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ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE – Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação
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Uso do Material didático Digital na EaD do ponto de vista dos estudantes
Helenice Ramires Jamur Glaucia da Silva Brito
(UFPR e Centro Universitário Internacional Uninter)
Resumo: O material didático tem sido um dos protagonistas na Educação a distância desde a sua criação até os dias atuais. Com as tecnologias digitais, hoje tem sido cada vez mais inserido o uso do material didático no formato digital. No entanto, em alguns casos, esse material ainda se restringe ao livro digitalizado, que é a versão em .pdf do livro para impressão. Diante disso, se faz necessário compreender como os hábitos de estudo dos estudantes universitários dessa modalidade têm influenciado na trajetória desse tipo de produção didática, possibilitando a criação de outros modelos de materiais didáticos. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo central a compreensão do papel do hipertexto cooperativo (PRIMO, 2013) verificando o ponto de vista dos estudantes quanto ao uso do material digital para o processo educativo. Para isso, foi aplicado um questionário como instrumento de coleta de dados, com questões abertas e fechadas, perguntando aos estudantes de cursos superiores na modalidade a distância e semipresencial, em uma instituição que elabora um material especificamente para o meio digital, quais são as condições em que utilizam o material digital e o desejo por algumas formas de interação presentes e ausentes em seu material. Para fundamentar este estudo, optou-‐se pela concepção de cibercultura de Levy (2010), o conceito de interação e cooperação de Belloni (2010) e Primo (2013), a concepção de Freire (1996) especialmente no que tange à reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem. Os resultados parciais indicam a necessidade dos estudantes e o espaço presente para o uso de um material cooperativo, permitindo a coautoria e o debate frente ao conteúdo trabalhado. Por outro lado, verificou-‐se a presença da cultura escolar quanto ao papel do material didático impresso, abrindo espaço para a manutenção desse modelo de material didático mesmo frente às inovações presente e possíveis. Palavras-‐chave: material didático digital, educação a distância, hipertexto. Abstract: The didactic material has been one of the protagonists in distance education from its creation to the present day. With the digital technologies, today it has been increasingly inserted the use of didactic material in the digital
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format . However, in some cases, this material is still restricted to the scanned book, which is the .pdf version of the printed book. In view of this, it is necessary to understand how the study habits of university students of this modality have influenced the trajectory of this type of didactic production, allowing the creation of other models of didactic materials. In view of this ,the main objective of this study is to understand the role of cooperative hypertext (PRIMO, 2013), verifying the students' point of view regarding the use of digital material for the educational process. For this, a questionnaire was applied as a data collection instrument, with open and closed questions, asking the students of distance and semi-‐distance university courses, in an institution that elaborates a material specifically for the digital environment, what are the conditions in which they use digital material and the desire for some ways of interaction, present and absent in their material. In order to base this study, we opted for the conception of cyber culture of Levy (2010), the concept of interaction and cooperation of Belloni (2010) and Primo (2013), the conception of Freire (1996), especially with regard to the reflection on the teaching and learning process. The partial results indicate the students' need and the present space for the use of a cooperative material, allowing the co-‐authorship and the debate on the content worked. On the other hand, it was verified the presence of the school culture regarding the role of printed didactic material, opening space for the maintenance of this model of didactic material even in front of present and possible innovations. Key words: digital didactic material, distance education, hypertext
Introdução
A cultura digital, forte característica deste século, discutida por Levy (2010),
Lemos (2013) e Castells (2014), não se trata de uma forma de interagir própria de um
determinado grupo, mas sim de toda uma cultura que criou e se apropriou dessa
tecnologia digital que vem evoluindo de forma acelerada. Nesse cenário de mudança,
em que há a forte presença dessa cultura digital, a escola em qualquer nível de ensino
passa a vivenciar o uso dessa tecnologia digital de diferentes formas, ora restrita ao
uso pessoal dos alunos, ora explorando esse uso e se apropriando desses recursos. Há
diferentes pesquisas que apontam e discutem o fato da escola não se apropriar de
algumas tecnologias para o processo de ensino e aprendizagem, no entanto, a
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educação a distância (EaD) tem feito uma caminhada diferente das instituições
presenciais e das escolas de educação básica, inclusive o crescimento exponencial
dessa modalidade de ensino se deve muito às tecnologias digitais, à internet e à Web
2.0, que possibilitou a interação entre alunos nos Ambientes Virtuais de
Aprendizagem.
