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Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em tecnologias e sistemas de informação Delfina Sá Soares, Filipe Sá Soares, WP 5 (2000) Working papers “Mercados e Negócios” TSI Maio 2000

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Page 1: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

Escola de EngenhariaUniversidade do Minho Departamento de Sistemas de Informação »«MERCADOS E NEGÓCIOS: DINÂMICAS E ESTRATÉGIAS

Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em tecnologias e sistemas de

informação

Delfina Sá Soares, Filipe Sá Soares,

»«wp 6b (2001)

1

WP 5 (2000) Working papers “Mercados e Negócios” TSI Maio 2000

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Pag. 1

Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológicoem Tecnologias e Sistemas de Informação

O presente relatório foi elaborado no âmbito do Projecto ET2000, pela comissão

sectorial Sistemas de Informação.

O seu principal objectivo é efectuar a caracterização actual das actividades de

investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das

tecnologias e sistemas de informação em Portugal e, sempre que possível, traçar a sua

evolução nos últimos vinte anos.

A informação incluída neste relatório foi obtida essencialmente das seguintes fontes:

documentos on-line disponíveis nos sites do Ministério da Ciência e da Tecnologia,

Fundação para a Ciência e Tecnologia e Observatório das Ciências e das Tecnologias;

documentos editados por algumas destas instituições, etc.

O relatório encontra-se estruturado em quatro partes.

Na primeira parte - Introdução - é efectuada uma descrição sucinta do projecto

ET2000 e da metodologia adoptada para a sua execução. É ainda incluída a justificação

para a elaboração do presente relatório e apresentadas as principais dificuldades enfrentadas

na sua realização, nomeadamente a falta de documentação, a desactualização da informação

disponível e a elevada agregação da mesma, o que implicou, frequentemente, a

consideração da área agregada da Engenharia Electrotécnica e Informática.

Na segunda parte - Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico em

Portugal - apresenta-se uma caracterização geral e sintética da IC&DT realizados em

Portugal, enquadrando-se assim estas actividades. Para além da caracterização da situação

actual, sempre que possível procurou-se apresentar dados referentes à evolução das

actividades de IC&DT nos últimos 20 anos, bem como informação respeitante a

comparações internacionais de IC&DT.

A terceira parte - IC&DT Portugal - Engenharia Electrotécnica e Informática -

constitui a componente central de todo este trabalho. Os objectivos desta parte do

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Pag. 2

documento são similares ao da segunda parte, tendo-se, no entanto, procurado uma

caracterização mais profunda para o domínio de interesse.

Na quarta parte são resumidas as principais conclusões de todo o trabalho.

Para além destas partes, este documento inclui ainda a lista de referências e links

consultados, bem como um conjunto de nove anexos que congregam diversos dados que

serviram de base à derivação dos resultados apresentados ou que complementam a

informação disponibilizada no corpo do relatório.

Globalmente, pode concluir-se que a IC&DT desenvolvidos na área Engenharia

Electrotécnica e Informática é de nível elevado. Os investigadores possuem elevada

qualificação profissional, dinamismo e uma média de idades relativamente baixa.

O número de doutoramentos é substancial, em crescendo desde 1986 (ano de entrada

de Portugal na Comunidade Europeia), o que se reflecte na posição de destaque ocupada

pelo domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática no universo de todos os

doutoramentos nacionais. Por outro lado, o número de investigadores do sexo feminino é

francamente inferior ao número de investigadores de sexo masculino.

Referentemente à condução das actividades de IC&DT verifica-se a premência do

surgimento de lideranças fortes a nível das direcções das instituições de IC&DT, dos seus

grupos de investigação e dos projectos desenvolvidos.

Em termos da distribuição geográfica da despesa e recursos humanos notam-se

diversas assimetrias, com especial incidência nos distritos de Lisboa e Porto, apesar do

Sector Ensino Superior apresentar uma boa dispersão nacional.

Finalmente, refere-se a grande expressão da participação portuguesa em programas

comunitários de IC&DT na área das Tecnologias da Informação e Comunicações.

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Engenharia e Tecnologia 2000Comissão Sectorial Sistemas de Informação

Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico

em

Tecnologias e Sistemas de Informação

- Relatório Complementar -

Autoria

Filipe de Sá-Soares

Delfina de Sá-Soares

Coordenação

Altamiro Machado

Eduardo Beira

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

Departamento de Sistemas de Informação

2000

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i

Índice

Índice................................................................................................................................................ i

Índice de Tabelas............................................................................................................................. iii

Índice de Figuras.............................................................................................................................. v

Siglas ............................................................................................................................................. vii

1. Introdução ........................................................................................................................................2

2. IC&DT em Portugal .............................................................................................................................2

2.1 Organismos Governamentais para a Política de IC&DT..................................................................2

2.2 Política Científica e Tecnológica ................................................................................................2

2.3 Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia ...................................................................................2

2.3.1 Sectores Institucionais ......................................................................................................2

2.3.2 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia...................................................................2

2.3.2.1 Análise Sectorial ........................................................................................................2

2.3.2.2 Análise Regional.........................................................................................................2

2.3.2.3 Análise por Área Científica ou Tecnológica .................................................................2

2.3.3 Comparações Internacionais ...............................................................................................2

3. IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática ...........................................................2

3.1 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia – Engenharia Electrotécnica e Informática.........2

3.1.1 Unidades de IC&DT..............................................................................................................2

3.1.2 Despesa em IC&DT...............................................................................................................2

3.1.3 Recursos Humanos em IC&DT...............................................................................................2

3.2 Avaliação das Unidades de IC&DT ................................................................................................2

3.3 Cooperação Científica e Tecnológica Internacional no âmbito da União Europeia .......................2

3.4 Produção Científica Portuguesa Referenciada Internacionalmente.............................................2

3.5 Doutoramentos por Universidades Portuguesas ..........................................................................2

3.6 Projectos de IC&DT em Curso ......................................................................................................2

3.7 Bolsas de IC&DT ..........................................................................................................................2

3.8 Eventos de IC&DT Financiados via FACC .......................................................................................2

Page 6: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

ii

4. Conclusão ..........................................................................................................................................2

Referências ..........................................................................................................................................75

Anexos

Anexo A

Descrição dos Organismos Governamentais para a Política de IC&DT.......................................... a.1

Anexo B

Ministério da Ciência e da Tecnologia Política Científica e Tecnológica: Diagnóstico e Orientações (1998).................................................................................................................b.1

Anexo C

Relação de Instituições de IC&DT – Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL – IPCTN97 ........... c.1

Anexo D

Instituições com IC&DT em Tecnologias da Informação e Comunicações – Situação em 1995.....d.1

Anexo E

Avaliação das Unidades de IC&DT Financiadas pelo Programa Plurianual.................................... e.1

Anexo F

Relação de Doutoramentos e Equivalências a Doutoramento por Universidades Portuguesas entre 1980 e 1998 ........................................................................................................................... f.1

Anexo G

Relação de Projectos de IC&DT..................................................................................................g.1

Anexo H

Relação de Bolsas ..................................................................................................................... h.1

Anexo I

Relação de Eventos Financiados via FACC - Fundo de Apoio à Comunidade Científica ..................i.1

Page 7: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

iii

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT (Portugal, 1986 – 1999) ................2

Tabela 2 - Evolução da Despesa Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997) .................................................2

Tabela 3 - Evolução do Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997)......2

Tabela 4 - Despesa Total em IC&DT por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997) ....2

Tabela 5 - Despesa Total em IC&DT por Tipo de Despesa, segundo o Sector de Execução (Portugal, preços correntes)............................................................................................................2

Tabela 6 - Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, 1995 –1997)......................................................................................................................................................2

Tabela 7 - Execução e Financiamento da Despesa Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1997) ..................................................................................................2

Tabela 8 - Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região e por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1997) ..................................................................................................2

Tabela 9 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997) .......................................................................................2

Tabela 10 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Área Científica ou Tecnológica, segundo Sectores Institucionais, excepto Sector Empresas (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)...............................................................................................................................................................2

Tabela 11 - Evolução da Despesa em IC&DT no Sector Empresas, por ramo de Actividade Económica (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997) .......................................................................................2

Tabela 12 - Distribuição do Número de Unidades de IC&DT, por Instituição de Acolhimento ...................2

Tabela 13 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução...................................................2

Tabela 14 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução ....................2

Tabela 15 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução ...................................................2

Tabela 16 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução.....................2

Tabela 17 - Distribuição dos Investigadores por Sector de Execução, segundo o Sexo.............................2

Tabela 18 - Médias das Idades dos Investigadores, por Sector de Execução ............................................2

Tabela 19 - Investigadores e Doutorados em Engenharia Electrotécnica e Informática, por Sector deExecução ................................................................................................................................................2

Tabela 20 - Escala de Classificação .........................................................................................................2

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iv

Tabela 21 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual –Engenharia Electrotécnica e Informática (1996) ...............................................................................................2

Tabela 22 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual –Engenharia Electrotécnica e Informática (2000) ...............................................................................................2

Tabela 23 - Programas Comunitários de IC&DT com Participação Portuguesa (1986 – 1991) ....................2

Tabela 24 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT, por Programa e Sector (1986 – 1991) .................................................................................................................................2

Tabela 25 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro ........2

Tabela 26 - 4º Programa Quadro – Programas Aprovados e Repartição Financeira....................................2

Tabela 27 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 4º Programa Quadro – 1ªAcção (Dezembro de 1994 a Setembro de 1995) .........................................................................................2

Tabela 28 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1981 – 1990).....................2

Tabela 29 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1991 – 1997).....................2

Tabela 30 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998, por Área Científica...............2

Tabela 31 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998 .............................................2

Tabela 32 - Distribuição do Número de Doutoramentos, por Universidade...............................................2

Tabela 33 - Distribuição do Número de Projectos de IC&DT em Curso, por Instituição Proponente ..........2

Tabela 34 - Distribuição dos Montantes de Financiamento, por Instituição Proponente .........................2

Tabela 35 - Distribuição do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Instituição de Acolhimento....2

Tabela 36 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento......................2

Tabela 37 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por Instituição de Acolhimento...........2

Tabela 38 - Duração Média das Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento...................................2

Tabela 39 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento..............................2

Tabela 40 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por Instituição de Acolhimento ..................2

Tabela 41 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2

Tabela 42 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2

Tabela 43 - Distribuição do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Instituição de Acolhimento ......................................................................................................2

Page 9: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

v

Índice de Figuras

Figura 1 - Organismos Governamentais para a Política de IC&DT (Portugal) .............................................2

Figura 2 - Evolução das Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT em Percentagem do Produto Interno Bruto (Portugal, valores iniciais a preços correntes, 1986 – 1999) .......................2

Figura 3- Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região (Portugal, preços correntes 1988 – 1997)...................................................................................................................................2

Figura 4 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT ............................................................2

Figura 5 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT em Percentagem do Produto InternoBruto......................................................................................................................................................2

Figura 6 - Comparação Internacional do Pessoal em IC&DT (ETI) em Permilagem da População Activa .....2

Figura 7 - Comparação Internacional do Financiamento da Despesa em IC&DT.........................................2

Figura 8 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Sector de Execução .............................................2

Figura 9 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Distrito...............................................................2

Figura 10 - Distribuição das Unidades de IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução..................2

Figura 11 - Repartição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução .....................................................2

Figura 12 - Repartição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução......................................................2

Figura 13- Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação (1996) .................................2

Figura 14 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (1996).......................................................................................................................2

Figura 15 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (1998).......................................................................................................................2

Figura 16 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnica e Informática (2000).......................................................................................................................2

Figura 17 - Evolução do Número de Referências Internacionais - Área Científica Ciências da Computação2

Figura 18 - Evolução do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998 ...................................................2

Figura 19 - Evolução do Número de Doutoramentos Nacionais/Equivalências entre 1980 e 1998.............2

Figura 20 - Evolução do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa .................2

Figura 21 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa ........................2

Figura 22 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento para os Três Países de Acolhimento Mais Representativos..............................................................................................................................2

Figura 23 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por Ano de Início de Bolsa ................................2

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vi

Figura 24 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento e por Ano de Início deBolsa ......................................................................................................................................................2

Figura 25 - Evolução do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Ano de Início de Bolsa...............................................................................................................................................................2

Figura 26 - Evolução do Número de Bolsas para Técnico de Investigação, por Ano de Início de Bolsa......2

Figura 27 - Evolução do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Ano de Início de Bolsa .........2

Page 11: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

vii

Siglas

C&T Ciência e Tecnologia

CAD Computer Aided Design

CAE Classe de Actividade Económica

CAM Computer Aided Manufacturing

CIM Computer Integrated Manufacturing

EEI Engenharia Electrotécnica e Informática

ET2000 Engenharia e Tecnologia 2000

FACC Fundo de Apoio à Comunidade Científica

FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia

I&D Investigação e Desenvolvimento

IC&DT Investigação Científica e DesenvolvimentoTecnológico

IPCTN97 Inquérito ao Potencial Científico e TecnológicoNacional 1997

IPSFL Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

MCT Ministério da Ciência e da Tecnologia

OCT Observatório das Ciências e das Tecnologias

OE Orçamento de Estado

PIB Produto Interno Bruto

SI Sistemas de Informação

TI Tecnologias da Informação

TSI Tecnologias e Sistemas de Informação

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1

1. Introdução

O projecto ET2000 (Engenharia & Tecnologia 2000) consiste num exercício de

prospectiva que tem por objectivo principal a identificação das necessidades de

conhecimento em engenharia e tecnologia que serão condicionantes do desenvolvimento

de sectores da economia relevantes para o futuro de Portugal, no horizonte 2000 a 2020,

bem como adquirir e reforçar tais conhecimentos para melhorar a competitividade das

empresas.

Em termos metodológicos o projecto ET2000 encontra-se dividido em três fases

(Fase A, Fase B e Fase C), sendo cada Fase constituída por duas etapas.

A Fase A tem por etapas:

- Situação Existente: caracterizar a situação actual de forma objectiva e

actualizada da realidade relevante;

- Tendências Pesadas: caracterizar as principais forças que condicionaram e

influenciaram essa realidade, determinando as suas tendências actuais.

A Fase B tem por etapas:

- Cenários Exógenos: identificar novos desafios e oportunidades futuras,

que podem suscitar novos “futuros” alternativos para a realidade actual,

os quais devem ser descritos de forma realista e sustentada;

- SWOT: desenvolver análises SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,

Threats) tendo em consideração as três etapas anteriores.

Page 13: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

2

A Fase C tem por etapas:

- Linhas Estratégicas: elaborar estratégias de desenvolvimento alternativas,

procurando tirar partido das condicionantes, das limitações e das

vantagens estratégicas, de modo a construir propostas alternativas para o

futuro no horizonte estabelecido e proceder à sua avaliação relativa;

- Políticas: caracterizar as linhas orientadoras de políticas públicas e de

estratégias adequadas aos cenários prospectivados.

Considerando que qualquer exercício de prospectiva carece de um ponto de partida,

a Fase A, em que se procura sustentar e referenciar a situação actual, é de substancial

importância.

Uma vez que o projecto ET2000 se encontra dividido em comissões sectoriais, a

Fase A implica, no âmbito do sector “Tecnologias e Sistemas de Informação” (TSI), a

análise de documentação vária relacionada com a caracterização da situação actual

desse sector.

Em termos genéricos, a Fase A envolve três actividades fundamentais:

- Pesquisa desk study da informação disponível sobre o sector em questão;

- Efectuar entrevistas e contactos com as entidades que se considerem

relevantes para a caracterização da situação actual, contemplando quer

instituições quer empresas, públicas e privadas;

- Elaboração de um relatório que constituirá uma das componentes da Fase

A.

Page 14: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

3

O documento que se apresenta insere-se na actividade de pesquisa desk study e

tem por objectivo caracterizar a situação actual e, sempre que possível, a evolução da

situação nos últimos 20 anos, ou seja de 1980 a 1999, do sector “Tecnologias e Sistemas

de Informação” na vertente “Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico”1. O

entendimento do conceito de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico

(IC&DT) adoptado neste trabalho resulta do proposto no Manual de Frascati [OCDE 1993]

como englobando “os trabalhos criativos prosseguidos de forma sistemática com vista a

ampliar o conjunto dos conhecimentos, incluindo o conhecimento do homem, da cultura e

da sociedade, bem como a utilização desse conjunto de conhecimentos em novas

aplicações”.

Na elaboração deste relatório deparou-se com diversas dificuldades que se

reflectiram na prossecução do objectivo inicialmente traçado para este trabalho. Estas

dificuldades constituem, em si, limitações à apresentação de um documento mais

completo e rigoroso sobre a situação actual e evolução nos últimos 20 anos do sector

“Tecnologias e Sistemas de Informação”. Entre as principais dificuldades enumeram-se:

- Quasi-omnipresença das Tecnologias da Informação (TI): a abrangência das

TI, demonstrada pelo seu largo espectro de aplicação, implicou a

consideração da sua utilização em sectores e domínios muito diversos, não

sendo possível estabelecer uma fronteira de contornos nítidos para aquilo

que se poderia denominar a área de aplicação das TI;

- Falta de uma definição consensual para o sector TSI: os conceitos TI e

Sistemas de Informação (SI) podem suscitar um conjunto distinto de

definições ou, dito de outra forma, as instâncias tecnológicas

identificadas por alguém como pertencentes ao sector TSI podem ser

diferentes das de outrem (ex.: Em que domínio classificar as tecnologias

1 Para além deste relatório, para o sector “Tecnologias e Sistemas de Informação”, elaboraram-se mais três relatórios similares,

subordinados às vertentes: “Formação Superior”, “Administração Pública” e “Mercado e Empresas”.

Page 15: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

4

CAD, CAM e CIM? E as tecnologias de comunicações e telecomunicações? E

os sistemas de informação geográficos? ...)2.

