valores do brasil (artigo)
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Artigo Valores do Brasil: brasilidade aplicada ao mercado financeiro. UFRN - Publicidade e PropagandaNatus*: Madson Bruno dos Santos Apodi & Paulo Sérgio Silva PessoaOrienteadores: Ary Azevedo Jr, Beto Del Carrratore & Cida Ramos.TRANSCRIPT
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VALORESDOBRASIL
MADSON BRUNO DOS SANTOS APODI
PAULO SÉRGIO SILVA PESSOA
A BRASILIDADE APLICADA AO MERCADO FINANCEIRO.
NATAL/RN, 2011.
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ROTEIROMADSON BRUNO DOS SANTOS APODI PAULO SÉRGIO SILVA PESSOA
VALORESDOBRASIL
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VALORESDOBRASILA BRASILIDADE APLICADA AO MERCADO FINANCEIRO.
Breve introdução ao conteúdo, explanando sobre as particularidades do tema.
ROTEIROMADSON BRUNO DOS SANTOS APODI PAULO SÉRGIO SILVA PESSOA
INTRODUÇÃO
Embasamento teórico e conceitual de Branding. Explicando a diferença entre Branding e comunicação isolada.
O VALOR DO BRANDING
BRAND EQUITY
Ilustrar como números, gráficos e informações toda a realidade promissora do setor de serviço, destacando aí os serviços financeiros.
O CRESCIMENTO DO SETOR
OS NOVO VALORES
AS NOVAS AÇÕES
CONSIDERAÇÕES
Embasamento teórico e conceitual de Brand Equity. Ressaltando a importância dessa prática como uma prática da estratégia do Oceano Azul.
Como o uso de pesquisas de opinião pública levaram as empresas do setor a mudar os estereótipos de brasilidade e utiliza-la em seus projetos de branding e comunicação integrada.
Como os bancos brasileiros tornaram sua comunicação mais emocional, e seus diferencias comparados aos bancos estrangeiros.
Compreender como a cidadania corporativa da brasilidade se tornou como elemento catalisador desse processo de fortalecimento das marcas nacionais e que está deixando de ser um diferencial em nossa sociedade e caminhando para se tornar um ponto obrigatório para a sobrevivência das empresas no mercado
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ARTIGOMADSON BRUNO DOS SANTOS APODI PAULO SÉRGIO SILVA PESSOA
VALORESDOBRASIL
Valores do Brasil: a brasilidade aplicada ao mercado financeiro.1
Madson Bruno dos Santos APODI2
Paulo Sérgio Silva PESSOA3
Aryovaldo de Castro AZEVEDO JUNIOR4
Luis Roberto Rossi DEL CARRATORE5
Maria Aparecida Ramos da SILVA6
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
RESUMO
Este artigo tem como objetivo analisar a forma como o conceito de marca Brasil vem sendo utilizado, de forma bastante particular, por empresas do mercado financeiro no Brasil. Observando não apenas a relevância e o crescimento do setor no últimos anos, mas principalmente a forma como essas empresas vem substituindo ações típicas do modelo de marketing tradicional por ações planejadas, integradas, inovadoras e contínuas de branding. Norteados por estudos e pesquisas de opinião, essas marcas quebram os já desgastados estereótipos, e fazem uso de novos valores de brasilidade mais abstratos e positivos enquanto elementos influenciadores da percepção do consumidor e agentes agregadores de valor. Resultando assim no fortalecimento do brand equity das marcas nesse setor.
PALAVRAS-CHAVE: brasilidade; branding; mercado financeiro; bancos; brand equity; comunicação.
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1 Trabalho integrado submetido aos componentes COM0321 - PROJETO DE PESQUISA II, COM0316 - EMPREENDEDORISMO E PUBLICIDADE E PROPAGANDA e COM0038 - COMUNICACAO E OPINIAO PUBLICA, como parte da avaliação da Unidade 3.
2 Aluno líder do grupo e graduando do 5º. Semestre do Curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda da UFRN.
3 Graduando do 5º. Semestre do Curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda da UFRN.
4 Orientador do trabalho. Doutor em Multimeios (IAR/UNICAMP), professor adjunto do curso de Comunicação Social da UFRN. Integrante das bases de pesquisa Nielp (USP) e Pragma (UFRN).
5 Orientador do trabalho. Doutor em Comunicação Publicitária (UNESP), professor adjunto do CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes), do curso de Comunicação Social.
