wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

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INIS-BR--4008 WILSON ROBERTO DEJATO DA ROCHA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS GEOMÉTRICOS ESTRUTURAIS DE ESPUMAS CERÂMICAS INDUSTRIAIS POR TRANSMISSÃO DE RAIOS GAMA E MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X Londrina 2005

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Page 1: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

INIS-BR--4008

WILSON ROBERTO DEJATO DA ROCHA

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS

GEOMÉTRICOS ESTRUTURAIS DE

ESPUMAS CERÂMICAS INDUSTRIAIS

POR TRANSMISSÃO DE RAIOS GAMA

E MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

Londrina

2005

Page 2: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

WILSON ROBERTO DEJATO DA ROCHA

L.

^ Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação, em Física, da Universidade Estadual de Londrina, para obtenção do título

^ de Mestre.

^ Londrina

~̂ 2005

DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS

GEOMÉTRICOS ESTRUTURAIS DE

ESPUMAS CERÂMICAS INDUSTRIAIS

POR TRANSMISSÃO DE RAIOS GAMA

E MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

Orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Appoloni

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Rocha, Wilson Roberto Dejato da Determinação de parâmetros geométricos estruturais de espumas

cerâmicas e industriais por transmissão de raios gama e microtomografia de raios X / Wilson Roberto Dejato da Rocha. - Londrina, PR: 2005.

Orientador: Dr. Carlos Roberto Appoloni. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Londrina.

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L

^ WILSON ROBERTO DEJATO DA ROCHA

^ DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS GEOMÉTRICOS

u ESTRUTURAIS DE ESPUMAS CERÂMICAS INDUSTRIAIS

^ POR TRANSMISSÃO DE RAIOS GAMA E

^ MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

^ Dissertação apresentada ao Curso de _̂ Pós-Graduação, em Física, da

Universidade Estadual de Londrina, para ^- obtenção do título de Mestre.

^ COMISSÃO EXAMINADORA

^ ^ Prof. Dr. Carlos Roberto Appoloni

Universidade Estadual de Londrina

^ Prof. Dr.Celso Peres Fernandes ^ Universidade Federal de Santa Catarina

C_ _̂ Prof. Dr. Ricardo Tadeu Lopes

Universidade Federal do Rio de Janeiro

^ Londrina, 23 de Fevereiro de 2005.

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Page 6: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Carlos Roberto Appoloni, pela atenção e crédito ao longo desta jornada.

A minha família, pela confiança e dedicação.

Aos amigos e colegas, pela motivação e pela força.

Aos colegas Anderson C. Moreira (LFNA/UEL) e Gustavo Jansen (LMPT/UFSC) pela

impregnação com resina nas amostras cerâmicas e obtenção de imagens

microscópicas.

Aos professores Ricardo Tadeu Lopes, pela oportunidade de interação com o

Laboratório de Instrumentação Nuclear (LIN-COPPE-UFRJ), e Luis Fernando de

Oliveira, pela disposição em nos ajudar na realização de medidas tomográficas.

Ao professor Celso Peres Fernandes, pela colaboração, amizade e ensinamentos

prestados ao longo do desenvolvimento do trabalho.

À CAPES, pela bolsa de estudos oferecida.

Ao projeto PROCAD/CAPES, que permitiu a colaboração com o Laboratório de

Meios Porosos e Propriedades Termofísicas (LMPT) da Universidade Federal de

Santa Catarina.

Page 7: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

RESUMO

Neste trabalho utilizou-se a técnica de transmissão de raios gama e de microtomografia de raios X para avaliação da porosidade e da distribuição do tamanho de poros de espumas cerâmicas de SiC. Realizou-se também a reconstrução tridimensional após a determinação de parâmetros geométricos das amostras, que foram obtidos a partir de análises de imagens bidimensionais geradas utilizando um sistema Microfocus, constituído de uma câmara CCD, um intensificador de imagens, um tubo de raios X e um sistema automático de rotação da amostra. A resolução espacial das imagens microtomográficas foi de, aproximadamente, 32 ^m. Na metodologia de transmissão de raios gama, foram empregados um detector cintilador de Nal (TI), uma fonte radioativa de Am-241 (59,53 keV, 100 mCi) e uma mesa micrométrica de aquisição de dados e movimentação X-Z automática. As amostras analisadas possuem densidade de poros de 30, 45, 60, 80 e 100 ppi (poros por polegada linear). A técnica de transmissão de raios gama mostrou-se precisa e acurada ao fornecer a porosidade das amostras, em tomo de 90%, e estão em acordo com os valores fornecidos pelo fabricante das espumas. As amostras de 30 e 45 ppi analisadas pela técnica de microtomografia apresentaram porosidade equivalentes à fornecida pelo fabricante das cerâmicas. Já as amostras de 60, 80 e 100 ppi apresentaram porosidade média, sistematicamente, inferior à do fabricante (= 4%). As distribuições de tamanho de poros mostram a presença de poros menores do que aqueles indicados pelo fabricante. As amostras de 30 ppi apresentam um vazio dentro do material sólido da estrutura da espuma cerâmica. O método de gaussiana truncada, utilizado na reconstrução tridimensional, não foi capaz de levar em conta esse vazio dentro da matriz sólida.

Palavras-chave: Cerâmicas, Microestrutura, Transmissão Gama, Microtomografia.

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L

ABSTRACT

In this work, the gamma rays transmission and x-rays microtomography techniques are used for the evaluation of the porosity and the pore size distribution of SiC ceramic foams. It was also accomplished the three-dimensional images after the determination of samples geometric parameters. The geometric parameters were obtained by two-dimensional images analyses, generated by a Microfocus system, with a CCD camera, an images intensifier, a X-rays tube and an automatic system for rotation of the sample. The spatial resolution of the images was about 32 ^m. In the gamma rays transmission methodology, a Nal(TI) scintillation detector, an 241Am (59.53 keV, 100 mCi) radioactive source and an automatic X-Z micrometric table was used. The analyzed samples had pores density of 30, 45, 60, 80 and 100 ppi (pores per inch). The gamma rays transmission technique was accurate to supply the porosity of the samples, which ranged about 90% and was in agreement with the values supplied by manufacturer of the foams. The 30 and 45 ppi samples analyzed by x-rays microtomography showed porosity results that agree with the average porosity supplied by the manufacturer. In other hand, the 60, 80 and 100 ppi samples systematically showed average porosity about 4%, lower than the average of the manufacturer. The pore size distributions found through the software IMAGO show the presence of smaller pores than those nominated by the manufacturer. The 30ppi samples had voids inside the solid material of the ceramic foams structure. Gaussian truncated method, used in the three-dimensional reconstruction, was not able to take into the account the voids inside the solid matrix.

u

Page 9: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Figura 2-12 - Gráfico normal de uma população de valores. O coeficiente de

correlação próximo a 1 indica sua característica gaussiana 26

Figura 4-1 - Arranjo experimental utilizado na metodologia de transmissão de raios

gama 31

Figura 4-2 - (a)Fonte radioativa de Am-241 e detector de cintilação de Nal(TI);

(b)Motor de passos de movimentação XZ 32

Figura 4-3 - Linhas de energia da fonte de Am-241 obtidas com detector de GeLi ..34

Figura 4-4 - Espectro de emissão de alguns detectores de cintiladores superposto à

curva de eficiência de fotomultiplicadoras 35

Figura 4-5 - Fotografia da tela do software que gerencia os motores de passos 36

Figura 4-6 - Esquema de medida sobre as cerâmicas porosas 40

Figura 4-7 - Esquema do aparato experimental do sistema Fein Focus 41

Figura 4 - 8 - Elementos constituintes do tubo de raios X 42

Figura 4-9 - Foto do sistema de movimentação 43

Figura 4-10 - (a)Esquema de funcionamento de um intensificador de imagem;

(b)Fotografia do intensificador 45

Figura 4-11 - Fotografia das amostras utilizadas nas técnicas de transmissão de

raios gama e microtomografia de raios X 49

Figura 5-1 - Perfil da porosidade ao longo da amostra 30 AT 53

Figura 5-2 - Perfil da porosidade ao longo da amostra 45 BT 53

Page 10: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Figura 5-3- Perfil da porosidade ao longo da amostra 60 BT 54

Figura 5-4 - Perfil da porosidade ao longo da amostra 80 CT 54

Figura 5-5- Perfil da porosidade ao longo da amostra 100 BT 55

Figura 5-6 - Gráfico normal para a amostra 30 AT 56

Figura 5-7 - Gráfico normal para a amostra 45 BT 56

Figura 5-8 - Gráfico normal para a amostra 60 BT 57

Figura 5-9 - Gráfico normal para a amostra 80 CT 57

Figura 5-10 - Gráfico normal para a amostra 100 BT 58

Figura 5-11 - Algumas seções cruzadas para a amostra 30 BM. No detalhe da seção

180, a imagem dos "poros" dentro do material 61

Figura 5-12 - Algumas seções cruzadas para a amostra 45 BM. No detalhe da seção

180, a imagem dos "poros" dentro do material 62

Figura 5-13 -Algumas seções cruzadas para a amostra 60 BM 63

Figura 5-14 - Algumas seções cruzadas para a amostra 80 BM 64

Figura 5-15 -Algumas seções cruzadas para a amostra 100 BM 65

Figura 5-16 - Seção cruzada de número 16 para a amostra 30 AM 66

Figura 5-17 - Imagens da amostra de 30 ppi obtidas com microscópio óptico, com

fatores de amplificações (a) 5, (b) 7,5 e (c) 10 67

Page 11: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Figura 5-18 - Imagens da amostra de 45 ppi obtidas com microscópio óptico, com

fatores de amplificações (a) 5, (b) 7,5 e (c) 10- 68

Figura 5-19 - Imagens da amostra de 45 ppi obtidas por um microscópio

esteroscópico. Ligações com o meio exterior ficam evidentes 69

Figura 5-20 - Ilustração do processo de binarização das amostras de 30 a 45 ppi-

(a) Imagem original; (b) Os poros dentro do material não são

considerados; (c) Os poros dentro do material são considerados 71

Figura 5-21 - Perfil da porosidade para a amostra 30 AM 72

Figura 5-22 - Perfil da porosidade para a amostra 45 AM 72

Figura 5-23 - Perfil da porosidade para a amostra 60 BM 73

Figura 5-24 - Perfil da porosidade para a amostra 80 BM 73

Figura 5-25 - Perfil da porosidade para a amostra 100 BM 74

Figura 5-26- Distribuição do tamanho de poros para a amostra 30 AM 77

Figura 5-27 - Distribuição do tamanho de poros para a amostra 45 BM 78

Figura 5-28 - Distribuição do tamanho de poros para a amostra 60 BM 78

Figura 5-29 - Distribuição do tamanho de poros para a amostra 80 BM 79

Figura 5-30 - Distribuição do tamanho de poros para a amostra 100 BM 79

Figura 5-31 - Função de autocorrelação média para a amostra 30 AM 82

Figura 5-32 - Função de autocorrelação média para a amostra 45 BM 83

Page 12: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Figura 5-33 - Função de autocorrelação média para a amostra 60 BM 83

Figura 5-34 - Função de autocorrelação média para a amostra 80 BM 84

Figura 5-35 - Função de autocorrelação média para a amostra 100 BM 84

Figura 5-36 - Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com

fatores de amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para

amostra 30 AM 85

Figura 5-37 - Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com

fatores de amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para

amostra 45 BM 86

Figura 5-38 - Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com

fatores de amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para

amostra 60 BM 86

Figura 5-39 - Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com

fatores de amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para

amostra 80 BM 87

Figura 5-40 - Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com

fatores de amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para

amostra 100 BM 87

Figura 5-41 - Distribuição de tamanho de poro acumulada para a amostra 30AM... 88

Figura 5-42 - Distribuição de tamanho de poro acumulada para a amostra 45BM... 88

Figura 5-43 - Distribuição de tamanho de poro acumulada para a amostra 60BM ... 89

Figura 5-44 - Distribuição de tamanho de poro acumulada para a amostra 80BM... 89

Page 13: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Figura 5-45 - Distribuição de tamanho de poro acumulada para a amostra 100BM. 90

Figura 5-46 - Reconstruções tridimensionais obtidas com fator de amplificação 2.. 92