- Escassez de informação: a informação disponível sobre IC&DT para o sector

em questão é relativamente escassa. Em termos de informação que

possibilitasse a apresentação de comparações internacionais para o sector

TSI não se conseguiu identificar fontes que contemplassem esse tipo de

informação. A escassez de informação revelou-se ainda no que concerne à

obtenção de dados que permitissem aferir o desempenho da IC&DT no

sector em estudo. Julga-se que o Observatório das Ciências e das

Tecnologias (OCT) poderá inverter esta situação mediante uma

disponibilização mais alargada da informação detida, uma melhor

estruturação da informação a fornecer, uma mais profunda/especializada

recolha e uma atitude mais orientada para a informação do público

interessado nestas temáticas.

- Desactualização da informação: muita da informação e análise sobre IC&DT

encontra-se desactualizada, em grande parte dos casos

independentemente do sector em consideração. Os tempos de recolha,

tratamento e processamento da informação sobre IC&DT encontram-se

algo desfasados das actuais necessidades de informação. Apesar de se

reconhecerem as exigências temporais, humanas e financeiras para esta

disponibilização julga-se necessário um maior esforço no

acompanhamento da situação cuja dinâmica não se compadece com ciclos

de fornecimento de informação demasiado longos. A desactualização da

informação é ainda mais assinalável no que concerne a estudos orientados

para a análise da evolução, alterações e tendências da IC&DT em Portugal.

Outra vertente desta dificuldade prende-se com a instabilidade e

2 Face às muitas intersecções de domínios, no âmbito deste documento optou-se por uma definição mais lata do conceito de TI,

nomeadamente, tecnologias da informação são o complexo de recursos, equipamentos (hardware) e suportes lógicos (software), que

Page 16: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

5

demorada actualização de alguns dos sites que disponibilizam informação

sobre IC&DT.

- Agregação da informação: da análise da informação vulgarmente

disponível e à qual se teve acesso constata-se o elevado grau de

agregação da mesma. A disponibilização/existência de macro indicadores e

de grandes agregados de informação sobre IC&DT em Portugal não é

acompanhada pela disponibilização/existência de informação específica

sobre domínios ou áreas científicas. Esta constatação obrigou que grande

parte da informação consultada, posteriormente processada e

disponibilizada neste documento, diga respeito ao domínio da Engenharia

Electrotécnica e Informática e não apenas ao domínio das Ciências e

Engenharias Informática ou das Tecnologias e Sistemas de Informação, ou

ao facultar de informação específica sobre as diversas áreas componentes

deste domínio. Parte desta dificuldade tem origem na utilização de

esquemas de classificação que ainda não atingiram um estádio de

estabilidade.

Em termos de organização este documento estrutura-se em três grandes partes.

A primeira parte, “IC&DT em Portugal”, procura dar uma visão muito geral e

sintética da IC&DT realizados em Portugal, enquadrando assim esta actividade. Para além

da caracterização da situação actual, sempre que possível procurou-se apresentar dados

referentes à evolução das actividades de IC&DT nos últimos 20 anos, bem como

informação respeitante a comparações internacionais de IC&DT.

A segunda parte, “IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática”,

fornece informação sobre as actividades de IC&DT realizadas em Portugal no domínio da

Engenharia Electrotécnica e Informática (recordar dificuldades explicitadas

permitem a automatização das tarefas de recolha, armazenamento, processamento e distribuição de dados [Alter 1996, p. 61;Breukel e Simons 1993]

Page 17: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

6

anteriormente). Os objectivos desta segunda parte do documento são similares ao da

primeira parte, tendo-se, no entanto, procurado uma caracterização mais profunda para o

domínio de interesse.

Os Anexos, que constituem a terceira parte deste relatório, congregam diversos

dados que serviram de base à derivação dos resultados apresentados nas duas primeiras

partes ou que complementam a informação constante das referidas partes e que por isso

fornecem uma informação mais detalhada ou instanciada.

Page 18: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

7

2. IC&DT em Portugal

Esta secção pretende traçar, de forma muito sintética, a situação da IC&DT em

Portugal. Para a prossecução desse objectivo aflorar-se-ão aspectos relacionados com os

organismos, políticas e actividades de investigação científica e desenvolvimento

tecnológico no âmbito do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia.

2.1 Organismos Governamentais para a Política de IC&DT

No site do Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT), em

http://www.mct.pt/novo/organi.htm, encontra-se disponível a estrutura dos diversos

organismos governamentais responsáveis pela Política Nacional de IC&DT. Essa estrutura

é reproduzida na Figura 1.

Page 19: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

8

Figura 1 - Organismos Governamentais para a Política de IC&DT (Portugal)

No Anexo A é disponibilizada uma descrição breve dos Organismos referidos.

De entre os Organismos considerados, sublinha-se, para os fins deste relatório, a

importância da acção e informação fornecida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia

(FCT) e pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT). Ao longo deste documento

far-se-á, frequentemente, referência às actividades destes dois Organismos, bem como à

documentação, em papel e electrónica, por eles disponibilizada.

A Missão para a Sociedade da Informação constitui, também, num documento sobre

IC&DT nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicações, uma entidade com um

papel determinante, mas que muito extravasa as fronteiras da IC&DT naquelas áreas.

Page 20: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

9

2.2 Política Científica e Tecnológica

Para a caracterização da Política Científica e Tecnológica portuguesa foi possível

obter, em http://www.mct.pt/ForumCT/texto.htm, um documento intitulado “Política Científica

e Tecnológica: Diagnóstico e orientações de médio e de curto prazo – Documento de

Trabalho, OCT-01/98, 1ª versão, 1998” e que se encontra coligido no Anexo B deste

relatório.

O documento referido, composto por duas partes, a primeira denominada “Ciência e

Tecnologia” e a segunda “Sociedade da Informação”, fornece uma visão da forma como o

Sector Ciência e Tecnologia evoluiu nos últimos tempos e enuncia os objectivos e

prioridades governamentais para esse sector. Em termos mais detalhados, na primeira

parte desse documento são tratados dois assuntos principais:

- evolução do sector Ciência e Tecnologia em Portugal em termos de recursos

humanos, recursos financeiros, produção científica, cooperação internacional,

inovação e desenvolvimento tecnológico, organização e funcionamento do

sistema científico e tecnológico, cultura científica e ciência e tecnologia no

contexto da regionalização;

- apresentação dos grandes objectivos governamentais para o sector Ciência e

Tecnologia, nomeadamente, vencer o atraso, melhorar a qualidade através do

reforço da internacionalização e da diversificação das parcerias, reforçar a

produção científica, consolidar a nova organização e funcionamento do Sistema

de Ciência e Tecnologia, enraizar a ciência no país e reforçar a cultura científica e

tecnológica.

Quanto à segunda parte, num primeiro momento, são enunciadas as iniciativas

sugeridas no “Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal”, designadamente

Estado Aberto, Escola Informada, Acessibilidade à Sociedade da Informação, Iniciativa

Nacional para o Comércio Electrónico, Iniciativa Nacional para os Cidadãos com

Page 21: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

10

Necessidades Especiais na Sociedade da Informação e Programa Cidades Digitais.

Seguidamente são caracterizadas as tendências marcantes para o período 2000-2006 e

enumerados os objectivos a atingir no contexto da Sociedade da Informação.

2.3 Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia

Nesta subsecção procura-se descrever a situação actual e traçar a evolução do

Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia através da identificação dos sectores

institucionais fundamentais, da análise dos principais indicadores de Ciência e

Tecnologia e da observação de algumas comparações internacionais em IC&DT.

2.3.1 Sectores Institucionais

Tradicionalmente, e sob o ponto de vista funcional, reconhecem-se quatro sectores

responsáveis pela IC&DT em Portugal: Sector Estado, Sector Ensino Superior, Sector

Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (IPSFL) e Sector Empresas3 [SECT 1995a, p. 7].

O Sector Estado inclui os laboratórios do Estado e as organizações de âmbito

sectorial ligadas ao Estado, tais como o Instituto Hidrográfico e o Laboratório Nacional

de Engenharia Civil. Não estão incluídas neste Sector as entidades estatais pertencentes

ao ensino superior nem as empresas públicas.

O Sector Ensino Superior é composto pelas Universidades, públicas e privadas e

pelos Institutos Politécnicos. O papel desempenhado pelas Universidades tem sido

determinante para a IC&DT em Portugal dado cobrirem todas as áreas científicas e

contribuído de forma fundamental para a formação avançada em Portugal [SECT 1995a, p.

7, 9], em especial a nível de mestrados e doutoramentos.

Page 22: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

11

Como a própria designação indica, o Sector IPSFL inclui as instituições privadas

sem fins lucrativos vocacionadas para a IC&DT. Este Sector é formado por um número

crescente de entidades resultantes de parcerias estabelecidas entre universidades,

laboratórios do Estado, empresas e associações empresariais e industriais, as quais têm

desempenhado um papel fundamental na aproximação das universidades ao mundo

empresarial [SECT 1995a, p. 11].

Finalmente, o Sector Empresas compõe-se de empresas públicas e privadas com

actividades de IC&DT relevantes.

Nas secções seguintes deste relatório, os quatro Sectores apresentados formam

uma estrutura fundamental de agrupamento das diversas entidades com actividades de

IC&DT e permitirão efectuar algumas comparações internas e externas no domínio da

Ciência e Tecnologia.

2.3.2 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia

Os dados apresentados nesta subsecção têm por fonte o documento SECT [1995a] e

o site do Observatório das Ciências e das Tecnologias, designadamente no que se refere

às dotações para IC&DT4 e ao IPCTN 97-99 (Inquérito ao Potencial Científico e

Tecnológico Nacional – 1997 e 1999)5.

Na Tabela 1 apresentam-se dados referentes às dotações orçamentais públicas para

actividades de IC&DT.

É possível observar que nos últimos dez anos as dotações orçamentais em

percentagem do Orçamento de Estado (OE) quase que duplicou (1,08% em 1988 para 2,08%

em 1999), tendo a despesa pública, no mesmo período, aumentado, em valores absolutos e

3 Estes sectores são também denominados por sectores de actividade ou de execução.4 http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm5 http://www.oct.mct.pt/activ/ipctn97/ip_apres.htm

Page 23: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

12

a preços correntes, de 20,4 milhões de contos em 1988, para 127,7 milhões de contos em

1999.

Tabela 1 - Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT (Portugal, 1986 – 1999)

Ano

IC&DTPreços

Correntes(mil contos)

IC&DTPreços

Constantes(mil contos)

OE(mil contos)

IC&DT/OE(%)

PIB(mil contos)

IC&DT/PIB(%)

1986 11.496 - 1.535.747 0,75 5.062.000 0,23

1987 16.350 - 1.633.256 1,00 5.928.000 0,28

1988 20.412 - 1.891.673 1,08 7.084.000 0,29

1989 24.543 27.701 2.149.586 1,14 8.372.000 0,29

1990 36.381 36.381 2.765.501 1,32 9.855.000 0,37

1991 44.823 39.985 3.403.891 1,32 11.315.000 0,40

1992 62.551 50.444 3.839.647 1,63 12.759.000 0,49

1993 66.926 50.933 4.119.459 1,62 13.463.000 0,50

1994 68.023 48.902 4.337.277 1,57 14.629.000 0,46

1995 72.963 49.940 4.734.353 1,54 15.688.000 0,47

1996 87.362 57.894 5.094.164 1,71 16.636.000 0,53

1997 95.562 61.297 5.338.684 1,79 17.851.000 0,54

1998 108.543 69.623 5.776.456 1,88 19.136.272 0,57

1999 127.681 81.899 6.140.373 2,08 20.322.721 0,63

Quanto à relação da despesa pública em IC&DT com o Produto Interno Bruto (PIB),

ilustrada na Figura 2, para o ano de 1999, o esforço público ascende a 0,63%. É possível

observar na Figura que os saltos se concentram no final da década de 80 e princípios da

década de 90 e a partir de 1995, com uma estagnação entre os anos de 1992 e 1995

resultante sobretudo da quebra das dotações orçamentais para o conjunto dos

organismos de coordenação e financiamento do sistema científico.

Concentrando-se agora a atenção na despesa total em IC&DT, entre 1980 e 1990

registou-se um aumento significativo, em especial a partir de 1986, apresentando

Page 24: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

13

Portugal, nos finais da década de 80, uma das mais elevadas taxas de crescimento da

despesa nacional em IC&DT entre os membros da Comunidade Europeia. Este crescimento

baseou-se fortemente no financiamento público da despesa em IC&DT, como é

demonstrado, ao longo de toda a década de 80, apenas com ligeiras flutuações, pelo

contributo de cerca de 60% do total da despesa por parte do Estado. Acresce ainda o

papel desempenhado pelos Programas Quadro de Apoio da Comunidade Europeia, bem

como pelos programas ligados aos Fundos Estruturais da União Europeia.

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99

Ano

Per

cent

agem

Figura 2 - Evolução das Dotações Orçamentais Públicas para Actividades de IC&DT em Percentagemdo Produto Interno Bruto (Portugal, valores iniciais a preços correntes, 1986 – 1999)

Atentando-se no período que medeia entre o ano de 1988 e 1997 (Tabela 2), é

possível observar, para a despesa total em IC&DT, o mesmo crescimento a partir de 1995,

bem como a estagnação da despesa, no período de 1992 a 1995, apresentado pela

evolução das dotações orçamentais públicas.

Page 25: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

14

Tabela 2 - Evolução da Despesa Total em IC&DT (Portugal, 1988 - 1997)

Despesa Total em IC&DT (DTIC&DT) DTIC&DT/PIB

Ano Preços correntes(106 Esc.)

Preços constantes(106 Esc.)

%

1988 29.910,8 37.623,6 0,43

1990 52.032,2 52.032,2 0,54

1992 80.397,8 62.035,3 0,63

1995 92.205,8 63.111,4 0,61

1997 115.822,4 74.820,7 0,68

Realça-se a radical mudança estrutural na despesa em IC&DT nos inícios da década

de 90 resultante do investimento em infra-estruturas associadas com os programas

relativos aos fundos estruturais.

Durante o Primeiro Programa Quadro, de 1989 a 1993, um conjunto de programas foi

implementado em Portugal com um efeito considerável sobre o Sistema Nacional de

Ciência e Tecnologia. Os programas que contribuíram, de forma decisiva, para a renovação

e extensão daquele Sistema foram:

- Programa CIENCIA - programa inteiramente dedicado ao fortalecimento da

IC&DT a médio prazo através da criação de infra-estruturas nacionais para a

ciência, investigação e desenvolvimento e formação avançada, e que

vigorou entre 1989 e 1993;

- Programa PRODEP - Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal,

o qual também incluía formação avançada;

- Programa PEDIP - Programa Estrutural para o Desenvolvimento da Indústria

Portuguesa, particularmente através do Subprograma Infraestrutura

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15

Tecnologia, Esquema Incentivo ao Investimento, SINPEDIDP, programas para

a formação de investigadores jovens para a indústria, etc.;

- Programa PEDAP - Programa Estrutural para o Desenvolvimento da

Agricultura em Portugal - incluindo fortalecimento interestrutural de IC&DT

em biotecnologia e ciência e tecnologia agrícolas [SECT 1995a, p. 21].

Estes programas estruturais foram complementados pelo Programa STRIDE, que

decorreu entre Fevereiro de 1991 e Dezembro de 1993 e que apoiou a internacionalização

do Sistema de Ciência e Tecnologia, encorajou a participação da indústria nacional em

projectos de IC&DT, em particular através do apoio à investigação realizada por

consórcios e parcerias de empresas e centros de IC&DT, o lançamento da Agência de

Inovação e o estabelecimento de dois parques de Ciência e Tecnologia [SECT 1995a, p.

21].

No âmbito do Segundo Programa Quadro realça-se o Programa PRAXIS XXI, aprovado

para vigorar de 1994 a 1999, e que sucedeu aos programas CIENCIA e STRIDE, formalmente

concluídos em 1993 [SECT 1995b, v], constituindo o pilar principal do envolvimento em

Ciência e Tecnologia do Programa de Desenvolvimento Regional [SECT 1995a, p. 23]. Em

termos gerais, os objectivos operacionais do Programa PRAXIS XXI concretizam-se em

estimular programas de investigação de alta qualidade em vários domínios científicos e

tecnológicos, promover actividades de investigação que favoreçam o domínio de

tecnologias avançadas, estimular a associação dos principais centros de investigação ao

tecido empresarial e promover a valorização comercial das actividades de investigação,

prosseguir com a formação de recursos humanos e garantir a conclusão das

infra-estruturas de IC&DT lançadas no âmbito do Programa CIENCIA, bem como dos

Parques de Ciência e Tecnologia de Lisboa e Porto e promover a instalação selectiva de

novos laboratórios e infra-estruturas de uso comum e a realização de redes que

constituam uma base mais adequada para o desenvolvimento de actividades de

Page 27: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

16

investigação de alta qualidade e com capacidade de afirmação internacional [SECT 1995b,

p. 120].

Em termos de recursos humanos, cuja evolução é traçada na Tabela 3, para o ano de

1997, contaram-se cerca de 22.000 investigadores, num total de cerca de 29.000 pessoas

a desenvolver actividades no domínio da IC&DT (os 22.000 investigadores correspondem

sensivelmente a 76% do total). Em permilagem da população activa, os investigadores

ETI6 representam 2,9‰ e o pessoal total 3,9‰.

Da Tabela 3 é ainda possível observar que o número de recursos humanos devotados

à actividade de IC&DT cresce regularmente desde 1992, apesar do decréscimo dos

recursos financeiros no período de 1992 a 1995.

