visão estratégico em compras

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Mudanças de cenário exigemreposicionamento do setor

de suprimentos

O perfil do departamento de suprimentos das empresas não pode maisse restringir à tomada de três cotações e, a partir daí, a definição sobreo fornecedor. Em um mundo globalizado, os responsáveis pela funçãode compras precisam ter uma atuação proativa e assumir uma novapostura, buscando fazer parte de tomadas de decisões estratégicas e,consequentemente, trazer vantagens competitivas para as organizações.

“Fala-se muito em buscar a redução de custos, mas ainda existeum envolvimento relativamente baixo da equipe de suprimentos nosprocessos de aquisição. À medida que as áreas de compras começama se envolver tardiamente, em um estágio em que muita coisa já estádefinida pelo departamento que apresenta a necessidade de encontrar umfornecedor, as opções de apoio ficam mais restritas” , explica FernandoAguirre, sócio da KPMG no Brasil na área de Management Consulting eresponsável pelos serviços de Supply Chain Management.

A opinião de Aguirre corrobora as conclusões do estudo The Power of

Procurement , realizado pela KPMG International com 585 executivos desuprimentos de diversos setores em países da Europa continental, Ásia,

América do Norte e no Reino Unido. A partir dos resultados obtidos, foramdefinidas as cinco recomendações do quadro abaixo. Também foramelaboradas dez questões que podem ajudar a traçar um diagnóstico doposicionamento da função de compras na empresa.

Conquiste um lugar à

mesa – Trabalhe lado a lado

com as principais liderançase compreenda a estratégiade negócios e prioridades da

empresa.

Pense além das reduções de

custos – É uma função importante,mas deve ser consequência de umbom trabalho. Para ter uma visãoestratégica, é preciso enxergar as

demandas das diferentes árease saber como suprimentos pode

ajudar.

Avalie o modelo de aquisições – É preciso investir tempo paracompreender qual o melhor modeloa ser adotado na hora de definiros fornecedores da empresa,considerando o contexto em que elase insere, o segmento e a localizaçãogeográfica, por exemplo.

Gerenciamento de risco – Tenhaum papel mais ativo na gestão de

riscos. Os profissionais de aquisiçõesdevem conhecer os riscos inerentesaos seus fornecedores.

Otimize o uso da tecnologia e

da gestão da informação – Aautomação auxilia na realizaçãode tarefas e, principalmente, naprevisão de demandas, possibilitandoantecipar ações.

Cinco recomendações para o departamento de suprimentos

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Segundo Aguirre, “o que está se discutindo é uma evolução para afunção, que precisa entregar uma solução completa, com alta qualidade,aos clientes internos, que são os demais setores das organizações. Casocontrário, a função ficará fadada a uma posição de segundo plano”.

Para que esse novo papel seja desempenhado com sucesso é necessário

que os profissionais de suprimentos desenvolvam uma melhor visãoestratégica de todos os processos da empresa. Isso também pressupõeum novo posicionamento da função, em um nível hierárquico mais altonas organizações, com reporte direto ao diretor geral, e conquistandoacesso ao alto escalão da empresa. Essa equidade na estrutura éfundamental para que suprimentos assuma mais responsabilidades eexerça plena autoridade.

“A diminuição de custo pode aparecer de diversas maneiras. Odepartamento de suprimentos pode influenciar, por exemplo, na decisãode desenvolver parte da produção da empresa internamente ou terceirizar

o fornecimento de peças” , esclarece Aguirre.

Para ele, nesse cenário, ainda é possível haver reduções não apenasdos custos, mas também dos riscos inerentes às aquisições. “Se aempresa conta com uma visão geral do processo, ela tem melhorescondições de reduzir os riscos. Não são poucos os exemplos de grandesempresas, especialmente nas áreas automotiva e de tecnologia, que

Proatividade dosprofissionais da áreapode colaborar na

redução de custosda empresa

1. A função de compras estáorganizada para entregar o melhorvalor para a empresa, com foco emresultados em vez de custos?

2. As principais lideranças daorganização estão engajadas nodesenvolvimento da estratégiade aquisições e isso reflete nas

estratégias gerais da empresa?

3. Os gastos são analisadose gerenciados por categoria,com processos de terceirizaçãoestratégicos, que tornam aadministração mais competitiva?

4. O setor de suprimentos realizade forma ativa o SRM (Supplier

Relationship Management),incluindo análises do desempenhodos fornecedores, identificação deparceiros estratégicos e a definiçãode mecanismos para mensurar eacompanhar o desempenho dosfornecedores?

5. A influência de suprimentos

excede a 80% dos gastos?

6. O setor de suprimentos lideraou está envolvido na gestão dasdemandas da empresa?

7. A gestão de riscos e a gestão decontratos fazem parte das operaçõescotidianas do setor? São realizadasauditorias dos contratos regularmente

e com critérios rigorosos?

