07 ciências e filosofia séculos xvi, xvii e xviii

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8/18/2019 07 Ciências e Filosofia Séculos XVI, XVII e XVIII http://slidepdf.com/reader/full/07-ciencias-e-filosofia-seculos-xvi-xvii-e-xviii 1/63 O desenvolvimento das ciências e da filosofia no séculos XVI, XVII e inicio do XVIII Prof. Ricardo Feijó

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O desenvolvimento das

ciências e da filosofia noséculos XVI, XVII e inicio do

XVIIIProf. Ricardo Feijó

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René Descartes (1596-

1650) Na primeira metade do séculoXVII, a losoa de Descastesconstitui outro pilar da ci!ncia

moderna com aspectos "emdistintos do empirismo in#l!s$

% sistema de Descartes apresenta

duas caracter&sticas distinti'as omecanicismo e o racionalismo$

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O mecanicismo

% mundo é ormado por corpos *ueintera#em na colis+o$

% mo'imento de part&culas e o impacto entreelas denem *ual*uer sistema &sico$

esmo sistemas mais compleos, como osseres 'i'os, uncionam da mesma maneira*ue os processos ei"idos na nature.ainor#/nica$

%s indi'&duos, portanto, s+o semelantes am*uinas e o mesmo método cient&co da2&sica pode ser aplicado 3 4iolo#ia$

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 A árvore do conhecimento

 s ci!ncias umanas, como aci!ncia moral e a pol&tica, a.em

parte da r'ore comum doconecimento, em *ue as ra&.ess+o a eta&sica, o tronco a

2&sica e os #alos e ramosconstituem as demais ci!ncias$

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O racionalismo Do ponto de 'ista do método, em seu racionalismo 

Descartes acredita *ue o eerc&cio da ra.+o umanaasse#ura a certe.a do conecimento cient&co$

ual*uer indi'&duo tem o poder de 7ul#ar e distin#uir oalso do 'erdadeiro pelo uso do "om senso ou ra.+o$

8n*uanto o camino da 'erdade em 4acon radica nao"ser'a+o criteriosa, Descartes procura asse#urar-sedela no uso da ra.+o$ :omo conse*;!ncia, sempre *ue osomens condu.em seu pensamento pelas mesmas 'ias econsideram as mesmas coisas ce#am a um resultadoi#ual$

< uma =nica 'erdade e, sendo assim, "oa parte dasdisputas los>cas de sua época de'e-se a uma mescola do método de in'esti#a+o$ 

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 A dúvida metódica

% "om camino consiste em reutar tudo o *ueor apenas pro''el$ ?rata-se do método da@d='ida met>dicaA *ue certamente n+o podene#ar tudo 7 *ue o pr>prio eu n+o é ne#ado,

pois o ato de pensar #arante a nossa eist!ncia(@penso lo#o eistoA)$ Bercorrer tal camino le'a Descartes 3 re7ei+o

de *uase todo o conecimento acad!mico a suaépoca, considerado por ele mera especula+o$

8nt+o o l>soo 'ai a procura do racioc&niosimples dos omens no mundo prtico e nosne#>cios cotidianos$

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?endo estudado autores consa#rados de sua época,ele a#ora se a'entura no @li'ro do mundoA, a m de 'ia7ar, 'er cortes e eércitos, re*;entar todo tipo de

#ente e recoler di'ersas eperi!ncias$Depois de reCetir so"re todas as suas eperi!ncias,

ele perce"e *ue o pensamento das pessoas éetra'a#ante e muito condicionado pelos costumesde cada um$

Descartes resol'e olar a si pr>prio e recorrerapenas 3 ora do seu esp&rito$ omente a e'id!ncia con*uistada por n>s mesmos é 'lida e contra ela se opEem os preconceitos datradi+o acad!mica$

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  ra.+o, portanto,aparece no esoroda mente isolada e

todos os processostécnicos e sociaisde'em serpensados,

plane7ados econtrolados porela$

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% método cartesianoprende-se a *uatropreceitos "sicos

 1$ coler apenas coisas 'erdadeiras eindu"it'eis, *ue n+o possam ser postas emd='ida$

 F$ ?odos os pro"lemas s+o redu.idos a partes

elementares, de modo a se decomporanaliticamente a realidade$ G$ % conecimento parte dos o"7etos simples, e s>

ap>s o pleno conecimento deles pode-sein'esti#ar o"7etos compostos compleos$

 H$ ?odas as soluEes poss&'eis para um pro"lemade'em ser enumeradas e analisadas uma a uma$

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O papel da experiência em Descartes

