o

numa posição manifestamente encommoda '

muito mais próxima do ridiculo do que visinha

da gloria. Guido Pòdrecca, talvez sob as-

ordens de um empresário ganancioso, vem á

America dizer verdades muito sabidas sobre

as condicções actuaes da vida da humani-

dade, mas aos ma1 es que apontou não ap-

plicou um antídoto e ás desgraças que enu-

merou não oppoz um dique. Tratando da

dôr o illustre director do «L'Asino» revê-

lou-se um poeta; analysando a miséria do

operário assoberbado pela fome, o fogoso

tribuno demonstrou que possuía grandes-conhecimentos de arte culinária, pois as

suas rninestras são outras tantas serpentes

tentadoras. Emfim, fallando do problema da

felicidade Guido Pòdrecca patenteou que

tinha idéas philantropicas e que abrigava

dentro de seu peito de meridional ardente

a crença em uma possivel redempção para

a humanidade soffredora. Acredito piamente

nos sentimentos piedosos do conferencista

italiano, no seu talento brilhante servido

por uma regular cultura, mas não o acho

digno dos foros de celebridade que lhe em-

prestaram, com flagrante injustiça.

O orador italiano é fluente, imaginoso,

hábil, e possue qualidades que o tornam

um conferencista ameno e desejado, isso,

porém, não quer dizer que elle seja o de-

molidor perigoso, o apóstolo convincente, o

colloso que por «hi apregoam. A Igreja sof-

freu, como era de esperar, as investidas do

snr. Guido Pòdrecca.

Sobre esse thema, apoiado nas utópicas

doutrinas dos mestres laureados do sócia-

lismo, o snr. Pòdrecca bordou umas phan-tasias doiradas e teceu uma teia subtil, de-

licada, que de tão frágil não supporta o

movimento da aza de um pequenino insecto.

Criticas acerbas partidas de espíritos, quetêm jurisdicção sobre o mundo intelleclual

dos povos de todos os continentes, tem sof-

frido a Igreja, tem supportàdo Deus, queem sua gloria suprema não pôde ser attin-

gido pelas arengas de caradoves de reputa-

ção, parladores triviaes que mais agem pelointeresse de que por convicção. O mundo

é governado pelo. ecletismo - filho dilecto

do^bom senso — e este nos aconselha que,acceitemos a religião catholica como sendo»

a que está mais próxima da verdade objec-

tiva.Essa religião que conta em feu seio com

uma figura sobrenatural como é a de Christo,- cujo valor é até reaffirmado pelo séeptico-

Kénan e pelo maniaco Binet-Sanglé - essa

religião que soffreu os ataques de Comte,

de Littré, de Voltaire, de Guerra Junquoiro^

de Buy Barbosa, hoje á ella convertido, e

que não ruiu, pôde zombar das caricatas

pretenções iconoclastas desse Pòdrecca de

rnusic-haU, desse socialista que nâo passade guarda de um jazigo. Guido Pòdrecca^

da sua excursão pelo Novo Mundo, levará

a certeza de que o Brasil não comparecerá

de cócoras na arena em que se terçam as.

armas do intellectualismo.

Aqui o nosso hospede verificou a nossa fé,,

o nosso progresso e também a nossa tole-

rancia para com aquelles que aportam ás.

nossas plagas. A nossa captivante gentileza

para com o conferencista italiano, que entrfr

nos ainda se acha, foi ao ponto de os estu-

dantes da Faculdade de Direito de S. Paulo,

levarem-n'0 para o seu seio como soe uni-

camente acontecer com as verdadeiras ceie-:

bridades que nos visitam.

A mocidade paulista foi por demais gentil,,e a esse gesto que sensibilisaria um bárbaro,

Pòdrecca respondeu com uma objurgatoria

contra a Igreja, com uma catilinaria contra,

o clero.Guido Pòdrecca, com os seus argumentos.

de uma fragilidade vitrea, não conseguirá

certamente impressionar ninguém e não an-

gaviará adeptos para o seu credo fanado.'

Se alguma coisa obtiver será o sceptro de

cavador e a coroa da ingenuidade...

Jairo de Góes.

Page 4: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

®5ÊE3 ^^= 0 piKRALHO __=== ^©

COISAS DA RUA

O meu amigo Febronio, o ineffavelassassino do meu tédio, appareceu-meoutro dia pela frente, esbaforido e re-jubilante...

Foi bem em frente a uma casa decambio. Uma porção de libras, ama-rellas e luzentes, esparramadas na vi-trine, "tentavam-nos ao peccado " dis-se-me elle.

E Febronio fitou o céo, olhou as, esparramou o ornar pela

e meneando a cabeça disse-melibrasRuacheio de fél: Ha tanta luz pelo céo;a grande libra que é o sol, dispedechispas no immenso azul; aquella nuv-vem esgaseada que lá está, não pareceuma filigrana de prata bordando esseimmenso dilúvio de sói?

Esse immenso azul não nos dá poracaso uma idéia de paz e de riqueza?

Esta mólle humana que se agita,

febrilmente nesta "grossa veia poronde corre o sangue do progresso,"não nos dá uma idéia de trabalho e,portanto de remuneração e de lucro?

Oh! meu caro .. Pelo que vejoestás hoje entoxicado pela idéia dedinheiro....

Não, não é isso. Eu me desani-mo vendo a explendida matéria primaque nos podia fazer um grande povo,assim desprezada, assim inútil... Eno entanto, que vês por ahi afora?...

Simplesmente a crise no seu terríveldespudoramento absoluto. A crise, acrise, é o estribilho amado que viveem todos os lábios. E os falsos pobres,os que não sabem o que seja essa crea-tura deshumana que attende pelo no-me de crise e que actualmente temo seu campo de actividade, em nossopaiz, esses, fazem-na de facto existir,porque, retendo os seus capitães, pa-ralvsam a constante marcha commer-ciai do povo.

mãm.::•;.';..'. •:::.::;;;;. ;.í::,::::::::. .-v

XXj

Dr. iVICOLAÜ FAIVÜBLB

Deve chegar hoje a esta capital o jornalismo e na política.corpo do saudoso dr. Nicolau Fanuele,fallecido em Gênova para onde foraem busca de melhoras.

Infelizmente a morte, quando menosse esperava, trancou a brilhante car-reira iniciada pelo distincto moço no

O "Pirralho", publicando o seu re-trato, presta uma especial homenagema quem íoi em vida uma intelligenciade escól, um caracter perfeito e umaactividade incançavel.

Estás amargo, meu caro.Não estou. Tudo isso é a verdade.

Eu, que como sabes, sempre tivefartos honorários, na rendosa profissãoque abracei, nunca os tive tão redu-zidos como agora. Não me dão nempara as minhas despezas mensaes. Apropósito, venho de pagar o leiteiro.Sabes como consegui que, apezar dogrande atrazo meu no pagamento, ellecontinuasse a fornecer-me? Conto-te.Mandou-me elle a conta diversas vezes.Em nenhuma dellas pude satisfazel-o.

Influenciado talvez pela troca deuUimatiims das nações européas, o ban-dido mandou-me também o seu: ou eupagava ou estaria suspenso o forneci-mento de leite.

Recebi essa nota, cocei o queixo,passei a mão pela cabeça, cruzei osbraços sobre o largo peito, como ogenial Napoleão, chamei a minha Se- «nhora, mandei vestir graciosamenteos meus filhinhos e.... mandei acreada chamar o leiteiro. Esperei. El-le chegou. Fil-o entrar e sentar-se ecomecei a descompol-o nos seguintestermos: o senhor é ura deshuma.no, umperverso, um máu!..

