universidade federal do cearÁ faculdade de medicina …€¦ · 4.5. esvaziamento gástrico 76...

228
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS Investigação farmacológica dos mecanismos de ação gastroenteroprotetores do Ácido Centipédico, um diterpeno de Egletes viscosa Less., em modelos experimentais. Marjorie Moreira Guedes FORTALEZA-CE 2010

Upload: others

Post on 03-Apr-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

Investigação farmacológica dos mecanismos de ação

gastroenteroprotetores do Ácido Centipédico, um diterpeno de

Egletes viscosa Less., em modelos experimentais.

Marjorie Moreira Guedes

FORTALEZA-CE

2010

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

Marjorie Moreira Guedes

Investigação farmacológica dos mecanismos de ação

gastroenteroprotetores do Ácido Centipédico, um diterpeno de

Egletes viscosa Less., em modelos experimentais.

Tese de doutorado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Ciências Médicas da Universidade

Federal do Ceará como requisito parcial

para obtenção do título de Doutor em

Ciências Médicas.

Orientador: Prof. Dr. Vietla

Satyanarayana Rao.

Co-orientadora: Profa. Dra Fávia

Almeida Santos.

Fortaleza

2010

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

G958i Guedes, Marjorie Moreira

Investigação farmacológica dos mecanismos de ação

gastroenteroprotetores do ácido centipédico, um diterpeno de

Eglites Viscosa Less., em modelos experimentais / Marjorie

Moreira Guedes. – Fortaleza-Ce, 2010.

190 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará.

Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal do Ceará

1. Diterpenos 2. Antioxidantes 3. Gastroenterologia I. Rao,

Vietla Satayanarayana (Orient.) II. Título.

CDD: 615.32

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

MARJORIE MOREIRA GUEDES

Investigação farmacológica dos mecanismos de ação

gastroenteroprotetores do Ácido Centipédico, um diterpeno de

Egletes viscosa Less., em modelos experimentais.

Esta tese foi submetida como parte dos

requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências Médicas, outorgado pela Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca setorial da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta tese é permitida, desde que realizada de acordo com as normas da ética científica.

Data da aprovação: 30 de março de 2010.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao (Orientador) Universidade Federal do Ceará

______________________________________________

Profa. Drª. Glória Isolina Boente Pinto Duarte Universidade Federal do Pernambuco

______________________________________________

Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins Universidade Federal do Mato Grosso

______________________________________________

Profa. Drª. Luzia Kalyne Almeida Moreira Leal Universidade Federal do Ceará

______________________________________________

Profa. Drª. Adriana da Rocha Tomé Universidade Estadual do Ceará

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

Prepara-se o cavalo para o dia da batalha,

porém do SENHOR vem a vitória.

Provérbios 21:31

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

A Deus, pelo cuidado e todas as

bênçãos concedidas.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

AGRADECIMENTOS

A Jesus por permitir todas as relizaçãos de minha vida.

Ao Professor Vietla Satyanarayana Rao pela confiança em mim depositada,

pela orientação, incentivo e amizade durante a realização deste trabalho, meu

muitíssimo obrigado.

À professora Flávia Santos pela co-orientação e colocações sempre

oportunas.

A todos os meus amigos da Pós-graduação que passaram pelo LPN durante

minha estada por lá, obrigada pela amizade e parceria durante os experimentos.

Ao professor Aldo Ângelo Lima e sua aluna de doutorado Eunice Bobô, pela

colaboração nesse trabalho.

Ao professor Edilberto Rocha Silveira pelo fornecimento da droga usada

nesse trabalho.

A todos os bolsistas do LPN pelo auxílio e amizade.

Às técnicas Nísia, Marta e Anyssa pelo apoio na parte experimental.

Às funcionárias da pós-graduação em Ciências Médicas, Ivone e Rita.

Aos meus familiares que sempre me deram total suporte nos momentos mais

necessários.

Ao meu esposo Sânzio, homem de Deus e companheiro fiel, pelo incentivo

sempre oportuno e à minha filha Alice, recompensa divina diária.

Aos amados irmãos em Cristo pelo fundamental e necessário apoio espiritual.

A Capes e ao INCT, pelo apoio financeiro.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

SUMÁRIO

Lista de Abreviaturas Lista de quadro Lista de Tabelas Lista de Figuras RESUMO ABSTRACT 1.INTRODUÇÃO 27 1.1. Fisiologia Gastrintestinal 27 1.1.1. Fisiologia da Secreção e Motilidade Gastrintestinal 28 1.2. Distúrbios gastrintestinais 30 1.2.1. Mecanismos de Defesa da Mucosa Gástrintestinal 37 1.3. Modelos experimentais em gastroenteroproteção 40 1.4. Plantas Medicinais e desordens gastrintestinais 42 1.5. Diterpenos 45 1.6. Egletes viscosa Less. 47 2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 54 2.1. Justificativa 54 2.2. Objetivos geral e específicos 57 3. MATERIAIS 59 3.1. Material Botânico 59 3.2. Animais Experimentais 59 3.2.1. Aspectos éticos 59 3.3. Drogas e Reagentes 60 3.4. Equipamentos 62 4. MÉTODOS 63 4.1. Obtenção do Ácido Centipédico 63 4.2. Lesão gástrica induzida por etanol 66 4.2.1. Estudo do envolvimento dos neurônios aferentes primários sensíveis à capsaicina na gastroproteção do AC

66

4.2.2. Estudo do envolvimento do óxido nítrico na gastroproteção do AC 67 4.2.3. Estudo do envolvimento das prostaglandinas na gastroproteção do AC

67

4.2.4. Estudo do envolvimento dos canais de potássio ATP-dependentes na gastroproteção do AC

68

4.2.5. Estudo da ação do Ácido Centipédico sobre os grupos sulfidrilas não protéicos (NP-SH)

69

4.2.6. Avaliação da peroxidação lipídica 69 4.2.6.1. Dosagem de malonildealdeído (MDA) 69 4.2.6.2. Dosagem de superóxido dismutase (SOD) 71 4.2.7. Determinação de muco da mucosa gástrica 72 4.3. Lesão gástrica induzida por etanol acidificado 73

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

4.3.1. Estudo do envolvimento dos receptores opiódes na gastroproteção do AC

73

4.3.2. Estudo do envolvimento dos receptores α2-adrenérgicos na gastroproteção do AC

74

4.4. Atividade anti-secretória gástrica 75 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica crônica induzida por Ácido Acético 78 4.8. Lesão intestinal induzida por indometacina em ratos 79 4.8.1. Dosagem de Catalase 80 4.8.2. Dosagem de Mieloperoxidase 80 4.9. Cultura de células epiteliais intestinais (IEC-6) 81 4.9.1. Migração celular em cultura de células intestinais (IEC-6) 81 4.9.2. Proliferação celular em cultura de células intestinais (IEC-6) 82 4.10. Toxicidade aguda 84 4.11. Análise estatística 85 5. RESULTADOS

86

5.1. Obtenção do Ácido Centipédico 86 5.2. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol em camundongos

87

5.2.1. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel dos neurônios aferentes primários sensíveis à capsaicina

90

5.2.2. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel do óxido nítrico

93

5.2.3. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: participação das prostaglandinas

96

5.2.4. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel dos canais de potássio ATP - dependentes

99

5.2.5. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel dos grupos sulfidrilas não protéicos (NP-SH) gástricos

102

5.2.6.Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: ação sobre a peroxidação lipídica.

105

5.2.6.1. Dosagem de malonildealdeído (MDA) 105 5.2.6.2. Dosagem de superóxido dismutase (SOD) 108 5.2.7. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: ação sobre a produção de muco

111

5.3. Efeito do Ácido Centipédico na úlcera gástrica induzida por etanol acidificado em camundongos

114

5.3.1. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel dos receptores opioides

117

5.3.2. Efeito gastroprotetor do Ácido Centipédico na lesão gástrica induzida por etanol: papel dos receptores α2-adrenérgicos

120

5.4. Efeito do Ácido Centipédico sobre a secreção gástrica no modelo de ligação do piloro em ratos

123

5.5. Efeito do Ácido Centipédico sobre o esvaziamento gástrico em ratos 127 5.6. Efeito do Ácido Centipédico sobre Helicibacter pylori 130 5.7. Efeito curativo do Ácido Centipédico na lesão gástrica crônica 131

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

induzida por ácido acético em ratos 5.7.1. Efeito curativo do Ácido Centipédico na lesão gástrica crônica induzida por ácido acético em ratos: achados histológicos

134

5.8. Efeito do Ácido Centipédico sobre úlceras intestinais induzidas por indometacina em ratos.

139

5.8.1. Análise de parâmetros bioquímicos 139 5.8.1.1. Função renal (dosagem de ureia e creatinina) 139 5.8.1.2. Função hepática (dosagem de TGO e TGP) 141 5.8.2. Quantificação das úlceras – Análise Macroscópica 143 5.8.3. Ação sobre a peroxidação lipídica 146 5.8.3.1. Dosagem de malonildialdeido 146 5.8.3.2. Dosagem de catalase 149 5.8.3.3. Dosagem de Mieloperoxidase 152 5.8.3.4. Determinação de grupos sulfidrílicos não-proteicos 155 5.8.4. Efeito do Ácido Centipédico na lesão intestinal induzida por indometacina em ratos: Achados histológicos

158

5.9. Efeito do Ácido Centipédico sozinho ou associado a indometacina sobre a migração celular de células intestinais (IEC-6)

160

5.10. Efeito do Ácido Centipédico sozinho ou associado a indometacina sobre a proliferação celular de células intestinais (IEC-6)

162

5.11. Estudo da toxicidade aguda do Ácido Centipédico. 164 6. DISCUSSÃO 166 7. CONCLUSÕES 197

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 199 9. ANEXO – ARTIGOS PUBLICADOS 228

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

LISTA DE ABREVIATURAS

% Percentagem

± Mais ou menos

® Marca registrada

5-HT Serotonina

5-HT4 Receptores serotoninérgicos do tipo 4

AC Ácido Centipédico

Ach Acetilcolina

AINEs Antiinflamatórios não-esteroidais

AMPc Adenosina Monofosfato cíclico

ANOVA Análise de variância

ATP Adenosina trifosfato

Ca2+ Íon cálcio

CA Centipedic Acid

CCK Colecistocinina

CCK2 Receptor de colecistocinina tipo 2

CCl4 Tetracloreto de carbono

CEPA Comitê de Ética em Pesquisa Animal

CGRP Peptídio Relacionado ao Gene da Calcitonina

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

cNOS Óxido nítrico sintase constitutiva

COX Ciclooxigenases

COX-1 Ciclooxigenase tipo 1

COX-2 Ciclooxigenase tipo 2

COX-3 Ciclooxigenase tipo 3

CLSI Clinical and Laboratory standards Institute

Da Daltons

DL50 Dose letal 50%

DMEM Meio Dulbecco

DNA Ácido desoxiribonucleico

E.P.M. Erro padrão da média

EDTA Ácido Etilenodiaminotetraacético sal dissódico

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

eNOS Óxido nítrico sintase endotelial

EP3 Receptor prostanóide tipo 3

ERO Espécies reativas de oxigênio

et al. ...e colaboradores

G Grama

Gi Proteína G inibitória

GSH Glutationa reduzida

H Hora

H2 Receptor de histamina tipo 2

H+, K+-ATPase Bomba de prótons

HCl Ácido clorídrico

HTAB Brometo de hexadeciltrimetilamônio

IBD Doença Inflamatória Intestinal

i.p. Intraperitoneal

IgE Imunoglobulina E

IL-10 Interleucina 10

iNOS Óxido nítrico sintase induzível

IV Infravermelho

KATP Canais de potássio sensíveis a ATP

KCl Cloreto de potássio

Kg Quilograma

L Litros

L-NAME NG-nitro-L-arginina-metilester

M (µM) Molar (micro molar)