Tabela 3 - Evolução do Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT (Portugal, 1988 – 1997)

1988 1990 1992 1995 1997

Total Investigadores

Número 10,756 12,675 15,522 18,690 22,201

ETI 6.560,8 7.736,3 9.451,3 11.599,2 13.528,5

Investigadores/Pop. Activa (‰) 1,4 1,6 2,0 2,4 2,9

Pessoal Total

Número 16.681 18.953 21.607 25.024 29.413

ETI 10.883,4 12.042,6 13.448,4 15.465,3 18.096,4

Pessoal Total/Pop. Activa (‰) 2,4 2,4 2,8 3,2 3,9

6 ETI (Equivalente a Tempo Integral) - Consiste no tempo total de exercício efectivo de actividade pelo pessoal, integral ou

parcialmente, afecto aos trabalhos de investigação. Os efectivos em ETI são calculados somando o número de indivíduos a tempointegral com as fracções do dia normal de trabalho dos indivíduos a tempo parcial. O tempo de referência para o tempo integral,contudo, é sempre a unidade “pessoa/ano” [OCT 1999].

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17

2.3.2.1 Análise Sectorial

Por análise sectorial pretende-se significar a análise da distribuição dos recursos

financeiros e humanos por sector de execução – Estado, Ensino Superior, IPSFL e

Empresas.

Na década de 80, as mudanças a nível das despesas em IC&DT diferiram entre os

diversos Sectores. O Sector Estado assistiu a uma baixa gradual no que concerne à sua

contribuição relativa na despesa total em IC&DT (26% em 1990), ao passo que os Sectores

Ensino Superior e IPSFL aumentaram significativamente as suas despesas em IC&DT, com

particular relevância a partir de 1986 (36% e 12%, em 1990, respectivamente). No final

da década o Sector Empresas também cresceu em termos de despesas em IC&DT, embora

em 1990 a sua parte do total da despesa ainda fosse reduzida, contando-se na ordem dos

26%.

Na Tabela seguinte (Tabela 4) são apresentados dados referentes à despesa total

em IC&DT por sector de execução, a preços correntes, entre 1988 e 1997.

Tabela 4 - Despesa Total em IC&DT por Sector de Execução (Portugal, preços correntes, 1988 – 1997)

1988 1990 1992 1995 1997

(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)

Estado 9.895,6 33 13.240,2 26 17.788,9 22 24.922,6 27 27.758,1 24

Ens. Superior 10.158,2 34 18.748,0 36 34.587,2 43 34.167,9 37 47.523,4 41

IPSFL 2.506,0 8 6.458,4 12 10.569,5 13 13.846,8 15 14.607,3 13

Empresas 7.351,0 25 13.585,6 26 17.452,2 22 19.268,5 21 25.933,6 22

Total 29.910,8 100 52.032,2 100 80.397,8 100 92.205,8 100 115.822,4 100

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18

Para o ano de 1997, o Sector Ensino Superior concentrou 41% dos recursos

financeiros, seguindo-se o Estado e as Empresas, com pesos similares (24% e 22%,

respectivamente) e o Sector IPSFL, com 13% do total da despesa.

A análise da evolução da despesa entre os anos de 1995 e 1997 demonstra um

crescimento nos Sectores Ensino Superior e Empresas e uma alteração com menor

evidência, apesar de positiva, nos índices relativos aos outros dois Sectores.

Quanto ao tipo de despesa, a informação veiculada pela Tabela 5 permite concluir

que a expressão mais significativa cabe às despesas correntes, em especial com pessoal,

apenas se verificando um aumento substancial nas despesa de capital para o Sector

Empresas.

Tabela 5 - Despesa Total em IC&DT por Tipo de Despesa, segundo o Sector de Execução (Portugal, preços correntes)

(106 Esc.)

Empresas EstadoEnsino

SuperiorIPSFL Total

Despesas 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997

Correntes 15.557,0 17.287,4 21.121,0 24.400,4 31.989,6 44.517,5 12.288,0 12.578,3 80.955,6 98.783,6

Pessoal 9.295,7 10.862,8 15.216,4 18.862,3 27.080,2 37.158,4 8.283,9 8.741,2 59.876,2 75.624,7

Outras 6.261,3 6.424,6 5.904,6 5.538,1 4.909,4 7.359,1 4.004,1 3.837,1 21.079,4 23.158,9

Capital 3.711,5 8.646,2 3.801,6 3.357,7 2.178,3 3.005,9 1.558,8 2.029,0 11.250,2 17.038,8

Total 19.268,5 25.933,6 24.922,6 27.758,1 34.167,9 47.523,4 13.846,8 14.607,3 92.205,8 115.822,4

No que respeita a pessoal envolvido em actividades de IC&DT, o Sistema Nacional

de Ciência e Tecnologia foi alvo de mudanças radicais entre 1980 e 1990, com um

aumento notável de 56% no número de pessoas alocadas a actividades de IC&DT

(expressas em ETI). Refere-se em especial, o aumento verificado nos Sectores Ensino

Superior e IPSFL.

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19

A evolução da situação entre os anos de 1995 e 1997 é sintetizada na Tabela 6. Uma

vez mais, o Sector Ensino Superior é aquele que assume a dianteira, com 7.575

investigadores ETI no ano de 1997, seguindo-se o Estado (2.853 investigadores ETI), as

IPSFL (1.899 investigadores ETI) e, finalmente, as Empresas com 1.210,5 investigadores

ETI.

Dos quatro sectores de execução, os que apresentam uma maior subida no número

de investigadores são o Sector Empresas e o Sector Ensino Superior, sendo neste último

sector que se concentram a maior parte dos recursos humanos com maiores qualificações:

5.218 doutorados dos cerca de 6.850 no total do sistema, isto é, cerca de 75% do total

dos doutorados.

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20

Tabela 6 - Número de Investigadores e Pessoal Total em IC&DT, por Sector de Execução (Portugal, 1995 – 1997)

Empresas Estado EnsinoSuperior

IPSFL Total

1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997 1995 1997

Total Investigadores

Número 1.684 2.307 3.138 3.238 11.001 13.610 2.867 3.046 18.690 22.201

ETI 1.075,5 1.201,5 2.740,7 2.853,0 5.850,1 7.575,0 1.932,9 1.899,0 11.599,2 13.528,5

Pessoal Total

Número 3.333 3.962 6.210 6.738 12.098 14.985 3.383 3.728 25.024 29.413

ETI 1.916,7 1.991,3 4.715,5 5.213,2 6.484,2 8.661,1 2.348,9 2.230,8 15.465,3 18.096,4

Relativamente às fontes de financiamento (Tabela 7), mantêm-se as três principais

características do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia:

- o Estado como principal financiador das despesas de investigação (68% do total);

- as Empresas auto-financiando a maior parte das suas despesas com actividades de

IC&DT;

- a importância relativa dos financiamentos provenientes do estrangeiro

destinados às actividades de IC&DT.

Tabela 7 - Execução e Financiamento da Despesa Total em IC&DT, por Sector de Execução(Portugal, preços correntes, 1997)

Empresas Estado Ens. Superior IPSFL TotalExecução eFinanciamento (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)

Empresas 21.254,5 82 1.163,9 4 831,5 2 1.081,0 7 24.330,9 21

Estado 2.655,9 10 24.555,9 88 42.690,8 90 9.425,0 65 79.327,6 68

Ens. Superior - - 1.819,1 4 - 1.819,1 2

IPSFL - 276,5 1 631,2 1 2.389,1 16 3.296,8 3

Estrangeiro 2.023,2 8 1.761,8 6 1.550,8 3 1.712,2 12 7.048,0 6

Total Execução 25.933,6 100 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 115.822,4

(%) 22 24 41 13 100

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21

No que respeita à origem das verbas provenientes do estrangeiro assinala-se a

considerável importância das verbas com origem na União Europeia, as quais ascendem a

cerca de 5,5 milhões de contos (aproximadamente 78% do total estrangeiro).

2.3.2.2 Análise Regional

Por análise regional pretende-se significar a análise da distribuição dos recursos

financeiros e humanos por região – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo,

Algarve, Açores e Madeira7.

Na Tabela seguinte (Tabela 8) são apresentados dados referentes à repartição da

despesa total em IC&DT por região e por sector de execução, a preços correntes, para o

ano de 1997.

Tabela 8 - Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região e por Sector de Execução(Portugal, preços correntes, 1997)

Empresas Estado Ens. Superior IPSFL Total

(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)

Norte 5.533,7 21 1.890,0 7 12.054,9 25 3.567,6 24 23.046,2 20

Centro 3.686,0 14 617,5 2 10.492,4 22 2.809,2 19 17.605,1 15

Lisboa V. Tejo 15.616,5 60 22.069,7 80 20.159,6 42 7.309,1 50 65.154,9 56

Alentejo 395,9 2 700,0 3 1.758,4 4 473,9 3 3.328,2 3

Algarve 123,1 * 290,8 1 1.392,2 3 37,7 * 1.843,8 2

Açores 5,1 * 965,0 3 1.316,1 3 165,3 1 2.451,5 2

Madeira 27,9 * 1.225,1 4 349,8 1 244,5 2 1.847,3 2

Nãoespecificado

545,4 2 - - - 545,4 *

Total 25.933,6 100 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 115.822,4 100

* – dado inferior a metade da unidade utilizada

7 O agrupamento utilizado corresponde ao NUTS II (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos II).

Page 33: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

22

Observa-se que a repartição da despesa total em IC&DT se concentra na região de

Lisboa e Vale do Tejo, com 56% do total, com contribuições principais do Sector Estado e

Empresas (60% e 80%, respectivamente).

Em termos de evolução da repartição da despesa entre os anos de 1988 e 1997

(Tabela 9), conclui-se que o peso relativo da região de Lisboa e Vale do Tejo tem

diminuído ligeiramente, tendo o peso relativo das restantes regiões crescido

lentamente. Esta evolução é percebida mais facilmente na Figura 3.

Tabela 9 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Região(Portugal, preços correntes, 1988 – 1997)

1988 1990 1992 1995 1997

(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)

Norte 4.970,9 17 9.650,0 19 17.575,2 22 18.931,2 21 23.046,2 20

Centro 4.116,5 14 7.520,9 14 11.488,8 14 13.821,2 15 17.605,1 15

Lisboa V. Tejo 19.953,1 67 33.026,4 63 47.181,5 59 53.064,3 58 65.154,9 56

Alentejo 452,3 2 823,3 2 2.455,9 3 2.187,7 2 3.328,2 3

Algarve 126,8 0.4 219,1 0.4 661,0 0.8 976,6 1 1.843,8 2

Açores 230,2 0.8 584,9 1 743,7 0.9 1.277,3 1 2.451,5 2

Madeira 61,0 0.2 207,6 0.4 291,7 0.4 1.947,5 2 1.847,3 2

Nãoespecificado

- - - - 545,4 *

Total 29.910,8 100 52.032,2 100 80.397,8 100 92.205,8 100 115.822,4 100

* – dado inferior a metade da unidade utilizada

Page 34: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

23

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1988 1990 1992 1995 1997

Ano

Per

cent

agem

da

Des

pesa Norte

Centro

Lisboa V. Tejo

Alentejo

Algarve

Açores

Madeira

Figura 3- Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT,por Região (Portugal, preços correntes 1988 – 1997)

Quanto à repartição do pessoal total em IC&DT por região, em 1997, observa-se uma

distribuição similar à verificada para a despesa. A região de Lisboa e Vale do Tejo

concentra 53% dos recursos humanos. Em termos evolutivos, o fenómeno é também

similar ao sucedido no caso da despesa, embora a diminuição verificada na região de

Lisboa e Vale do Tejo seja menos acentuada.

Conclui-se, assim, da existência de consideráveis desequilíbrios regionais a dois

níveis: entre a região de Lisboa e Vale do Tejo e todas as outras regiões, em especial

Norte e Centro, dado o desenvolvimento dos seus sistemas de Ciência e Tecnologia e, num

segundo nível, entre estas três regiões e as outras quatro, onde o montante de despesa e

de recursos em IC&DT são muito baixos.

Conforme se verificou, os diversos sectores institucionais contribuem

diferentemente no que respeita aos desequilíbrios regionais, em especial no que

concerne à concentração dos Sectores Estado e Empresas na região de Lisboa e Vale do

Tejo, com o Sector Ensino Superior a contribuir menos para os desequilíbrios verificados

em virtude da dispersão das instituições de ensino superior. Esta última realidade

decorre, em parte, do estabelecimento, nos inícios dos anos 70, de Universidades no

Page 35: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

24

Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Aveiro, Beira Interior, Algarve, Açores, Évora e,

posteriormente, na Madeira e, nos inícios dos anos 80, de uma rede de instituições

politécnicas que complementou a dispersão das instituições de ensino superior por

regiões que não as áreas urbanas de Lisboa e Porto.

A diminuição do impacto dos desequilíbrios regionais foi também perseguida

mediante a concretização de programas como o CIENCIA (assegurando que mais de 50%

do investimento seria fora da região de Lisboa), STRIDE (incluiu apoio a instituições de

IC&DT nas regiões menos desenvolvidas com vista ao desenvolvimento de projectos de

investigação) e PEDIP (auxiliou na criação de institutos orientados para novas

tecnologias ligados a determinadas Universidades com vista à aproximação dos centros

de investigação dessas Universidades à indústria regional).

2.3.2.3 Análise por Área Científica ou Tecnológica

Os dados de base para a análise, por áreas científicas ou tecnológicas, da evolução

da repartição da despesa total em IC&DT encontram-se na Tabela 10 e Tabela 11.

A Tabela 10 abarca os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL. É observável a

primazia da área Ciências Exactas e Naturais, com 31% da despesa total, seguida das

áreas Ciências da Engenharia e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas, com 25% e 22%,

respectivamente. Nota-se também que o Sector IPSFL concentrou 45% da sua despesa

total na área Ciências da Engenharia e Tecnologias, e os Sectores Estado e Ensino

Superior 30% e 34%, respectivamente, na área Ciências Exactas e Naturais.

Page 36: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

25

Tabela 10 - Evolução da Repartição da Despesa Total em IC&DT, por Área Científica ou Tecnológica, segundoSectores Institucionais, excepto Sector Empresas (Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)

Estado Ens. Superior IPSFL Total

(106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%) (106 Esc.) (%)

Ciências Exactas e Naturais 8.430,5 30 16.007,7 34 3.046,6 21 27.484,8 31

C. Engenharia e Tecnologias 6.529,1 24 9.552,5 20 6.640,6 45 22.722,2 25

Ciências da Saúde 2.531,5 9 4.339,2 9 1.384,6 9 8.255,3 9

C. Agric., Silv., Pec., Caça e Pescas 7.532,6 27 3.674,5 8 721,5 5 11.928,6 13

Ciências Sociais e Humanas 2.734,4 10 13.949,5 29 2.814,0 19 19.497,9 22

Total 27.758,1 100 47.523,4 100 14.607,3 100 89.888,8 100

A Tabela 11 refere-se apenas ao Sector Empresas. A distribuição da despesa em

IC&DT pelas Empresas, por ramo de Classe de Actividade Económica (CAE), concentra-se na

indústria transformadora, com cerca de 65% do total da despesa em IC&DT do Sector

Empresas.

Page 37: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

26

Tabela 11 - Evolução da Despesa em IC&DT no Sector Empresas, por ramo de Actividade Económica(Portugal, preços correntes, 1995 – 1997)

CAE Actividade Económica 1995(106 Esc.)

1997(106 Esc.)

01+02+05

Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pescas 21,4 58,2

10-14 Indústrias Extractivas 72,2 12,4

15-37 Indústria Transformadora 12.480,4 16.853,5

15+16 Ind. Alimentares, Bebidas e Tabaco 641,9 505,3

17-19 Ind. Têxteis, Vestuário e Couro 536,2 695,3

20 Ind. Madeira e da Cortiça e suas obras 202,6 92,3

21+22 Ind. de Pasta, Papel e Cartão e seus artigos, Edição e Impressão 714,8 625,1

23-25 Coque, Petróleo, Indústria Química, Borracha e Matérias Plásticas 2.811,5 4.395,1

26 Fabricação de Outros Produtos Minerais Não Metálicos 128,8 157,6

27 Ind. Metalúrgicas de Base 14,3 24,3

28 Fabricação de Produtos Metálicos (excepto Máquinas e Equipamento) 427,0 189,3

29-35 Fab. de Máquinas e Equip., Equip. Eléctrico e de Óptica e Material de Transporte 6.934,2 10.120,8

29 Fabricação de Máquinas e Equipamentos 1.000,9 1.177,5

30-33 Fabricação de Equipamento Eléctrico e de Óptica 4.731,6 5.973,6

34+35 Fabricação de Material de Transporte 1 201,7 2.969,5

36+37 Outras Indústrias Transformadoras 69,1 48,4

40+41 Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água 1.151,8 1.081,2

45 Construção 17,3 176,9

50-99 Serviços 5.525,4 7.751,7

50-52 Comércio por Grosso e Retalho, Restaurantes e Hotéis 306,0 964,9

60-64 Transportes, Armazenagem e Comunicações 2.677,6 2.386,6

65-67 Actividades Financeiras 197,2 467,0

70-74 Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas 2.277,9 3.390,8

75-99 Adm. Pública, Educação, Saúde e Acção Social e Outras Activ. de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais 66,7 542,4

Total 19.268,5 25.933,6

Page 38: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

27

2.3.3 Comparações Internacionais

Nesta subsecção procurar-se-á comparar alguns indicadores de Ciência e

Tecnologia portugueses com os de outros países, em especial, com os dos países membros

da União Europeia. A maior parte dos dados que suportam estas comparações foram

coligidos pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias8, com base em dados

nacionais, em dados europeus, publicados pelo Eurostat e OCDE, e em dados relativos ao

Japão e aos Estados Unidos.

A análise das figuras seguidamente apresentadas permite constatar, por um lado, a

tendência para a convergência da situação portuguesa com a dos restantes países mais

desenvolvidos e, por outro lado, a considerável distância a que Portugal se encontra dos

outros países da Europa em certos indicadores, a qual é acentuada quando a comparação

se estende a países como o Japão e Estados Unidos.

