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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ALESSANDRA RAMOS DE SOUZA REMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM FENANTRENO UTILIZANDO PERSULFATO DE SÓDIO ATIVADO POR MÉTODO INOVADOR Natal/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ALESSANDRA RAMOS DE SOUZA

REMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM FENANTRENO UTILIZANDO

PERSULFATO DE SÓDIO ATIVADO POR MÉTODO INOVADOR

Natal/RN

2016

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ALESSANDRA RAMOS DE SOUZA

REMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM FENANTRENO UTILIZANDO

PERSULFATO DE SÓDIO ATIVADO POR MÉTODO INOVADOR

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Federal do Rio Grande do

Norte – UFRN, para obtenção do título de

Engenheiro Químico.

Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Chiavone Filho

Co-orientadora: Dra. Celyna Káritas Oliveira

da Silva Rackov

Natal/RN

2016

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ALESSANDRA RAMOS DE SOUZA

REMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM FENANTRENO UTILIZANDO

PERSULFATO DE SÓDIO ATIVADO POR MÉTODO INOVADOR

Aprovado em 18 de novembro de 2016.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Osvaldo Chiavone Filho - UFRN Presidente

Dra. Celyna Káritas Oliveira da Silva Rackov Primeiro Membro

Dra. Dannielle Janainne da Silva Segundo Membro

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“Os sonhos são objetivos que a gente rebatiza desse jeito

apenas para que pareçam inatingíveis. E o nosso salto

pode ser do tamanho que a gente conseguir imaginar.

Basta que a gente perca o medo de molhar os pés.”

Lucas Silveira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me permitido chegar até aqui e por

me ajudar a vencer os obstáculos durante a minha vida.

Aos meus pais, Severino e Valdeci, pelo apoio, amor, incentivo e

investimentos que me permitiram alcançar as oportunidades que tanto desejei.

Aos meus irmãos, Aracele e Aelson, pelo companheirismo, amor e carinho

nos momentos bons e ruins.

À minha sobrinha, Isabella, pela alegria e inspiração de sempre ir além.

Aos demais familiares que também sempre me incentivaram a buscar um

futuro melhor.

Ao meu orientador Prof. Osvaldo pela oportunidade de participação no

projeto de pesquisa que me trouxe tantos conhecimentos durante os três últimos

anos.

À minha co-orientadora Celyna pelos ensinamentos transmitidos, pelo apoio,

suporte, paciência, incentivo e, especialmente, pela grande amizade durante toda a

convivência no laboratório e realização deste trabalho. Seu exemplo me inspira a

buscar sempre mais.

À Dannielle por toda ajuda dentro do laboratório e por aceitar o convite de

participar da minha banca.

Às minhas amigas do CEFET Ana Cecília, Kezia, Suéllen e Darlle pela

amizade e pela força durante a graduação.

Aos amigos da Engenharia Química Alan, Artur, Edlin, Láysa, Silvia, Bianca,

Aliciane, Léon, Larissa, Bárbara e Talita pela amizade e companheirismo durante o

curso, e também pelas conversas e momentos de diversão.

Aos amigos do laboratório NUPEG pela divertida convivência, em especial a

Daladiê pela grande ajuda na realização de muitos dos meus experimentos.

A Thyrone, técnico do NUPEG, pela paciência nas diversas análises

necessárias à conclusão deste trabalho.

À CAPES e PROCAD pelo apoio financeiro durante a pesquisa.

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RESUMO

A contaminação de solos e águas subterrâneas por hidrocarbonetos

provenientes das atividades relacionadas à indústria petrolífera é um dos principais e

mais frequentes exemplos de passivos ambientais. É crescente o número de

pesquisas que visam reverter ou, pelo menos, amenizar este impacto ambiental,

restaurando a qualidade da água e do solo. De acordo com a Agência de Proteção

Ambiental dos Estados Unidos, o fenantreno é classificado como poluente prioritário

devido à sua toxicidade, persistência no meio ambiente e importância industrial.

Diante disso, a oxidação química avançada tem se mostrado muito eficiente para o

tratamento de poluentes orgânicos. Esta pesquisa teve como objetivos: estudar o

tratamento de solo contaminado com fenantreno por persulfato de sódio ativado com

um material inovador; e investigar melhores condições para a síntese desse

material, que tem como suporte a diatomita e a fase ativa íons de ferro. Os

resultados da caracterização mostraram que as concentrações de ferro foram 4%,

20%, 20%, 17% e 25% para a diatomita bruta e para as modificadas (CAT-1, CAT-2,

CAT-5 e CAT-20), respectivamente. Resultados satisfatórios foram obtidos usando

45 g/L de persulfato de sódio e 1 g de CAT-1, que mostrou ser o material mais

reativo, com degradação de 98% de fenantreno em 168 horas de tratamento.

Palavras-chave: solo contaminado, fenantreno, oxidação química, persulfato,

diatomita modificada.

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ABSTRACT

Contamination of soils and groundwater by oil from activities related to the oil

industry is one of the main and most frequent examples of environmental liabilities.

There is a growing number of studies aimed at reversing or, at least, mitigating this

environmental impact by restoring water and soil quality. According to the US

Environmental Protection Agency, phenanthrene is classified as a priority pollutant

due to its toxicity, persistence in the environment and industrial importance. In view

of this, advanced chemical oxidation has proved to be very efficient for the treatment

of organic pollutants. The objective of this research was: to study the treatment of soil

contaminated with phenanthrene by activated sodium persulfate with an innovative

material; and to investigate better conditions for the synthesis of this material, which

has diatomite as support and iron ions as active phase. The results of the

characterization showed that the iron concentrations were 4%, 20%, 20%, 17% and

25% for the raw and modified diatomite (CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20),

respectively. Satisfactory results were obtained using sodium persulfate at 45 g/L

and 1 g of CAT-1, which proved to be the most reactive material, with degradation of

98% phenanthrene in 168 hours of treatment.

Keywords: contaminated soil, phenanthrene, chemical oxidation, persulfate, modified

diatomite.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura da molécula de fenantreno ....................................................... 19

Figura 2 – Estrutura da partícula da diatomita modificada ........................................ 25

Figura 3 – Fluxograma de síntese do catalisador ...................................................... 28

Figura 4 – Camadas de solo da coluna para ensaio sem oxidante ........................... 33

Figura 5 – Bomba peristáltica utilizada nos ensaios .................................................. 34

Figura 6 – Esquema de reciclo utilizado na coluna ................................................... 34

Figura 7 – Coluna para remediação de solo contaminado com injeção constante de

oxidante (ensaio reação) ou água destilada (ensaio controle) .................................. 35

Figura 8 – Imagens obtidas por MEV das amostras de diatomita bruta (a), CAT-1 (b),

CAT-2 (c), CAT-5 (d) e CAT-20(e). Aumento em 3900 vezes (escala = 22 μm) ....... 40

Figura 9 – Fenantreno residual utilizando persulfato de sódio com diferentes tipos de

catalisadores. Concentração de persulfato de sódio = 45 g.L-1; quantidade de

catalisador = 1 g; 168 horas ...................................................................................... 41

Figura 10 – Superfície de resposta do planejamento fatorial 2² da degradação do

fenantreno (200 mg.kg-1). Concentração do peróxido de hidrogênio variando de 25

g.L-1 a 45 g.L-1 e quantidade de CAT-1 variando de 0,5 a 1,0 g ................................ 42

Figura 11 – Resultados dos ensaios em coluna em 4 horas de reação. BR = Barreira

reativa; Cat. + Solo = solo misturado com catalisador .............................................. 44