% método de Descartes epressa-se, portanto, com "ase emaiomas tidos como auto-e'identes para a constru+o de um

racioc&nio anal&tico e deduti'o, criteriosamente em"asado numari#orosa l>#ica matemtica$

  mente umana "usca conecer a 'erdade decompondoanaliticamente o pro"lema$

Descartes n+o concede posi+o destacada 3 o"ser'a+o emp&rica nacompreens+o dos enmenos naturais, o *ue o aasta do empirismo

de 4acon e o aproima de concepEes apriorísticas da ci!ncia$ Isto n+o *uer di.er *ue nenum papel possa ser atri"u&do ao

eperimento emp&rico em seu sistema$ 8m al#uns casos, a eperi!ncia conta na sele+o de soluEes

particulares do pro"lema, mas ela é t+o-somente um instrumentoadicional de anlise ao lado dos recursos ornecidos pela pr>pria

ra.+o$

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O leado de Descartes % sistema de Descartes mantém pontos de contato com

a tradi+o escolstica, inclusi'e em sua !nase em*uestEes reli#iosas$

No entanto, ele orneceu tam"ém elementos para a#esta+o da ci!ncia moderna ao praticar metodicamentea d='ida no desen'ol'imento do pensamento cient&co$

uas idéias marcaram o pensamento los>co ocidental,em especial destacamos sua inCu!ncia em pensadorescomo pino.a e JocKe$

No /m"ito da ci!ncia natural deu contri"uiEes

epressi'as ao desen'ol'imento de ramos da 2&sica,como a >ptica #eométrica, e da atemtica, tendocriado a Leometria nal&tica, uma das "asesmatemticas da 2&sica moderna$

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  crena cartesiana de *ue a lin#ua#em matemtica é a ormauni'ersal do racioc&nio empre#ado em *ual*uer in'esti#a+ocient&ca a'eria, por certo, de permear toda a ci!ncia naturala partir do século XVII e especialmente no século se#uinte,

*uando a matemtica conece #rande impulso em seudesen'ol'imento$ % pensamento de Descartes inCuenciou o Iluminismo ranc!s do

século XVIII, mas na época dele as maiores reer!ncias para aci!ncia in#lesa eram, de ato, o empirismo de 4acon e a#ora ono'o sistema de NeMton$

% racionalismo, com sua crena na apreens+o direta da 'erdade, é contraposto, em territ>rio "rit/nico, principalmenteao método neMtoniano de se a.er ci!ncia$ Veremos adiante *uetal método inCuenciou proundamente o nascimento da8conomia como ci!ncia aetando particularmente o pensamentode Ricard :antillon e dam mit$

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Isaac NeMton (16HF-1F) Inau#urou um

estilointermedirioentre atradi+oaristotélica e o

empirismo"aconiano$

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O método de !e"ton

% estilo de NeMton oi se rmando a partir doimenso sucesso alcanado por sua 2&sica emeplicar e pre'er atos emp&ricos 7 conecidose propor soluEes "astante satisat>rias aospro"lemas colocados pela tecnolo#ia da época$

% método de NeMton n+o cou connadoapenas nas ci!ncias naturais e tam"ém ser'iucomo modelo para a in'esti#a+o social$

Jo#o 'eremos a descri+o pormenori.adadesse método, por en*uanto se eplica como

ele sur#e na prtica de NeMton$

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#epler e !e"ton

Oepler a'ia desco"erto as tr!s leis *ue comandamo mo'imento dos planetas pela mera anlise dosdados de ?Pco 4rae$ ?ais leis tinam, portanto,um carter puramente emp&rico, n+o se re'estindo

de al#um princ&pio te>rico *ue descre'esse osmo'imentos dos corpos ou eplicasse a nature.adas >r"itas planetrias$

uito 7o'em, NeMton tina desen'ol'ido, a t&tulo deeerc&cio matemtico, uma eplica+o &sica domo'imento dos planetas na ip>tese da eist!nciade um sistema de oras centrais unindo os planetasao ol, *ue decaem com o *uadrado da dist/ncia*ue os separam do ol$

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uando se lana essa ip>tese, pode-se dedu.ir, comal#uma compet!ncia matemtica, as tr!s leis deOepler$ De in&cio, NeMton n+o deu muita import/ncia aesse acado, mas depois, em ase madura de sua 'ida,perce"eu, 7unto com os cole#as cientistas, asimplicaEes de sua desco"erta$

%s atos descriti'os da din/mica dos planetas, *uea'iam sido estudados empiricamente por Oepler, s+o

por NeMton en*uadrados em um sistema te>ricoundamental constru&do com "ase em poucaspremissas$ lei da atra+o #ra'itacional e a lei daa+o e rea+o s+o princ&pios *ue d+o conta de toda amultiplicidade de enmenos astronmicos 7

conecidos$ 8 mais, os mo'imento dos corpos na super&cie da

?erra tam"ém s+o eplicados pelos mesmos princ&piosda Din/mica, rompendo a separa+o aristotélica,mantida por Lalileu, entre o mundo translunar das

estrelas e o mundo su"lunar em *ue 'i'emos$

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Descri$%o do método de

!e"ton % sucesso do empreendimento de NeMton coneriuao seu método um 'alor de paradigma para todas asci!ncias e isto se impre#nou ortemente noam"iente acad!mico in#l!s$

