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Em busca de milagres: revelações da produção acadêmica em moda/modismo e inovação gerencial nas organizações: 1990 a 2010 In search of miracles: the academic in fashion / fad and innovation management in organizations: 1990-2010 Resumo O artigo tem por objetivo analisar a produção acadêmica (artigos) dos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial, publicados no período de 1990 a 2010, junto aos periódicos com conceitos A1, A2, B1 e B2 do sistema Qualis CAPES, da área de avaliação “Administração, Ciências Contábeis e Turismo, a saber: Brazilian Administration Review, Revista Gestão & Produção, Revista de Administração Pública, Cadernos EBAPE.BR, Revista de Administração Contemporânea, RAC-Eletrônica, Revista de Administração de Empresas, RAE-Eletrônica, Revista de Administração Mackenzie, Revista de Administração da USP, Revista Eletrônica de Administração e Revista Organizações & Sociedade. Os pilares teóricos que serviram de base foram a temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial complementados pela Teoria Institucional. O total de artigos analisados foi de 267 artigos relacionados ao tema Inovação Gerencial e 21 artigos relacionados ao tema Moda/Modismo Gerencial. Os resultados indicam a evolução da produção acadêmica (artigos), revelando que a área de Estudos Organizacionais foi a que teve a maior participação nos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial. Os 267 artigos publicados sobre Inovação Gerencial foram produzidos por 460 autores diferentes, havendo um equilíbrio das publicações entre os autores e os 21 artigos publicados do tema Moda/Modismo Gerencial contaram com a participação de 29 autores, não se observando nenhum autor específico com ampla superioridade quanto ao número de autorias em comparação com os demais autores analisados. Por fim, observa-se que os artigos publicados em Moda/Modismo e Inovação Gerencial foram produzidos em coautoria por dois autores, demonstrando a colaboração entre os autores e instituições de ensino. Palavras-chave: Inovação Gerencial. Moda/Modismo Gerencial. Revisão Sistemática. Produção Academica de Artigos. Abstract The article aims to analyze the academic production (articles) themes Fashion/Fad and Innovation Management, published in the period 1990- 2010, along with the periodic concepts A1, A2, B1 and B2 system

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Em busca de milagres: revelações da produção acadêmica em moda/modismo e inovação gerencial nas organizações: 1990 a 2010

In search of miracles: the academic in fashion / fad and innovation management in organizations: 1990-2010

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar a produção acadêmica (artigos) dos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial, publicados no período de 1990 a 2010, junto aos periódicos com conceitos A1, A2, B1 e B2 do sistema Qualis CAPES, da área de avaliação “Administração, Ciências Contábeis e Turismo, a saber: Brazilian Administration Review, Revista Gestão & Produção, Revista de Administração Pública, Cadernos EBAPE.BR, Revista de Administração Contemporânea, RAC-Eletrônica, Revista de Administração de Empresas, RAE-Eletrônica, Revista de Administração Mackenzie, Revista de Administração da USP, Revista Eletrônica de Administração e Revista Organizações & Sociedade. Os pilares teóricos que serviram de base foram a temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial complementados pela Teoria Institucional. O total de artigos analisados foi de 267 artigos relacionados ao tema Inovação Gerencial e 21 artigos relacionados ao tema Moda/Modismo Gerencial. Os resultados indicam a evolução da produção acadêmica (artigos), revelando que a área de Estudos Organizacionais foi a que teve a maior participação nos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial. Os 267 artigos publicados sobre Inovação Gerencial foram produzidos por 460 autores diferentes, havendo um equilíbrio das publicações entre os autores e os 21 artigos publicados do tema Moda/Modismo Gerencial contaram com a participação de 29 autores, não se observando nenhum autor específico com ampla superioridade quanto ao número de autorias em comparação com os demais autores analisados. Por fim, observa-se que os artigos publicados em Moda/Modismo e Inovação Gerencial foram produzidos em coautoria por dois autores, demonstrando a colaboração entre os autores e instituições de ensino.

Palavras-chave: Inovação Gerencial. Moda/Modismo Gerencial. Revisão Sistemática. Produção Academica de Artigos.

Abstract

The article aims to analyze the academic production (articles) themes Fashion/Fad and Innovation Management, published in the period 1990-2010, along with the periodic concepts A1, A2, B1 and B2 system Qualis CAPES, the assessment area "Administration, Accounting and Tourism, namely: Brazilian Administration Review, Magazine & Production Management, Journal of Public Administration, Notebooks EBAPE.BR, Journal of Contemporary Management, RAC-Electronics, Journal of Business, RAE-Electronics Magazine Administration Mackenzie, Journal of Directors of USP, Electronic Journal of Management & Organizations and Society Magazine. The theoretical pillars that formed the basis of the themes were Fashion/Fad and Innovation Management complemented by institutional theory. The total of 267 articles analyzed was related articles and Innovation Management and 21 related articles Fashion/Fad Management. Results indicate the evolution of academic production (articles), revealing that the area of Organizational Studies group had the largest share in the themes Fashion/Fads and Innovation Management. The 267 articles published on Innovation Management were produced by 460 different authors, with a balance between the authors of the publications and 21 published articles theme Fashion/Fad Management with the participation of 29 authors, none showed specific author with greater superiority as the number of authorship in comparison with other authors analyzed. Finally, we observe that the articles published in Fashion/Fad and Innovation and produced Managerial were co-authored by two authors, showing the collaboration among authors and educational institutions

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Keywords: Innovation Managerial. Fashion/Faddism Managerial. Systematic Review. Production Academica of Articles.

Introdução

A avaliação da produção científica de qualquer área de conhecimento permite identificar seu desenvolvimento, produção e impacto sobre a comunidade científica e sociedade em geral. Trabalhos desta natureza começaram a ser desenvolvidos no Brasil na década de 70, incentivado pelos estudos desenvolvidos no antigo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação, atual Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica - IBICT. Mas, foi na década de 90 que a publicação de balanços da produção acadêmica em administração começou a ganhar mais destaque, principalmente, por meio da realização de fórum para divulgação desses balanços promovido pelo Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD). Essa preocupação também tem se refletido em diversos trabalhos apresentados em congressos da área e publicados em periódicos especializados de âmbito nacional e internacional, que realizam balanços, inventários, levantamentos, fazem avaliações da qualidade ou traçam o perfil da produção em determinada área (FADUL; SILVA; CERQUEIRA, 2011; JABBOURT; SANTOS e BARBIERI, 2008; HAYASHI; HAYASHI; SILVA; LIMA, 2007).

Para Domingos (1999) e Duarte (2003) estudos sobre produção científica são relevantes, porque fornecem um mapeamento das contribuições, necessidades e dos déficits nas diversas áreas do conhecimento, como também possibilitam políticas de pós-graduação. A avaliação da produção científica de qualquer área de conhecimento permite identificar seu desenvolvimento, produção e impacto sobre a comunidade científica e sociedade em geral. Buriti (1999) argumenta que uma das possibilidades oferecida pela análise da produção científica é a verificação de indícios de facilidade de trabalho integrado, de interdisciplinaridade na produção de conhecimento e na atuação profissional. Hocayen-da-Silva, Rossoni e Ferreira Júnior (2008), Jabbourt, Santos, Barbieri (2008) e Rossoni (2006), comentam que se tornou uma constante no meio acadêmico o desenvolvimento de estudos com o objetivo de avaliar a produção científica brasileira em diferentes áreas de conhecimento inseridas na grande área de administração. Boa parte das áreas da Administração já foi contemplada com algum tipo de trabalho com essas características e objetivos. Encontram-se publicados artigos em Administração de Empresas e nas áreas de Organizações, Estratégia, Marketing, Finanças, Recursos Humanos, inclusive com destaque para o estudo da Aprendizagem Organizacional, Mudança Organizacional, Inovação Organizacional, Cultura em Organizações, Sistemas de Informação, Contabilidade, Gerência de Operações, Ciência e Tecnologia, dentre outras. Mesmo assim, os resultados das avaliações realizadas não são tão promissores. Machado-da-Silva, Cunha e Amboni (1990), constataram que quase toda a produção nacional está orientada pelo paradigma funcionalista (80,3%). Os demais paradigmas ficam com os 20% restantes, sendo que quase nada foi produzido no referencial humanista radical e interpretacionista. Para Bertero e Keinert (1994), a natureza da produção brasileira ainda é de tendência epistemologizante. Isto se traduz em trabalhos voltados à reflexão e à forma de ensaio, pouco afeita a trabalhos empíricos e à manipulação de dados.

Em relação ao tema Moda/Modismo e Inovação Gerencial constata-se uma lacuna, pois até o momento, as publicações acerca do tema procuraram desvendar a difusão destes modismos como “receitas” sem, no entanto, proporcionarem resultados significativos para as pessoas, organizações e o meio. Na visão de Wood Jr e Paes de Paula (2001) existe uma massificação de teorias e conceitos transmitidos e reproduzidos por empresas de consultoria, por professores e formadores, pela mídia, por revistas especializadas em negócios, constituindo-se esses atores numa cadeia articulada considerada uma verdadeira indústria do gerencialismo. O Modismo Gerencial compreende as tecnologias de gestão ou receitas prescritas por especialistas voltadas para o sucesso das organizações e das pessoas. Segundo

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Viana (2004) as grandes empresas estão preocupadas em melhorar cada vez mais a sua forma de gerenciar e seus processos de trabalho, com o objetivo de aproveitar ao máximo as inovações, visando melhorar a sua produção. Comenta, ainda que os processos no trabalho como um grupo de tarefas, que juntas, podem criam um resultado de valor para o consumidor daquele produto ou serviço.

Nesta direção, o artigo tem por objetivo analisar a produção acadêmica (artigos) dos temas Moda/ Modismo e Inovação Gerencial, publicados no período de 1990 a 2010, junto aos periódicos Brazilian Administration Review, Revista Gestão & Produção, Revista de Administração Pública, Cadernos EBAPE.BR, Revista de Administração Contemporânea, RAC-Eletrônica, Revista de Administração de Empresas, RAE-Eletrônica, Revista de Administração Mackenzie, Revista de Administração da USP, Revista Eletrônica de Administração e Revista Organizações & Sociedade.

O artigo apresenta, em primeiro lugar, os argumentos já discutidos na introdução, assim como demonstra o objetivo geral do trabalho. Em segundo lugar, discorre sobre o balanço da produção acadêmica no campo da Administração desde 1988 até 2012. Em terceiro lugar, são discutidos os assuntos Moda/Modismo e Inovação Gerencial complementados pela Teoria Institucional. Em quarto lugar, são demonstrados os procedimentos metodológicos. Em quinto lugar, são apresentados e analisados os dados coletados acerca da produção acadêmica de artigos publicados junto aos periódicos, já citados, acerca dos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial, no período de 1990 a 2010. A descrição e a análise abrangem os tópicos: a) evolução temporal das publicações; b) a participação de cada periódico em termos de publicações; c) o enquadramento dos artigos às áreas do conhecimento no campo da Administração; d) a participação dos autores na produção científica; e) a participação das Instituições de Ensino Superior na produção científica e; e) a quantidade de autores por artigo. No sexto momento é feita uma discussão dos resultados obtidos de forma comparada com os achados de estudos anteriores desenvolvidos sobre os temas analisados. Finaliza-se o artigo com as considerações finais e as referências.