Figura 12 – Resultados dos ensaios em coluna em 8 horas de reação. BR = Barreira

reativa; Cat. + Solo = solo misturado com catalisador .............................................. 44

Figura 13 – Degradação de fenantreno (200 mg.kg-1) promovida por persulfato de

sódio e diatomita modificada CAT-1 para tempos de 24h, 48h, 72h, 120h e 168h ... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos HPAs quanto a sua carcinogenicidade (IARC),

carcinogenicidade e ocorrência (EPA) e periculosidade (ABNT) .............................. 18

Tabela 2 – Valores orientadores para solos e águas subterrâneas .......................... 19

Tabela 3 – Espécies reativas e seus respectivos potenciais de redução .................. 21

Tabela 4 – Planejamento experimental fatorial 2² para a degradação do fenantreno

.................................................................................................................................. 32

Tabela 5 – Cinética de degradação do fenantreno .................................................... 36

Tabela 6 – Resultados dos teores de ferro da análise fluorescência de raio-x ......... 38

Tabela 7 – Resultados do planejamento fatorial 2² ................................................... 42

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 16

2.1 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos ................................................ 16

2.1.1 Fenantreno .............................................................................. 18

2.2 Técnicas de remediação ......................................................................... 19

2.2.1 Processos Oxidativos Avançados ........................................... 20

2.2.1.1 Oxidação Química In Situ (ISCO) ............................ 21

2.3 Catalisadores .......................................................................................... 23

2.3.1 Diatomita modificada ............................................................... 24

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL ........................................................................ 27

3.1 Materiais utilizados ................................................................................. 27

3.2 Diatomita modificada .............................................................................. 28

3.2.1 Síntese do material ................................................................. 28

3.2.2 Caracterização do material ..................................................... 29

3.3 Coleta do solo ......................................................................................... 29

3.3.1 Caracterização do solo ........................................................... 30

3.4 Tratamento do solo contaminado com fenantreno.................................. 31

3.4.1 Contaminação do solo ............................................................ 31

3.4.2 Ensaios em batelada ............................................................... 31

3.4.2.1 Planejamento Experimental ..................................... 32

3.4.3 Ensaios em coluna .................................................................. 33

3.5 Cinética de degradação .......................................................................... 35

3.6 Extração e Análise .................................................................................. 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 38

4.1 Caracterização do solo ........................................................................... 38

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4.2 Caracterização das diatomitas modificadas ........................................... 38

4.3 Tratamento do solo com diferentes catalisadores .................................. 40

4.4 Planejamento Experimental .................................................................... 41

4.5 Ensaios em coluna ................................................................................. 43

4.6 Cinética de degradação do fenantreno ................................................... 45

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 50

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CAPÍTULO 1

Introdução

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12

1 INTRODUÇÃO

O crescente processo de industrialização e o consequente aumento no

número de processos e produtos desenvolvidos estão associados, direta ou

indiretamente, aos problemas relacionados à poluição do meio ambiente,

intensificando a preocupação com as questões ambientais. Essa preocupação é

válida, uma vez que essa contaminação traz riscos à saúde humana e aos

ecossistemas em virtude da toxicidade dos compostos. (BRILHANTE, 1999).

A indústria petrolífera é apenas um dentre os principais responsáveis pelos

impactos negativos causados ao meio ambiente. Alterações na qualidade do solo e

das águas subterrâneas são decorrentes da contaminação devido a vazamentos,

que podem ocorrer desde a fase de exploração até o processamento e

armazenamento do petróleo e seus derivados (MARIANO, 2001). Os acidentes

causados por vazamentos de hidrocarbonetos, além das consequências desastrosas

para o meio ambiente, ocorrem, quase sempre, em áreas urbanas, densamente

povoadas, resultando em riscos de incêndios e explosões em espaços confinados,

destacando-se os sistemas subterrâneos de águas pluviais, esgoto, telefonia, metrô,

eletrificação, subsolo de edificações, garagens, escavações, poços de água, entre

outros (FAVERA, 2008).

O óleo cru é fisicamente, quimicamente e biologicamente perigoso porque

contém vários compostos tóxicos, incluindo hidrocarbonetos policíclicos aromáticos

em concentrações relativamente altas (ABDEL-SHAFY e MANSOUR, 2015). Vários

pesquisadores têm publicado sobre os impactos adversos na saúde humana como

resultado da contaminação por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA).

Mesmo com os esforços dos órgãos reguladores, a contaminação por HPA não pode

ser completamente eliminada, porque a sua ocorrência está ligada ao cotidiano do

homem (ANYAKORA et al., 2011).

Os compostos orgânicos presentes em solos e sedimentos apresentam alta

estabilidade e afinidade biológica, constituindo um grande desafio científico e

tecnológico a sua remediação (CHOI e SHIRISHAGAWALAND, 2009).

A remediação do solo contaminado pode ser feita, principalmente, de duas

maneiras: tratamento in situ e tratamento ex situ. No tratamento in situ a remediação

é realizada no local da contaminação, sem a necessidade de remoção do solo. No

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entanto, no tratamento ex situ há a necessidade da remoção do solo, o qual será

remediado em outro local. Os tratamentos in situ são frequentemente mais utilizados

por apresentarem melhor custo-benefício do que a remediação ex situ (PALMROTH

et al, 2006).

A oxidação química in situ (ISCO) é uma tecnologia baseada na injeção de

oxidantes químicos em meios contaminados (solo, água subterrânea e sedimento)

com o objetivo de destruir o contaminante através de reações químicas e converter a

sua massa em compostos inertes (HULING e PIVETZ, 2006). O persulfato (S2O8-2) é

uma forma relativamente nova de oxidante que tem sido investigada, principalmente

em escala de bancada. A ativação convencional do persulfato de sódio, a partir da

ativação por Fe2+, para geração dos radicais sulfato (SO4-·) deve ser em pH ácido.

Este baixo pH pode afetar negativamente os sistemas naturais do solo e alterar suas

características (JORFI, 2013). Assim, a necessidade de trabalhar com um pH baixo

pode ser considerada como uma das desvantagens do método convencional para a

ativação utilizando Fe2+ (SILVA, 2014). Em catálise heterogênea por óxidos ou

hidróxidos de ferro, o ferro é estabilizado no interior da estrutura porosa do

catalisador, e pode produzir de forma eficaz os radicais provenientes do persulfato,

sob condições não controladas de pH, sem a precipitação de hidróxido de ferro

(POURAN et al. 2014).

Este trabalho tem como principal objeto de pesquisa a remediação de solo

contaminado com fenantreno, utilizando Processos Oxidativos Avançados em

sistema heterogêneo. Os objetivos específicos são: otimizar as condições de síntese

do catalisador, que tem como suporte a diatomita, de modo a ficar mais viável

técnico/economicamente; e avaliar a eficiência do oxidante persulfato de sódio na

presença de catalisador sintetizado em condições ótimas para o tratamento do

fenantreno.

Neste primeiro Capítulo é apresentada a problemática da contaminação do

meio ambiente por derivados do petróleo, mostrando os objetivos do presente

estudo. No Capítulo 2 é apresentada uma breve revisão bibliográfica, englobando de

forma geral e específica o contaminante estudado e as técnicas de remediação do

meio contaminado. No Capítulo 3 são apresentados os materiais utilizados nesta

pesquisa, bem como os procedimentos experimentais empregados. No Capítulo 4

são apresentados os resultados e discussões obtidos no decorrer do estudo,

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analisando os aspectos que os envolvem. No Capítulo 5 são apresentadas as

conclusões referentes ao estudo realizado. E no Capítulo 6 são apresentadas as

referências bibliográficas que foram citadas ao longo deste trabalho.