Enfureceu-se o leiteiro.Tremenda discussão travamos, até

que enfim, a um signal convencionadoentre mim e a creada, fiz entrar nasala os meus três filhinhos. Os peque-nos entraram alegremente e o maisnovinho atirava um doce sorriso efazia uma carêtazinha ao iracundo ehorroroso leiteiro. Com ares já de vic-torioso eu lhe disse:

Veja o senhor: Que culpa tem essascreanças, (nesse momento, o maisnovo, o de um anno, sorria) de queeu não lhe possa pagar pontualmenteas minhas contas?

E o senhor as quer mattar de fome?É ou não uma deshumanidade? Aspalmas dos dois mais velhos coroaramessas minhas ultimas palavras.

E o leiteiro, desarmado diante dosorriso bom e são da infância, fitouas creanças (aliás bonitinhas) pegouno seu chapéo levantou-se e disse-mesorrindo: O Senhor paga quando puder.Continuarei a mandar o leite.

E assim, meu caro, os meus filhosme ajudam desde novos. Não fora acrise....

Despedindo-me do meu ineffavel eintelligente Febronio, subi ao estribodo meu bonde e de longe ainda o cum-primentei, vendo-o desabaladamenterir-se, da victoria infantil dos seusfilhinhos —

Marcus Priscus

Page 5: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

§^"P=== O PIRRALHO ljEÜRg^t ^^Q

AS GARTAS D'ABAX'0 O PIQUES

A Guerre contro os Fanático

Continuaçó da grande bataglia

Guritiba - Paraná - Bó Retiro.

As urfcima nutiça arricibida da guer-re stó cianunicanclo che non tive ni-sei una arteraçô di vantaggio né d'unlado né do ôfcro. O Piedadó té fazido

gada plano di guerre gotuba, ma oo-enerale inimigo tambê é un águia!

Altrodí o Piedadó tive cumunicaçóchi la cavalleria nimiga stava mar-xáno inzima o inzercito anazionalo.Aóra illo xamó tuttos surdado i mandofazê una brutta valetta che eabevadentro tutto o inzercito, disposa mandotampa cos gáglio secco i butá terrainzima p'ra ninguê apercebe o buraco,furmó o inzercito in ligna di cumbattoi mando clizê p'ra cavalleria nimigache poteva avení.

Intó a cavalleria nimighia vignó chiné un íuracó, i quano furo apassáinzima o buraco, paft! gaíu tutto ládentro! Aóra o Piedadó pigó tuttos imando p'ra gadêia.

Na ala squerdima, desclo Braizté o Bó Ritiro tê tido um cumbattomolto garniçadissimo. In meno di ottosdie di cumbatto giá murrêro treiz per-sona i ficáro íiriclo maise di cleiz.

0 gavallo do Piedadó pigô untiro na perna i fui ricogiido p'ro os-pedalo.

Os fanático fizôro un brutto bom-bardeameuto inzima a fringuizia do 0'i sgangagliáro c'oa cattedrale chi eraun monumento di un brutto valoreartístico. Illa fui inconstruita cinquan-tanno fá, dá o nutabile architetto in-taliano sig. Beppe Gambastorta quanostive aqui o Pietro Caporale. O mundointerigno stá indiguinnado c'oa dis-truiçó dista monumentale opera d'arti«

0 Piedadó acumunicô istu fattop ru Hermeze che mediatamente mandoimpubricá un protesto ingoppa a sessóbbera clu Stá.

• 0 Pignêro Machado dissi chi vaemanda afazê a intervençó inzima osnmattico.

Beífetto!Segondo tiligrammos da agenzia

Stefano o stado morale das troppanazionala non è molto bó.

Stá inveiz una imoralitá indisgr-aziata. Di notte tuttos surdado vó p'rocimema i prus butfcechino afazê farra.

In cumpensaçó quano xega a óradu cumbatto só valente piore d'un lió.

Inda ôtro clí nn surdado do inzer-cito fui pigado suzigno no matto perdeize fanattico i si travo intó un nu-tabile cumbatto chi duro maise di meiaóra. Aóra xigô un brutto risforzo p'rusfanático e intó o nosso surdado abrio pala, i né a gavalleria fui gapazedi pigá elli. Pissoalo gotuba p'ra currê,o pissoalo do inzercito!

U Piedadó mando una garta p'ruHermeze acumunicando che, non pudeinsecutá o prano di cumpra o generale'inimigo pur causa che illo só teniaventisquatro mireis i o generale nimi-

ghio quereva trinta, intó illo fui im-

presta sei milareis do Lacarato, ma oLacarato nun tinha trucado e intó illonon pude fazê o nigozio. 0 Hermezeapassó mediatamente un tiligramo p'raelli dizino che vai alançà un impres-

tomo in Lònclra p'ra cava os seismilareis.

Urtima óra.Non tive nisciuna moclificaçò nas

limia di cumbatto.O Piedadó mando pidí un meiz

di licenza p'ra trattà da zaúde.

Juó Bananére.

Amadeu AmaralNo nosso numero de 14 de Novem-

bro publicaremos um conto inédito dofulgurante escriptor paulista AmadeuAmaral, tão apreciado nos meios lite-rarios de São Paulo e do Eio.

Numa nas ultimas vezes em queesteve entre nós Emilio de Menezes,falou-nos da candidatura do grandeartista cie "Nevoa'* á Academia Brasi-leira de Letras e nós aproveitamos oensejo para divulgar esse facto, certosde que daremos uma gratíssima noti-cia a todos os verdadeiros cultoresdas letras.

0 "Pirralho*" que sempre teve gran-cie admiração o apreço pelo impecca-vol cinzelador do verso, que é AmadeuAmaral, faz votos para que se lhe

preste, embora tardiamente, a mere-cida homenagem de que já se cogitacom muito suecesso e enthusiasmo.

SONETO"^/Ir-

-o

E nós fomos assim pela vida a cantarNum lindo madrigal nosso amor de creainça,Vendo sempre nm fulgor no mais teime luarE no horizonte escuro uma doce esperança.

Doidos a caminhar como párias, sem lar,Fizemos da tormenta uma ideal bonança:Tinhas fome e eu te dava os lábios a beijar,Do frio me abrigava a tua loura trança.

Hoje desilludida eu vejo-te affastarDe mim e tens em vez da natural tristezaUm sorriso feliz nos lábios a bailar.

Mas eu parto também e parto bem contente,Porque levo commigo a gostosa certezaDe nunca, jamais te verei pela frente.. .

Jacintho Góes

Page 6: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

,

•*m* L^Kn^, O PIBKALHO fc=^l

Boletim semanal da Guerracontra os Çanaticos

PELO HERMESDia 25.

O generalissimo Glycerio, Heroe dePapanduva, tomou um porre de cerveiaS. excia. foi muito censurado por esseaeto de desbravura.

Correu o boato de ter sido assassi-nado o Capitão, perecendo também nodesastre o canhão-vovó de s. excia.

O general Sem-Tem-Brino desappa-receu da guerra. Consta que s. excia.foi comido por um jacaré.

Dia 2ti.Foi desmentido o boato da morte

do Capitão.Travou-se hoje uma sanguinolenta

batalha entre a nossa ala esquerda eum corpo do exercito dos fanáticoschefiado pelo general Piedadão Cabeçade Pau. Durante o combate, o generalGlycerio tomou uma bruta constipaçãoe ficou sem nariz. Morreram dois milfanáticos entre mortos e feridos.

Dia 27.O general Sem-Tem-Brino foi encon-

trado na barriga dum jacaré, tirandomeleca do nariz.

O general Glycerio, Heroe de Pa-panduva, passou um pito no Capitãoe pol-o de castigo.

O exercito dos fanáticos alcançouuma pequena victoria, arrancando dasmãos do Capitão o canhão-vovó. S.

, -«¦——g "i

excia. começou a chorar e os fanáticosficaram com medo e entregaram-lhe aimportante presa de guerra.

Dia 28.O general Piedadão brigou com os

fanáticos e passou novamente para asfileiras do general Glycerio.