Um dos pontos que merece ser discutido amplamente na educação a distância,
o qual temos nos debruçado, é a questão do material didático. É importante destacar
que nessa modalidade, o material didático amplia a sua função, se configurando e
praticamente se fundindo com o conceito de “aula” da Educação a Distância, a
principal fonte de mediação, já que não há necessariamente um professor presente
em todos os momentos com os alunos, embora tenhamos os tutores, fica à cargo do
material didático, que foi elaborado pelo professor, a condução de grande parte do
processo educativo. Nesse material a presença do professor é virtual, se dá por meio
de vídeos ou predominantemente por meio de texto escritos, que representam a
mediação do professor materializada no texto dos livros e até em outros conteúdos
com formato digital. Isso significa que o material didático da Educação a Distância
precisa dar conta de muito mais que os livros didáticos do ensino presencial, pois será
ele o responsável por instigar o aluno na busca pelo conhecimento, na pesquisa, terá
que problematizar e responder aos problemas, colocando no formato escrito ou
multimídia toda a didática de uma boa aula.
No Brasil, tem crescido a apropriação da linguagem audiovisual no processo
educativo da Educação a Distância, no entanto os materiais didáticos digitais
apresentados em formato multimídia seguem sendo utilizados em conjunto com os
materiais impressos no ensino superior a distância. Além disso, muitos desses
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materiais que se dizem digitais, são predominantemente textuais como o livro e,
muitas vezes, apenas o arquivo em extensão .pdf do mesmo texto impresso.
É inegável o espaço que o livro ocupa na nossa cultura, mas também são
visíveis as mudanças culturais a partir da difusão das novas tecnologias de informação
e comunicação (TIC). As chamadas TICs passaram a facilitar, automatizar e, porque
não, controlar os processos nas mais diferentes ações humanas, desde as principais
transações comerciais, passando pelo processo eleitoral, o pedido de um taxi, até
mesmo na medicina é possível encontrar o uso das tecnologias digitais para
diagnósticos ou mesmo delicadas cirurgias. Essa cultura digital, conhecida por
cibercultura, discutida por Levy (2010), Lemos (2013) e Castells (2014), não se trata de
uma forma de interagir própria de um determinado grupo, mas de toda uma cultura
que criou e se apropriou dessa tecnologia que vem evoluindo de forma acelerada.
Neste século vivenciamos uma EaD digital, com ambientes virtuais de
aprendizagem cada vez mais sofisticados, no entanto, os materiais didáticos da
modalidade parecem não acompanhar na mesma velocidade.
Diante disso, precisamos localizar os pontos de permanência do modelo
tradicional de material didático, identificando o que são os materiais digitais da
atualidade e de que maneira os próprios estudantes e a cultura escolar podem ter
influência nessa escolha pelos materiais utilizados, as questões que de fato estão
presentes nessa preferência.
Além disso, pretendemos evidenciar como a cultura escolar está presente no
uso dos materiais didáticos digitais e como os hábitos de leitura podem se relacionar
com as escolhas dos estudantes na hora de estudar, dessa forma será possível
compreender como e se o material digital cooperativo teria potencial para mudar a
forma de estudo na modalidade a distância o papel do hipertexto nessa mudança.
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Em outro estudo nosso apresentado JAMUR & BRITO (2017), questionamos o
papel da linguagem hipertextual presente nesse material digital, por meio de análise
documental verificamos nos materiais didáticos de duas instituições de ensino superior
a distância brasileiras, o uso de elementos hipertextuais que possibilitassem a
participação dos estudantes no processo educativo. Nesse estudo observou-‐se a
ausência dessas possibilidades de coautoria e interferências dos alunos ao material
digital utilizado.