No *ue consiste o método neMtonianoQ

No plano meramente ormal, ele é muitoassemelado 3 descri+o aristotélica de ci!ncia$ NeMton aplicou o método aristotélico nos resultados

emp&ricos de Oepler$ Identicou os princ&pios damec/nica e da atra+o uni'ersal dos corpos e

pro'ou matematicamente como a >r"ita el&ptica eoutras conclusEes Keplerianas decorrem deles$

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&iência e tecnoloia !%o ca'e a(ui discorrer so're as reali)a$*es da ciência

ne"toniana, mas vale di)er (ue seu sucesso tam'ém esteve

associado + solu$%o de importantes pro'lemas práticos da

época -asta examinar a ordem em (ue as (uest*es teóricas

s%o tratadas na o'ra máxima de !e"ton, os Princípiosmatemáticos da filosofia natural , de ./01, para se perce'er sua

rela$%o com (uest*es práticas

!e"ton procurou n%o apenas resolver pro'lemas emp2ricos

isolados, mas tam'ém construir uma sólida 'ase teórica para a

solu$%o, por meio de métodos erais, do con3unto de pro'lemasf2sicos suscitados pelo desenvolvimento da tecnoloia

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Problemas técnicos

tratados nos Princípios de

Newton

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!o prefácio dos Princípios, !e"ton chama aten$%o para

o fato de (ue a mec4nica aplicada e a descri$%o das

má(uinas simples 3á tinham sido tratadas por outros e

(ue seu o'3etivo n%o era 5discutir os vários ofícios eresolver problemas particulares, mas discorrer sobre a

natureza e sobre os fundamentos matemáticos da

Física6

&omo a o'ra é apresentada na linuaem matemática

a'strata da eometria, seria dif2cil encontrar nelareferências diretas +s exiências técnicas das (uais

acreditamos os pro'lemas por ele resolvidos derivam7se

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!o entanto, a simples inspe$%o dos temas

a'ordados em cada cap2tulo demonstra (ue o núcleo

central dos Princípios consiste exatamente nospro'lemas técnicos de sua época Assim é (ue, no

primeiro livro da o'ra, é feita uma exposi$%o

detalhada das leis erais do movimento de corpos

su3eitos + a$%o de for$as centrais fornecendo ummétodo eral para a solu$%o dos pro'lemas

mec4nicos

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O seundo livro é dedicado ao movimento dos corpos num meio resistente,

resolvendo pro'lemas fundamentais de 'al2stica, importante para a artilharia pesada

 A (uinta se$%o do seundo livro é dedicada ao fundamento da hidrostática, ao

pro'lema dos corpos flutuantes e ao pro'lema da compress%o de ases e l2(uidos

su'metidos a press*es, todos com aplica$%o na constru$%o de navios, canais,'om'as d8áua e sistemas de ventila$%o

 A sexta se$%o do mesmo livro trata do pro'lema do movimento do pêndulo num meio

resistente, (ue facilitaria depois a constru$%o de relóios A hidrodin4mica dos fluxos

de l2(uidos por meio de tu'os é tratada na se$%o seuinte, com importante aplica$%o

para a constru$%o de canais, eclusas e 'om'as d8áua

O terceiro livro dos Princípios lida especificamente com as (uest*es referentes aomovimento dos planetas e +s anomalias do movimento da 9ua, com aplica$%o para a

astronomia e o movimento das marés Am'as de import4ncia vital para a navea$%o

:sse 'reve perfil dos Princípios mostra a coincidência entre os temas teóricos e as

exiências tecnolóicas da época

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% método neMtoniano consiste em identicar

uma ordem natural su"7acente a enmenosaparentemente ca>ticos constru&da a partirde um pe*ueno n=mero de princ&pios "sicosmuito "em undamentados$

Destarte, mostra-se *ue o compleo mundodos enmenos o"ser'ados pode serordenado pelo encadeamento de racioc&niosl>#icos *ue se desdo"ram das premissasiniciais como implica+o$