Balanço da produção científica no campo da administração

Os estudos de avaliação da produção acadêmica no campo da administração e, em áreas afins estão se tornando cada vez mais recorrentes, segundo Hocayen-da-Silva, Rossoni e Ferreira Júnior (2008), Jabbourt, Santos e Barbieri (2008) e Rossoni (2006), devido ao interesse de pesquisadores em elaborar um balanço crítico das publicações científicas em diferentes disciplinas, como forma de avaliar a qualidade da produção científica nacional em termos de: a) procedimentos metodológicos; b) base teórica; c) número de autores por artigo; d) número de artigos por unidade federativa; e) número de artigos por unidade de ensino e; f) verificação da base epistemológica.

O pioneirismo desse tipo de estudo no Brasil ficou por conta dos trabalhos desenvolvidos por Siqueira (1988) e Machado-da-Silva, Cunha e Amboni (1990), a respeito da análise da produção científica nacional (artigos) concernentes ao tema Organizações. Em anos anteriores, os autores Machado-da-Silva, Cunha e Amboni (1989), avaliaram a produção acadêmica em administração pública. Siqueira (1988), por sua vez, realizou um levantamento inicial sobre a produção em recursos humanos nos cinco primeiros anos no ENANPAD: 1982 a 1987.

Na mesma linha Bertero e Keinert (1994) desenvolveram um estudo para avaliar a evolução da produção científica na área de análise organizacional, entre os anos de 1961 e 1993. As variáveis mais comuns identificadas nos trabalhos foram as psicológicas e as sociológicas. Para os autores a produção científica priorizou a replicação e divulgação de ideias desenvolvidas por escolas estrangeiras, com enfoque predominantemente acadêmico, isolando a administração do processo de gestão organizacional. Vergara e Carvalho Jr (1995), realizaram um estudo com o intuito de avaliar o tipo, origem e o padrão de citações da produção científica brasileira na área de organizações. Os autores concluíram do mesmo

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modo que Bertero e Keinert (1994) considerando que entre os trabalhos pesquisados houve a predominância de material bibliográfico estrangeiro (livros e artigos), demonstrando que a referência de autores brasileiros era mínima. A Figura 1 sumariza os principais trabalhos desenvolvidos acerca da avaliação da produção no campo da Administração, desde 1988 até 2012.

Figura 1

Principais trabalhos desenvolvidos acerca da avaliação da produção na área da administração

Ano Autor (res) Tema1988 Siqueira Levantamento inicial sobre a produção em recursos humanos nos cinco primeiros

anos no ENANPAD: 1982 a 1987.1989 Machado-da-Silva; Amboni;

CunhaProdução acadêmica em administração pública: período 1983-88

1990 Machado-Da-Silva; Cunha; Amboni

Organizações: o estado da arte da produção acadêmica no Brasil.

1994 Bertero; keinert A evolução da análise organizacional no Brasil (1961-93).1995 Vergara; Carvalho Jr. Nacionalidade dos autores referenciados na literatura brasileira sobre organizações.1996 Martins Epistemologia da pesquisa em Administração.1997 Roesch; Atunes; Silva Tendências da pesquisa em Recursos Humanos e Organizações: uma análise das

dissertações de mestrado.1998 Hoppen, et al. Sistemas de informação no Brasil: uma análise dos artigos científicos dos anos 90.1998 Vieira Por quem os sinos dobram? uma análise da publicação científica na área de

marketing do Enanpad.1998 Cabral Reflexões sobre a Pesquisa nos Estudos Organizacionais: Em Busca da Superação

da Supremacia dos Enfoques Positivistas.1998 Oliveira A informação nos títulos e resumos: trabalhos do Enanpad 97.1998 Carrieri; Luz Paradigmas e metodologias: não existe pecado do lado de baixo do Equador.1998; 1999

Bertero; Caldas; Wood Jr. Produção científica em administração de empresas: provocações, insinuações e contribuições para um debate local.

1999 Lima Pesquisa qualitativa e qualidade na produção científica em administração de empresas.

1999 Vieira Ações empresariais e prioridades de pesquisa em marketing: tendências no Brasil e no mundo segundo a percepção dos acadêmicos brasileiros.

2000a Froemming, et al. Inventário de artigos científicos na área de marketing no Brasil.2000b Froemming, et al. Análise da qualidade dos artigos científicos da área de marketing do Brasil: as

pesquisas Survey na década de 90.2000 Perin, et al. A pesquisa Survey em artigos de marketing nos Enanpads da década de 90.2000 Vergara; Pinto Nacionalidade das referências teóricas em análise organizacional: um estudo das

nacionalidades dos autores referenciados na literatura Brasil.2000 Vieira Panorama acadêmico científico e temático de estudos de marketing no Brasil.2001 Bignetti; Paiva Estudo das citações de autores de estratégia na produção acadêmica brasileira.2001 Rodrigues; Carrieri A tradição anglo-saxônica nos estudos organizacionais brasileiros.2001 Vergara; Pinto Referências teóricas em análise organizacional: um estudo das nacionalidades dos

autores referenciados na literatura brasileira.2001 Botelho; Macera Análise metateórica de teses e dissertações da área de marketing apresentadas na

FGV-EAESP (1974-1999).2001 Bulgacov Redes de pesquisadores da área de administração.2002 Wood Jr; Paes de Paula Top-management: pesquisa sobre as revistas populares de gestão no Brasil.2002 Bignetti; Paiva Ora (direis) ouvir estrelas: estudo das citações de autores de estratégia na produção

acadêmica brasileira.2002 Caldas; Tonelli; Lacombe Espelho, espelho meu: meta-estudo da produção científica em recursos humanos

nos Enanpads da década de 90.2002 Mac-Allister Fazer ciência no campo dos estudos organizacionais. 2002 Ludmer; Rodrigues Filho;

AlcoforadoConhecimento emancipatório em sistemas de informação no Brasil: uma avaliação da produção cinetífica.

2002 Paiva Júnior; Cordeiro Empreendedorismo e espírito empreendedor: uma análise da evolução dos estudos na produção acadêmica brasileira.

2002 Antonello Estudos dos métodos e posicionamento epistemológico na pesquisa de

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aprendizagem organizacional, competências e gestão do conhecimento. 2003 Davel; Alcadipani Estudos críticos em administração: a produção científica brasileira nos anos 90. 2003 Fleury, et al. Análise do perfil dos artigos publicados na Revista de Administração Pública —

RAP — no período 1992-2002 2003 Bertero; Vasconcelos;

BinderEstratégia empresarial: a produção científica brasileira entre 1991 e 2002.

2003 Caldas; Tinoco; Chu. Análise bibliométrica dos artigos de RH publicados no Enanpad na década de 1990 — um mapeamento a partir das citações dos heróis, endogenias e jactâncias que fizeram à história da produção científica da área.

2003 Leal; Oliveira; Soluri Perfil da pesquisa em finanças no Brasil.2003 Loiola; Bastos A produção acadêmica sobre aprendizagem organizacional no Brasil.2003 Pacheco Administração pública nas revistas especializadas — Brasil, 1995-2002.2003 Tonelli et al. Produção acadêmica em recursos humanos no Brasil: 1991-2000.2003 Vieira Narciso sem espelho: a publicação brasileira de marketing.2003 Duarte Análise da produção científica em gestão do conhecimento: estratégias

metodológicas e estratégias organizacionais. 2003 Moriki; Martins Análise do referencial bibliográfico de teses e dissertações sobre contabilidade e

controladoria.2004 Caldas; Tinoco Pesquisa em Gestão de Recursos Humanos nos Anos 1990: Um Estudo

Bibliométrico. 2004 Cardoso; Pereira; Guerreiro A produção acadêmica em custos no âmbito do EnANPAD: uma análise de 1998 a

2003. 2004 Guimaraes Epistemologia do campo do empreendedorismo.2004 Lobler; Hoppen Processo decisório em organizações no Brasil: um exame dos estudos realizados

entre 1993-2002.2004 Ilzuka; Sano O terceiro setor e a produção acadêmica: uma visita aos anais dos EnANPAD´s de

1990 a 2003.2004 Tonelli et al. O mapa da partilha: análise das áreas de comportamento organizacional e gestão de

pessoas antes e depois da cisão da área de Recursos Humanos no Enanpad, 1991-2003.

2004 Mariz O reinado dos estudos de caso em teoria das organizações: imprecisões e alternativas.

2005 Camargos; Coutinho; Amaral

O perfil da área de finanças do Enanpad: um levantamento da produção científica e de suas tendências entre 2000-2004

2005 Cardoso; Mendonça Neto; Sakata

Pesquisa científica em contabilidade entre 1990 e 2003.

2005 Hoppen; Meirelles Sistemas de informação: um panorama da pesquisa científica entre 1990 e 2003.2005 Pegino As bases filosóficas das publicações na área de estratégia das organizações nos

encontros nacionais da Anpad.2005 Proença; Lopes; Meucci A construção do conhecimento em marketing: considerações sobre o discurso

acadêmico e a produção científica do I Encontro de Marketing da ANPAD.2005 Theofilo; Iudícibus Uma análise crítico-epistemológica da produção científica em contabilidade no

Brasil.2005 Lunardi; Rios; Maçada Pesquisa em sistemas de informação: uma análise a partir dos artigos publicados no

Enapad e nas principais revistas nacionais de administração.2005 Monteiro; Veiga; Doornik Abordagens Epistemológicas em Administração: Isolamento, Hegemonia Ortodoxa

ou Concepção Pluralista?2006 Rossoni; Ferreira Júnior;

Hocayen-Da-SilvaAdministração de ciência e tecnologia: a produção científica brasileira entre 2000 e 2005.

2006 Callado; Almeida; Callado Caracterizando o perfil dos trabalhos publicados sobre indicadores de desempenho nos anais do Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais (SIMPOI) no período de 2000 a 2005.

2006 Zouain; Fleury Análise do perfil dos artigos publicados na Revista de Administração Pública – RAP – no período 1992-2002.

2006 Rossoni A dinâmica de relações no campo da pesquisa em organizações e estratégia no Brasil: uma análise institucional.

2007 Durante; Maurer Gestão do conhecimento e da informação: revisão da produção científica do período 2000-2005.

2007 Andrade A insustentável qualidade da produção científica em administração no Brasil: uma história sem fim?

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2007 Igarashi; Igarashi; Todesco Investigação sobre a gestão do conhecimento, aprendizagem e tecnologia de informação na base SciELO.

2008 Hocayen-da-Silva; Rossoni; Ferreira Júnior

Administração Pública e gestão social: a produção científica brasileira entre 2000 e 2005.

2008 Machado-da-Silva; Guarido Filho; Rossoni; Graeff

Periódicos brasileiros de administração: análise bibliométrica de impacto no triênio 2005-2007.

2008 Jabbourt; Santos; Barbieri Gestão ambiental empresarial: um levantamento da produção científica brasileira divulgada em periódicos da área de administração entre 1996 e 2005.

2009 Takahashi; Fischer Debates passados, presentes e futuros da aprendizagem organizacional: um estudo comparativo entre a produção acadêmica nacional e internacional.

2009 Antonello; Godoy Uma agenda brasileira para os estudos em aprendizagem organizacional.2010 Filardi; Angeloni; Cozzatti Avaliação da influência dos modismos gerenciais na adoção de ferramentas de

gestão nas redes de supermercados de Santa Catarina2010 Martins; Rossoni; Csillag;

Martins; PereiraGestão de operações no Brasil: uma análise do campo científico a partir da rede social de pesquisadores.

2010 Rowe; Bastos. Vínculos com a carreira e produção acadêmica: comparando docentes de IES públicas e privadas.

2011 Francisco, E. R. RAE-eletrônica: exploração do acervo à luz da bibliometria, geoanálise e redes sociais

2011 Martins; Monte. Variáveis que explicam os desempenhos acadêmico e profissional dos mestres em contabilidade do programa multiinstitucinal UNB/UFPB/UFRN.