Dando continuidade à essa questão, a presente investigação, trata-‐se de um
estudo exploratório desenvolvido como parte de uma pesquisa de doutorado ainda em
andamento, na Universidade Federal do Paraná, e tem como objetivo o levantamento
dos hábitos de estudo dos estudantes na modalidade em questão, analisando as
possibilidades e desejos de interação, especificamente de coautoria, no ponto de vista
dos alunos. A questão norteadora deste estudo exploratório se resume no seguinte:
Como a cultura escolar dos estudantes universitários da modalidade a distância têm
influenciado na trajetória desse tipo de produção didática, possibilitando a criação
de outros modelos de materiais didáticos. O objetivo é compreender como as
práticas de leitura dos estudantes universitários dessa modalidade têm influenciado na
trajetória desse tipo de produção didática, possibilitando ou impedindo a criação de
outros modelos de material didático e de que maneira podem contribuir para o
formato do material didático digital produzido, considerando uma proposta
cooperativa.
Fundamentação Teórica
Há abundantes pesquisas categorizadas por Perez & Aretio (2014) como de
nível médio, que abordam aspectos de Gestão, organização e tecnologia na Educação a
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distância, ao passo que têm sido escassas as pesquisas de nível micro, na qual o autor
incluí as pesquisas sobre Ensino e Aprendizagem na educação a distância, abrangendo
as pesquisas sobre design educacional, interação e comunicação nas comunidades de
aprendizagem e características dos alunos. É exatamente nessa ausência de pesquisas
que nossa investigação se insere, na relação entre a produção do material didático, ou
seja, abordando o design educacional, a promoção da interação e as características dos
estudantes que possam contribuir para as mudanças nos materiais didáticos digitais da
modalidade de ensino a distância.
Além disso, tem sido privilegiado o olhar dos professores frente aos
questionamentos realizados nas pesquisas, embora seja um ponto de vista
completamente relevante, ainda há poucas pesquisas que tem como seus os
protagonistas do processo educativo, os próprios alunos. Nesse aspecto cito Chaves
(2015) como um dos trabalhos dedicados ao estudo do livro didático impresso, que
opta pelo olhar dos estudantes na análise dos livros de história e extrai importantes
respostas à problemática apresentada, a leitura da tese de Chaves foi o que nos levou
a pensar nos alunos como colaboradores para este estudo, porque o autor demonstra
que as categorias de análise dos alunos são significativas para a resposta da
problemática desenvolvida. Ainda destacando as pesquisas que se atentam para o
olhar do aluno, faço referência à contribuição de KAMINSKI (2017) que problematiza a
mediação pedagógica e tecnológica sob o olhar do discente, revelando uma solidão
dos alunos nos cursos a distância, o que fortalece a relevância da nossa investigação
que busca de um material didático que oportunize momentos de troca, coautoria e
cooperação entre os estudantes.
Defendemos que essa cooperação pode ganhar força com o uso de materiais
didáticos digitais hipertextuais, para isso precisamos esclarecer os conceitos de
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hipertexto deste trabalho. LANDOW (1992), SNYDER (1996) são autores clássicos ao se
discutir o hipertexto em diferentes trabalhos, no entanto, algumas pesquisas
brasileiras se dedicaram a atualizar o conceito de hipertexto, especialmente nos
programas de pós-‐graduação em linguística. GOMES (2011), XAVIER (2007), DIAS
(2008) são exemplos cujos trabalhos optam por uma definição de hipertexto como o
texto que possibilita leituras não contínuas, de modo que são escolhas teóricas do
presente trabalho, entendendo que o hipertexto não se restringe ao meio digital, mas
encontra nele a tecnologia para sua expansão e novos formatos de leitura.
