xiii silel ufu - versÃo final
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Grupo Temático: LINGUÍSTICA SISTÊMICO-
FUNCIONAL E ENSINO DE LÍNGUAPORTUGUESA
Coordenação: Vania L. R. DutraUERJ/UFF
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DUTRA, Vania Lúcia Rodrigues – UERJ/UFF
SILVA, Liliene Maria Novaes Pereira da – UFF
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A situação do ensino da língua materna nas escolashoje é reflexo, entre outras coisas, da disjunção entregramática e texto nos estudos linguísticos.
“Até muito recentemente, a gramática tradicional estava
intimamente ligada ao estudo da retórica(...). Atualmente, agramática e a retórica (...) têm um mau nome, mas éimportante compreender porque é que isso acontece.Christie (1981, 1990b) sugere que tal se deve, em parte, aofato de a gramática tradicional ter sido dissociada da
retórica nas escolas, pelo que perdeu o seu propósito; e umavez afastado o propósito de ensinar os estudantes a falar eescrever mais eficientemente, a gramática também sebanalizou.” (MARTIN & ROTHERY, 1993: 138).
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• O foco do trabalho não pode ser mais agramática com objetivo e fim em si mesma.
• Proposta: ampliar a competênciacomunicativa dos alunos.
• Ênfase no trabalho com textos.
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Com base nessa visão, pesquisadores que sededicam a pensar as práticas pedagógicas de
ensino de língua na escola básica têm trazido,para o centro de suas discussões, a abordagemfuncionalista da linguagem.
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A partir dos pressupostos teóricos da LinguísticaSistêmico-Funcional (HALLIDAY, 2004), entende-se que o trabalho com a gramática na escola énecessário – ao contrário do que defendem alguns – e que o conhecimento gramatical é imprescindível
para que o aluno possa desenvolver suashabilidades de leitura e de escrita, atingindo umamaior proficiência verbal.
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• O modelo investigativo-descritivo daLinguística Sistêmico-Funcional representauma tentativa de descrição do funcionamentoda língua.
• Na educação básica, é preciso refletir sobre ofuncionamento da língua, integrando
novamente gramática e texto.
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•
A gramática passa, então, a ser concebida comoum potencial para a construção de significados.
•Ela é moldada pelas determinações da situaçãocomunicativa específica em que se dá – osinterlocutores, os objetivos do evento da fala, ocontexto discursivo.
•Estabelece relações entre o sistema linguístico,seus elementos e as funções que eles cumpremna comunicação.
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• A GSF associa o trabalho reflexivo aoensino de gramática, analisando afuncionalidade das estruturasgramaticais nos textos, aliando alinguagem a seu contexto de uso – teoria
metafuncional da gramática.
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•Diferentemente da gramática de base estrutural,muito presente na escola ainda hoje, a chamada“gramática funcional”, tem como tarefa,conforme Beaugrande (apud NEVES, op. cit.),“fazer correlações ricas entre forma e significadodentro do contexto global do discurso”.
•Dessa forma, não há como desvincular gramáticae texto no processo de ensino-aprendizagem dalíngua.
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Toda prática pedagógica baseia-se em um
posicionamento teórico assumido pelo professor,mesmo que ele não se dê conta disso.
•O ensino do português vem sendo praticado
tradicionalmente a partir de uma concepção de língua comoexpressão do pensamento.
•A língua é tida como uma produção mental, individual e quese organiza com base na lógica do raciocínio.
•Essa concepção orienta um ensino que não considera o texto
como a unidade de análise.
•As unidades de análise, nesse caso, são a palavra e a frase.
•Os aspectos observados são os da morfologia e os da sintaxe,que se esgotam numa e noutra.
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Ou seja, o modo como o professor concebe a língua,como ele a entende influenciará:
•o tratamento que dará ao conteúdo de ensino nas aulas
de Língua Portuguesa;
•o modo como irá avaliá-lo;
•a decisão sobre o que deve ser o objeto de ensino emsuas aulas.
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Algumas implicações da assunção do paradigma
formalista de ensino de língua
•a ideia de que os sujeitos decodificam e reproduzemmensagens;
•a ideia de que os sentidos pré-existem à realizaçãoverbal;
•a ideia de que o texto é um aglomerado de frases, semqualquer vínculo com o contexto em que é produzido.
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Em oposição ao paradigma formalista, o funcionalismolinguístico:
•procura analisar o texto associando o material
linguístico de que é constituído internamente aosaspectos do contexto de sua produção e leitura;
•promove uma abordagem que privilegia a reflexão
sobre o funcionamento da língua, sobre o trabalho com agramática e sobre sua integração com o texto.