2012 Bajerski; Corte Um estudo sobre a produção acadêmica da revista de administração pública em 2012

2013 Bertero; Vasconcelos; Binder; Wood Jr.

Produção científica brasileira em Administração na década de 2000

2013 Sobral; Mansur Produção científica brasileira em Comportamento Organizacional no período 2000-2010

2013 Mascarenhas; Barbosa Produção científica brasileira em Gestão de Pessoas no período 2000-2010

2013 Leal; Souza e Almeida; Bortolon

Produção científica brasileira em Finanças no período 2000-2010

2013 Paiva; Brito Produção científica brasileira em Gestão de Operações no período 2000-20102013 Mazzon; Hernandez Produção científica brasileira em Marketing no período 2000-2009

Fonte: Adaptado de Amboni, Andrade e Lima (2009)

A partir da Figura 1, observa-se que no período de 1998 a 1999, houve o total de 16 artigos que exploraram algum tipo de análise sobre publicações científicas, quer de forma geral como de temas específicos da administração, passando para 57 no período de 2000 a 2008. A maior parte dos trabalhos do tipo meta-análise foi publicada pela Revista de Administração Contemporânea e pela Revista de Administração de Empresas. O ENANPAD é responsável por mais da metade dos estudos do tipo de meta-análise publicados. Em relação aos trabalhos do tipo meta-estudo apresentados (Figura 1), pode-se dizer que poucos autores utilizaram as leis bibliométricas na análise da produtividade. A exceção fica por conta, por exemplo, dos autores Leal, Oliveira e Soluri (2003); Machado-da-Silva, Guarido Filho, Rossoni e Graeff (2008) e Leite Filho (2008).

Moda/modismo e inovação gerencial nas organizações

O tópico discute os pilares teóricos concernentes aos assuntos Moda/Modismo e Inovação Gerencial complementados pela Teoria Institucional.

Moda/modismo gerencial

A palavra moda é muito mais ampla que uma simples visão de um desfile de modelos que se empenham na tarefa de transmitir tendências de vestuário. A palavra moda também faz referencia a uma série de fenômenos comportamentais tais como os hábitos, os costumes e os relacionamentos que o ser humano

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possui (ALCARO, 2003). Nas palavras do autor moda é um estilo de vida, jeito de viver, subproduto da cultura de um grupo específico de idade, de nível socioeconômico, de uma raça ou etnia. Um modo de reconhecer e ser reconhecido. Moda é, ainda, linguagem, comportamento, expressão de crenças e idéias, uma personalidade, um modo de ser, um modo de desejos, necessidade e crenças, a linha que tece o desenvolvimento de uma identidade e biografia. O’Hara (1977, p. 22) diz que “a moda é um reflexo móvel de como somos e dos tempos em que vivemos”.

No entender de Wood Jr (1999) assim como a moda, a gestão empresarial também, passa por ondas de novidades. No ritmo da troca de estações, executivos vão adotando cada nova ideia que surge no horizonte empresarial. Algumas duram pouco. Outras têm melhor sorte, são assimiladas e tem vida mais longa. A geração de novos conceitos de gestão transformou-se em um grande negócio, movimentando uma indústria de seminários, cursos e serviços de consultoria. Na década de 70 foi à vez do desenvolvimento organizacional e do planejamento estratégico. Na década de 80 continua o planejamento estratégico e o movimento do CCQ e do just-in-time. Na década de 90 várias ferramentas de gestão são discutidas como a TQM, cultura organizacional, dowsizing, reengenharia, alianças estratégicas, sistemas integrados, suply chain, organizações de aprendizagem e sistemas de remuneração (WOOD JR, 1999; AIDAR, 2003; FILARDI; ANGELONI; COZZATTI, 2009). Segundo Rigby e Bilodeau (2011), a pesquisa realizada pela Bain & Company, desde 1993, identificou vinte e cinco ferramentas de gestão como Moda/Modismos Gerenciais, ou seja: 1) alianças estratégicas; 2) balanced scorecard (painel de controle); 3) benchmarking; 4) blogs corporativos; 5) centros de serviços compartilhados; 6) competências essenciais; 7) consumer ethnography; 8) estratégias de crescimento; 9) ferramentas de fidelização; 10) fusões e aquisições; 11) gerenciamento da relação com o cliente (CRM); 12) gerenciamento de supply chain; 13) gestão da qualidade total; 14) gestão do conhecimento; 15) inovação colaborativa; 16) lean operations; 17) missão e visão; 18) offshoring; 19) planejamento de cenários e contingências; 20) planejamento estratégico; 21) reengenharia de processos; 22) rfid (radio frequency identification); 23) segmentação de clientes; 24) seis sigma e; 25) terceirização. As ferramentas de gestão citadas vem sendo avaliadas junto aos executivos, desde 1993 até os dias atuais. A Figura 2 revela as 10 ferramentas gerenciais mais utilizadas em 2011, assim como o nível de satisfação das empresas em relação a sua aplicação.

Figura 2

Top 10 das ferramentas gerenciais 2011 versus satisfação dos usuários

Top 10 das ferramentas gerenciais 2011 10 ferramentas por satisfação dos usuários

1. Benchmarking2. Planejamento Estratégico3. Declarações de Missão e Visão4. Gestão do Relacionamento com o Cliente5. Terceirização6. Balanced Scorecard7. Gestão da Mudança8. Competências Centrais (empate com gestão de mudança)9. Alianças Estratégicas10. Segmentação de Clientes

1. Planejamento Estratégico2. Declarações de Missão e Visão3. Gestão pela Qualidade Total4. Segmentação de Clientes5. Alianças Estratégicas6. Gestão do Relacionamento com o Cliente7. Gestão da Lealdade e Satisfação8. Balanced Scorecard9. Competências Centrais10. Gestão de Supply Chain

Fonte: Rigby e Bilodeau (2011))

Rigby e Bilodeau (2011) comentam ainda que as companhias dos setores de produtos de consumo, farmácia e biotecnologia, alimentação e bebidas e químicos e metal são as que mais utilizam ferramentas gerenciais. Empresas maiores utilizam mais ferramentas que as menores. Empresas da América do Norte são as mais que mais utilizam todas as ferramentas, enquanto as latina americanas são forte usuárias do planejamento estratégico.

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Figura 3

Ferramentas gerenciais em 2011: mercados emergentes e desenvolvidos

Ferramentas gerenciais 2011 Global America do Norte

Europa Asia America Latina

1. Benchmarking 1 3 1 4 32. Planejamento Estratégico 2 2 3 2 13. Declarações de Missão e Visão 3 4 5 3 14. Gestão do Relacionamento com o

Cliente4 1 2 1 6

5. Terceirização 5 6 5 5 46. Balanced Scorecard 6 12 8 10 67. Gestão da Mudança 7 9 4 8 98. Competências Centrais 7 5 8 6 109. Alianças Estratégicas 9 7 7 8 810. Segmentação de Clientes 10 15 12 10 7Fonte: Adaptado de Rigby e Bilodeau (2011)

A pesquisa realizada em 2011, pela primeira vez, constatou que as empresas em mercados emergentes estão utilizando mais ferramentas de gestão do que as empresas em mercados desenvolvidos. O maior interesse por ferramentas de gestão está nas economias em expansão como no Brasil, Índia e China. Mais da metade dos mercados emergentes estão fazendo uso do Balanced Scorecard para verificar se as estratégias estão proporcionando resultados. Em contraste, mais de um terço dos pesquisados dos mercados estabelecidos também estão usando a ferramenta. As ferramentas para ajudar na tomada de decisão estão sendo utilizadas três vezes mais nos mercados emergentes do que nos mercados estabelecidos. O uso das ferramentas de gestão na visão de Rigby e Bilodeau (2011) ajuda os executivos a terem uma visão mais clara das prioridades. Por exemplo, o benchmarking é uma das ferramentas mais utilizadas na Europa, onde a incerteza econômica é grande. Na America do Norte, a gestão de relacionamento com os clientes (CRM) é a ferramenta mais usada com a intenção de dar mais ênfase aos clientes para obterem melhores resultados. Os executivos norte-americanos são também mais rápidos do que seus homólogos em outros lugares do mundo no uso das mídias sociais que aparece classificada em 8º lugar na America do Norte. Os executivos norte-americanos, também utilizam o downsing com mais freqüência do que as outras partes do mundo. As empresas Europeias são líderes na utilização de programas de gestão de mudanças, enquanto que as asiáticas são as principais usuárias do conhecimento de gestão, ou seja, procuram tirar todo o proveito dos ativos intelectuais. As empresas latino-americanas são as que mais usam ferramentas de gestão do que qualquer outra região do mundo. Elas procuram abraçar uma ampla gama de ferramentas com a intenção de identificar oportunidades de crescimento (RIGBY; BILODEAU, 2011).

O lado negativo da difusão e adoção de modismos é o mundo fantasioso e perfeito que se cria por parte das empresas que almejam vantagens competitivas, transformações milagrosas, soluções rápidas e práticas para problemas complexos, esperando encontrar tudo isso com apenas poucos investimentos em consultoria, por exemplo. As empresas nacionais, por exemplo, que imersas, pressionadas e seduzidas por um cenário competitivo, adotam, a qualquer custo, quaisquer modelos gerenciais importados, “alienígenas”, sem prévia análise dos mesmos. Estão a tal ponto ludibriadas que passam a “devorar” tais modismos numa ânsia por sucesso. Wood Jr e Caldas (1998) chamam esse processo de “antropofagia organizacional”. Por estes e outros motivos, Wood Jr e Paes de Paula (2002) comentam que existe uma massificação de teorias e conceitos transmitidos e reproduzidos por empresas de consultoria, por professores e formadores, pela mídia, por revistas especializadas em negócios, constituindo-se esses atores numa cadeia articulada considerada uma verdadeira indústria do gerencialismo. O tratamento das panacéias gerenciais como “moda” e “modismos gerenciais”, segundo Paes de Paula (2005) é uma das vertentes que aparecem nos estudos organizacionais críticos. Modismo gerencial compreende as

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tecnologias de gestão ou receitas prescritas por especialistas voltadas para o sucesso das organizações e das pessoas. Wood e Urdan (1994, p. 14) no momento em que fazem uma revisão crítica do movimento da qualidade comentam que:

As panacéias fazem uso de símbolos catalisadores e usam apelo emocional para conquistar possíveis praticantes. Criam uma linguagem comum, compartilhada. Em certas fases de implantação, espalham-se histórias de sucesso, utilizam-se parábolas e surgem heróis. Todo esse processo só é possível porque as organizações não são unicamente moldadas pelo ambiente e por uma realidade objetiva. Líderes e grupos têm muito poder na construção de uma visão comum. A dinâmica desse processo é complexa e parece caracterizar-se pela constante necessidade de gerar novidades e operar rituais de renovação. Nesse sentido, é significativa a presença de gurus no movimento da qualidade, a qual pode estar associada à dependência acrítica de líderes patriarcais, inquestionáveis detentores da sabedoria.

Na visão de Paes de Paula (2005, p. 1) os modismos gerenciais apresentam as seguintes características:1) são uma manifestação da indústria do management na medida em que são disseminadas por seus agentes, em especial os gurus do management, as consultorias e a mídia de negócios; 2) Não são implementados pelos gerentes unicamente a partir de critérios racionais, pois diante destas ferramentas eles também costumam levar em consideração os imperativos da competição e a ideologia de que são uma solução adequada, ou mesmo definitiva, para os problemas tecnológicos, operacionais e comportamentais da organização; 3) Utilizam um discurso de eficiência e participação que ajuda a dissimular sua tendência ao controle social na organização; 4) Levam a uma visão reducionista da complexidade da gestão, na medida em que nem sempre dimensionam de uma forma mais realista as restrições tecnológicas, operacionais e comportamentais que circundam a implementação da metodologia ou ferramenta.