Embora Castells (2003, p. 165), que fundamenta os estudos de cibercultura
deste trabalho, apresente um ponto de vista diferente sobre o tema, no qual o
hipertexto sequer existiria concretamente, seria uma manifestação cultural e
individual, não optamos por esse ponto de vista porque, de fato, nosso olhar está
sobre o que se concretiza de hipertexto no material didático, embora concordemos
que nossa linguagem por si só seja hipertextual uma vez que faz referências dentro de
outras durante o processo comunicativo. O trecho a seguir ilustra a visão de Castells
sobre a temática;
Assim, por causa da internet, e apesar da multimídia, temos de fato um hipertexto: não o hipertexto, mas meu hipertexto, seu hipertexto e o hipertexto de todos os demais. Por enquanto, porém, esses hipertextos, são limitados, porque a largura da banda e o acesso são limitados. (Castells, 2003, p. 166)
Para Gomes (2011, p.150) o hipertexto só existe mesmo de forma virtual, para
ele os links que direcionam para outras partes do texto seriam a característica principal
do hipertexto.
O hipertexto pode ser entendido como um texto exclusivamente virtual que possui como elemento central a presença de links. Esses links, que podem ser palavras, imagens, ícones etc., remetem o leitor a outros textos, permitindo percursos diferentes de leitura e de
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construção de sentidos a partir do que for acessado e, consequentemente, pressupõe certa autonomia de escolha dos textos a serem alcançados através dos links. É um texto que se atualiza ou se realiza, se concretiza, quando clicado, isto é, quando percorrido pela seleção de links. (GOMES, 2011, p. 15)
Essa prática de leitura em meios digitais é tratada de forma esclarecedora por
Coscarelli (2012, 2016), que delimita as competências linguísticas diferentes entre navegar por um texto ou fazer a leitura no material impresso. Para a autora, a diferença está sobretudo na forma com que se produzem os materiais e a concepção de livro didático que ainda permanece. A chamada cibercultura traz consigo novas formas de lidar com o texto, Lévy menciona o hipertexto digital como essa grande mudança:
Para cada uma das grandes modalidades do signo, texto alfabético, música ou imagem, a cibercultura faz emergir uma nova forma ou maneira de agir. O texto dobra-‐se, redobra-‐se, divide-‐se e volta a colar-‐se pelas pontas e fragmentos: transmuta-‐se em hipertextos e os hipertextos conectam-‐se para formar o plano hipertextual indefinidamente aberto e móvel da web. (LÉVY, 2010, p. 151-‐ 152)
Concordamos com Lévy para quem a linguagem tem um novo sentido na
cibercultura, tornando possível caminhos variados por diferentes recursos nos quais o texto não é somente alfabético, mas também iconográfico e visual. Dessa forma, o processo educativo a distância que conta com um material que se apropria dessa linguagem passa a ter à sua disposição uma forma diferente de comunicação, na qual é possível um percurso diferente daquele dos livros didáticos tradicionais.
Quando falamos nesse material de linguagem audiovisual é quase que obrigatório abordar a interatividade presente nele, no entanto, o uso indiscriminado do termo, tanto na área da educação quanto para fins comerciais, difundiu o seu uso sem uma reflexão concreta do seu significado. Portanto, para delimitarmos o que estamos tratando por interatividade desse material didático, vamos recorrer aos estudos de Primo (2011, 2013) que se debruça no termo e faz um esforço reflexivo a fim de colocar luz nessa discussão.
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Criticando as conceituações existentes em McLuhan (1969), Thompson (1998) e Rafaeli (1988), por suas colocações tecnicistas, transmissionistas e mercadológicas para o termo, sem considerar as relações humanas como foco central, Primo (1998) refuta a conceituação que divide interação e interatividade por considerar o esforço em vão e simplifica o debate e enfoca nas trocas humanas.
(...)a interação varia qualitativamente de acordo com a relação mantida entre os envolvidos, variando progressivamente da interação mais reativa (programada e determinística) à de maior envolvimento e reciprocidade, a interação mútua. (Primo, 1998).
Nessa mesma linha de se considerar sobretudo as relações humanas,
concordamos com Belloni (2010) que diz o seguinte sobre a interação no âmbito sociológico, distinguindo da interatividade:
É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o conceito sociológico de interação – ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, encontro de dois sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone); e a interatividade, termo que vem sendo usado indistintamente como dois significados diferentes em geral confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado meio (por exemplo CD-‐ROMs de consulta, hipertextos em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele (BELLONI, 2010, p. 58).