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CAPÍTULO 2

Revisão Bibliográfica

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos

Segundo Celino e Queiroz (2006), os hidrocarbonetos são compostos

químicos apolares (hidrófobos), com solubilidade limitada na água e tendência de

associação a partículas sólidas, constituídos unicamente por carbono e hidrogênio.

Dentro da classe desses compostos encontram-se os hidrocarbonetos

policíclicos aromáticos (HPA), caracterizados por possuírem dois ou mais anéis

aromáticos. Os HPAs, incluindo seus derivados oxigenados e nitrogenados, são

amplamente distribuídos e encontrados como misturas complexas em todos os

compartimentos ambientais, apresentando persistência no meio ambiente, baixa

biodegradabilidade e alta afinidade e solubilidade em lipídios, sendo, portanto,

preocupantes na questão ambiental (TANIGUCHI, 2001).

Uma vez que os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos apresentam a

possibilidade de fusão de seus anéis aromáticos, dispondo de um número variado

de ligações entre si, a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry)

reconhece mais de 100 HPAs atualmente. No entanto, apenas 16 HPAs são levados

em consideração devido à sua importância industrial, ambiental e toxicológica. São

eles: acenafteno, acenaftileno, antraceno, benzo(a)antraceno, benzo(a)pireno,

benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(g,h,i)perileno, criseno,

dibenzo(a,h)antraceno, fenantreno, fluoranteno, fluoreno, indeno(1,2,3-c,d)pireno,

naftaleno e pireno (JACQUES et al, 2007).

Os HPAs são formados naturalmente e continuamente durante processos de

combustão incompleta de substâncias orgânicas, tais como resíduos vegetais,

madeira, matéria orgânica, entre outras. Todavia, o problema de contaminação do

solo é resultado da atividade antropogênica, isto é, de natureza humana. A produção

industrial dos HPAs, utilizados na fabricação de corantes, fibras sintéticas,

preservante de madeiras, etc, a produção de carvão vegetal, a extração e

gaseificação do carvão mineral e os processos de extração, transporte, refino,

transformação e utilização do petróleo e seus derivados são algumas das fontes de

geração dos HPAs no meio ambiente (JACQUES, 2007).

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Estudos realizados por Anjos (2012) detectaram a presença de HPAs em

uma possível contaminação no solo próximo a um posto de combustível na área

urbana da cidade de Natal. Este resultado é um fator preocupante e que requer

maior investigação, dado que 70% da cidade de Natal é abastecida por água

subterrânea.

A preocupação com a contaminação por HPAs é decorrente da possibilidade

destes compostos tornarem-se potenciais mutágenos ou carcinógenos após reações

diretas ou transformações metabólicas com o DNA do homem e de animais. Sua

exposição se dá por inalação, exposição oral ou dérmica. A quantidade absorvida

por inalação depende do grau de contaminação atmosférica, que varia conforme a

urbanização, tráfego de veículos automotores e a industrialização do local. A

absorção dérmica está relacionada com algumas atividades industriais, podendo ser

responsável por até 90% da quantidade absorvida pelo organismo. Os alimentos,

devido à formação de HPAs durante o cozimento e à deposição atmosférica sobre

grãos, vegetais e frutas, também são considerados outra importante fonte de

exposição humana. (NETTO et al, 2000).

A IARC (International Agency for Research on Cancer) estabeleceu uma

classificação de alguns HPAs em relação a sua carcinogenicidade. A Environmental

Protection Agency (EPA) também estabeleceu uma listagem de HPAs em função de

sua carcinogenicidade e ocorrência, considerados prioritários para monitoramento

ambiental. A norma NBR 10.004 da ABNT, que classifica os resíduos sólidos em

relação aos seus potenciais riscos à saúde e meio ambiente, possui uma listagem

de substâncias e espécies químicas que caracterizam periculosidade aos resíduos

sólidos produzidos e/ou dispostos no meio e, dentre essas substâncias, estão alguns

HPAs (SISINNO et al, 2003). A Tabela 1 apresenta a classificação dos 16 HPAs

reconhecidos pela IUPAC com relação aos parâmetros estabelecidos pela IARC,

EPA e ABNT.

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Tabela 1 – Classificação dos HPAs quanto a sua carcinogenicidade (IARC), carcinogenicidade e ocorrência (EPA) e periculosidade (ABNT)

HPAs IARC EPA ABNT

Acenafteno 3 P NM

Acenaftileno NC P NM

Antraceno 3 P NM

Benzo(a)antraceno 2B P CP

Benzo(a)pireno 1 P CP

Benzo(b)fluoranteno 2B P CP

Benzo(k)fluoranteno 2B P NM

Benzo(g,h,i)perileno 3 P NM

Criseno 2B P CP

Dibenzo(a,h)antraceno 2A P CP

Fenantreno 3 P NM

Fluoranteno 3 P CP

Fluoreno 3 P NM

Indeno(1,2,3-c,d)pireno 2B P CP

Naftaleno 2B P CP

Pireno 3 P NM

IARC: International Agency for Research on Cancer; EPA: Environmental Protection Agency; ABNT:

Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 10.004). 1 = carcinogênico para humanos; 2A =

Provável carcinogênico para humanos – limitada evidência em humanos e suficiente em animais

(IARC); 2B = Possível carcinogênico para humanos – limitada evidência em humanos e insuficiente

em animais (IARC); 3 = Não é classificado como carcinogênico para humanos (IARC); P = Prioritário

(EPA); CP = Confere periculosidade (ABNT); NM = Não mencionado no anexo C (ABNT).

Nesta pesquisa escolheu-se o fenantreno como HPA modelo para estudo,

pois este composto não é considerado carcinogênico para os seres humanos.

2.1.1 Fenantreno

O fenantreno, também conhecido como fenantrin, é um hidrocarboneto

policíclico aromático constituído por três anéis benzênicos condensados, que

apresenta massa molar de 178 g/mol e solubilidade em água de 1,1 mg/L (NETTO et

al, 2000). É um composto isômero do antraceno, de fórmula C14H10, onde um dos

anéis não é arranjado linearmente em relação aos demais, conforme Figura 1. Este

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composto é derivado do alcatrão de carvão, sendo provavelmente formado por meio

de condensação pirolítica. É caracterizado como um pó branco e considerado

insolúvel em água e solúvel em álcool etílico, hexano, tolueno, ácido acético,

benzeno. Industrialmente, é utilizado na síntese de corantes, drogas e explosivos.

Figura 1 – Estrutura da molécula de fenantreno

O fenantreno, assim como o antraceno, é o menos reativo na classe dos

HPAs, não tem efeito carcinogênico comprovado e, quando ingerido, é facilmente

absorvido no intestino e transformado em fenóis, di-hidrodióis e ácidos

mercaptúricos (MIRANDA, 2008).

Os valores orientadores para fenantreno em solos e águas subterrâneas

estão descritos na Tabela 2, de acordo com a resolução CONAMA 420/2009.

Tabela 2 – Valores orientadores para solos e águas subterrâneas

Solo

(mg kg-1 de peso seco)

Água Subterrânea (µg L-1)

Substância Prevenção Intervenção Intervenção

Agrícola Residencial Industrial

Fenantreno 3,3 15 40 95 140

Fonte: Resolução CONAMA 420/2009.