Page 14: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

LISTA DE TABELAS

Tabela 4-1 - Resumo das características do pré-amplificador, do amplificador e da

fonte de alta tensão 37

Tabela 4-2 - Algumas características fornecidas pelo fabricante das amostras

utilizadas na técnica de transmissão de raios gama 50

Tabela 4-3 - Algumas características fornecidas pelo fabricante das amostras

utilizadas na técnica de microtomografia de raios X 51

Tabela 5-1 - Validação das medidas de transmissão gama utilizando o aparato

experimental apresentado na Figura 4-1 52

Tabela 5-2 - Valores de porosidade das cerâmicas de SiC encontrados no presente

trabalho e outros valores de referência 59

Tabela 5-3 - Valores de porosidade obtidos por microtomografia e comparados com

valores encontrados na literatura e fornecidos pelo fabricante 76

Tabela 5-4 - Intervalo de tamanho de poros de maior probabilidade de ocorrência

para cada amostra. No intervalo estão 70 % dos poros 81

Tabela 5-5 - Resumo da porosidade das amostras de 60 ppi 93

Page 15: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

< ^ Í

-̂ SUMÁRIO

^ 1 INTRODUÇÃO e OBJETIVOS 01

^ 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 03

^ 2.1 Interação da Radiação X e Gama com a Matéria 03

2.2.1 Principais Processos de Interação da Radiação com a Matéria 03

^ 2.1.1.1 Efeito Fotoelétrico 05

L 2.1.1.2 Efeito Compton 06

^ 2.1.1.3 Efeito Pares 08

""" 2.2 Coeficiente de Atenuação de Massa: seção de choque total 09

, 2.2.1 Coeficiente de Atenuação Linear 09

^ 2.3 Transmissão de Raios Gama 11

C 2.4 Microtomografia Computadorizada de Raios X 12

~̂ 2.4.1 Resolução Espacial e Resolução de Contraste 16

2.4.2 Algoritmo de Reconstrução: Retroprojeção Filtrada 17

^ 2.4.3 Reconstrução Tridimensional e Caracterização Geométrica 19

L 2.4.3.1 Caracterização Geométrica: Processo de Binarização 20

^ 2.4.3.2 Reconstrução Tridimensional 21

^ 2.5 Determinação da Porosidade por Transmissão de Raios Gama e por

Microtomografia de Raios X 22

_̂ 2.6 Análise Estatística Através do Modelo de Gauss 23

C 2.6.1 Gráfico Normal 25

C 3 REVISÃO DA LITERATURA 27

, 3.1 Microtomografia de RaioX 27

^ 3.2 Transmissão de Raios Gama 28

C 3.3Transmissão de Raios Gama e Microtomografia de RaioX 30

L

Page 16: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

^ 4 MATERIAIS E MÉTODOS 31

^ 4.1 Transmissão de Raios Gama 31

4.1.1 Arranjo Experimental 31

4.1.1.1 Fonte Radioativa 33

^ 4.1.1.2 Detector de Cintilação de Nal(TI) 35

C 4.1.1.3 Mesa Automática de Movimentação XZ 35

^ 4.1.1.4 Eletrônica Padrão de Aquisição de Dados 37 C 4.1.1.5 Software WinXCom 37

, 4.1.1.6 Outros Materiais Utilizados 38

^ 4.1.2 Metodologia 37

L 4.2 Microtomografia de Raios X 41 L 4.2.1.1 Tubo de Raios X 42

4.2.1.2 Sistema de Movimentação da Amostra 43

(^ 4.2.1.3 Detecção de Raios X: Intensificador de Imagem e Câmara CCD 44

v. 4.2.2 Metodologia 45

^ 4.2.2.1 Software IMAGO 46

4.3 Espumas Cerâmicas de Carbeto de Silício 48

^ 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 52

L 5.1 Transmissão de Raios Gama 52

^ 5.1.1 Coeficiente de atenuação linear da água e do alumínio 52 C 5.1.2 Porosidade Total 52

, 5.2 Microtomografia de Raio X 60

^ 5.2.1 Porosidade 70

^ 5.2.2 Distribuição de Tamanhos de Poros 77

5.2.3 Reconstrução Tridimensional 82

5.3 Resumo dos Resultados de Porosidade 93

L.

Page 17: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

6. CONCLUSÃO 94

7. REFERÊNCIAS 97

ANEXOS 100

ANEXOA. Gráficos do perfil da porosidade e gráficos normais utilizados na análise

dos resultados da técnica de transmissão de raios gama 101

ANEXOB. Gráficos do perfil da porosidade utilizados na análise dos resultados da

técnica de microtomografia de raios X 105

Page 18: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

já o último, além da informação da porosidade, pode-se avaliar a distribuição do

tamanho de poros, uma vez que é possível a análise da estrutura interna do material

mantendo a característica não destrutiva.

Neste trabalho podemos mostrar a consolidação da Técnica de

Transmissão de Raios Gama como um método eficaz e preciso para a

caracterização de meios porosos, com a vantagem de ser uma técnica de baixo

custo se comparada com a Metodologia de Microtomografia de Raios X. Já esta

última, é uma técnica promissora para a caracterização de meios porosos, uma vez

que já é possível a caracterização de materiais com resolução espacial da ordem de

unidades de microns. A partir da imagem da estrutura interna de meios porosos

podem-se fazer simulações de fenômenos físicos de interesse e a validação dessas

simulações computacionais é importante como ferramenta alternativa, visando a

economia de gastos.

As amostras utilizadas no presente trabalho são espumas cerâmicas

de carbeto de silício, material utilizado na indústria siderúrgica, na estrutura de

aeronaves, como regeneradores térmicos, etc. Tais amostras têm sua estrutura

interna criada artificialmente, diferentemente de outros materiais porosos, como o

solo, cuja estrutura interna é natural.

Page 19: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Interação das Radiações X e Gama com a Matéria

O conhecimento da interação das radiações X e gama com a

matéria, para esse trabalho, foi de grande importância para avaliar qual o melhor tipo

de detector devemos utilizar para a detecção dessas partículas, uma vez que,

partículas diferentes interagem de forma diferente com o material do detector (e com

a amostra) e esse conhecimento também é válido para sabermos qual a energia

adequada da radiação para a realização do experimento, sendo que, partículas

idênticas, mas com energias diferentes, também interagirão diferentemente com a

matéria. Dessa forma, o item seguinte mostrará os processos que ocorrem quando

as radiações X e Gama interagem com átomos de um determinado material.

2.1.1. Principais Processos de Interação da Radiação X e

Gama com a Matéria

As radiações X e Gama podem interagir com a matéria através de

vários processos, cujos principais são: efeito fotoelétrico, espalhamento Compton,

produção de pares, efeito Rayleigh, Thomson e absorção fotonuclear.

A Figura 2-1 mostra a probabilidade (seção de choque) de que cada

efeito ocorra em função da energia para um detector de cintilação de lodeto de

Page 20: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

4

Sódio. Essa figura também apresenta a probabilidade total (seção de choque total),

que é a soma de todas as probabilidades individuais. Pode-se verificar que o efeito

fotoelétrico tem maior contribuição na probabilidade total na região de baixa energia,

enquanto que a componente Compton domina na faixa de energia intermediária e a

produção de pares ganha força a partir de 1,02 MeV. Dessa forma, esses são os

processos mais importantes de interação da radiação gama e X com a matéria e

merecem um maior detalhamento.

Figura 2-1: Dependência do coeficiente de atenuação de massa com a energia para o

lodeto de Sódio. Os efeitos Thomson e de absorção fotonuclear não estão mostrados e

apresentam pouca contribuição para o coeficiente de atenuação de massa.(extraído de

SIEGBAHN, 1979).

Page 21: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

5

2.1.1.1. Efeito Fotoeletrico

Descoberto inicialmente em 1887 por H. Hertz e depois em 1905

ganhou sentido físico com a idéia de fótons introduzida por A. Einstein, o efeito

fotoeletrico diz respeito à capacidade que alguns materiais possuem em emitir

elétrons ao serem irradiados. Sua equação básica é:

E = hv-(/> (2.1)

onde, E é a energia cinética do elétron ejetado; h v é a energia do fóton incidente e ^

é a função trabalho ou a energia necessária para ionizar o átomo. Como pode ser

visto na equação 2.1 toda a energia do fóton incidente é transformada em energia

cinética do fotoelétron adicionada à energia de ionização. A Figura 2-2 mostra um

desenho esquemático do processo.

hv hY»r 4>

Figura 2-2: Esquema de interação da radiação para o efeito fotoeletrico.

O efeito fotoeletrico ocorre com elétrons mais fortemente ligados,

portanto, ocorre, principalmente, na camada K. Como exemplo, considere fótons

Page 22: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

com energia de 30 keV incidindo sobre átomos de Xenônio. Aproximadamente 86%

deles interagem com a camada K e os 14% restantes com as camadas L e M

(KNOLL.1989).

Uma aproximação para a seção de choque fotoelétrica (T) pode ser

obtida mostrando sua alta dependência com o número atômico do átomo absorvedor

e com a energia da radiação(LEO,1994).

Z" T = constante—— (2.2)

O valor de n varia entre 4 e 5 dependendo da região da energia da

radiação. Se a energia da radiação for próxima à energia de ionização da camada K,

haverá uma descontinuidade para o valor de x , como pode ser visto na Figura 2-1;

assim devemos variar o valor de n a fim de considerar essa descontinuidade.

2.1.1.2. Efeito Compton

O efeito Compton diz respeito ao espalhamento de fótons por

elétrons livres ou fracamente ligados. Nesse espalhamento há a transferência de

parte da energia do fóton para o elétron, por isso, é considerado um espalhamento

inelástico.

Page 23: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

elétron

Figura 2-3: Esquema de interação da radiação para o efeito Compton.

A equação 2.3 mostra a dependência da energia do fóton espalhado.

hv-hv

1 + -—y(l -COS^) m0c

(2.3)

onde, hu' é a energia do fóton espalhado ; hu é a energia do fóton incidente; 0 é o

ângulo do sistema do laboratório pelo qual o fóton é espalhado; mo é a massa de

repouso do elétron e c é a velocidade da luz.

A seção de choque para fótons espalhados em todos os ângulos

pode ser obtida pela integral da fórmula de Klein-Nishima (LEO, 1994) e vale:

on = Z2nrr \+y

e - .2 Y \ + 2y y

+ — ln(l + 2 y ) - . 1 + \ 2y (l + 2 r)

2 (2.4)

Page 24: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

^ 8

^ onde <7C é a seção de choque para o efeito Compton, re é o raio clássico do elétron,

^- e v =—v—\ sendo: h a constante de Planck, v a freqüência da radiação, mea massa ^ mec

de repouso do elétron e c é a velocidade de luz.

2.1.1.3. Produção de Pares

Fótons com energia a partir de 1,02 MeV podem interagir com

átomos através da produção de pares. Esse processo se dá quando um fóton é

aniquilado e é transformado em um elétron e um positron. Para o aparecimento

dessas partículas é necessário que o fóton tenha uma energia mínima que seja a

soma da energia de repouso delas. Tal efeito ocorre, prioritariamente, no campo

Coulombiano do núcleo, sendo também possível ocorrer na eletrosfera, com o dobro

da energia mínima do caso nuclear.

elétron

núcleo

positron

Figura 2-4: Esquema de interação da radiação para a produção de pares.

Page 25: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

L.

2.2. Coeficiente de atenuação de massa: seção de

choque total.

Como foi mostrado no item anterior podemos calcular a seção de

choque para cada um dos efeitos citados. Assim, a seção de choque total é a soma

de todas as seções de choque individuais, e ela nos fornecerá a probabilidade de

interação da radiação incidente quando esta atravessa a amostra.

fi«aaa=*+°C+Ç (2-5)

onde jumassa (cm2.g"1) é o coeficiente de atenuação de massa; r é a seção de choque

para o efeito fotoelétrico; ac é a seção de choque para o efeito Compton e £a seção

de choque para a produção de pares.

2.2.1. Coeficiente de atenuação linear

Podemos calcular ainda a probabilidade de interação da radiação

por unidade de comprimento, que chamamos de coeficiente de atenuação linear.

Este último relaciona-se com o coeficiente de atenuação de massa segundo a

relação:

V linear = P - V numa (26)

Page 26: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

onde p ê a densidade do material onde a radiação atravessa.

Sobre a radiação que incide na amostra podemos atribuir uma

determinada intensidade (l0), que dependerá da fonte utilizada para o experimento.

Quando essa radiação atravessa a amostra podemos relacionar uma nova

intensidade (I) que é menor que a radiação incidente (l<lo). A relação entre essas

duas grandezas é uma relação exponencial e é dada pela lei de D'Lambert-Beer,

que é válida para um feixe monoenergético, conforme a equação a seguir:

I=h^ (2.7)

Onde:

I é a intensidade da radiação X após emergir da amostra de

comprimento L;

l0 é a intensidade da radiação X antes de penetrar na amostra de

comprimento L:

jué o coeficiente de atenuação linear dependente da energia da

radiação X ou gama, do número atômico do material que constitui a amostra e da

densidade da amostra e

L é a espessura da amostra.