Os modismos gerenciais englobam as técnicas e as doutrinas na opinião de Maximiano (1995). As técnicas são soluções destinadas a problemas específicos encontrados no dia-a-dia da prática gerencial. A técnica procura responder a duas questões: qual é o problema e qual é a solução. Pode-se citar como exemplos: as metodologias de planejamento estratégico, de orçamentação, de organização de carreiras, de administração de salários e de controle de projetos. As doutrinas têm natureza prescritiva e refletem os princípios ideológicos dos gerentes sobre a forma como as organizações devem ser administradas. As doutrinas introduzem os valores individuais e coletivos no processo administrativo, ou seja, são juízos de valor que orientam a ação gerencial. As explicações representam à terceira dimensão de conhecimento advindo da prática administrativa e representa as interpretações daquilo que ocorre no âmbito das organizações reais. Possuem natureza descritiva. As ferramentas de gestão demonstram segundo Grifin e Audi (2007) o conjunto de métodos e padrões de trabalho capazes de descrever como as atividades prescritas por um modelo serão efetivamente implantadas e coordenadas na organização de forma integrada. Na visão de Deming (1990) as ferramentas de gestão se constituem em um poderoso e valioso arsenal de instrumentos para o planejamento e a organização em prol da busca da melhoria contínua do desempenho da organização em termos de qualidade e excelência. A adoção de novas práticas de gestão por organizações brasileiras, na sua grande maioria baseadas em modismos gerenciais (por exemplo, reengenharia, qualidade total, seis sigma, gestão por competências e planejamento estratégico) são importantes. Todavia, o que não se sabe são os efeitos proporcionados com a implantação destas ferramentas de gestão na performance das organizações. Desta forma, as ferramentas de gestão implantadas por organizações podem ser frutos tanto da moda, dos modismos como das técnicas e das doutrinas discutidas por especialistas e consultores de gestão.

Inovação gerencial

A inovação para Van de Ven, Angle e Poole (2000) é definida como o desenvolvimento e implantação de novas idéias em um contexto institucionalizado. Uma inovação pode aplicar-se tanto a produtos, processos e tecnologias, quanto a formas de organizar o trabalho. Inovação para Wood Jr (1999) corresponde a um processo de desenvolvimento e de implantação de novas ideias relacionadas a mudanças na estrutura, na estratégia, na cultura, nos sistemas e em outras variáveis organizacionais. Na

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concepção de Wood Jr (1999) as organizações são entidades concebidas para garantir confiabilidade e reprodutibilidade. Este fato tem incentivado as organizações a manterem os comportamentos em lugar de privilegiar atitudes inovadoras. Inovações em tais contextos podem ser consideradas eventos de exceção na vida organizacional. Todavia, na última década, as organizações passaram a sustentar um novo discurso gerencial, relacionado à capacidade de inovar com temas como globalização, competitividade e responsabilidade social, dentre outros. As inovações, desta forma, passaram a fazer parte do dia-a-dia das organizações.

Para Abrahamson (1966) a literatura que versa sobre inovação é marcada por um discurso racionalista e pró-inovação. Este tipo de abordagem – a perspectiva da escolha eficiente – é sustentado por dois pressupostos: a) que as organizações, em um determinado grupo, podem escolher de forma livre e independente a inovação gerencial a ser adotada e; b) que as organizações conhecem seus objetivos e possuem alta capacidade de predição sobre os impactos da inovação adotada. O autor apresenta, ainda, dois contra-pressupostos. O primeiro deles – relacionado com o ambiente externo - mostra que as organizações fora do grupo influenciam as escolhas das organizações dentro do grupo. O segundo – relacionado com a incerteza – mostra que as organizações têm freqüentemente pouca clareza quanto aos objetivos e a eficiência das tecnologias administrativas. Por esta razão, as organizações tendem a imitar outras organizações como discutido por DiMaggio e Powell (1983) acerca do isomorfismo.

Figura 4

Dependência ou independência das empresas em relação à adoção de modismos gerenciais

Dimensão da imitaçãoDimensão da influencia externa

Processo de imitação não induza difusão ou rejeição

Processo de imitação induz adifusão ou rejeição

Organizações em um determinado grupo determinam à difusão e rejeição neste grupo

Perspectiva daEscolha Eficiente

Perspectiva doModismo

Organizações fora de um determinado grupo determinam à difusão e rejeição neste grupo

Perspectiva daSeleção Forçada

Perspectiva daModa

Fonte: Wood Jr. (1999).

Os dois pressupostos dominantes e seus respectivos contra-pressupostos, apresentados por Abrahamson (1996), segundo Wood Jr (1999) constituem quatro perspectivas para elucidar o entendimento da difusão de inovações gerenciais, a saber: a) a perspectiva da escolha eficiente parte do princípio que determinada inovação, racionalmente escolhida, maximizará a eficiência da organização; b) a perspectiva da seleção forçada entende que as organizações não são completamente independentes para escolher as inovações administrativas que pretendem adotar ou rejeitar. Os agentes externos podem influenciar ou impor decisões; c) a perspectiva da moda e a perspectiva do modismo defendem que sob condições de incerteza as organizações tendem a imitar outras organizações. O que diferencia estas duas perspectivas é que na perspectiva da moda as organizações são influenciadas por outros atores fora do seu grupo e na perspectiva do modismo as inovações são difundidas quando organizações imitam outras organizações dentro do mesmo grupo e; d) a perspectiva da escolha forçada onde se visualizam as explicações do isomorfismo coercitivo e do isomorfismo mimético. Na perspectiva da moda ou tendências, percebe-se a explicação do isomorfismo normativo discutido por DiMaggio e Powel (1983).

Uma abordagem complementar a apresentada por Abrahamson (1996) é a do conceito de evolução da inovação, que demonstra o percurso das inovações gerenciais, desde o seu aparecimento até o seu abandono. A abordagem procura explicar, a partir da metáfora do ciclo de vida, como uma inovação surge, evolui e experimenta o declínio. Isto porque para Gill e Whittle (1992) as técnicas administrativas são criadas e vendidas como panacéias em pacotes de consultoria. Estas panacéias

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possuem um ciclo de vida que vai do entusiasmo da adoção a desilusão do abandono, quando uma panacéia substituta reinicia o ciclo. Percebe-se, desta forma, que o ângulo da abordagem de Abrahamson (1996) envolve a adoção ou rejeição de uma determinada tecnologia administrativa. A abordagem de Gill Gill e Whittle (1992) segundo Wood Jr. (1999) está relacionada ao processo evolutivo de uma determinada inovação, da criação ao desaparecimento.

No entender de Wood Jr (1999) e Caldas e Wood (1999) as duas abordagens apresentadas ainda são insuficientes para se entender os complexos fenômenos envolvidos no desenvolvimento de tecnologias administrativas. Para os autores, existe largo corpo de pesquisa sustentando que uma inovação específica pode ser adotada através de diferentes lógicas por diferentes organizações e que, no mundo real, decisões de adoção são muito complexas, combinando fatores internos e externos, elementos racionais e irracionais, pressões políticas e institucionais. Tanto a tipologia de Abrahamson (1996) quanto à de Gill e Whittle (1992) procuram compreender partes do processo: uma a criação e substituição de inovações e a outra as decisões individuais de adoção ou rejeição. Também nenhuma delas subordina os fatores organizacionais ou interorganizacionais aos elementos contextuais, além de não oferecerem elementos para a compreensão dos agentes, padrões, ciclos e dependências existentes.

Nesta direção, o desenvolvimento de inovações gerenciais, segundo Caldas e Wood (1999) é função da interação entre três grupos de fatores: contextuais, estruturais e conceituais. Como fatores estruturais, os autores citam os agentes e os padrões de difusão que controlam o fluxo do sistema. Os agentes de difusão (por exemplo: mídias de negócios e os consultores) são os principais atores organizacionais que influenciam deliberadamente outros atores a adotar e/ou rejeitar determinada inovação ou afetam os padrões relacionados a tais adoções e rejeições. Os padrões de difusão são as formas pelas qual a adoção ou rejeição fluem através das organizações, definindo o ritmo da difusão – lento/rápido, impositivo/contagioso – e seu escopo – penetrante/limitado. O padrão de difusão e as respostas dadas pelas organizações vão, por sua vez, afetar o comportamento dos agentes. Os elementos racionais e irracionais interagem no domínio organizacional como resposta a impulsos externos e por autodeterminação. No limite, as ações no domínio organizacional irão influenciar o domínio estrutural e contextual. (CALDAS; WOOD, 1999; WOOD JR, 1999).

Teoria institucional

Os estudos organizacionais têm se desenvolvido de forma conflituosa, abraçando em sua agenda de estudos e pesquisa grande quantidade de perspectivas e paradigmas, que na maioria dos episódios colidem-se, em termos epistemológicos, metodológicos e até mesmo ideológicos. Eu seu clássico artigo, Astley e Van de Ven (2005) esquematizam e interpretam os principais debates e perspectivas no âmbito da teoria das organizações. Além de considerarem em seu estudo o entrave entre a questão determinista e voluntarista das organizações e seus ambientes, os autores mencionam a existência de um enfrentamento entre modelos racionais e modelos normativo-institucionais de organização. Na posição de Caldas e Fachin (2005), este é, provavelmente, o debate (racional versus normativo-institucional) mais expressivo que a perspectiva dominante funcionalista-estruturalista deparou-se nas ultimas décadas.

A tradição hegemônica nos estudos tanto em organizações como em sociologia geral, o viés funcionalista, era até o inicio da década de 1980 contido, na visão de Caldas e Fachin (2005, p. 48): “pelo imperativo objetivista-racional de teorias como o contingencialismo e economia organizacional”. Sendo o funcionalismo a ortodoxia do campo, a discussão existente entre função e estrutura é capital na análise das organizações e de seus ambientes. Perrow (1986) concorda com tal posicionamento ao afirmar que a perspectiva dominante no campo da sociologia das organizações é aquela que lida com o “funcional-estruturalismo”. Dentro desta perspectiva, as funções são a principal referência para a definição da estrutura, bem como o fato da estrutura ter de ser compreendida pelo analista organizacional a partir da análise objetiva de suas funções.

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A desmistificação das estruturas, não somente organizacionais, mas também sociais tais como a estratificação de classes, como sendo racionalmente limitadas pela ação humana puseram em cheque o modelo racionalista de homem, conforme é apresentado nos trabalhos de Simon (1979) e March, Simon e Gretzkow (1981) sobre a cognição humana. Simon (1979), por sua vez, denuncia os limites da racionalidade, propondo que o ser humano possui limites cognitivos, sendo incapaz de vislumbrar objetivamente todas as possibilidades de ação para alcançar determinado objetivo. Desta forma, a abordagem institucional, como categoria analítica, segundo Kraatz e Zajac (1996), admite que além da existência de fatores técnicos que compõem o ambiente organizacional, fatores de ordem institucional são decisivos para análise empírica das organizações. Os autores ainda abordam a existência de certa dicotomia entre as abordagens técnica e institucional do ambiente, de forma que o foco da abordagem neo-institucional seria de contraporem-se as características técnicas que orientam os estudos ambientais, passando a abordar características do ambiente institucional, tal como as referências aos meios pelos quais as organizações conformam-se às normas sociais e às crenças de modo geral.