A Figura 4 apresenta uma comparação internacional da despesa total em IC&DT e

permite adquirir uma perspectiva em termos de ordem de grandeza da despesa total em

IC&DT.

Em 1995 Portugal gastou 755,6 milhões de dólares americanos em IC&DT, tendo

elevado em 1997 essa cifra para 934,4 milhões. Para o ano de 1996, a despesa da União

Europeia ascendeu a 132.601,6 milhões de dólares americanos, sendo a Alemanha, a França

e o Reino Unido os três países da União Europeia que mais despenderam em IC&DT. Os

valores para a despesa em IC&DT dos Estados Unidos e Japão cifram-se em 206.466 e

82.816,3 milhões de dólares americanos, respectivamente.

8 http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm, http://www.oct.mct.pt/estat/4c_comp.htm

Page 39: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

28

0 50000 100000 150000 200000 250000

União Europeia (1996)Alemanha (1997)

Áustria (1997)Bélgica (1995)

Dinamarca (1997)Espanha (1996)Finlândia (1997)

França (1996)Grécia (1993)

Holanda (1995)Irlanda (1995)

Itália (1997)Portugal (1995)

Portugal (1997)Reino Unido (1996)

Suécia (1995)Estados Unidos (1997)

Japão (1996)

Paí

s

Despesa Total em IC&DT (Paridade de Poder de Compra Corrente - 106 US$)

Figura 4 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT

Em termos da percentagem média da despesa em IC&DT sobre o Produto Interno

Bruto (Figura 5), o conjunto dos países da União Europeia apresenta uma média de 1,84%,

com Portugal a ter associada uma média de 0,61% em 1995 e de 0,68% em 1997. Somente

a Grécia apresenta uma média inferior à de Portugal, sendo a Suécia o país europeu que

apresenta uma média mais elevada (3,59%). Para que Portugal alcance a média Europeia

será necessário mais do que duplicar os valores.

Page 40: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

29

1,842,26

1,481,59

2,020,87

2,772,32

0,482,08

1,41,06

0,610,68

1,943,59

2,642,83

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

União Europeia (1996)Alemanha (1997)

Áustria (1997)Bélgica (1995)

Dinamarca (1997)Espanha (1996)Finlândia (1997)

França (1996)Grécia (1993)

Holanda (1995)Irlanda (1995)

Itália (1997)Portugal (1995)Portugal (1997)

Reino Unido (1996)Suécia (1995)

Estados Unidos (1997)Japão (1996)

Paí

s

Percentagem

Figura 5 - Comparação Internacional da Despesa Total em IC&DT em Percentagem do Produto Interno Bruto

A permilagem de pessoal total devotado a actividades de IC&DT e de investigadores

sobre a população activa (Figura 69) foi, em Portugal, para o ano de 1995 de 3,2‰ e de

2,4‰, respectivamente, tendo os países da União Europeia apresentado uma média de

9,5‰ e de 4,9‰ para os dois indicadores considerados. Novamente a Suécia assume a

dianteira com 14,5‰ e 7,8‰, respectivamente, seguida de perto pela Finlândia com

13,3‰ e 6,7‰. Uma vez mais, para que Portugal alcance a média Europeia será

necessário mais do que duplicar os valores.

No que concerne às fontes de financiamento da despesa em IC&DT (Figura 7),

verifica-se que Portugal é o país da União Europeia em que o peso do Estado (69%) se

acerca do dobro da média europeia (39%) e em que o peso do sector Empresas (21% -

somente a Grécia apresenta um valor menor, 20,2%) é inferior a metade da média

Page 41: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

30

europeia (52%). Observa-se ainda a descida do financiamento estrangeiro em Portugal de

11,9% para 6,1% entre os anos de 1995 e 1997.

0 5 10 15 20

União Europeia (1995)Alemanha (1995)

Áustria (1993)Bélgica (1995)

Dinamarca (1996)Espanha (1995)Finlândia (1995)

França (1995)Grécia (1993)

Holanda (1995)Irlanda (1995)

Itália (1995)Portugal (1995)Portugal (1997)

Reino Unido (1995)Suécia (1995)

Estados Unidos (1993)Japão (1996)

Paí

s

Permilagem da População Activa (‰)

Investigadores

Pessoal Total

Figura 6 - Comparação Internacional do Pessoal em IC&DT (ETI) em Permilagem da População Activa

No conjunto dos países europeus constata-se que a Irlanda é o país europeu em que

o financiamento com origem empresarial tem mais expressão (67,4% em 1995), seguindo-

se de perto a Suécia (65,6%), a Bélgica (64,2%) e a Alemanha (61,6%). Em termos globais, e

para os países considerados, o Japão é o país em que as Empresas mais financiam as

despesas em IC&DT (73,4%).

9 Os valores relativos ao pessoal total para o Reino Unido e Estados Unidos da América não estavam disponíveis.

Page 42: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

31

0 20 40 60 80 100

União Europeia (1995)Alemanha (1997)

Austria (1997)Bélgica (1995)

Dinamarca (1997)Espanha (1995)Finlândia (1995)

França (1995)Grécia (1993)

Holanda (1995)Irlanda (1995)

Itália (1997)Portugal (1995)Portugal (1997)

Reino Unido (1996)Suécia(1995)

Estados Unidos (1997)Japão (1996)

Paí

s

% do Financiamento

Estado

Empresas

Outras Fontes Nacionais

Estrangeiro

Figura 7 - Comparação Internacional do Financiamento da Despesa em IC&DT

Page 43: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

32

3. IC&DT em Portugal – Engenharia Electrotécnica e Informática

Nesta parte do presente documento pretende-se caracterizar a situação actual e,

quando possível a sua evolução nos últimos anos, das actividades de IC&DT realizadas em

Portugal, no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática (EEI).

Primeiramente começa-se por apresentar alguns dos principais indicadores de

Ciência e Tecnologia para o domínio em consideração, seguindo-se a apresentação de

dados relativos a aspectos complementares da caracterização perseguida,

nomeadamente, avaliação das unidades de IC&DT, cooperação científica internacional no

âmbito da União Europeia, produção científica portuguesa referenciada

internacionalmente, doutoramentos por universidades portuguesas, projectos de IC&DT

em curso, bolsas de IC&DT e eventos de IC&DT financiados via FACC.

3.1 Principais Indicadores de Ciência e Tecnologia – Engenharia Electrotécnicae Informática

Nesta secção começa-se por identificar as principais unidades de IC&DT com

actividades no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática, seguindo-se a

apresentação de dados relativos à despesa e recursos humanos envolvidos nas

actividades de IC&DT deste domínio.

3.1.1 Unidades de IC&DT

Por solicitação dos autores ao OCT foi possível obter a relação de instituições com

actividades no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática constantes do Anexo

C1. A informação apresentada nesse Anexo refere-se ao Inquérito ao Potencial Científico

Page 44: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

33

e Tecnológico Nacional 1997 (IPCTN97) e constitui a informação disponibilizada mais

recente sobre instituições com IC&DT no domínio em estudo à data de elaboração deste

documento.

A informação disponibilizada pelo OCT aos autores, bem como a informação

acessível no site do OCT, em http://www.oct.mct.pt/htmlinst/bdintro.htm, refere-se apenas a

três dos quatro sectores de execução referidos, nomeadamente Estado, Ensino Superior e

Instituições Privadas sem Fins Lucrativos. Presentemente, ainda não disponibiliza

idêntica informação para o sector Empresas, pelo que não será possível efectuar análises

nem apresentar dados sobre as instituições pertencentes a este Sector. Com o intuito de

tornar menos intensa esta falta de informação disponibiliza-se, no Anexo D, como

complemento, dados referentes às instituições que desenvolviam actividades de IC&DT

no domínio das tecnologias da informação e comunicações no ano de 1995. Em relação a

este Anexo sublinham-se três aspectos: fornece informação sobre os quatro sectores de

actividade (Sector Empresas incluído); foca, exclusivamente, a IC&DT realizada no

domínio das tecnologias da informação e comunicações e disponibiliza, quando possível,

dados relativos às áreas e projectos de IC&DT desenvolvidos pelas unidades10.

De acordo com o IPCTN97, em Portugal existem 106 instituições que desenvolvem

actividades de IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática, as quais se

distribuem por sector de execução conforme se ilustra na Figura 8. O Sector Ensino

Superior é aquele que apresenta uma maior concentração de instituições,

designadamente 55, o que corresponde a cerca de 52% do total, seguindo-se o Sector

IPSFL com 30 instituições (cerca de 28% do total) e, finalmente, o Sector Estado com 21

instituições (cerca de 20% do total). Das 106 instituições, 24 dedicam-se em regime de

exclusividade à IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática.

10 De toda a documentação revista, o documento SECT [1995a], no qual é baseado o Anexo D, constitui uma das recolhas mais

profundas, completas e sistematizadas sobre IC&DT em Portugal. Apesar de no seu prefácio poder ler-se que “... a próxima ediçãodo guia (NT: o documento SECT [1995a] foi a primeira edição), que em princípio deverá ser publicada dentro de dois anos...” [SECT1995a, p. ix], responsáveis do Observatório das Ciências e das Tecnologias informaram os autores que ainda não existe qualqueredição subsequente à de 1995.

Page 45: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

34

21

55

30

0

10

20

30

40

50

60

Estado Ensino Superior IPSFL

Sector de Execução

N.º

de

Inst

itui

ções

Figura 8 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Sector de Execução

Uma análise semelhante pode ser efectuada em termos de localização geográfica

das unidades de IC&DT. Na Figura 9, em que se indica a distribuição do número de

unidades por distrito11, independentemente do sector, observa-se uma concentração

geográfica marcante no distrito de Lisboa, seguindo-se os distritos do Porto e Coimbra a

uma distância considerável12.

11 Manteve-se a designação de distrito fornecida pelo OCT, ainda que os Açores e a Madeira constituam Regiões Autónomas.12 Com base nos dados disponibilizados pelo OCT não foi possível elaborar análises geográficas com base no NUTS II.

Page 46: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

35

1

2

1

6

6

12

2

3

1

1

38

2

17

2

9

3

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Açores

Aveiro

Beja

Braga

Castelo Branco

Coimbra

Évora

Faro

Guarda

Leiria

Lisboa

Madeira

Porto

Santarém

Setúbal

Vila Real

Dis

trit

o

N.º de Instituições

Figura 9 - Distribuição das Instituições de IC&DT, por Distrito

Se para além do distrito se considerar o sector de execução, a distribuição

resultante das unidades é a apresentada na Figura 10. O sector mais disperso é o Ensino

Superior, o qual atinge um pico de 14 unidades de IC&DT no distrito de Lisboa. O sector

mais concentrado é o Estado, com 13 das suas 21 instituições em Lisboa. O Sector IPSFL

tem presença dos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Madeira, Porto e Setúbal.

Page 47: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

36

1

3

7

11

1

5

2

1

1

1

3

6

4

3

1

1

14

1

9

2

6

2

1

2

13

3

1

1

0 5 10 15

Açores

Aveiro

Beja

Braga

Castelo Branco

Coimbra

Évora

Faro

Guarda

Leiria

Lisboa

Madeira

Porto

Santarém

Setúbal

Vila RealD

istr

ito

N.º de Instituições

Estado

Ensino Superior

IPSFL

Figura 10 - Distribuição das Unidades de IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução

Atentando na distribuição das entidades por instituição de acolhimento,

sintetizada na Tabela 12 (valores apresentados por ordem decrescente de número de

entidades acolhidas por instituição), verifica-se que, das 106 unidades consideradas, 79

encontram-se ligadas a uma dada instituição de acolhimento13. Sob o ponto de vista das

instituições de acolhimento, a maior parte são universidades (acolhem 68 instituições),

seguindo-se os institutos politécnicos, que acolhem 9 instituições e outras entidades

responsáveis pelo acolhimento de 7 instituições com IC&DT no domínio em análise.

13 Da análise da Tabela 12 deriva-se um número diferente: 84 instituições de acolhimento. Esta diferença entre o número de

instituições de acolhimento e o número de instituições de IC&DT ligadas a instituições de acolhimento explica-se por certasinstituições serem acolhidas por mais do que uma instituição de acolhimento.

Page 48: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

37

Tabela 12 - Distribuição do Número de Unidades de IC&DT, por Instituição de Acolhimento

Instituição de Acolhimento N.º deInstituições

Universidade Técnica de Lisboa 12Universidade de Coimbra 9Universidade Nova de Lisboa 9Universidade do Porto 7Universidade da Beira Interior 6Universidade do Minho 6Universidade de Lisboa 4Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica do Minho - IDITE Minho 3Universidade do Algarve 3Universidade Portucalense Infante D. Henrique 3Instituto Politécnico de Santarém 2Universidade de Aveiro 2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial - INETI - Lisboa 1Instituto Nacional de Investigação Agrária - INIA 1Instituto Politécnico da Guarda 1Instituto Politécnico de Beja 1Instituto Politécnico de Coimbra 1Instituto Politécnico de Leiria 1Instituto Politécnico de Setúbal 1Instituto Politécnico do Porto 1Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa - ISCTE 1Instituto Superior Politécnico Portucalense 1Universidade Atlântica 1Universidade da Madeira 1Instituto Pedro Nunes 1Universidade dos Açores 1Universidade Independente 1Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 1não aplicável 27

Total 111

No Anexo C2 disponibilizam-se, por sector de actividade (Estado, Ensino Superior e

Instituições Privadas sem Fins Lucrativos), dados adicionais sobre as 106 unidades de

investigação apresentadas.

3.1.2 Despesa em IC&DT

Com base nos dados constantes no Anexo C1 é ainda possível derivar informação

relativa ao domínio Engenharia Electrotécnica e Informática, sob o ponto de vista da

despesa para os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL.

Page 49: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

38

Em termos absolutos, os três sectores referidos despenderam um total de

7.615.800,9 contos em actividades de IC&DT no domínio em causa (Tabela 13).

Tabela 13 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução

Sector de Execução Despesa(contos)

Estado 1.211.666,0

Ensino Superior 2.692.201,5

IPSFL 3.711.933,4

Total 7.615.800,9

Em termos relativos, a despesa repartiu-se pelos três sectores conforme se ilustra

na Figura 11. Observa-se que o Sector IPSFL concentra cerca de metade da despesa total

em actividades de IC&DT.

16%

35%

49%Estado

Ensino Superior

IPSFL

Figura 11 - Repartição da Despesa em IC&DT, por Sector de Execução

Na Tabela 14 apresenta-se a distribuição da despesa em actividades de IC&DT, por

distrito, segundo do sector de execução. Sem se considerar o sector de execução, os dois

distritos mais representativos em termos de despesa em IC&DT são Lisboa, com cerca de

Page 50: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

39

43,1% da despesa total e Porto, com 23% da despesa total. Estes dois distritos

concentram mais de 65% da despesa em actividades de IC&DT no domínio Engenharia

Electrotécnica e Informática.

Tabela 14 - Distribuição da Despesa em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução

Estado Ensino Superior IPSFL Total

Distrito (contos) (%) (contos) (%) (contos) (%) (contos) (%)

Açores 4.128,6 0,2 4.128,6 0,1

Aveiro 280.729,0 10,4 171.828,0 4,6 452.557,0 5,9

Beja 2.126,4 0,1 2.126,4 0,0

Braga 237.375,0 8,8 109.438,7 2,9 346.813,7 4,6

Castelo Branco 134.066,1 5,0 134.066,1 1,8

Coimbra 5.958,2 0,5 349.267,8 13,0 398.804,3 10,7 754.030,3 9,9

Évora 12.658,3 1,0 12.658,3 0,2

Faro 75.935,9 2,8 75.935,9 1,0

Guarda 46.173,9 1,7 46.173,9 0,6

Leiria 29.999,4 1,1 29.999,4 0,4

Lisboa 1.134.547,1 93,6 577.783,5 21,5 1.572.680,8 42,4 3.285.011,4

43,1

Madeira 5.606,0 0,2 14.666,1 0,4 20.272,1 0,3

Porto 29.046,5 2,4 518.195,9 19,2 1.200.833,3 32,4 1.748.075,7

23,0

Santarém 24.106,2 0,9 24.106,2 0,3

Setúbal 26.801,0 2,2 270.891,8 10,1 243.682,2 6,6 541375,0 7,1

Vila Real 2654,9 0,2 135.816,0 5,0 138.470,9 1,8

Total 1.211.666,0

100,0

2.692.201,5

100,0

3.711.933,4

100,0

7.615.800,9

100,0

Sob o ponto de vista do Sector Estado, o único distrito digno de nota é Lisboa, com

cerca de 94% da despesa nesse Sector.

Page 51: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

40

O Sector Ensino Superior é aquele que apresenta uma distribuição mais dispersa

pelos vários distritos: Lisboa com cerca de 21,5%, Porto com 19,2%, Coimbra com 13%,

Aveiro com 10,4% e Setúbal com 10,1%, para nomear os cinco distritos com maior quota

de despesa.

Finalmente, para o Sector IPSFL, os distritos de Lisboa e Porto voltam a destacar-

se com cerca de 42,4% e 32,4% da despesa no Sector, respectivamente, o que equivale a

cerca de 75% da despesa total em IC&DT para as instituições privadas sem fins

lucrativos. Em terceiro lugar surge o distrito de Coimbra com cerca de 10,7% da despesa.

3.1.3 Recursos Humanos em IC&DT

Dos dados coligidos no Anexo C1 é possível derivar informação relativa ao domínio

Engenharia Electrotécnica e Informática sob o ponto de vista do pessoal dedicado a

actividades de IC&DT para os Sectores Estado, Ensino Superior e IPSFL.

Em termos absolutos, os três sectores referidos envolvem 1.326,7 investigadores

ETI (Tabela 15).