Page 27: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

11

2.3 Transmissão de Raios Gama

A metodologia da transmissão de raios gama consiste em utilizar

uma fonte radioativa que emita radiação gama para a determinação da densidade (e

outros parâmetros relacionados) de uma determinada amostra. A determinação da

densidade é realizada fazendo-se o feixe de radiação atravessar a amostra e a

variação da intensidade da radiação (juntamente com o conhecimento da espessura)

nos fornece o coeficiente de atenuação linear, que é proporcional à densidade.

A escolha da energia apropriada para a realização das medidas

deve levar em conta a espessura e a densidade da amostra. A escolha de uma

energia errada para a realização das medidas pode acarretar em uma intensidade

do feixe transmitido baixa sendo necessário grandes tempos de medida, no caso de

energia mais baixa que o ideal, ou.muito baixo contraste entre o feixe incidente e

transmitido, no caso de energia mais alta que a devida.Assim, para amostras com

pequena espessura e/ou baixa densidade utiliza-se fontes radioativas com energia

baixa, como é o caso do Am-241, cujos fótons da linha mais intensa tem uma

energia de 59,53 keV e foi utilizada neste trabalho. Já para amostras de grande

espessura e/ou alta densidade utiliza-se fontes radioativas com energia mais alta

como é o caso do Cs-137 (662keV ) e Co-60 (1117 keV e 1333 keV).

Na metodologia de transmissão de raios gama deve-se tomar

cuidado para termos uma intensidade de raios gama de forma a não apresentar

grandes erros estatísticos. Assim o tempo de medida deve ser compatível com

precisão requerida. Como o erro padrão, nesse caso, é obtido tomando-se a raiz

Page 28: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

12

quadrada da contagem acumulada, quanto maior a intensidade menor será o erro

padrão relativo.

2.4. Microtomografia Computadorizada de Raios X

Com o uso da microtomografia é possível analisar a estrutura interna

sem a necessidade de destruir a amostra, sendo assim considerada uma técnica

não destrutiva. Ela consiste no mapeamento do coeficiente de atenuação linear em

uma seção da amostra analisada através da atenuação de um feixe de fótons. No

caso deste trabalho, utilizaremos raios X.

O mapeamento do coeficiente de atenuação linear é feito de tal

forma que o feixe de radiação faça uma varredura, ponto a ponto, do objeto

investigado como mostra a Figura 2-5.

Page 29: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

13

\\\\\\\\w

Figura 2-5: Mapeamento da estrutura interna através de varredura de translação e rotação

Pe-i(t) e PQ2(t) são as projeções para os ângulos 8T e 02, respectivamente e f(x, y) é a função

que mapeia o objeto.(extraido de Kak e Slaney, 1999).

Para o mapeamento da estrutura interna do objeto, somente uma

varredura translacional não é suficiente, por isso é necessário fazermos também

uma varredura rotacional.

Para entender melhor como funciona o mapeamento do coeficiente

de atenuação linear, vejamos a Figura 2-6.

Page 30: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

14

Detector

/ X l

\X3

X A

X4/

Tubo de raios X

Figura 2-6: Mapeamento através de matriz do coeficiente de atenuação linear.

Nessa figura temos um objeto cilíndrico, visto de cima e com 8mm

de diâmetro. Suponhamos, para fins ilustrativos que o diâmetro do feixe de radiação

seja de 4 mm. Começamos a varrer o objeto a partir da esquerda e conseguiremos

realizar duas medidas translacionais.

O coeficiente de atenuação linear obtido para a primeira medida

deve ser a soma do coeficiente do coeficiente de atenuação linear obtido em X1 e

X3, assim:

U-a = U.X1 + UX3

Equivalentemente, podemos escrever para a segunda medida:

U.b - MX2 + M-X4

Page 31: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

15

Assim, obtemos duas equações e quatro incógnitas. Para

encontrarmos as duas equações que faltam para a resolução do sistema de

equações, fazemos uma rotação de 90° no sistema detector-fonte (como mostra a

Figura2-6) e encontramos as novas equações.

\lc = HX1 + 1̂ X2

Hd = HX3 + HX4

Dessa forma, com a medida de jxa, Hb, Uc e ^d podemos fazer um

mapeamento do coeficiente de atenuação linear através de uma matriz, nesse caso,

2x2.

Podemos observar que quando diminuímos o diâmetro do feixe de

radiação cilíndrico há um aumento na quantidade de medidas translacionais e,

conseqüentemente, rotacionais. Como o diâmetro do feixe de radiação em

Microtomografia Computadorizada pode chegar da ordem de microns, não é

aconselhável a utilização de amostras muito grandes. Podemos verificar também

que essa diminuição no diâmetro do feixe, proporciona uma análise mais detalhada

da estrutura interna do objeto, pois diminuímos as dimensões de X1, X2, X3 e X4 e

em compensação aumentaremos o tamanho da matriz. A dimensão do feixe introduz

um conceito importante que é o de resolução espacial.

Page 32: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

16

2.4.1 Resolução Espacial e Resolução de Contraste

A resolução espacial de uma imagem é um parâmetro importante

para a avaliação da microestrutura de uma amostra, pois ele nos fornece a menor

região que é possível de ser investigada. Se alguma estrutura for menor que o valor

da resolução espacial do sistema, essa estrutura não poderá ser discriminada na

imagem. Os fatores que determinam a resolução espacial são a geometria de

colimação do feixe transmitido e detectado, assim como o processo de reconstrução

da imagem, para o caso de medida de transmissão.

A resolução de contraste é outro parâmetro importante de se levar

em conta na tomografia computadorizada. Ela diz respeito ao contraste mínimo que

deve haver entre os valores dos coeficientes de atenuação linear entre "pixels"

adjacentes. De posse do erro aleatório determinado em uma amostra homogênea, o

menor contraste é obtido pela definição de um intervalo de confiança. Esse intervalo

de confiança é o que chamamos de resolução de contraste.

A presença de grandes erros aleatórios pode acarretar em ruídos

(noise) na imagem, e por isso eles devem ser minimizados para a obtenção de uma

imagem mais nítida.

Page 33: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

17

2.4.2. Algoritmo de Reconstrução: Retroprojeção Filtrada

O algoritmo utilizado para obtenção das imagens tomográficas foi o

baseado no método de retroprojeção filtrada. Esse método consiste em aproximar a

solução das equações envolvendo o coeficiente de atenuação linear considerando

que atenuação do feixe é uniforme sobre todo o trajeto do raio, de forma que a

atenuação calculada é proporcional à atenuação medida. Esse método é rápido na

geração de imagens, uma vez que cada projeção obtida fornece uma aproximação

da imagem real, não havendo necessidade de fazer todas as projeções para o

programa começar a reconstrução. A Figura 2-7 mostra um exemplo de um objeto

elíptico, sua respectiva projeção e a aproximação feita pelo método para 1 projeção,

4 e 512 projeções.

Page 34: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

18

a2 (60- A2 cos3 0+ B3 sen3 8 m

(b)

*%,

(c)

(d)

(a)

Figura 2-7: (a)Projeção de um objeto elíptico em um determinado angulou; (b)Aproximação

da imagem do objeto pelo método de retroprojeção filtrada com uma projeção; (c) com

quatro projeções; (d) com 512 projeções. (Extraído de Kak e Slaney, 1999).

A equação utilizada pelo algoritmo e que relaciona as projeções,

Pe(t), com uma função bidimensional, f (x,y) que descreve o objeto é relacionada

abaixo:

n

f(x,y)= {Qff(xcos0+ysm6) dO (2.8)

Page 35: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

19

Onde

Qo (0= j Sg (w) \w\ exp{j27iwt)dw (2.9) —00

é a projeção filtrada e Se (w) é a transformada de Fourrier da

projeção, P9(t), medida.

2.4.3. Reconstrução Tridimensional e Caracterização

Geométrica

Para reconstrução tridimensional e determinação de parâmetros

geométricos utilizando imagens do material poroso geradas a partir da

microtomografia de raios X, foi utilizado o software IMAGO. Este software permite a

caracterização de materiais a partir de imagens, coloridas ou em níveis de cinza.

Para uma caracterização da geometria o IMAGO (IMAGO, versão

2.1.4.) permite-nos a obtenção da porosidade, distribuição do tamanho e do grau de

conectividade dos poros. Para a reconstrução tridimensional da imagem a partir de

imagens planas, o IMAGO utiliza-se do método da Gaussiana Truncada, que é um

método que considera a estrutura porosa como um processo estocastico sendo sua

função de fase descrita pela porosidade e a função de autocorrelação.

Page 36: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

20

2.4.3.1 Caracterização Geométrica. Processo de

Binarização.

Para a caracterização geométrica do material poroso, o software

IMAGO necessita de um pré processamento da imagem, realizando uma operação

de binarização. Tal operação consiste na separação entre a fase sólida e a porosa.

Como mostra a Figura 2-8, primeiro faz-se um histograma dos níveis de cinza

presentes na imagem e após, é estabelecido um limite de corte (barra vertical) para

diferenciação da fase sólida e porosa.

y lb ray Histogram

Thstftíidii-

-JLSlJSl PttNfleft

> »«»"•» U l l M t i

LIICJí UFT Visual Modt

y1 Mesxs ínver

J„ 5L..I Cosa

Figura 2.8 - Processo de binarização através do histograma de níveis de cinza (extraído de

IMAGO, versão2.1.4).

Com a imagem binarizada, é possível obter a distribuição do

tamanho dos poros e a porosidade, esta última fazendo-se uma razão entre a

quantidade de pixels na fase porosa e a quantidade total de pixels. Para obtenção

Page 37: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

21

da distribuição do tamanho dos poros utiliza-se várias aberturas com uma seqüência

de elementos estruturantes de tamanhos crescentes 51, 52,...., 8máx onde ômáx é tal

que elimina todos os poros na operação de erosão (IMAGO, versão2.1.4).

2.4.3.2 Reconstrução Tridimensional

O processo de reconstrução tridimensional consiste em, a partir de

parâmetros obtidos em uma imagem bidimensional, gerar uma imagem 3D que

mantenha os valores de tais parâmetros de entrada.

Figura 2-9: Procedimento geral para obtenção da imagem tridimensional (extraído de

IMAGO, versão2.1.4).

O método utilizado para a reconstrução 3D foi o da Gaussiana

Truncada (JOSHI, 1974) que se aplica a representações estatisticamente

homogêneas e isotrópicas e considera a função de autocorrelação da imagem

bidimensional como dado de entrada. Essa função fornece o grau de correlação das

fases da imagem, funcionando como um momento de segunda ordem.

Page 38: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

22

2.5. Determinação da Porosidade por Transmissão de

Raios Gama e por Microtomografia de Raios X.

A porosidade é definida como a razão entre o volume de poros e o

volume total da amostra. Freqüentemente é dada em porcentagem e é calculada

pela seguinte equação:

V 77=100 -^ - (2.10)

onde: 7 é a porosidade total, Vv é o volume de vazios e V é o volume total da

amostra.

A avaliação da porosidade em espumas cerâmicas é de grande

importância para a análise de variáveis macroscópicas (como percolação de fluidos,

por exemplo).

Uma forma prática de se determinar a porosidade através do método

de transmissão de raios gama é escrever a porosidade total em termos do

coeficiente de atenuação linear (PHOGAT, 1989):

?J = 100—^ (2.11)

Page 39: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

23

Onde: V p é o coeficiente de atenuação linear para a amostra na

densidade de partícula e M s é o coeficiente de atenuação linear para a amostra

medida.

A determinação da porosidade total através da microtomografia

computadorizada é feita através do Software Imago e sua determinação foi dada na

seção 2.4.3.1.

2.6. Análise Estatística Através do Modelo de Gauss.

A distribuição estatística mais comum é a distribuição de Gauss e

ela diz respeito ao comportamento dos resultados provenientes de um processo de

medida, no qual só há a presença de erros aleatórios, que são intrínsecos à

medição.

De acordo com a teoria (Barras Neto et ai, 2001), os valores devem

se distribuir, simetricamente, em torno de um ponto que tem maior probabilidade de

ocorrência, sendo este o que melhor representa a população de valores. Quanto

mais estreita for a distribuição (menor dispersão), menor a incerteza, dada pelo

desvio padrão. A Figura 2-10 mostra uma distribuição deste tipo sobreposto a um

histograma fictício.

Page 40: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

1 0 -

(C 6 O c (D ã- 4

(D

" ^

/ '

Data: Datai B Model: Gauss Chi"2

yO xc

w A

= 0.12735 1.04529 +0.18266 6 ±0.05241 2.70407 +0.13367

28 50276 ±1.62432

V

10 12

Intervalos-escala aleatória

24

Figura 2-10: Ilustração de uma distribuição de Gauss sobreposta a um histograma fictício

com valor de maior freqüência (média) igual a 6 e desvio padrão de 1,35.