M- Meio sem glutamina

M3 Receptor muscarínico tipo 3

MDA Malonildealdeído

MeOH Metanol

mg Miligrama

min Minuto

mL Mililitro

mm2 Milímetros quadrados

MPO Mieloperoxidase

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

NAC N-acetilcisteína

NaOH Hidróxido de sódio

NK2 Receptor de taquicininas tipo 2

nm Nanômetros

nmoles Nanomoles

cNOS Óxido nítrico sintase constitutiva

nNOS Óxido nítrico sintase neuronal

NO Óxido nítrico

NOS Óxido nítrico sintase

NP-SH Grupos sulfidrílicos não-protéicos oC Grau centígrado

P Nível de significância

P.A. Para análise

PIV Peptídio Vasoativo Intestinal

PGE2 Prostaglandina E2

PGI2 Prostaciclina

PGs Prostaglandinas

PKA Proteína Kinase A

PKC Proteína Kinase C

RMN Ressonância Magnética Nuclear

RPM Rotações por minuto

s.c. Sub-cutâneo

SNC Sistema Nervoso Central

SNE Sistema Nervoso Entérico

SOD Superóxido dismutase

SST Somatostatina

TBA Ácido tiobarbitúrico

TCA Ácido tricloroacético

TGI Trato gastrintestinal

TGO Transaminase Glutâmico Oxalacética

TGP Transaminase Glutâmico Pirúvica

TNB Ácido trinitrobenzeno sulfônico

TRPV1 Canal de potencial transiente tipo vanilóide subtipo 1

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

TPA 13-acetato de 12-o-tetradecanoil-forbol

U.S.A. United States of America

UV Ultravioleta

v.o. Via oral

Vs Versus

α Alfa

β Beta

∆ Delta

µg Micrograma

µL Microlitro

µM Micromolar

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

LISTA DE QUADROS

QUADRO PÁGINA

QUADRO 1. Sumário de alguns dos principais terpenos descritos

na literatura com atividade antiulcerogênica

46

LISTA DE TABELAS

TABELA PÁGINA

TABELA 1. Cromatografia em Coluna de EVBFLC. 64

TABELA 2. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína no

modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

88

TABELA 3. Efeito do pré – tratamento com capsazepina na

gastroproteção Ácido Centipédico à lesão gástrica

induzida por etanol absoluto em camundongos..

91

TABELA 4. Efeito do pré – tratamento com L-NAME na proteção

gástrica do Ácido Centipédico à lesão gástrica

induzida por álcool em camundongos.

94

TABELA 5. Efeito do pré – tratamento com indometacina na

gastroproteção do Ácido Centipédico à lesão

gástrica induzida por etanol absoluto em

camundongos.

97

TABELA 6. Efeito do pré – tratamento com glibenclamida na

proteção do Ácido Centipédico frente às lesões

gástricas induzidas por etanol absoluto em

100

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

camundongos.

TABELA 7. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de grupos sulfidrilas não protéicos (NP-SH)

no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

103

TABELA 8. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de malonildealdeído no modelo de úlcera

gástrica induzida por etanol em camundongos.

106

TABELA 9. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de Superóxido dismutase no modelo de

úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

109

TABELA 10. Efeito do Ácido Centipédico e Misoprostol sobre os

níveis de muco no modelo de úlcera gástrica

induzida por etanol em camundongos.

112

TABELA 11. Efeito do Ácido Centipédico e lansoprazol sozinhos

ou associados nas lesões gástricas induzidas por

etanol acidificado em camundongos.

115

TABELA 12. Efeito do pré – tratamento com naloxona na

gastroproteção do Ácido Centipédico frente às

lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em

camundongos.

118

TABELA 13. Efeito do pré – tratamento com ioimbina

gastroproteção do Ácido Centipédico frente às

lesões gástricas induzidas por etanol acidificado

121

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

camundongos.

TABELA 14. Efeito do Ácido Centipédico e cimetidina sobre o

volume secretório gástrico e acidez gástrica total em

ratos com piloro ligado.

124

TABELA 15. Efeito do Ácido Centipédico e atropina sobre o

esvaziamento gástrico em ratos.

128

TABELA 16. Efeito do Ácido Centipédico e ranitidina sobre lesão

gástrica crônica induzida por ácido acético em ratos

(7 e 14 dias de tratamento).

132

TABELA 17. Efeito do ácido Centipédico, ranitidina e celecoxibe

sobre as alterações morfológicas observadas em

úlcera crônica induzida por ácido acético.

138

TABELA 18. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona no

modelo de úlcera intestinal induzida por

indometacina em ratos: função renal.

140

TABELA 19. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona no

modelo de úlcera intestinal induzida por

indometacina em ratos: função hepática.

142

TABELA 20. Efeito do Ácido centipédico e dexametasona sobre o

número de úlceras intestinais pontuais e

longitudinais induzidas por indometacina em ratos.

144

TABELA 21. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de malonildealdeído no modelo de úlcera

intestinal induzida por indometacina em ratos.

147

TABELA 22. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre 150

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

os níveis de catalase nas lesões intestinais induzidas

por indometacina em ratos.

TABELA 23. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de mieloperoxidase nas lesões intestinais

induzidas por indometacina em ratos.

153

TABELA 24. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de grupos sulfidrilas não-proteicos nas

lesões intestinais induzidas por indometacina em

ratos.

156

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

LISTA DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA

FIGURA 1. Mecanismos de defesa e injúria da mucosa gástrica. 32

FIGURA 2. Parte aérea de Egletes viscosa. 49

FIGURA 3. Estrutura química do Ácido Centipédico. 64

FIGURA 4. Método de extração do Ácido Centipédico. 65

FIGURA 5. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína no

modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

89

FIGURA 6. Efeito do pré – tratamento com capsazepina na

gastroproteção Ácido Centipédico à lesão gástrica

induzida por etanol 96% em camundongos.

92

FIGURA 7. Efeito do pré – tratamento com L-NAME na proteção

gástrica do Ácido Centipédico à lesão gástrica

induzida por álcool em camundongos.

95

FIGURA 8. Efeito do pré – tratamento com indometacina na

gastroproteção do Ácido Centipédico à lesão gástrica

induzida por etanol absoluto em camundongos.

98

FIGURA 9. Efeito do pré – tratamento com glibenclamida na

proteção do Ácido Centipédico frente às lesões

gástricas induzidas por etanol absoluto em

camundongos.

101

FIGURA 10. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de grupos sulfidrilas não protéicos nas

lesões gástricas induzidas por etanol em

104

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

camundongos.

FIGURA 11. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de malonildealdeído nas lesões gástricas

induzidas por etanol em camundongos.

107

FIGURA 12. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre

os níveis de Superóxido dismutase no modelo de

úlcera gástrica induzida por etanol em camundongos.

110

FIGURA 13. Efeito do Ácido Centipédico e Misoprostol sobre os

níveis de muco no modelo de úlcera gástrica induzida

por etanol em camundongos.

113

FIGURA 14. Efeito do Ácido Centipédico e lansoprazol sozinhos

ou associados nas lesões gástricas induzidas por

etanol acidificado em camundongos.

116

FIGURA 15. Efeito do pré - tratamento com naloxona na

gastroproteção do Ácido Centipédico frente às lesões

gástricas induzidas por etanol acidificado em

camundongos.

119

FIGURA 16. Efeito do pré - tratamento com ioimbina

gastroproteção do Ácido Centipédico frente às lesões

gástricas induzidas por etanol acidificado

camundongos

122

FIGURA 17. Efeito da administração intraduodenal do Ácido

Centipédico e cimetidina no volume secretório

gástrico em ratos.

125

FIGURA 18. Efeito da administração intraduodenal do Ácido 126

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

Centipédico e cimetidina na acidez total gástrica em

ratos.

FIGURA 19. Efeito do Ácido Centipédico e atropina sobre o

esvaziamento gástrico em ratos.

129

FIGURA 20. Avaliação da ação do Ácido Centipédico sobre

Helicobacter pylor in vitroi .

130

FIGURA 21. Efeito do Ácido Centipédico e ranitidina sobre lesão

gástrica crônica induzida por ácido acético em ratos

(7 e 14 dias de tratamento).

133

FIGURA 22. Achados histológicos de AC, ranitidina e celecoxibe

em modelo de úlcera crônica induzida por ácido

acético (7 e 14 dias de tratamento).

136

FIGURA 23. Efeito do Ácido centipédico e dexametasona sobre o

número de úlceras intestinais pontuais e longitudinais

induzidas por indometacina em ratos.

145

FIGURA 24. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de malonildealdeído no modelo de úlcera

intestinal induzida por indometacina em ratos.

148

FIGURA 25. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de catalase nas lesões intestinais induzidas

por indometacina em ratos.

151

FIGURA 26. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

os níveis de mieloperoxidase nas lesões intestinais

induzidas por indometacina em ratos.

154

FIGURA 27. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre 157

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

os níveis de grupos sulfidrilas não-proteicos nas

lesões intestinais induzidas por indometacina em

ratos.

FIGURA 28. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre

as lesões intestinais induzidas por indometacina:

achados histológicos.

159

FIGURA 29. Ação do Ácido Centipédico e indometacina sozinhos

ou associados na migração das células IEC-6 após

24 horas de exposição.

161

FIGURA 30. Ação do Ácido Centipédico e indometacina sozinhos

ou associados na proliferação das células IEC-6 após

24 horas de exposição.

163

FIGURA 31. Determinação da DL50 do Ácido Centipédico em

camundongos após 72 h de observação.

165

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

RESUMO

Investigação farmacológica dos mecanismos de ação gastroenteroprotetores

do Ácido Centipédico, um diterpeno de Egletes viscosa Less., em modelos

experimentais. Autora: Marjorie Moreira Guedes. Orientador: Prof. Dr. Vietla

Satyanarayana Rao. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências

Médicas. Departamento de Clínica Médica. Universidade Federal do Ceará, 2008.

Ácido Centipédico (AC), um diterpeno isolado Egletes viscosa Less. (Asteraceae), foi

avaliado em modelos experimentais de lesão gástrica aguda e crônica, e, em modelo de

lesão intestinal. AC (50 e 100 mg/kg, v.o.) atenuou significativamente as lesões gástricas

induzidas por etanol (53 e 79% de inibição). Na dose de 50 mg/kg mostrou envolvimento do

óxido nítrico, prostaglandinas, canais de potássio ATP-dependente, mas de receptores

TRPV1. O diterpeno diminuiu significativamente a depleção dos grupos sulfidrilas não-

proteicos e SOD e diminuiu a formação de MDA, associados à administração de etanol. AC

aumentou ainda os níveis de muco gástrico. No modelo de etanol acidificado AC (50 e 100

mg/kg, v.o.) e lansoprazol (30 mg/kg, v.o.) atenuaram significativamente as lesões gástricas.

Nesse modelo, a associação de AC (50 mg/kg) com lansoprazol (30 mg/kg) potenciou o

efeito dessas drogas. AC mostrou em seu mecanismo, envolvimento de receptores opioides

e α2-adrenérgicos. AC (50 mg/kg v.o.) diminuiu significativamente o volume secretório e a

acidez total gástrica e não alterou o esvazimento gástrico em ratos. AC (7.9, 15.8 e 31.6

mM) não inibiu Helicobacter pylori. No modelo de úlcera gástrica crônica induzida por ácido

acético, AC (50 mg/kg v.o.) diminuiu de forma significativa a área lesionada tanto em 7 como

em 14 dias de tratamento. Os achados histológicos mostraram maior atividade fibroblástica

no grupo tratado com AC, observando-se boa perfomance do diterpeno no processo

cicatrizante quando verificados parâmetros de hemorragia, edema, congestão, esfoliação,

infiltrado, necrose e angiogênese. No modelo de úlcera intestinal induzida por indometacina

(10 mg/kg v.o.) por três dias, não foram verificadas alterações renais (ureia e creatinina)

nem hepáticas (TGO e TGP). O tratamento com AC (50 mg/kg) diminuiu de maneira

significativa o número de úlceras longitudinais (>5mm), mas não o número de úlceras

pontuais (<5mm). AC demonstrou ação antioxidante através da diminuição dos níveis de

MDA e MPO e restauração dos níveis de NP-SH e catalase. Em cultura de células

intestinais (IEC-6), AC (12.5, 25, 50 e 100 µM) mostrou ação pró-migratória, e, sua

associação (25; 50 e 100 µM) com indometacina 250 µM, mas não com 1000 µM, reverteu a

toxicidade da indometacina. AC (6,25, 12,5, 25, 50, 100 e 200 µM) sozinho não

mostrou diferença estatística sobre a proliferação celular de IEC-6. No entanto em

associação, o diterpeno (12,5, 25, 50, 100 mm) protegeu significativamente IEC-6 da

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

toxicidade da indometacina (250 e 1000 µM). Estes dados sugerem que o diterpeno

ácido centipédico tem o potencial gastroenteroprotetor possivelmente relacionado a

um mecanismo principalmente antioxidante e que poderia ser um agente terapêutico

eficaz no tratamento de úlceras gastrintestinais e efeitos colaterais aos AINEs.