Foi prorogada a moratória em Pa-panduva.

O general Glycerio, Heroe de Pa-panduva, fez a seguinte pro clamaçâoás tropas:

Sr /—-—-— i -

ii

Valorosos soldados! A guerra já co-meçou, bem o sabeis. Agora é precisoacabal-a. Embora venci dos, a victoriaserá nossa, porque mais vale um ovohoje do que uma gallinha amanhã!

Não tenhaes medo de cobras, porqueas cobras daqui não são venenosas.

Os fanáticos são gente muito boa,porisso tratae-os bem para que não nosacoimem cie bárbaros e malfeitores.

Destrui o inimigo, mas não useisnunca canivetes e navalhas, porquesão armas prohibidas pelo Código Pe-nal. Avante soldados!

Depois da proclamação, foi executadopela banda completa o "Vem cá mu-lator?.

Dia 29.Correu a noticia de ter fallecido no

Hospital militar de Papanduva, por

falta de recursos eleitoraes, o generalPiedadão. Essa noticia ainda não foiconfirmada pelo Supremo Tribunal.

Dia 30.Foi chamada a classe de 89 dos

fanáticos.O nosso exercito recebeu grandes

reforços de bananas, abacaxi e pé demoleque. Foi enviada também umagaita para o Capitão.

O general Glycerio despeitado quizsahir da guerra, mas conformou-se coma sorte.

O general Sem-Tem-Brino tomouuma sova de vara de marmelo e foipregado num poste da Light.

Dia 31.O estado immoral das nossas tropas

é francamente animador.Mareohá.

Estive com aquelle velho, como teu pobre, como dizes.

Elle fallou-me de ti, nos teus olhosclaros que illuminaram a sua miséria,na tua voz que desferio o primeirocanto de piedade que elle ouvio nasua atribulada existência,

Insistio no mágico poder d'essa vozque lhe recordou o riso fresco da in-fanciã, a mulher e os filhos que lá seforam, a éra do trabalho e da felici-dade!

Na radiosa evocação que elle faziaeu também bebi os teus encantos, revia tua silhueta fresca e delgada, recor-dei a ternura luminosa e envolvente doteu olhar, senti, com que emoção, ascaricias quentes e humidas dos teuslábios.

Felizes momentos passamos eu e oteu pobre, evocando-te oh! minha doceamada, sonho do meu sonho!

Contou-me, com lagrimas na vozque lhe roubaram o teu retrato.

Tive pena, uma grande pena dovelho!

Dá-lhe outro, sim? prometto nãoroubal-o!

Homens, mulheres, creanças,Stão num júbilo sem par,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectar...

Page 7: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

0. PIRRALHO

"PIRRALHO" SOC1AI

Dia glacial o de domingo passado.Aquella chüviJiha massante que tanto enerva

e entristece aquelles que, durante a semana

toda, sonham com o dia consagrado ao des-

(<íins0 __ aquella chuvinha foi bem impiedosa.

Não faltavam diversões chies, e era de pre-vêr-se que a natureza emprestasse todas as

suas galas & todas as suas pompas, concor-

rendo com as- luzes de um sói doiràdo e com

todos os seus sorrisos emfim, para maior

brilhantismo dos rendez-voits da nossa genteelegante.

Mas, não foi assim. Ao emvez de um céoazul, sem manchas, cheio de luz, üm pesadocéo londrino cobria, como um pallio dechumbo, a natureza toda.

De modo que, sem o estimulo benéfico daluz, os próprios divertimentos se revestiramdessa nuvem de tristeza que envolvia tudo.Entretanto, bem concorridos estiveram os

pontos chies. O Hyppodromo, o Velodromo,os pic-nies estiveram animadíssimos.

jüc ^k. ^-

Na Acclimação, o Eclectico Pic-Xic Clubrealizou uma de suas festas. Como as demais,brilhante, como todas as outras, animadis-sim a.

Lá encontramos, como sempre, úm punhadode meninas chies, todas ellas animadíssimas,tendo sempre á rlor dos lábios o sorrisocaracterístico da sua gentileza sem par.

^ü ± ^0 dr. Mario Dente, illustrado advogado do

nosso foro, commemorando o baptismo dagraciosa Carmen, sua filhinha dilecta, reuniu,domingo ultimo, em sua residência, um grupode pessoas de suas relações, offerecendo-lhesuma festa encantadora. Fez-se bôa musica,

recitaram-se bons versos, dansou-se com enthu-siasmo, decorrendo a festa no meio de grandealegria e comunicatividade. Lá encontramosEdvard Carmillo, Paulo Setúbal, Justo Sea-bra, Gabriel Silveira, Francisco Herculanoe Alves Motta, e as senhoritas Maria deLourdes, Elvira Maranhão, Ismenia Vieira,Luiza Alves de Camargo, alem de outras

pessoas que foram levar ao Mario suas feli-citações.

vkL m ^ü

Aquella graciosa loirinha que esteve no

pic-nie da Acclimação, é muito versada em

philosopbia amorosa .. . Basta dizer-se quem.lle poude discorrer, durante meia horasobre o assumpto, deliciando-nos com a ex-

posição das suas modernissimas theorias.Mas, a minha prezada amiguinha verá que,com o correr dos annos e com a experiência,as suas idéias de hoje serão substituídas poroutras, mais de accôrdo com a pratica emuito mais verdadeiras e sólidas. Esperemos.

<ic ^ki zic

Encerraram-se as votações para o concmVsode dansa, aberto pelo Pirralho. Sahiram ven-cedores desse concurso, m.lle Carmen Sup-

plic.y e mr. Álvaro de Reis. Aqui proclama-mos pois, m.lle e mr. os victoriosos da pugnaelegante, e enviamos-lhes as nossas saudações.

^i ^k: ite.

Tem estado muito concorridos os chás dasCasas Allemã e Mappin & Webb.

He zte. 2àc

Nuto SanfAnna—o brilhante poeta doMiserere — enviou-nos o seu volume depõe-sias, ultimamente publicado. Recebemol-o«com prazer, nos Íntimos refolhos», e o

lemos de uma só vez, tal a impressão que-nos deixou a Sinfonia do Miserere, oom quèNuto abre o seu livro. «Canção de gelo 5,enthusiasma, «RosaBranca» vem empregnadadesse perfume delicado da alma do poeta,«Lua cheia d, encanta e seduz... Mas «Do-loi-osa Renuncia» é d1, todas a que maisencanta, e a que mais nos impressionou.Acceite o Nuto as nossas saudações e exten-da-nos a dextra para receber um forte shak-hands.

Os nossos instantâneos

IliiilsHffi'' «Bd -

fio Velodromo

LANTERNA MÁGICAVon Kluck, o Pacheco da tactica - As cartas de Gekard

Hauptmam — Não é só Anatole France quem se faz sol-

dado raso — Uma scena celebre da «Retirada» de Beyer-

lein — E Axatole «piou-piou».

!=?>•

«... Von Kluck, que incontestável mente é o melhor dos ge-n -raes teutonicos, na actual campanha».

Vejo is o, com variantes de estylo jornalistico, repetido porfolhas da- terra, em commentarios estratégicos ás operações de

guerra. ¦¦"¦'•¦Depois de Charleroi é que começou a epopéia de Von Kluck.

exercito franco-Inglez retira e a colossal estratégia de Von

Kluck consiste em acompanhar cegamente os movimentos ordena-

dos por Joffre — Von Kluck vae na onda.Em uma semana, Von Kluck acha-se ás portas dc Paris. Co-

meça a duvidar-se da goria de César, de Napoleão e do General

Osório, tão alto se ale vanta a nova gloria.Sobrevem o embate do Marne. Von Kluck, profundamente-

tactico, maliciosamente tactico, percebe afinal a ratoeira e ordena

a retirada. Perde no caminho homens, canhões, bandeiras, mas...

intervindo sempre a estratégia, acelera, a marcha, passa a magm-

fica posição de Reims no impulso da marathona, e afinal, calando

de novo no grosso do exercito allemão, pode gritar para o mundo

assombrado - Estou em casa! Vejam que tactica!