Tabela 15 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução

Sector de Execução Pessoal(ETI)

Ensino Superior 519,3

Estado 144,5

IPSFL 662,9

Total 1.326,7

Page 52: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

41

Em termos relativos, o pessoal reparte-se pelos três sectores conforme se ilustra

na Figura 12. À semelhança do que sucede com a despesa, observa-se que o Sector IPSFL

concentra cerca de metade do pessoal em actividades de IC&DT no domínio em estudo.

Na Tabela 16 apresenta-se a distribuição do pessoal em actividades de IC&DT, por

distrito, segundo o sector de execução. Sem se considerar o sector de execução verifica-

se, à semelhança do que sucede com a distribuição da despesa, que os dois distritos mais

representativos são Lisboa, com cerca de 39,9% dos investigadores ETI totais e Porto,

com cerca de 25,2% dos investigadores ETI totais. Estes dois distritos concentram mais

de 65% dos recursos humanos ETI envolvidos em actividades de IC&DT no domínio

Engenharia Electrotécnica e Informática.

11%

39%

50%

Estado

Ensino Superior

IPSFL

Figura 12 - Repartição do Pessoal em IC&DT, por Sector de Execução

Page 53: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

42

Tabela 16 - Distribuição do Pessoal em IC&DT, por Distrito, segundo o Sector de Execução

Estado Ensino Superior IPSFL Total

Distrito Investigadores

ETI

(%) Investigadores

ETI

(%) Investigadores

ETI

(%) Investigadores

ETI

(%)

Açores 1,0 0,2 1,0 0,1

Aveiro 37,1 7,1 65,0 9,8 102,1 7,7

Beja 0,7 0,1 0,7 0,1

Braga 43,9 8,5 18,3 2,8 62,2 4,7

Castelo Branco 20,4 3,9 20,4 1,5

Coimbra 1,1 0,8 63,6 12,2 54,1 8,2 118,8 9,0

Évora 2,7 1,9 2,7 0,2

Faro 13,7 2,6 13,7 1,0

Guarda 6,6 1,3 6,6 0,5

Leiria 7,8 1,5 7,8 0,6

Lisboa 128,7 89,1 153,0 29,5 247,5 37,3 529,2 39,9

Madeira 1,3 0,3 2,3 0,3 3,6 0,3

Porto 7,3 5,1 85,8 16,5 241,4 36,4 334,5 25,2

Santarém 7,9 1,5 7,9 0,6

Setúbal 3,8 2,6 42,7 8,2 34,3 5,2 80,8 6,1

Vila Real 0,9 0,6 33,8 6,5 34,7 2,6

Total 144,5 100,0

519,3 100,0

662,9 100,0

1.326,7 100,0

Sob o ponto de vista do Sector Estado, o distrito de Lisboa congrega cerca de

89,1% dos investigadores ETI afectos a este Sector.

O Sector Ensino Superior apresenta, uma vez mais, uma distribuição relativamente

dispersa pelos vários distritos: Lisboa com cerca de 29,5%, Porto com 16,5%, Coimbra

com 12,2%, Setúbal com 8,2% e Aveiro com 7,1%, para nomear os cinco distritos com

maior quota de pessoal.

Finalmente, para o Sector IPSFL, os distritos de Lisboa e Porto voltam a destacar-

se com cerca de 37,3% e 36,4% dos investigadores ETI no Sector, respectivamente, o que

equivale a cerca de 73% dos investigadores ETI em IC&DT para as instituições privadas

Page 54: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

43

sem fins lucrativos. Em terceiro lugar surge o distrito de Aveiro com cerca de 9,8% dos

investigadores ETI.

No que se refere à distribuição dos investigadores por sector de execução e

segundo o sexo (Tabela 17) verifica-se certa similitude entre os três sectores: cerca de

80% dos investigadores são do sexo masculino. Esta percentagem eleva-se quase a 90%

para o Sector IPSFL.

Tabela 17 - Distribuição dos Investigadores por Sector de Execução, segundo o Sexo(Dados disponibilizados aos autores pelo OCT – IPCTN97)

Sector deExecução

Sexo Masculino Sexo Feminino

Estado 81,4% 18,6%

Ensino Superior 83,6% 16,4%

IPSFL 88,2% 11,8%

Total 85,6% 14,4%

Da consideração da informação encerrada na Tabela 18 é possível concluir que a

média das idades dos investigadores envolvidos em actividades de IC&DT no domínio em

análise é de 34 anos, verificando-se a inexistência de variações dignas de grande nota

entre os três sectores de execução.

Page 55: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

44

Tabela 18 - Médias das Idades dos Investigadores, por Sector de Execução(Dados disponibilizados aos autores pelo OCT – IPCTN97)

Sector deExecução

Média das Idades(anos)

Estado 38,5

Ensino Superior 34,3

IPSFL 33,0

Total 34,0

Finalmente, na Tabela 19 apresenta-se informação relacionada com o número de

investigadores ETI e doutorados ETI em Engenharia Electrotécnica e Informática, por

sector de execução. O Sector IPSFL concentra o maior número de investigadores (50,8%)

e de doutorados (51,2%), enquanto o Sector Estado conta com o menor número de

investigadores (8,6%) e de doutorados (8,6%). No Sector Ensino Superior a percentagem

de investigadores e de doutorados é similar (40,7% e 40,3%, respectivamente).

Tabela 19 - Investigadores e Doutorados em Engenharia Electrotécnica e Informática, por Sector de Execução(Adaptado de informação disponibilizada aos autores pelo OCT – IPCTN97)

Investigadores

Doutorados

Sector deExecução

(ETI) (%) (ETI) (%)

Estado 97,3 8,6 21,6 8,6

Ensino Superior 462,0 40,7 101,7 40,3

IPSFL 577,1 50,8 129,2 51,2

Total 1136,4

100,0

252,5

100,0

Page 56: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

45

3.2 Avaliação das Unidades de IC&DT

A descrição das actividades de IC&DT em Portugal no domínio da Engenharia

Electrotécnica e Informática é enriquecida se, para além da identificação das unidades

que as desenvolvem, se considerar informação relativa ao seu desempenho, ou seja, se se

analisar informação derivada de processos de avaliação.

Da documentação revista é possível, com certas restrições, fornecer informação

sobre avaliação das unidades de IC&DT. As restrições impostas pela documentação

existente centram-se no facto de somente ter sido possível coligir informação de

avaliação das Unidades de IC&DT abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual.

O Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de IC&DT iniciou-se em

Dezembro de 1993. De acordo com o Regulamento do Programa de Financiamento

Plurianual, disponível em http://www.fct.mct.pt/unidades/regulam/, são abrangidas pelo

Programa as unidades de IC&DT integradas ou associadas a Instituições do Ensino

Superior (funcionando estas como instituições de acolhimento) e as instituições

privadas sem fins lucrativos, especialmente vocacionadas para actividades de IC&DT, ou

unidades com estas características nelas integradas. Daqui decorre que a informação

relativa à avaliação das unidades somente abarcará uma parcela do total de unidades de

IC&DT que realizam actividades de IC&DT no domínio da Engenharia Electrotécnica e

Informática. Apesar desta limitação, pareceu útil não desprezar este tipo de informação.

Desde 1996 (ano em que foi lançado um novo modelo de financiamento plurianual

das unidades de IC&DT) o financiamento das unidades de IC&DT passou a ser baseado em

critérios de responsabilização, avaliação independente e estabilidade, passando a ser

composto por duas parcelas: um Financiamento de Base (indexado ao número de

investigadores doutorados e à avaliação da actividade relevante) e um Financiamento

Programático Especial (relativo a algumas unidades em função das necessidades

específicas detectadas pelos avaliadores).

Page 57: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

46

A avaliação das unidades é efectuada por Painéis de Avaliação essencialmente

constituídos por cientistas estrangeiros e envolve, geralmente, avaliação documental,

visitas dos avaliadores às unidades ou apresentações das actividades aos Painéis de

Avaliação por investigadores pertencentes às unidades. A análise documental encerra

critérios relacionados com a qualidade e quantidade dos resultados relativamente ao

número de doutorados, relevância da actividade de investigação e qualidade e

quantidade da internacionalização das actividades da unidade. No que concerne à

avaliação da visita/sessão de apresentação são tidos em conta o mérito intrínseco das

actividades da Unidade, as atitudes e ambiente de trabalho e os recursos disponíveis

para a actividade de investigação14.

O resultado final da avaliação concretiza-se, para cada Unidade, num Relatório do

Painel de Avaliação que inclui recomendações breves para comunicação à unidade, uma

recomendação relativa à atribuição de financiamento programático e uma classificação

da qualidade geral da Unidade de IC&DT que determina o escalão do Financiamento de

Base.

A classificação da qualidade geral é expressa de acordo com a escala apresentada

na Tabela 20 (designações dos níveis mantidas em inglês, conforme o original; descrições

traduzidas para português):

14 Uma descrição mais detalhada do Programa de Financiamento Plurianual de Unidades de IC&DT e do Modelo de Financiamento

Plurianual e de Avaliação das Unidades de Investigação pode ser obtido em http://www.fct.mct.pt/unidades/avproj/index2.htm.

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47

Tabela 20 - Escala de Classificação

Nível Descrição

Excellent Actividades de investigação de elevado nível internacional, com publicações nasprincipais revistas internacionais

Very Good Actividades de investigação de bom nível internacional e nacional, com publicaçõesnas principais revistas internacionais

Good Actividades de investigação de elevado nível nacional e de razoável nívelinternacional, com publicações em revistas internacionais bem conhecidas

Fair Actividades de investigação de razoável nível nacional, com publicações somente emalgumas revistas internacionais bem conhecidas

Poor Actividades de investigação com qualidade insuficiente

Para o Financiamento de Base são considerados três escalões: o mais elevado é

aplicado às unidades com classificação Excellent ou Very Good, o intermédio

(correspondente a 5/6 do valor do escalão mais elevado) é aplicado às unidades com

classificação Good e o mais baixo (correspondente a 2/3 do valor do escalão mais

elevado) é aplicado às unidades com classificação Fair. As unidades avaliadas como Poor

deixam de beneficiar de financiamento plurianual. No âmbito de cada escalão, as

unidades são financiadas proporcionalmente ao número de doutorados (número sujeito a

ajustes de acordo com dedicações parciais à unidade).

O Financiamento Programático Especial só é atribuído às unidades que receberam

dos Painéis de Avaliação uma forte recomendação nesse sentido.

No ano de 1996, com a introdução do novo modelo de financiamento e avaliação

das unidades de IC&DT, procedeu-se à avaliação das 270 unidades de investigação que

estavam a ser financiadas no âmbito do Programa. Esta avaliação foi realizada por 21

Painéis de Avaliação, organizados por áreas científicas.

Em termos globais, isto é, para todas as unidades avaliadas, independentemente da

área científica a que pertencem e para o ano de 1996, o resultado desta avaliação, em

Page 59: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

48

termos de níveis de classificação, distribuiu-se conforme se ilustra na Figura 13.

Observa-se que 44% das unidades foram avaliadas com um nível de Very Good ou

Excellent.

16%

28%

31%

19%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Excellent Very Good Good Fair Poor

Nível de Classificação

N.º

de

Uni

dade

s(e

m p

erce

ntag

em)

Figura 13- Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação (1996)

Para a área de Engenharia Electrotécnica e Informática, cujas unidades se

encontram listadas na Tabela 21, a distribuição do número de unidades, por nível de

classificação, é ilustrada na Figura 14.

No Anexo E1 encontram-se dados adicionais sobre as unidades listadas na Tabela

21.

Da análise da Figura 14 constata-se que 47% das unidades foram avaliadas como

Very Good ou Excellent, o que de alguma forma se encontra em consonância com a

avaliação global apresentada na Figura 13.

Page 60: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

49

Tabela 21 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual - Engenharia Electrotécnica eInformática (1996)

Designação da Unidade de Investigação Ano deFundação

Avaliação N.º deInvestigadores

DoutoradosCentro Algoritmi 1991 Fair 25Centro de Análise e Processamento de Sinais – CAPS 1975 Good 5Centro de Automática da UTL 1975 Fair 11Centro de Ciência e Tecnologias Aeroespaciais 1994 Poor15 11Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil 1978 Fair16 15Centro de CIM do Porto – CCP 1990 Very Good 3Centro de Electrotecnia Teórica e Medidas Eléctricas – CEEL 1994 Fair 7Centro de Estudos em Física Acústica e Telecomunicações –CEFAT

1994 Fair17 7

Centro de Informática e Inteligência Artificial – CITIA 1991 Good 21Centro de Informática e Sistemas 1991 Very Good 15Centro de Investigação de Sistemas Eléctricos – CISE 1994 Fair 11Centro de Investigação em Engenharia Biomédica – CIEB 1991 Very Good 15Centro de Robótica Inteligente 1988 Very Good 4Grupo de Engenharia de Sistemas de Energia Eléctrica – GESEE 1994 Very Good 6Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC 1992 Good18 71Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Aveiro

1993 Fair 16

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Coimbra

1993 Good 7

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Lisboa

1980 Very Good 52

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC -Porto

1993 Very Good 30

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 1992 Very Good 13Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 1992 Excellent 27Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 1994 Very Good 15Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 1993 Good 12Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 1993 Good 12Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 1993 Excellent 37Lab. de Inteligência Artificial e Ciências de Computadores –LIACC

1988 Excellent 8

15 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Engenharia

Mecânica, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que a Unidade desenvolveinvestigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Fair.

16 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Ciências eEngenharia dos Materiais, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que aUnidade desenvolve investigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Good.

17 Classificação atribuída após recurso da Unidade.18 A avaliação desta Unidade encontra-se no Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual – Engenharia

Mecânica, editado pelo OCT. O nível de avaliação considerado diz apenas respeito a uma das áreas em que a Unidade desenvolveinvestigação: Engenharia Electrotécnica e Informática. A classificação global da Unidade foi Good.

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50

12%

35%

23%

27%

4%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Excellent Very Good Good Fair Poor

Nível de Classificação

N.º

de

Uni

dade

s(e

m p

erce

ntag

em)

Figura 14 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (1996)

Em 1997 foi aberto um concurso para novas unidades de investigação, tendo a FCT

recebido um total de 135 pré-candidaturas, das quais 89 foram formalizadas como

candidaturas19. É de notar que cerca de 15% destas candidaturas resultaram de divisões

ou fusões de unidades de investigação financiadas anteriormente, na maioria dos casos

na sequência de recomendações dos Painéis de Avaliação de 1996. O resultado desta

avaliação, em termos de níveis de classificação, distribuiu-se conforme se ilustra na

Figura 15.

19 Quatro das unidades que formalizaram candidaturas desistiram durante o processo de avaliação e duas

outras, com menos de três doutorados, não foram consideradas elegíveis pelos painéis de avaliação.

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51

15%

30%

36%

13%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Excellent Very Good Good Fair Poor

Nível de Calssificação

N.º

de

Uni

dade

s(e

m p

erce

ntag

em)

Figura 15 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (1998)

Em http://www.fct.mct.pt/unidex/cabunid.htm é possível obter dados actualizados sobre a

Avaliação das Unidades de Investigação Financiados pelo Programa Plurianual. Uma

síntese da informação disponível, para a área Engenharia Electrotécnica e Informática, é

apresentada na Tabela 22. Observe-se que o conjunto das unidades de investigação é

distinto do apresentado na Tabela 21 e que o nível de classificação da maior parte das

unidades refere-se à avaliação efectuada em 1996 e as restantes à avaliação

concretizada em 1998.

Page 63: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

52

Tabela 22 - Dados das Unidades de IC&DT Abrangidas pelo Programa de Financiamento Plurianual – Engenharia Electrotécnica eInformática (2000)

Unidade Ano deFundação

Avaliação N.º DoutoradosElegíveis

(1999)

Centro Algoritmi 1991 Fair 40

Centro de Análise e Processamento de Sinais – CAPS 1975 Good 4

Centro de Automática da UTL 1975 Fair 11

Centro de CIM do Porto – CCP 1990 Very Good 5

Centro de Energia Eléctrica nd Very Good 5,5

Centro de Estudos de Física, Acústica e Telecomunicações – CEFAT 1994 Fair 5

Centro de Informática e Sistemas 1991 Very Good 19,5

Centro de Informática e Tecnologias da Informação – CITI nd Very Good 12

Centro de Inteligência Artificial – CENTRIA nd Very Good 13

Centro de Investigação de Sistemas Eléctricos – CISE 1994 Fair 11

Centro de Investigação em Engenharia Biomédica – CIEB 1991 Very Good 15

Centro de Robótica Inteligente 1988 Very Good 6

Centro de Sistemas Telemáticos e Computacionais nd Good 4

Centro de Electrotecnia Teórica e Medidas Eléctricas nd Fair 6

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Aveiro 1993 Fair 23

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Coimbra 1993 Good 8

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Lisboa 1980 Very Good 48

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Porto 1993 Very Good 38

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 1992 Very Good 19

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 1992 Excellent 22

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 1994 Very Good 18

Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 1993 Good 13

Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 1993 Good 11

Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 1993 Excellent 42

Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores 1988 Excellent 15

Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande-Escala nd Excellent 5

nd – não disponível

Page 64: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

53

A Figura 16 ilustra a distribuição, por nível de classificação, do conjunto de

unidades anterior. Sublinha-se que cerca de 60% das unidades foram avaliadas como Very

Good ou Excellent e que nenhuma unidade foi classificada com Poor.

15%

42%

19%

23%

0%0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Excellent Very Good Good Fair Poor

Nível de Classificação

N.º

de

Uni

dade

s(e

m p

erce

ntag

em)

Figura 16 - Distribuição do Número de Unidades, por Nível de Classificação – Engenharia Electrotécnicae Informática (2000)

O Painel de Avaliação para a área de Engenharia Electrotécnica e Informática

elaborou ainda um Relatório de Avaliação das Unidades de Investigação financiadas pelo

Programa Plurianual. Esse Relatório, disponível no Anexo E2, encontra-se dividido em

duas partes: a primeira, elaborada pela subcomissão de avaliação 1, centra a sua atenção

nas Unidades cujas actividades de investigação se inserem maioritariamente nas áreas da

Engenharia Eléctrica, Controlo, Robótica, Produção Integrada por Computador,

Processamento de Sinal, Acústica e Ciências da Computação; a segunda, elaborada pela

subcomissão de avaliação 2, centra a sua atenção sobre as Unidades com actividades de

Page 65: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

54

investigação principalmente nas áreas da Electrónica, Telecomunicações, Engenharia da

Computação e Ciências da Computação.