Palavras-chave: Ácido centipédico, diterpeno, antioxidante, gastroenteroproteção.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

ABSTRACT

Pharmacological investigations on the mechanisms of gastroenteroprotective

of centipedic acid, a diterpene from Egletes viscosa Less. in experimental

models. Author: Marjorie Moreira Guedes. Advisor: Prof. Dr. Vietla Satyanarayana

Rao. Doctoral thesis. Post-Graduate Program in Medical Science. Departamento of

Clinic Medicine, UFC, 2008.

Centipedic Acid (CA), a diterpene isolated from Egletes viscosa Less. (Asteraceae)

was evaluated in experimental models of acute and chronic gastric injury and

intestinal injury. CA (50 and 100mg/kg, po) significantly attenuated the gastric lesions

induced by ethano. In the mechanistic study, (CA 50 mg/kg) its gastroprotection was

shown to involve nitric oxide, prostaglandins, potassium channels ATP-dependent,

but not TRPV1 receptors. The diterpene was able to decrease significantly the

ethanol associated depletion of NP-SH and SOD levels, and increased MDA

formation. Besides, CA enhanced the gastric mucus significantly. In the model of

acidified ethanol orally administreted CA (50 and 100mg/kg, po) and lansoprazol

(30mg/kg po) markedely attenuated the gastric lesions. In this model, the

combination of AC (50 mg/kg) with lansoprazole (30 mg/kg) showed the potentiation

on their effects. In the study of action mechanism, CA shown involvement of opioid

receptors and α2-adrenergic receptors. CA (50 mg/kg po) decreased significantly the

secretory volume and gastric acidity but failed to modify the gastric emptying in rats.

CA (7.9, 15.8 e 31.6 mM) did not demonstrate anti-Helicobacter pylori activity in vitro.

In the model of chronic gastric ulcer induced by acetic acid, CA (50 mg/kg po)

decreased significantly the injured area as much as in 7 to 14 days of treatment. The

histological findings evidenced greater fibroblastic activity in the group treated with

CA, indicating that it aids in healing process as judged from the recorded parameters

of hemorrhage, edema, congestion, exfoliation, infiltration, necrosis and

angiogenesis. In the model of intestinal ulcers induced by indomethacin (10mg/kg po)

for three days, no changes in the kidneys function (urea and creatinine) or liver

enzymes (AST and ALT) were observed. CA (50mg/kg) treatment decreased

significantly the number of longitudinal ulcers (>5mm), but not the number of pointed

ulcers (<5mm). CA demonstrated an antioxidant effect by reducing the levels of MDA

and MPO and by restoring the levels of NP-SH and catalase activity. In intestinal

cells (IEC-6) culture, CA (12.5, 25, 50 and 100 µM) showed pro-migratory action, and

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

its association (25, 50 and 100µM) with 250 µM indomethacin, but not with 1000 µM,

mitigated the toxicity of indomethacin. CA (6.25, 12.5, 25, 50, 100 and 200 µM) alone

showed no statistical difference on cell proliferation of IEC-6. However, in

association, CA (12.5, 25, 50, 100 mM) significantly protected the IEC-6 cells from

indomethacin (250 and 1000 µM) toxicity. These data suggest that CA diterpene has

the gastroenteroprotective potential possibly related to an antioxidant mechanism

and it could be an effective therapeutic agent for the treatment of gastrointestinal

ulcerations and side effects to NSAIDs.

Keywords: Centipedic acid, diterpene, antioxidant gastroenteroprotection.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

27

1. INTRODUÇÃO

1.1. FISIOLOGIA GASTRINTESTINAL

Além de sua função principal na digestão e absorção dos alimentos, o trato

gastrintestinal é um dos sistemas endócrinos mais importantes no corpo. Possui sua

rede neuronal integrativa, o sistema nervoso entérico, que contém aproximadamente

o mesmo número de neurônios da medula espinhal (RANG et al., 2003).

As suas funções dependem de propriedades inerentes à musculatura lisa

intestinal, reflexos de neurônios intrínsecos no intestino e no sistema nervoso central

(SNC), efeitos parácrinos de mediadores químicos e hormônios gastrintestinais.

Porém, a maioria de suas funções é autônoma e controlada predominantemente

pelo sistema nervoso entérico (SNE) através de dois plexos intramurais principais no

trato - o plexo mioentérico (plexo de Auerbach) e o plexo de Meissner (RANG et al.,

2003; HOOGERWERF & PASRICHA, 2006). Os neurônios no interior dos plexos

secretam acetilcolina, noradrenalina, e também serotonina (5-HT), purinas, óxido

nítrico e uma variedade de peptídios farmacologicamente ativos. O plexo entérico

contém neurônios sensoriais que respondem a estímulos mecânicos e químicos

(RANG et al., 2003).

Os hormônios do trato gastrintestinal incluem tanto secreções endócrinas

quanto parácrinas. As secreções endócrinas (substâncias liberadas na corrente

sangüínea) são principalmente peptídeos sintetizados por células endócrinas

existentes na mucosa, sendo o mais importante a gastrina. As secreções parácrinas,

ou hormônios locais, muitas das quais consistem em peptídios reguladores, são

liberadas por células especializadas, que se distribuem por toda a parede do trato

gastrintestinal. Esses hormônios atuam sobre as células vizinhas e, no estômago, o

mais importante deles é a histamina. Algumas dessas secreções parácrinas também

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

28

atuam como neurotransmissores (RANG et al., 2003; HOOGERWERF &

PASRICHA, 2006).

1.1.1. FISIOLOGIA DA SECREÇÃO E MOTILIDADE GASTRINTESTINAL

A secreção de ácido gástrico é um processo contínuo e complexo, em que

múltiplos fatores centrais e periféricos contribuem para uma meta comum: a

secreção de H+ pelas células parietais. Os fatores neuronais (acetilcolina),

parácrinos (histamina) e endócrinos (gastrina) regulam a secreção de ácido. Seus

receptores específicos (M3, H2 e CCK2, respectivamente) localizam-se na membrana

basolateral das células parietais no corpo e fundo gástricos. Nessas células o AMP

cíclico e as vias dependentes de Ca2+ ativam a H+, K+-ATPase (a bomba de

prótons), que efetua a troca de íons hidrogênio e potássio através da membrana

celular parietal. Essa bomba gera o maior gradiente iônico conhecido nos

vertebrados, com um pH intracelular de cerca de 7,3 e um pH intracanalicular de

cerca de 0,8 (HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

A gastrina é o indutor mais potente da secreção de ácido. A liberação de

gastrina é estimulada por múltiplas vias, incluindo ativação do SNC, distensão local

e componentes químicos do conteúdo gástrico. A gastrina estimula a secreção ácida

indiretamente ao induzir a liberação de histamina pelas células enterocromafins; um

efeito direto sobre as células parietais também desempenha um papel menos

importante (HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

A somatostatina (SST) inibe a secreção de ácido gástrico. A acidificação do

pH luminal gástrico para valores menores que três estimula a liberação de SST que,

por sua vez, suprime a produção de gastrina em uma alça de retroalimentação

negativa. As células produtoras de SST estão diminuídas em pacientes com

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

29

infecção por Helicobacter pylori, e a conseqüente redução do efeito inibitório da SST

podem contribuir para produção excessiva de gastrina (SCHUBERT, 2007).

A mucosa do intestino, desde o duodeno até o reto, produz secreções que

contêm muco, eletrólitos e água. O muco nas secreções protege a mucosa de danos

mecânicos. A natureza das secreções e os seus mecanismos de controle variam em

diferentes segmentos do intestino.

A motilidade gastrointestinal é um evento complexo, envolvendo interação

entre vias neurais, hormonais e neuromusculares, promovendo o movimento aboral

do material alimentar. A atividade gastrointestinal envolve elevado grau de

organização entre vias centrais e periféricas, neurônios e vias neurais, além das vias

motoras necessárias para regular a motilidade intestinal (MELO et al., 2007).

Várias subtâncias endógenas desempenham papel na regulação da

motilidade gastrointestinal. Gastrina, colecistocinina (CCK), motilina, substância P, 5-

Hidroxitriptamina (5-HT) e o hormônio inibidor da liberação de gastrina (bombesina)

estimulam a motilidade. Por outro lado, secretina, glucagon, peptídeo intestinal

vasoativo (PIV), encefalina e o hormônio inibidor da secreção de somatostatina

inibem a motilidade. Estas substâncias regulam a motilidade do TGI através de sua

ação em neurotransmissores, atuando em receptores da dopamina tipo 2 (D2),

receptores 5-HT e receptores opioides presentes no plexo mioentérico (EVANS,

1998; SASAKI et al., 2003). Além agentes supracitados, encontramos ainda a ação

da grelina (CHEN, et al., 2009), melatonina (KANDIL et al., 2010) e leptina (HATA et

al., 2009) sobre a motilidade do trato gastrintestinal.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

30

1.2. DISTÚRBIOS GRASTRINTESTINAIS

O trato gastrintestinal (TGI) é um dos sistemas do organismo de importância

fundamental, considerando sua função de provê-lo de água, eletrólitos e alimentos

(GUYTON & HALL, 2006).

A úlcera péptica é uma lesão profunda da mucosa, onde tanto os

componentes do tecido epitelial e conectivo, incluindo miofibroblastos subepiteliais,

como células do músculo liso, vasos e nervos, podem ser destruídos (MILANI &

CALABRÒ, 2001).

As úlceras ocorrem freqüentemente no duodeno (úlcera duodenal), onde mais

de 95% estão localizadas na sua primeira porção, e 90% próximo à junção do piloro

com a mucosa duodenal. No estômago (úlcera gástrica), as úlceras se localizam

mais comumente no antro (60%) e na junção do antro com o corpo, na pequena

curvatura (25%). A incidência de úlceras gástricas parece ser ligeiramente maior em

homens em relação às mulheres (1,3: 1), sendo que a faixa etária de maior

ocorrência das úlceras duodenais é de 30-55 anos, e das úlceras gástricas é de 50-

70 anos (ABITBOL, 2007).

A úlcera duodenal é mais freqüente nas populações ocidentais, e as úlceras

gástricas são mais comuns nos países orientais, particularmente o Japão. Embora

menos prevalente do que a úlcera duodenal, a úlcera gástrica (0,1% da população

em países desenvolvidos) apresenta maior grau de mortalidade e morbidade

associados, resultantes de hemorragias, perfurações e obstruções (SIVRI, 2004).

Historicamente, a doença da úlcera péptica estava focalizada em

anormalidades na secreção ácido gástrica e de pepsina, e na supressão ácida como

estratégia de tratamento. Hoje, a hipersecreção gástrica associada com a Síndrome

de Zollinger-Ellison, hiperplasia das células-G, um aumento na quantidade de

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

31

células parietais e a ausência de equilíbrio fisiológico entre hormônios gástricos

antagonistas, gastrina e somatostatina têm importante resultado na doença da

úlcera péptica; entretanto, a estimulação da secreção de ácido clorídrico e pepsina

podem estar relacionadas com hipersensibilidade colinérgica e ação parassimpática,

funcionando como co-fator em danos erosivos na mucosa gastrintestinal (YUAN et

al., 2006).