6 Orientadora do trabalho.Doutoranda em Ciências Sociais (UFRN), professora adjunta do CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes), do curso de Comunicação Social.
INTRODUÇÃO
Em um mercado cada dia mais globalizado, tem se observado que as marcas tem
assumido um papel ainda mais relevante junto ao consumidor, tendo em vista a grande
quantidade e diversidade de produtos e serviços disponíveis no mercado. Contudo, com
o avanço tecnológico incessante dos meios produção as diferenças técnicas entre os
produtos e serviços tendem a serem menores a cada dia. Assim, “a medida que as
economias evoluem, uma proporção cada vez maior de suas atividades se concentra
na produção de serviços [...]. Muitas ofertas ao mercado consistem em um mix variável
de bens e serviços.” (KOTLER, 2000) o que torna o setor de serviços ainda mais
complicado de se tangenciar em relação aos produtos, já que eles não possuem tantos
componentes técnicos e materiais que justifiquem a diferença de valores entre eles.
Fazendo assim, com que os valores simbólicos atribuídos passem a ser bem mais
valorizados.
Atualmente a expressão consumir não se aplica apenas ao consumo físico ou material,
muito pelo contrário. Consumir um produto passa, antes de qualquer coisa, pelo
consumo das idéias que o envolvem. A partir de então expressões como branding,
marketing, brand equity e tantas outras, que outrora soariam estranhas no meio de uma
conversa, hoje passaram a ser extremamente corriqueiras para os profissionais da
comunicação, sobretudo os de publicidade e propaganda.
No mundo, o setor de serviços é um dos setores que mais cresce, especialmente o setor
financeiro. Nessa área as marcas atuam como um importante patrimônio dessas
instituições. Marcas que representam tradição, competência, grandeza e diversos
atributos materiais que estimulam o consumidor a investir nesta ou naquela instituição.
Contudo, nos últimos anos com a crise internacional, essas empresas sofreram grandes
perdas nos valores de suas marcas. O sentimento de instabilidade difundido pelo
momento de crise, se tornou exatamente o oposto a estabilidade e confiança que estas
instituições procuram passar com suas marcas. Com isso tornou-se inevitável o desgaste
e, consequentemente, a desvalorização destas marcas.
Na contra-mão dos efeitos que a crise causou a este setor, as marcas financeiras
brasileiras surpreenderam ao conseguirem excelentes resultados. Na verdade os
melhores já alcançados por elas. Mas como pode as marcas líderes em mercado e
investimento perderem valor de marca, em um momento de crise, enquanto as empresas
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locais de um país latino-americano em desenvolvimento obterem significantes aumentos
nos valores de suas marcas? O que mudou no mercado global? Ou melhor, o que mudou
no consumidor, neste caso especificamente, o brasileiro?
Foi exatamente sob este enfoque que este artigo foi desenvolvido. É objetivo dele
compreender e discutir sobre como as empresas nacionais do setor financeiro
conseguiram fazer da brasilidade um importante elemento influenciador da percepção
do consumidor e um indispensável agente agregador de valor.
O VALOR DO BRANDING
Se existe um ativo valorizado nas empresas do setor financeiro hoje, esse ativo é a
marca. E se existe um responsável pela manutenção do sucesso de uma marca esse é,
em grande parte, o branding.
Entretanto existe um pensamento generalizado e equivocado de muitas empresas,
sobretudo no Brasil, sobre o que é branding. Costuma-se a resumi-lo apenas como
mudanças no design e na identidade visual da empresa. Quando na verdade é uma
gestão planejada e integrada da marca pensada sob vários aspectos, desde de ações no
campo do design e comunicação até ações de relações públicas, marketing, arquitetura,
paisagismo, moda e administração interna da empresa. Enfim, é tudo o que está
relacionado a forma como o consumidor percebe a imagem, as idéias e a comunicação
daquele produto, serviço ou mesmo daquela marca e empresa (ver complexidade no
organograma A).
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A nova era da cidadania corporativa
No universo das marcas
No nosso trabalho, determinar a estratégia de uma marca envolve investigar sua atuação e expressão, identificar o que ela tem de bom e ruim, entrar nas sutilezas e desejos para construir diferenciação e relevância. Precisamos separar o joio do trigo, administrar sensibilidades, potenciais e aspirações para chegar àquilo que é legítimo, factível. Nesse processo, muitas vezes recebemos a “encomenda” de também incluir a cidadania corporativa no pacote de valores e promessas de uma marca. “Esta promessa tem que constar na nossa plataforma de marca.” Infelizmente, muitas vezes é isso que cidadania corporativa acaba se tornando no dia a dia, um conceito sem muita aplicação aos valores ou à prática de negócios das empresas.