2.2 Técnicas de remediação

A escolha das técnicas a ser utilizadas na restauração da qualidade do solo

e da água subterrânea fundamenta-se, principalmente, no conhecimento das

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características físico-químicas do contaminante, volume e tempo de vazamento e

contaminação, caracterização geológica e hidrogeológica do local, análise do meio

físico superficial e subterrâneo e extensão da pluma contaminante (FERNANDES,

2013).

Atualmente existem duas técnicas de remediação para as zonas

contaminadas: o tratamento in situ e o tratamento ex situ. O tratamento in situ é

realizado no próprio local da contaminação, através de métodos como

bombeamento e tratamento (pump and treat), injeção de oxidantes, barreiras

reativas, biorremediação, extração de compostos orgânicos voláteis, entre outros. O

tratamento ex situ é realizado fora do local da contaminação, onde o material

contaminado é retirado da área para tratamento posterior em um novo local,

geralmente instalações próprias próximas à zona contaminada. Esta técnica faz uso

de métodos como lavagem de solo, incineração, biorremediação, processos

oxidativos avançados (carvão ativado), etc.

Na remediação de solos contaminados, a técnica mais utilizada é o

tratamento in situ, dado sua viabilidade econômica. O tratamento ex situ, como

requer a extração do solo, envolve mais custos de operação, incluindo a

necessidade de reposição do solo extraído por solo limpo. Dentre as técnicas de

tratamento in situ mais empregadas estão os processos oxidativos avançados.

2.2.1 Processos Oxidativos Avançados

Os processos oxidativos avançados (POAs) são métodos de tratamento

químico que visam, principalmente, à remoção de materiais orgânicos. Seu princípio

de ação baseia-se na geração de radicais oxidantes altamente reativos em

quantidade suficiente para degradar os poluentes presentes na fase tratada,

podendo formar água, CO2 e íons inorgânicos, ou ainda transformar os

contaminantes em substâncias biodegradáveis e inofensivas ao meio ambiente.

Segundo Melo et al (2009), os POAs têm sido amplamente estudados devido

ao seu potencial como alternativa ou complemento aos processos convencionais de

tratamento, uma vez que há a geração de radicais altamente reativos e pouco

seletivos, que podem atuar na oxidação química de uma vasta gama de substâncias.

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21

2.2.1.1 Oxidação Química In Situ (ISCO)

Uma tecnologia de oxidação química bastante estudada é a oxidação

química in situ, onde oxidantes químicos fortes são injetados nos meios

contaminados a fim de destruir o poluente através de reações de degradação

envolvendo radicais reativos.

Segundo Silva (2014), os quatro oxidantes mais utilizados na ISCO são:

permanganato (MnO4-), peróxido de hidrogênio (H2O2), persulfato (S2O8

2-) e ozônio

(O3). Este processo pode, ainda, ser dividido em homogêneo ou heterogêneo

(quando há a presença de catalisador sólido). A Tabela 3 apresenta os potenciais de

redução para algumas espécies reativas que são utilizadas na ISCO.

Tabela 3 – Espécies reativas e seus respectivos potenciais de redução

Espécie Fórmula Potencial de

redução (eV)

Permanganato MnO4- 1,68

Persulfato S2O82- 2,01

Radical sulfato SO4-· 2,6

Peróxido de Hidrogênio H2O2 1,78

Radical hidroxila ·OH 2,8

Radical superóxido O2·- -0,33

Radical hidroperoxila HO2· 1,49

Ozônio O3 2,07

Ânion hidroperóxido HO2- 0,87

Fonte: SILVA, 2014 apud SIEGRIST et al. (2011); BUXTON et al. (1988).

O peróxido de hidrogênio, devido à sua alta reatividade com os

hidrocarbonetos, é o oxidante mais utilizado e com mais dados disponíveis na

literatura. A geração dos radicais hidroxilas utilizando peróxido de hidrogênio pode

ser catalisada, principalmente, através da ativação por íons ferrosos (processo

Fenton) e também pela ativação com íons ferrosos e radiação UV (processo Foto-

Fenton), constituindo uma ótima maneira de degradar HPAs.

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22

O processo Fenton (H2O2/Fe2+) é um dos mais eficientes dos Processos

Oxidativos Avançados. A geração dos radicais hidroxilas nesse processo se dá

através da decomposição do peróxido de hidrogênio pelos íons de Fe2+, formando os

radicais de acordo com a equação 1.

Fe2+ + H2O2 → Fe3+ + •OH + OH− (1)

Entretanto, no tratamento de solos, o radical hidroxila, apesar de possuir um

alto potencial de redução (E0 = 2,8 V), apresenta tempo de meia-vida curto, se

decompondo rapidamente e limitando sua aplicação (FERNANDES, 2014). Dessa

forma, estudos vêm sendo desenvolvidos com o propósito de investigar a utilização

do oxidante persulfato na remediação de áreas contaminadas.

Segundo Silva (2014), o persulfato (S2O8-2) é uma nova forma que tem sido

investigada na oxidação química, principalmente em escala de bancada.

Em soluções aquosas, o potencial de óxi-redução para a semi-reação do

persulfato é 2,01 V (equação 2), o qual pode ser comparado ao do ozônio (E0 = 2,07

V), do peróxido de hidrogênio (E0 = 1,78 V) e do permanganato (E0 = 1,70 V), de

acordo com as equações 3, 4 e 5, respectivamente (RODRIGUEZ, 2006).

S2O82- + 2 e- → 2 SO4

2- E0 = 2,01 V (2)

O3 + 2H+ + 2 e- → O2 + H2O E0 = 2,07 V (3)

H2O2 + 2H+ + 2 e- → 2 H2O E0 = 1,78 V (4)

MnO4- + 4H+ + 3 e- → MnO2 + 2 H2O E0 = 1,70 V (5)

Os ânions de persulfato são potentes oxidantes, porém são relativamente

estáveis, apresentando baixa velocidade de degradação. Contudo, a cinética dessa

reação pode ser incrementada por meio da ativação do persulfato, gerando os

radicais sulfatos (SO4−•), que são extremamente reativos e com potencial redox

maior que o potencial do persulfato, apresentando, dessa forma, vantagens em

relação às outras técnicas oxidativas. (FERNANDES, 2014).

O radical sulfato, comparado ao radical hidroxila, apresenta maior

estabilidade no meio, logo pode deslocar-se por distâncias maiores na subsuperfície,

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podendo, inclusive, persistir por semanas. Além disso, este radical tem menor

atração pela matéria orgânica natural do solo se comparado ao íon permanganato.

Assim, o uso do persulfato ativado como oxidante é bastante eficaz em solos que

contem grande quantidade de orgânicos naturais (FERNANDES, 2014; SILVA,

2014).

A ativação do persulfato para gerar os radicais sulfatos se dá de diversas

maneiras, podendo ser as seguintes fontes: radiação UV, calor, ferro quelado, meio

alcalino, ozônio e peróxido de hidrogênio.

Na ativação por metais de transição (representado por M), um mol de

persulfato produz 1 mol de radical sulfato, de acordo com a equação 6.

S2O82− + M → M+ + SO4

2− + SO4−• (6)

Para remediações in situ os metais mais utilizados são os íons de ferro (II) e

ferro (III). Estes íons são abundantes naturalmente e não apresentam efeitos

nocivos. Todavia, é necessário que haja um planejamento em relação à quantidade

do metal utilizado a fim de evitar excessos.