Entre as diversas conclusões derivadas pelo Painel de Avaliação para a área de

Engenharia Electrotécnica e Informática realçam-se as seguintes:

- investigação com nível global de qualidade elevado;

- infra-estrutura de apoio administrativo e técnico às actividades de

investigação insuficiente;

- necessidade de reforçar a liderança a todos os níveis (direcção, grupos de

investigação e projecto);

- falta de mobilidade e evolução fechada dos investigadores;

- carga horária de ensino excessiva e elevado índice de envolvimento em

actividades de ensino.

No Anexo E3 apresenta-se, para cada uma das Unidades de Investigação

consideradas na Tabela 22, um conjunto de dados estruturado em três partes: dados

referentes à identificação e descrição geral da unidade, dados relativos à avaliação da

unidade (composição do painel, apreciação global, montantes de financiamento, relatório

de avaliação do Painel, comentário da unidade à investigação e relatório de recurso,

quando aplicável) e dados relativos à composição da equipa de investigação da unidade.

No Anexo E4 listam-se as unidades de IC&DT sujeitas a avaliação em 1999. Os

resultados desta acção ainda não se encontravam disponíveis aquando da elaboração

deste relatório.

Page 66: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

55

3.3 Cooperação Científica e Tecnológica Internacional no âmbito da UniãoEuropeia

Desde que Portugal passou a integrar a União Europeia (adesão em 1986)

verificaram-se crescentes oportunidades para a cooperação internacional científica e

tecnológica. Estas oportunidades têm-se revestido de particular importância para o

desenvolvimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia [SECT 1995a, p. 30]. Entre

os programas de investigação contratados e precompetitivos no domínio das tecnologias

da informação e comunicações referem-se os programas AIM, DELTA, DRIVE, ESPRIT e

RACE. Mais especificamente, no âmbito do Quarto Programa Quadro é ainda possível

realçar os seguintes programas directamente relacionados com o domínio referido:

Aplicações Telemáticas de Interesse Comum, Tecnologias para Serviços de Comunicações

Avançadas e Tecnologias da Informação [SECT 1995a, p. 29].

Em termos de impacto dos programas comunitários crê-se interessante referir

algumas das conclusões contidas em Caraça et al. [1993], SECT [1995b] e JNICT [1996].

O documento Caraça et al. [1993] sintetiza uma avaliação do impacto do Primeiro e

Segundo Programa Quadro no Sistema de Ciência e Tecnologia Português. Estes Programas

vigoraram entre Janeiro de 1986 e Junho de 1991. Nos parágrafos seguintes

apresentam-se algumas das observações e ilações mais importantes do trabalho referido

directamente relacionadas com a temática em estudo.

Desde 1986, ano de adesão de Portugal à União Europeia, que as equipas de IC&DT

portuguesas participam em programas comunitários. Para o período abrangido pelo

estudo de Caraça et al. [1993], os programas comunitários de IC&DT em que Portugal

participou encontram-se resumidos na Tabela 23.

Page 67: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

56

Tabela 23 - Programas Comunitários de IC&DT com Participação Portuguesa (1986 – 1991)(Adaptado de Caraça et al. [1993, p. 18, 16])

Objectivo Programa N.º deContratos

Participações(equipas)

CLIMAT 3C 10 10

ENVCLI C 1 1

ENVPROT 4C 6 6

EPOCH 5 5

Qualidade de vida

STEP 18 25

Total Parcial 40 47

AIM 6 7

DELTA 9 15

DRIVE 4 4

ESPRIT 89 118

Tecnologias da informação etelecomunicações

RACE 17 19

Total Parcial 125 163

BRITE 12 15

BRITE/EURAM 38 55

EURAM 9 11

JRC R&D (ISPRA) 1 1

MATREC C 12 17

Modernização industrial

RAWMAT 15 18

Total Parcial 87 117

AGRIRES 3C 2 2

BAP 10 10

BRIDGE 7 7

ÉCLAIR 5 7

Exploração de recursos biológicos

FLAIR 3 3

Total Parcial 27 29

JOULE 22 30

ENNONUC 3C 22 24

RADPROT 6C/7C 8 9

RADWASTOM 4C 1 1

Energia

FUSION 5C 3 3

Total Parcial 56 67

Ciência e tecnologia para o desenvolvimento STD 15 15

Total Parcial 15 15

Page 68: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

57

FAR 3 3Exploração de recursos marítimos

MAST 8 9

Total Parcial 11 12

MONITOR 3 3Ciência e tecnologia para a cooperação

SCIENCE 20 20

Total Parcial 23 23

AERO OS 10 10

FAST 2 2 2

MHR 4C 1 1

SCIFAC C 1 1

STIMULATION 13 14

Outro

STRIDE 1 1

Total Parcial 28 29

Total 412 502

É possível observar que a participação das equipas e instituições de IC&DT

portuguesas no conjunto dos Programas Comunitários foi considerável com especial

destaque para o programa ESPRIT, inserido no objectivo “Tecnologias da informação e

telecomunicações”. O programa ESPRIT concretizou-se, no período em análise, em 89

contratos (cerca de 22% do número total de contratos) e envolveu 118 equipas (cerca de

24% do número total de equipas). Em termos agregados, a área das “Tecnologias da

informação e telecomunicações” representa cerca de 30% dos contratos estabelecidos e

das participações.

Considerando-se a participação portuguesa em programas comunitários de IC&DT,

por programa e por sector de execução, para o período em consideração (Tabela 24),

constata-se que os sectores Ensino Superior e IPSFL concentram quase dois terços do

envolvimento nacional em projectos comunitários de IC&DT. Em termos de objectivo

“Tecnologias da informação e telecomunicações” o Sector IPSFL assume a dianteira em

termos de participação, com 65%, seguindo-se o Sector Empresas com 44%.

Page 69: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

58

Tabela 24 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT, por Programa e Sector (1986 – 1991)(Adaptado de Caraça et al. [1993, p. 20])

Participações

SectorEstado

SectorEnsino Superior

SectorIPSFL

SectorEmpresas

Total

Contratos % % % % %

Programas

N.º %N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO N.º NS PO

QV 40 9,7 17 30,9 18,5 36 65,5 16,4 2 3,6 2,0 0 0,0 0,0 55 100,0

10,7

TIT 125 30,3 6 3,7 6,5 48 29,4 21,8 65 39,9 65,0 44 27,0 44,0 163

100,0

11,8

MI 87 21,1 21 17,9 22,8 38 32,5 17,3 16 13,7 16,0 42 35,9 42,0 117

100,0

22,9

ERB 27 6,6 11 35,5 12,0 10 32,3 4,5 6 19,4 6,0 4 12,9 4,0 31 100,0

6,1

E 56 13,6 18 26,9 19,6 37 55,2 16,8 3 4,5 3,0 9 13,4 9,0 67 100,0

13,1

CTD 15 3,6 5 33,3 5,4 9 60,0 4,1 1 6,7 1,0 0 0,0 0,0 15 100,0

2,9

ERM 11 2,7 5 41,7 5,4 7 58,3 3,2 0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 12 100,0

2,3

CTD 23 5,6 3 13,0 3,3 16 69,6 7,3 4 17,4 4,0 0 0,0 0,0 23 100,0

5,7

Outros 28 6,8 6 20,7 6,5 19 65,5 8,6 3 10,3 3,0 1 3,4 1,0 29 100,0

5,7

Total 412

100,0

92 18,0

100,0

220

43,0

100,0

100

19,5

100,0

100

19,5 100,0

512

100,0

100,0

Legenda:QV – Qualidade de vida TIT - Tecnologias de informação e telecomunicaçõesMI - Modernização industrial ERB - Exploração de recursos biológicosE – Energia CTD - Ciência e tecnologia para o desenvolvimentoERM - Exploração de recursos marítimos CTC - Ciência e tecnologia para a cooperação

NS – No SectorPO – Por Objectivo

Os documentos SECT [1995b] e JNICT [1996] fornecem alguns dados referentes à

participação portuguesa em programas comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro e

do 4º Programa Quadro.

Page 70: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

59

No que respeita ao 3º Programa Quadro, da observação da Tabela 25 verifica-se que

153 dos 500 projectos aprovados (correspondente a cerca de 30% do número total de

projectos aprovados) inserem-se em programas directamente relacionados com o

domínio das tecnologias da informação e comunicações. Em termos financeiros, os

programas “Tecnologias da informação (ESPRIT II)”, “Tecnologias das comunicações (RACE

II)” e “Sistemas telemáticos de interesse geral” ascendem a cerca de 49.000.000 Ecus, o

que equivale aproximadamente a 50% da comparticipação total da União Europeia.

Tabela 25 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 3º Programa Quadro(Adaptado de SECT [1995b, p. 144] e JNICT [1996, p. 81])

Programa ProjectosAprovados

ComparticipaçãoUnião Europeia

(Ecus)

Tecnologias da informação (ESPRIT II) 66 22.000.000

Tecnologias das comunicações (RACE II) 38 18.872.000

Sistemas telemáticos de interesse geral 49 8.156.181

Tecnologias industriais e dos materiais (BRITE/EURAM) 70 21.000.000

Medições e ensaios 47 1.941.728

Ambiente 69 8.600.000

Ciências e tecnologias do mar (MAST II) 16 3.400.000

Biotecnologia 9 700.100

Agricultura e agro-indústria, incluindo as pescas (AIR) 51 7.849.213

Ciência e tecnologia do ser vivo a favor dos países em desenvolvimento (STD) 36 2.709.855

Energias nucleares (CISÃO) 7 188.000

Energias não nucleares (JOULE II) 44 5.229.377

Total 502 100.646.454

Quanto ao 4º Programa Quadro, adoptado em Abril de 1994, para vigorar no período

de 1994 a 1998 [SECT 1995b, p. 145], e concentrando a análise na sua 1ª Acção –

“Programas de Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração”, detalhada

em termos de recursos financeiros na Tabela 26, é possível verificar que os programas “A.

Tecnologias da Informação e das Comunicações” detêm um montante de 3405 milhões de

Page 71: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

60

Ecus, o que equivale aproximadamente a 32% do montante global alocado à 1ª Acção, o

que faz deste conjunto de programas aquele que dispõe de maiores recursos financeiros.

Tabela 26 - 4º Programa Quadro – Programas Aprovados e Repartição Financeira(Adaptado de SECT [1995b, p. 146], JNICT [1996, p. 79])

Programas Montantes(Milhões ECU)

A. Tecnologias da Informação e das Comunicações 3.405

1. Telemática 843

2. Tecnologias das Comunicações 630

3. Tecnologias da Informação 1.932

B. Tecnologias Industriais 1.995

4. Tecnologias Industriais e dos Materiais 1.707

5. Medidas e Ensaios 288

C. Ambiente 1080

6. Ambiente e Clima 852

7. Ciências e Tecnologias Marinhas 228

D. Ciências e Tecnologias Ser Vivo 1.572

8. Biotecnologia 552

9. Biomedicina e Saúde 336

10. Agricultura e Pesca 684

E. Energia 2.256

11. Energias Não Nucleares 1.002

12. Energias Nucleares 1.254

F. Transportes 240

13. Transportes 240

G. Investigação Sócio Económica 138

14. Investigação Sócio Económica Orientada 138

Total 10.686

Em termos de participação portuguesa nestes programas do 4º Programa Quadro,

para a 1ª Acção e considerando o período de Dezembro de 1994 a Setembro de 1995,

Page 72: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

61

foram aprovados 294 projectos, dos quais 112 (cerca de 38%) no âmbito dos programas

Tecnologias da Informação e das Comunicações (Tabela 27). A participação portuguesa no

domínio dos programas ultimamente referidos eleva-se a perto de 45.000.000 Ecus, o que

corresponde a cerca de 65% do montante total da participação portuguesa para o

período em consideração.

Tabela 27 - Participação Portuguesa em Programas Comunitários de IC&DT do 4º ProgramaQuadro – 1ª Acção (Dezembro de 1994 a Setembro de 1995)

(Adaptado de JNICT [1996, p. 82])

Programas ProjectosAprovados

Montantes(ECU)

Aplicações Telemáticas de Interesse Comum (ATIC) 61 27.639.471

Tecnologias das Comunicações (ACTS) 27 6.300.000

Tecnologias da Informação (ESPRIT IV) 24 11.000.000

Tecnologias Industriais e dos Materiais 34 9.600.000

Medições e Ensaios 9 703.000

Ambiente 37 4.500.000

Ciências e Tecnologias do Mar (MAST III) 11 684.000

Biotecnologia 4 813.300

Biomedicina e Saúde (BIOMED II) 12 1.200.000

Agricultura e Pescas (FAIR) 15 964.814

Energias Não Nucleares (JOULE III) 25 4.800.000

Energias Nucleares (CISÃO) 1 nd

Transportes 22 nd

Investigação Sócio Económica Orientada (TSER) 12 600.000

Total 294 68.804.885

nd – não disponível

Page 73: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

62

3.4 Produção Científica Portuguesa Referenciada Internacionalmente

Em http://www.oct.mct.pt/estat/produ/proci_t.htm é possível apreciar os valores

referentes à produção científica portuguesa referenciada internacionalmente entre os

anos de 1981 e 1997.

De acordo com a introdução disponibilizada pelo Observatório das Ciências e das

Tecnologias, os valores que a seguir se apresentam foram elaborados a partir da base de

dados National Science Indicators on Diskette (1981-1997), produzida pelo Institute for

Scientific Information. Esta base de dados contém os números de publicações e os

números de citações por elas recebidas, distribuídos por país e/ou área científica. A

versão disponibilizada data de 1998. É importante notar que esta base de dados, de

âmbito internacional, contém informação que se reporta unicamente a artigos, notas,

revisões e comunicações em conferências, não considerando registos bibliográficos tais

como editoriais, cartas, correcções, resumos, etc.

Por motivos de formatação, a informação relativa à produção científica

referenciada internacionalmente foi dividida em duas tabelas (Tabela 28 e Tabela 29), a

primeira cobrindo o período 1981-1990, e a segunda o período 1991-1997 e o total

agregado 1981-1997.

Page 74: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

63

Tabela 28 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1981 – 1990)

Área Científica 1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

Mathematics 8 13 9 14 19 18 32 17 36 26

Chemistry 37 53 58 63 43 104 111 122 127 144

Physics 35 46 50 49 69 86 78 118 112 147

Astrophysics 1 2 3 3 2 4 0 2 6 6

Geosciences 8 5 10 4 11 5 10 6 11 23

Clinical Medicine 62 45 64 52 64 84 77 80 81 91

Biology & Biochemistry 21 33 21 38 21 35 35 41 59 71

Immunology 1 2 2 2 3 6 8 4 9 9

Microbiology 16 27 21 22 17 25 18 15 41 35

Molecular Biology & Genetics 3 6 7 3 8 5 11 11 15 18

Neurosciences 4 7 11 16 10 17 18 14 18 24

Pharmacology 7 6 7 8 16 8 11 9 20 28

Plant & Animal Sciences 12 17 22 14 24 30 36 43 55 59

Agricultural Sciences 2 3 8 7 6 5 6 6 12 12

Ecology/Environment 3 4 6 6 11 4 14 21 22 20

Computer Sciences 4 1 7 2 4 6 7 9 4 15

Engineering 19 24 43 49 40 39 55 65 92 110

Materials Science 2 7 3 10 8 15 15 21 39 32

Economics & Business 3 3 2 4 4 7 7 11 14 13

Education 1 1 0 1 0 1 3 3 5 1

Law 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0

Psychology/Psychiatry 1 0 0 2 2 5 10 6 9 3

Social Sciences, General 3 2 4 3 8 10 6 6 4 11

Arts & Humanities 4 1 6 7 6 6 7 5 7 7

Multidisciplinary 6 9 2 5 1 8 9 2 5 7

Total 263 317 366 384 397 533 584 638 804 912

Page 75: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

64

Tabela 29 - Produção Científica Nacional Referenciada Internacionalmente (1991 – 1997)

Área Científica 1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

Total (1981-1997)

Mathematics 37 39 39 56 46 53 56 518

Chemistry 164 198 221 254 242 290 375 2606

Physics 166 201 216 240 251 288 316 2468

Astrophysics 4 2 6 7 16 25 16 105

Geosciences 22 26 31 16 34 40 40 302

Clinical Medicine 123 148 126 165 209 206 284 1961

Biology & Biochemistry 90 99 129 131 150 146 162 1282

Immunology 15 14 9 18 17 16 17 152

Microbiology 43 48 39 62 68 76 74 647

Molecular Biology & Genetics 16 30 26 37 38 42 49 325

Neurosciences 32 24 33 41 53 52 38 412

Pharmacology 23 19 27 45 23 48 63 368

Plant & Animal Sciences 55 82 106 95 151 139 140 1080

Agricultural Sciences 18 26 27 45 47 76 90 396

Ecology/Environment 25 30 34 21 50 41 50 362

Computer Sciences 10 9 14 18 10 31 20 171

Engineering 109 134 119 155 200 269 276 1798

Materials Science 37 51 59 63 71 103 129 665

Economics & Business 8 12 23 19 30 34 23 217

Education 4 1 4 6 3 5 5 44

Law 0 0 0 0 0 0 0 2

Psychology/Psychiatry 13 6 7 10 13 26 9 122

Social Sciences, General 2 8 15 10 21 19 8 140

Arts & Humanities 7 5 14 9 26 17 20 154

Multidisciplinary 5 7 8 9 14 10 9 116

Total 1028

1219

1332

1532

1783

2052

2269

16413

Page 76: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

65

A área das Ciências da Computação (Computer Sciences) é a 17ª entre as áreas

científicas consideradas, em termos de número de referências internacionais, com um

volume de cerca de 1% em relação ao total de referências, para o período de 1981 a

1997.