Fatores como fumo, álcool, estresse, uso de medicamentos, faixa etária,

infecção pela H. pylori, hereditariedade de afecções pépticas, entre outros, podem

desempenhar diferentes papéis na gênese da doença (SAUL, 2007). A patogenia

da doença ulcerosa péptica é mais bem representada como um complexo cenário

envolvendo o desequilíbrio entre os fatores de defesa da mucosa (bicarbonato,

muco, prostaglandinas, fluxo sanguíneo, óxido nítrico, fatores de crescimento, etc.) e

fatores agressivos que compreendem os agentes químicos, que podem ser

endógenos (HCl, pepsina) ou exógenos (etanol, antiinflamatórios não esteroidais), e

agentes biológicos (Helicobacter pylori) (FIGURA 1) (NATALE et al., 2004).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

32

FIGURA 1. Mecanismos de defesa e injúria da mucosa gástrica (Adaptado de

ROBBINS & COTRAN, 2005).

Nos últimos anos, a infecção H. pylori e as drogas antiinflamatórias não-

esteroidais (AINES) foram identificadas como as duas principais causas de úlcera

péptica e intestinais. Diversos estudos mostram que mais de 90% dos pacientes

com úlcera duodenal e 70% daqueles que apresentam úlcera gástrica estão

infectados por H. pylori (SIVRI, 2004). Essa infecção pode resultar em

comprometimento na produção de somatostatina pelas células D e, com o decorrer

do tempo, em redução da inibição da produção de gastrina, resultando em aumento

da produção de ácido e redução da produção duodenal de bicarbonato

(HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

Os AINES também estão freqüentemente associados a úlceras (em até 60%

dos pacientes, particularmente naqueles com complicações, como sangramento). A

lesão tópica causada pela presença do fármaco no lúmen parece desempenhar um

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

33

papel menos importante na patogenia dessas úlceras. Os efeitos desses fármacos

são, em vez disso, mediados por via sistêmica; o elemento crítico consiste na

supressão da forma constitutiva da ciclooxigenase (COX-1) na mucosa e na

produção diminuída das prostaglandinas citoprotetoras, a PGE2 e a PGI2 (GANOC,

2003; HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

A mucosa intestinal está suscetível a uma série de agressões que podem

comprometer a integridade deste tecido muito importante tanto na barreira como em

suas funções de absorção de nutrientes. Essas agressões incluem doença

inflamatória intestinal, úlceras por AINE, infecções e radioterapia e quimioterapia

usadas no tratamento do câncer. A recuperação rápida da barreira e função

absortiva é essencial para o tratamento e/ou recuperação de tais insultos (RUTHING

& MECKLING-GILL, 1999).

Vários fatores são postulados como elemento patogênico da ulceração do

intestino delgado induzida por AINEs, incluindo invasão de enterobactérias, ativação

de neutrófilos, e óxido nítrico (superprodução de NO), além de deficiência de

prostaglandinas (PG) (ROBERT & ASANO, 1977; FANG et al., 1977; WHITTLE,

1981, WITTLE et al., 1995; WEISSENBORN, 1985; YAMADA et al., 1993).

Prostaglandina E2 (PGE2) não é apenas um mediador chave da inflamação,

mas também um regulador da homeostase da mucosa gastrointestinal através de

sua influência em diversas funções e mediadores (HARRIS et al., 2002; ROCCA

&FITZGERALD, 2002; TSUTSUMI et al., 2002). PGE2 aumenta a síntese de

interleucina 10 (IL-10) e modula a resposta imune intestinal a dieta (NEWBERRY et

al., 1999; MONTELEONE et al., 1999) Indometacina é um dos antiinflamatórios não-

esteróides (AINE) que reduzem a produção de PGE2 através da inibição das

cicloxigenases (COXs), COX-1 e COX-2 (ROCCA &FITZGERALD, 2002).

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

34

Embora os AINEs sejam úteis por sua ação analgésica e propriedades

antiinflamatórias, a maior limitação de seu uso é o dano gastrintestinal. Por exemplo,

o tratamento em longo prazo com AINEs provoca inflamação do intestino delgado

semelhante à doença de Crohn em 70% dos pacientes que recebem essas drogas

(BJARNASON et al., 1993; DAVIES et al., 2000; MAIDEN et al., 2005). Além disso, a

administração de AINEs pode causar recaída imediata de doença inflamatória

intestinal (IBD) e outras doenças que acompanham as lesões da mucosa

(KAUFMAN & TAUBIN, 1987; WILSON et al., 1990). Estes dados indicam que os

métodos para a redução de enteropatia são necessários e importantes na terapia de

AINEs.

A cicatrização das úlceras apesar do uso contínuo de AINES é possível com a

administração de agentes supressores da secreção ácida, habitualmente em doses

mais elevadas e por um período consideravelmente mais longo do que os esquemas

padrões (p. ex., 8 semanas ou mais). Nessa situação os inibidores da bomba de

prótons são superiores aos antagonistas dos receptores H2 e aos análogos das

prostaglandinas (misoprostol) na promoção da cicatrização das úlceras ativas (taxas

de cicatrização de 80 a 90% para os inibidores da bomba de prótons versus 60 a

75% para os antagonistas dos receptores H2) e na prevenção da recidiva das

úlceras gástricas e duodenais em caso de administração contínua de AINES

(LANZA, 1998; HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

As doenças do trato gastrintestinal relacionadas ao álcool possuem um papel

importante na gastroenterologia clínica. A lesão da mucosa gástrica ocorre devido a

uma diminuição de função da barreira de muco, a principal proteção contra o ácido

gástrico. Altas concentrações de etanol levam a um aumento da permeabilidade

epitelial, como conseqüência de mudanças da diferença de potencial celular que é

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

35

causado pela re-difusão de íons H+ através da mucosa lesada pelo álcool

(SIEGMUND et al., 2003). O etanol também induz estresse oxidativo, danos ao DNA

e diminuição dos grupamentos sulfidrílicos não-protéicos (GSH) das células que é

um dos mais importantes fatores de proteção da mucosa gástrica (REPETTO &

LLESUY, 2002).

O pantoprazol ou o lansoprazol, por via intravenosa constituem claramente a

terapia preferida para pacientes com úlceras hemorrágicas agudas. O benefício

teórico da supressão máxima da secreção de ácido nesse contexto consiste na

aceleração da cicatrização da úlcera subjacente. Além disso, um pH gástrico mais

elevado aumenta a formação de coágulo e retarda a sua dissolução

(HOOGERWERF & PASRICHA, 2006). Atualmente, estes agentes anti-secretórios

representam uma das melhores opções na terapia contra úlcera péptica (GISBERT,

2005), entretanto seu uso prolongado tem sido associado à incidência de fraturas e

câncer (YANG et al., 2006; LEEDHAM et al., 2007).

O emprego de inibidores seletivos da COX-2, como alternativa para evitar os

efeitos pró-ulcerogênicos dos demais AINEs, tem sido largamente reduzido em

virtude da possível associação desses fármacos a eventos cardiovasculares

adversos. Adicionalmente, diversos autores têm especulado acerca da contribuição

da COX-2 nos mecanismos de defesa da mucosa gastrintestinal e de cicatrização de

úlceras (JUGDUTT, 2007).

Outra alternativa consiste na utilização de pró-bióticos. Muitos alimentos,

geralmente de origem vegetal e alguns produtos lácteos, foram avaliadas em relação

aos seus efeitos protetores da mucosa gástrica. As propriedades antioxidantes e

antiinflamatórias exercidas pelos probióticos podem estabilizar a função de barreira

gástrica e diminuir a inflamação da mucosa (GOTTELAND et al., 2006). Além disso,

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

36

há participação da microbiota local na proteção contra lesões gástricas (ELLIOT et

al., 1998)

Várias estratégias têm sido utilizadas no desenvolvimento de novos AINEs

para poupar o trato gastrintestinal. Uma é apenas desenvolver AINEs que inibem a

COX-2, exercendo uma atividade antiinflamatória, mas poupando a síntese das

prostaglandinas na mucosa do trato gastrointestinal. Outra estratégia de AINEs

poupadores gastrintestinais é o acoplamento de uma molécula liberadora de óxido

nítrico aos AINEs padrão (ARAI et al., 1993; WALLACE, 1997; MIZOGUCHI et al.,

2001).

Dispepsia não-ulcerosa, ou dispepsia funcional, é um termo que se refere a

uma desordem gastrintestinal cujos sintomas são semelhantes aos da úlcera em

pacientes que não apresentam ulceração gastroduodenal franca. Isso pode ocorrer

em associação com gastrite (com ou sem infecção por H. pylori) ou com o uso de

AINES, porém a patogenia dessa síndrome permanece controvertida. No entanto,

três importantes fatores parecem estar envolvidos: a) anormalidades da motilidade

gastrintestinal, b) aumento da sensibilidade a estímulos provenientes do lúmen do

tubo digestivo e c) anormalidades da esfera psicoemocional. Estas alterações

podem resultar em retardo do esvaziamento gástrico, que ocorre em cerca de

metade dos casos de dispepsia funcional (TRONCON, 2001).

Embora o tratamento empírico da dispepsia funcional com agentes

supressores da secreção ácida seja utilizado rotineiramente em pacientes com

dispepsia não-ulcerosa, não há evidências convincentes de seu benefício em

estudos clínicos controlados (HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

37

1.2.1. MECANISMOS DE DEFESA DA MUCOSA GASTRINTESTINAL

A mucosa gastrintestinal tem vários meios pelos quais resiste a ferimentos

causados por fatores intrínsecos e extrínsecos, incluindo o ácido gástrico,

antiinflamatórios não esteróides e Helicobacter pylori. Uma melhor compreensão dos

mecanismos de defesa e lesões gastroduodenais fornece uma nova visão sobre

potenciais alvos terapêuticos (NAYEB-HASHEMI, 2009).

A concentração extremamente elevada de H+ no lúmen gástrico requer

mecanismos vigorosos de defesa para proteger o esôfago e o estômago. A principal

defesa do esôfago é proporcionada pelo esfíncter esofágico inferior, que impede o

refluxo do conteúdo gástrico ácido para dentro do esôfago. A secreção de uma

camada de muco constitui importante defesa na proteção das células epiteliais

gástricas. O muco gástrico é formado por 95% de água e 5% de glicoproteínas

(REPETTO, 2002), é solúvel quando secretado, porém forma rapidamente um gel

insolúvel que reveste toda a superfície mucosa do estômago, retarda a difusão de

íons e impede a lesão da mucosa por macromoléculas, como a pepsina

(HOOGERWERF & PASRICHA, 2006).

A secreção de bicarbonato pelas células epiteliais gástricas é um dos

mecanismos de defesa da mucosa contra os efeitos nocivos do ácido. Ela é

regulada por diversos fatores tais como prostaglandinas, óxido nítrico, neurônios

aferentes sensíveis a capsaicina, peptídeos e fatores neuronais (AIHARA et al.,

2007).

As prostaglandinas endógenas têm um importante papel mediando muitos

aspectos da defesa da mucosa gastrintestinal (MAITY et al., 2003). As

prostaglandinas são sintetizadas a partir do ácido araquidônico, através das enzimas

ciclooxigenases (COX). Há duas formas de ciclooxigenase, a COX-1 e a COX-2

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

38

(HOOGERWERF & PASRICHA, 2006). Enquanto a isoforma COX-1 (constitutiva)

produz a maior parte das prostaglandinas na mucosa normal, a COX-2 (induzida)

atua como um fator importante na cicatrização das úlceras. Inicialmente acreditou-se

que a COX-2 contribuía para a cicatrização das úlceras unicamente através da

produção de prostaglandinas. Entretanto, estudos sugerem que a inibição da COX-2

aumenta o tempo de cicatrização das úlceras tanto por via dependente quanto

independente de prostaglandinas (PERINI et al., 2003).

A prostaglandina E2 (PGE2) e a prostaciclina (PGI2) constituem as principais

prostaglandinas sintetizadas pela mucosa gastrintestinal. Atuam sobre o receptor

prostanoide EP3 nas células parietais e estimulam a via G inibitória (Gi), diminuindo,

assim, o AMP cíclico intracelular e a secreção de ácido gástrico. A PGE2 também

pode evitar a lesão gastrintestinal através de efeitos citoprotetores, que incluem a

estimulação da secreção de muco e bicarbonato e o aumento do fluxo sanguíneo da

mucosa (HOOGERWERF & PASRICHA, 2006; AIHARA et al., 2007).