O método convencional para ativação do persulfato é através do uso de

Fe2+. Entretanto, este processo de ativação requer que o pH seja ácido, o que pode

acarretar danos ao meio em tratamento, alterando suas características. Desse

modo, este método de ativação pode ser considerado desfavorável à aplicação

(JORFI, 2013).

Diante disso, tem-se como alternativa a catálise heterogênea por óxidos ou

hidróxidos de ferro, utilizando catalisadores sólidos. A ativação heterogênea do

persulfato permite que o ferro seja estabilizado dentro dos poros do catalisador,

possibilitando a geração dos radicais sem que seja necessário alterações no pH e

sem precipitação do hidróxido de ferro (POURAN et al, 2014).

2.3 Catalisadores

Catalisador é a substância química que afeta a velocidade da reação sem

alterar o processo e sem ser consumido. Essa alteração na cinética da reação se dá

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por meio da redução da energia de ativação, onde um diferente caminho reacional é

formado, aumentando a sua velocidade.

A catálise de um processo pode ser homogênea ou heterogênea. Na catálise

homogênea o catalisador forma uma única fase com o reagente, enquanto na

catálise heterogênea são formadas duas fases.

A catálise heterogênea baseia-se nos fenômenos de superfície e é

caracterizada pelo emprego de materiais com grandes áreas superficiais, pois

quanto maior a área superficial do catalisador, maior o número de sítios ativos, o que

influencia no mecanismo de difusão do reagente da superfície externa para o interior

dos poros, onde ocorrerá a adsorção.

Os catalisadores sólidos podem ser metais óxidos, óxidos mistos, zeólitas e

materiais nanoestruturados, podendo ser sintéticos ou naturais. São constituídos de

duas fases: o suporte, que serve para aumentar a área e dispersar a fase ativa; e a

fase ativa, que é o material que interage com as moléculas do oxidante durante a

reação química e é obtido por impregnação, precipitação ou deposição (SCHMAL,

2011; SILVA, 2014).

A catálise heterogênea apresenta diversas vantagens em comparação à

catálise homogênea, tais como: menor contaminação dos produtos, maior facilidade

de separação do catalisador do meio reacional e, principalmente, possibilidade de

regeneração e reutilização do catalisador (MACARIO, 2015).

Este trabalho objetiva a síntese de um catalisador para ativação

heterogênea dos oxidantes na degradação de poluentes. Para o suporte tem-se

como opção a diatomita e como fase ativa têm-se os íons de ferro (II) e ferro (III)

precipitados na forma de óxidos e hidróxidos de ferro. Os íons Fe2+ e Fe3+ são

provenientes de uma solução preparada pela mistura de dois ou mais sais de ferro.

2.3.1 Diatomita modificada

A diatomita é uma rocha siliciosa de origem sedimentária, composta principalmente por restos de esqueletos fossilizados de diatomáceas. As diatomáceas são algas microscópicas formadas por uma célula só com núcleo e cromatóforo, fechada em uma cápsula siliciosa chamada frústula. A composição química do esqueleto fossilizado é principalmente opala com pequenas quantidades de alumina, ferro, terras alcalinas e metais alcalinos (Minera José Cholino e Hijos S.A., 2016).

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A diatomita, apesar da alta porosidade e baixa densidade, apresenta relativa

baixa área superficial. Logo, é necessária uma técnica de modificação de superfície

para aumentar a sua área superficial, melhorando as características da diatomita

bruta e possibilitando sua utilização como material de suporte. Em virtude de sua

porosidade elevada, alta permeabilidade, baixa condutividade térmica, inércia

química e baixo custo, a diatomita bruta pode ser utilizada em diversas aplicações

industriais, como filtração, absorvente, suporte de material catalítico, entre outros

(SILVA, 2014 apud XIONG e PENG, 2008).

A modificação da diatomita bruta estudada nesta pesquisa tem por finalidade

transformá-la em um material catalítico (diatomita modificada) para investigar seu

uso e viabilidade na catálise heterogênea do oxidante na oxidação química in situ. A

sua fase ativa, constituída por hidróxidos de ferro, permite a reação com as

moléculas do oxidante possibilitando a geração dos radicais necessários à oxidação

dos poluentes presentes na zona contaminada. A Figura 2 representa a estrutura de

uma partícula da diatomita modificada.

Figura 2 – Estrutura da partícula da diatomita modificada

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CAPÍTULO 3

Metodologia Experimental

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3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

3.1 Materiais utilizados

Os reagentes e materiais utilizados foram:

Diatomita. Marca: BF-Clay Especialidades Ltda.

Sulfato de Ferro II Heptahidratado P.A. 99%; fórmula: FeSO4.7H2O;

massa molar: 278,01 g.mol-1; marca: Neon Comercial Ltda.; lote:

13006.

Sulfato de Ferro III P.A. (ICO); fórmula: Fe2(SO4)3. xH2O; massa molar:

399,88 g.mol-1; marca: Vetec Química Fina Ltda.; lote: 1005184.

Hidróxido de Sódio 97%; fórmula: NaOH; massa molar: 40 g.mol-1;

marca: Neon Comercial Ltda; lote: 9535.

Fenantreno 98%; fórmula: C14H10; massa molar: 178,23 g.mol-1; marca:

Sigma Aldrich; lote: S37908-347.

Hexano P.A.; fórmula: C6H14; massa molar: 86,16 g.mol-1; marca:

LABSYNTH Produtos para Laboratórios Ltda.; lote: 190116.

Persulfato de sódio P.A. 99%; fórmula: Na2S2O8; massa molar: 238,11

g.mol-1; marca: LABSYNTH Produtos para Laboratórios Ltda; lote:

192807.

Acetonitrila P.A. 99.5%; fórmula: CH3CN; massa molar: 41,05 g.mol-1;

marca: EMD Millipore Corporation; lote: K43561103.

Filtro de seringa CHROMAFIL Xtra PA-45/25. Marca: Macherey-Nagel.

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3.2 Diatomita modificada

3.2.1 Síntese do material

Conforme já mencionado, o material produzido nesta pesquisa tem como

suporte a diatomita e a fase ativa hidróxidos de ferro. O processo de síntese do

catalisador segue as seguintes etapas, apresentadas na Figura 3.

Preparação da suspensão, que compreende a adição do material

suporte em uma solução de íons de ferro, preparada a partir da

mistura de sais de ferro;

Reação química, obtida com a adição de uma solução básica à

suspensão;

Secagem;

Moagem.

Figura 3 – Fluxograma de síntese do catalisador

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Foram preparados 4 tipos de catalisadores: CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20.

Todos seguem o mesmo processo, variando apenas a concentração da solução

básica utilizada.

A solução de sais de ferro foi preparada a partir da mistura de sulfato férrico

(Fe2(SO4)3) e sulfato ferroso heptahidratado (FeSO4.7H2O), onde a concentração

final é de 366 g.L-1 e 183 g.L-1, respectivamente, para um volume de 112 mL. Após o

preparo da solução, foram adicionados 100 g da diatomita bruta e a suspensão

obtida foi homogeneizada em um reator de mistura intensa. Nessa suspensão foi

adicionada, em 4 etapas, uma solução de NaOH com um volume total de 220 mL,

onde as concentrações utilizadas para cada amostra foram 1 mol.L-1, 2 mol.L-1, 5

mol.L-1 e 20 mol.L-1 para o CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20, respectivamente.

A mistura permaneceu em homogeneização por 1 hora. Após esta etapa, o

material sintetizado foi colocado para secagem em estufa a 60 ºC, por 24 horas.

Após a secagem, o catalisador foi moído (desagregado) com almofariz e pistilo e

depois peneirado e acondicionados em frascos de vidro.