Formam-se as linhas da batalha do Aisne, e dia a dia. len-

j tamente, pertinasmente, os alliados ganham terreno - está visto-'

que continua a tactica de Von Kluck.Emfim! soube-se que um outro general substituirá ^ on Kluck

•"• -• I-"

Page 8: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

*¦¦—¦ ¦¦¦ ¦_———! _¦¦!¦¦¦¦»¦ I 'II -—-l II ...

_y2L _jü ^I_

Passou a 26 do con ente o anniversario na-talicio do dr. Washington Luiz, operoso eact;vo prefeito municipal e digno leader damaioria da Câmara dos Deputados. S. Ex.cia

que, na sua curta, mas b ilhante adminis-tracção das cousas municipaes, já se tem re-velado um espirito eniprehendedòr, é tambémo esforçado i epresentante do povo em anossa Câmara, onde tem sabido ser o porta-

-voz das aspirações populares. " ;

¦ _jy^Y> '-fli_iiir*—

y-.\; mà:-***:^.'^^-

___\

_¦__¦ *V ^___l \AmWW _n____í____I S»_

¦Mm __r

Ao dr. Washington cumprimentamos effu-si vãmente, juntando, ás que recebeu, asnossas sin:eras saudações.

Reorganisou-se o Elite-Club, a distinctasociedade que já nos proporcionara aquelasele jantes festas, que tão gratas recordaçõesdeixaram no espirito de todos quantos asassistiram.

Nessa reunião deliberou-se ovganisar paraa segunda quinzena de novembro próximo a5.a partida do Elite-Club, que s'e deverárealisar no Cub Germania e será dedicadaao seu ex-presidente sr. Roberto PereiraBueno.

Resolveu-se também organisav uma com-missão de moças, que ficou assim constituída:M.lles Maria de Assis Pacheco, VirgíniaAyrosa, Odette Flaquer, Evangelina Freire,Zuleika Maria e Lavita Cunha.

A directoria eleita é a seguinte : presidente,Vi-tor Ay.osa Filho; vi-e-presidente, Anto-nio Flácque ; 1.° se .retalio, Tácito Silveira;2.° secretario, Roberto de Lara Campos;1.° thesou ei. o, Pedi o Caropreso; 2.° the-soureiro, Olegavio M. de Barros: diretoresauxiliares: Quirino Gualtieri, José da CunhaFrehe e dr. Moreira da Silva Filho.

H_ _k- J&-

Mlle C. L. R.

Alta, não é loura nem morena, excessiva-mente formosa, (se é que ha excessos de

bell-za,) oxygenêe, M.lle é segundo um re-cente concurso o typo de belleza de SãoPaulo, e talvez por isso, por onde ella passa,quando transita pela cidade, é sempre apon-tada (orno a rainha da formosura e da graça,envolvida pelos olhares admirativos de todos

quantos a vêem.Mora numa casinha que parece um ninho

suspenso num vergel de amor...E' freqüentadora das missas de S. Vicente

de Pau'a, tem um livro de missa tão mignon

que quasi se some entre as peta'as dos fo:--mosos lyrios que são as suas mãos. Apesarde muito religiosa, gosta pouco de estar de

joelhos ao chão, ouve o evangelho assentadae ainda convida a visinha para que a imite...

M.lle gostx muito do Rio para onde se-

givrá p .ir estes dias onde passará um mezouvindo as Lamúrias do mar, na doce praiado Leme.

Dizem que já amou acures um cVscipulode Hypocrates, mas...'ia fcmmc varie...

Os nossos instantâneos

fio Yelodfomo

E' muito intelligente e até apontada pormuitos, como au tora de finas obras de li-teratura epistolar..

No ultimo baile do Conordia, estava des*lumb:ante e, um fino «gentlemann» que afitava religiosamente exclamava:«Quem pôde ve.-te sem querer ama-te?« Quem pode amar-te, sem morrer de amores!?

Nada mais se precisa dizer, para que sai*bam todos, quem é a.perfilada de hoje.

De Cleopatra ei'a tem a belleza e na do*

cura do seu olhar ella nós dá, a evocativalembrança das adoraves filhas de Ni:e...

A gente que então choravaAgora vive a cantar,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfedar...

no commando da ala direita germânica, por ordem de Guilherme II,naturalmente cioso da presença de tal águia na sua tenda.

E apesar d'isso, Von KJuek continua a ser o estrategista porexcelleneia, o heroe da linha de fogo. Não ha duvida, Von Kluckarranjou a immortalidade, é o Pacheco da tactica.

Impressionaram* me bastante as cartas desabridamente mil ita-ristas que Gerard Hauptman escreveu em defeza da Allemanha.

Gerard Hauptman foi sempre tido como um fraco partidáriodos velhos ídolos germânicos, dos Odin e dos Thor descidos danebulosa Scandinavia para encontrar e deter a conquista latina.

Com Les tisserajids, obra de emoção popular, elle firmava

por assim dizer a sua reputação de agitador social, e, ultimamente,tentando uma epopéia dramática que celebrasse as origens da Alie-manha moderna, o seu morno germanismo chegou mesmo a irritaro Kromprinz.

Foi assim que Hauptmam, apezar &os pedidos de S. A. Filho,se recusou a retirar da peça a grande suggestão com que fizeraintervir Napoleão Bonaparte na historia de sua pátria.

E o Kronprinz, que deve ter uma bôa alma de cabo, semhesitar, desacatou publicamente o velho detentor da gloria littera-ria alleman.

Hauptman que não era militarista, e que se fora hespannoltalvez renovasse toda a tragédia do Cid, declarada a guerra, náosó contente de ter dois filhos em campanha, talvez sob as ordensdo seu leviano aggressor, revela uma profunda convicção de reeru-ta em serviço da pátria.

D'onde se vê que não é só Anatole France quem se- faz sol-dado raso.

*• *

Uma das melhores scenas do theatro moderno, é sem duvida o

fim do terceiro acto da Retirada de Franz Adam Beyerlein.

Page 9: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

O PIRRALHO

Mlle. Fleur de Lys, enviou-nos essa co-

lecção de versos applicados cada um aos

olhos de conhecidas e chies mesdemoiseblesda nossa fina sociedade.

Agradecendo a gentileza da distineta coi-

leccionadora de versos, aqui puVicamos -as

primorosas quadrinhas, certos do suecesso

que vão fazer.Deliciem-se as interessadas.

Mlle BABY PEREIRA DE SOUZA

« Não ha saphiras mais bellas .Na grande concha dos céos.Pois se Deus quiz ter est ei'asRoubou-as dos olhos teus!... »

M.lle MARIA JORDÃO

«Os teus olhos são escurosComo a noite mais cerrada;Apezar de tão escuros,Sem elles não vejo nada! »

no vbi*oi>romo

»-a-í*T*T*fe~*?-*H£-<

Os nossos instantâneos

itJH 11P':M_Í Bi & II'-'"''¦''':

Ie__h_B_II hS^^!^!

____________.«.

BI "__*^9bI u__l_| __

__¦

,-f

Um aspecto da ai»ehibaneada

fio Velodfomo

•M.lle C^CILLA DURÃO

« Os olhos azues são fa^os,Os pretos são feiticeiros,Os olhos acastanhados...São esses os verdadeiros!...»

M.lle ODETTE DUPRAT

« Teus olhos são negros, negros,

Como as noites sem luar;

São ardentes, são profundosComo os negrumes do mar... »

M lie ZULEIKA NOBRE

c Têm a? morenas nos olhos

Um certo fogo homicida,Em cada olhar que nos dão,

Um anno tiram de vida!...»