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Diferen$as entre os métodos

de !e"ton e Aristóteles  *uest+o *ue separa NeMton de rist>teles di. respeito acomo se ce#a aos princ&pios e ao status ontol>#ico *uanto

ao conte=do de sua 'erdade$ rist>teles se ap>ia numa 'is+o platnica a rmar a 'erdade

dos princ&pios no mecanismo de re'ela+o (nous ou @olarintelectualA) *ue '! a 'erdade dos princ&pios na mem>ria

retida dos o"7etos$ Deniti'amente essa n+o é a interpreta+o de NeMton$ %

#rande &sico o"te'e os princ&pios de seu sistema apoiado node"ate com seus contempor/neos, no le#ado da in'esti#a+ode autores *ue o antecederam e, so"retudo, #raas a suaimensa #enialidade$ Barticipa tam"ém os aspectos m&sticos

em sua orma+o intelectual$ De ato, muitos elementosimponder'eis na desco"erta neMtoniana dos princ&pioscient&cos, *ue n+o podem ser lo#icamente reconstru&dos 

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O misticismo de Isaac

Newton.  Son $ OePnes arrematou, em leil+o, uma caia

contendo papéis com anotaEes de NeMton 3 épocaem *ue escre'era os Princípios$ OePnes conta-nos*ue o conte=do desses papéis re'ela uma menteen'olta em *uestEes de al*uimia e esoterismo,muito em 'o#a na época$

% eminente &sico "rasileiro rio cem"er#arma, entre outras coisas, *ue NeMtonconsidera'a o espao o @sens>rio de DeusA e *ue aidéia de atra+o #ra'itacional pode ter sidoinspirada nas anti#as crenas esotéricas dospoderes de amor e >dio, *ue corresponderiam aoras atrati'as e repulsi'as, respecti'amente$

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!e"ton e a experimenta$%o T certo *ue NeMton oi o"ser'ador meticuloso de enmenos

particulares$ 8le a.ia eperi!ncias de la"orat>rios, poreemplo, incidindo um eie de lu. por um prisma, eo"ser'a'a o mo'imento dos astros$

as n+o oram tais o"ser'aEes *ue nele despertaramdiretamente a desco"erta dos princ&pios$ lém do mais,muito do *ue se di. so"re NeMton o7e se sa"e *ue se trata

de mito$ N+o est pro'ada a 'eracidade da narrati'a so"re a *ueda

da maa de uma r'ore, *ue le teria re'elado a eist!nciada #ra'idade$

8n*uanto no método de 4acon a o"ser'a+o emp&ricameticulosa est na "ase da ci!ncia, em NeMton os atos

emp&ricos aparecem como ilustra+o ou como compro'a+oaposteriori da teoria$ 

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!e"ton e a ontoloia uito em"ora carre#ue consi#o um enorme poder

prediti'o dos enmenos &sicos, a ci!ncia de NeMton n+ose propEe a alcanar a 'erdade =ltima das coisasU comona lei da atra+o #ra'itacional, *ue é apenas postulada$

NeMton sa"ia se tratar de uma ip>tese orte *ue

poderia com o pro#resso da ci!ncia 'ir a ser mais "emeplicada, como de ato o oi com o desen'ol'imento da2&sica moderna$

% *ue importa'a era o ato de *ue os e'entos o"ser'adospoderiam ser o"tidos retrospecti'amente a partir da a+odos princ&pios te>ricos$ 8 *ue a constru+o te>rica

coneria uma ordem armnica aos atos &sicoso"ser'ados$ lém do mais, a teoria teria um cem n=merode importantes aplicaEes tecnol>#icas$

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!e"ton versus Descartes % sistema de Descarte diere "astante da 'is+o de

NeMton$ 8ste =ltimo n+o acredita *ue as oras dara.+o possam asse#urar a 'erdade do conecimento$ dicionalmente, outros aspectos *ue os separam$

NeMton n+o compartila a 'is+o mecanicista douni'erso tal como aparece em Descartes$ 8m"oratam"ém ele aceite o papel das colisEes, conce"ia*ue muitos processos &sicos dependeriam de outrosatores além do mo'imento e colis+o de part&culas$

NeMton acredita'a em uma eplica+o domo'imento com "ase na ip>tese da @a+o 3dist/nciaA entre os corpos, en*uanto o sistemate>rico do ranc!s s> permitia a a+o por contato$

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%s corpos intera#em apenas empurrando ou puandouns aos outros$ NeMton n+o considera'a plaus&'el *ueum sistema compleo como um or#anismo animalpudesse uncionar em analo#ia 3s en#rena#ens de uma

m*uina$ 8le reuta'a o modelo do uni'erso en*uanto um rel>#io,

em"ora o seu sistema tam"ém esti'esse ortementecarre#ado de relaEes deterministas$

% sistema cartesiano identica'a espao com matéria e

n+o permitia a eist!ncia de espaos 'a.ios, mantendo,portanto, a 'ela crena aristotélica na aus!ncia de 'cuo$ NeMton aceita'a o 'cuo$

  lista de dierenas entre eles poderia se ampliar muitomais$

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&onclus%o

Necessita-se de umas>lida compreens+odo desen'ol'imentodas ci!ncias naturais

até o século XVIII, ede suas dierentes"ases los>cas emetodol>#icas, a mde situar-se o

nascimento da8conomia cient&ca$

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No'as idéias so"re a

pol&tica e a sociedade

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;m paradima para a

economia Jocali.amos tr!s importantes tradiEescient&cas consolidadas no in&cio do séculoXVIII, associadas aos nomes de 4acon,Descartes e NeMton$ 8m"ora os pro"lemas