3.2.2 Caracterização do material

As caracterizações das amostras de diatomita bruta e catalisadores

sintetizados foram realizadas utilizando métodos padrões. Para a quantificação do

teor de ferro presente em cada amostra, a caracterização por fluorescência de raio-X

foi realizada utilizando espectrômetro Philips modelo PW 2400 XRF. Os raios-x

foram gerados utilizando um tubo de raios-X de ânodo Rh.

Para a caracterização por microscopia eletrônica de varredura (MEV)

acoplada com a espectroscopia por dispersão de energia de raio-X (EDS), as

amostras de diatomita bruta e catalisadores foram escaneadas por microscópio

eletrônico de varredura EOL 440I. Nas análises de MEV, as amostras foram

revestidas por uma fina camada de ouro.

3.3 Coleta do solo

As amostras de solo utilizadas são as mesmas do estudo de Fernandes

(2014), sendo de característica arenosa e com baixo teor de matéria orgânica

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(0,13% de carbono orgânico total). As amostras foram coletadas em Natal/RN,

próximo ao Núcleo de Ensino e Pesquisa em Petróleo e Gás (NUPEG), a 30 cm de

profundidade com trado manual, quarteadas e passadas por peneira de 2 mm

(mesh 10) para remoção de pedras e raízes.

3.3.1 Caracterização do solo

As caracterizações do solo utilizado neste estudo foram realizadas a partir

dos métodos descritos no Manual de Métodos de Análise de Solo da EMBRAPA

(1997). As análises realizadas para esta pesquisa foram pH, densidade (da partícula

e aparente) e porosidade.

Para medir o pH foi preparada, inicialmente, uma suspensão de solo em

água, utilizando 10 mL de solo para 25 mL de água medidos em uma proveta e

depois adicionados a um béquer de 100 mL. Essa suspensão foi homogeneizada

com bastão de vidro e em seguida permaneceu em repouso por 1 hora. Após esse

período, a suspensão foi agitada novamente e a leitura do pH foi feita.

Para a análise da densidade da partícula foram pesados 20 gramas de solo,

onde essa amostra foi colocada em bandeja de alumínio de peso conhecido, levada

à estufa por 6 horas, dessecada e pesada, a fim de se obter o peso da amostra seca

a 105 ºC. Após a secagem, a amostra foi transferida para um balão volumétrico de

50 mL, no qual foi adicionado álcool etílico, agitando-o para eliminar as bolhas de ar

que são formadas, até completar o volume do balão. O volume gasto para completar

o balão foi anotado. O cálculo da densidade da partícula foi realizado através da

relação apresentada na equação (1).

(1)

Para a análise da densidade aparente foi utilizado o método da proveta.

Para este método pesou-se uma proveta de 100 mL, com aproximação de 0,5 a 1 g.

Na proveta foi adicionado, de uma única vez, aproximadamente 35 mL de solo seco,

o qual foi compactado através de repetidas batidas da proveta em superfície não

rígida, repetindo a adição de amostra até que o nível do solo atingisse o volume de

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35 mL da proveta. Após o aferimento, a proveta com a amostra foi pesada. O cálculo

da densidade aparente foi feito através da equação (2).

(2)

A porosidade foi calculada a partir dos resultados da densidade da partícula

e da densidade aparente, por meio da equação (3).

(

) (3)

Em que “a” é a densidade real (partícula) e “b” é a densidade aparente.

3.4 Tratamento do solo contaminado com fenantreno

3.4.1 Contaminação do solo

A contaminação do solo foi simulada em laboratório, uma vez que o solo

contaminado real pode conter outros compostos que poderiam causar interferência

no estudo.

O contaminante fenantreno foi pesado e dissolvido em hexano (solvente) em

um balão de 10 mL, onde a massa de contaminante foi calculada a fim de obter

concentração final de 200 mg de fenantreno por kg de solo. Em seguida, esse

volume foi adicionado à massa de solo, sendo a mistura entre contaminante e solo

realizada em misturador automático rotativo.

3.4.2 Ensaios em batelada

Os experimentos realizados em batelada tiveram como objetivo investigar a

viabilidade da utilização do oxidante persulfato de sódio em tecnologia de

remediação in situ para solo contaminado com micropoluentes orgânicos.

Para os ensaios de remediação, em cada erlenmeyer (reator) de 125 mL,

foram pesados 10 gramas da amostra contaminada em laboratório com 200 mg de

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fenantreno por kg de solo, sendo adicionados os volumes das soluções do oxidante

e completados com água milli-Q até o volume de 20 mL.

Ensaios controles (sem adição de oxidante) foram realizados para todas as

reações, nas mesmas condições de tratamento. Os experimentos foram realizados

em duplicata, e o erro experimental nesse estudo foi menor do que 5%. Os ensaios

foram realizados a temperatura ambiente 25 ºC.

Para avaliar a eficiência do oxidante persulfato de sódio na presença de

catalisador sintetizado em condições ótimas para o tratamento do fenantreno,

ensaios foram realizados utilizando persulfato de sódio a 45 g.L-1 e 1 g dos

catalisadores (CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20), durante 7 dias de tratamento.

3.4.2.1 Planejamento Experimental

Após a avaliação do melhor catalisador sintetizado, um planejamento

experimental fatorial 22 foi realizado, em 168 horas de tratamento. As variáveis foram

concentração do oxidante e quantidade de catalisador. As condições experimentais

estão apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4 – Planejamento experimental fatorial 2² para a degradação do fenantreno

Ensaios Valores Normalizados Valores Absolutos

Catalisador Persulfato Catalisador (g) Persulfato

(g/L)

1 -1 1 0,5 45

2 1 1 1 45

3 -1 -1 0,5 25

4 1 -1 1 25

5 0 0 0,75 35

6 0 0 0,75 35

7 0 0 0,75 35

Para análise dos dados estatísticos do planejamento experimental foi

utilizado o software Statistica 13.

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3.4.3 Ensaios em coluna

Os ensaios em coluna tiveram como objetivo avaliar o transporte do

contaminante e a eficiência do material catalítico, uma vez que são considerados

mais representativos para as condições de tratamento in situ.

Para avaliar a eficiência do oxidante persulfato de sódio na presença do

catalisador sintetizado, os experimentos em coluna foram realizados nos tempos de

reação de 4h e 8h, utilizando a condição ótima obtida no planejamento experimental

fatorial 22, realizado previamente. Ensaios sem a adição de oxidante também foram

realizados para todas as reações, nas mesmas condições de tratamento.

A coluna utilizada é a mesma do estudo de Fernandes (2014), a qual foi

preenchida com 100 gramas de solo contaminado, 100 gramas de solo contaminado

misturado com 10 gramas de catalisador CAT-1, e o restante do volume preenchido

com solo limpo. Para os ensaios sem oxidante foram adicionados 10 gramas de

catalisador entre o solo contaminado e o solo misturado, sendo este a barreira

reativa, e para os ensaios com oxidante, além desta barreira, também foi adicionada

outra no início da coluna, antes do solo contaminado. As camadas de solo da coluna

estão representadas na Figura 4.

Figura 4 – Camadas de solo da coluna para ensaio sem oxidante

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Os experimentos foram realizados com o auxílio de uma bomba peristáltica

(Figura 5), que injeta o volume do balão de forma radial e central na coluna, no

sentido ascendente de forma a evitar a formação de caminhos preferencias no solo.

Após a passagem completa pela coluna, o volume foi recirculado ao balão (Figura

6).