A troca entre os sujeitos seria a principal caraterística da interação para Belloni,
assim como o caráter “socioafetivo”, ao passo que o processo interativo, seria a troca
de informações somente. Concordando com os autores, entendemos aqui a
interatividade como a possibilidade de troca entre pessoas cuja variação seria
qualitativa.
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Primo (2013) sugere uma categoria para classificar o hipertexto de acordo com
a interação possível. No estudo anterior (Jamur e Brito, 2017), tal classificação nos
serviu como instrumento de análise dos materiais didático digitais, confirme
apresentamos abaixo:
Hipertexto potencial: Este tipo de hipertexto, onde os caminhos e movimentos possíveis estão pré-‐definidos e que não abrem espaço para o interagente visitante incluir seus próprios textos e imagens. Hipertexto colaborativo: Aqueles que se cadastram no site e modificam as imagens produzidas anteriormente por outro artista envolvem-‐se em um hipertexto. A colaboração constitui-‐se em uma colagem, sem discussões durante o processo criativo. Hipertexto cooperativo: oferece possibilidades de criação coletiva, mas chama por uma discussão contínua que modifica o produto à medida que é desenvolvido. Diferentemente da colagem colaborativa, o hipertexto cooperativo depende do debate. (Adaptado de PRIMO, 2003, p. 9 -‐ 13)
Embora não façamos o uso dessa classificação neste estudo por tratar do ponto
de vista dos alunos e não da análise documental, trazemos aqui essa conceituação que
está intrinsicamente ligada a esta investigação. Consideramos hipertexto potencial
aquele que apenas apresenta caminhos para o leitor, de forma pré-‐programada; o
hipertexto colaborativo possibilitaria a modificação de imagens e textos, sem um
processo de discussão, apenas inclusão de conteúdo; e o hipertexto cooperativo,
necessário para a qualidade da interação, promoveria a criação coletiva e a coautoria.
Neste estudo, entendemos por “material didático digital” todos os recursos
digitais disponibilizados para os alunos com fins didáticos, desde videoaulas,
animações, textos de apoio até o livro digital ou digitalizado.
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Metodologia
De caráter qualitativo, este estudo exploratório a priori objetivou a focalização do objeto de estudo para a investigação de doutorado em andamento. Para isso optamos por uma intuição participante do estudo anterior e que de fato fizesse uso de materiais digitais para então buscarmos as percepções dos alunos sobre o material. Alves-‐Mazzotti e Gewandsznajder (1999) explicam a importância dos estudos exploratórios para as pesquisas, especialmente na identificação do contexto a ser pesquisado:
Uma vez obtido o acesso ao campo, pode se iniciar o período exploratório, cujo principal objetivo é proporcionar, através da imersão do pesquisador no contexto, uma visão geral do problema considerado, contribuindo para a focalização das questões e identificação de informantes e outras fontes de dados. (ALVES-‐MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER,1999, p. 161)
Para coletar as informações que geraram os dados que aqui serão
apresentados, foi desenvolvido um questionário, disponibilizado na plataforma do
google docs. Dividimos o questionário em três partes intituladas da seguinte maneira:
• Parte 1: Perfil Sociocultural – com questões dirigidas para traçar o perfil
dos estudantes, formas e dispositivos utilizados para realizar o acesso
ao material digital.
• Parte 2: Conte sua experiência com seu material didático digital – com
questões abordando a familiaridade com o material digital, a frequência
e forma de uso, uma avaliação do material utilizado e expectativas para
o futuro do material digital e impresso.
• Parte 3: Sobre sua rotina de estudo – apresentamos afirmativas de
estudantes da modalidade sobre formas de estudar a distância,
vantagens do material digital para que eles pudessem concordar ou
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discordar conforme a escala likert. Nessa seção também perguntamos
como eles navegam no material hipertextual e os desejos e
necessidades já sentidas durante a navegação pelo material.