*ue deram ori#em a elas di#am respeito 3eplica+o de enmenos naturais, os métodoscient&cos e a 'is+o los>ca #eral *ueemer#em, de modo dierenciado, em cada uma

das tradiEes uncionaram tam"ém comoparadigmas da ci!ncia social e da 8conomiaem particular$

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!ovos tempos  inCu!ncia das ci!ncias naturais s> oi poss&'el

por*ue paralelamente ao a'ano da ci!ncia naturaluma no'a 'is+o da sociedade oi sendo ela"oradadesde o in&cio do per&odo ist>rico do Renascimento$

  decad!ncia da estrutura eudal e a ne#a+o dopoder da I#re7a a"alaram a ima#em da sociedadecomo uma comunidade de éis, onde ca"eria a cadaum desempenar unEes espec&cas pré-determinadas$

% entusiasmo #eral pro'ocado pelo a'ano doconecimento tecnol>#ico a'orecia um no'o tipo de

 'is+o enaltecedora do poder do intelecto umano em

conecer a realidade e dominar a nature.a$

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 o mesmo tempo, o omem comocordeiro su"misso 3 I#re7a ésu"stitu&do pelo omem dotado de

 'ontade pr>pria, repleto de paiEes emuitas 'e.es mo'ido por impulsos n+omuito éticos$ T *uando sur#e osmodelos te>ricos descriti'os da

sociedade *ue procuram dar conta desua ori#em e coes+o sem pressupor acomponente moral e reli#iosa$

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&oes%o social sem o

pressuposto moral 8m"ora sem a mesma presena anterior deelementos de socia"ilidade tra.idos pelaautoridade da tradi+o reli#iosa, a 'ida

social n+o se de#enera em caos$< *ue se identicar os mecanismos *ue#arantiriam a coes+o social no contetomoderno de omens li'res e pensantes$

ur#em ent+o as primeiras interpretaEesda pol&tica do no'o 8stado *ue su"stitui opoder eclesistico$

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Nicolau a*uia'el

(1H69-15F) Brops uma ci!ncia pol&tica de carter positi'o, *ueeamina sistematicamente os mecanismos pelos*uais um ditador impEe a ordem entre omense#o&stas e pérdos

Bara a*uia'el a eccia do comandante ematender a um o"7eti'o 'isado passa por um clculoracional$ % dom&nio da situa+o depende dasestraté#ias do poder em se#uir recomendaEesprticas, como as *ue constam na sua o"ra O

 Príncipe$ %s capricos pessoais, *ue poderiamle'ar 3 destrui+o m=tua de todos, s+oneutrali.ados pelo poder do 8stado$

 

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 A teoria política de

Maquiavel. % *uadro traado por a*uia'el procura serrealista ao conce"er uma nature.a umanae#o&sta e alar em aEes necessariamentecruéis *ue de'eriam ser praticadas pelo

so"erano$ Isso, no entanto, n+o se constituiem um 7u&.o de 'alor da parte dele$ N+o se pode concluir *ue seu intento se7a o

de arontar a moralidade, pois ele n+o seprende a uma ética deontológica constru&daem considera+o a princ&pios de "em e mal$

 

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a*uia'el se#ue a ética teleológica em *ue o

 7ul#amento da conduta é eito em termos dassuas conse*;!ncias prticas em alcanar om a *ue se destina$ :om ele, as aEesumanas em sociedade passam a ser 7ul#adascomo procedimentos técnicos anlo#os 3s

medidas re*ueridas para o dom&nio danature.a$

% 8stado é 'isto pela >tica de um naturalismo*ue o assimila a um or#anismo 'i'o cu7asa=de depende da eccia dos remédiosaplicados$

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 A Arte da <uerra =.>?@

  Explica em detalhes os procedimentos

efetivos para a aquisição, manutenção e

uso de uma força militar. Parecido com as

reflexões em poltica.