Em termos evolutivos, ao longo do período de 1981 a 1997, o número de referências

internacionais na área das Ciências da Computação parece indicar uma tendência

crescente, apesar de algumas quedas significativas nesse período, em especial nos anos

de 1989, 1995 e 1997 (Figura 17).

0

5

10

15

20

25

30

35

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

Ano

N.º

de

Ref

erên

cias

Int

erna

cion

ais

Figura 17 - Evolução do Número de Referências Internacionais - Área Científica Ciências da Computação

No site do Observatório das Ciências e Tecnologias encontra-se, ainda, informação

respeitante ao número de colaborações internacionais por área científica e por país para

os anos de 1995, 1996 e 1997. A elevada agregação das áreas científicas não permite,

todavia, uma análise para a área da Engenharia Electrónica e Informática ou similares (a

área mais aproximada disponível é Engenharia, Computação e Tecnologia).

Page 77: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

66

3.5 Doutoramentos por Universidades Portuguesas

A consulta da Base de Doutoramentos por Universidades Portuguesas, disponível em

http://www.oct.mct.pt/htmldout/bdintro.htm, para o domínio Engenharia Electrotécnica e

Informática, entre os anos de 1980 e 1998 forneceu a relação de doutoramentos

constantes no Anexo F. Esta informação provém das próprias universidades, por

disponibilização dos seus registos administrativos ao OCT.

Antes de se concentrar a análise no domínio da Engenharia Electrotécnica e

Informática, indica-se, na Tabela 30, o número de doutoramentos realizados em Portugal

e no estrangeiro (com equivalência), entre 1980 e 1998, para todas as áreas científicas

(apresentação por ordem decrescente de número de doutoramentos).

Tabela 30 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998, por Área Científica(Adaptado de informação disponibilizada aos autores pelo OCT – IPCTN97)

Área Científica N.º deDoutoramento

s

Percentagem

do Total

Ciências da Saúde 837 13%

Ciências Biológicas 502 8%

Engenharia Electrotécnica eInformática

449 7%

Física 387 6%

Química 384 6%

Matemática 351 6%

Ciências Agrárias e Veterinárias 349 6%

História e Arqueologia 300 5%

Economia 283 4%

Ciências da Educação 268 4%

Engenharia Civil e de Minas 266 4%

Engenharia Química 263 4%

Estudos Literários 258 4%

Engenharia Mecânica 238 4%

Page 78: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

67

Ciências da Terra e do Espaço 179 3%

Psicologia 170 3%

Ciências e Engenharia dos Materiais 114 2%

Sociologia 111 2%

Filosofia 100 2%

Engenharia Bioquímica 84 1%

Gestão 78 1%

Linguística 76 1%

Ciências Jurídicas 64 1%

Antropologia 63 1%

Geografia 43 1%

Ciências Políticas 29 0%

Ciências da Comunicação 22 0%

Estudos Artísticos 21 0%

Arquitectura e Urbanismo 12 0%

Demografia 1 0%

Total 6302 100%

Dos 6302 doutoramentos realizados entre 1980 e 1998, 449 inserem-se na área

científica Engenharia Electrotécnica e Informática, o que corresponde a cerca de 7% do

total de doutoramentos terminados e à colocação em terceiro lugar da área referida em

termos de ordenação decrescente do número de doutoramentos por área científica.

Atentando-se exclusivamente na área científica Engenharia Electrotécnica e

Informática, entre 1980 e 1998 (Tabela 31), dos 449 doutoramentos obtidos, 316 são

nacionais (70% aproximadamente) e 133 são equivalências a doutoramentos (30%

aproximadamente).

Page 79: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

68

Tabela 31 - Distribuição do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998

Ano doGrau

N.º de Equivalênciasa Doutoramento

N.º de DoutoramentosNacionais

Total

1980 10 2 12

1981 3 3 6

1982 7 6 13

1983 8 9 17

1984 9 13 22

1985 5 11 16

1986 3 4 7

1987 4 9 13

1988 6 17 23

1989 7 14 21

1990 3 17 20

1991 3 14 17

1992 5 19 24

1993 4 24 28

1994 7 23 30

1995 14 31 45

1996 13 43 56

1997 13 21 34

1998 9 36 45

Total 133 316 449

Em termos de evolução no período considerado, a Figura 18 aponta para a

existência de um período de sustentação no número de doutoramentos a partir dos finais

da década de 80, seguindo-se um reforço desta situação a partir de meados da década de

90.

Page 80: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

69

0

10

20

30

40

50

60

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

Ano

N.º

de

Dou

tora

men

tos

Figura 18 - Evolução do Número de Doutoramentos entre 1980 e 1998

Mantendo a análise da evolução do número de doutoramentos entre 1980 e 1998,

mas distinguindo-se os doutoramentos nacionais das equivalências a doutoramentos

(doutoramentos obtidos no estrangeiro e depois alvo de processo de equivalência

nacional), obtém-se a Figura 19. Da sua observação constata-se que somente nos três

primeiros anos da década de 80 as equivalências a doutoramento ultrapassaram ou

igualaram o número de doutoramentos nacionais. A partir de 1983 o número de

doutoramentos nacionais ultrapassou o número de equivalências a doutoramento,

observando-se muito claramente o distanciar daquele número a partir de 1986. No

período em consideração, de 1980 a 1998, o número de equivalências a doutoramento

tem-se mantido relativamente estável, observando-se uma ligeira subida a partir de

1994. No entanto, a partir deste mesmo ano, o número de doutoramentos nacionais

elevou-se de forma ainda mais significativa, conhecendo uma queda para os níveis de

1994 no ano de 1997. Em 1998, último ano disponível, o número de doutoramentos

nacionais voltou a subir, apesar de não atingir o pico verificado em 1996 (43

doutoramentos).

Page 81: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

70

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

Ano

N.º

de

Dou

tora

men

tos

Equivalência

Nacional

Figura 19 - Evolução do Número de Doutoramentos Nacionais/Equivalências entre 1980 e 1998

Considerando-se a distribuição do número de doutoramentos por universidade

(Tabela 32), verifica-se que a Universidade Técnica de Lisboa lidera com um total de 179

doutoramentos (cerca de 40% do total e quase o dobro da segunda universidade com

mais doutoramentos concedidos, a Universidade do Porto). É ainda observável que a

Universidade do Minho, Universidade da Beira Interior e Universidade do Algarve são as

únicas universidades cujo número de equivalências a doutoramento ultrapassa o número

de doutoramentos nacionais.

Page 82: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

71

Tabela 32 - Distribuição do Número de Doutoramentos, por Universidade

Universidade Equivalência Nacional Total

Universidade Técnica de Lisboa 43 136 179

Universidade do Porto 30 63 93

Universidade de Aveiro 6 40 46

Universidade de Coimbra 14 28 42

Universidade Nova de Lisboa 9 28 37

Universidade do Minho 19 13 32

Universidade de Lisboa 3 3 6

Universidade da Beira Interior 3 1 4

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2 2 4

Universidade do Algarve 4 0 4

ISCTE 0 1 1

Universidade dos Açores 0 1 1

Total 133 316 449

3.6 Projectos de IC&DT em Curso

A consulta da Base de Dados de Projectos em Curso, disponível em

http://www.fct.mct.pt/projx/index2.htm, para a área científica de Engenharia Electrotécnica e

Informática forneceu a relação de projectos constantes no Anexo G.

Com base nos dados obtidos, é possível derivar os valores a seguir apresentados.

Aquando da consulta da Base de Dados referida, encontravam-se em curso 186

projectos, os quais se distribuíam, por ordem decrescente de número de projectos por

instituição proponente conforme se indica na Tabela 33.

A instituição proponente com maior número de projectos em curso é o INESC –

Lisboa (34 projectos), seguida do Instituto Superior Técnico (19 projectos) e do INESC –

Porto e IT – Lisboa, ambos com 18 projectos cada. Em quinto lugar surge a Universidade

do Minho. Em conjunto, estas 5 instituições concentram mais de 50% dos projectos em

curso.

Page 83: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

72

Tabela 33 - Distribuição do Número de Projectos de IC&DT em Curso, por Instituição Proponente

Instituição Proponente N.º deProjectos

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC – Lisboa 34

Instituto Superior Técnico – IST 19

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC – Porto 18

Instituto de Telecomunicações - IT – Lisboa 18

Universidade do Minho 13

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra 10

Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 8

Instituto de Telecomunicações - Aveiro 7

Instituto de Engenharia Biomédica 5

Universidade de Aveiro 5

Dep. de Informática da Fac. de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 4

Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Coimbra 4

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 3

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 3

Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 3

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC - Aveiro 3

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - INESC - Coimbra 3

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 2

Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto 2

Instituto de Telecomunicações - IT - Coimbra 2

Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial 2

UNINOVA - Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 2

Universidade do Algarve 2

Universidade do Porto 2

Centro de Robótica Inteligente - CRI 1

Instituto da Energia - INTERG 1

Instituto de Engenharia Mecânica - IDMEC - Lisboa 1

Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Lisboa 1

Instituto de Sistemas e Robótica - ISR - Porto 1

Instituto Pedro Nunes - Coimbra 1

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa - ISEL 1

Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto - IPP / ISEP 1

Page 84: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

73

Reitoria da Universidade do Porto 1

Universidade da Beira Interior 1

Universidade de Évora 1

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 1

Total 186

Em termos de duração, os projectos apresentam uma duração média de 29,2 meses,

com um desvio padrão de 6,9 meses.

No que diz respeito a montantes de financiamento, apresentados na Tabela 34, o

total de financiamento para todos os projectos em curso ascende a 1.981.296 contos. O

valor médio de financiamento dos projectos em curso é de 10.652 contos, com um desvio

padrão de 9.824 contos.

Tabela 34 - Distribuição dos Montantes de Financiamento, por Instituição Proponente

Instituição Proponente Montante(contos)

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Lisboa 393.601

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Porto 220.794

Instituto Superior Técnico – IST 202.232

Instituto de Telecomunicações – IT - Lisboa 173.61320

Universidade do Minho 157.760

Instituto de Telecomunicações – IT - Aveiro 96.060

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra 79.524

Universidade de Aveiro 72.225

Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 62.310

Dep. de Informática da Fac. de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 58.320

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 57.583

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Lisboa 48.700

20 Face à imprecisão do resultado obtido da consulta à base de dados, interpretou-se o montante de financiamento do projecto

referência 2/2.1/TIT/1641/95 igual a 6.333 contos.

Page 85: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

74

Instituto de Engenharia Biomédica 46.450

Universidade do Porto 38.400

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Coimbra 38.126

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 38.000

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Aveiro 26.650

Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial 22.500

Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 15.225

Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – INESC - Coimbra 13.530

UNINOVA - Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias 13.290

Instituto de Telecomunicações – IT - Coimbra 12.072

Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto 10.867

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 9.560

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa – ISEL 9.210

Universidade da Beira Interior 8.000

Instituto Pedro Nunes - Coimbra 7.300

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 7.180

Instituto de Engenharia Mecânica – IDMEC - Lisboa 6.897

Reitoria da Universidade do Porto 6.800

Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto – IPP/ISEP 6.160

Universidade do Algarve 6.120

Instituto da Energia – INTERG 5.945

Centro de Robótica Inteligente – CRI 3.720

Instituto de Sistemas e Robótica – ISR - Porto 3.500

Universidade de Évora 3.072

Total 1.981.29621

21 Face à imprecisão do resultado obtido da consulta à base de dados, interpretou-se o montante de financiamento do projecto

referência 2/2.1/TIT/1641/95 igual a 6.333 contos.

Page 86: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

75

3.7 Bolsas de IC&DT

A consulta da Base de Dados de Bolseiros - Programa PRAXIS XXI, disponível em

http://www.fct.mct.pt/bolsas/index2.htm, para a área científica de Engenharia Electrotécnica e

Informática forneceu a relação de bolsas constantes no Anexo H. Esta base de dados

contém as bolsas do programa PRAXIS XXI, iniciado em 1994, bem como as bolsas que

transitaram do programa CIENCIA, sendo apresentadas tanto as bolsas em curso como as

inactivas (terminadas, suspensas ou em outras situações de interrupção temporária).

No Anexo H deste documento a relação das bolsas encontra-se classificada de

acordo com os seguintes seis tipos de bolsas: bolsas de pós-doutoramento, bolsas de

doutoramento, bolsas de mestrado, bolsas de iniciação à investigação científica, bolsas

para técnico de investigação e bolsas para cientistas convidados. Com base nos dados

obtidos, é possível derivar os seguintes valores, de acordo com o tipo de bolsa.

i. Bolsas de Pós-Doutoramento

As bolsas de pós-doutoramento destinam-se a investigadores doutorados que

pretendam realizar trabalhos avançados de investigação científica em Universidades ou

Instituições Científicas Portuguesas ou Estrangeiras

[http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm]. Estas bolsas têm uma duração anual,

prorrogável até ao máximo de 6 anos.

Entre 1994 e 1999 foram iniciadas 16 bolsas de pós-doutoramento, distribuindo-se

nesse período conforme se ilustra na Figura 20.

Page 87: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

76

2

3

5

0

3 3

0

1

2

3

4

5

6

1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 20 - Evolução do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa

O INESC é a instituição de acolhimento com maior número de investigadores

bolseiros de pós-doutoramento (4 bolseiros). Os três principais países de acolhimento

foram Portugal (10 bolseiros a desenvolver actividade), os EUA (com 4 bolseiros) e o

Reino Unido (2 bolseiros).

Tabela 35 - Distribuição do Número de Bolsas de Pós-Doutoramento, por Instituição de Acolhimento

Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas

INESC Portugal 4Universidade Nova de Lisboa Portugal 2University of Florida EUA 2Imperial College Science & Technology & Medicine Reino Unido 1INEB Portugal 1Institute of Physical and Chemical Research - Riken Japão 1ISR Portugal 1IT Portugal 1Michigan State University EUA 1Royal Institute of Technology Suécia 1SRI International EUA 1Universidade do Porto Portugal 1University College London Reino Unido 1University Eindhoven Holanda 1

Total 1922

A duração média das bolsas de pós-doutoramento foi de 12,3 meses, com um desvio

padrão de 9,9 meses.

Page 88: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

77

ii. Bolsas de Doutoramento

As bolsas de doutoramento destinam-se a licenciados ou mestres que pretendam

obter o grau de doutor por Universidades Portuguesas ou Estrangeiras e têm uma

duração anual, prorrogável até ao máximo de 4 anos

[http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm].

Entre 1993 e 1999 foram iniciadas 295 bolsas de doutoramento. Neste período o

ano de 1995 apresenta o valor mais elevado de bolsas iniciadas (Figura 21).

36

53

62

31

51

31 31

0

10

20

30

40

50

60

70

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 21 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento, por Ano de Início de Bolsa

Atentando no país de acolhimento, cerca de 55% dos bolseiros iniciaram

doutoramento em Portugal, cerca de 19% no Reino Unido e cerca de 11% nos EUA. Estes

22 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de

acolhimento.

Page 89: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

78

três países representam cerca de 85% do total de bolsas iniciadas no período em

consideração (Tabela 36).

Tabela 36 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento

País de Acolhimento N.º de Bolsas Percentagem

Alemanha 7 2,37%

Áustria 2 0,68%

Bélgica 3 1,02%

Brasil 1 0,34%

Dinamarca 1 0,34%

Espanha 4 1,36%

EUA 32 10,85%

Finlândia 1 0,34%

França 16 5,42%

Holanda 2 0,68%

Irlanda 1 0,34%

Itália 2 0,68%

Portugal 163 55,25%

Portugal, Dinamarca 1 0,34%

Reino Unido 56 18,98%

Suíça 3 1,02%

Total 295 100,00%

Na Figura 22 ilustra-se a evolução do número de bolsas para os três países de

acolhimento mais representativos. Será importante aguardar pelos dados dos próximos

anos para perceber o sentido da evolução das bolsas de doutoramento para estes três

países em particular.

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79

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

EUA

Portugal

Reino Unido

Figura 22 - Evolução do Número de Bolsas de Doutoramento para os Três Países de AcolhimentoMais Representativos

Quanto à distribuição das bolsas por instituição de acolhimento (Tabela 37)

observa-se que o INESC assume a dianteira com 43 bolsas. Nos EUA, a instituição de

acolhimento com maior número de bolseiros é o Massachusetts Institute of Technology

(8 bolseiros); no Reino Unido, a instituição de acolhimento com maior número de

bolseiros é a University College London (8 bolseiros).