Participaram desta pesquisa estudantes de cursos a distância de uma
instituição brasileira. O critério para a escolha desses colaboradores foi o formato do
material utilizado pela instituição que é elaborado especificamente para o meio digital
e não meramente um arquivo em .pdf do mesmo material impresso. Embora o livro
digital siga esse formato, o material em hipermídia tem essa característica de
elaboração própria para leitura em tela de computador, tablet ou celular.
Essa escolha por um material específico se deve à necessidade de focalizar
melhor as respostas dos alunos, sendo ele elaborado para o uso em dispositivos
digitais descartaria a justificativa muito comum de que o material não é amplamente
utilizado pelos alunos apenas porque o seu formato dificulta seu uso, necessitando o
uso de zoom para a leitura, por exemplo, ou ainda, a ausência de recursos audiovisuais
que representam as diferenças mais evidentes entre os materiais impressos e digitais.
O material didático digital dessa instituição trata-‐se de uma hipermídia
disponível no ambiente virtual de aprendizagem, na qual estão contemplados
diferentes tipos de recursos, são vídeos, textos, links para outros artigos disponíveis na
internet, notícias e ainda em alguns casos há atividades com questões ou mini games
que classificaríamos como de relativa interação, ou na classificação de Primo (2003)
seria um hipertexto potencial, porque as respostas para a atividade são pré-‐
programadas, impossibilitando as contribuições espontâneas.
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Na instituição pesquisada, esse material é apresentado em um formato html1 e
cada aula apresenta uma hipermídia com diferentes recursos de acordo com o que foi
planejado pelo professor, no entanto, há um modelo predominante e um limite de
vídeos, recursos possíveis por aula definidos pela área que faz a produção audiovisual
desse material. Também há links que direcionam para o livro correspondente para a
disciplina em versão digitalizada, esse livro não é elaborado de forma adaptada para
leitura em multi-‐telas, trata-‐se de um material equivalente ao livro impresso que o
aluno também recebe.
Resultados
Ao todo 32 (trinta de dois) alunos responderam ao questionário com 21 (vinte e
uma) questões, distribuídas entre os formatos de múltipla escolha, questões abertas e
fechadas.
A faixa etária dos participantes variou de 17 anos a 52 anos, predominando o
gênero feminino. Dos 32 alunos, 29 declararam que estão trabalhando, traçando o
perfil dos alunos colaboradores da pesquisa. Nessa contagem não fizemos qualquer
distinção entre tipos de trabalho como formal ou informal, estágio ou atividades
autônomas, embora tenha aparecido esse tipo de resposta para a questão.
Sobre o acesso ao computador, embora seja um dos requisitos para o
estudante da educação a distância desse formato de oferta, o e-‐learning, apenas 4
alunos informaram que não possuem computador em casa, nesses casos, o acesso aos
1 Abreviação para a expressão inglesa HyperText Markup Language, que significa Linguagem de Marcação de Hipertexto) é uma linguagem de marcação utilizada na construção de páginas na Web. Documentos HTML podem ser interpretados por navegadores. (Wikipedia)
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seus cursos acontece, segundo os próprios estudantes, no computador do trabalho ou
pelo celular.
Ainda nessa seção, ao serem questionados sobre a frequência de acesso à
internet, apenas dois declararam que acessam apenas 1 ou mais vezes ao dia, o
restante informou que passa o dia todo conectado, acessando várias vezes ao dia. Essa
informação nos traz um dado relevante quando se trata de alunos dessa modalidade,
isso porque demonstra que quase a totalidade dos estudantes estão familiarizados
com os recursos e linguagem da internet, na qual atualmente é possível participar
ativamente com postagens, comentários, compartilhamentos, além das possibilidades
de pesquisa e navegação por diferentes espaços.