Percebemos que da mesma maneira que defendemos que a estratégia de marca tem que estar diretamente ligada à estratégia de negócio e em alguns casos orientá-la, temos agora que comprar esta briga com a cidadania corporativa. Ou cidadania corporativa permeia todas as instâncias do negócio e da marca, de fato, ou fica esquecida nos relatórios anuais, relegada ao plano do discurso.
ESTRATÉGIADO NEGÓCIO
ESTRATÉGIA DA CIDADANIA CORPORATIVA
ESTRATÉGIADA MARCA
EXPERIÊNCIA
ENGAJAMENTO
ESTRATÉGIADO NEGÓCIO
ESTRATÉGIA DA CIDADANIA CORPORATIVA
ESTRATÉGIADA MARCA
EXPERIÊNCIA
ENGAJAMENTO
Inspirados por esta ideia e embasados pela prática de nosso trabalho, reunimos aqui 12 insights para ajudar as empresas brasileiras a construir cidadania corporativa no dia a dia, a direcionar a escolha do consumidor e, no fechamento do ciclo, aumentar o valor de suas marcas.
Organograma A – A estrutura do branding.
Fonte: Interbrand, 2011.
Portanto, branding não se refere a apenas uma questão do design da empresa. Assim
como uma campanha de comunicação integrada não é o mesmo que anúncio isolado
num jornal mas que usou a mesma arte de outro anúncio veiculado numa mídia externa.
Branding significa dotar produtos e serviços com o poder de uma marca (KOTLER E
KELLER, 2006).
BRAND EQUITY
Estabelecer valores a produtos é certamente um tarefa bem menos complexa do que
determinar os valores de um serviço, até pela natureza material do primeiro. Portanto,
no serviço financeiro a marca passa assumir um valor maior ainda do que assumiria em
um produto. Tendo em vista que os consumidores não estabelecem os valores de um
serviço de forma tão clara e objetiva objetiva. Eles estabelecem conforme a percepção
que possuem da marca. E a construção destes valores associados à marca é conhecido
como brand equity.(AZEVEDO Jr., 2005)
Diversos autores já trabalharam inúmeros conceitos de brand equity, porém todos
mantém a mesma essência. Observe o quadro comparativo na Figura 1.
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Figura 1 – Conceitos de brand equity na visão de vários autores. Fonte: MARTINS, 2006
Mesmo percorrendo quase um década de conceitos e dezena de teóricos, percebe-se a
essência do conceito de brand equity e o quão relevante ele é para as intituições
financeiras enquanto marcas. Será exatamente esse valor fruto desse processo que irá
diferenciar essas empresas e determinar os preços dos serviços que elas oferecem em
relação a concorrência.
Além disso, essa experiência entre a empresa e o consumidor criará um relação mais
próximas entre eles. Estabelecendo assim, um vínculo que resultará num nível maior de
credibilidade, confiança e fidelidade. Quanto mais forte for o laço entre o banco e seu
cliente, menor será a possiblidade deste última troca-lo por um concorrente. Ou seja, o
investimento nessa relação evita o confronto direto entre rivais pelos clientes, evita o
chamado “oceano vermelho”. Ora, o que seria mais prático para um banco do que
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anular seus concorrentes de forma silenciosa e eficiente? É a estratégia do Oceano Azul:
Não concorra com os rivais — torne-os irrelevantes. (CHAN KIN, 2005)
O CRESCIMENTO DO SETOR
É inquestionável a relevância e o crescimento do setor de serviço para a economia
global. A participação desse setor no PIB mundial não para de crescer e em 2009 já
atingia 55%, como pode ser observado abaixo no gráfico da Figura 1.
Figura 1 – Percentual de participação – PIB Mundial.
Fonte: Site IBGE / BARRETO, 2009.
No Brasil, o setor de serviços é hoje não apenas o mais promissor, como também o que
mais emprega e cresce em todas as regiões. Isso porque a execução de um serviço pode
estar ou não ligada a um produto concreto (KOTLER E KELLER, 2006). O que
possibilita inúmeras oportunidades de negócios em um país que vive um excelente
momento de crescimento e fortalecimento de sua economia. Com isso o setor de
serviços vem numa constante crescente nas últimas décadas, portanto as previsões para
o crescimento desse setor, são as melhores possíveis, como é possível analisar na Figura
2.