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?omas <o""es (15-

169)  tend!ncia de interpretar o con7unto da 'idasocial como estando su"metido a certosmecanismos l>#icos, semelantes 3sre#ularidades dos enmenos &sicos, é

mantida e até reorada no século XVII$  <o""es tenta compreender a sociedade

comparando-a a uma m*uina$ eupensamento pol&tico mantém pontos decontato com o modelo de a*uia'el, como aima#em realista da nature.a umana e anecessidade de um #o'erno orte para aacomoda+o de interesses particulares$

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  Leviatã, de 1651 %"ra mima de <o""es 2oi dedicada a Lalileu$ :onceitos &sicos s+o utili.ados

para descre'er a nature.a umana, *uando <o""esdistin#ue mo'imentos 'itais de mo'imentos 'oluntriosdo omem$

%s primeiros s+o os processos automticos de operaEes 'itais como di#est+o e respira+o$

8stes =ltimos di.em respeito 3 a+o 'oltada aoatendimento de dese7os e a'ersEes$

?udo o *ue contri"ui para a satisa+o de dese7os é um"em, ao passo *ue coisas *ue produ.em a'ers+o os

omens as denominam de mal$ ssim, os conceitoséticos de "em e mal s+o redenidos em termos de coisas*ue s+o e n+o s+o a#rad'eis aos omens$

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O &ontrato Bocial

  sociedade de <o""es é um or#anismo articialinteiramente anlo#o a um or#anismo "iol>#ico$T uma cria+o articial *ue se contrapEe a um@estado naturalA$

8ste =ltimo descre'e uma situa+o de #uerra detodos contra todos, alimentada pela competi+o,pela desconana e pelo dese7o de #l>riaindi'idual$ partir dela, os omens mo'idos

pelo medo e ansiando por uma 'ida maisconort'el s+o le'ados, em 'ontade pr>pria, armar um pacto social$

 ssim, o estado emer#e de uma con'en+o, nomomento em *ue um con7unto de indi'&duosconcorda em esta"elecer o contrato social$

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Bociedade e economia como

má(uinas <o""es conce"e a sociedade como or#anismoarticial, modelo *ue é reorado pelomecanicismo de Descartes *ue 'i'eu 3 mesmaépoca$ :omo mecanismo automtico, a sociedadeesta'a su7eita a leis de uncionamento$ Jeis

tam"ém condicionam a esera econmica, e 7usticam pol&ticas antiinter'encionistas$ ?inam,portanto, tam"ém um carter normati'o$

  inCu!ncia do esp&rito cartesiano trans"orda opensamento econmico$ :om "ase na idéia de lei

social, <o""es deendeu a li"erdade de comércio$

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DudleP Nort 8scre'eu em 1651 os  Discursos sobre o

Comércio

 sse'era *ue *uando o método cartesiano

é aplicado 3s *uestEes comerciais ce#a-sea um conecimento da economia como umsistema mec/nico undado em 'erdadesclaras e e'identes, em *ue os preos se

am, por si s>, em cada mercado e ari*ue.a ad'!m espontaneamente sem ainter'en+o do 8stado$

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 Son JocKe (16GF-1GG)   'is+o da sociedade *ue iria pre'alecer no século

XVIII, época do nascimento da 8conomia comoci!ncia, aasta-se, no entanto, do racionalismo emecanicismo cartesianos so" as inCu!nciasmarcantes da o"ra de JocKe da *ual destacamos o

 Ensaio sobre o Entendimento Humano e os DoisTratados sobre o overno$

 s idéias de JocKe repercutiam as aspiraEes daclasse "ur#uesa e ele é considerado o l>soo daRe'olu+o Lloriosa, *ue em 16 esta"eleceu a

monar*uia constitucional na In#laterra, "em comoum dos precursores do !luminismo, mo'imentointelectual *ue comandou a Re'olu+o 2rancesa$

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JocKe tam"ém é considerado o pai do li"eralismo *ue seimps completamente na cena in#lesa do século XIX$

JocKe se#ue a trila de seus antecessores 4acon e <o""es,mas critica Descartes em aspectos essenciais$

:omo 4acon, ele ealta o poder dos sentidos como onte doconecimento e repudia os 'est&#ios platnicos da 'is+o deci!ncia em rist>teles com suas crenas em 'erdades inatas$

De <o""es, JocKe retém o modelo indi'idualista *ue eplicao poder institu&do a partir de um acordo li'rementeesta"elecido entre os indi'&duos e selado por um contratosocial$

No entanto, JocKe demonstra uma preocupa+o maior emres#uardar a li"erdade indi'idual contra a tirania do poder$Jana ent+o a tese de *ue a nature.a reser'a aos omenscertos diretos como os de inte#ridade &sica e propriedade$

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e#uindo Descartes, JocKe tam"ém cona nopoder da ra.+o de transormar o mundo, porémele ornece uma outra interpreta+o dela$

  ra.+o n+o é "usca de princ&pios internos aopensamento indi'idual o"tidos na decomposi+oanal&tica dos enmenos em seus elementos"sicos$

8la consiste, mais propriamente, em um dompotenciali.ado pela o"ser'a+o emp&rica$ JocKe

critica o racionalismo de Descartes, *ue interpretaainda reter res*u&cios escolsticos da crena deidéias inatas e 'erdades auto-e'identes, e seaproima da tradi+o empirista de 4acon$