O estômago protege a si próprio da lesão ácida por diversos mecanismos que

exigem um fluxo sanguíneo adequado, devido à elevada atividade metabólica e

necessidade de oxigênio da mucosa gástrica. A elevação do fluxo sangüíneo é

importante quando a barreira protetora mucosa do estômago é rompida e ocorre

retrodifusão de íons H+ para as células da mucosa (MAITY et al., 2003). Atribui-se o

controle do fluxo sanguíneo gastrintestinal principalmente às prostaglandinas

endógenas (FUNATSU et al., 2007).

O óxido nítrico (NO) tem sido reconhecido recentemente como um mediador

fundamental nos mecanismos de defesa gastrintestinal, devido a sua habilidade de

aumentar o fluxo sangüíneo da mucosa e a produção de muco, além de inibir a

aderência de neutrófilos às células endoteliais (CORUZZI et al., 2000). O NO é

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

39

sintetizado pela NO sintase (NOS) a partir do oxigênio molecular (O2) e L-arginina.

Existem três isoformas conhecidas da NOS: uma forma induzida - iNOS (expressa

em macrófagos, células de Kupffer, neutrófilos, fibroblastos, músculo liso vascular e

células endoteliais em resposta a estímulos patológicos como microrganismos

invasores) e duas dita constitutivas (cNOS), que estão presentes em condições

fisiológicas no endotélio (eNOS) e nos neurônios (nNOS) (CHO, 2001; UCHIDA et

al., 2001).

Recentes estudos demonstram que o NO atua de maneira bifásica na

resposta ulcerogênica da mucosa gastrintestinal dependendo da isoforma da NOS,

ou seja, o NO produzido pela cNOS apresentaria um efeito protetor, e o NO

originário da iNOS teria um efeito pró-ulcerogênico (NISHIO et al., 2006). O NO

também é importante no controle da secreção ácida e alcalina, no fluxo sangüíneo

da mucosa gastrintestinal e na secreção de muco (BAYIR et al., 2006).

A geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) ocorre durante o

metabolismo celular normal e está relacionada com a patogênese de diversas

doenças (AGNIHOTRI et al., 2007). As ERO causam inflamação e morte celular

através da modulação das vias de transdução de sinal, por afetar as enzimas redox-

sensíveis e fatores de transcrição, por auxiliar a atividade de proteases e por

estimular a expressão de mediadores inflamatórios e moléculas de adesão (UZUN et

al., 2005).

Os compostos sulfidrílicos estão envolvidos na manutenção da integridade

gastrintestinal, principalmente quando as ERO estão envolvidas na patofisiologia da

lesão tecidual. A glutationa reduzida (GSH) atua como um varredor de radicais livres

e substâncias tóxicas ingeridas na alimentação e/ou produzidas diretamente no TGI.

Dessa forma, a manutenção dos níveis de GSH contribui para integridade da

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

40

mucosa gastrintestinal. GSH participa em muitos aspectos do metabolismo oxidativo,

incluindo remoção de hidroperóxidos, proteção contra radiação ionizada,

manutenção do padrão fisiológico de proteínas sulfidrílicas e condensação com

xenobióticos ou compostos reativos endógenos, para ajudar na sua detoxificação e

excreção (SHIRIN et al., 2001).

Outros componentes da defesa gastrintestinal são os fatores de crescimento

que estimulam importantes elementos celulares de cicatrização da úlcera como a

angiogênese, formação de tecido de granulação e reepitelização, mas sua

especificidade e potência variam (SZABO & VINCZE, 2000; TÉTREAULT et al.,

2008).

1.3. MODELOS EXPERIMENTAIS EM GASTROENTEROPROTEÇÃO.

É importante o papel desempenhado pelos modelos animais na busca de novas

drogas. Considerando que a etiologia das úlceras é multifatorial, as lesões na

mucosa gastrintestinal podem ser induzidas por diferentes modelos experimentais,

utilizando diversos mecanismos (SAMONINA et al., 2004).

A formação de lesões ulcerativas em modelos experimentais, assim como as

ocorrentes em humanos, envolve a explicação clássica, de que elas são provocadas

por um desbalanço entre os fatores protetores e lesivos da mucosa gastrintestinal

(MAITY et al., 2003). Esse desbalanço pode ser induzido de diversas maneiras seja

por mecanismos nervosos (estimulação vagal), substâncias químicas ou pela

realização de procedimentos cirúrgicos.

Estudos anteriores destacam os diversos mecanismos de lesão induzida pelo

etanol na mucosa gástrica, cada uma das quais está aberta para a manipulação

farmacológica. A úlcera gástrica induzida por etanol ocorre predominantemente na

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

41

porção glandular do estômago, sendo resultante de uma ação necrotizante direta

além da redução dos fatores de defesa como secreção de bicarbonato e muco

(RUJJANAWATE et al., 2005).

Um dos fatores que desempenham um papel primordial nas muitas vias de

danos induzidos por etanol é o estresse oxidativo que resulta na geração espécies

reativas de oxigênio. Antioxidantes intracelulares, tais como a glutationa (NP-

SH/GSH) são fundamentais para a proteção celular do tecido gástrico (LIRA et al.,

2009). O tratamento agudo com etanol que promove estresse oxidativo pode ainda,

aumentar os níveis de malonildealdeído e causar depleção dos níveis dos grupos

sulfidrilas não-proteicos e superóxido dismutase (REPETTO et al., 2002), levando

também ao impedimento à síntese de prostaglandinas (KWIECIEN, 2002).

Outro modelo utilizado na indução de úlceras gástricas é o de etanol acidificado.

Etanol acidificado é um agente ulcerogênico bem conhecido e foi usado no estudo

para produzir danos à mucosa gástrica por causar áreas de hiperemia focal e

hemorragia. O uso de HCl leva a uma potencialização da úlcera provocada pelo

etanol. Além do mais, etanol intragástrico aumenta a permeabilidade vascular

causando dano aos capilares próximos da superfície luminal e não na profunda

mucosa muscular que pode indicar um papel importante no dano ao fluxo

sanguíneo, e assim produzindo lesões por etanol acidificado (ADEYEMI et al, 2006).

Ácido acético (20%) é outro agente usado em modelo de úlcera crônica que,

muito se assemelha a úlceras em humanos tanto em termos de características

patológicas como em mecanismos de cura, é utilizado para desenvolver novas

drogas anti-úlcera que possam potencialmente prevenir a reincidência da úlcera ou

melhorar sua cicatrização (GÜNAL, 2003; OKABE, 2005).

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

42

A injeção de uma solução de ácido acético (20%) na camada submucosa

gástrica permite na indução consistente de úlceras penetrantes. A solução ácida

necrosa a mucosa, produzindo úlceras profundas de formato arredondado (OKABE

& AMAGASE, 2005).

Outro modelo utilizado para indução de lesões tanto no estômado como no

intestino é a administração de indometacina em única dose ou em doses múltiplas. A

inibição da ciclooxigenase pela indometacina, um anti-inflamatório não-esteroidal,

promove a diminuição da produção de prostaglandinas, que são responsáveis pela

manutenção da integridade da mucosa gástrica através da inibição da secreção

ácida, estimulação da secreção de muco e bicarbonato, inibição da ativação de

mastócitos, diminuição da aderência leucocitária ao endotélio vascular, inibição da

apoptose, aumento ou manutenção do fluxo sangüíneo da mucosa (ATAY et al.,

2000).

1.4. PLANTAS MEDICINAIS E DESORDENS GRASTRINTESTINAIS

As plantas medicinais têm sido usadas como tratamentos tradicionais

para inúmeras doenças humanas durante milhares de anos e

em muitas partes do mundo. Em termos históricos, a pesquisa com plantas

medicinais tomou impulso após o isolamento da morfina no século XIX. As plantas

possibilitaram a descoberta de vários medicamentos, como os alcalóides

bisindólicos vimblastina e vincristina isolados de Catharanthus roseus G., a atropina,

obtida de Atropa belladona e também a lactona sesquiterpênica artemisina isolada

de Artemisia annua L., utilizada como antimalárico (BALUNAS et al., 2005).

Plantas e seus derivados são as maiores fontes de drogas, movimentando

cerca de 30% do mercado farmacêutico mundial (KIRKPATRICK, 2002). Entre os

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

43

anos de 1981 e 2002, de 877 novas moléculas introduzidas no mercado, em torno

de 49% eram substâncias isoladas de produtos naturais, semi-sintéticos ou

moléculas sintetizadas tomando como modelo estruturas de origem natural

(NEWMAN et al., 2003). Nas zonas rurais dos países em desenvolvimento

continuam a ser utilizados como a principal fonte da medicina (CHITME, 2003).

No Brasil, 20% da população são responsáveis por 63% do consumo de

medicamentos alopáticos; os 80% restantes encontram nos produtos de origem

natural, especialmente as plantas medicinais, a única fonte de recursos terapêuticos

(FOGLIO et al., 2006). Nosso país possui uma enorme biodiversidade, detendo

aproximadamente um terço da flora mundial. Dessa forma, nossas espécies vegetais

demonstram o enorme potencial do estudo de plantas para a descoberta de novas

moléculas terapeuticamente úteis (YUNES et al., 2001).

A existência de cerca de 500.000 espécies de plantas que ocorrem em todo o

mundo, das quais apenas 1% teve seu potencial fitoquímico investigado, é grande

fonte de interesse para descobrir novos compostos bioativos (COWAN, 1999 &

KALEMBA, 2003).

Várias plantas medicinais têm sido usadas para o tratamento de distúrbios

gastrintestinais. A primeira droga sistematicamente efetiva contra úlceras gástricas,

a carbenoxolona, foi descoberta como resultado de pesquisas com Glycyrrhiza

glabra (Alcaçuz), comumente usada pelos indígenas (AKTAR & MUNIR, 1989).

Em recentes publicações têm sido evidenciada a ação protetora do trato

gastrintestinal de produtos derivados de plantas medicinais (BRZOZOWSKI et al.,

2005; NAVARRETE et al., 2005; NARAYAN et al., 2005; ANDREO et al., 2006; DA

ROCHA LAPA et al., 2007, ANDREA et al., 2009). Os compostos obtidos a partir de

plantas medicinais com atividade antiulcerogênica apresentam estruturas químicas

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

44

diversas e distintos mecanismos de ação (SCHMEDA-HIRSCHMANN & YESILADA,

2005).

O extrato obtido a partir das folhas e frutos de Sapindus saponaria L., rico em

triterpenos pentacíclicos, apresentou atividade antiulcerogênica e anti-secretória

gástrica, diminuindo a concentração de ácido clorídrico e o pH gástrico (MEYER et

al., 2002). Lactonas sesquiterpênicas com atividade antiulcerogênica foram isoladas

de Artemisia douglasiana (GUARDIÃ et al., 1994). Dihidro-epideoxiartenuína b,

isolada de Artemisia annua, apresentaram ação antiulcerogênica, estimulando a

produção de muco através do aumento dos níveis gástricos de prostaglandinas

(FOGLIO et al., 2002; DIAS, 2004). Ecabet sodium demonstrou capacidade de

reepitelização retal, pelo aumento de prostaglandina E2 em paciente submetido à

radioterapia (AKIKO et al, 2009).

Estudos realizados em nosso Laboratório de Produtos Naturais da

Universidade Federal do Ceará evidenciaram a ação protetora do TGI de uma

variedade de plantas medicinais e de seus princípios ativos, dentre eles podemos

citar a ação gastroprotetora do guaraná (Paullinia cupana Mart.) (CAMPOS et al.,

2003), do 1,8-cineol (SANTOS et al., 2001), da resina bruta e da mistura contendo α-

e β-amirina isolada de Protium heptaphyllum (OLIVEIRA et al., 2004a; OLIVEIRA et

al., 2004b), do lupeol um triterpeno pentacíclico isolado da casca do caule de

Cenostigma macrophyllum (LIRA, 2009) e também da ação protetora do óleo de

copaíba de Copaifera Langsdorff em modelo de colite (PAIVA et al., 2004) dentre

outros.