Figura 5 – Bomba peristáltica utilizada nos ensaios

Figura 6 – Esquema de reciclo utilizado na coluna

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Figura 7 – Coluna para remediação de solo contaminado com injeção constante de oxidante (ensaio reação) ou água destilada (ensaio controle)

3.5 Cinética de degradação

Uma cinética de degradação do fenantreno foi realizada a fim de avaliar a

taxa da reação em catálise heterogênea. Os tempos de reação foram de 24h, 48h,

72h, 120h e 168h. As condições de concentração de persulfato de sódio (Na2S2O8) e

quantidade de catalisador CAT-1 estão apresentadas na Tabela 5. As reações foram

realizadas com pH 4 (sem ajuste de pH).

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Tabela 5 – Cinética de degradação do fenantreno

Ensaio Concentração de

Na2S2O8 inicial (g/L)

Massa inicial de

CAT-1 (g)

1 45 1,0

2 45 0,5

3 25 1,0

4 25 0,5

3.6 Extração e Análise

Para a quantificação da contaminação residual nos ensaios em batelada,

alíquotas de 2,5 gramas da amostra foram retiradas de cada reator, sendo cada

alíquota adicionada em vial de 40 mL, juntamente com 10 mL de acetonitrila. Em

seguida, cada vial com amostra e solvente foi submetido a ultrassom durante 30

minutos para extração sólido-liquido. Após a extração, o extrato foi filtrado utilizando

filtro de seringa. Esse extrato filtrado foi então colocado em vial de 1,5 mL para

injeção em um cromatógrafo líquido de alta eficiência (CLAE) acoplado com UV-

Vísivel (HPLC-UV) da Shimadzu.

Para a quantificação da contaminação residual nos ensaios em coluna,

alíquotas de 2,5 gramas foram retiradas de cada camada do solo, onde do solo

limpo foram retiradas amostras da base, logo após o solo misturado, e do topo. A

extração foi feita da mesma maneira dos ensaios em batelada, sendo as amostras

analisadas no mesmo equipamento.

As configurações do HPLC para as análises foram: comprimento de onda de

254 nm, taxa de injeção de 1 mL/min e fase móvel acetonitrila:água (70:30 v/v).

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CAPÍTULO 4

Resultados e Discussões

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização do solo

A partir dos cálculos realizados, conforme descrito na metodologia

experimental, para o solo arenoso utilizado neste estudo foi obtida densidade

aparente igual a 1,5228 g/cm³, densidade da partícula igual a 2,498 g/cm³ e

porosidade de aproximadamente 39%.

4.2 Caracterização das diatomitas modificadas

A partir dos resultados da fluorescência de raio-x apresentados na Tabela 6,

verificou-se que, com a modificação da diatomita, o teor de ferro aumentou. A

diminuição na concentração de NaOH para a síntese das diatomitas modificadas

não diminuiu, significativamente, o teor de ferro presente no material. Portanto, este

fator pode ser considerado economicamente e ambientalmente viável, uma vez que

pode ser utilizada uma menor concentração de reagente sem perder a qualidade do

material sintetizado.

Tabela 6 – Resultados dos teores de ferro da análise fluorescência de raio-x

Amostra Teor de Fe (%)

Diatomita

Bruta 4

CAT-1 20

CAT-2 20

CAT-5 17

CAT-20 25

Os resultados das análises de fluorescência de raio-x e EDS mostraram que

o principal componente presente na diatomita é a sílica (SiO2), e, além do ferro,

também há a presença de compostos como cálcio (Ca), titânio (Ti), oxigênio (O),

alumínio (Al), sódio (Na), magnésio (Mg), bário (Ba) e enxofre (S), entre outros.

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As imagens obtidas pela análise de MEV das amostras de diatomita bruta e

diatomitas modificadas estão apresentadas na Figura 8. A partir desses resultados,

observa-se a presença de poros e formas cilíndricas na superfície da diatomita bruta

(Figura 8.a). Após o tratamento da diatomita bruta com hidróxido de sódio e solução

de íons de ferro (II) e ferro (III), nota-se que essas estruturas foram preservadas nos

catalisadores CAT-1 (Figura 8.b), CAT-2 (Figura 8.c) e CAT-5 (Figura 8.d).

Entretanto, no CAT-20 ocorreram algumas alterações na estrutura da diatomita

(Figura 8.e). Essa diferença entre as estruturas da superfície da diatomita bruta e do

CAT-20 pode ser explicada pela alta concentração da solução de NaOH utilizada na

modificação, a qual pode estar mudando a sílica presente na diatomita, devido a sua

dissolução parcial por NaOH. Estruturas semelhantes de diatomita foram

observadas na literatura (XIONG e PENG, 2008). As superfícies das diatomitas

modificadas foram cobertas por hidróxidos de ferro, responsáveis pela ativação do

persulfato na oxidação química. Além disso, a estrutura porosa da diatomita

proporciona acesso a locais catalíticos para a degradação do fenantreno.

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Figura 8 – Imagens obtidas por MEV das amostras de diatomita bruta (a), CAT-1 (b), CAT-2 (c), CAT-5 (d) e CAT-20(e). Aumento em 3900 vezes (escala = 22 μm)

4.3 Tratamento do solo com diferentes catalisadores

Para avaliar a eficiência do oxidante persulfato de sódio na presença de

catalisador sintetizado em condições ótimas para o tratamento do fenantreno,

ensaios foram realizados utilizando persulfato de sódio a 45 g.L-1 e 1 g dos

catalisadores (CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20), cada um em diferentes reatores.

De acordo com os resultados apresentados na Figura 9, observa-se que o

fenantreno foi degradado em todas as reações utilizando persulfato de sódio ativado

com os diferentes tipos de catalisadores. Os materiais CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-

20 degradaram 98%, 97%, 93% e 94%, respectivamente, em 168 horas de

tratamento. Pode-se considerar que os diferentes catalisadores têm a mesma

eficiência, por terem praticamente os mesmos teores de ferro, mesmo sendo

sintetizados em diferentes concentrações de NaOH.

O pH do sistema varia de acordo com o catalisador utilizado. Verificou-se

que o uso do CAT-1, CAT-2, CAT-5 e CAT-20 apresentou pH de 4, 4, 8 e 9,

respectivamente. Essa diferença de pH é ocasionada pela diferença de

concentração do NaOH utilizado na modificação.

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Figura 9 – Fenantreno residual utilizando persulfato de sódio com diferentes tipos de catalisadores. Concentração de persulfato de sódio = 45 g.L

-1; quantidade de catalisador = 1 g; 168 horas

Observa-se, ainda, que o CAT-1 apresenta melhor resultado de degradação

apesar de utilizar menor concentração de NaOH na sua modificação. O excesso de

NaOH e a formação de subprodutos indesejados, provavelmente pela reação de

excesso de ferro e NaOH, pode ser a causa da interferência na eficiência da

degradação do contaminante. Devido a isso, o CAT-1 foi escolhido para um estudo

detalhado da degradação de fenantreno.

4.4 Planejamento Experimental

A partir dos resultados obtidos do teste dos catalisadores, realizou-se um

planejamento experimental fatorial, utilizando como variáveis: concentração de

oxidante e quantidade de CAT-1. Os resultados do planejamento experimental estão

apresentados na Tabela 7 e na Figura 10. A partir desses resultados, observa-se

que o ensaio utilizando 45 g.L-1 e 1 g de CAT-1 degradou 98% de fenantreno,

nessas condições, a razão molar de persulfato de sódio e teores de ferro foi de 1:1.