As normas e regras institucionais transmitidas e aceitas são relevantes porque estabelecem para as organizações e dirigentes o que pode ser considerado legítimo ou não em um determinado contexto (MACHADO-DA-SILVA, FONSECA, FERNANDES, 1999; MACHADO-DA-SILVA e GONÇALVES, 1999). O ato de institucionalizar é para os autores uma maneira de tornar formalizados e incorporados às rotinas da organização, as normas, processos e métodos de uma organização. As normas e regras institucionais transmitidas e aceitas são relevantes enquanto estabelecem para as organizações e dirigentes o que pode ser considerado legítimo ou não. A institucionalização parte da premissa de que camadas de conhecimento são incorporadas a sistemas, estruturas, estratégias, rotinas e práticas organizacionais. O ponto central da abordagem institucional baseia-se na busca de legitimidade pela organização, seja de forma explicita e intencional ou por meio de adaptações passivas (DIMAGGIO, POWELL, 1991). As organizações definem a arquitetura organizacional e condutas de ação a partir da necessidade de legitimação e não necessariamente de eficiência técnica.

A abordagem institucional procura entender o como e o porquê às estruturas e processos organizacionais tornam-se legitimados, além das conseqüências deste processo de institucionalização (TOLBERT; ZUCKER, 1983). Os grupos como as normas sociais internas e externas exercem influências sobre as organizações. As pressões exercidas pelo ambiente interno e externo fazem como que as organizações se conformem aos imperativos estabelecidos por meio da adoção de comportamentos compatíveis às forças institucionais. Neste sentido, as organizações procuram se conformar às regras e normas impostas pelo ambiente, incentivando, desta forma, a uniformidade nas organizações. (DIMAGGIO; POWELL, 1991). A inovação organizacional e a adoção de novas práticas, por exemplo, passam a adquirir status de mito racionalizado no interior do campo. Suas respectivas adoções deixam de se basear pela análise do incremento em desempenho e passam a serem analisadas pela ótica do valor socialmente compartilhado e da legitimidade. (CALDAS; FACHIN, 2005).

De acordo com Kraatz e Zajac (1996), quando campos organizacionais tornam-se suficientemente “estruturados”, são capazes de atribuir forte influência sobre as organizações inseridas no interior de suas fronteiras. A racionalidade colectiva predominante no campo organizacional em conjunto com os esforços colectivos por legitimidade e adequação social, guia organizações a adotarem estruturas e práticas uniformes e institucionalizadas, ou seja, passam por um processo de homogeneização. As organizações na concepção de Meyer e Rowan (1977) adquirem formatação mediante o processo de incorporação de diretrizes previamente definidas socialmente, pelo fato deste processo representar a chave da sobrevivência organizacional. É a partir da incorporação na estrutura daquilo que é socialmente aceito, que a organização ganha legitimidade e reconhecimento social. Fonseca (2003) cita como exemplos, as novas tecnologias e programas de desenvolvimento que são adotados por organizações mediante pressões contextuais. O sistema educacional, as leis e normas governamentais,

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ideologias e a própria opinião pública são fontes de mitos racionalizados pela sociedade. Scott (1983) complementa que a racionalidade das crenças desenvolve-se sob o princípio de identificar propósitos sociais específicos para então descrever (as crenças), sob a forma de regra social, limitando o campo de ação de determinados atores, como acontece com a descrição dos meios que devem ser empregados para alcanças tais propósitos. Crubellate (2007) afirma que o ambiente institucional força a difusão de padrões sociais de conhecimento e de comportamento, bem como é capaz de barrar aqueles comportamentos que se desviam do padrão culturalmente construído.

O isomorfismo é desta forma, a causa principal das organizações assumirem determinadas formas. É visto como um processo de homogeneização de idéias. Representa para DiMaggio e Powell (1991) um conjunto de restrições que forçam as organizações de um setor, por exemplo, as do setor elétrico e de base tecnológica, a parecer-se com outras unidades que se colocam em um mesmo conjunto de condições ambientais. O isomorfismo coercitivo é resultado da pressão formal ou informal de organizações que tem prevalência sobre outras. A mudança ou a adaptação organizacional pode ser decorrente, por exemplo, de uma nova legislação estabelecida por órgãos governamentais. O isomorfismo mimético acontece pela imitação ou cópia de políticas, práticas de gestão, estratégias, tecnologias, já testadas e bem sucedidas em organizações similares. O isomorfismo normativo é aquele promovido pela profissionalização, no momento em que é institucionalizado um conjunto de normas e procedimentos que delimitam uma determinada ocupação ou atividade específica.

Metodologia

O estudo se apoia em uma pesquisa descritiva, longitudinal com corte transversal, envolvendo a produção acadêmica em termos de artigos acerca dos temas “moda e modismos gerenciais” e “inovação gerencial”, publicados no período de 1990 a 2010 nos periódicos a seguir: 1) Brazilian Administration Review; 2) Revista Gestão & Produção; 3) Revista de Administração Pública; 4) Cadernos EBAPE.BR; 5) Revista de Administração Contemporânea; 6) RAC-Eletrônica; 7) Revista de Administração de Empresas; 8) RAE-Eletrônica; 9) Revista de Administração Mackenzie; 10) Revista de Administração da USP; 11) Revista Eletrônica de Administração e 12) Revista Organizações & Sociedade. O total de artigos analisados foi o seguinte: a) 267 artigos do tema inovação gerencial e; b) 21 artigos relacionados ao tema Moda/Modismo Gerencial, totalizando 288 artigos. Para tanto, foram pesquisados os arquivos das revistas tanto em meio digital como em meio impresso. O material pesquisado foi exposto através da pesquisa descritiva (SELLTIZ; COOK; WRIGHTSMAN, 2004).

A seleção dos periódicos foi feita segundo as categorias indicativas de qualidade do sistema Qualis da CAPES. Foram verificados aqueles periódicos nacionais que se enquadram nos conceitos A1, A2, B1 e B2, da área de avaliação “Administração, Ciências Contábeis e Turismo”, sendo selecionadas apenas as publicações nacionais do campo de Administração. A escolha dos níveis mais altos de avaliação da CAPES indicam a representatividade destes periódicos no campo da Administração. Para a busca e a seleção dos artigos que se enquadraram nos temas supracitados junto aos periódicos foram utilizados descritores nos campos de busca das bases de dados dos periódicos. Para os artigos relacionados ao tema de inovação gerencial foram utilizados os seguintes descritores: “Inovação”; “Inovação Gerencial” e o descritor em inglês “Innovation” e para o tema de Moda e Modismos Gerenciais: “moda”, “modismo”, “moda gerencial”, “modismo gerencial” e “modismos”, além de dois descritores em inglês: “fashion” e “fad”. Foram selecionados 267 artigos relacionados à Inovação Gerencial e 21 à Moda/Modismo Gerencial após a leitura dos resumos e, em muitos casos, após a leitura completa do artigo. Obteve-se acesso a exemplares principalmente por meio digital, exceto os da RAP onde foram pesquisados todos os exemplares na forma impressa por esta não contar com acervo digital completo. A Figura 5 apresenta a classificação dos periódicos selecionados, delineando a faixa temporal pesquisada em cada periódico com o total de artigos selecionados em cada tema.

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Figura 5

Classificação de artigos consultados e selecionados

Periódico Qualis Faixa temporal

Artigos selecionados

Inovação gerencial

Artigos selecionados

Moda/modismo

Total

BAR A2 2004 - 2010 07 0 07

Cadernos EBAPE.BR B1 2003 - 2010 13 2 14

Gestão & Produção A2 1994 - 2010 28 2 30

O&S B2 1993 - 2010 26 0 26

ERA Eletrônica B1 2002 - 2010 11 0 11

RAC Eletrônica B1 2007 - 2009 06 0 06

RAC B1 1997 - 2010 45 1 46

RAUSP B2 1990 - 2010 27 2 29

ERA B1 1990 - 2010 45 13 58

RAM B1 2000 - 2010 12 0 12

RAP A2 1990 - 2010 08 0 08

REAd B2 1995 - 2010 39 1 40

TOTAL - - 267 21 288

Para a coleta das informações referentes aos artigos encontrados através do processo de busca, optou-se pela utilização de um instrumento de coleta que destacou os seguintes espaços para registros de dados: a) título do artigo; b) autor (es) do artigo; c) área acadêmica do artigo; d) volume; e) número; f) número de autores do artigo; g) endereço eletrônico do artigo (quando disponível); h) vínculos institucionais dos autores; i) resumo do artigo; j) palavras-chave do artigo. Os dados foram registrados e catalogados através de um formulário de coleta de dados produzido através do Microsoft Word 2007. Os dados foram tabulados e analisados através do software Sphinx Survey v 5.1.0.4. Para a construção de gráficos e quadros foi utilizado o software Microsoft Excel 2007.

No que concerne a classificação dos artigos de acordo com as áreas do conhecimento do campo da Administração, optou-se, na ausência de um critério objetivo válido de classificação adequado quanto à área pertencente, por classificá-los de acordo com o modelo das divisões acadêmicas atualmente em voga na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - ANPAD. O processo de classificação dos artigos dentro das divisões acadêmicas da ANPAD envolveu a análise detalhada do conteúdo dos resumos dos artigos por parte dos pesquisadores, refletindo o caráter subjetivo das decisões de classificação empreendidas. Os vínculos institucionais dos autores foram coletados, quando possível, a partir dos vínculos declarados pelos autores nos resumos dos artigos. Para os artigos que não apresentaram identificação dos vínculos, recorreu-se a Plataforma Lattes do CNPq onde foram observados os campos “Atuação Profissional” e “Formação/Titulação” e coletados os vínculos correspondentes ao ano de publicação do artigo.

Descrição dos resultados

A descrição dos resultados deste estudo, tendo por objetivo analisar a produção de artigos do campo da Moda/Modismo e Inovação Gerencial, publicados junto aos periódicos do campo da Administração no Brasil, no período de 1990 a 2010, obedece aos seguintes tópicos: evolução temporal, média e participação dos periódicos na publicação de artigos em moda/modismo e inovação gerencial; áreas de

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conhecimento do campo da administração; participação dos autores na publicação de artigos; vínculos institucionais dos autores; distribuição dos artigos por quantidade de autores e a discussão dos resultados.

Evolução temporal, média e participação dos periódicos na publicação de artigos em moda/modismo e inovação gerencial

No momento em que se avalia a evolução temporal da quantidade de publicações de artigos no campo da Moda/Modismo Gerencial, observa-se que a quantidade de publicações foi esporádica, não apresentando regularidade durante a faixa pesquisada. A média de artigos no período de 1990 a 2010 foi de 01 artigo por ano, revelando os anos de 2001 e 2003 com 03 artigos cada, sendo os mais expressivos em termos de produção. A partir de 2004 até 2010 foram produzidos apenas 02 artigos, sendo que em 2004, 2005, 2008, 2009 e 2010 não foram encontrados artigos enquadrados na temática em questão. Em relação a participação de cada periódico pesquisado na amostra de artigos em Moda/Modismo Gerencial, foi verificado que a Revista de Administração de Empresas foi a mais representativa, contribuindo com a publicação de 61,90% da produção (13 artigos). Os Cadernos EBAPE.BR, a Revista de Administração da Universidade de São Paulo e a Revista Gestão & Produção estão, respectivamente em segundo, terceiro e quarto lugar, contribuindo cada uma com 9,50% do total de artigos encontrados (02 artigos cada). Os periódicos Revista de Administração Contemporânea e Revista Eletrônica de Administração contribuíram com 4,80%, ou seja, 01 artigo cada. Entre os doze periódicos considerados nesta pesquisa, apenas 06 publicaram artigos do tema Moda/Modismo Gerencial.