Com o objetivo de assegurar o acesso, uso correto de plantas medicinais e

fitoterápicos pela população, bem como a utilização sustentável da biodiversidade

brasileira e o desenvolvimento da indústria nacional, foi aprovado no dia 22 de junho

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

45

de 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos pelo governo

federal (BRASIL, 2006). Essa política vem sedimentar o uso dessas substâncias ou

plantas nas prescrições médicas, em conjunto à Relação Nacional de Plantas

Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).

Portanto, as plantas medicinais e seus metabólitos secundários, como

terpenos e flavonóides, apresentam importância como agentes terapêuticos, no

tratamento de desordens gastrintestinais tais como úlceras, gastrites e diarréias

(SCHMEDA-HIRSCHMANN & YESILADA, 2005).

1.5. DITERPENOS

Os terpenos representam uma classe de metabólito secundário amplamente

distribuída no reino vegetal. Possuem uma composição molecular típica (C20H30),

sendo formados por duas ou mais unidades isoprênicas. Estudos recentes indicam

que di, tri e tetraterpenos são biossintetizados na célula dentro dos cloroplastos

(NABETA et al., 1995).

Estes compostos representam a segunda classe com maior número de

constituintes ativos obtidos de plantas, perdendo apenas para os flavonóides, e são

divididos em monoterpenos (10 carbonos), sesquiterpenos (15 carbonos), diterpenos

(20 carbonos), sesterpenos (25 carbonos), triterpenos (30 carbonos) e tetraterpenos

(40 carbonos) (SEIGLER, 1981; DI STASI, 1996).

Diversos terpenos, incluindo lactonas sesquiterpênicas, diterpenos e

triterpenos já foram avaliados cientificamente quanto ao seu potencial

antiulcerogênico, conforme se pode verificar no quadro a seguir (BARBASTEFANO,

2007).

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

46

Quadro 01. Sumário de alguns dos principais terpenos descritos na literatura com atividade antiulcerogênica

Composto Classificação Origem

Trans- crotonina Lactona sesquiterpênica Croton cajucara Onodorpicrina Lactona sesquiterpênica Arctium lappa

Ferruginol Diterpeno Prumnopitys andina Ácido Oleanólico Triterpeno Fabiana imbricata

Ácido Glicirretinico Triterpeno Glycyrrhiza glabra Theasaponina Saponina triterpênica Camellia sinensis

Os diterpenos constituem uma grande e diversificada classe de metabólitos

secundários que podem ser considerados como resultados de fatores naturais.

Possuem esqueleto básico com 20 átomos de carbono e derivam biogeneticamente

do pirofosfato de geranil geranila, que resulta do encadeamento cabeça-cauda de

quatro unidades de isopreno (TORSSELL, 1983).

Existem cerca de 2500 diterpenos conhecidos que pertencem a 20 principais

tipos estruturais. Dentre esse tipos encontramos formas acíclicas , monocíclicas,

bicíclicas (clerodanos), tricíclicas (kauranos) entre outras. Essa classe de terpenos é

encontrada em todas as famílias de plantas (SEIGLER, 2009).

Há varias décadas as propriedades farmacológicas dos diterpenos vêm sendo

determinadas, entre elas: antibiótica (NAKANISHI, 1974), antitumoral (SENILH et al.,

1998; ADOLF et al., 1985), antiinflamatória (BRAQUET, 1988), anti-reumática (GU et

al., 1995) e antiulcerogênica (SHIRAKABE et al., 1995). Foram descritas também

atividades vasodilatadora (DUARTE et al., 1992; LAMBERTE et al., 1994) e

vasoconstritora (BAZAN et al., 1993; MIRANDA et al., 1998).

Dentre os diterpenos biologicamente ativos estudados incluem-se: forskolin,

com atividade hipotensora e um ativador específico e reversível das isoformas

particulada e solúvel da adenilil ciclase (SEAMON et al., 1981; DALY, 1981); ésteres

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

47

de forbol, isolados inicialmente de plantas do gênero Croton que são ativadores de

proteína quinase C e têm sido largamente utilizados para o estudo das funções

biológicas, propriedades e distribuição desta enzima e na investigação da

carcinogênese química (NISHIZUKA, 1986; CHUANG, 1989) e cleonol com

atividades hipotensora, espasmolítica inespecífica, cronotrópica positiva e

vasodilatadora (DUBEY et al., 1974). Eles apresentam importância química e

comercial por que o seu uso leva à pesquisa de novos produtos farmacêuticos

(DZEROSKI et al., 1998).

Diterpenos com interesse particular em gastroproteção pode-se citar os

clerodanos (trans-desidrocrotonina de Croton cajucara e aparisthman de

Aparisthmium cordatum), os labdanos (solidagenone de Solidago chilensis, 15-

acetoxylabd-8 (17)-en-19-ol), bem como 15 ,19-diacetoxylabd-8 (17)-en de Araucaria

araucana), abietano (ferruginol de Prumnopitys ena), e Jatrophone de Jatropha

isabelli, que pode desempenhar um papel importante na descoberta de drogas, bem

como, no fornecimento de estruturas de vanguarda no desenvolvimento de

moléculas sintéticas (IZQUIERDO et al., 2007; PERTINO et al., 2007; SEPÚLVEDA

te al., 2005; VUORELA et al., 2004.)

1.6. Egletes viscosa Less.

Família: Asteraceae Nomes comuns:

Macela-da-terra, para diferenciá-la da macela verdadeira (Achyrocline

satureoide), ou simplesmente macela, losna-do-mato (Minas gerais), macela-do-

campo (Paraíba) e botancela (Peru).

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

48

Espécies botânicas correlatas

Egletes liebmannii Sch, Egletes glabrata, Egletes cassini, Egletes florida

Shinners, Egletes prostrata.

Distribuição geográfica:

A família Asteraceae, com cerca de 1535 gêneros e aproximadamente 23000

espécies, representa cerca de 10% da flora mundial (BREMER 1994), e vem sendo

intensivamente estudada nos últimos 25 anos não somente quanto à sua morfologia,

anatomia, ontogenia e ecologia, mas também quanto a sua fitoquímica e

citogenética (BREMER 1996, HIND & BEENTJE 1996).

No Brasil, onde se encontra boa parte da diversidade de Asteraceae, ainda

são necessários levantamentos florísticos intensivos, uma vez que o trabalho de

Baker (1873-1884) é o último tratamento formal da família Asteraceae. Egletes

viscosa Less, pertencente a esta família, cresce em toda a América intertropical. No

Brasil encontra-se distribuída em todo o território com predominância da região

nordeste onde apresenta largo uso popular; é a única erva silvestre comumente

encontrada às margens das lagoas, açudes e cursos d’água (SOUZA, 1998).

Descrição Botânica:

Pequena erva silvestre, amarga, aromática, anual de folhas pinatífidas de 2 a

5 cm de comprimento no ápice dos ramos. Invólucro largo campanulado, brácteas

pilosas, lanceoladas e agudas. Coroa alva lingulada, lanceolada aguda, aquênio

quadrangular de ápice dentado. Os capítulos florais, que são utilizados para

preparação de chás, aparecem de um a três meses depois do ressurgimento da

planta. Quando totalmente desenvolvidos são globoides e medem de três a seis

milímetros de diâmetro e apresentam um anel externo de pequenas pétalas

esbranquiçadas (língulas) e uma parte central amarela (FIGURA 2).

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

49

Fonte: Acervo do professor Edilbreto Rocha Silveira

FIGURA 2. Parte aérea de Egletes viscosa (macela).

Cultivo:

Para cultivá-la, as sementes devem ser deixadas, inicialmente, por um

período de quatro a seis semanas, imerso em água, para quebra da dormência, e

então semeado.

Material Vegetal Usado:

São utilizados os capítulos florais (conjunto de flores), também conhecidos

como cabecinhas, sendo facilmente encontrados no mercado (MATOS, 1990).

Esses capítulos florais são amplamente utilizados pela população brasileira na forma

de chás preparados na hora do uso ou de tinturas (MATOS, 2000).

O chá é preparado na ocasião do uso, na proporção de 1 a 2g (uma colher

das de chá) para uma xícara de água fervente (MATOS, 1998).

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

50

A tintura é preparada com 20 gramas de capítulos florais em 1000ml de álcool

e usada na forma de quarenta gotas diluídas em água com açúcar (MATOS, 2000).

Possui ação preventiva na gastrite desenvolvida por abuso de bebidas e

alimentos na dose de uma a duas xícaras de chá ou 30 a 40 gotas da tintura diluídas

em água antes dos exageros alimentares. Para aliviar os sintomas da enxaqueca,

dispepsia, azia, indigestão e diarréia, usa-se a mesma dose, que pode ser repetida

até três vezes ao dia (MATOS, 2000).

Componentes Químicos Principais

Egletes viscosa Less vem sendo sujeito de estudos químicos farmacológicos

realizados na UFC há mais de uma década. A composição do óleo essencial foi

determinada (CRAVEIRO, 1992), bem como a fração não volátil, rica em diterpenos

furânicos e um flavonóide, a ternatina.

O estudo fitoquímico da planta realizado no Departamento de Química

Orgânica e Inorgânica da Universidade Federal do Ceará revelou a presença de

componentes voláteis: o óleo essencial isolado da macela mostrou a presença do o

β-pineno e do acetato de trans-pinocarveíla como os componentes mais abundantes

(CUNHA, 2000). Também foram isolados componentes não voláteis: ácido

centipédico (componente majoritário) e lactona do ácido hawtriwaico que são

diterpenos furânicos. Do extrato etanólico foi retirado um flavonóide, a 5,4’- dihidroxi-

3,7,8,3’-tetrametoxiflavona, designada comumente de ternatina.

Usos Medicinais:

Os capítulos florais são obtidos de forma extrativista e comercializados para

uso no tratamento caseiro de problemas digestivos e intestinais, cólicas, gases, azia,

má digestão, diarréia e enxaqueca, bem como nos casos de irregularidades

menstruais (LORENZI & MATOS, 2002).

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

51

Estudos farmacológicos:

Vários estudos farmacológicos vêm sendo desenvolvidos com os

componentes ativos principais da macela. Uma variedade de atividades biológicas já

foi identificada para a Lactona do Ácido Hawtriwaico, para o Ácido Centipédico, para

a Ternatina e para o óleo essencial de Egletes viscosa.

Nos estudos farmacológicos experimentais a ternatina apresentou atividade

hepatoprotetora em modelos de hepatotoxicidade induzidos por CCl4 e Aflatoxina B1

(RAO, 1994, SOUZA, 1999), ação inibidora da motilidade e secreção intestinal assim

como atividade antidiarreica (RAO, 1997), atividade anti-anafilática e anti-

inflamatória (SOUZA, 1992); atividade esta ligada a inibição da migração neutrofílica

e modulação da ação dos macrófagos (RAO, 2003). Além de ação antitrombótica

(SOUZA, 1994) e agindo ainda na uroproteção, inibindo a cistite hemorrágica

induzida por ciclofosfamida (VIEIRA, 2004). De acordo com os protocolos da NCI, a

ternatina também apresenta moderada atividade contra o HIV (Lima, 1996),

possuindo também atividade antiproliferativa de células humanas in vitro (PESSOA,

2000).

O óleo essencial possui atividade antibacteriana contra cepas resistentes de

Staphylococcus aureus in vitro, também foi demonstrada atividade antinociceptiva

em modelos de contorções abdominais e formalina e anticonvulsivante (SOUZA,

1998).

O Ácido centipédico e a Lactona do Ácido Hawtriwaico possuem ação

gastroprotetora em modelos de úlcera induzidas por etanol e indometacina e seus

mecanismos de ação demonstraram ter participação do óxido nítrico,

prostaglandinas e abertura de canais de potássio-ATP-dependente (GUEDES,

2002). Os diterpenos têm ainda atividade antinociceptiva (GUEDES, 2002), assim

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

52

como atividade relaxante em jejuno isolado de rato nas contrações induzidas por

acetilcolina e serotonina (SIMÕES, 1989). Verificou-se ainda que a Lactona é capaz

de inibir inflamação neurogênica pelo envolvimento de receptores TRPV1

capsaicina-dependentes, adenosina endógena e canais de potássio dependentes de

ATP (MELO, 2006). Outros estudos demonstraram a atividade antiinflamatória dos

diterpenos em dermatite induzida por TPA em camundongos (CALOU, 2008) e ação

antiproliferativa de linhagens de células cancerosas humanas in vitro com inibição da

síntese de DNA (PESSOA, 2000).