A curva contínua da Figura 2-10 pode ser representada através da

seguinte função:

f(x)dx- , 2o-2

CrV2 dx

n (2.12)

onde f(x) é a densidade de probabilidade da variável aleatória x; x é o valor médio,

o-2 é a variância e o é o desvio padrão.

Para apresentar o ponto de maior freqüência como representativo da

população, precisamos ainda determinar o desvio padrão (o) e o intervalo de

confiança desejado. Este último deve ser fixado pelo experimentador a fim de obter

resultados confiáveis. Desvios padrão altos significam distribuições mais alargadas

Page 41: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

25

(maior largura a meia altura) e deve-se fazer várias medidas para obter distribuições

mais estreitas, com menor dispersão dos dados.

Uma relação de normalização pode ser aplicada (equação 2.13) e

assim uma distribuição de média zero é alcançada:

z = (2.13) G

onde x é o valor médio e a é o desvio padrão.

2.6.1.Gráfico Normal.

Com a equação 2.13 é possível analisar se uma determinada

distribuição tende à normalidade ou não, uma vez que a variável normalizada z é

linearmente dependente de x. Nesse contexto, a noção de probabilidade cumulativa

é inserida como uma ferramenta para a determinação da variável z. A probabilidade

cumulativa diz respeito à probabilidade acumulada por um determinado dado

aleatório, sendo a área à esquerda da curva em forma de sino. A Figura 2-11 ilustra

para o caso do dado aleatório ser o valor da média. Nesse caso a probabilidade

acumulada é de 50% e o valor da variável z correspondente é zero.

Page 42: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

26

ffr) .

0,00

Figura 2-11: Probabilidade acumulada de 50% referente ao valor médio da distribuição.

A construção de um gráfico da variável z em função da variável x é o

que chamamos de gráfico normal. Para uma distribuição gaussiana, z é linearmente

dependente de x, como mostra a equação 2.13. A Figura 2-12, mostra um gráfico

normal para uma população de valores que se distribuem segundo o modelo de

Gauss.

Figura 2-12: Gráfico normal de uma população de valores. O coeficiente de correlação

próximo a 1 indica sua característica gaussiana

Page 43: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

27

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Microtomografia de Raios X

M. E. Coles et al.(1998), utilizaram uma fonte de radiação síncrotron

para a obtenção da estrutura interna de arenitos pela técnica de microtomografia. Os

arenitos foram analisados secos e depois de inundados com óleo. As imagens

tridimensionais serviram de entrada para um cálculo que efetua a simulação de

transporte de fluidos dentro das amostras. Os simuladores utilizados foram

percolação em rede e "lattice" Boltzmann e tiveram boa concordância os dados

reais.

L. Farber, G. Tardos e J. N. Michaels (2003) estudaram a porosidade

e a distribuição do tamanho de poros de grânulos farmacêuticos, através das

técnicas de porosimetria de mercúrio e microtomografia computadorizada. O

microtomógrafo utilizado é um Skyscan 1072 com resolução espacial de 4 (im. Os

autores também obtiveram imagem tridimensionais renderizadas da amostra. A

técnica de microtomografia se mostrou diferente da técnica de porosimetria de

mercúrio para a determinação da distribuição do tamanho de poros e menos precisa

para determinação da porosidade.

D.V. Rao, R. Cesareo e A. Brunetti (1999) discutem a aplicação da

técnica de tomografia de raios X na caracterização de materiais utilizando um

intensificador de imagem. O aparato experimental consiste em um intensificador de

Page 44: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

28

imagem, uma câmara CCD, um tubo de raios X, um sistema de rotação de

translação da amostra e um computador. Neste trabalho é discutido a rapidez para

obtenção dos dados quando se utiliza esse arranjo e também a possibilidade de

utilização de feixes monoenergéticos. As amostras analisadas foram cerâmicas,

madeira, "electrical insulators" e outros.

C. R. Appoloni et ai (2004) utilizaram a técnica de microtomografia

para análise da microestrutura porosa de espumas cerâmicas. Os autores utilizaram

cerâmicas de SÍC-AL2O3 com densidade de poros de 60 ppi (ppi = poro por polegada

linear), 75 ppi e 90 ppi. A porosidade das amostras foi obtida através da análise de

transeptos e através do software IMAGO. O software IMAGO também é capaz de

fornecer a distribuição do tamanho de poros, e foi obtida pelos autores.

L. F. de Oliveira e R. T. Lopes (2004) utilizaram a técnica de

microtomografia para quantificação de parâmetros histomorfométricos em filtros

cerâmicos a partir de análises tridimensionais. O aparato experimental consistia em

um sistema de inspeção em tempo real com feixe cônico. As amostras eram de

alumínio e possuíam densidades de poro de 10 ppi, 20 ppi e 30 ppi. A comparação

dos resultados obtidos pelos autores com a histomorfometria 2D indica a vantagem

da análise 3D.

3.2. Transmissão de Raios Gama

S. V. Bodwadkar e J. C. Reis (1994) apresentam um método de

medida da porosidade de materiais amorfos utilizando a atenuação de raios gama.

Page 45: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

29

Para isso foram utilizados uma fonte radioativa de Cs-137 (662 keV) e eletrônica

padrão de espectrometria gama. Os autores demonstram, neste trabalho, a

capacidade da técnica de transmissão de raios gama em detectar variações na

porosidade (na escala de milímetros) e a maior precisão desta técnica em relação

aos métodos tradicionais.

J. C. M. Oliveira et ai (1998) analisaram a estrutura interna de solos

brasileiros através da metodologia de transmissão de raios gama. Foram medidas a

porosidade total, a microporosidade e a macroporosidade de um solo LRd e outro

Podsol amarelo-vermelho. Os resultados encontrados foram comparados com

obtidos pela metodologia convencional e indicaram boa correlação. Com a técnica

de transmissão de raios gama foi possível avaliar a mudança de porosidade durante

longo período de cultivo do solo.

C. R. Appoloni e W. E. Pottker (2004) avaliam o perfil da porosidade

de solo TRe, arenitos e cerâmicas porosas, por transmissão de raios gama. Os

materiais consistiram em: fonte radioativa de Am-241 (59,53 keV, 100 mCi), detector

de cintilação de Nal(TI), colimadores, mesa micrométrica de movimentação XYZ e

eletrônica padrão de espectrometria gama. Neste trabalho é visto a vantagem na

utilização da técnica de transmissão de raios gama, para determinar a porosidade,

em relação aos métodos tradicionais. Os resultados obtidos das cerâmicas porosas

indicam concordância da técnica de transmissão de raios gama com o método de

Arquimedes (tradicional).

Page 46: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

30

3.3. Transmissão de Raios Gama e Microtomografia de

Raios X

L. E. Rodrigues (2004) utiliza as técnicas de microtomografia de

raios X e transmissão de raios gama para avaliação da porosidade e distribuição de

tamanho de poros de espumas cerâmicas industriais de SiC e Al. As cerâmicas de

SiC possuíam densidade de poros de 20, 30, 60, 75 e 90 ppi. Já as de alumínio,

possuíam densidades de 10, 20, 30, 40 e 45 ppi. Os materiais utilizados na técnica

de transmissão de raios gama consistiram em: fonte radioativa de Am-241 (59,53

keV, 100 mCi), detector de cintilação de Nal(TI), colimadores, mesa micrométrica de

movimentação XYZ e eletrônica padrão de espectrometria gama. As amostras de 60,

75 e 90 ppi de carbeto de silício foram microtomografadas, com um sistema Fein

Focus, com feixe cônico e resolução espacial da ordem de 53,48 ^m. A técnica de

transmissão gama se mostrou bastante precisa e demonstrou, segundo o autor, ser

uma alternativa viável. Já técnica de microtomografia se torna interessante à medida

que é possível visualizar a estrutura interna das amostras, já obtendo parâmetros de

forma qualitativa, além ser possível a reconstrução tridimensional através da análise

de parâmetros obtidos nas imagens bidimensionais da microestrutura. O método de

reconstrução tridimensional foi o da gaussiana truncada, que mostrou ser muito

eficaz.

Page 47: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

31

4. Materiais e Métodos

4.1 Transmissão de Raios Gama

4.1.1. Arranjo Experimental

A Figura 4-1 apresenta um esquema do arranjo experimental

utilizado na metodologia de transmissão de raios gama, instalado no Laboratório de

Física Nuclear Aplicada (LFNA) do departamento de física da Universidade Estadual

de Londrina.

1: Fonte (Am-241)

2: Detectei de NaI (TI)

3 : Sistema avtemati» e mkiométrka de nwvimeiitacmo da m i t n

4: Mutticanal e nfinue de gerenciamento da mesa

S : Fante de aha tensas e aiaptifuador

Figura 4-1: Arranjo experimental utilizado na metodologia de transmissão de raios gama.

A Figura 4-2 apresenta uma fotografia do sistema detector-fonte (4-

2-a) e do sistema de movimentação automático da amostra (4-2-b).

Page 48: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

32

(a)

(b)

Figura 4-2: (a)Fonte radioativa de Am-241 e detector de cintilação de Nal (TI); (b) Motor de

passo de movimentação XZ.

Page 49: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

33

4.1.1.1 Fonte radioativa

A fonte emissora de radiação gama utilizada nesse trabalho foi uma

fonte de 241Am (Amerício) com atividade de 100 mCi e linha de energia, utilizada

nesse trabalho, de 59,53keV (LEDERER, 1978). Os fótons com tal energia, terão

uma grande probabilidade de interação com os átomos que contém a amostra,

sendo esta predominantemente formada por Silício (66%). O principal efeito de

interação é o fotoelétrico. Outro aspecto importante da utilização dessa fonte é que a

amostra de interesse também possui dimensões pequenas, sendo indesejável a

utilização de fontes radioativas de alta energia.

A fonte radioativa de Amerício-241, decai para estados excitados do

Neptúnio-237 através do decaimento a e possui uma meia vida de 433 anos. A linha

de 59,53 keV é emitida com uma probabilidade de 85,2% (LEDERER, 1978). A

Figura 4-3 apresenta o espectro de energia do Am-241 obtido com um detector de

GeLi, as energias de maior probabilidade estão em vermelho.

Devido à baixa energia da radiação gama, a blindagem dessa fonte

fica restrita a apenas algumas unidades de milímetro de chumbo, sendo necessário

0,6 mm para que 95% da radiação seja atenuada.

Page 50: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

34

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Figura 4-3: Linhas de energia da fonte de Am-241 obtidas com detector de GeLi. (extraído

do site de Gamma-ray spectrometry center)

Page 51: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

4.1.1.2. Detector de cintilação de Nal(TI).

O detector utilizado nesse trabalho para a detecção da radiação

gama foi um detector de Nal(TI) de 2" x 2" que possui 100% de eficiência para a

linha de energia utilizada. Tal detector é do tipo cintilador, transformando a energia

da radiação gama em luz visível, através da excitação das moléculas que constituem

o detector.

A fotomultiplicadora (ORTEC, modelo 276) utilizada no arranjo é

compatível com o comprimento de onda da luz visível emitida pelo detector. A Figura

4-4 mostra as curvas de eficiência de conversão para várias fotomulplicadoras,

superposto aos espectros de emissão de luz para diferentes cristais orgânicos.

I» Foto-multiplicador Bialcaiino, y'

Resposta do Foto-multiplicador S-H

I 300

IO

2

400 500 Comprimento de Onda (nm)

600

Figura 4-4: Espectro de emissão de alguns detectores de cintiladores superposto à curva de

eficiência de fotomultiplicadoras. Em destaque o espectro do Nal (TI), (extraído de

Willian,1993)

Page 52: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

36

4.1.1. 3 Mesa Automática de Movimentação XZ

A mesa foi confeccionada na oficina mecânica do departamento de

Física da Universidade Estadual de Londrina - UEL, à qual foi acoplado um motor

de passo com movimentação no plano XZ e resolução micrométrica. Um software de

gerenciamento do motor de passo associado a uma placa monocanal (ORTEC,

modelo 406A) permitiu medidas de transmissão gama automáticas. Tal software foi

desenvolvido pelo CNPDIA/EMBRAPA (São Carlos) e recebeu o nome de

"SAMARA" (Figura 4-5).

Figura 4-5: Fotografia da tela do software de gerenciamento dos motores de passo

Page 53: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

37

4.1.1.4. Eletrônica Padrão de Aquisição de Dados

A eletrônica utilizada para aquisição de dados era constituída de pré-

amplificador (acoplado ao detector), amplificador e fonte de alta tensão (acoplados

ao minibin).0 valor da tensão usada foi de 1150V. A Tabela 4-1 resume as

características de cada componente.