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Figura 2 – Evolução dos Serviços no Brasil.
Fonte: BARRETO, 2009.
O destaque nesse setor vai para os serviços financeiros. Para se ter uma idéia, das
quatro marcas mais valiosas do país, segundo o Interbrand, três são bancos (Ver Figura
3).
10.
Valores em R$ milhões
As 25 marcas mais valiosas do Brasil 2011
ItaúR$ 24,296Setor: Financeiro01+18%
BradescoR$ 13,633Setor: Financeiro02+10%
PetrobrasR$ 11,608Setor: Energia03+7%
Banco do BrasilR$ 11,309Setor: Financeiro
04+8%
+10%
SkolR$ 7,277Setor: Alimentos e Bebidas
05 +22%
NaturaR$ 5,666Setor: Cosmético06 +21%
BrahmaR$ 4,351Setor: Alimentos e Bebidas
07Legenda
Estreia no ranking 2011
Aumento no valor em relação a 2010
Queda no valor em relação a 2010
Figura 3 – Marcas brasileira mais valiosas 2011.
Fonte: Interbrand, Junho 2011.
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Além disso, dois bancos brasileiros (Itaú e Bradesco) figuram entre as únicas três
marcas nacionais presentes no ranking; de acordo com a pesquisa "As Marcas Mais
Valiosas do Brasil em 2011", realizada em parceria pela Revista Dinheiro e pela
BrandAnalytics/Millward Brown. Isso sem falar no domínio das marcas brasileiras no
ranking de marcas mais valiosas da América Latina.Ver Figura 4.
# Brand Brand Value $M
Brand Contribution
Brand Momentum
1 4
2 4
4
4 1
1
6 2 2 7
7 1 7
8 1 6
9
10 4 6
UK
# Brand Brand Value $M
Brand Contribution
Brand Momentum
1 9
2 4 7
6
4 4
7
6 8
7 1 9
8 4
9 1
10 7
Asia
# Brand Brand Value $M
Brand Contribution
Brand Momentum
1 4 9
2 1 8
2 9
4 2 9
2 9
6 8
7 1 9
LATAM
THE REGIONS
Key Takeout Adapt your brand to the BRICs
BRANDZ TOP 100 MOST VALUABLE GLOBAL BRANDS 2010
Figura 4 – Marcas mais valiosas da América Latina.
Fonte: Millward Brown (com informações da BrandZ, Datamonitor e Bloomberg), 2010.
Um dado muito relevante, se levarmos em consideração que o Brasil é um país de
grandes empresas, porém sem o histórico em presenças de rankings deste gênero.
Em contrapartida ao analisarmos o desempenho das marcas financeiras estrangeiras
percebe-se que não houve o mesmo crescimento, e em alguns casos ocorreu ainda uma
queda de posições e valores das marcas desse setor. Para enfatizar e comprovar o
excelente desempenho do setor financeiro no país basta observar a marca espanhola
Santander que foi um dos raros casos de empresas estrangeiras que cresceu o valor de
sua marca no ranking da Interbrand, contudo após iniciar as atividades aqui no país.
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OS NOVOS VALORES
O fator brasilidade, junto ao bom momento econômico do país frente a crise
internacional, entrou como um forte aliado dos bancos que atuam no país. Entretanto,
quando se ouve falar em brasilidade é natural e corriqueiro vincular a imagem do país
aos já fadados e cansativos estereótipos criados em torno do país. Algo como as belezas
naturais, corpos esculturais, futebol, música, cores, calor e curvas. Na sociedade
contemporânea as pessoas são obrigadas a tomar decisões diariamente sobre uma série
de assuntos sobre o qual não possuem qualquer conhecimento (LIPPMANN, 2008). Em
virtude da urgência da necessidade de se tomar uma decisão, e na falta das informações
completas, elas acabam sustentando suas decisões em um arsenal de imagens
cristalizadas e crenças compartilhadas amplamente pela sociedade, sobretudo pelos
veículos de comunicação em massa. Contudo, o estereótipo em nada combinam com a
comunicação corporativa de instituições financeiras, tendo em vista que ele não só
censura o muito que precisa ser levado em conta, mas quando o estereótipo for abalado,
provavelmente o que apropriadamente foi levado em conta afunda com ele.
