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INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 25 V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Nos últimos anos, as actividades de investigação científica, em Astronomia, da FCUL, reali- zam-se no Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), localizado nas instalações do OAL, mais especificamente no seu Edifício Leste. No OAL realiza-se investigação científica de alta qualidade, em Astronomia, nos domínios científicos de maior impacto internacional, nomeadamente: 5.1. Planetas Extra-Solares: A descoberta e estudo de outros planetas, em órbita de outras estrelas semelhantes ao Sol, constitui um dos tópicos mais quentes da Astrofísica moderna. Durante o último ano foram vários os planetas anunciados (hoje são conhecidos cerca de 120), e diversos estudos foram realizados sobre estes sistemas. Neste contexto destaca-se a participação de astrónomos do OAL na descoberta de três novos mundos, dois dos quais em órbitas extremamente próximas da sua estrela, bem como os estudos sobre as abundâncias químicas das estrelas com planetas. Estes últimos permitiram precisar o facto de ser mais fácil formar planetas em torno de estrelas ricas em elementos pesados (que não hidrogénio e hélio). 5.2. A Exploração do Sistema Solar: O grupo do Sistema Solar do OAL desenvolve as suas actividades à volta do estudo dos planetas e satélites do nosso Sistema Solar. No ano 2003-2004, foi levado a cabo um programa de observação do maior satélite do planeta Saturno, Titã, usando o VLT do ESO. O objectivo foi o de detectar a direcção e intensidade do vento zonal de Titã, através da medição do desvio de Doppler das riscas presentes na luz solar reflectida pela atmosfera de Titã. O método foi aplicado com sucesso e novas observações foram propostas e executadas para apurar a técnica. Foi também desenvolvido um programa de observação em rádio-frequência do planeta Marte. Usando dois rádio-telescópios ( Westerbork Synthesis Radio Telescope , na Holanda, e o Nançay Radio Telescope , em França). O objectivo deste programa foi o de detectar variações temporais da radiação rádio de Marte, e estudar a sua relação com a quantidade de poeiras presentes na atmosfera. 5.3. Formação de Estrelas, Enxames Galácticos e a Estrutura da Via Láctea: Utilizando os melhores telescópios do Mundo, no Chile, os investigadores do OAL estudam o nascimento de novas estrelas, isoladas ou em enxames, com consequências para o conhecimento da estrutura da nossa Galáxia. Durante o último ano, continuou-se o estudo e caracterização de uma amostra de enxames galácticos da parte exterior da Galáxia com distâncias variando de pequenas a muito elevadas. Continuou-se também a procura e caracterização da população de objectos de baixa massa do aglomerado aberto NGC 2362 onde foram descobertas nove candidatas a anãs castanhas. 5.4. Evolução de Galáxias e Quasares: Investigadores do OAL recorrem a observações com os telescópios mais potentes, em Terra e no Espaço, para estudar a formação e evolução de Galáxias. Neste momento, e no âmbito do Great Observatories Origins Deep Survey, um projecto internacional que está a observar duas áreas do céu até aos limites das capacidades tecnológicas actuais, estudam as Galáxias detectadas no rádio e nos raios-X mas que não aparecem nem mesmo nas mais profundas observações ópticas. Esta população de Galáxias “invisíveis”, ou completamente obscurecidas por poeira, ou no limite do Universo observável, pode conter muitos dos elementos chave necessários para a compreensão da evolução do Universo. 5.5. Cosmologia: Investigadores do OAL estudam a estrutura e evolução do Universo como um todo, usando modelos de Física-Matemática. 5.6. Geodesia: O OAL é desde há muitas décadas um dos pontos geodésicos fundamentais da placa tectónica europeia. Em colaboração com os professores e investigadores do Departamento de Matemática da FCUL, da área de engenharia Geográfica, em particular os Profs. Virgílio Mendes e Joaquim Paga- rete, o OAL tem mantido as suas estações geodésicas plenamente funcionais.

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Page 1: V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICAns01.oal.ul.pt/download/relatorio2004/Investigacao-Outras.pdf · 24 SERVIÇO PÚBLICO INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 25 V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

24 SERVIÇO PÚBLICO INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 25

V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Nos últimos anos, as actividades de investigação científica, em Astronomia, da FCUL, reali-zam-se no Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), localizado nas instalações do OAL, mais especificamente no seu Edifício Leste.

No OAL realiza-se investigação científica de alta qualidade, em Astronomia, nos domínios científicos de maior impacto internacional, nomeadamente:

5.1. Planetas Extra-Solares:A descoberta e estudo de outros planetas, em órbita de outras estrelas semelhantes ao Sol, constitui

um dos tópicos mais quentes da Astrofísica moderna. Durante o último ano foram vários os planetas anunciados (hoje são conhecidos cerca de 120), e diversos estudos foram realizados sobre estes sistemas. Neste contexto destaca-se a participação de astrónomos do OAL na descoberta de três novos mundos, dois dos quais em órbitas extremamente próximas da sua estrela, bem como os estudos sobre as abundâncias químicas das estrelas com planetas. Estes últimos permitiram precisar o facto de ser mais fácil formar planetas em torno de estrelas ricas em elementos pesados (que não hidrogénio e hélio).