M.Ue ZILDA VILLABOIM

« Olhos que de lemb-ar, minli'alma ao alto

Sobe a viver dos sonhos nos ref olhos

Mas tudo quanto em meu delírio exalto

Não tem o encanto desses negros olhos!...»

M.lle IVANIRA DURÃO

« Olhos da cor do céo, que calmos sonhadores

Parecendo poisar sobre subtis missaes,Têm mormaços de sol desabrochando flores

E alvoradas d > luz innundando rosaes... >

M.lle DÉA DURÃO

« Dão-me luz os olhos teusComo o sol dá luz ao dia,-*?Se te vaes nos olhos meusDesce a noite da agonia;»

M.lle MARGARIDA MAGALHÃES CASTllO

« Olhos tristes, vos sois como dois soes n'um

| poente,Cansados de luzir, cansa los de girar,Olhos de quem andou na vida alegremente

Para depois soffrer, para depois chorar...»

M.lle MARIA NASCIMENTO

«Teus olhos contas es urrasSão duas ave-mariasDe um rozario de amarguras

Que eu rezo todos os dias.»

Assume alta significação neste momento essa scena, em que

um velho soldado assiste a um conselho de guerra de cuja solução

<lepende a honra de sua filha.Verificada a deshonra, o velho atira-se sobre o seduetor. Mas

o capitão interpõe-se e grita lhe, como na linha de fogo:

— Direito! De pé! Coragem!E, o pobre homem estrangula a emoção, estaca, perfila-se...

-e obedece. '* *

Ao lado do bello gesto alemão de Gerard Hauptman, em

<_ue se vê um veho abdicar de convicções e resentimentos justos

para obedecer simplesmente, obedecer e mais nada - vemos Ana-

tole piou-piou! Oh! a risonha caricatura moral que isso representa!

E* preciso comprehender bem a derrocada dos princípios«nti-humanos de que Anatole France era om dos soberbos repre-

sentantes, para se acreditar n'essa sensacional historia do seu en-

gajamento no exercito francez.

O capitulo XXVII da Revolte des Ânges, o seu ultimo livro,

o livro de ha mezes, pretende explicar a causa profunda e secreta

de todas as guerras — une af faire.Elle, então, perguntava:— Serions-nous le jouet des financiers?Hoje fardado e equipado, o ventre de sexagenário posto em

relevo pel'a túnica estreita, jouet des financiers voluntário, elle vae

para as casernas moveis que seguem a linha de batalha, prestar

os seus serviços á administração militar.

Hauptman poderá invocar a significação extraordinária, ver-

dadeiramente heróica que tem para o allemão a palavra obediência.

Anatole... emfim dizem que o diabo depois de velho fez-se

monge.Oswald de Andradk

Page 10: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

K__=3O PIRRALHO

M.lle VÉEA PARANAGUÁ«Olhos verdes, verdes olhosDe um encanto singular,Sois n'um mar cheio de abrolhos,

Verde, olhos,Como sereias a cantar.»

M.lle CLEONICE LACERDA RIBEIRO

«Olhos negros, pharóes de uma esquecidaPerdida no alto mar, | ilha,Contra a qual partiu-se a quilha"De uma náo a navegar!... »

M.lle MARIA AMEL1. CASTILHO ANDRADE

« Olhos negros de veludo,Heis de me fazer doutor,Sois os meus livros de estudoNa faculdade do amor. »

M.lle CARMEN DTJPRAT« Oh meu Deus, Senhor meu Deus!

Que olhos n gros tão fataesQue a própria Virgem MariaNão os tinha olhos iguaes.»

M.lle CYBELLE DE BARROS« Esconde se a lu/ do solAo teu olhar fascinanteE fica em trste ar ebol

.; Aquella luz scintillante. »

M.Fe DINORAH TOLEDO

« Aquelle olhar...E' o olhar da virgem penitente,O santo olhar que a humanidade adoraE que é o bem e a ventura onnipolente. . ->

M.lle CARMEN1 STJPPLICY

«¦Nesses teus olhos...Crepúsculo, manhã de sol, noute nevoenta,Tudo, tudo encerracs, que deslumbra ou fui-

j mina!E em vós é uncção de amor a lagrima, e é

divina,Óleo santo de altar, baptisnío de agna b nia! .

Mr. J. A. M.

« Confesse, mocinho ».. é o estribilho pre-dilecto do nosso perfilado de hoje.

Em todas as rodas onde está mr. emprega,sempre com verve o « confesse mocinho _> Eé assim que começamos hoje o perfil de mr.

que, naturalmente confessará ser verdadetudo quanto dePe dissermos aqui. E' o prjn-cipe da nossa elegância, e nesse sentido ditaleis a «tout le monde e son père». E' extre-mamen'e sympathii o, olhos castanhos, cora-do e robusto. Por isso, e porque alem djes-ses, possue outros dotes finíssimos (confesse...)mr. é amado. E' amado, e ama. Ama unia

graciosa pianista, homonyma daquella quefoi o enlevo do divino Dante. E esse amor...não sei onde o levará. Talvez provoqueuma forte scena de ciúme por pa te de ai-

guem. . .Si o mar é uma maravilha da natureza,

porque mr. não 1 usca antes, na sua profun-deza, uma pérola de mais encanto?

Ri y B.ÀS

fio Jardim da fleelimação

CARTAM.Ue p. Q. Nina:«On revient toujours á ses primores

amours! ..»E .. eu também voltei ao meu trabalho e

ao meu... amor com a mesma energia, como mesmo ca or.

De torna ausência, minha Bondosa Amiga,devo-te uma porção de explicações de todosos factos que se relacio. am commigo e tu,durante o meu afastamento temporário destared cção.

Minha Boa Amiga; guarda para outros

qie te que em menos, para cutros que con-hecem menos o teu soffrer, out.os que deti faliam sem esse religioso respeito que de

No Jsarclirrx cisa Acclitnaçao

¦ i^p'' ¦"¦¦• '¦¦ Jl-Ç"""'^**'í'?-^&ÉBI^^^S__H____Í_BE ____________

^^^*_i____i _____u____í__3_^^^^~*i»»*__'.' ^ss^____FsP^^^

¦ ¦;: n.

. r. i

-6 ¦...;•-¦

-m:'<kii-*''••*.-•..-:.*i _.^ , _r,__ _."__*' ,:. *.:«?_•— - _»¦:._.

I -{.ii" ,.'•#_!___¦ '

lllais um aspecto do pic-nic promouido peloÇclecticj-Club.

*-¦ Um aspeeto do pie=nie realisado domingo ultimo

mim sempre se a poder i quando fallo de ti,guarda, guarda para elles as tuas ironias, atua magna.

Em primeiro logar, aviso-te que não perdias tuas carta. conforme phantasiou o Pirra-lho. Não. Guardo-: s ainda e guardal-as-eisempre.

Ellas serão condecorações que um dia meestrellejarão o peito d. velho, reVmbrando-me essa jahase da minha mocidade, ;em que«o m .ior desgosto» — o não conhecer-te —foi para mim, um «paraizo aberto»... Eassim... «< n revient»... í

Quando me afastei daqui, i s que! ficavampedram-me uma recordação minha, uma lem-

(branca, pediram-me as tuas cartas para pu-blicarem, homenageando assim o teu fulgi-dissimo e*p rito e a mim que me [retirava.Reluctei a princ p'o mas... venceu alfim alosica dos meu-; amigos.

Fui ler as tuas antigas cartas e vi, quenuma dellas me dizia s: í

«As minhas cartas?... Publical-as para que?Pão suas, exclusivamente suas: faça-portantodellas o que bèm entender»...

Não' ê~ ~is"SO"'minha "Amiga,"um ' consenti-mento para que eu as publicasse?

Essa tua declaração, está num «post-ferp-tum » que o Pirralho não publicou í com-panhando uma das tuas primitivas cart s.