Para esse ensaio, o fenantreno residual foi de aproximadamente 6 mg de fenantreno

por kg de solo, valores abaixo dos limites de intervenção agrícola, residual e

industrial de acordo com a resolução CONAMA 420/2009.

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Tabela 7 – Resultados do planejamento fatorial 2²

Ensaios Catalisador (g) Persulfato

(g/L)

Degradação

Observada (%)

Degradação

Calculada (%)

1 0,5 45 85 82

2 1 45 98 99

3 0,5 25 74 76

4 1 25 80 88

5 0,75 35 87 86

6 0,75 35 86 86

7 0,75 35 87 86

Figura 10 – Superfície de resposta do planejamento fatorial 2² da degradação do fenantreno (200 mg.kg

-1). Concentração do peróxido de hidrogênio variando de 25 g.L

-1 a 45 g.L

-1 e quantidade de

CAT-1 variando de 0,5 a 1,0 g

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A superfície de resposta de planejamento, Figura 10, foi obtida a partir da

equação 1, variando a quantidade de catalisador e concentração de oxidante, ao

longo do seu nível máximo e mínimo. As variáveis estudadas normalizadas são

representadas por x (quantidade de catalisador), y (concentração do oxidante) e Z é

o percentual de degradação dos contaminantes. A equação 1 apresenta o modelo

proposto para a degradação do fenantreno.

Z=86,71+7,25x+4,25y+1,25xy (1)

Estudos sugerem que, para um bom ajuste de um modelo, o coeficiente de

correlação (R2) deve ser pelo menos 0,8 (JOGLEKAR e MAY, (1987); FUA et al.

(2007); SILVA et al, (2015)). O valor de R2 para as variáveis de resposta do

planejamento, mostrado na Tabela 7, foi de aproximadamente 0,80, o que indica que

o modelo de regressão explicou bem a reação.

O cálculo do efeito das variáveis apresentou valores positivos para as duas

variáveis, sendo +9 para o efeito da quantidade de catalisador e +14 para o efeito da

concentração do oxidante. Isso indica que a degradação do fenantreno aumenta em

9%, em média, quando a quantidade de CAT-1 varia do valor inferior (0,5 g) para o

seu valor mais elevado (1,0 g) e o efeito concentração do oxidante aumenta a

degradação em 14%, quando esse efeito varia de um valor inferior (25 g/L) para um

mais elevado (45 g/L).

4.5 Ensaios em coluna

Em relação aos ensaios em batelada, os ensaios em coluna são

considerados mais representativos para condições in situ. Esta etapa teve como

objetivo avaliar o transporte do contaminante e a eficiência do material catalítico.

Os resultados dos ensaios com a coluna estão apresentados nas Figuras 11

e 12. Para os ensaios realizados em 4 horas de reação (Figura 11), a área do solo

misturado, que simulava a co-injeção de oxidante e catalisador, apresentou

aproximadamente 40% de degradação do fenantreno e a área de solo contaminado,

que simulava a barreira reativa, apresentou 27% de degradação do contaminante.

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Nos ensaios realizados em 8 horas de reação (Figura 12), a área do solo misturado

apresentou mais de 80% de degradação do fenantreno e na área da barreira reativa

a degradação foi de 60%.

Figura 11 – Resultados dos ensaios em coluna em 4 horas de reação. BR = Barreira reativa; Cat. + Solo = solo misturado com catalisador

Figura 12 – Resultados dos ensaios em coluna em 8 horas de reação. BR = Barreira reativa; Cat. + Solo = solo misturado com catalisador

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De acordo com esses resultados, observa-se que as condições de

tratamento simulando a co-injeção foram mais efetivas em relação ao tratamento

simulando a barreira reativa, provavelmente por haver maior contato superficial entre

os materiais (solo e catalisador). Entretanto, em comparação aos ensaios em

batelada, pode-se concluir que nas duas situações de simulação de aplicações

práticas do catalisador o material apresentou alta eficiência para a remediação do

fenantreno.

Nas áreas envolvendo o solo limpo, observou-se que após 4 horas no ensaio

controle, o solo incialmente limpo ficou contaminado com 22 mg/kg de fenantreno.

Essa mesma área no ensaio com adição de persulfato de sódio por 4 horas

apresentou fenantreno residual de 5 mg/kg. Nos ensaios controle de 8 horas, o solo

inicialmente limpo apresentou contaminação de aproximadamente 12 mg/kg de

fenantreno, e no ensaio em 8 horas de reação a contaminação residual foi de

apenas 2 mg/kg de fenantreno. Pode-se considerar que essa fase que foi

transportada no decorrer da coluna trata-se da fase separada do contaminante, que

é a fase não miscível ou parcialmente miscível que pode encontrar-se em fase livre

ou fase residual, representando uma fonte de contaminação para as águas

subterrâneas. A fase livre apresenta mobilidade no meio poroso, já a fase residual

não apresenta mobilidade no meio poroso e está trapeada nos poros do solo, sendo

a fase mais difícil de remediação.

4.6 Cinética de degradação do fenantreno

A partir dos resultados da cinética de degradação do fenantreno,

apresentados na Figura 13, conclui-se que uma degradação satisfatória foi obtida

utilizando persulfato de sódio a 45 g/L e 1 g de CAT-1 em 120h e 168h de reação,

degradando cerca de 90% e 98% de fenantreno, respectivamente.

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Figura 13 – Degradação de fenantreno (200 mg.kg-1

) promovida por persulfato de sódio e diatomita modificada CAT-1 para tempos de 24h, 48h, 72h, 120h e 168h

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 24 48 72 96 120 144 168

De

gra

da

ção

(%

)

Tempo (horas)

Pers 45g/L + CAT-1 1g

Pers 45 g/L + CAT-1 0,5 g

Pers 25 g/L + CAT-1 1 g

Pers 25 g/L + CAT-1 0,5 g

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CAPÍTULO 5

Conclusões

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5 CONCLUSÕES

Os resultados mostraram que a modificação realizada na síntese do

catalisador utilizando menor concentração de hidróxido de sódio melhorou a

eficiência catalítica do material, provavelmente porque ao utilizar menor

concentração desse reagente, formou-se menor quantidade de subprodutos

indesejáveis durante a síntese. Logo, uma menor concentração de hidróxido de

sódio produz um material mais reativo (CAT-1), o que pode indicar menor custo de

produção ao utilizar menor quantidade de reagente sem perder eficiência do

material.

O planejamento experimental mostrou que o teor das variáveis devem ser

otimizadas para não utilizar ferro em excesso e deste modo diminuir a eficiência do

tratamento. A máxima degradação de fenantreno (98%) foi obtida no ensaio

utilizando 45 g.L-1 de persulfato de sódio e 1,0 g de CAT-1, em que a razão molar

entre persulfato e teor de ferro foi de 1:1.

O estudo cinético mostrou que resultados satisfatórios para a degradação do

fenantreno foram obtidos utilizando 45 g.L-1 de persulfato de sódio e 1,0 g de CAT-1

para tempos de reação de 120h e 168h.

Para aplicações práticas, a presente investigação sugere que a ISCO pode

ser realizada utilizando oxidante ativado por diatomita modificada, através de co-

injeção (simultaneamente ou sequencialmente) do oxidante e do material. A

diatomita modificada também pode ser utilizada como um enchimento de barreira

reativa permeável, onde, juntamente com a injeção de oxidante, irá gerar radicais

livres para a degradação de contaminantes.

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CAPÍTULO 6

Referências Bibliográficas

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