(LIPPMANN, 2008)
Desta forma, foi de profunda relevância para o seguimento desse estudo analisar uma
pesquisa de opinião pública intitulada “Projeto brasilidade de identidade nacional e
autoestima, realizada pela República” - uma empresa especializada em pesquisas de
opinião específicas deste gênero. Verificando assim que o conceito de marca país e
brasilidade vai muito além de questões tangíveis ou estéticas determinadas pelos
estereótipos já desgastados pela mídia e pela sociedade. A pesquisa revela um brasileiro
sempre ligado a valores abstratos e positivos. Um brasileiro mais humano que média
das pessoas de outras nacionalidades. Ver gráfico na Figura 5.
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Figura 5 – A Autoimagem do Brasileiro.
Fonte: Projeto brasilidade de identidade nacional e autoestima - República, 2010.
A pesquisa também passa pelos valores intangíveis da sociedade. "Na pesquisa,
destacam-se aspectos na brasilidade que apontam para a questão da cordialidade
(HOLANDA) e da capacidade de conciliação (FREYRE) - “Conviver bem com todo
tipo de gente”, “adorar conviver com os amigos”, se emocionar e vibrar com
facilidade."” (RIBEIRO, 2010). A pesquisa mostra que o brasileiro se vê como mais
batalhador, mais alegre, mais solidário, mais prestativo, mais justo e ligados aos
sentimentos mais humanos.
Outra característica a ser levada em consideração é o estudo realizao pela Millward
Brown Brasil, instituto de pesquisas do grupo Ibope especializado em metodologias
para auxiliar na construção e manutenção de marcas, chamado "Comunicação Global -
Como as diferenças culturais impactam a performance da propaganda" e que foi
apresentado no 3º Congresso Brasileiro de Pesquisa, em 2008. A pesquisa, realizada em
dez países (Brasil, Argentina, México, Chile, Inglaterra, Espanha, África do Sul, China,
Índia e EUA), identificou que o apelo emocional nas campanhas publicitárias brasileira
é maior do que no resto do mundo, igualando-se apenas a Espanha e México.
Diferentemente do teor utilizado com freqüência em campanhas publicitárias de outros
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países próximos como Argentina e Chile, onde se observa um teor “mais crítico e
politizado” nas campanhas. “O impacto da mensagem depende não só do que é dito,
mas também de como é dito. Alguns anúncios visam a uma posicionamento racional e
outros, a um posicionamento emocional.” (KOTLER, 2000).
AS NOVAS AÇÕES
Analisando todas informações já discutidas apresentadas até o momento; observa-se que
os bancos locais tem cada vez mais investido em comunicação, sobretudo em uma
comunicação mais pessoal e informal. Fortalecendo assim não apenas as suas marcas,
mas também utilizando-as como instrumento capaz de agregar valores a um setor tão
intangível como o de serviços. O mais puro brand equity.
Enquanto os bancos de outros países não apenas deixam de utilizar o apelo emocional,
mas como também caminha em linha exatamente oposta ressaltando a racionalidade e
os resultados (ver Imagem 6). As instituições financeiras no Brasil descobriram, através
de traços de brasilidade, a força do apelo emocional no público brasileiro. Partiram
então para uma publicidade mais emocional, ou seja "voltada para a tomada de decisão
d o c o n s u m i d o r a t r a v é s d a s e n s i b i l i z a ç ã o a f e t i v a e p a s s i o n a l d o
consumidor" (AZEVEDO JR, 2005).
Figura 6 – Os bancos estrangeiros destacam os resultados e a ausência do fator emocional.
Fonte: Peças publicitárias veiculadas pelos bancos Barclays e AVA.
Basta analisar as peças recentes dessas instituições. Nelas é possível compreender como
a comunicação dos bancos se tornaram mais humanas, emocionais, informais e até
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íntimas do cliente; em detrimento da comunicação formal típica de intituições
financeiras pelo mundo a fora. O Banco do Brasil agora é banco “Todo Seu”, o Itaú foi
“Feito Pra Você”, e o Bradesco outrora conhecido pela imagem de estabilidade e
“Presença” este ano mudou a linha de comunicação enfatizando que “Presença é estar
lado a lado”. Até mesmo o estrangeiro Santander mudou seu conhecido slogan
internacional “Valorizando Idéias” e acrescentou “Valorizando Idéias por uma vida
melhor” quando iniciou suas atividades no país.