Tabela 37 - Distribuição do Número de Bolsas de Doutoramento, por Instituição de Acolhimento

Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas

INESC Portugal 43

Universidade Técnica de Lisboa Portugal 29

Instituto de Telecomunicações Portugal 21

Universidade Nova de Lisboa Portugal 18

Universidade do Porto Portugal 17

Universidade de Coimbra Portugal 16

Universidade do Minho Portugal 15

Page 91: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

80

Universidade de Aveiro Portugal 12

Massachusetts Institute of Technology EUA 8

University College London Reino Unido 8

Technische Hochschule Darmstadt Alemanha 5

University of Kent Reino Unido 5

ISR Portugal 4

University of California EUA 4

University of Essex Reino Unido 4

University of London Reino Unido 4

University of Southampton Reino Unido 4

Imperial College of Science Technology & Medicine Reino Unido 3

INRIA França 3

Lancaster University Reino Unido 3

Oregon State University EUA 3

Universidade do Algarve Portugal 3

University of Illinois EUA 3

University of Manchester Reino Unido 3

University of Salford Reino Unido 3

CNIG Portugal 2

CNRS França 2

INEB Portugal 2

Joint Research Centre Itália 2

LIP Portugal 2

Northeastern University EUA 2

Universidade Barcelona Espanha 2

Université Pierre et Marie Curie França 2

University of Glasgow Reino Unido 2

University of Oxford Reino Unido 2

University of Reading Reino Unido 2

University of Sheffield Reino Unido 2

University of Surrey Reino Unido 2

Aarhus University Dinamarca 1

Carnegie Mellon University EUA 1

CERN Suíça 1

Delft University of Technology Holanda 1

Ecole des Mines de Paris França 1

Page 92: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

81

École Polytechinique Fédérale de Lausanne Suíça 1

École Polytechnique França 1

Empresa Nacional de Telecomunicações Portugal 1

FORWISS Alemanha 1

Fundação para a Computação Científica Nacional Portugal 1

Georgia Institute of Technology EUA 1

Helsinki University of Technology Finlândia 1

IGC, INRETS França 1

INETI Portugal 1

Institute EURÉCOM França 1

Instituto National Polytechnique de Toulouse Espanha 1

Instituto Pedro Nunes Portugal 1

Iowa State University EUA 1

Katholieke Univ. Leuven Bélgica 1

Portland State University EUA 1

Rensselaer Polytechnic Institute EUA 1

State University of New York EUA 1

Swiss Federal Institute of Technology Suíça 1

Technische Univ. Wien Áustria 1

Universidade de Lisboa Portugal 1

Universidade de Valladolid Espanha 1

Universidade de Versailles França 1

Universidade D'Orleans França 1

Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil 1

Universidade Gent Bélgica 1

Universidade Hannover Alemanha 1

Université de Rennes I França 1

Université Libre de Bruxelles Bélgica 1

Université Paris Dauphine França 1

University College of North Wales Reino Unido 1

University of Aberdeen Reino Unido 1

University of Arizona EUA 1

University of Bristol Reino Unido 1

University of Edinburgh Reino Unido 1

University of Florida EUA 1

University of Georgia EUA 1

Page 93: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

82

University of Hull Reino Unido 1

University of Leeds Reino Unido 1

University of Limerick Irlanda 1

University of Michigan EUA 1

University of Newcastle Reino Unido 1

University of North Carolina EUA 1

University of Nothingham Reino Unido 1

University of Wisconsin EUA 1

University of York Reino Unido 1

Total 31623

A duração média das bolsas foi de 31,4 meses, com um desvio padrão de 15,5 meses.

A duração média das bolsas em Portugal foi de 32,3 meses (Tabela 38).

Tabela 38 - Duração Média das Bolsas de Doutoramento, por País de Acolhimento

País deAcolhimento

Duração Média(meses)

Alemanha 26,4Áustria 30,0Bélgica 12,0Brasil 36,0Dinamarca 30,0Espanha 23,0EUA 35,1Finlândia 48,0França 26,9Holanda 48,0Irlanda 12,0Itália 24,0Portugal 32,3Portugal, Dinamarca 48,0Reino Unido 29,2Suíça 40,0

23 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de

acolhimento.

Page 94: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

83

iii. Bolsas de Mestrado

As bolsas de mestrado destinam-se a licenciados que pretendam obter o grau de

mestre por Universidades Portuguesas ou Estrangeiras e, actualmente, apenas apoiam o

período de dissertação do Mestrado [http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm].

No que concerne à duração, este tipo de bolsas é, em princípio, anual.

No período compreendido entre 1994 e 1999 foram iniciadas 243 bolsas de

mestrado. Neste período verifica-se uma diminuição progressiva do número de bolsas

iniciadas (Figura 23).

78 78

39

27

12 9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 23 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por Ano de Início de Bolsa

No que respeita ao país de acolhimento, os trabalhos de mestrado efectuados por

alunos bolseiros desenvolveram-se em Portugal, Reino Unido, EUA e França. A esmagadora

maioria das bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento (cerca de 97%).

Page 95: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

84

A duração média das bolsas em Portugal é de 18 meses e é superior à duração média

das bolsas para os outros países de acolhimento (Tabela 39).

Tabela 39 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento

País de Acolhimento N.º de Bolsas Percentagem Duração Média(meses)

Brasil 1 0,41% 10

EUA 2 0,82% 12

França 1 0,41% 12

Portugal 235 96,71% 18

Reino Unido 4 1,65% 15

Total 243 100,00% 18

Em termos evolutivos (Figura 24) constata-se a diminuição progressiva e acentuada

do número de bolsas de mestrado iniciadas em Portugal, bem como a estabilidade e

reduzida expressão do número de bolsas de mestrado que apresentam outro país de

acolhimento que não Portugal.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1994 1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

EUA

França

Portugal

Reino Unido

Figura 24 - Evolução do Número de Bolsas de Mestrado, por País de Acolhimento e por Ano de Início de Bolsa

Page 96: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

85

Quanto às instituições de acolhimento, o INESC apresenta o maior número de

bolseiros acolhidos, com um total, no período considerado, de 73 bolsas, seguindo-se a

Universidade do Minho com 40 (Tabela 40).

Tabela 40 - Distribuição do Número de Bolsas de Mestrado, por Instituição de Acolhimento

Instituição de Acolhimento País N.º deBolsas

INESC Portugal 73

Universidade do Minho Portugal 40

Universidade Técnica de Lisboa Portugal 27

Universidade do Porto Portugal 22

Instituto de Telecomunicações Portugal 18

Universidade de Coimbra Portugal 17

Universidade de Aveiro Portugal 16

Universidade Nova de Lisboa Portugal 15

Universidade de Lisboa Portugal 6

INEB Portugal 2

Universidade do Algarve Portugal 2

Carnegie Mellon University EUA 1

CNIG Portugal 1

Ecole Nationale Supérieure des Télécommunications França 1

Massachusetts Institute of Technology EUA 1

Universidade Federal de Minas Gerais Brasil 1

University of Edinburgh Reino Unido 1

University of Hull Reino Unido 1

University of Leeds Reino Unido 1

University of Oxford Reino Unido 1

Total 24724

24 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de

acolhimento.

Page 97: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

86

A duração média das bolsas foi de 18,0 meses, com um desvio padrão de 5,9 meses.

iv. Bolsas de Iniciação à Investigação Científica

As bolsas de iniciação à investigação científica destinam-se a jovens, licenciados

ou bacharéis, diplomados há menos de 2 anos, que estejam envolvidos preferencialmente

em dedicação exclusiva e em projectos de investigação apoiados pelo PRAXIS, a realizar

no país [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é anual, prorrogável até ao máximo de 3

anos.

Entre 1995 e 1999 foram iniciadas 64 bolsas de iniciação à actividade científica,

tendo no ano de 1997 ocorrido um pico de 33 bolsas (Figura 25).

14

4

33

8

5

0

5

10

15

20

25

30

35

1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 25 - Evolução do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Ano de Início de Bolsa

No período considerado, o INESC acolheu 25 dos 64 bolseiros (cerca de 39% do

total), seguindo-se o Instituto de Telecomunicações com 17 bolseiros (cerca de 27% do

Page 98: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

87

total), pelo que estas duas instituições foram responsáveis pelo acolhimento de cerca de

65% dos investigadores com este tipo de bolsa (Tabela 41).

Tabela 41 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição deAcolhimento

Instituição de Acolhimento País N.º de Bolsas

INESC Portugal 25

Instituto de Telecomunicações Portugal 17

ISR Portugal 6

Universidade Técnica de Lisboa Portugal 6

Universidade Porto Portugal 4

Universidade Nova de Lisboa Portugal 3

Universidade de Aveiro Portugal 1

Universidade do Minho Portugal 1

Universidade do Porto Portugal 1

Total 64

Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento.

A duração média das bolsas foi de 18,6 meses, com um desvio padrão de 9,9 meses.

v. Bolsas para Técnico de Investigação

As bolsas para técnico de investigação destinam-se a proporcionar formação

complementar especializada a técnicos, em instituições de IC&DT nacionais ou

estrangeiras, no domínio da manutenção e funcionamento de equipamentos, de utilização

de infra-estruturas laboratoriais de carácter científico, apoiando o desenvolvimento de

projectos de investigação e inovação [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é

variável, até ao limite máximo de 2 anos consecutivos.

No período compreendido entre 1995 e 1999 foram iniciadas 36 bolsas para técnico

de investigação, as quais se distribuíram no tempo de acordo com a Figura 26.

Page 99: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

88

4

10

11

6

5

0

2

4

6

8

10

12

1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 26 - Evolução do Número de Bolsas para Técnico de Investigação, por Ano de Início de Bolsa

A distribuição do número de bolsas em análise por instituição de acolhimento

encontra-se sintetizada na Tabela 42: o INESC e a Universidade do Porto são as

instituições de acolhimento com maior número destas bolsas, nomeadamente 8 bolsas

cada um (equivalente a cerca de 43% do total quando consideradas em conjunto).

Tabela 42 - Distribuição do Número de Bolsas de Iniciação à Actividade Científica, por Instituição deAcolhimento

Instituição de Acolhimento País deAcolhimento

N.º deBolsas

INESC Portugal 8

Universidade do Porto Portugal 8

Instituto de Telecomunicações Portugal 3

Universidade Nova de Lisboa Portugal 3

Instituto Pedro Nunes Portugal 2

ISR Portugal 2

Universidade de Lisboa Portugal 2

Page 100: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

89

Universidade do Minho Portugal 2

Universidade Técnica de Lisboa Portugal 2

Centro de CIM do Porto Portugal 1

CERN França 1

INEB Portugal 1

Instituto de EngenhariaMecânica

Portugal 1

Universidade de Aveiro Portugal 1

Total 3725

Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento, excepto uma, cujas

actividades foram desenvolvidas em França.

A duração média das bolsas foi de 17,4 meses, com um desvio padrão de 7,3 meses.

vi. Bolsas para Cientistas Convidados

As bolsas para cientistas convidados destinam-se a docentes ou investigadores

seniores residentes no estrangeiro, com curriculum científico de mérito

reconhecidamente elevado, para apoio a actividades de formação avançada e de

investigação científica em Portugal [FCT 1999]. A duração deste tipo de bolsa é variável,

entre um mínimo de 3 meses e um máximo de 2 anos.

Entre 1995 e 1999 foram iniciadas 9 bolsas para cientistas convidados, as quais se

distribuíram nesse período de acordo com o ilustrado na Figura 27.

25 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de

acolhimento.

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90

4

2

1 1 1

0

1

2

3

4

5

1995 1996 1997 1998 1999

Ano

N.º

de

Bol

sas

Figura 27 - Evolução do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Ano de Início de Bolsa

A distribuição das bolsas por instituição de acolhimento pode ser observada na

Tabela 43: 5 entidades pertencentes ao Sector Ensino Superior acolheram 6 bolseiros, 3

entidades pertencentes ao Sector IPSFL acolheram 5 bolseiros e 1 entidade pertencente

ao Sector Empresas acolheu 1 bolseiro.

Tabela 43 - Distribuição do Número de Bolsas para Cientistas Convidados, por Instituição de Acolhimento

Instituição de Acolhimento País N.º de BolsasINESC Portugal 3Universidade de Aveiro Portugal 2INEB Portugal 1Instituto de Telecomunicações Portugal 1Oblog Software, S.A. Portugal 1Universidade do Porto Portugal 1Universidade de Lisboa Portugal 1Universidade do Algarve Portugal 1Universidade Técnica de Lisboa Portugal 1

Total 1226

26 O total de bolsas é diferente do inicialmente avançado devido a certas bolsas envolverem mais do que uma instituição de

acolhimento.

Page 102: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

91

Todas as bolsas apresentam Portugal como país de acolhimento.

A duração média das bolsas cifrou-se em 10,9 meses, com um desvio padrão de 5,8

meses.

3.8 Eventos de IC&DT Financiados via FACC

O Programa FACC (Fundo de Apoio à Comunidade Científica) tem por objectivo

apoiar, de forma selectiva, iniciativas de interesse para a comunidade científica

portuguesa que concorram para a promoção de actividades de IC&DT e/ou de transmissão

de conhecimentos em todos os domínios científicos [http://www.fct.mct.pt/facc].

De acordo com o regulamento do Programa FACC, disponível em

http://www.fct.mct.pt/facc, são apoiadas actividades de organização de reuniões científicas

em Portugal, edição de publicações periódicas de reconhecido mérito, funcionamento de

sociedades científicas ou outras instituições científicas da mesma natureza, edição de

publicações não periódicas de reconhecido mérito e, em condições especificamente

determinadas, participação em reuniões científicas no estrangeiro de estudantes de

pós-graduação ou investigadores pós-doutorados residentes em Portugal e estada em

Portugal de cientistas residentes no estrangeiro.

No Anexo I listam-se os eventos financiados pelo FACC, inseridos na área científica

de Engenharia Electrotécnica e Informática, para o ano de 1999. Os 16 eventos

financiados ascenderam a um total de 8.500 contos. Nota-se que não foi possível coligir

dados referentes a outras vertentes do Programa FACC tais como edição de publicações,

funcionamento de sociedades científicas, etc.

Page 103: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

92

4. Conclusão

No final deste relatório crê-se estarem reunidas as condições para derivar algumas

conclusões sobre as actividades de investigação científica e desenvolvimento

tecnológico efectuadas em Portugal no domínio da Engenharia Electrotécnica e

Informática. Lamentavelmente, por inexistência de dados e falta de documentação não é

possível apresentar conclusões específicas ao verdadeiro domínio científico de interesse

(tecnologias e sistemas de informação), nem tão pouco perspectivar o papel do Sector

Empresas para o domínio considerado.

Globalmente, a IC&DT desenvolvidos na área Engenharia Electrotécnica e

Informática é de nível elevado.

Os investigadores possuem elevada qualificação profissional, em especial no que

concerne a investigadores doutorados a desenvolver actividades nos Sectores IPSFL e

Ensino Superior, dinamismo e uma média de idades relativamente baixa, na ordem dos 34

anos. Refira-se ainda o número substancial de doutoramentos, em crescendo desde 1986

(ano de entrada de Portugal na Comunidade Europeia), o que se reflecte na posição de

destaque ocupada pelo domínio da Engenharia Electrotécnica e Informática no universo

de todos os doutoramentos nacionais. Por outro lado, o número de investigadores do

sexo feminino é francamente inferior ao número de investigadores de sexo masculino.

Referentemente à condução das actividades de IC&DT verifica-se a premência do

surgimento de lideranças fortes a nível das direcções das instituições de IC&DT, dos seus

grupos de investigação e dos projectos desenvolvidos.

Em termos da distribuição geográfica da despesa e recursos humanos notam-se

diversas assimetrias, com especial incidência nos distritos de Lisboa e Porto, apesar do

Sector Ensino Superior apresentar uma boa dispersão nacional.

Page 104: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

93

Finalmente, refere-se a grande expressão da participação portuguesa em programas

comunitários de IC&DT na área das Tecnologias da Informação e Comunicações, o que

indicia um papel de relevo do domínio específico das Tecnologias e Sistemas de

Informação no âmbito da participação nacional, uma apreciável capacidade de resposta

do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia neste domínio em particular e um

considerável alinhamento nacional com as apostas estratégicas da União Europeia em

termos de actividades de IC&DT.

Page 105: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

94

Referências

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Park.

Breukel, A. e J.L. Simons1993 Competitive Strategy and Organizational Structure: Key Factors for Competitive Advantage with IT,

Proceedings of 1993 Information Resources Management Association International Conference,Harrisburg.

Caraça, J.M.G., F. Gonçalves, J.M.B. de Brito, A. Mateus, J.M.F. Ribeiro, A. Faísca e C. Moreno1993 Study of the Impact of Community RTD Programmes on the Portuguese S&T Potential, Junta Nacional

de Investigação Científica e Tecnológica, Lisboa.

FCT1999 Regulamento da Medida 4 do Programa PRAXIS XXI – Formação Avançada de Recursos Humanos,

Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Lisboa.

JNICT1996 Relatório de Actividades 1994 e 1995, Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica,

Lisboa.

OCDE1993 Frascati Manual, OCDE, Paris.

OCT1996 Relatório de Avaliação de Unidades Financiadas pelo Programa Plurianual - Engenharia Electrotécnica

e Informática, Observatório das Ciências e das Tecnologias, Ministério da Ciência e da Tecnologia,Lisboa.

OCT1999 Perfil da Investigação Científica em Portugal - Engenharia Electrotécnica e de Computadores,

Observatório das Ciências e das Tecnologias, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Ministério daCiência e da Tecnologia, Lisboa.

Page 106: Investigação científica e desenvolvimento tecnológico em ... · investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) no domínio das tecnologias e sistemas de informação

95

SECT1995a Guide to R&D in Portugal, Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Ministério do Planeamento e

da Administração do Território, Lisboa.

1995b Ciência e Tecnologia 1993/94, Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Ministério do Planeamentoe da Administração do Território, Lisboa.

URLs da FCT

http://www.fct.mct.pt/facc

http://www.fct.mct.pt/formacao/regulamento/index2.htm

http://www.fct.mct.pt/projx/index2.htm

http://www.fct.mct.pt/unidades/avproj/index2.htm

http://www.fct.mct.pt/unidades/regulam/

http://www.fct.mct.pt/unidex/cabunid.htm

URLs do MCT

http://www.mct.pt/ForumCT/texto.htm

http://www.mct.pt/novo/organi.htm

URLs do OCT

http://www.oct.mct.pt/activ/ipctn97/ip_apres.htm

http://www.oct.mct.pt/estat/4c_comp.htm

http://www.oct.mct.pt/estat/dotacoes/indice.htm

http://www.oct.mct.pt/estat/produ/proci_t.htm

http://www.oct.mct.pt/htmldout/bdintro.htm

http://www.oct.mct.pt/htmlinst/bdintro.htm

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Anexos