Outro diterpeno isolado de Egletes viscosa Less , Ácido Centipédico,

caracterizado como sendo de cadeia acíclica. Simões (1989) mostrou a atividade

relaxante do Ácido Centipédico em jejuno isolado de rato, nas contrações induzidas

por Ach e 5-HT. Dentre outras propriedades farmacológicas desse diterpeno

encontramos a gastroproteção (GUEDES, 2002), analgésica (MELO, 2006) e

antiinflamatória (CALOU, 2008).

Estudos toxicológicos:

Estudos pré-clínicos já foram realizados com um componente isolado da

planta, a ternatina. Esse flavonóide, apresentando a mesma característica do seu

grupo, demonstrou possuir baixa toxicidade (HAVSTEEN, 1983), mesmo quando

administrada em doses 20 vezes maior que a dose terapêutica, não provocou

nenhuma mudança comportamental, fisiológica ou morfológica, não sendo possível

nem mesmo se determinar a DL50. O tratamento em longo prazo com doses

terapêuticas também não provocou nenhuma alteração biológica, bioquímica,

hematológica ou histológica.

O extrato hidroalcoólico de macela mostrou baixa toxicidade e sua DL50 para

camundongos foi determinada em 2500mg/Kg. Também foi feita a toxicidade

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

53

subcrônica não havendo alteração dos parâmetros bioquímicos e histológicos em

ratos tratados por 30 dias com o extrato (Guedes, 2002).

A Lactona do Ácido Hawtriwaico demonstrou atividade antiproliferativa de

linhagens de células humanas in vitro com inibição da síntese de DNA (PESSOA,

2000).

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

54

2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

2.1. JUSTIFICATIVA

A doença ulcerosa péptica, as gastroenteropatias associadas às drogas

antiinflamatórias não-esteroidais e o estilo de vida associado ao álcool e fumo

representam alguns dos principais problemas que afetam negativamente a qualidade

de vida. Atualmente, os fármacos com ação anti-secretória gástrica, como os

inibidores da bomba de prótons, representam uma das principais opções na terapia

destas patologias (GISBERT et al., 2005), porém o uso prolongado destes agentes

está associado a incidência de fraturas e câncer (YANG et al., 2006; LEEDHAM et

al., 2007).

Gastroenteropatias associadas à AINES continuam sendo um grave problema

clínico que não foi solucionado com a introdução dos inibidores seletivos da COX-2.

A indicação do tratamento com esses fármacos está em declínio devido aos efeitos

colaterais cardíacos de certos inibidores da COX-2 (JUGDUTT et al., 2007). Alguns

agentes quimioterápicos como cisplatina e bifosfonatos como o alendronato podem

induzir à dispepsia gástrica (NELSON et al., 1993, GRAHAM, 2002).

Nos dias atuais há uma busca ativa para descobrir novos e alternativos

agentes com utilidade no combate à dispepsia gástrica e à úlcera péptica. Assim

sendo, ainda existe um vasto campo para pesquisa de novos agentes

farmacológicos úteis no combate à doença ulcerosa péptica e às gastroenteropatias

associadas aos AINES.

A utilização das plantas como medicamento para o tratamento das

enfermidades que acometem a espécie humana, remonta à idade antiga (CALIXTO,

2001). São inúmeros os exemplos de medicamentos que foram desenvolvidos, direta

ou indiretamente, a partir de fontes naturais, especialmente de plantas

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

55

(FARNSWORTH & BINGEL, 1997; CALIXTO, 2001; NEWMAN et al., 2003; BOLDI,

2004).

Diterpenos formam uma grande classe de metabólitos secundários isolados

de plantas que possuem um amplo espectro de perfil farmacológico, que incluem

anti-inflamatório antitumoral, antimicrobiana, antiespasmódica, citotóxicos e

propriedades gastroprotetoras (AMBROSIO et. al, 2006; FUJITA et al. 1988).

Em várias partes do Brasil, o chá ou decocção preparados a partir de

capítulos florais de Egletes viscosa (Asteraceae) são usados como remédio popular

para o tratamento de problemas digestivos e intestinais (CORRÊA, 1984).

Investigações farmacológicas identificaram as propriedades anti-inflamatória,

hepatoprotetora, antidiarreica e gastroprotetora de ternatina (RAO et al., 1997;

SOUZA et al., 1999) e efeitos anti-inflamatório e antinociceptivo de tanabalin (MELO

et al., 2006), substâncias isoladas de Egletes viscosa.

Em estudo anterior, foram estabelecidos os efeitos gastroprotetores do Ácido

centipédico e tanabolin em lesões gástricas induzidas por indometacina e etanol,

validando o uso tradicional da Egletes Viscosa (GUEDES et al., 2002). No entanto,

havia necessidade de desvendar os mecanismos que envolvem a proteção

gastrintestinal da planta tão disseminada popularmente.

O alto custo dos medicamentos é um fator de fundamental importância, que

muitas vezes limita a utilização destes produtos e que justifica a busca por

novas alternativas eficazes e seguras com plantas medicinais para o tratamento das

dispepsias e outras lesões gastrintestinais.

Aliado ao que já foi descrito, deve-se salientar que diversas drogas (princípios

ativos) que hoje se encontram disponíveis no mercado farmacêutico, vieram

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

56

diretamente de plantas ou as mesmas serviram de doadoras de moléculas para

síntese de novas drogas.

Dessa maneira, a importância deste estudo, se justifica na investigação da

ação gastroenteroprotetora do Ácido Centipédico, tendo como base suas atividades

farmacológicas já descritas, em modelos animais de úlcera gastrintestinal, bem

como os possíveis mecanismos de ação envolvidos.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

57

2.2. OBJETIVOS

GERAL

Prosseguindo com os estudos acerca do potencial protetor do Ácido

centipédico sobre o trato gastrintestinal, esse trabalho teve por objetivo investigar a

ação gastroenteroprotetora do Ácido Centipédico em modelos agudos e crônicos de

lesão gastrintestinal em animais.

ESPECÍFICOS

Em camundongos:

� Estudar a atividade gastroprotetora do Ácido Centipédico no modelo agudo de

lesão gástrica induzida por etanol (participação do receptor TRPV1, do óxido

nítrico, das prostaglandinas e dos canais de potássio ATP - dependentes);

verificando sua ação anti-oxidante sobre a produção dos grupos sulfidrílicos

não-protéicos (NP-SH) gástricos; assim como no nível de peroxidação

lipídica, através da dosagem de malonildealdeído e superóxido dismutase na

mucosa gástrica;

� Avaliar a ação do Ácido Centipédico sobre o nível de produção de muco na

mucosa gástrica em modelo de lesão gástrica induzida por etanol;

� Verificar a atividade gastroprotetora do Ácido Centipédico no modelo agudo

de lesão gástrica induzida por etanol acidificado e analisar a participação dos

receptores α2-adrenérgicos e opioides;

� Identificar a DL50 do ácido centipédico para camundongos.

Em ratos:

� Estudar o efeito do Ácido Centipédico sobre a secreção gástrica, utilizando o

modelo de ligadura do piloro;

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

58

� Verificar a ação do Ácido centipédico sobre o esvaziamento gástrico.

� Avaliar a ação cicatrizante do Ácido Centipédico em modelo de úlcera crônica

induzida por ácido acético.

� Verificar o potencial efeito protetor do Ácido Centipédico contra lesões

intestinais induzidas por indometacina, analisando parâmetros de estresse

oxidativo (MDA, NP-SH, Mieloperoxidase, Catalase) e alterações histológicas,

além de sua ação sobre a função renal e hepática.

Em Helicobacter pylori:

� Estudar a ação do Ácido Centipédico sobre Helicobacter pylori;

Em cultura de células intestinais (IEC-6):

� Estudar a ação do Ácido Centipédico e sua associação com indometacina

sobre a proliferação e migração celular de células intestinais (IEC-6).

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

59

3. MATERIAIS

3.1. MATERIAL BOTÂNICO

O diterpeno Ácido Centipédico foi extraído dos capítulos florais da macela que

foram cultivados no Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da

UFC. As sementes obtidas para o cultivo foram adquiridas no mercado herbário de

Fortaleza. A extração foi realizada no Departamento de Química Orgânica e

Inorgânica da UFC.

3.2. ANIMAIS EXPERIMENTAIS

Foram utilizados camundongos albinos (Mus musculus), variedade Swiss

Webster, adultos, machos, pesando entre 25-30 g e ratos albinos (Rattus

norvegicus), variedade Wistar, adultos, machos, pesando entre 180-200 g,

provenientes do Biotério do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal do Ceará. Os animais foram acondicionados em caixas de

polipropileno, à temperatura ambiente de 22-24 oC, com ciclos de claro/escuro de 12

em 12 h, recebendo ração padrão e água “ad libitum”. Os animais foram colocados

em jejum de sólidos 18h antes da realização dos experimentos em caixas sem

maravalha.

3.2.1. ASPECTOS ÉTICOS

Os protocolos utilizados neste trabalho possuem aprovação do Comitê de

Ética em Pesquisa Animal (CEPA) do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (Protocolo nº40/07).

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

60

3.3. DROGAS E REAGENTES

PRODUTO ORIGEM

Ácido clorídrico P.A. Merck, Brasil

Ácido Etilenodiaminotetraacético sal dissódico (EDTA) Proanalysi, Brasil

Ácido tricloroacético P.A. Sigma, USA

Ácido trinitrobenzeno sulfônico - TNB Sigma, USA

Álcool etílico absoluto P.A. Synth, Brasil

Capsaicina Sigma, USA

Capsazepina Sigma, USA

Carboximetilcelulose Merck, Brasil

Celecoxibe (Celebra®) Pfizer

Cimetidina (Tagamet®) SmithKline Beecham, Brasil

Ciproeptadina (Periatin®) Prodome, Brasil

Cloreto de sódio Vetec, Brasil

Dexametasona Schering-Plough

Diazóxido Sigma, USA

Dimetilfulfóxido (DMSO) Reagen, Brasil

Ester metil NG nitro-L-arginina (L-NAME) Sigma, USA

Éter etílico Labsynth, Brasil

Fenolftaleína Reagen, Brasil

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

61

Formaldeído P.A. Sigma, USA

Glibenclamida Sigma, USA

Glicose Vetec, Brasil

Glutation reduzido Sigma, USA

Hidróxido de sódio Reagen, Brasil

Indometacina (Indocid®) Merck, Brasil

Lansoprazol (Prazol®) Medley, Brasil

L-arginina Sigma, Brasil

N-Acetilcisteína (Fluimucil®) Zambon, Brasil

Omeprezol Sigma, Brasil

Ranitidina (Label®) Achè

Sulfato de atropina Sigma, Brasil

Sulfato de Morfina (Dimorf®) Cristália, Brasil

Tween 80 Sigma, USA

Vermelho de fenol Reagen, Brasil

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

62

3.4. EQUIPAMENTOS

EQUIPAMENTO ORIGEM

Balança para animais (mod. MF-6) Filizola, Brasil

Balança analítica (mod. AX-200) Shimadzu, Japão

Centrifuga refrigerada, modelo CT 5500 DR CIENTEC®, Brasil

Freezer –75ºC Legaci System®

Lavadora ultrasônica, modelo USC 700 UNIQUE®

Material cirúrgico ---

Pipetas automáticas Jencons®

Seringas plásticas B-D-Plastipak

Vidrarias Pirex, U.S.A.

Flow Cytometer COULTER® EPICS® XL-MCL™

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

63

4. MÉTODOS

4.1. OBTENÇÃO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO.

O isolamento e caracterização do Ácido Centipédico foi realizada pelo Prof. Dr.

Edilberto Rocha Silveira do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da

Universidade Federal do Ceará.

Capítulos florais (2.580 g) de E. viscosa, adquiridas no Departamento de

Fitotecnia da UFC , previamente secos e moídos, foram submetidos a extração com

clorofórmio. Após filtração e destilação sob pressão reduzida, 200,86 g (7,79 %) de

extrato foi obtido e denominado EVBFLC.