Tabela 4-1: Resumo das características do pré-amplificador, do amplificador e da fonte de

alta tensão.

Componente

Pré-Amplificador

Amplificador

Fonte de alta-tensão

Características

Marca: ORTEC, molelo 276

Marca: ORTEC, modelo 575 A

Marca: ORTEC, modelo 456

4.1.1.5. Software WinXCom

O Software WinXCom (WinXCom, 2000) é um programa capaz de

fornecer valores de coeficiente de atenuação de massa (seção de choque) se

fornecidos dados de entrada como energia da radiação (entre 1keV e 100GeV) e

composição química do material de interesse. Tal software foi utilizado neste

trabalho para a obtenção do coeficiente de atenuação de massa de materiais de

referência (como água e alumínio) e das espumas cerâmicas, tendo como finalidade

Page 54: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

38

a validação dos dados experimentais e obtenção do coeficiente de atenuação linear

do material totalmente sólido, respectivamente.

4.1.1.6. Outros Materiais Utilizados

Ainda relacionado aos materiais utilizados nas medidas da

porosidade, por transmissão de raios gama, das espumas cerâmicas de Carbeto de

Silício, podemos citar:

1-Paquímetro digital para obtenção da espessura das amostras;

2-Software Excel para resolução de cálculos relacionados e

confecção de gráficos;

3-Colimadores circulares de 2mm e 5mm de diâmetro, utilizados na

fonte radioativa e no detector, respectivamente.

4.1.2. Metodologia

Para a medida da porosidade nas amostras de espuma cerâmica de

SiC é necessário a obtenção do coeficiente de atenuação linear de partícula do

material e conseqüente obtenção do coeficiente de atenuação linear da amostra

porosa, como mostra a equação 2.11 que quantifica a porosidade.

O coeficiente de atenuação linear de partícula foi obtido por meio do

software WinX-Com, onde foram colocados como dados de entrada a linha de

energia do Am-241 de 59,53keV e a composição química das espumas, de 66% de

Page 55: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

39

Si e 34% de C. 0 software fornecerá o valor do coeficiente de atenuação de massa

do material, considerando todos os efeitos de interação da radiação com a matéria.

De posse do coeficiente de atenuação de massa podemos obter o coeficiente de

atenuação linear de partícula através da relação:

r linear r 'Hmassa

(2.6)

onde p é a densidade do material sólido; fornecido pelo fabricante como 3,21 g/cm3,

sem a informação do respectivo desvio.

Como exigência da equação 2.7, que quantifica o coeficiente de

atenuação linear, há a necessidade da obtenção de I (intensidade da radiação

atravessada pela amostra), de Io (intensidade da radiação sem a amostra) e de x

(espessura da amostra). Dessa forma, procedeu-se da seguinte forma para a

obtenção do coeficiente de atenuação linear das amostras porosas: os valores de I

foram obtidos em quatro linhas de medida espaçadas de 5 mm. Em cada linha fez-

se a medida em 10 pontos, por sua vez separados de 2mm (Figura 4-6). Assim, fez-

se uma varredura de uma área de 400 mm2 de cada amostra. Em cada um dos

pontos foram feitas quatro medidas de I, sendo que a média delas foi utilizada nos

cálculos da porosidade. Os valores de Io foram obtidos a cada vez que acabava uma

linha de medida, no início e no fim das medidas em cada amostra. A intensidade l0

também foi obtida através de uma média de quatro valores. A medida da espessura

(x) das amostras foi realizada através de dez repetições sobre toda a região da

amostra. Para as medidas de I e Io foi utilizado um tempo de medida que fosse

Page 56: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

40

suficiente para que o desvio padrão relativo não fosse superior a 0,3%. Isso

correspondeu a um tempo de 120s para obtenção de Io e 140s para a obtenção de I.

2mm

5nun

Figura 4-6: Esquema de medida sobre as cerâmicas porosas.

De posse dos valores necessários para o cálculo do coeficiente de

atenuação linear das amostras porosas, utilizou-se o software Excel para

determinação do mesmo e avaliação das incertezas relacionadas. Com estes

últimos, mais o valor do coeficiente de atenuação de partícula, é possível determinar

a porosidade total e sua variação ao longo amostra, através da construção de

gráficos de porosidade versus posição na amostra. Análises estatísticas foram

realizadas utilizando este software, que possui várias ferramentas para esta

finalidade.

Page 57: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

41

4.2. Microtomografia de Raios X

4.2.1. Arranjo Experimental

Foi utilizado o sistema Fein Focus para realização das medidas de

microtomografia. Este sistema está localizado no Laboratório de Instrumentação

Nuclear (LIN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Figura 4-7 apresenta

um esquema do sistema.

Figura 4-7: Esquema do aparato experimental do sistema Fein Focus do LIN/UFRJ.

(extraído de Oliveira, 2002)

Page 58: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

42

4.2.1.1. Tubo de Raios X

A geração de raios X em um tubo se origina através do fenômeno de

Bremsthralung, onde o espectro em energia possui uma distribuição contínua. O

ajuste da tensão aplicada no tubo determina o espectro em energia. Quando os

elétrons são desacelerados no alvo, pode haver a emissão de raios X e o

aquecimento do alvo, dessa forma, é necessário um sistema de resfriamento para

que a energia térmica não comprometa propriedades do alvo. A Figura 4-8

apresenta a estrutura básica do tubo de raios X utilizado.

Figura 4-8: Elementos constituintes do tubo de raios X (LIN/UFRJ).

Page 59: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

43

4.2.1.2. Sistema de Movimentação da Amostra

O sistema Fein Focus conta com um sistema de movimentação da

amostra com 5 graus de liberdade, sendo translação nos eixos x, y e z, além de

rotação em x e z. O deslocamento é feito utilizando controladores que ajustarão a

amostra em frente ao feixe de radiação. Movimentos de rotação podem ser

programados com incrementos iguais e automáticos. A Figura 4-9 apresenta uma

foto do sistema de movimentação da amostra.

Figura 4-9: Foto do sistema de movimentação, (extraído de Oliveira, 2002).

Page 60: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

44

4.2.1.3. Detecção de raios X: Intensificador de Imagem e

Câmara CCD.

Para a detecção dos raios-X, foi utilizado um sistema de detecção

bidimensional que consiste em um intensificador de imagem acoplado a uma câmara

CCD. Esse sistema fornece uma radiografia interativa da amostra que é utilizada em

uma reconstrução tridimensional. A Figura 4-10 mostra o esquema de

funcionamento de um intensificador de imagem (4-10-a) e uma foto do mesmo (4-

10-b).

O intensificador de imagem tem a função de transformar a radiação

X, proveniente do tubo, em um sinal que seja detectável pela câmara CCD (fótons

de luz do cintilador secundário).

Page 61: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

45

CintHftdor rTHnano ~

«r**; Sttcundárío

,mMm ' ^ s £ • i

i:ii^:::H:|llllÍÍHIIr;||; otocatodo

e* :fc®|||* Fóton» d«luz

,. . «to ÍSS:*» Ctntttsdor

S«cwmtti1o

- AttaTens&o

(a)

(b)

Figura 4-10: (a)Estrutura e esquema de funcionamento do intensificador de imagem;

(b)Fotografia do itensificador. (extraído de Oliveira, 2002).

4.2.2 Metodologia

A geometria em que as medidas microtomográficas foram

realizadas, consistia em manter a distância entre objeto e a fonte em 215mm e a

Page 62: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

46

distância entre o objeto e detector em 910 mm, sendo estes valores utilizados na

medida de todas densidades de poros. Para as amostras de 60, 80 e 100 ppi

utilizou-se uma tensão no tubo de raios X de 30kV; para as de 30 pi e 45 ppi,

utilizou-se uma tensão de 40V e 35 kV, respectivamente.A intensidade da corrente

elétrica utilizada no tubo foi de 0,5 mA. Foram realizadas 500 projeções em todas as

microtomografias. A resolução espacial do sistema ficou em torno de 32 [vm. O

tempo de medida de cada tomografia foi de aproximadamente 1,5 h. A subseção

medida de cada amostra analisada foi de 6,4mm de altura. Para cada amostra foram

obtidas 200 imagens, em tom de cinza, sendo que 180 imagens de cada foram

analisadas, descartando-se as 10 primeiras e as 10 últimas.

4.2.2.1. Software IMAGO

A porosidade e a distribuição do tamanho dos poros nas espumas

cerâmicas industriais na técnica de microtomografia computadorizada foram obtidas

utilizando o software IMAGO a partir da análise de imagens bidimensionais.

De posse das imagens em níveis de cinza, utilizou-se o software

IMAGO para obtenção da porosidade, da distribuição do tamanho de poros e

reconstrução tridimensional.

O software IMAGO foi desenvolvido pela ESSS (Engineering

Simulation and Scientific Software) em conjunto com o Laboratório de Meios Porosos

e Propriedades Termofísicas (LMPT) da Universidade Federal de Santa Catarina e

com o CENPES/Petrobrás.

Page 63: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

47

A análise das imagens através do IMAGO seguiram os seguintes

procedimentos:

1 - As imagens foram analisadas em grupos de 20;

2 - Utilizou-se um filtro "Passa Baixa" visando suavizar a imagem,

diminuindo assim o ruído e facilitando o processo de binarização;

3 - As imagens de algumas amostras apresentaram diferenças de

iluminação e utilizou-se um filtro de "Correção de Iluminação" antes do processo de

binarização;

4 - Verificou-se o histograma de níveis de cinza e definiu-se o limite

de corte, onde distinguiu-se matriz sólida de poro;

5 - A partir desse processo, utiliza-se a ferramenta de cálculo da

porosidade e a ferramenta de cálculo da função de autocorrelaçao da imagem,

necessário para obtenção da imagem tridimensional;

6 - Foi realizada uma média da porosidade e da função de

autocorrelaçao a cada 20 imagens;

7 - O coeficiente de correlação é dado de entrada para reconstrução

tridimensional, através da ferramenta específica do software;

8 - A partir das imagens tridimensionais reconstruídas são

calculados novos parâmetros como porosidade e distribuição do tamanho de poros.

Page 64: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

48

4.3. Espumas Cerâmicas de Carbeto de Silício

As espumas cerâmicas utilizadas neste trabalho foram adquiridas da

empresa Norte americana Erg Aerospace Corporation e possuíam 66% de Si e 34%

de C, sendo estas especificações fornecidas pelo fabricante. Foram utilizadas

amostras com densidade de poro nominal de 30 ppi (ppi = poros por polegada), 45

ppi, 60 ppi, 80 ppi e 100 ppi. Para cada densidade de poro foram analisadas 3

amostras, totalizando 15 amostras de espumas cerâmicas com dimensões 2x4x8cm

(utilizadas na metodologia de transmissão de raios gama) e outras 15 com

dimensões de 1x1x4cm (utilizadas na técnica de microtomografia). A única exceção

foi a densidade de 80 ppi na técnica de microtomografia, em que foram medidas

duas amostras.

A Figura 4-11 apresenta uma fotografia das amostras de 30 ppi

(Figura 4-11a), 60 ppi (Figura 4-11b) e 100 ppi (Figura 4-11c) utilizadas nas técnicas

de transmissão de raios gama e microtomografia de raios X. As Tabelas 4-2 e 4-3

resumem algumas características das amostras cerâmicas de SiC. Para

padronização, considerou-se a seguinte terminologia: por exemplo, a amostra 30AT,

refere-se à amostra com densidade de poro de 30ppi usada em transmissão gama, e

dentre as três amostras utilizadas nesta técnica (A, B e C), essa é a amostra A. Ou,

60CM, amostra C de 60ppi utilizada em microtomografia, e assim por adiante.

Page 65: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

49

(a) (b)

(c)

Figura 4-11: Fotografias das amostras de (a)30 ppi ,(b)60 ppi e (c)100 ppi.

Page 66: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Algumas características fornecidas pelo fabricante das amostras utilizadas na

técnica de transmissão de raios gama

Amostras

30AT

30BT

30CT

45AT

45BT

45CT

60AT

60BT

60CT

80AT

80BT

80CT

100AT

100BT

100CT

Material

sólido (%)

(1-7)

8,5

9,0

10,1

10,9

11,1

11,2

9,3

8,4

9,1

12,6

10,8

10,2

11,7

10,6

9,9

Intervalo de

densidade de

poros (ppi)

25 a 35

-

-

40 a 50

-

-

55 a 65

-

-

70 a 80

-

-

90a110

-

-

Dimensões

(cm)

2x4x8

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

Page 67: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

3: Algumas características fornecidas pelo fabricante das amostras utilizadas na

técnica de microtomografia de raios X.