Seguindo nessa primeira parte do questionário, perguntamos aos estudantes
como eles avaliam sua relação com a leitura, o objetivo dessa questão era obter
informações que pudessem somar-‐se a outras e justificar respostas que poderiam vir
mais adiante, o que, de fato, aconteceu na análise das informações como veremos na
sequência. Dos 32 colaboradores, 8 declaram ter uma relação razoável com a leitura,
por lerem pouco, uma estudante, de 25 anos, informou que tinha uma relação ruim
até retornar aos estudos, o que indica a predominância do formato textual escolhido
para os cursos na modalidade que acaba sendo um fator positivo e relevante no
estímulo à leitura para os estudantes. Esse questionamento sobre a leitura foi criado
para entender a avaliação dos estudantes quanto ao formato do material, tínhamos
como pressuposto que os alunos teriam preferência por materiais audiovisuais, por
terem pouco hábito de leitura e oriundos de uma cultura escolar em que predomina o
ensino tradicional, portanto deixando o aluno em posição passiva, de ouvinte ao que o
professor expõe. No entanto, as respostas não confirmaram essa aposta, os
estudantes demonstram em suas respostas que muitas vezes optam pela leitura.
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Perguntamos aos alunos suas expectativas quanto ao ensino superior,
buscando traçar o perfil dos colaboradores da pesquisa, nessa questão os alunos se
dividiram entre aqueles que buscam um adquirir conhecimento que possa melhorar
sua instrução, ou seja, sem vincular totalmente com a questão da empregabilidade, e
outra metade dos estudantes que afirmaram buscar uma qualificação para melhorar
de cargo no trabalho ou conquistar uma boa vaga de emprego, focando na carreira
profissional.
É inegável que o ensino superior tem esse objetivo implícito, mas ao escolher
entre melhorar o seu conhecimento e a conquista de uma nova posição profissional,
esperamos traçar um perfil que nos ajudaria a relacionar, por exemplo, com o fato de
que alguns estudantes optam por ler apenas o necessário para a aprovação no curso,
aquilo que mais tarde será cobrando em avaliações e outro clicam em todos os textos
extras para aprimorar os conhecimentos, mesmo que a vantagem dessa leitura não
seja diretamente vinculada à aprovação na disciplina e consequente obtenção do
diploma do ensino superior. Nessa questão percebemos uma tendência ao perfil mais
curioso e explorador dos conteúdos justamente nesses estudantes que declaram que
querem melhorar a instrução, além disso, tal postura se relacionou com a idade dos
estudantes, quanto mais velhos, menos focaram nessa relação do diploma de ensino
superior com a empregabilidade.
Uma das questões centrais deste estudo exploratório foi procurar saber se o
fato de ter um material digital, elaborado especificamente para esse fim, no formato
de hipermídia, teria algum impacto na forma de estudar. Nessa questão, quatro
estudantes informaram que esse material não mudou sua forma de estudar, todos os
demais confirmam que sim, o formato fez com que eles mudassem a forma de estudar.
Para entender melhor essa resposta entendemos que será necessário na segunda fase
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deste estudo para conhecer a fundo a forma com que o aluno sempre estudou.
Portanto, na próxima fase da pesquisa serão utilizadas entrevistas com esses mesmos
participantes para lhes pedir detalhes sobre suas práticas de leitura.
Em nosso questionário, todas as questões tiveram espaço para contribuições
voluntárias dos participantes que desejassem manifestar outras colocações, inserir
outras opções de resposta, nessa mesma questão sobre as mudanças na forma de
estudar, veio uma resposta diferente do simples sim ou não, uma aluna disse o
seguinte: “Ele (o material) é mais abrangente, e eu gosto dos links para pesquisas.”,
por si só essa colocação indica a percepção de uma vantagem desse material digital em
relação ao livro impresso. No entanto, essa mesma estudante, em outra questão sobre
o futuro do livro impresso versus o digital, na qual perguntamos o que eles
imaginavam que aconteceria com essas duas mídias, no deparamos com a seguinte
resposta: “Eu uso o (material) digital para pesquisas, mas para os meus estudos e
gosto dele impresso, eu faço a impressão de todas as rotas porque gosto de fazer
anotações.” (aluna 22), ou seja, embora reconheça vantagens desse material, ainda
assim, sente necessidades que por enquanto só são supridas com o material impresso,
isso faz com que ela imprima o material que foi elaborado para o uso digital.