Em relação ao tema Inovação Gerencial, percebe-se que a quantidade de publicações na década de 2000 foi maior que a quantidade publicada na década de 1990. A média de artigos no período de 1990 a 2010 foi de 12,71 artigos ao ano, revelando que a partir de 2001, a quantidade anual de artigos em Inovação Gerencial passou a ser maior que a média de artigos no período pesquisado. O ano de 2009 foi o mais expressivo em termos de publicações, totalizando 26 artigos. Quanto à participação de cada periódico pesquisado na amostra de artigos em Inovação Gerencial, foi constatado que a Revista de Administração de Empresas e a Revista de Administração Contemporânea foram as mais representativas em termos de publicações, com 45 artigos cada. Ainda, em relação a ordem de importância dos periódicos, quanto às suas participações, nota-se que: a) a Revista Eletrônica de Administração apresentou 39 artigos; b) a Revista Gestão & Produção 28 artigos; c) a Revista de Administração da USP 27 artigos; d) a Revista Organizações & Sociedade 26 artigos; e) os Cadernos EBAPE.BR 13 artigos; f) a Revista de Administração Mackenzie 12 artigos; g) a RAE-Eletrônica 11 artigos; h) a Revista de Administração Pública 8 artigos; i) a Brazilian Administration Review 7 artigos e, j) a RAC-Eletrônica 6 artigos. Faz-se necessário destacar que todos os doze periódicos considerados, nesta pesquisa, apresentaram artigos relacionados ao tema de Inovação Gerencial.

Áreas de conhecimento do campo da administração

Para proceder à classificação dos artigos no campo Moda/Modismo e Inovação Gerencial, foi considerado como critério de seleção e classificação as Divisões Acadêmicas em voga na ANPAD. No que tange ao tema Moda/Modismo Gerencial, percebe-se que as áreas de “Estudos Organizacionais” e de “Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho”, apresentaram a maior concentração de artigos científicos, representando 23,8%, respectivamente dos artigos publicados. As áreas de “Estratégia em Organizações” e “Administração da Informação” foram verificadas em terceira e quarta posição, sendo esta com 14,30% e aquela com 19,00% de participação sobre o total de artigos. As áreas “Contabilidade”, “Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade” e “Gestão de Operações e Logística” contribuíram cada uma com 4,80% em relação ao total dos artigos.

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No que concerne a classificação dos artigos voltados a Inovação Gerencial, observa-se que a área de “Estudos Organizacionais” foi a que abrigou a maior quantidade de artigos do tema, contribuindo com 33,33% (89 artigos) do total de 267 artigos. Em continuidade, a área de “Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação” contribuiu com 17,23% (46 artigos) do total e a área de “Estratégia em Organizações” com 11,99% (32 artigos). As áreas de “Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade” colaboraram com 7,87%, respectivamente (21 artigos cada). As áreas de “Administração Pública” e “Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho” contribuíram com 6,74% (18 artigos cada). A área de “Administração de Operações e Logística” com 4,87% (13 artigos) e, por fim, a área de “Marketing” colaborou com 1,87% (05 artigos) e “Finanças” com 1,5% (04 artigos). Não foram encontrados artigos relacionados à área de Contabilidade.

Participação dos autores na publicação de artigos

Em relação aos 21 artigos que versam sobre Moda/Modismo Gerencial encontrados nos periódicos selecionados neste estudo, foi verificado que estes foram produzidos por 29 autores distintos. Entre o grupo de autores, não foi encontrado nenhum autor específico com ampla superioridade quanto ao número de autorias em comparação com os demais autores da amostra. Entretanto, entre os autores com maior número de autorias, destacam-se Thomaz Wood Jr. (05 artigos) e Miguel Pinto Caldas (04 artigos) como os autores mais produtivos de artigos sobre Moda/Modismo Gerencial. A Figura 6 revela os autores que produziram dois ou mais artigos no período pesquisado.

Figura 6

Autores com duas ou mais autorias em artigos de Moda/Modismo

Autores Vínculos profissionais considerando a época da publicação Total %

WOOD JR., Thomaz  FGV-EAESP 5 13,16%

CALDAS, Miguel Pinto  FGV-EAESP 4 10,53%

BARBOSA, Lívia  UFF; UCAM 2 5,26%

GUIMARAES, Tor  TTU 2 5,26%

Demais autores* 25 65,79%

TOTAL   38 100,00%*25 é a quantidade dos demais autores.

Os 267 artigos de periódicos analisados acerca do tema Inovação Gerencial foram produzidos por 460 autores distintos. Os autores que produziram quatro ou mais artigos dentro da faixa temporal levada em conta neste estudo foram listados na Figura 4. Entre os autores mais proeminentes, foi constatado que nenhum se destacou em relação aos outros quanto ao número de publicações, por ter prevalecido o equilíbrio na relação de produtividade entre autores. Entre os 267 autores verificados, o mais proeminente foi Paulo Negreiros Figueiredo, com 6 participações autorais nos artigos. As instituições FGV-EBAPE, UNISINOS, FGV-EAESP, UFRGS, USP e UFPR estão vinculadas aos autores com quatro ou mais artigos publicados em Inovação Gerencial (Figura 7).

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Figura 7

Autores com quatro ou mais autorias em artigos de Inovação Gerencial

AutoresVínculos profissionais

considerando a época da publicação

Artigos %

FIGUEIREDO, Paulo NegreirosBALESTRIN, Alsones BARBIERI, Jose Carlos ZAWISLAK, Paulo Antônio SBRAGIA, Roberto ALBERTIN, Aberto Luiz SEGATTO-MENDES, Andréa Paula PINHEIRO, Ivan Antônio Demais autores*

FGV-EBAPEUNISINOSFGV-EAESPUFRGSUSPFGV-EAESPUFPR; UFRGSUFRGS 

65555444

526

1,06%0,89%0,89%0,89%0,89%0,71%0,71%0,71%93,26%

TOTAL   564 100% *452 é a quantidade dos demais autores.

Vínculos institucionais dos autores

Quando se analisam os 21 artigos encontrados do tema Moda/Modismo Gerencial nos periódicos pesquisados, observa-se que os autores destes artigos mantiveram vínculos com 19 Instituições de Ensino Superior distintas, quando da publicação dos artigos. Das 19 instituições, 06 são estrangeiras localizadas nos Estados Unidos (04 instituições), Canadá (01 instituição) e França (01 instituição). Ainda sobre o total de instituições, apenas duas delas apresentaram quatro ou mais vínculos com os autores de artigos. Os principais destaques ficam por conta da Fundação Getúlio Vargas – EAESP, com 11 vínculos com autores e a University of Alabama, com 04 vínculos. A Figura 8 revela as instituições que apresentaram dois ou mais vínculos com autores de artigos em Moda/Modismo Gerencial.

Figura 8

Instituições com dois ou mais vínculos com autores de artigos em moda e modismo gerencial

Instituições de Ensino Superior Vínculos %

Fundação Getúlio Vargas – EAESP 11 26,83%

University of Alabama 4 9,76%

Tennessee Technological University 3 7,32%

Universidade Federal do Rio Grande do Sul 3 7,32%

Universidade Cândido Mendes 2 4,88%

Universidade de Brasília 2 4,88%

Universidade Federal de São Carlos 2 4,88%

Universidade Federal Fluminense 2 4,88%

Universidade Positivo 2 4,88%

Demais instituições* 10 24,39%

TOTAL 41 100,00%*10 é a quantidade das demais instituições de ensino.

460 autores participaram da publicação de 267 artigos em Inovação Gerencial publicados nos periódicos analisados. Os mesmos autores mantiveram vínculo com 156 instituições distintas (considerando universidades na ampla maioria dos vínculos) durante a época em que os artigos foram

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produzidos e publicados. Das 156 instituições encontradas, 21 delas são estrangeiras localizadas nos Estados Unidos (08 instituições), França (05 instituições), Reino Unido (03 instituições), Finlândia (02 instituições), Coréia do Sul (01 instituição), Argentina (01 instituição), Colômbia (01 instituição) e Espanha (01 instituição). Ainda, em relação ao total de instituições, 37 delas apresentaram três ou mais vínculos com autores de artigos em Inovação Gerencial. Os principais destaques em termos de quantidade de vínculos foram a Universidade de São Paulo com 13,60% de participação (79 vínculos), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul com 7,20% (42 vínculos) e a Fundação Getúlio Vargas – EAESP com 6,40% (37 vínculos). A Figura 9 revela as instituições que apresentaram treze ou mais vínculos com autores de artigos em Inovação Gerencial.

Figura 9

Instituições com treze ou mais vínculos com autores de artigos em inovação gerencial

Instituição Vínculos %Universidade de São PauloUniversidade Federal do Rio Grande do SulFundação Getulio Vargas - EAESPUniversidade Federal da BahiaUniversidade Estadual de CampinasUniversidade Presbiteriana MackenzieUniversidade do Vale do Rio dos SinosFundação Getulio Vargas - EBAPEUniversidade Federal de São Carlos

794237252121171313

13,62%7,24%6,38%4,31%3,62%3,62%2,93%2,24%2,24%

Universidade Federal do Rio de JaneiroUniversidade Nacional de Brasília

1313

2,24%2,24%

Demais instituições* 286 49,31%

TOTAL 580 100,00%*145 é a quantidade das demais instituições

Mesmo com a diversidade de autorias e instituições, a produção ficou concentrada em poucos autores, revelando um fator preocupante para a produção científica da área de Administração, ou seja, de um ciclo vicioso, além de restringir a produção acadêmica da área aos estilos de autores e tendências de instituições a apresentarem trabalhos vinculados a linhas temáticas de seus interesses, forçando outras instituições a seguirem os seus padrões de publicação, engessando os padrões de publicação científica na área da Administração como enfatizado por Leite Filho (2008) em seu estudo sobre a produtividade de autores na área de Contabilidade em periódicos de Contabilidade.

Distribuição dos artigos por quantidade de autores

Os 21 artigos pertencentes a temática de Moda/Modismo Gerencial, dentre os periódicos analisados, revelam que a maioria foi produzido em coautoria por dois autores, representando 57,10% do total da amostra e, também por um único autor, representando 38,10% do total da amostra. Não foram identificados artigos produzidos por 03, 04 e 05 autores. Apenas um artigo foi produzido por 06 autores.

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Figura 10

Médias anuais da quantidade de autores por artigo em Moda/Modismo Gerencial

0

1

2

3

Méd

ia d

e au

tore

s po

r ar

tigo

Em relação à distribuição da quantidade de autores, por artigo, em cada periódico analisado, observa-se que a Revista de Administração de Empresas é o periódico mais representativo da amostra de artigos em Moda/Modismo, pois dos 13 artigos encontrados, 08 deles foram elaborados em coautoria por dois autores. Mediante o uso da técnica da regressão linear, nota-se que a média de autores por artigo em Moda/Modismo apresenta um pequeno declínio ao longo dos anos, pois a média de autores passou de 01 autor por artigo no início da década de 1990 para pouco menos de um autor por artigo em 2010. A curva de tendência, resultante da regressão (Figura 10), também indica que a colaboração de autores tem diminuído ao longo dos anos, já que a curva de tendência é decrescente.

No que se refere à distribuição dos artigos do tema Inovação Gerencial, por quantidade de autores, observa-se que, dentre os periódicos analisados, a maioria foi produzida em coautoria por dois autores, representando 44,57% do total da amostra (119 artigos), seguido de artigos produzidos por um único autor, revelando 28,09% do total da amostra (75 artigos). Os artigos produzidos por três ou mais autores totalizaram 73, compreendendo 27,34% do total de artigos analisados. No momento em que se consideram os dois periódicos mais representativos na área de Inovação Gerencial, de um lado, verifica-se que a Revista de Administração de Empresas apresentou predominância de artigos produzidos por um autor e, de outro, a Revista de Administração Contemporânea foi predominante na produção de artigos em coautoria por dois autores. De acordo com a Figura 11, nota-se que a média de autores por artigo em Inovação Gerencial tem apresentado crescimento com o transcorrer dos anos.