Amostras

30AM

30BM

30CM

45AM

45BM

45CM

60AM

60BM

60CM

80AM

80BM

80CM

100AM

100BM

100CM

Material

sólido (%)

9,9

10,1

10,0

17,0

14,1

15,0

13,6

13,7

13,6

10,9

12,0

11,2

11,6

12,0

13,0

Intervalo de

densidade de

poros (ppi)

25 a 35

-

-

40 a 50

-

-

55 a 65

-

-

70 a 80

-

-

90a110

-

-

Dimensões

(cm)

1x1x4

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

Page 68: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

52

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Transmissão de raios gama

5.1.1. Coeficiente de atenuação linear da água e do

alumínio.

A Tabela 5-1 apresenta os valores do coeficiente de atenuação

linear da água (|xw) e do alumínio (\xa\) obtidos no presente trabalho, encontrados na

literatura e obtidos pelo software WinX-Com. A tabela mostra uma boa concordância

dos dados, validando os dados do coeficiente de atenuação linear das amostras

(M * ) obtidos por transmissão de raios gama, no presente trabalho.

Tabela 5-1: Validação das medidas de jus utilizando o aparato experimental apresentado na Figura 4-1.

Mw

Mal

Ferraz (1974)

0,200 ± 0.002

Pottker (2000 )

0,1971 ±0.0005

0,76 + 0,01

Software X-COM

0,207

0,6642

Presente trabalho

0,203 + 0,002

0,69+ 0,020

5.1.2. Porosidade Total

A técnica de transmissão de raios gama nos fornece como dado de

saída a porosidade total da amostra submetida à análise. A porosidade total é dada

como a soma da porosidade aberta (que contém os poros que são percorridos por

fluidos) e fechada (que contém os poros isolados e que não passam fluidos).

Page 69: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

53

As Figuras 5-1 a 5-5 apresentam os gráficos do perfil da porosidade

total ao longo das espumas cerâmicas de SiC. Está apresentado, em cada figura,

somente o gráfico para uma amostra de cada densidade de poro nominal. Os

gráficos de perfis da porosidade para as outras amostras estão mostrados no Anexo

A.

rs es

!2 'vi O

ON

-•—linha 1

••— linha 2

linha 3

••«• l i n h a 4

Distância na amostra (cm)

Figura 5-1: Perfil da porosidade ao longo da amostra 30AT.

-•—linha 1

-•—linha 2

linha 3

-* linha 4 2 3 4 5 6 7

Distância na amostra (cm)

Figura 5-2: Perfil da porosidade ao longo da amostra 45BT.

Page 70: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

54

92

91

os •o «8 3 90

2 o

CM 89

í r

-

-

/ X - \ • y ^-x--

i i

-*~^—. - -^y '*X^

~"***\

yM. ^V^

A

1

>Hv

\

1 3 4 5 6 7

Distância na amostra (cm)

Figura 5-3: Perfil da porosidade ao longo da amostra 60BT

#—linha 1

•—linha 2

linha 3

K linha 4

^ a

•O es !2 'vi O s-o

3 4 5

Distância na amostra (cm)

-•—linha 1

-•— linha 2

linha 3

-v- linha 4

Figura 5-4: Perfil da porosidade ao longo da amostra 80CT.

Page 71: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

55

3 4

Distância na amostra (cm)

Figura 5-5: Perfil da porosidade ao longo da amostra 100BT.

Os perfis de porosidade apresentados nas Figuras 5-1 a 5-5 podem

nos fornecer informações importantes sobre a homogeneidade das amostras

analisadas na escala de medida em que a técnica foi empregada. Uma análise

estatística deve ser empregada a fim de avaliar se todos os valores de porosidade,

em uma determinada amostra, pertencem à mesma população. Para tanto,

utilizamos o modelo de Gauss e ele estabelece que uma dada população de valores

se distribui de acordo com a distribuição de Gauss se esses valores estão sujeitos

somente a erros aleatórios. Podemos verificar através dos valores de coeficiente de

atenuação linear da água e do alumínio, a ausência de erros sistemáticos no

experimento, para obtenção de jup. Dessa forma, o modelo de Gauss foi empregado

e a ferramenta utilizada foi o gráfico normal. As Figuras 5-6 a 5-10 apresentam o

gráfico normal referente às Figuras 5-1 a 5-5, respectivamente.

Page 72: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

3

2

1

N O

-1

-2

y=1,7105x-156,48 R2 = 0,9119

89,5 90 90,5 91 91,5

Porosidade (%) 92 92,5

Figura 5-6: Gráfico normal para amostra 30 AT.

3 T

2

1

N 0

-1

-2

y=1,6918x-152,05 R2 = 0,9728

88,5 89 89,5 90 90,5

Porosidade (%) 91 91,5

Figura 5-7: Gráfico normal para amostra 45 BT.

Page 73: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

57

3

2

1

N O

-1

-2

-3

y=1,1149x-101,64 R2 = 0,8849

89 89,5 90 90,5 91 91,5 92 92,5

Porosidade (%)

Figura 5-8: Gráfico normal para amostra 60 BT.

o

2 -

1 -

N 0

-1 -

-2 -

-3 -

y =

i

= 1,0788x-97,029

R2 = 0,9657

*J^*^^

i i

g^&

\

*&*

i i

88 88,5 89 89,5 90 90,5 91 91,5

Porosidade (%)

Figura 5-9: Gráfico normal para amostra 80 CT.

Page 74: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

58

3

2

1

N O

-1

-2 -

y=1,5413x-140,78 R2 = 0,9813

89,5 90 90,5 91 91,5 92 92,5 93 93,5

Porosidade (%)

Figura 5-10: Gráfico normal para amostra 100 BT.

Os gráficos normais apresentam boa correlação, mostrada através

dos coeficientes de correlação próximos à unidade (R2 = 1). A única exceção

encontrada é na Figura 5-8, referente à amostra 60BT, que apresenta um coeficiente

de correlação de 0,8849. Dessa forma, os valores apresentados não pertencem à

mesma população de valores e utilizaremos dois valores médios de porosidade para

representar as duas populações encontradas. Uma delas é referentes aos pontos da

linha 1 (Figura 5-3) e a outra referente às linhas 2, 3 e 4. As amostras analisadas,

cujos gráficos não foram apresentados, apresentam ótima correlação e o valor

médio da porosidade foi utilizado para representar essas populações.

A Tabela 5-2 apresenta uma comparação das porosidades

encontradas neste trabalho por transmissão de raios gama, com as porosidades

encontradas na literatura e as porosidades fornecidas pelo fabricante, para as

amostras cerâmicas de SiC. Os valores calculados neste trabalho estão mostrados

com desvio padrão média e 95% de confiança, segundo estatística de Gauss.

Page 75: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

59

Tabela 5-2: Valores de porosidade das cerâmicas de SiC encontrados no presente trabalho

e outros valores de referência. As incertezas foram calculadas utilizando 1,96a.

30 ppi AT

30 ppi BT

30 ppi CT

45 ppi AT

45 ppi BT

45 ppi CT

60 ppi AT

60 ppi BT

60 ppi CT

80 ppi AT

80 ppi BT

80 ppi CT

100 ppi AT

100 ppi BT

100 ppi CT

H (%)

Presente

Trabalho

91,48±0,17

90,47 + 0,17

89,25 + 0,17

89,45 + 0,11

89,87 ±0,18

88,18 + 0,15

91,28 + 0,24

91,59 + 0,14/

89,87 +0,20

90,55 ± 0,27

87,00 + 0,33

90,77 ± 0,33

89,94 ± 0,28

88,00 + 0,21

91,34 + 0,20

89,81 + 0,26

ri (%)

Appoloni e

Pottker (2004)

89,74 ± 2,2* /

88,95+1,16*

1 (%)

Rodrigues

(2004)

88,94 ± 0,64

1 (%)

(fabricante)

91,5

91,0

89,9

89,1

88,9

88,8

90,7

91,6

90,9

87,4

90,2

90,8

88,3

89,4

90,1

*Valor obtido pelo método de transmissão de raios gama. *Valor obtido pelo método de Arquimedes.

Page 76: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

60

5.2. Microtomografia de Raios X

As Figuras 5-11 a 5-15 apresentam algumas imagens, em tons de

cinza, geradas pelo sistema Microfocus, referente às amostras 30AM, 45BM, 60BM,

80BM e 100BM, respectivamente. A região clara corresponde à parte sólida e o que

está em preto, dentro da amostra, são os poros.

Através das Figuras 5-11 e 5-12, referentes às amostras de 30 ppi e

45 ppi, é possível ver "poros" dentro do material de SiC. As amostras de outras

densidades de poros não apresentam tais "poros", talvez devido à magnificação não

permitir a visualização deles.

Page 77: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

v..

seção 20 seção 60

seção 100

seção 140 seção 180

Figura 5-11: Algumas seções cruzadas para a amostra 30BM. No detalhe da seção 180, a

imagem dos "poros" dentro do material.

Page 78: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

62

seção 20 seção 60

seção 100

seção 140 seção 180

Figura 5-12. Algumas seções cruzadas para a amostra 45BM. No detalhe da seção 180, a

imagem dos "poros" dentro do material.

Page 79: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r

31 CQ' c —1 0) en •

> (Q C

3 0) </> Cfl CD

* 0 Oi CD (/) O

E N Q] Q . 0) </> "O 0)

3

0) 3 o c/> (-1-

o •D

Co CD

-O Q)< O

-t=>. O

CO CD

«O Q)i O K> O

CO CD

-O Q)i O

O O

CO CD

O Q)> O

CD O

CO CD

O Q)i O CD O

Page 80: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

-o

O CO O

'CD O CD co

O O

O >CD O CD CO

O <N O

«CO O CD co

J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J

Page 81: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r

31 CO C

3 en •

at

> CO C

3 Q) (0 CO 0

"O Oi CD to o E N CD Q. 0) (0

T3 0) —i 0) 0} 0) 3 o co

3 o o CD

CO CD

<o Q>< O

1.

O

CO CD

«O Q}> O K> O

CO CD

"O CI» O

O O

CO CD

' O Q)t O _ . & . 00

o

CO CD

" O a» o CD

o

Page 82: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

66

Traçou-se um perfil, em tons de cinza, a fim de uma melhor análise da

região que apresenta "poros" intra-material. A Figura 5-16 apresenta o perfil para a

amostra 30AM em uma seção cruzada selecionada.

270

240

3 210 c

0 180 •D

1 150 -I

120

90 15 20 25 50

Figura 5-

baseado

30 35 40 45

pixel

16: Seção cruzada de número 16 para a amostra 30AM. O perfil apresentado foi

na região que está no detalhe da seção e foi realizado ao longo da linha branca.

Tons de cinza de valor elevado (aproximadamente 230) corresponde ao

preto ou aos poros, já tons de cinza baixos (aproximadamente 100) correspondem ao

branco ou material sólido. O perfil da região sob análise apresenta tons de cinza

intermediários ao branco e o preto (valor de 150, aproximadamente). Dessa forma, não

foi conclusiva a análise através desses perfis.

Prosseguindo na análise da região sob investigação fez-se uma

impregnação a vácuo, com resina e corante nas amostras de 30 ppi e 45 ppi. Tal

impregnação foi realizada no Laboratório de Meios Porosos (LMPT) da Universidade

Federal de Santa Catarina (UFSC). As Figuras 5-17 e 5-18 apresentam imagens do

Page 83: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

67

material impregnado obtidas por microscopia óptica com diferentes amplificações, para

as amostras de 30 ppi e 45 ppi, respectivamente.

(a) (b)

(c)

Figura 5-17: Imagens da amostra de 30 ppi obtidas com microscópio óptico, com fatores de

amplificações (a) 5, (b) 7,5 e (c) 10.

Page 84: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

68

(a) (b)

(c)

Figura 5-18: Imagens da amostra de 45 ppi obtidas com microscópio óptico, com fatores de

ampiificações (a) 5, (b) 7,5 e (c) 10.

Page 85: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

69

Pode-se verificar através das Figuras 5-17 e 5-18 que a resina

vermelha, não penetra nos "poros" intra material, uma vez que não se vê a coloração

vermelha dentro da matriz. Dessa forma, supõe-se que tais poros são fechados, não

possuindo conexão com os poros externos. Porém, imagens obtidas através de um

microscópio esteroscopico mostram que tais poros possuem pequenas ligações com o

meio exterior, como ilustra a Figura 5-19.

Ligações com o exterior

Região com resina Material sólido

Poros intra material

Figura 5-19: Imagem da amostra de 45 ppi obtida por um microscópico esteroscopio.com fator

de amplificação de 150 vezes. Ligações com o meio exterior ficam evidentes.