5.2. A Exploração do Sistema Solar:O grupo do Sistema Solar do OAL desenvolve as suas actividades à volta do estudo dos planetas e satélites

do nosso Sistema Solar. No ano 2003-2004, foi levado a cabo um programa de observação do maior satélite do planeta Saturno, Titã, usando o VLT do ESO. O objectivo foi o de detectar a direcção e intensidade do vento zonal de Titã, através da medição do desvio de Doppler das riscas presentes na luz solar reflectida pela atmosfera de Titã. O método foi aplicado com sucesso e novas observações foram propostas e executadas para apurar a técnica. Foi também desenvolvido um programa de observação em rádio-frequência do planeta Marte. Usando dois rádio-telescópios (Westerbork Synthesis Radio Telescope, na Holanda, e o Nançay Radio Telescope, em França). O objectivo deste programa foi o de detectar variações temporais da radiação rádio de Marte, e estudar a sua relação com a quantidade de poeiras presentes na atmosfera.

5.3. Formação de Estrelas, Enxames Galácticos e a Estrutura da Via Láctea:Utilizando os melhores telescópios do Mundo, no Chile, os investigadores do OAL estudam o

nascimento de novas estrelas, isoladas ou em enxames, com consequências para o conhecimento da estrutura da nossa Galáxia. Durante o último ano, continuou-se o estudo e caracterização de uma amostra de enxames galácticos da parte exterior da Galáxia com distâncias variando de pequenas a muito elevadas. Continuou-se também a procura e caracterização da população de objectos de baixa massa do aglomerado aberto NGC 2362 onde foram descobertas nove candidatas a anãs castanhas.

5.4. Evolução de Galáxias e Quasares:Investigadores do OAL recorrem a observações com os telescópios mais potentes, em Terra e

no Espaço, para estudar a formação e evolução de Galáxias. Neste momento, e no âmbito do Great Observatories Origins Deep Survey, um projecto internacional que está a observar duas áreas do céu até aos limites das capacidades tecnológicas actuais, estudam as Galáxias detectadas no rádio e nos raios-X mas que não aparecem nem mesmo nas mais profundas observações ópticas. Esta população de Galáxias “invisíveis”, ou completamente obscurecidas por poeira, ou no limite do Universo observável, pode conter muitos dos elementos chave necessários para a compreensão da evolução do Universo.

5.5. Cosmologia:Investigadores do OAL estudam a estrutura e evolução do Universo como um todo, usando

modelos de Física-Matemática.

5.6. Geodesia:O OAL é desde há muitas décadas um dos pontos geodésicos fundamentais da placa tectónica

europeia. Em colaboração com os professores e investigadores do Departamento de Matemática da FCUL, da área de engenharia Geográfica, em particular os Profs. Virgílio Mendes e Joaquim Paga-rete, o OAL tem mantido as suas estações geodésicas plenamente funcionais.

Page 2: V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICAns01.oal.ul.pt/download/relatorio2004/Investigacao-Outras.pdf · 24 SERVIÇO PÚBLICO INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 25 V - A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

26 OUTRAS ACTIVIDADES IMPRENSA, RÁDIO E TV 27

VI - OUTRAS ACTIVIDADES

PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM CURSO

Devido à interrupção do financiamento para projectos de investigação em Astronomia, ocorrida no ano de 2003, os projectos de investigação em curso no período deste Relatório são os do ano anterior, excepto os que entretanto atingiram a data do seu término.

APOIO AO ENSINO AVANÇADO

Os investigadores do OAL colaboram nas actividades de ensino do Departamento de Física da FCUL, tornando possível o funcionamento de Mestrados e Doutoramentos em Astronomia e Astrofísica, e ainda o lançamento do recente Ramo de Astronomia e Astrofísica da Licenciatura em Física.

REPRESENTAÇÃO DE PORTUGAL NOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Durante o período deste Relatório, os representantes de Portugal nos comités científicos dos organismos internacionais de Astronomia, como o Observatório Europeu do Sul (ESO) e a Agên-cia Espacial Europeia (ESA), são na sua quase totalidade investigadores do CAAUL/OAL.

UTILIZAÇÃO DAS GRANDES INFRA-ESTRUTURAS DE TELESCÓPIOS INTERNACIONAIS

O CAAUL/OAL é a instituição portuguesa de investigação em Astronomia com maior taxa de sucesso na utilização das grandes infra-estruturas de telescópios internacionais como por exemplo, o ESO, o VLA, o XMM-Newton. A atribuição de tempo nestes telescópios é feita ex-clusivamente com base na qualidade científica dos projectos apresentados.

RECURSOS HUMANOS

Durante 2003/2004, o OAL preencheu a vaga de Investigador Auxiliar do seu quadro, cujo concurso decorrera no início de 2003.

OBRAS DE RECUPERAÇÃO

Com o patrocínio da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, deu-se continuidade às obras de recuperação do edifício Leste do OAL, desta vez, as obras de substituição da caixilharia das janelas do 1º andar.

Durante o período de referência, foi ainda efectuada uma limpeza geral e desbaste da zona ajardinada que envolve o Edifício Central. Esta limpeza e arranjo foi fundamental para manter livres os caminhos e acessos ao Edifício Central do OAL.