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9ocCe e o empirismo JocKe n+o aderiu a um empirismo radical,

em"ora JocKe em muito tena contri"u&do paraa dius+o do empirismo ora da In#laterra$

% empirismo a'ia se consolidado no século

XVIII #raas ao etraordinrio a'ano dasci!ncias, mas oi o método da &sica neMtonianae n+o o de 4acon *ue se tornou o paradi#ma dopensamento los>co em ci!ncia$

JocKe desrutou da ami.ade de NeMton e com

ele aperce"eu-se *ue #rande parte de nossasidéias n+o se poderia compro'ar, pois elaspro'em de um conecimento intuiti'o$

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Bodemos demonstrar as conse*;!nciasmatemticas dos princ&pios da 2&sica ece#ar a certas conclusEes de aplica+o

emp&rica, mas o princ&pio em si mesmo,uma 'e. "em esta"elecido, n+o se podecontest-lo$

%utras idéias se colocam acima da ra.+o

umana e s> podem ser assentidas pelaé, como as crenas reli#iosas$

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Sociedade e Estado em John Locke  % modelo de sociedade pol&tica de JocKe

assemela-se tam"ém ao de <o""es mantendo deleaastamento em pontos espec&cos$

8m seus Dois Tratados sobre o overno, aindaaplica os conceitos de @estado naturalA de omens

li'res e i#uais, precedendo o aparecimento do poder,e a idéia de *ue o poder se le#itima peloconsentimento$

as o pacto social n+o é pensado como um ant&dotopara aca"ar com a situa+o de #uerra de todos

contra todos, 7 *ue em JocKe no estado de nature.ao omem n+o é o lo"o do omem, em"ora n+o seencontre a& a 'is+o id&lica do "om sel'a#empopulari.ada por Rosseau$

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em aderir a concepEes etremas do carter doomem no est#io pré-social, JocKe ar#umenta *ueo pacto social é ruto da con'eni!ncia dos omens

se su"meterem a um poder central a m depreser'arem a 'ida e a propriedade$ e o 8stado aparece para preser'-lo, é importante

encontrar uma 7usticati'a para o direito depropriedade$ Neste tocante, JocKe en'ereda suas

reCeEes passando 3s consideraEes econmicas$ % 8stado n+o interere na distri"ui+o de ri*ue.as,

pois é o tra"alo indi'idual *ue conere a cada umseus direitos de propriedade, *ue en#lo"a tam"ém

os direitos de erana$ % m da 'ida social éprodu.ir a maior *uantidade poss&'el de coisas=teis, mas a produ+o de'e-se deiar a car#o dosinteresses particulares$

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Dando continuidade 3 ética teleol>#ica dea*uia'el e <o""es, JocKe "usca aindaum undamento edonista para a 7usticati'a moral da conduta$ 4em e mals+o denidos pelo pra.er e pelo mal *ue aconduta propicia ao indi'&duo$ ?al modeloético iria depois resultar no utilitarismode S$ 4entam, se#uido pela maioria dos

l>soos éticos in#leses entre o m dossetecentos e o século se#uinte$

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Idéias econmicas de 9ocCe 8m teoria econmica, JocKe tece considera+o so"re o

 'alor dos "ens$ eu undamento est no tra"aloumano$ :ontrariamente 3 'ers+o menos entica deWilliam BettP, o tra"alo é mais importante *ue o pr>priopreo das terras na determina+o do 'alor dos "ens$

No ensaio de 1691, intitulado Considera"#es sobre a$ueda do %uro e a Eleva"ão do &alor da 'oeda, JocKeindica claramente sua compreens+o dos mercados comoum mecanismo impessoal em *ue operam a oerta e ademanda e onde os preos esta"elecidos n+o poderiamser consistentemente alterados por medidas le#ais$ %pr>prio 7uro do dineiro seria determinado por uma taanatural de mercado$

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 A vis%o do século XVIII < no in&cio do século XVIII um consenso em torno

da interpreta+o da pol&tica, da sociedade e mesmoda economia como eseras naturais$ ma importante *uest+o *ue se coloca'a 3 época

era em como conciliar a 'is+o da sociedadecomposta por indi'&duos auto-interessados com ocomportamento ético presumidamente atri"u&do aoomem pelos l>soos moralistas ou éticos$

 ceitando todos os preceitos da anlise de JocKe,um #rupo de l>soos in#leses ataca a 'is+opessimista de <o""es e tenta mostrar *ue o auto-interesse n+o é a princ&pio incompat&'el com a

"ene'ol!ncia$

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8ntre ele podemos citar ates"urP, ?ucKer e<artleP$

Bassando ao lar#o das particularidades indi'iduais,

todos deendem a possi"ilidade de reconcilia+oentre a conduta altru&stica e a "usca da satisa+oindi'idual$