8. Os processos de suprimentossão automatizados? A empresautiliza alguma solução tecnológica –um software  – integrada para todasas áreas da empresa?

9. Existe rastreamento de

diagnósticos relevantes para aempresa? Essas informaçõessão armazenadas e relatadas àslideranças?

10. A política do setor desuprimentos influencia umamudança comportamental em todaa organização, sem que seja vistacomo uma exceção?

Dez perguntas para mensurar a maturidade em compras

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foram apanhadas de surpresa e, de um dia parao outro, tiveram sua produção paralisada porqueos fornecedores não entregaram o que haviamprometido”.

Uma das informações que surgem na pesquisa

da KPMG é que o setor de suprimentos temum trabalho com foco em poucos fornecedores,normalmente os maiores. E não necessariamenteeles sempre terão os melhores preços oucondições de pagamento. Pior: as empresas nãotêm dados suficientes sobre toda a cadeia desuprimentos para calcular os riscos de algumafalha com um fornecedor, que pode afetar todo oseu negócio.

Nova cultura 

A pesquisa realizada pela KPMG revela que,além de uma postura mais proativa do setor desuprimentos, as demais áreas das empresastambém devem estar dispostas a encarar umarealidade mais adequada aos tempos atuais. Na

prática, nem todas as compras das empresas passam pelo departamentoresponsável. “Muitos setores não conseguem enxergar a área desuprimentos em condições de auxiliar em todos os tipos de compras” ,afirma Aguirre.

A ideia de uma função de aquisições é que ela efetivamente busquealternativas de fornecimento, tenha uma visão preventiva para mitigar riscos,conheça profundamente os potenciais fornecedores e assuma posiçõesfirmes para negociar boas condições de pagamentos, principalmente prazosmaiores e juros menores.

Aguirre alerta que a redução de custos não é mais a única, mas continuasendo uma função importante do setor de suprimentos. Se a empresacomprar mal, estará ferindo a sua rentabilidade.

Para ele, a diferença é que, daqui para frente, quando se tratar decomprar bem, talvez as empresas tenham de encontrar novas fórmulas,estabelecendo um programa de relacionamento com visão de longo prazo,atrelado ao monitoramento do desempenho da sua cadeia de suprimentos,o que pode ter relação direta com a redução de custos, como revela apesquisa.

Outra medida positiva é transformar suprimentos em um fornecedorinterno de soluções de gerenciamento de contratos e a pesquisa já apontamudanças em diversos segmentos. “Os contratos são mal monitorados,

Função deveevoluir, paraentregaruma soluçãocompleta

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controlados manualmente em muitas empresas e descentralizados,com envolvimento de diversas áreas, como os departamentos jurídicoe financeiro. Se a função de compras conseguir prover um modelo deestruturação de contratos, passará a desempenhar um papel relevantediante da nova realidade do mercado global. A função de suprimentos podeter uma visão geral da situação dos contratos, com informações valiosas,como o que vem sendo assumido pelas partes envolvidas; pode, também,acompanhar o andamento do contrato e fazer a medição da qualidade doserviço de cada fornecedor” , afirma o sócio da KPMG no Brasil.

Desafios no Brasil

Apesar de a pesquisa não ter incluído o Brasil e outros países da AméricaLatina na amostragem, Aguirre acredita que é possível adaptar osresultados e recomendações à realidade nacional. Ele considera que as

empresas multinacionais instaladas no Brasil são mais maduras comrelação à função de compras, uma vez que utilizam modelos de suasmatrizes no exterior, que normalmente possuem processos padronizados.

Nas empresas familiares, que compõem o mercado empreendedor,independentemente do segmento de atuação, o nível de entendimento ede qualidade das aquisições tem bastante a evoluir. Já as multinacionais,brasileiras ou não, acumulam aprendizado e agora buscam um novopatamar de maturidade, que não deixa de ser uma jornada.

Relação entre o nível de maturidade deSRM e o % de redução de custos emgastos diretos

Relação entre o % da redução de custosem gastos diretos e a maturidade doSRM por categorias e terceirizações

<1-2% 2-5% 5-8% >8%

16,7%

70,8%

8,3%4,2%

11,1%

83,3%

5,6%

10%

90%

22,2%

33,3%

33,3%

11,1%

   M  a   t  u  r   i   d  a   d  e   d  o   S   R   M    (   %

   )

Redução de custos em gastos diretos

<1-2% 2-5% 5-8% >8%

23,1%

61,5%

11,5%

3,9%

5,3%

84,2%

5,3%

10%

80%

22,2%

33,4%

22,2%

   M  a   t  u  r   i   d  a   d  e   d  o   S   R   M    (   %

   )

Redução de custos em gastos diretos

5,3%10%

22,2%

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Qualidade dasaquisições

precisa evoluirnas empresasfamiliares

A íntegra do estudo The Power of Procurement está em http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/pages/ 

management-consulting-benchmarking.aspx