Figura 7 – Os bancos brasileiros agora estão mais íntimos e humanos em seu branding.
Fonte: Ações publicitárias veiculadas pelo Bradesco(2011) e Banco do Brasil(2007).
Mesmo no caso de compras e fusões os bancos aprenderam a ser menos comerciais e
mais emocionais. Para o Santander ele não comprou o Real, agora eles fazem tudo
“Juntos”. O Itaú e o Unibanco também fizeram uso de uma comunicação bem emotiva
ao anunciarem a “fusão”.
Taxas, valores ou mesmos benefícios financeiros agora praticamente inexistem na
comunicação das empresas desse setor. Atualmente, os clientes esperam sempre por
algo em troca nessa relação. E os bancos oferecem serviços prime, políticas de
responsabilidade ambiental, assistência social e uma série de outros benefícios que
mostre para consumidor que o banco tem sempre algo mais a oferecer para ele. Já não
basta simplesmente satisfazer clientes. É preciso encantá-los. (KOTLER, 2000).
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CONSIDERAÇÕES
Com esse vínculo de encantamento com os clientes, o bancos brasileiros consegue
cobrar R$ 1,7 bilhão por mês em tarifas, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, Censo 2010 e Banco Central. E ainda assim melhoram a cada ano
não apenas o seu faturamento, mas como também o seu ativo de maior valor: suas
marcas.
Outrossim apesar da ressalva de que "a crença na importância maior dos benefícios
emocionais não representa, em absoluto, o descuido das funções operacionais do
negócio" (MARTINS, 2006); essa nova forma plural e completamente distinta dos
estereótipos consolidados do mercado mostram que é possível obter grandes resultados
através do uso de uma brasilidade mais abstrata e repleta de pluralidade. Abrindo assim,
caminho para que o mundo comece a pensar em fortes marcas financeiras globais de
origem brasileira.
Quem sabe assim, as empresas nacionais de outro setores possam vir a descobrir que já
não basta ter os melhores produtos ou serviços. É preciso ter a melhor relação com o
cliente. É fundamental compreender a cidadania corporativa da brasilidade como
elemento catalisador desse processo de fortalecimento das marcas nacionais e que está
deixando de ser um diferencial em nossa sociedade e caminhando para se tornar um
ponto obrigatório para a sobrevivência das empresas no mercado. E quando fala-se em
cidadania corporativa da brasilidade não significa campanhas de comunicação isoladas,
mas sim um forte investimento e planejamento em um sólido trabalho de branding
contribuindo para que essas ações possam vir a ter um impacto positivo real tanto no
fortalecimento do ativos e da estrutura econômica dessas empresas, quanto na vida de
seus consumidores. Tudo isso imerso profundamente nos melhores valores do Brasil.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AAKER, David A. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: Futura, 1996.
AZEVEDO Jr., Aryovaldo de Castro. Imagem mundo. Campinas: IAR/Unicamp, 2005. Tese de doutorado.
BARRETO, Márcio. A importância das marcas para as empresas de serviços. 2009.
AZEVEDO JUNIOR, Aryovaldo de Castro; RETT, Lucimara. O Glocal e a Construção de Marcas: o case do restaurante Mangai. Intercom, 2010.
CARNEIRO, Levi. Marca corporativa: um universo em expansão. Grupo Troiano de Branding, 2011.
CHAN KIN, W, MAUBORGNE, Reené. A Estratégia do Oceano Azul. Editora Campus, 2005.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública – Investigação quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
KOTLER, Philip, SOMKID Jatusripitak, and SUVIT Maesincee (1997), The Marketing of Nations: A Strategic Approach to Building National Wealth. New York: The Free Press.
KOTLER, Philip, KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. Tradução Mônica Rosemberg, Claudio Freire e Brasil Ramos. São Paulo: Pearson, 2006.
LIPPMANN, Walter. Opinião Pública. Petrópolis: Vozes, 2008.
LUPETTI, Marcélia. Administração em Publicidade e Propaganda. São Paulo: Futura, 2004.
MARTINS, José Roberto. Branding: Um manual para você criar, avaliar e gerenciar marcas. São Paulo: Global Brands, 2006.
SANT’ANNA, A. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo: Pioneira, 2007.
Site IBGE. Disponível em: http://www.ibge.com.br Acessado em: 26 de Maio de 2011, 13h12min.
Site INTERBRAND. Disponível em: http://www.interbrand.com Acessado em: em 09 de Junho de 2011, 23h14min.
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