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ABORDAGEM
FORMALISTA ABORDAGEM
FUNCIONALISTA LÍNGUA Sistema autônomo de
códigos Ferramenta para a interaçãosocial
TEXTOConjunto autônomo de
frases que veiculam umamensagem
Possibilidade realizada a partirdo potencial total de significadosda língua e ligado a um contextode uso
GRAMÁTICA Conjunto de regras para
a formação de enunciados Sistema de opções para a
construção de significados
ENSINO Considera a língua em simesma e privilegia suaforma
Considera as funções sociais dalíngua e privilegia seu uso
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ABORDAGEM FUNCIONALISTA - tem o foco naanálise funcional da gramática, ou seja, na produção de
significados.
ABORDAGEM FORMALISTA – tem o foco naestrutura.
•A Gramática Sistêmico-Funcional não ignora a estruturada língua nem a desvaloriza.
•Ela propõe que a estrutura seja observada em relação aocontexto em que o texto é produzido.
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•A linguagem se organiza não só com base no sistemalinguístico como também com base no sistema de
dados do contexto social em que se realiza.
•E esses dois sistemas estão sempre inter-relacionados, formando uma rede sistêmica.
•Portanto, para interagir eficientemente por meio douso da língua, o falante precisa saber que codificaçãoléxico-gramatical realiza adequadamente os
significados pretendidos num contexto específico deinteração linguística.
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Rude e doloroso
Minha posição quanto à conveniência ou não de se unificar o
português falado no mundo é um destemido “não sei”. Talvez nãovalha o trabalho que dará para mudar regras e hábitos – sem falar em
dicionários – e pode-se prever que as mudanças, se vierem, levarão
tempo para “pegar”. Mas os escritores em português têm um interesse
menos acadêmico do que prático na unificação do seu idioma, queaumentaria o mercado em potencial para seus livros. O “rude e
doloroso” idioma de Bilac é falado por mais gente do que fala francês,
mas temos razões para nos queixar da sua relativa obscuridade. Ao
contrário da Espanha, que perdeu seu império americano, mas deixou
um imenso mercado para o Garcia Marques e o Vargas Llosa, Portugal
não foi muito pródigo com a sua língua.
(VERISSIMO, L. F. O Globo, 18/10/2007. Fragmento.)
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(a)...(a Espanha) perdeu seu império americano,
mas deixou um imenso mercado para o GarciaMarques e o Vargas Llosa,...
(b) ...(a Espanha) perdeu seu império americano,embora tenha deixado um imenso mercado para oGarcia Marques e o Vargas Llosa,...)
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Em (a): perder (processo) / a Espanha e seu império americano
(participantes)deixar (processo) / a Espanha (elíptico), um imenso mercado e oGarcia Marques e o Vargas Llosa (participantes)
Em (b): perder (processo) / a Espanha e seu império americano (participantes)deixar (processo) / a Espanha (elíptico), um imenso mercado e o
Garcia Marques e o Vargas Llosa (participantes)
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Favorecer o desenvolvimento desse tipo de conhecimento pelo
aluno, para que ele possa fazer as escolhas adequadas a cadasituação de comunicação.
Desenvolver um ensino de gramática que seja parte integrante dotrabalho pedagógico com leitura e produção de textos.
Estabelecer uma estreita relação entre os fatos gramaticais e aconstituição dos textos.
Propor a análise dos fatos gramaticais sem que essa prática sejaconfundida com a classificação e a descrição pura e simples deformas gramaticais
Realizar essa análise como reflexão sobre a funcionalidade dasformas lexicogramaticais na constituição dos textos – contribuiçãorica e importante para o desenvolvimento da competênciadiscursiva.
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HALLIDAY, M. A. K. Language as social semiotic: the socialinterpretation of language and meaning. London: Edward Arnold,1978.
_________. An Introduction to Functional Grammar. 3. ed.revised by C. M. I. M. Matthiessen. London: Arnold, 2004.
HAWAD, H. F. Texto ou gramática? Pela superação de um falsodilema. Trabalho apresentado na mesa redonda Gêneros Textuais eEnsino, no X Fórum de Estudos Linguísticos da UERJ. Rio de Janeiro, 30/9 a 3/10/2009. No prelo.
MARTIN, J. R. & J. ROTHERY. Grammar: makingmeanings in writing. In: COPE, B. & M. KALANTZIS. Thepowers of literacy: a genre approach to teaching writing.London: The Falmer Press, 1993. p. 137-153.