Bor*ue, sendo o omem um animal social, aspreocupaEes com o interesse pr>prio e com o

interesse comum se conundem, de modo *ue ao setra"alar pelo incremento da elicidade p="licaaumenta tam"ém o *uin+o da elicidadeindi'idual$

% ar#umento los>co principal deles consiste em

mostrar *ue o comportamento umano tem sempreuma componente de "ene'ol!ncia, n+o sendo,portanto, um comportamento #enuinamentee#o&sta$ %s l>soos éticos procuram enra*uer atese do omem auto-interessado e e#o&sta,

reconciliando-o com a moral$

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4ernard ande'ille(160-1GG)

% escritor oland!s pu"lica um poema em105 em *ue "usca demonstrar por meiode uma "ula *ue n+o é necessriodescartar o comportamento puramentee#o&sta para se deri'ar a partir deleresultados "enécos para a sociedade$

  o"ra ()bula das *bel+as trs em seusu"t&tulo um resumo da >rmulaencontrada por ande'ille '&ciospri'ados, "ene&cios p="licos$ 

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 A !"ula das A"elhas

Nesta o"ra ande'ille supEe a eist!nciade um mecanismo na sociedade pelo *ualos '&cios pri'ados, ao se somarem,con'ertem-se em "ene&cios p="licos$

% ar#umento é o de *ue a lu=ria umana,ao lado da 'aidade e da in'e7a, ésocialmente =til na medida em *ue #era

demanda eeti'a, encora7ando a produ+ode "ens e com isso empre#ando toda sortede tra"aladores$

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  m de ilustr-lo, conta a est>ria de @uma grandecolméia, repleta de abel+as, -ue viviam com lu.o e

comodidadeA e *ue a partir de um certo momentoresol'e se morali.ar$ :onse*;entemente @/ medida-ue minguaram o orgul+o e o lu.o000 1ec+aram 1)bricas inteirasA e$$$ @Todas as artes e o1ícios 1oramabandonadosA$ colméia, ao se morali.ar, entrou

em ranca decad!ncia econmica$ :omo li+o da est>ria, ande'ille escre'e *ue @ser 1amoso na guerra e, ainda, viver comodamente, semgrandes vícios, é uma vã utopia radicada nocérebro0 * 1raude, o lu.o e o orgul+o devem e.istir,en-uanto recebemos seus bene1ícios20

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Eodelo individualista de

sociedadeande'ille reora o modelo indi'idualista de

sociedade, mostrando a precariedade dosar#umentos morais na eplica+o dasocia"ilidade dos omens nas economias de

mercado$ s suas idéias, no entanto,escandali.aram a opini+o da época e n+o oramse#uidas pelos mais importantes l>soosmorais do século XVIII$

ande'ille n+o ne#a *ue os omens s+o

naturalmente dotados de al#um senso moral,mas ele n+o considera *ue a plena moralidadese7a uma pré-condi+o para a 'ida social 

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 A emancipa$%o da economia

  o"ra de ande'ille te'e um papel decisi'o paraemancipar o pensamento econmico da época damoralidade e permitir assim a considera+o de umsu"sistema social autnomo *ue constitui uma ordemeconmica ormada por uma cole+o de indi'&duos

"uscando seu auto-interesse e #o'ernados pela lei daoerta e demanda$  ordem social ora era pensada como uma cria+o

articial dos omens, como na tradi+o o""esiana,ora como uma entidade natural ou até di'ina$

NeMton tam"ém 'ia o des&#nio de Deus na ordemnatural$ %s economistas do século XVIII acredita'am todos na

ordem natural dos enmenos econmicos 

A d l d

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 A ordem natural dos

fenmenos sociaisercer de la Ri'iYre, mem"ro da escola de

economistas ranceses conecida como (isiocracia, arma tetualmente *ue a@ordem natural e essencial da sociedadeAn+o é ruto do tra"alo do omem, mas éinstitu&da por Deus$

mit tal'e. tena ener#ado o des&#nio

do criador na ordem econmica, en*uanto<ume era céptico da presena di'ina naordem$

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N+o importa se a interpreta+o de cada *ual é oun+o carre#ada de conota+o reli#iosaU todosaceitam a eist!ncia de uma ordem naturalsu"7acente 3 sociedade e 3 economia$

e ela eiste, os omens em sociedade est+osu7eitos a leis naturais do mesmo modo em *ue nanature.a &sica os enmenos su"metem-se a leis&sicas$

 %s siocratas acreditam *ue a produ+o e adistri"ui+o dos "ens s+o eetuadas de acordo comleis as da nature.a e *ue os pro"lemas dedistri"ui+o de'em ser lidados como se enrenta ospro"lemas da 2&sica$