Outra questão que merece destaque foi a seguinte: Quando me deparo com
links no material digital, as opções de respostas eram as seguintes:
a) Clico em todos eles, mas não realizo a leitura de todos os textos.
b) Abro todos os links e leio todos os textos extras.
c) Pulo para a próxima página sem clicar.
d) Acesso apenas os links de vídeos, nem clico nos links para textos.
e) Utilizo outra técnica que gostaria de registrar. (campo aberto)
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Essa pergunta tinha como objetivo consultar os alunos quanto à forma de
navegação pelo material digital. Nossa dúvida era se ao inserir links nesses materiais,
tiraríamos o foco do aluno para o conteúdo principal. Se seria mais proveitoso ter um
formato tão linear quanto os livros eram até hoje ou estaríamos desperdiçando o que
há de melhor do meio digital.
Encontramos provocações e diferentes pesquisas sobre o tema, o próprio
Castells (2014) trata da hipertextualidade em seus textos sob outra ótica, por outro
lado Ferreira (2008) demonstra o contrário em seus estudos, mas neste recorte,
empiricamente, ainda se fazia necessário esclarecer essa questão, se haveria uma
navegação diferenciada pelo material hipertextual ou não. As respostas ficaram entre
as opções:
ü Abro todos os links e leio todos os textos extras.
ü Clico em todos eles, mas não realizo a leitura de todos os textos.
Não houve quem respondesse que pula para a próxima página sem clicar,
tampouco quem acessasse somente os links dos vídeos, sugerindo que embora
venham de uma educação básica “bancária”, citando Paulo Freire, os estudantes
demonstram interesse no processo educativo, mesmo com todo o esforço de leitura
que se exige ao navegar por materiais hipertextuais, levando para diferentes links.
Outro destaque nesta investigação foram as respostas para a seguinte questão:
Em algum momento durante os seus estudos, nas suas leituras, você já sentiu vontade ou necessidade de (marque quantas respostas desejar):
a) Contribuir com alguma experiência sua.
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b) Fazer alguma pergunta ao autor. c) Tecer um comentário com a turma. d) Compartilhar um trecho nas suas páginas das redes
sociais. e) Outro...
Pode-‐se dizer que essa foi umas das perguntas centrais do estudo, acreditando
que o meio digital permite a cooperação, co-‐criação, coautoria, queríamos saber se na
educação a distância na qual o professor não está fisicamente presente, ou com aulas
presenciais esporádicas, haveria espaço para essa construção coletiva.
Apenas um aluno respondeu “não” a essa questão, todos os demais afirmaram
que ora desejariam contribuir com suas experiências, ora gostariam de conversar com
o autor ou tecer um comentário com a turma, ainda apareceram somadas a essas
respostas a opção compartilhar um trecho nas suas redes sociais e tecer um
comentário com a turma, mas em menor quantidade.
Essa presença de um desejo de participar, ser sujeito ativo no processo
educativo, aponta para um caminho, cheio de obstáculos, sem dúvidas, mas um
caminho que pode ser traçado para realizar a caminhada no ensino a distância que
pretende formar sujeitos críticos, participativos e produtores de novos conhecimentos
e não apenas reprodutores.
Considerações Finais
Os resultados indicam a necessidade dos estudantes e o espaço presente para
o uso de um material cooperativo, permitindo a coautoria e o debate frente ao
conteúdo trabalhado. Por outro lado, verificou-‐se a presença da cultura escolar quanto
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ao papel do material didático impresso, abrindo espaço para a manutenção desse
modelo de material didático mesmo frente às inovações presente e possíveis.
Ainda há questões que necessitam de novos dados para aprofundar a análise,
portanto, se faz necessária a segunda etapa desta investigação que será a entrevista
com estudantes que responderam ao estudo exploratório, buscando, durante esse
momento, mais pistas para compreender a relação dos alunos com o material didático
digital para a formação crítica dos estudantes considerando as práticas culturais de
leitura.
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