Figura 11

Médias anuais da quantidade de autores por artigo em inovação gerencial

0

1

2

3

Méd

ia d

e au-

tore

s por

arti

go

Por meio da técnica da regressão linear, constata-se que a média de autores por artigo foi, na década de 1990, próxima a de um autor por artigo, enquanto no final da década de 2000, a média ultrapassou a casa dos dois autores por artigo. A curva de tendência também representada na Figura 11 indica que houve aumento da colaboração entre autores nos artigos voltados ao tema de Inovação Gerencial.

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Discussão dos resultados

A produção científica verificada em artigos publicados em periódicos nacionais envolvendo os temas Moda/Modismos e Inovação Gerencial, no período de 1990 a 2010 passou a ser mais expressiva a partir da década de 2000. No período de 1990 a 2010, a média de artigos por ano em Inovação Gerencial de foi de 12,71 e, em Moda/Modismo Gerencial de 01 artigo por ano. O ano de 2009 representa o marco de publicações de Inovação Gerencial, ficando os anos de 2001 e 2003 com a maior produção de artigos em Moda/Modismo Gerencial. A concentração da produção acadêmica (artigos) em Moda/Modismo Gerencial nos anos de 2001 e 2003 é explicada na visão de Wood Jr e Paes de Paula (2002) pela massificação de teorias e conceitos transmitidos e reproduzidos por empresas de consultoria, por professores e formadores, pela mídia e por revistas especializadas em negócios na década de 90, representando uma verdadeira indústria do gerencialismo, motivando os pesquisadores a publicarem artigos, visando desmistificar as panacéias gerenciais. Segundo Wood Jr. e Urdan (1994, p. 14) “As panacéias fazem uso de símbolos catalisadores e usam apelo emocional para conquistar possíveis praticantes. Criam uma linguagem comum, compartilhada. Em certas fases de implantação, espalham-se histórias de sucesso, utilizam-se parábolas e surgem heróis. Todo esse processo só é possível porque as organizações não são unicamente moldadas pelo ambiente e por uma realidade objetiva. Líderes e grupos têm muito poder na construção de uma visão comum. A dinâmica desse processo é complexa e parece caracterizar-se pela constante necessidade de gerar novidades e operar rituais de renovação”. A adoção indiscriminada de um modismo do tipo processo radical de mudança pode gerar, dentre outros efeitos negativos, a perda de memória organizacional e a conseqüente inabilidade de responder a estímulos do meio (WOOD JR; CALDAS, 1995). Cada uma dessas metáforas está impregnada de críticas severas a adoção indiscriminada de modismos, pois sempre reforçam a idéia de que as empresas, se não tomarem cuidado, se não refletirem sobre a complexidade de seus problemas antes de procurarem algum modismo que os solucione, acabam sendo vítimas de consultores especializados, gurus administrativos que as manipularão.

No universo organizacional, as diversas modas manifestam-se, principalmente, através de modismos, que são modelos vistos como fórmulas mágicas, receitas prontas, universais, suficientes, milagrosas que prometem sucesso instantâneo após sua implementação pela empresa. Oliveira (2001) considera modismo como sendo toda solução simplista ou fórmula mágica que visa solucionar problemas de gestão de negócios. A grande questão que Tomei e Adelson (1999) colocam é que por mais bem embasados e completos que sejam os modismos não podem ser tomados como universais e completos, mas sim tomados como solucionadores de (apenas) parte dos problemas empresariais e, ainda que cada organização apresente suas peculiaridades para implementação dos mesmos. Em outras palavras, os modismos são sempre parciais e, no máximo, necessários, (por mais que muitos se auto-intitulem suficientes) e devem ser flexíveis aos diferentes contextos organizacionais. Barbosa (2003) argumenta que apesar das organizações estarem imersas num contexto que exige delas respostas rápidas aos pedidos do mercado e aos avanços da concorrência, os modelos empresariais devem ser adotados após reflexões internas. Agindo assim, as empresas evitarão “embotamento intelectual” e adestramento em massa. Pantoja e Borges-Andrade (2009, p. 43) discutem que as organizações atuais são influenciadas pelos efeitos dos fatores ambientais, como avanços tecnológicos, internacionalização dos mercados, consumidores exigentes e competição acirrada. Assim, elas são alvos fáceis desses “pacotes prontos”, fórmulas mágicas criadas por “gurus” da administração que prometem inovação rápida e fácil, sem dores e com pouco trabalho para toda organização. Barbosa (2003) menciona que muitas empresas adotam modismos de maneira indiscriminada, simplesmente “inovam por inovar” e tais adoções servem, no máximo, como estratégia de marketing, sem se preocupar se elas estão verdadeiramente ocasionando progresso para a empresa. Ambos os casos (empresas “alvo fácil” e as adotantes de modismos como estratégias de marketing) tratam questões administrativas complexas em tom superficial, “jogando a sujeira para debaixo do tapete”.

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Tal situação também é reforçada quando se consideram as Perspectivas da Escolha Eficiente quanto à da Seleção Forçada, ou seja, partem do pressuposto que as empresas são mais independentes no seu processo de escolha de inovações gerenciais. As únicas interferências significativas para tal escolha, segundo a Perspectiva da Seleção Forçada provêm de agentes externos e agem nas escolhas das empresas. Em contrapartida, tanto a Perspectiva do Modismo quanto a Perspectiva da Moda defendem que as empresas são inseguras e dependentes, tendendo a imitar outras organizações. A diferença está no fato de que no modismo as empresas tendem a imitar empresas de um mesmo grupo. Já na moda, as empresas imitam outras fora do grupo. O processo de aceitação dos modismos também pode ser compreendido como um intenso jogo de sedução, em que a organização faria o papel da “seduzida” e os líderes, “gurus”, empresas de grande porte, seriam os “sedutores”. Sob um enfoque psicológico-psicanalítico, Tomei e Adelson (1999) faz um estudo sobre a teoria da sedução de Freud e como essas idéias são aplicáveis em contexto empresarial. Nessa teoria, o seduzido é uma pessoa carente, “incompleta” e o sedutor é aquele que promete suprir tais carências. O jogo de sedução consiste justamente no fato do sedutor criar e alimentar no seduzido uma sensação enganadora de estar completo com o sedutor. Em outras palavras, o seduzido acaba jogando no sedutor suas fantasias de perfeição, sendo vítima da situação, pois, pouco a pouco, o sedutor vai manipulando a vítima de acordo com seu interesse, descartando-a em momento propício. Caldas (1999) argumenta que os consultores disseminam modismos, para, em seguida, abandoná-los e trocá-los por novas panacéias gerenciais intencionando gerar uma demanda contínua, um mercado permanente para eles próprios.

Nesta direção, a moda/modismo e a inovação gerencial refletem as influencias dos pressupostos da teoria institucional, ou seja, demonstra que as organizações procuram se conformar às regras e normas impostas pelo ambiente, incentivando, desta forma, a uniformidade nas organizações. (DIMAGGIO, POWELL, 1991). As normas e regras institucionais transmitidas e aceitas são relevantes porque estabelecem para as organizações e dirigentes o que pode ser considerado legítimo ou não em um determinado contexto. (MACHADO-DA-SILVA; FONSECA; FERNANDES, 1999; MACHADO-DA-SILVA; GONÇALVES, 1999). É notável a influencia do isomorfismo coercitivo como resultado da pressão formal ou informal de organizações que tem prevalência sobre outras. A mudança ou a adaptação organizacional pode ser decorrente, por exemplo, de uma nova legislação estabelecida por órgãos governamentais. (DIMAGGIO; POWELL, 1991. Como exemplo, pode-se citar a Lei nº 10.973, de 02/12/2004 que estabeleceu medidas de incentivo à inovação e à pesquisa cientifica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País. Também se pode verificar a influencia de outras instituições como, por exemplo, o CNPq, a FINEP, a FAPESC, o SEBRAE, as Universidades, o Governo e outras empresas e associações do setor no incentivo da adoção de práticas de gestão para atender os pré-requisitos estabelecidos e/ou considerados relevantes para elas. Também, são visíveis os traços do isomorfismo normativo, ou seja, as influências de associações/grupos profissionais ou pela percepção do sucesso das práticas já reconhecidas e utilizadas por outras organizações. O mimetismo também acontece pela imitação ou cópia de políticas, práticas de gestão, estratégias, tecnologias já testadas e bem sucedidas em organizações similares. O mimetismo funciona como uma resposta a uma situação de incerteza, levando a difusão e aplicação de modismos gerenciais tanto por parte de organizações, gurus, consultorias e empresas de pesquisa, dentre outros.

Na questão do sucesso empresarial, por exemplo, há modelos de gestão americanos e japoneses que servem como benchmarking, ou seja, objetivam incrementar o desempenho de uma empresa pela identificação e aplicação das melhores práticas em processos de gestão utilizadas por empresas já inseridas no mercado, ratificando o que foi mencionado acerca das influencias dos pressupostos da teoria institucional. Num escopo mais geral, a forma de divulgação e disseminação dos modismos está impregnada de sedução. Através de mídia especializada, entrevistas, matérias pagas, exemplos de implementação em outras empresas, discursos inflamados de líderes, gurus de administração e demais patrocinadores, diversos modismos, em diferentes contextos, foram legitimados como “salvadores da

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pátria”, solucionadores de problemas. O difícil e doloroso processo ocorre justamente depois, ou seja, na tomada de consciência do engodo e no necessário rompimento de laços com o sedutor. Tomei e Adelson (1999) comenta que a saída de posição de vítima (seduzido) dá-se quando a organização percebe-se seduzida pela promessa mágica de soluções perfeitas e vislumbra que a promessa era infundada, inviável. A TQM ilustra esse ponto, segundo Grey (2004): a “revolução da qualidade” dos anos 1980 tornou-se, nos anos 1990, inadequada em virtude da sua conexão com a “mudança incremental”. Uma nova revolução se fazia necessária (HAMMER; CHAMPY, 1993), e foi estimulada pela reengenharia. Mas então a reengenharia tornou-se limitada (KOCH; GODDEN, 1996), e novas visões foram oferecidas como soluções. Podemos atribuir isso aos modismos (ABRAHAMSON, 1996), mas modismos são resultados de processos sociais particulares de imitação competitiva ou produtos de ondas passageiras.

Ainda, os modismos, por estarem impregnados de promessas de mudanças rápidas, práticas e “milagrosas”, geralmente são responsáveis por transformações superficiais na empresa. Porém, quando são necessárias mudanças em nível cultural dentro dela para que ocorra a implementação de tal modismo, é que as mudanças podem ser efetivas. Há ainda o fator permeabilidade cultural que interfere na disseminação dos modismos no interior da organização: quanto mais permeável for à cultura de uma empresa, ou seja, flexível e acostumada a mudanças, os modismos são mais rápidos e facilmente absorvidos pelos membros, por terem poucas obstruções para o fluxo de absorção de novas metodologias. Para maior aproveitamento, seleção e avaliação dos modismos e práticas pretendidos pela empresa, torna-se fundamental que se tenha capacidade de aprendizagem e de mudança. Grey (2004), num artigo em que discute afirmações que veiculam a idéia de que estamos em tempos de mudança sem precedentes e a taxas crescentes, que a “mudança no pensamento gerencial refere-se a esforços por parte das organizações para mudarem a si mesmas em resposta às mudanças atuais ou previstas no ambiente.” A sobrevivência das empresas depende dessas respostas, de sua capacidade de aprender e de mudar. Schein (1999) salienta que as organizações necessitam aprender a se adaptar mais rapidamente como questão de permanência no processo de evolução econômica.