Vê pois minha Bôa P. Q. Nina, que nãofiz alai de indiserepto da minha cmiiseraçãopor ti. Demais, qual o favor que te prestei?

Qne fiz eu para suavisar tuas dores? Nada,absolutamente nada, d z-me a consciência.Portanto, que necessidade tinha eu, de fazeralarde dessa minha comiseração?! Vê bemminha Amiga, que eu estou com a razão.

A única coisa qne pude perceber de ti éo que me contam as primeiras estrophes dobeliissimo soneto «Coração triste» que um

pceta algures formulou e que dizem assim:

Sei que arnaste e que tens o coração partido,Que ainda choras o amor que te foi de repente;Eu sei do coração quando elle está ferido uSó pela luz do olhar, só pela mão trementa.

Page 11: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

- _ .^-s. - ... —=^E M.1-6 P. Q Nina se queixa mim!! Cha-

mas-me tênue folhasinha que verdej ou nasruínas da tua ama, chamas-níe indiscreto

perverso e máo, a mini que estou tão habi-tuado a querer-te tanto, a fazer das tuas asminhas dores, dos teus os meus triumphos.E que mal te adveio a ti da publi cação dastuas luzentes cartas? Nenhum, creio eu.

Agoraj' outro ponto. Se tj enviei numa dasminhas cartas, uma ameaça de que tanto teserviste contra mim, ella foi exclusivamente

-filha do m'6J immenso desejo de conhecer-te.Só isso' basta para nie perdoar. A tal phrasesob pena da... nada mais representa senãoo t.iermometro da minha admiiação por tie o cadinho onde eu apurei a t.ia amizade.

Entendeste? Está ou náo feita cabalmentea minha justificação?

O teu coração, Querida, parece-me, «uniacamelia branca que alguém beijou de levee sem querer manchou».

E, por hoje ó só.

Sejamos nesta vida a imagem de outra imagemE amemo-nos assim com crença e com coragem:Tu serás minha irmã, eu serei teu irmão.

Adeus, a ti, com o coração, poar Ia vie.

AZAMBUJA.

Conflagração Européa0 NOSSO "CONCURSO"

ESQUADRA GUERREIRA¦'•O*-

s

Rumo de terra estranha, oceano a dentro, as frotasHão de, em lucta, vencer ou ser talvez vencidas.Mas guerreiras lá vão, pelas ondas batidas.Sem temer furacões e sem temer derroteis.

Enchem-nas, de alto a baixo, armas o patriotasE um sussuro marcial, de paixões mal contidas

Que, de todas as naus, sobe daquellas vidas,

Que ora vão combater noutras plagas remotas.

E longe, aos que se vão, nas humidas rotinas.Betlecte-se, a marchar, o exercito possante,Num bellico íúlgir de elmos e-carabinas...

E a correr sobre o mar, que em revoltas aiiceia,

Dão as n.uis colossaes a idéa desolante .De ama esquadra, afinal, feita de grãos de areia. .

10—X—914 Nuto SantAnna"v^-v-

tDado o grande interesse que vem desper-

tando no espirito publico, esse pavoroso con-ficto que actualmente envolve de sangue aEuropa qua-i toda, o Pirralho no intuito deapurar sempre a opinião dominante no meiodos seus imiumeros leitores resolveu abriro seguinte co.icurs-j;

Das nações envolvidas no conrlicto

europeo, qual vos é mais sympatica?

Os votos serão apurados com a máxima se-riedade e, para a apuração final, convidare-mos pessoas graduadas da sociedade paulistaque p.esidirão a esse certamen.

A nação vencedora, terá em nossa capao a em uma das paginas do nosso texto, unia-expressiva e enthusiastica allegoria, artisti-camente feita, ao lado dos nossos louvores.

Misérias, ais, ironias,Tudo, tudo vae passar,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectàr...

ú^\ ¦4 ^1*5^iinm^•5^fô

HORÁCIO LANE

A HERMA DO SAUDOSO EDUCADOR INAUGUJIADA TERÇA-

FEIRA ULTIMA NO COLLEGIO MaCKENZIE.

ii ¦[

¦fllilJlIllMl —- 5

I -m IM •.'.{»*?¦*'¦¦ ¦

E3B .:.¦•* .".:y :?; ¦ ¦ «¦ El»í-«R-- á H

W* Bis I]B «¦'^:-'- >«"¦ *-%j»W*«b1 BI¦j HHJ-í5!^''',';^^.' .¦¦'¦¦v7''> ¦'"¦. :'-"&È ¦¦"flVBiaHr.&yr-**¦( ¦¦I¦fl ¦¦*•*"*¦¦¦ • riflfl

1 HBBI&^^>7 :"*9bh HIBI^Br - ' ¦ ¦¦¦•:iiM II¦K^mv - - ¦M Bl

'¦'ÍÊÊÊÊÊÊsÊs^a^ II

¦lilü Bl

¦SstfED-^aYfl I

Page 12: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

Palcos & Fitas

PALACE THEATBE. Nesse elegante thea-tro da Avenida Luiz Antônio, trabalha umacompanhia hespanhola de zarzuelas, revistase operetas.

Em S* Paulo nunca apreciamos uma com-panhia desse gênero que fosse mais comple-ta, mais perfeita e que trouxesse melhorrepertório.

A estréa da troupe do Palace Teatre fez-com as revistas «Bajar de Esposicion» «DeEspãna ai Ciei o» e «Terras de Espãna»que agradaram francamente e mereceram osmais francos applausos da assistência. Osartistas da companhia hespanhola são dota-dos de qualidades raras e desempenham-sedos papeis com extraordinária precisão. Asmusicas hespanholas, barulhentas e enervan-tes são executadas com primor pela orchestrado Palace Theatre, que é composta de 35figuras do Centro Musical de S. Paulo.

Quem for apologista da Hespanha classi-ca das fanfarronadas, dos toureiros e dosbailados não deve perder a opportunidadede ir assistir aos espetáculos do Palace Thea-tre. Dentre todos os artistas salienta-se aprimeira tiple Ursula Lopes, que empolga aattenção do publico, com a sua voz bemtimbrada e com a perfeição dos seus tra-balhos.

!*¦:,: #APOLLO — A companhia Valle continua

neste theatro, fazendo as delicias dos seusfreqüentadores, dando bons espectaculos.

S. JOSÉ — S. Paulo futuro e Sofra fal-lar continuaram no cartaz esta semana. Las-tiníamos que os auetores do Sò p'ra fatiarenxertassem na peça um quadro destituídode espirito e de opportunidade que é o Pro-fessor Beiçú. Só se o theatro hoje é armapara desaffectos se vingaren do seus desaf-fei coados ....

***

ÍBIS — Magníficas soirèes nos deu estasemana o bom cinema íris ponto predi-lecto das famílias chies de S. Paulo. Ma-gnificas fitas nos deu a cinematographica.

•;¦

HIGH-LIFE —Constituem ainda o ciou daalta roda de S. Paulo, as soirèes chies destecinema aos domingos.

Os explendulos programmas deste cinemagarantem as suas enchentes.

SKATINGr — Muito boas as secções spor-tivas de patinação nos dá esta chie casade diversões da Praça da Republica.

Demo

No São José *# 4

¦;-'.'"'- '''.:-.\'"-:' : "¦'¦¦¦ ¦{,'Z íSͧ^*i§íP^jÈL,V : v '"' ¦ ' " Í^^SSai

BBvw"^-

wfj BKl^lS^^ Ba

0 actor Arruda

SPÜRT

Perante numerosa concorrência realisou-sesabbado p.p., no Velodromo, o match entreas equipes do Mackenzie e Paulistano.

