3 portugal global maio2012_opera - design matters

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OPERA DESIGN MATTERSPARCERIAS POTENCIAM OPORTUNIDADES E EXPANSÃO GLOBAL DA ARQUITECTURAA OPERA Design Matters possui escritórios em Lisboa, Luanda e Maputo e delegações em S. Paulo e Madrid. Está neste momento a estruturar a sua presença em Singapura e em Houston. Este é um entre muitos exemplos de ateliers que se internacionalizam. Mas tudo isto só é possível graças à excelência da arquitectura portuguesa, mundialmente reconhecida. Um texto do arquitecto José Soalheiro.

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ainda bem antes da actual crise, urgiu alargar o âmbito de intervenção territo-rial e reformular a organização do escri-tório que tinha entretanto crescido para responder a desafios marcantes como, entre muitos outros, a Escola de Ciên-cias da Saúde e o Hospital de Braga, a Faculdade de Engenharia de Guimarães ou o Complexo Residencial e de serviços de Campolide Parque em Lisboa.

Não é estranho a este processo a influ-ência das várias parcerias com grandes empresas europeias e americanas que al-guns desses projectos obrigaram, dada a sua especificidade, como a SOM, a HOK, a WHR ou a Mossessian and Partners.

Tornou-se, pois, imperioso transformar o “atelier” artesanal de conotações tardo-românticas, focado em uma ou duas pessoas, numa Organização. Mais con-temporânea. Mais eficiente. Mais abran-gente. Mais criativa. Mais democrática.

Para além dos sócios iniciais, foi aberta a participação a colaboradores nos vá-rios escritórios. Alguns elementos ade-rentes não portugueses provêm dessas empresas internacionais que se reviram neste projecto.

O primeiro passo foi a abertura de um escritório em Barcelona, dado o “boom” de construção que então se vivia em Es-panha. Seguiram-se Luanda, onde se mantém um corpo muito ágil de técni-cos residentes, e, mais recentemente, estabeleceu-se uma empresa em Mapu-to. O mercado brasileiro, pelos contactos já efectuados, já faz mais de dois anos, mostra-se bastante promissor.

As parcerias potenciam oportunidades e novas expansões: é o caso da relação com a Surbana, um gigante das empre-sas asiáticas, com quem a Opera está a desenvolver o Plano do Cazenga e Sambizanga em Luanda, que permea-biliza a entrada em Singapura.

Poderemos também citar o relaciona-mento com a Snohetta (biblioteca de Alexandria, Ground Zero em Nova Ior-que, Ópera de Oslo, entre outros). Os vários projectos em curso são desen-volvidos em paridade e beneficiam da complementaridade das experiências.

Nos dias que correm, 98 por cento da encomenda da Opera é externa. Estão-se a desenvolver projectos de bairros residenciais, institutos públicos, hotéis, universidades, torres de escritórios e planos territoriais. Estamos a ajudar a edificar novos países e a desenvolver regiões. A sublinhar uma vez mais que a diáspora portuguesa é bem maior, como sempre foi, que o país de ori-gem. Maior, mais dinâmica, mais com-petente e mais eficiente.

O essencial a reter, contudo, é que para além dos postos de trabalho abertos nestas novas localizações, para técni-cos portugueses e locais, a Opera man-tém todos os contratados em Portugal e está até a admitir mais pessoas, indi-víduos a quem o trabalho e esta nova realidade da globalização não assusta e se entrega de corpo e alma à ideia de construir uma marca e um nome, de cujo destino também fazem parte.

Uma parte significativa do trabalho de “produção” continua a ser feito em Portugal. Estamos a exportar conheci-mento, experiência, qualidade e capa-cidade tecnológica.

Falando em termos meramente mercanti-listas, a arquitectura portuguesa é um va-lor seguro, dos que mais reconhecimento obtém, não só dos seus pares, como dos investidores e promotores internacionais. Para além da sempre citada cortiça, do futebol e, mais recentemente, do calça-do, a arquitectura atinge este nível super-lativo de qualidade e visibilidade, a que o país no seu todo não corresponde.

É forçoso um olhar atento para esta reali-dade. Até porque, a reboque da arquitec-tura vem toda uma indústria portuguesa que beneficia deste patamar de proemi-nência. Estamos a falar de construtoras, cerâmicas, mobiliário, têxteis, metalome-cânicas, cimenteiras, produtos pétreos, processamento de madeira e tecnologias de informação. Também a aposta na investigação que o país realizou nestes últimos anos, pode ver frutos desta in-ternacionalização. Poderemos exemplifi-car com a colaboração da Opera com a Universidade do Minho e com o PIEP-Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (entidade que faz o interface entre a Uni-

A marca engloba várias empresas, com parte do corpo societário comum a to-das, e surge como a continuidade ló-gica da experiência e reconhecimento nacional, com mais de vinte anos em projectos de obras públicas – nome-adamente, universidades, hospitais, hotelaria, edifícios residenciais ou de escritórios, centros culturais e de ex-posições – do gabinete de arquitectura “José Soalheiro e Teresa Castro”.

Quando o mercado português, nomea-damente a nível de concursos públicos, mas também no sector imobiliário, co-meçou a mostrar sinais de contenção,

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versidade e a Indústria), para o desenvol-vimento de polímeros para a construção, um processo em curso nalguns projectos.

Esta visibilidade, produto do talento e esforço isolado dos arquitectos portu-gueses, carece de apoio institucional para ser explorada em toda a sua di-mensão. Há que fazer um esforço de marketing externo das mais prestigiadas universidades portuguesas (à semelhan-ça do que fazem as americanas) e colo-car delegações em todo o espaço lusó-fono. A matriz académica portuguesa, que ainda é o referencial das várias elites políticas e económicas, está a ser substi-tuída pela anglo-saxónica para as gera-ções seguintes. É um processo em que houve desatenção dos vários governos em Portugal e que urge inverter.

Das embaixadas, consulados, delegações comerciais e culturais também se exige

mais: não apenas na organização de ex-posições, colóquios e conferências que difundam a arquitectura portuguesa (ou feita por portugueses), mas também na acção directa junto dos agentes institu-cionais e empresariais dos vários países. Nas missões comerciais que diferentes governos têm organizado a distintos paí-ses ou zonas económicas, quantos arqui-tectos têm sido incluídos?

OPERADesign MattersUrbanização da Matinha, Rua Projectada à Rua 3, Edifício A, 3ºA1900-796 Lisboa, PortugalTel.: +351 218 621 110Fax. +351 218 621 119

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