Page 86: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

70

5.2.1. Porosidade

A binarizaçao das imagens microtomográficas através do software

IMAGO é o primeiro passo para a obtenção dos parâmetros desejados, entre eles a

porosidade. Como as amostras com densidades de poros de 30 ppi e 45 ppi

apresentaram dúvidas em relação à sua estrutura interna, elas foram binarizadas de

forma diferenciada. Primeiro fez-se a binarizaçao de todas as imagens, considerando

como poro a região dentro do material sólido. Depois, algumas imagens foram

selecionadas a fim de quantificar a porosidade intra material, dessa forma, os "poros

internos" foram considerados como sólido. Procedendo da forma citada pode-se admitir

limites de valores de porosidade, um inferior e outro superior. A Figura 5-20 exemplifica

a binarizaçao das amostras de 30 ppi e 45 ppi.

As Figuras 5-21 a 5-25 apresentam os perfis de porosidade para as

imagens microtomográficas. A distância entre cada ponto é de aproximadamente 32

iam, que é a resolução espacial obtida. As 10 primeiras e 10 últimas das 200 seções

medidas foram desconsideradas.

Page 87: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

71

(b) (c)

Figura 5-20 : Ilustração do processo de binarização das amostras de 30 e 45 ppi. (a) Imagem original, (b) Os poros dentro do material não são considerados, (c) Os poros dentro do material

são considerados como tal.

Page 88: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

r r e r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r r

Porosidade (%) Po 00 00 00 00

a> oo oo

oo oo CO

CD

o

CO

c 3 en I ro ro "0 CD

3, Q. 0)

T3 O 3 (A

ol 0) Q . CD

T3 0)

0) 3 o (/>

Cn CD

O

en 5 oo O O o o

Q. o 0)

CO

o

N3 O O

C 3 en fO

T l CD

Q. 03

3 CO

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o

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CO CD O 0» o o - I

c N 0) a 0)

00

o

N3 O

O) O

Ni O O

Page 89: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

73

40 80 120

Seção cruzada

Figura 5-23: Perfil da porosidade para a amostra 60BM.

0 40 80 120

Seção cruzada 160

Figura 5-24: Perfil da porosidade para a amostra 80BM.

Page 90: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

74

120

Seção cruzada

Figura 5-25: Perfil da porosidade para a amostra 100BM

1 T 1

160 200

Observa-se, de forma qualitativa, através das Figuras 5-21 a 5-25 que

quanto maior a densidade de poro, maior a dispersão apresentada para a porosidade.

As amostras de 80 ppi e 100 ppi apresentaram dispersão de, aproximadamente, 18%

entre os valores mínimos de máximos de porosidade. Já para a amostra de 30 ppi essa

dispersão foi menos de 5%. As amostras 30AM e 45BM apresentaram um perfil

diferenciado, com tendências a concentrações de valores em um determinado patamar.

A espessura média dos filamentos de material sólido fica em torno de 500 ^m para a

amostra de 30 ppi, já para de 80 ppi é de 150 um, aproximadamente.

Page 91: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

75

Em todos gráficos de perfil da porosidade encontra-se mudanças de

nível da distribuição de valores, ou seja, valores que não se distribuem em torno de um

mesmo ponto central, podendo indicar heterogeneidade do material.

A Tabela 5-3 apresenta os valores de porosidade média obtidos no

presente trabalho por microtomografia e comparados com valores encontrados na

literatura e fornecidos pelo fabricante. As incertezas foram obtidas através do desvio

padrão da média com 95% de confiança, segundo a estatística de Gauss.

Os valores de porosidade obtidos por tomografia de raios X estão

concordantes com a fornecida pelo fabricante para as amostras de 30 ppi e 45 ppi. Para

as outras densidades de poros obtiveram-se valores de porosidade menores que as do

fabricante (= 4%). Pode ser que o espaço poroso destas amostras não esteja

totalmente descrito nas imagens microtomograficas. Dessa forma, um aumento na

amplificação das imagens pode ser requerida, tendo como objetivo a visualização de

poros menores que 32 jam. Uma maior amplificação das imagens pode ser obtida

diminuindo as dimensões das amostras de 60, 80 e 100 ppi.

Page 92: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

Tabela 5-3: Valores de porosidade obtidos por microtomografia e comparados com valores

encontrados na literatura e fornecidos pelo fabricante. As incertezas, deste trabalho, aparecem

com 95% de confiança.

30 ppi AM

30 ppi BM

30 ppi CM

45 ppi AM

45 ppi BM

45 ppi CM

60 ppi AM

60 ppi BM

60 ppi CM

80 ppi AM

80 ppi BM

100 ppi AM

100 ppi BM

100 ppi CM

1 (%) - uCT

Presente Trabalho

[86,5 ; 90,8]

[86,6 ; 90,9]

[86,3; 90,6]

[81,3; 85,1]

[82,4 ; 86,2]

[83,4 ; 87,2]

83,29 ±0,29

84,54 ± 0,24

85,10 ±0,29

81,74 ±0,46

82,84 ± 0,58

84,60 ± 0,46

83,70 ±0,46

81,85 ±0,46

rj (%)

Rodrigues

(2004)

89,89 ±0,14

- —

r/ (%)

(fabricante)

90,1

89,9

90,0

83,0

85,9

85,0

86,4

86,3

86,4

89,1

88,0

88,4

88,0

87,0

Valor médio *

ri (%) -

transm. y

Pres. trabalho

90,4 ±1,5

89,2 ±1,2

91,14 ±0,74

89,2 ±2,7

89,7 ±2,3

* Resultados calculados a partir da tabela 5-2.

Page 93: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

77

5.2.2. Distribuição de Tamanho de Poros

Os poros do material analisado não possuem um único tamanho, mas

se distribuem em torno de um ponto de maior probabilidade. O tamanho desses poros

se reduz quando se aumenta a densidade de poros. As Figuras 5-26 a 5-30

apresentam as distribuições médias obtidas a partir das 180 seções medidas de cada

amostra.

^

xy ^

<*> & v̂ <v

<*> , > * Xy >

Q> ,S>"

/y <d

Raio (um)

<v

^

Figura 5-26: Distribuição do tamanho de poros para amostra 30AM.

Page 94: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

1 2 H

°5 £ #

^ i*"

Q> Y O

Raio (um)

Figura 5-27: Distribuição do tamanho de poros para amostra 45BM.

25

20

<e 15 '5 c «D §. 10 d)

0 . ,-PM IPW,»! B I B H,IB

°y V V

#

Raio (um)

Figura 5-28: Distribuição do tamanho de poros para amostra 60BM.

Page 95: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

c r c c c c r r r r r r c c r r r r c c c r c r r r e r r cer

CO

c

I w o g w r-l-3 . CT C o' 0» o CL O f - i -0)

3 Q) 3 3 " O Q. CD

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3

Freqüência (%)

en o en o l\0 en

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JHJr? *—Tnp

«?G w

Page 96: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

80

Todas as distribuições de tamanho de poro apresentadas mostraram

uma distribuição assimétrica, sendo que a cauda a esquerda apresenta uma freqüência

maior. A distribuição referente à amostra de 30 ppi (Figura 5-20), apresenta uma

distribuição isolada e de baixa probabilidade na extrema esquerda do gráfico (Figura 5-

26), referente aos "poros" intra material. Os tamanhos desses poros são da ordem de

150um. Isso faz com que a densidade de poros real seja modificada, ou seja,

aproximadamente 4,3% da porosidade das amostras de 30 ppi têm densidade de poros

de 150 ppi.

As distribuições de tamanho de poros analisadas possuem grande

dispersão dos pontos (distribuição mais alargada) para densidade de poros menores,

chegando a uma largura de 330 um para a amostra de 30 ppi, quando comparado com

105 um da amostra de 100 ppi. A Tabela 5-4 resume o intervalo de tamanho de poro de

maior probabilidade de ocorrência, em que se encontram 70% de todos os poros.

Page 97: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

81

Tabela 5-4: Intervalo de tamanho de poros de maior probabilidade de ocorrência para cada

amostra. No intervalo estão 70% dos poros.

Amostra

Tamanho de Poro -

Presente Trabalho

(um)

Tamanho de Poro -

Rodrigues (2004)

Tamanho de Poro -

Fabricante * (^m)

* Considerando uma po

30 AM

550-880

650-915

rosidade méc

45BM

430-660

455-570

60BM

260-385

463-785

350-415

80BM

165-260

255-325

100BM

140-245

205-255

ia de 90% e que todos os poros estão no intervalo.

A Tabela 5-4 mostra que o intervalo de tamanho de poro fornecido pelo

fabricante não está completamente de acordo com o encontrado no presente trabalho.

Pode - se verificar que o limite superior está em razoável acordo para as amostras

30AM, 60BM e 100BM. Porém os limites inferiores para estas mesmas amostras estão

discrepantes. Ressalvados os problemas e dificuldades da comparação dos resultados

para tamanho de poro através de técnicas diferentes, nossos resultados podem indicar

que a técnica de microtomografia é capaz de avaliar melhor a presença de poros

menores, como a ligação entre os poros e até a presença de pequenos vazios no

interior da parte sólida da amostra, como é o caso da amostra de 30 ppi. A comparação

dos valores com Rodrigues (2004), para a amostra de 60 ppi apresenta grande

discordância. É importante frisar que a amostra medida por Rodrigues (2004) não

pertence ao lote medido neste trabalho, tratando-se de uma amostra distribuída pelo

fabricante em um kit de divulgação dos produtos da empresa.

Page 98: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

82

5.2.3. Reconstrução Tridimensional

Para a reconstrução tridimensional,o software IMAGO utiliza como

dados de entrada, a porosidade e a função de autocorrelaçao (C(u)) das imagens

bidimensionais. As Figuras 5-31 a 5-35 mostram a função de autocorrelaçao média de

180 seções cruzadas.

400 800

Dispersão (^m)

1200 1600

Figura 5-31: Função de autocorrelaçao média para amostra 30AM.

Page 99: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

83

O ! , , ! , J , , ! , ! ]

400 800 1200 1600 2000

Dispersão (um)

Figura 5-32: Função de autocorrelaçao média para amostra 45BM.

400 800 1200

Dispersão (um)

1600 2000

Figura 5-33: Função de autocorrelaçao média para amostra 60BM.

Page 100: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

84

O 400 800 1200

Dispersão (fim)

1600 2000

Figura 5-34: Função de autocorrelação média para amostra 80BM.

0 400 800 1200

Dispersão (jum)

1600 2000

Figura 5-35: Função de autocorrelação média para amostra 100BM.

Page 101: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

85

Todas as imagens apresentaram um alcance de correlação baixo, sendo

que a curva de autocorrelação assume um patamar rapidamente.

Fez-se a reconstrução tridimensional utilizando 150 seções, um alcance

de correlação onde a curva se torne um patamar e 3 fatores de amplificação diferentes

(correspondendo a 1, 2 e 3) para avaliar qual melhor representa a estrutura real. Estes

fatores de amplificaçoes podem alterar os resultados obtidos, sendo que um fator de

amplificação 2, por exemplo, significa que a resolução do pixel é duas vezes a

resolução espcial. As Figuras 5-36 a 5-40 apresentam os gráficos com as curvas de

autocorrelação obtidas das imagens 3D junto com a função média das 180 fatias

bidimensionais, para as amostras 30AM, 45BM, 60BM, 80BM e 100BM. Já as Figuras

5-41 a 5-45 apresentam gráficos com as curvas de distribuições de tamanho de poro

acumulada, para as mesmas amostras.

90

-Média das seções cruzadas

-Fator de amplificação 1

Fator de amplificação 2

-Fator de amplificação 3

400 1200 1600 800

Dispersão (um)

Figura 5-36: Gráfico da função de autocorrelação das imagens tridimensionais com fatores de

amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para amostra 30AM.

Page 102: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

88 -,

86

84

O 80

78

76

74

\

Y V 1 1 1

1 Média das seções cruzadas

Fator de amplificaçao 1

.,,.,„,,, Fator de amplificaçao 2

Fator de amplificaçao 3

i i i

400 800

Dispersão (u.m)

1200 1600

Figura 5-37: Gráfico da função de autocorrelaçao das imagens tridimensionais com fatores de

amplificaçao 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para amostra 45BM.

86

84 n

82

80

2 78-ü

76 -

74 -

72 -

70 -

Média das seções cruzadas

Fator de amplificaçao 1

— • « • Fator de amplificaçao 2

Fator de amplificaçao 3

400 800

Dispersão (u.m)

1200 1600

Figura 5-38: Gráfico da função de autocorrelaçao das imagens tridimensionais com fatores de

amplificaçao 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para amostra 60BM.

Page 103: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

87

Média das seções cruzadas

Fator de amplificação 1

Fator de amplificação 2

Fator de amplificação 3

200 400

Dispersão (u.m)

600 800

Figura 5-39: Gráfico da função de autocorrelaçao das imagens tridimensionais com fatores de

amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para amostra 80BM.