Grande era a anciedade dos torcedores aoapproximar-se a hora de começar o encon-tro, mas o jogo que foi simplesmente doces-tavel não correspondeu á espectativa da as-sistência. O Mackenzie apresentou-se emcampo com o seu team desfalcado, sem tre-nie, não offerecendo a menor resistênciaao Paulistano que o venceu pelo score de-! a 0. A nota cômica da festa foi a carecade um dos jogadores do Mackenzie, snrFerrei*, que estava impagável na sua posede pinto pelado

S: «

Domingo encontraram-se o Ypiranga e oScottich.

A tarde esteve chuvosa, o campo muitoescoregadio, e o jogo apezar de tudo issotoi bem movimentado e offereceu bellos lan-ces á assistência

A victoria coube ao team inglez, que ven-ceu o team nacional pelo score de 3 a o

Depois desse match o Palmeiras ficou con-demnado ao ultimo logar e o Ypiranga pas-sou a occupãr o terceiro posto na colloca-ção.

Paulistano versus S. BentoAmanhã, ás 1 horas, encontram-se no

velho ground da Consolação os sympatliicosteams do Paulistano e S. Bento.

Esse match é o mais importante do annopois do seu resultado depende a conquista-do campeonato'

Se o Paulistano não conseguir no mini-mo um empate perderá a taça, que será ga-nha pele S. Bento. Dada a importânciadeste match é de prever-se uma collosalassistência no Velodromo*

JAG.

Quebra cl eiras, gastral gi a s,Vão-se os males acabar,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectar...

Walter Marx, essa genial creançaque dá concertos de piano e assom-bra a todos quantos o ouvem na procli-giosa limpidez rythmada cia sua arte,interpretando como um velho, Beetho-vem e Schumann, realisou sabbadopassado uma festa no salão Germania.

A assistência que era numerosa, de-lirantemente ovacionou no final decada trecho, o pequeno artista quetão precocemente tem a faculdade decomprehender e de sentir, difundindoa sua arte sadia e forte cie quem é defacto, um Miecio brazileiro.

Ao pequeno Walter, o abraço doPirralho com os votos de muita ventura.

PINGOS DE CERA•&©-

A immensa grenha de poetaDo amigo doutor Define,Não sei, por mais que a examine,Se é loura, castanha ou preta:— Cousa assim não se define,Nunca so viu no planeta...

Zií Cascudo

Ora deixa cie arrelia,Da gazúa anda a largar .Pois faltam só quinze diasP'r-'o Hermes desinfectar...

Page 13: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

O PIRRALHO

"Pirralho" Carteiro fi

V Martins & Cia: Recebemos o mappada guerra. Agradecidos.

Piedadão: Recebemos sua carta transmi-timos sua idéia ao nosso Juó Bananére.Sempre ao seu dispor.

Mlle. Nina: Gostamos muito das suas in-formações. Convenceu-se então de que lhedissemos a verdade? Comtudo, M.lle nãoacertou.

MJle Fleur de Lys: Sae publicada a sualista de versos aos olhos.

Sempre ás suas ordens. Está muito bôa.Muito gratos.

M-r H. da F: Recebemos os seus pensa-mentos Foram para a cesta. As suas or-dens.

H. F. M. Não podemos publicar o per-fil que nos enviou. Obrigados e ás suasordens.

M.r H. Graça; Não adivinhou. Não é aM,llü que o snr. pensa. Obrigado e ao seuinteiro dispor.

M.r Laerte Gomes de Almeida: O seu so-neto foi para a cesta, comtudo não desani-me. Gratos.

M.He Cecy: Não nos escreve mais? por-que? Sempre ás suas ordens.

M.lle Sarah: Não nos faça mal. Somosmuito admiradores de V. Exil*.

M.lle Cléa: Não acertou. Aqui somos to-dos admiradores do bello sexo. Não hamais cortes. Achamos tudo muito natural.Sempre ao seu inteiro dispor.

M.me Finóca Trancoso. Sua carta dirigi-da a uma revista feminina desta capital estáem nosso poder. Está bem engraçada. Umcurioso nol-a enviou com o exemplar de vol-vido da Senhorita.

M.r Campos: Recebemos e muito gratos.Leia a resposta acima. As suas ordens.

NOTA: As pessoas que nos escrevem, de-vem fazel-o até quarta-feira, porquantoquinta-feira entram em machina as paginasda nossa revista. As cartas que chegaremua quinta-feira, só serão respondidas nosabbado posterior ao da semana do recebi-mento*

AZAMBUJA — Administrador.

Or. Horace lane

Vamos nós, em romarias,A Pirapora, rezar,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectar...

."'V^^^-V »~WV^"V_'

Starace acaba de brindar a cidadede São Paulo, com mais uma, obra dearte.

Trata-se da, herma do conhecido esaudoso educador Dr. Horácio Lane,mandada construir por uma. commissãocomposta de amigos e ex-alumnos dofalleciclo professor.

Esse bello trabalho do esculptor -lulioStarace que foi inaugurado na terçafeira passada, está no jardim do Mac-kenzie College, tendo a ornamental-ouma bella allegoria representando umaMinerva envolvida por duas serpentes,homenageando assim o Dr. Lane quefoi medico e eximio educador.

Ha ainda artísticas placas de bronzecom diversos dizeres significativos,constituindo tudo um admirável con-jucto de arte nesse monumento queJúlio Starace lega a S. Paulo.

Nada mais de zomba rias,D? troças de espieaçar,Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectar. . .

jMo Jatfdim da Reelimaeão

|í ':¦- ¦:' .-'"•¦¦ -.1

'¦¦'¦¦ }

i

¦ to'--" ' i-^fto ¦ , a '

HKÍMIHH' a

Quantas gentis alegriasNo céo, na terra, no mar!Pois faltam só quinze diasP'r'o Hermes desinfectar. . .

Gomo o Nicola se bacharelou

Na prova escripta, o NicólaDas "samphoninhas" cie colaFaz o seu único animo;E na oral elle não passaPor essa rude desgraçaDe ser alumno do primo.

E assim, no torto direitoDa nossa clássica escola.Vae furando satisfeitoO nosso amigo Nicola.

Quem tiver as mãos vasias,Não deixe a occasião passar,Pois faltam só quinze diasP;r'o Hermes desinfectar. . .

T T TAqui jaz um tal da CunhaOu antes cia Cunha Canto,Que apezar de muita cunhaNão logrou sahir do canto.

Vão-se as misérias sombrias,Vão as cousas melhorar,Pois faltam só quinze diasPYo Hermes desinfectar. . .

Papelaria Define

Mais um aspecto do pic-nie promovidopelo Eclectico-Club.

DEFINE & COMP.RUA FLORENCIO DE ABREU, 88

Officinas e Deposito J. 70Telefone, 642 -»«- Caixa, 544

<*• S. PAULO «-

Page 14: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

O PIRRALHO _É

0 "PIRRALHO" NAS ESCOLAStt'.-.» ..V U! *£J

Pedro Theodoro da Cunha

O bacharel era sciencias jurídicas e sociaes

cujo retrato contemplais agora' é também

um padrão de goria do magistério paulista.É da turma um dos mais talentosos, e

merece bem a justa fama em que é tido portodos quantos o conhecem e que com elle

privam.Comquanto seja um estudioso, e tenha

pelos livros um amor profundo, o Pedro

Cunha não deixa de ser um dos grandes

BP^^\ - ¦ ¦'¦.'. ^^^^BB \

Só então é que o Pedro cahiu em si, enotou que não era examindor de direito pu-blico e constitucional, sim de mathematica.

O Pedro, segundo dizem as más línguas,é partidário aceríimo do celibato.

Até hoje não encontrou um olhar que o

prendesse. Entretanto, não afíirmo essefacto, pois que ha controvérsias a respeito.

E.. . nada mais digo.. . Visto e achadoconforme, está assignado.