De forma mais enfática, Tomei e Adelson (1999) comenta que apenas as organizações que têm espaço para aprendizagem conseguem fazer com que seus líderes aprimorem continuamente o senso crítico e a sensibilidade gerencial. Tomei e Adelson (1999) e Grey (2004) afirmam ainda que esse caráter adaptativo, flexivo, aberto a mudanças e a reflexão das mesmas, é necessário para sobrevivência empresarial. Ressalta-se que a aprendizagem organizacional vai muito além da capacidade de se adaptar aos diversos contextos e períodos temporais. Tem a ver também com os esforços contínuos de questionar erros e acertos, trabalhar sinergicamente para alcançar objetivos e metas, avaliar resultados e processos, envolvendo implantação de modismos gerenciais ou não. A aprendizagem organizacional para Nonaka e Takeuch (1997) envolve, dentre outras ações, incentivar e facilitar a formação do conhecimento, bem como disseminá-lo através da organização incorporando-o nos produtos, serviços, sistemas e rotinas. E para que as informações e experiências vividas não se percam, se faz necessário documentar fracassos e sucessos, até porque essa prática facilita a aquisição de conhecimento e a disseminação deles para outras empresas ou pessoas que comporão o corpo administrativo da empresa. A aprendizagem organizacional deve ser vista como parte integrante da cultura da organização, onde a aprendizagem não acontece dentro da mente das pessoas, mas como resultado das interações entre as pessoas. Manifesta-se no modo como as pessoas se comportam, quando estão trabalhando com outras pessoas, onde novos comportamentos são aprendidos por meio do processo de socialização. (EASTERBY-SMITH; ARAÚJO, 2001). A aprendizagem organizacional é um processo social onde as organizações constroem suas identidades através das mudanças que operam e modelam as organizações. Dar forma à organização através da construção social da aprendizagem demonstra a intenção de controlar o comportamento futuro, tendo como referência o seu passado. (AMORIM; FISCHER, 2008).

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Mesmos assim, com as ponderações feitas acerca do processo reflexivo tão necessário na implantação de modismos e de inovações gerenciais, ainda é difícil apontar as tendências para o desenvolvimento dos modismos gerenciais, pois depende muito das escolhas que as empresas farão daqui para frente. Por exemplo, se elas se deixarem seduzir pelos modismos, como menciona Tomei e Adelson (1999), ou se sua prática de aquisição de tecnologias gerenciais estiver envolta de um culto a superficialidade associada à pressa na obtenção de resultados, evitando o parar e pensar na verdadeira complexidade dos problemas que estão afligindo-as, como salienta Barbosa (2003) e, ainda, na visão de Wood Jr e Caldas (1998), se persistirem em tendências antropofágicas, prevalecendo o “etnocentrismo” ou “etnocentrismo às avessas”, não se pode esperar mais do que um futuro trágico para elas. As empresas não vão conseguir identificar soluções efetivas para seus problemas, ficando com imensos prejuízos materiais e humanos, incentivando cada vez mais, o alastramento dos difusores de modismos, enriquecendo-os com palestras e livros vendidos, tornando-os verdadeiras “estrelas”, prezando pela fama e discursos inflamados sem se compadecer dos problemas organizacionais de seus “pacientes”, com como nos dizem Barbosa (2003) e Caldas (1999). Porém, se as empresas optarem por desenvolver mecanismos que as façam permeáveis na medida certa (culturalmente falando), se cada modismo que optarem por adotar não for implantando como lei rígida, ou seja, se elas adaptarem-no levando em consideração sua realidade enquanto organização, como nos coloca Tomei e Adelson (1999) ou ainda, se as empresas souberem diferenciar o que for comprovação científica ou empírica de discursos sedutores embalados numa falsa “áurea científica”, como menciona Barbosa (2003), poderá ter empresas mais maduras e conscientes, dificultando a sedução por modismos superficiais repletos de falsas promessas, com a intenção de selecionar o que for mais relevante e aplicável no mercado de modelos gerenciais.

Considerações finais

O presente estudo mostrou-se útil para o desenvolvimento de indicadores mais confiáveis acerca da produção acadêmica (artigos) dos temas Moda/Modismo e Inovação Gerencial publicada no período de 1990 a 2010, junto aos periódicos Brazilian Administration Review, Revista Gestão & Produção, Revista de Administração Pública, Cadernos EBAPE.BR, Revista de Administração Contemporânea, RAC-Eletrônica, Revista de Administração de Empresas, RAE-Eletrônica, Revista de Administração Mackenzie, Revista de Administração da USP, Revista Eletrônica de Administração e Revista Organizações & Sociedade. Também, os achados deste estudo podem servir como um dos principais mecanismos para o estabelecimento de políticas de ensino e de pesquisa, já que diagnosticou os problemas e as potencialidades das instituições e do pessoal atuante na área no campo da Moda/Modismo e Inovação Gerencial.

Considerando-se as limitações da pesquisa, por utilizar como amostra os artigos publicados nos periódicos citados da área de Administração, classificados pelo Qualis/CAPES em A1, A2, B1 e B2, ressalta-se que tais informações não podem ser generalizadas para outros periódicos e nem para outras áreas. Contudo, se observa que os achados da pesquisa poderão contribuir, sobremaneira, para o entendimento da produção científica da área da Administração, principalmente no que tange a Moda/Modimso e Inovação Gerencial.

Em primeiro lugar, concluí-se que existe muita diversidade de autoria e de instituições, já que foram encontrados 460 autores participando da publicação de 267 artigos em Inovação Gerencial, mantendo vínculo com 156 instituições. A situação se repete em relação aos 21 artigos encontrados pertencentes ao tema Moda/Modismo Gerencial, onde foram identificados 29 autores com vínculos com 19 Instituições de Ensino Superior. Das 156 instituições com artigos em Inovação Gerencial, 21 são estrangeiras localizadas nos Estados Unidos (08 instituições), França (05 instituições), Reino Unido (03 instituições), Finlândia (02 instituições), Coréia do Sul (01 instituição), Argentina (01 instituição), Colômbia (01 instituição) e Espanha (01 instituição). Também, das 19 Instituições de Ensino Superior

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com artigos em Moda/Modismo Gerencial, 06 são estrangeiras localizadas nos Estados Unidos (04 instituições), Canadá (01 instituição) e França (01 instituição). Observa-se, desta forma, a colaboração científica entre autores e instituições por meio de coautorias na publicação de artigos dos temas pesquisados.

Em segundo lugar, mesmo com a diversidade de autorias e instituições, a produção acadêmica de artigos nos temas pesquisados, ficou concentrada em poucos autores, revelando um fator preocupante para a produção científica da área de Administração, ou seja, de certo ciclo vicioso, além de restringir a produção acadêmica da área aos estilos de autores e tendências de instituições a apresentarem trabalhos vinculados a linhas temáticas de seus interesses, forçando outras instituições a seguirem os seus padrões de publicação, engessando os padrões de publicação científica na área da Administração como enfatizado por Leite Filho (2008) em seu estudo sobre a produtividade de autores na área de Contabilidade em periódicos de Contabilidade.

Em terceiro lugar, percebe-se que apesar do expressivo aumento de publicações em coautoria, ainda é notória a publicação de artigos dos temas pesquisados de autores com autoria única, confirmando os achados de estudos bibliométricos desenvolvidos por: 1) Vieira (2003) no qual identificou predominância de trabalhos individuais (44,1%) na área de Marketing; 2) Bertero, Binder e Vasconcellos (2003), observaram a predominância de trabalhos individuais (43,9%) na área de Estratégia Empresarial, evidenciando que o nível baixo de trabalhos com mais de dois autores indica deficiências no funcionamento de grupos de pesquisa cadastrados na CAPES e no CNPQ; 3) Arkader (2003) identificou no estudo das publicações na área de Gerência de Operações a predominância de trabalhos individuais (34,39%); 4) Cardoso, Mendonça Neto, Rico e Sakata (2005), indicaram que 80,5% dos autores da área de Contabilidade em periódicos de Administração publicaram apenas uma vez; 5) Oliveira, Leal e Soluri (2003), observaram que a maioria dos autores na área de Finanças (77,5%), veiculados nas revistas de Administração havia publicado apenas uma vez, diferindo dos padrões da lei bibliométrica de Lotka; 6) Leite Filho (2008) que pesquisou a produtividade de autores na área de Contabilidade em periódicos de Contabilidade, identificando que 72,50% dos autores publicaram uma única vez; 7) Guarido Filho, Machado-da-Silva e Gonçalves (2010) identificaram que 60,10% dos autores de artigos em Teoria Institucional publicaram uma única vez e; 8) Francisco (2011) no estudo desenvolvido sobre o acervo da RAE-Eletronica, composto por 240 artigos em 18 edições de 2002 a 2010.

Em quarto lugar, observa-se que a Divisão Acadêmica Estudos Organizacionais ganhou destaque na análise da produção acadêmica em termos de artigos publicados acerca dos temas Inovação Gerencial e Moda/Modismo Gerencial no período de 1990 a 2010. A concentração dos artigos publicados nesta Divisão Acadêmica deve-se a multiplicidade de temas trabalhados, ou seja, são treze temas: Tema 01 - Abordagem Institucional nos Estudos Organizacionais; Tema 02 - Conhecimento, Aprendizagem e Inovação; Tema 03 - Trabalho, Organização, Estado e Sociedade; Tema 04 - Comunicação, Processos Discursivos e Produção de Sentidos; Tema 05 - Ontologia, Epistemologias, Teorias e Metodologias nos Estudos Organizacionais; Tema 06 - Estudos Críticos e Práticas Transformadoras em Organizações; Tema 07 - Gênero e Diversidade; Tema 08 - Organizações Familiares; Tema 09 - Indivíduos, Grupos e Comportamento em Organizações; Tema 10 - História e Memória em Organizações; Tema 11 - Redes e Relacionamentos Intra e Interorganizacionais; Tema 12 - Simbolismos, Culturas e Identidades em Organizações e Tema 13 - Temas Livres (ANPAD, 2011). No momento em que são relacionados os autores com o número de artigos publicados, percebe-se certa influencia das lideranças dos temas citados, confirmando os argumentos de Vieira e Carvalho (2003), quando dizem que a adequação das organizações aos requisitos do ambiente institucional é um dos temas já discutidos em vários trabalhos tanto no Brasil como no exterior.

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Em quinto lugar, nota-se que a participação de cada periódico em termos do número de artigos publicados em Inovação Gerencial, a Revista de Administração de Empresas e a Revista de Administração Contemporânea foram as mais representativas em termos de publicações, com 45 artigos cada. Por fim, a Revista de Administração de Empresas foi a mais representativa, contribuindo com a publicação de 61,90% da produção (13 artigos) em Moda/Modismo Gerencial. Percebe-se, certa concentração da publicação nos periódicos RAE, RAC e Cadernos EBAPE.BR. Segundo Leite Filho (2008) deve-se, no entanto, incentivar linhas editoriais e de apresentações que privilegiem a diversidade de abordagens metodológicas e epistemológicas, minimizando-se, assim, o risco de padronização da produção científica na área.

Por fim, a reestruturação do sistema de avaliação de publicações da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Sistema Qualis, produziu um forte incentivo à publicação de artigos em periódicos com pontuação expressiva (BASTISTELLA, BONACIM, MARTINS, 2008), levando a concentração da publicação nos periódicos RAE, RAC e Cadernos EBAPE.BR. Leite Filho (2008) complementa dizendo que se deve incentivar linhas editoriais e de apresentações que privilegiem a diversidade de abordagens metodológicas e epistemológicas, minimizando-se, assim, o risco de padronização da produção científica na área.

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