O^ ' T I J -

00 •o

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E 3 O 03 (0

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84

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80 -

78 -

76 -

74

72 -

/o -68 1

0 200

Média das seções cruzadas

Fator de amplificação 1

Fator de amplificação 2

Fator de amplificação 3

400 Dispersão (u.m)

600 800

Figura 5-40: Gráfico da função de autocorrelaçao das imagens tridimensionais com fatores de

amplificação 1, 2, 3 e média das seções bidimensionais para amostra 100BM.

Page 104: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

—* 0 s * ^*~* CO

CO 3

E 3 O CO (0 o c «l> 3 a-a>

100

80

60

40

2U

0

/ / / f y

M <?" Jr .^^

y -^ j/^^

/—i^p-

x' ft

/ / ^

— Média

— Fator de amplificação 1

— Fator de amplificação 2

— Fator de amplificação 3

0 400 800 1200

Raio do poro (um)

1600

Figura 5-41: Distribuição de tamanho de poros acumulada para amostra 30 AM.

100

-a re 3

E 3 O CO (0

o c <o 3 cr <D

80

60

40

?0

Média

„,„™ Fator de amplificação 2

Fator de amplificação 3

Fator de amplificação 1

400 800 1200

Raio do poro (um)

1600

Figura 5-42: Distribuição de tamanho de poros acumulada para amostra 45 BM.

Page 105: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

100

cg 80 jo 3 E 60 3 ü rs .5 40 o c «D §• 20

0

/ /

/ -*' i / * MÁ

/ / / / / /

/ / /

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Ê /

I

——Média

— , Fator de amplificação 2

Fator de amplificação 3

Fator de amplificação 1

0 200 400 600

Raio do poro (um)

800 1000

Figura 5-43: Distribuição de tamanho de poros acumulada para amostra 60 BM.

100

ca "D ro 3

E 3 O CO CO o c <<ü 3

80

60

40

20 oj

0

0

• Média

• Fator de amplificação 1

• Fator de amplificação 2

• Fator de amplificação 3

200 400 600

Raio do poro (fim)

800

Figura 5-44: Distribuição de tamanho de poros acumulada para amostra 80 BM.

Page 106: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

90

(O •o jo 3 £ 3 O (O (O

"o c «D 3 O" CD k. UL

100

80

60

40 -

20

0

0

>Média

• Fator de amplificaçao 1

Fator de amplificaçao 2

• Fator de amplificaçao 3

100 200 300 400

Raio do poro (um)

500 600

Figura 5-45: Distribuição de tamanho de poros acumulada para amostra 100 BM.

Para a reconstrução tridimensional das imagens bidimensionais,

devemos escolher um fator de amplificaçao que melhor representa a estrutura física da

amostra. Dessa forma, pode-se verificar através das Figuras 5-36 a 5-40, referentes às

curvas de autocorrelação, que a curva referente ao fator de amplificaçao 1 (curva em

vermelho) é a que mais se aproxima da curva referente às médias das seções cruzadas

(curva em preto) para as amostras de 30 ppi (Figura 5-30), 45 ppi (Figura 5-31) e 60 ppi

(Figura 5-32); já para as amostras de 80 ppi (Figura 5-33) e 100 ppi (Figura 5-34), a

curva referente ao fator 2 (curva em verde) foi a que mais se aproximou da curva

média.

Em relação aos gráficos de freqüência de tamanho de poro acumulada,

o fator de amplificaçao 3 (curva azul), melhor representou a curva média para as

Page 107: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

91

amostras de 30 ppi (Figura 5-35) e 45 ppi (Figura 5-36), sendo que a curva referente ao

fator 2 também se aproximou da curva média. Para as amostras de 60 ppi (Figura 5-

37), 80 ppi (Figura 5-38) e 100 ppi (Figura 5-39), a curva da reconstrução com o fator 2

melhor representa a curva média das seções cruzadas bidimensionais.

Considerando o que foi dito, fez-se a reconstrução tridimensional

utilizando um fator de amplificação 2, pois não há grande perda de resolução espacial

quando comparada com o fator 3 e tem uma distribuição de tamanho de poros mais

representativa que o fator 1, sem perderem uma imagem bem correlacionada. A Figura

5-46 mostra as reconstruções tridimensionais obtidas para as amostras de 30 ppi (5-

46a), 60 ppi (5-46b) e 100 ppi (5-46c).

Page 108: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

92

(a) (b)

(c)

Figura 5-46: Reconstruções tridimensionais obtidas com fator de ampiificaçao 2, para as

amostras de (a)30 ppi, (b)60 ppi e (c)100 ppi.

Page 109: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

5.3.RESUMO DOS RESULTADOS DE POROSIDADE

A Tabela 5-5 apresenta os resultados de porosidade obtidos no presente

trabalho e uma comparação com valores de INNOCENTINI et ai (1999) e APPOLONI et

ai (2004) obtidos com diversos tipos de cerâmicas e com métodos diversos, para as

cerâmicas com densidades de poros de 60 ppi. Os resultados obtidos com a técnica de

transmissão gama concordam com INNOCENTINI (1999) para o diâmetro médio de

poros de 1,00 mm e com os resultados obtidos por APPOLONI (2004) para a análise

através do software IMAGO.

Tabela 5-5: Resultados da porosidade das amostras de 60 ppi.

60 ppi A

60 ppi B

60 ppi C

a)Diâmetrc

n (%) Presente

Trabalho-

91,28';83,29m

91,59/89,87';

84,54m

90,55'; 85,10m

médio dos poros de 1

1 (%) Rodrigues

(2004)

88,94* ; 89,89m

,00 mm.

V (%)

Innocentini et

ai (1999)

89,4 ; 87,3a

77,1 ; 75,9b

74,4 ; 73,2C

ri (%)

Appoloni et ai

(2004)

80,8Ü

87,0e

b)Diâmetro médio dos poros de 0,50 mm. c)Diâmetro médio dos poros de 0,24 mm. d)Análise através de transeptos. e)Análise através do IMAGO. t)Resultados de transmissão gama. m)Resultados de microtomografia.

Page 110: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

94

6. CONCLUSÃO

A técnica de transmissão de raios gama mostrou ser uma poderosa

ferramenta na quantificação não-destrutiva do perfil de porosidade das amostras

cerâmicas de carbeto de silício analisadas neste trabalho, uma vez que os resultados

fornecidos por tal técnica apresentaram grande precisão e acurada. A acurada

apresentada se deve a um aparato experimental com excelente alinhamento entre fonte

e detector. A mesa micrométrica de movimentação automática gerenciada, pelo

software SAMARA, permitiu a tomada de grande quantidade de dados, propiciando

assim, um tratamento estatístico mais rigoroso para validar os resultados.

Os conjuntos de valores de porosidade obtidos mostram que as

amostras utilizadas na técnica de transmissão de raios gama eram homogêneas, com

única exceção para a amostra de 60BT, onde a linha 1 de medidas não segue a mesma

população de valores das linhas 2, 3 e 4 (Figura 5-3). Este fato é comprovado pelo

gráfico normal referente à amostra (Figura 5-8).

O sistema de microtomografia empregado mostrou boa capacidade para

o estudo dos parâmetros estruturais das amostras consideradas. A técnica de

microtomografia forneceu valores de porosidade concordantes com a fornecida pelo

fabricante para as amostras de 30 ppi e 45 ppi. Para as outras densidades de poros (60

ppi, 80 ppi e 100 ppi) obtiveram-se valores de porosidade, sistematicamente, inferior

Page 111: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

95

àqueles fornecidos pelo fabricante. A justificativa está na presença de poros no interior

do material, que puderam ser vistos nas amostras de 30 ppi e 45 ppi. É possível que

esses poros também existam nas amostras de 60, 80 e 100 ppi, porém, a resolução

espacial obtida pelo sistema (~32 um) não tenha permitido a visualização nas imagens

referentes a essas densidades de poros e dessa forma não é possível quantificá-las

através do software IMAGO.

Em relação à distribuição de tamanho de poros das amostras de SiC, o

software IMAGO foi capaz de quantificar o tamanho dos poros das várias densidades

de poros, além de quantificar poros menores presentes nas amostras de 30 e 45 ppi. A

presença desses poros faz com que uma porcentagem da porosidade dessas amostras

não tenham a densidade de poros nominal fornecida pelo fabricante. Dessa forma,

podem ocorrer problemas relacionados ao uso das cerâmicas, dependo de sua

finalidade.

As distribuições de tamanhos de poros determinadas para todas

densidades de poros são assimétricas, com uma cauda esquerda maior que a direita.

As imagens obtidas através do microscópio esteroscópico (Figura 5-19)

mostram que os poros dentro do material podem estar totalmente ou parcialmente

ligados com os poros maiores, podendo escoar fluidos.

Page 112: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

96

Em relação às reconstruções tridimensionais feitas através do software

IMAGO, foi possível analisar o melhor fator de amplificação para a reconstrução através

do método da gaussiana truncada. Foi escolhido o fator de amplificação 2, pois este

consegue preservar melhor as propriedades físicas do meio (função de autocorrelação

e distribuição de tamanho de poros), quando consideramos todas as densidades de

poros.

Na continuidade deste trabalho serão feitas comparações das imagens

3D obtidas em microtomografia com aquelas obtidas através do método de Gaussiana

Truncada. Após, serão realizadas simulações de escoamento de fluidos através das

imagens reconstruídas e, a partir daí, determinar parâmetros como permeabilidade.

Pode-se, por exemplo, determinar a permeabilidade através de métodos laboratoriais e

comparar os dados. Resultados equivalentes validariam as reconstruções 3D para

simulações de outras propriedades no escoamento de fluidos.

Os resultados indicam que as duas técnicas utilizadas neste trabalho

devem ser utilizadas em conjunto. A técnica de transmissão de raios gama deve ser

utilizada para determinar a porosidade total, por ser uma técnica com grande acurácia.

A partir do conhecimento dessa porosidade, utiliza-se a técnica de microtomografia de

raios X para a geração de imagens da estrutura interna e avaliação da porosidade

dessas imagens. Se as porosidades determinadas pelas duas técnicas forem

equivalentes, significa que a técnica de microtomografia foi capaz de descrever

completamente o espaço poroso e então podemos, com segurança, determinar a

distribuição de tamanho de poros e realizar as reconstruções tridimensionais.

Page 113: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

97

7. REFERENCIAS

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102

•o (O "O 'w o i_ o Q.

y= 1,8221x -162,63

f? = 0,9651

2 3 4 5 6 7

Distância na amostra (cm)

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 30CT

89 89,5 90

Porosidade (%)

90,5 91

3 4 5 6

Distância na amostra (cm)

linha 1 •—linha 2 _2 -

linha 3 *•-• l inha 4

88,5

y = 2,6896x - 240,6 R2 = 0,9394

89,5 90

Porosidade (%)

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 45AT

90,5

3 4 5

Distância na amostra (cm) 88 88,5 89 89,5

Porosidade (%) 90

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 45CT

Page 117: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

104

Distância na amostra (cm) Porosidade (%)

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 80BT

90

0) T3 (O • o

o o o.

89

88

87

86

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3

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1

N 0

-1

-#—linha 1

-•—linha 2 _2 -

linha 3

• X linha 4

3 4 5 6 7

Distância na amostra (cm)

-3

y = 1,4679x-129,18

R2 = 0,9734

86 87 88

Porosidade

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 100AT

3

2 \ y = 1,1614x- 104,31

R2 = 0,9477

3 4 5 6 7

Distância na amostra (cm)

89 90

Porosidade ("Ai

89

91

90

92

Gráficos do perfil da porosidade e normal para a amostra 100CT

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105

ANEXO B

GRÁFICOS DO PERFIL DA POROSIDADE UTILIZADOS NA ANÁLISE

DOS RESULTADOS DA TÉCNICA DE MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X

As Figuras abaixo apresentam os gráficos do perfil da porosidade

para as amostras analisadas por microtomografia de raios X e que não aparecem no

texto do trabalho.

0 40 80 120

Seção cruzada

160 200

Gráfico do perfil da porosidade a amostra 30BM

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106

0 40 80 120

Seção cruzada

160 200

V

Gráfico do perfil da porosidade a amostra 30CM

0 40 80 120

Seção cruzada

160 200

Gráfico do perfil da porosidade a amostra 45AM

Page 120: wilson roberto dejato da rocha determinação de parâmetros

r r c c r c r r c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c

Porosidade (%) Por

o

0) CD

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c c c c c r c c r c r c c r c c c c c r c c c c c c c c ' c c c c c

Porosidade (%) Por

00 00

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