Euy Blas

2k. 2ic zic

A. O. de R.

adeptos da « vie au grand air...» A todasas festas mundanas elle comparece, offuscan-do a todos com o brilho da sua elegância

petroneana. A respeito do Pedro, como pro-fessor, contam-se innumeras e boas passagens, entre ellas a que os eitores vão co-nhecer aqui:—0 Pedro Cunha fazia parte de uma bancaexamimadora, no concurso de admissão áEscola Normal.

A esse tempo andava elle no 3o anno daFaculdade.

Examinava mathematica em que é umverdadeiro expoente e uma grande Alavanca.

A certa altura do exame, o Pedro faz aseguinte pergunta á candidata:

«—Moça, diga-me qualquer cousa sobre re-gra de sociedade.»

E, como titubeasse a candidata para co-meçar a exposição, o Pedro, sem se lenbrar

que estava no ter. eno da mathematica, ob-serva:

«—Pense, moça, olhe, ha muita cousa pa-ra dizer: veja a difíerença que ha entre so-ciedade e Estado, fall-3 sobre as thorias deBluntchli, de Hegel.. . Si qu\zér pôde atéfallar sobre soberania... Ha tanta cousa paradizer. O ponto é vasto...»

Os circumstantes se entreolharam, e aassemblea toda encarou-o com espanto.

È um pequerrucho devoto de S* Francisco,e quem quizer apreciar as suas inclinações

para o flirt e a elegância, vá aos domingosá missa das 10 na Egreja pegada á Facul-dade.

E lá vel-o-á sustentando a linha com oseu frack domingueiro, calça clara, colletebranco, chapéo de palha no alto da cabeçae um formidável piiarol no dedo indicadorda mão esquerda... deitando sorrisos melo-sos ás santinhas que. passam.

Este nosso collega é da bella cidade mi-neira, Christina que reserva a cadeira de

promotor para o seu illustre 'filho como re-compensa aos serviços prestados pelo mesmoem prol da candidatura triumphante nas ul-timas eleições para presidente da Repu-blica.

É o typo do verdadeiro bohemio de espi-rito, do philosopho prompto — á troçae á pilhéria.

Este bacharelando um dia destes na portada Academia foi abordado pela sua lavadei-ra, que furiosa exigia os cum quibus de doismezes atrazados.

O nosso perfilado pediu então á lavadei-rinha que esperasse um pouco na porta, pois,ia ver se algum collega podia tiral-o de se-melhante aperto....

Alguns minutos depois o bedel Marcondesentregava á lavadeira um envelope com osseguinte veisos.

«Minha lavadeirnha»

c ConsiderandoQua a vidaQuandoE cara,Como vês,

Queda-se a alma entristecidaEm meados já do mez,Pois, o cobre,Cousa rara,NãoSe encontra sobre

O chãoE que a alegria se esvaeQuando o dinheiro se vae.Considerando que és bôaLavadeirinha geirtilE não te zangas á tôaPor causa de algum ceitilConsiderando que o "fiado"E cousa mui naturalA um rapaz relacionadoBom patinho e cousa talTudo isto a considerar. ..Resolvi a não pagar...E a lavadeirinha rindo muito ... guardou

cuidadosamente essa preciosidade que veio*.

parar nas mãos doBento d'Alascar

_|£. _(£. —kl

Cel Francisco Octaviano .' A. '

T T TDepois de nove ou dez annos.De estudos e desenganosNa vetusta Academia,0 eminente CoronelSahir dalli «Bacharel»Em Dezembro pretendia.

Mas o malvado PorchatMais uma bomba lhe dáEm seu Direito Eomano,E lá se foi o castelloTão gigantesco e tão belloDo coronel Octaviano.

O coronel sobe a serraE louco de raiva berra:«Eu mato o lente carranca!»-Compra logo uma garrucha,Com cuidado soca a buchaE parte para a vingança.

No largo de S. Francisso,Atraz de um monte de cisco,Entrincheirou-se e esperou,Dizendo baixinho: — «E' hora!Eu hei de mostrar agoraP'ra quanto presto e quem sou'>

Nisto uma pulga atrevidaÀ ferrar-lhe uma mordidaIndeliçada se atreve,O Coronel grita, corre...Cae, quebra a cabeça e morre..Que a terra lhe seja leve!

Zelador.

Page 15: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

! •- y--?--

O PIRRALHO¦ ¦

., ..'¦¦.':.. y- 'itl.í,

.h ¦'

¦,-'. *:t

r

& 3E

mDas marcas mais conhecidasSão estas que'causam fé:As mais fortes, mais queridas,São marcas Renault e Jjerliet í

São os melhores da praça!Pasmem todos! Vejam só!Pois custam quasi de graçaOs autos Jjerliet e Renault

m

3^3EiKXr3^3E

.*.>>:'á >\i?

^*""

iee/m

PBDID08:

CASA ANTUNES DOS SANTOSRUA DIREITA IV. -4bl

Page 16: A COflFLiftGRftÇÃO EUROPÉA - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1914_00159.pdf · mezes depois da inscripção e receberá de uma só ves o pecúlio que lhe couber

I

^ ¦« fd*m

Companhia Ci&ematographica BrasileiraSOCIEDADE ANONYMA

Capital realisado Rs. 4,000:0005000 Fundo de reserva Rs. I.080:000$000

THEATROS *&,«&&

8ão Paulo(BIJOTJ THEATBE

BIJOÜ-SALON' 1BIS-THEATRE

RADIUM-OINEMACH A NTEC LEE-THE A T R E

1J

le

Rio de JaneiroCINEMA-PATHE'CINEMA-ODEON

THEATKO SÂO PAULOIDEAL CINEMATHEATRO COLOMBOCOLYSEU DOS CAMPOS ELYSEOSSMART CINEMA

EM NICTHEROY:EDEN-CINEMAj CINEMA-AVEN1DA

{ THEATRO SÂO PEDBO DE ALCÂNTARA

BELLO HORIZONTE: CINEMA-COMMERCIO m m JUIZ DE FORA: POLYTHEAMA

COLYSEU SANT1STATHEATRO GUARANYSantos

EM SOCIEDADE COM A EMPREZA THEATEAL BRASILEIRATHEATROS

â

POLYTHEAMA, S. Paulo - THEATRO S. JOSÉ', S. Paulo — PALACE THEATRE, Rio de JaneiroEm combinação com diversos Theatvos da America do Sul

Representantes dos Cinemajographos e Accessorios PATHE' FRÉRES. Exclusividade para todo o Brasil-lis films das mais importantes Fabricas do Mundo.

Agentes Geraes dos Motores Industriaes a Gazolina, Álcool e Kerozene

ASTER de DION, BOÜTON & GREI |Importação directa dos Films das mais importantes Fabricas :;;^ ;¦-.;-£•

NORDISK, AMBROSIO. ÍTALA, PHAROS

BIOSCOP, SELIG, NESTER, DURKS e todos os films de successoeditados no Mundo Cinematographico.

A maior e mais importante das Emprezas Cinematograpliicas da «AMERICA DO SUL»e possuidora dos mais luxuosos Salões de exhibições de

= SÃO PAULO, RIO, SANTOS, BELLO HORIZONTE, JUIZ DE FORA =Exclusivamente para todo o BRASIL os films das principaes fabricas do mundo!!!

36 marcas... 70 novidades por semana.Stock de fitas, 6.000.000 de metros. Compras mensaes, 250.000 metros.

TJmea depositaria dos eelebtfes Appatfelhos PATJlÉ FRÉRES. Cinemas rçOíÇS

pfopfios pat*a Salões em casa de pamilias.

====== Alugam-se e fazem-se contractos de fitas ============

Sede em S. PAULO ¦ RUA BRIGADEIRO TOBIAS, 52Succursal no Rio: RUA S. JOSÉ' 112

Agenciais em todos o® Estados do Brasil

km1l-jra I

(St i&lyP üFHNF 4 GOMP-S. PAULO

1