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Canoas dá lição de segurança EMERGÊNCIAS Central de Audiomonitoramento em Canoas (RS) agiliza o contato com a Polícia Militar e o Samu k Abandono e insegurança no entorno do Alto da Sé k 2 cidades cidades Editores: André Malagueta Galvão [email protected] Ricardo Novelino [email protected] Betânia Santana [email protected] Fale conosco: (81) 3413.6187 www.jconline.com.br/cidades Twitter: @jc_cidades Eduardo Machado/Especial para o JC Eduardo Machado [email protected] E m 2008, a cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), ocupava a quarta posição entre os mais violentos municípios gaúchos com população acima de 100 mil habitantes. Dois anos depois, a taxa de homicídios re- cuou 40% e Canoas já aparece com um índice abaixo da média brasileira. A redução da violência em Canoas é fruto direto de uma política de enfren- tamento da criminalidade capitaneada pela prefeitura local. O mais bem-suce- dido conjunto de iniciativas em anda- mento no Brasil. O JC esteve em Canoas, para mos- trar como é possível para o poder mu- nicipal investir em segurança pública sem precisar alterar a legislação ou re- correr a fórmulas ultrapassadas, como armar os guardas municipais ou ado- tar a chamada lei seca. A cidade gaúcha apostou em tecno- logia, educação e integração com as po- lícias para reduzir os homicídios. Câmeras, alarmes e até sensores que captam o barulho de tiros auxiliam as autoridades a identificar criminosos e a desestimular novas investidas. Para se ter uma ideia do nível de prioridade que o município gaúcho dá à segurança pública, basta comparar o orçamento da administração local com o da Prefeitura do Recife. Enquan- to Canoas, que tem uma arrecadação oito vezes menor do que a da capital pernambucana, aplica na pasta da se- gurança R$ 17 milhões, o Recife reser- va apenas R$ 3,5 milhões para a secre- taria correspondente. A melhoria nos índices de violência tem rendido dividendos para os ca- noenses. Em 2010, três mil novos em- preendimentos foram criados na cida- de, que entrou para a lista das que mais crescem no Rio Grande do Sul. Áreas do município gaúcho que an- tes eram dominadas pelo crime se tor- naram modelo de cidadania com avan- ço em todos os indicadores sociais e não apenas na segurança. As inovações adotadas em Canoas, como o audiomonitoramento e a ges- tão integrada da guarda com as Polí- cias Civil e Militar, estão sendo copia- das por municípios do Pará, Mara- nhão e do Rio de Janeiro. k Continua nas páginas 6 e 7 Alexandre Gondim/JC Imagem k Reforma se arrasta na Casa do Estudante da UFPE k 4 CIDADANIA Com arrecadação oito vezes menor que a do Recife, cidade gaúcha investe cinco vezes mais e reduz taxa de homicídios em 40% Bobby Fabisak/JC Imagem k

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Page 1: 1002 02 cid_01

Canoas dá lição de segurança

EMERGÊNCIAS Central de Audiomonitoramento em Canoas (RS) agiliza o contato com a Polícia Militar e o Samu

k Abandono einsegurança no entornodo Alto da Sé k 2

cidadescidadesEditores:

André Malagueta Galvão [email protected] Novelino [email protected]ânia Santana [email protected] conosco: (81) 3413.6187www.jconline.com.br/cidades

Twitter: @jc_cidades

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JCEduardo Machado

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E m 2008, a cidade de Canoas,na Região Metropolitana dePorto Alegre (RS), ocupava a

quarta posição entre os mais violentosmunicípios gaúchos com populaçãoacima de 100 mil habitantes. Doisanos depois, a taxa de homicídios re-cuou 40% e Canoas já aparece comum índice abaixo da média brasileira.A redução da violência em Canoas éfruto direto de uma política de enfren-tamento da criminalidade capitaneadapela prefeitura local. O mais bem-suce-dido conjunto de iniciativas em anda-mento no Brasil.

O JC esteve em Canoas, para mos-trar como é possível para o poder mu-nicipal investir em segurança públicasem precisar alterar a legislação ou re-correr a fórmulas ultrapassadas, comoarmar os guardas municipais ou ado-tar a chamada lei seca.

A cidade gaúcha apostou em tecno-logia, educação e integração com as po-lícias para reduzir os homicídios.Câmeras, alarmes e até sensores quecaptam o barulho de tiros auxiliam asautoridades a identificar criminosos e

a desestimular novas investidas.Para se ter uma ideia do nível de

prioridade que o município gaúcho dáà segurança pública, basta comparar oorçamento da administração localcom o da Prefeitura do Recife. Enquan-to Canoas, que tem uma arrecadaçãooito vezes menor do que a da capitalpernambucana, aplica na pasta da se-gurança R$ 17 milhões, o Recife reser-va apenas R$ 3,5 milhões para a secre-taria correspondente.

A melhoria nos índices de violênciatem rendido dividendos para os ca-noenses. Em 2010, três mil novos em-preendimentos foram criados na cida-de, que entrou para a lista das quemais crescem no Rio Grande do Sul.

Áreas do município gaúcho que an-tes eram dominadas pelo crime se tor-naram modelo de cidadania com avan-ço em todos os indicadores sociais enão apenas na segurança.

As inovações adotadas em Canoas,como o audiomonitoramento e a ges-tão integrada da guarda com as Polí-cias Civil e Militar, estão sendo copia-das por municípios do Pará, Mara-nhão e do Rio de Janeiro.

k Continua nas páginas 6 e 7

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k Reforma searrasta na Casado Estudanteda UFPE k 4

CIDADANIA Com arrecadação oito vezes menor que a do Recife, cidade gaúcha investe cinco vezes mais e reduz taxa de homicídios em 40%

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