EVBFLC foi adsorvido em 300 g de sílica gel, pulverizado e acondicionado

sobre uma camada de 50 g de gel de sílica em funil cilíndrico. Após eluição com

hexano seguido de clorofórmio, acetato de etila e etanol, as frações foram separas

conforme a Tabela 1.

Cerca de 56,87 g de EVBFLC-H foram dissolvidos em 100 mL de etanol e

acondicionados em balão de 1000 mL, junto com 300 mL de NH4OH sob agitação.

Após 24 horas 700 mL de água destilada foi adicionado à mistura. A retirada da

gordura foi extraída com éter de petróleo (5 X 100 mL). A solução aquosa contendo

os sais dos ácidos, foi acidificada com HCl até pH 2 e extraída com diclorometano (6

x 100mL). A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro e o solvente

destilado sob pressão reduzida, obtendo-se 30,75 g de um óleo amarelo claro

denominado EVBFLC-1. Com rendimento de 1,19%.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

64

EVBFLC-1 foi caracterizado como sendo Ácido Centipédico (Fig. 3).

FIGURA 3. Estrutura química do Ácido Centipédico.

TABELA 1. Cromatografia em Coluna de sílica de EVBFLC.

Eluente

Volume

(mL)

Frações

Aspecto

Peso (g)

Hexano

2.000

EVBFLC-H

Graxa verde escuro

91,87

Clorofórmio 2.800 EVBFLC-C Graxa verde escuro 66,79

Acetato de etila 2.000 EVBFLC-A Graxa marrom escuro 38,94

Etanol 800 EVBFLC-E Graxa amarelo escuro 3,62

Total: 201,22

Rendimento: 100,18 %

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

65

Isolamento do Ácido Centipédico

Capítulos Florais

1. Moagem 2. Extração com CHCl3

Extrato Clorofórmico

Cromatografia filtrante em sílica Fração Fração Fração Fração Hexânica Acetato Metanólica Clorofórmica de etila Extração com NH4OH Fase Fase Aquosa Orgânica 1. Acidificação com HCl (pH 2) 2. Extração com CH2Cl2

Fase Fase Aquosa Orgânica 1. Na2SO4 (anidro) 2. Destilação Ácido Centipédico FIGURA 4. Método de extração do Ácido Centipédico .

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

66

4.2. LESÃO GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL.

A atividade antiulcerogênica do Ácido Centipédico foi primeiramente avaliada

no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em camundongos (ROBERT et al.,

1979).

Camundongos, em jejum de sólidos de 18h, foram divididos em grupos de 8

animais, tratados com veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.),

Ácido Centipédico (AC -12,5, 25, 50 e 100mg/kg; v.o.) ou N-acetilcisteína (NAC - 300

mg/kg, i.p.). Uma hora após os tratamentos com veículo e Ácido Centipédico, e 30

minutos após o tratamento com N-acetilcisteína, os animais receberam 0,2 mL de

etanol 96% via oral.

Decorridos 30 minutos, os animais foram sacrificados; os estômagos

retirados, abertos pela grande curvatura, lavados com solução salina 0,9 % e

comprimidos entre dois vidros de relógio para uma melhor visualização. A área de

lesão gástrica glandular foi determinada com o auxílio de um programa de

planimetria computadorizada (ImageJ). Os dados foram expressos em termos de

porcentagem de área lesada em relação à área total do corpo gástrico.

4.2.1. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DOS NEURÔNIOS AFERENTES

PRIMÁRIOS SENSÍVEIS À CAPSAICINA NA GASTROPROTEÇÃO DO AC.

Camundongos divididos em grupos de 8 animais foram pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) 1h

antes ou capsaicina (5 mg/kg; i.p.) 30 minutos antes de receberem etanol 96% (0,2

mL/animal; v.o.).

A participação dos neurônios sensoriais sensíveis à capsaicina foi investigado

segundo MATSUDA et al. (1999). Foi administrado aos animais capsazepina (5

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

67

mg/kg; i.p.) 30 min antes do AC (50 mg/kg; v.o.) ou capsaicina (5 mg/kg; i.p.). Após

30 min. da administração da capsaicina e 1 h após a administração do AC os

animais receberam etanol 96% (0,2 mL/animal; v.o.).

Os animais foram sacrificados 30 minutos após a administração do etanol, e a

área de lesão gástrica glandular determinada pelo método descrito anteriormente em

4.2.

4.2.2. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DO ÓXIDO NÍTRICO NA

GASTROPROTEÇÃO DO AC.

Camundongos foram divididos em grupos de 8 animais e pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) 1 h

antes ou L-arginina (450 mg/kg; i.p.) 30 minutos antes de receberem etanol 96% (0,2

mL/animal; v.o.).

O envolvimento do óxido nítrico foi avaliado pela administração de L-NAME

(20 mg/kg; i.p.) 30 min antes do AC (50 mg/kg; v.o.) ou L-arginina (450 mg/kg; i.p.).

Após 30 min da administração da L-arginina e 1 h após a administração do AC os

animais receberam etanol 96% (0,2 mL/animal; v.o.) (MATSUDA et al., 1999).

Decorridos 30 minutos da administração do etanol, os animais foram

sacrificados; os estômagos foram retirados e a área de lesão gástrica determinada

como descrito anteriormente em 4.2.

4.2.3. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DAS PROSTAGLANDINAS NA

GASTROPROTEÇÃO DO AC.

Camundongos divididos em grupos de 8 animais foram pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) ou

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

68

misoprostol (0,016 mg/kg, v.o.) 1h antes de receberem etanol 96% (0,2 mL/animal;

v.o.).

A participação das prostaglandinas foi investigada através da administração

de indometacina (10 mg/kg; v.o.) 2 horas antes do AC (50 mg/kg; v.o.) ou

misoprostol (0,016 mg/kg, v.o.). Após 1 h da administração do AC ou misoprostol os

animais receberam etanol 96% (0,2 mL/animal; v.o.).

Os animais foram sacrificados 30 minutos após a administração do etanol, e a

área de lesão gástrica glandular determinada de acordo com o método descrito

previamente em 4.2.

4.2.4. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DOS CANAIS DE POTÁSSIO ATP-

DEPENDENTES NA GASTROPROTEÇÃO DO AC.

Camundongos foram divididos em grupos de 8 animais e pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) 1h

antes ou diazóxido (3 mg/kg; i.p.) 30 minutos antes de receberem etanol 96% (0,2

mL/animal; v.o.).

O papel dos canais de K+ ATP-dependentes foi investigado pela

administração de glibenclamida (5 mg/kg; i.p.) 30 min antes do AC (50 mg/kg; v.o.)

ou diazóxido (3 mg/kg; i.p.). Após 30 min da administração do diazóxido e 1 h após a

administração do AC os animais receberam etanol 96% (0,2 mL/animal; v.o.)

(RAHGOZAR et al., 2001)

Após 30 min da administração do etanol, os animais foram sacrificados e a

área de lesão gástrica glandular determinada através do método descrito

anteriormente em 4.2.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

69

4.2.5. ESTUDO DA AÇÃO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOBRE OS GRUPOS

SULFIDRILAS NÃO PROTEICOS (NP-SH).

Grupos de 8 camundongos cada, em jejum de sólidos de 18 horas, foram pré-

tratados com AC (50 mg/kg; v.o.), NAC (300 mg/kg, i.p.) ou veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg). Uma hora após os tratamentos com veículo e AC, e

30 min após o tratamento com NAC, os animais receberam 0,2 mL de etanol 96%

por via oral. Um grupo controle normal, que recebeu apenas solução salina, e não

etanol, foi incluído.

Trinta minutos após a administração do etanol, os animais foram sacrificados

e um segmento glandular de cada estômago foi retirado, pesado e homogeneizado

em EDTA gelado (0,02 M, pH 8,9), obtendo-se um homogenato a 10%. Uma

alíquota de 4 mL de cada amostra foi retirada e adicionado 3,2 mL de água destilada

e 0,8 mL de ácido tricloroacético - TCA 50% em solução aquosa. Em seguida, os

tubos de ensaio contendo a mistura foram centrifugados a 3000 rpm por 15 minutos.

Um volume de 2 mL foi retirado do sobrenadante e adicionado 4 mL de Tris (0,4M,

pH 8,9) e 0,1 mL de DTNB (0,01M).

A absorbância foi medida em de 5 minutos a 412 nm. A concentração de NP-

SH foi calculada através de uma curva de calibração de glutationa reduzida (GSH) e

os resultados expressos em µg de NP-SH/g de tecido (SEDLACK & LINDSAY,

1968).

4.2.6 AVALIAÇÃO DA PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA:

4.2.6.1. DOSAGEM DE MALONILDEALDEÍDO (MDA).

A atividade antioxidante foi medida pela dosagem das substâncias reativas

com o ácido Tiobarbitúrico (TBA), um indicador de peroxidação lipídica (AGAR et

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

70

al.,1999). Nesta reação, duas moléculas de TBA reagem estequiometricamente com

uma molécula de MDA para formar uma solução de cor rosa, que tem absorbância

máxima, em pH ácido, de 532 a 535 nm.

Grupos de 8 camundongos cada, em jejum de sólidos de 18 horas, foram pré-

tratados com AC (50 mg/kg; v.o.), NAC (300 mg/kg, i.p.) ou veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg). Uma hora após os tratamentos com veículo e AC, e

30 min após o tratamento com NAC, os animais receberam 0,2 mL de etanol 96%

por via oral. Um grupo controle normal, que recebeu apenas solução salina, e não

etanol, foi incluído.

Trinta minutos após a administração do etanol, os animais foram sacrificados

e um segmento glandular de cada estômago foi retirado, pesado e homogeneizado

em tampão KCl 10% (pH 7.4) numa concentração de 1 g de peso molhado do

estômago para 60 mL de tampão. 250 µl do homogenato foram introduzidos em

tubos de ensaio e incubados em banho de água a temperatura de 37ºC por 60

minutos. Após a incubação, 400 µl de ácido perclórico 35% foi adicionado, a fim de

parar a peroxidação, os tubos foram agitados e centrifugados a 14000 rpm por 10

minutos. Em seguida 600µl do sobrenadante foram adicionados a 200µl de ácido

tiobarbitúrico 1,2%. A mistura foi levada ao banho de água por 30 minutos a uma

temperatura variável de 95 - 100ºC. Em seguida a solução foi retirada e colocada

para esfriar a temperatura ambiente. A absorbância das amostras foi realizada a um

comprimento de onda de 532 nm. A curva padrão foi obtida por diluições em série

(1; 0,5; 0,25; 0,12; 0,06; 0,03 mM) utilizando uma solução de MDA. A concentração

de MDA foi expressa em nmoles/g de tecido (AGAR et al., 1999).

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

71

4.2.6.2. DOSAGEM DE SUPERÓXIDODISMUTASE (SOD).

A dosagem de SOD foi baseada na inibição da formação do nitrito a partir do

hidroxilamônio na presença de um gerador de 02 (ELSTNER & HEUPEL, 1976).

Grupos de 8 camundongos cada, em jejum de sólidos de 18 horas, foram pré-

tratados com AC (50 mg/kg; v.o.), NAC (300 mg/kg, i.p.) ou veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg). Uma hora após os tratamentos com veículo e AC, e

30 min o tratamento com NAC, os animais receberam 0,2 mL de etanol 96% por via

oral. Um grupo controle normal, que recebeu apenas solução salina, e não etanol, foi

incluído.

Trinta minutos após a administração do etanol, os animais foram sacrificados

e um segmento glandular de cada estômago foi retirado, pesado e homogeneizado

em tampão fosfato 65mM, pH 7,8 (1 mL). À amostra (sobrenadante do homogenato

tecidual a 10% com tampão fosfato) (0,5 mL) foi adicionado Xantina 1,5 µmol (0,1

mL); Cloreto de hidroxilamônio 1µmol (0,1 mL); Xantina oxidase (40 µg proteína) (0,3

mL). Após a adição de xantina oxidase, a mistura foi colocada em banho de água

fria (25° C), durante 20 min. 0,5 mL da mistura foi retirada e adicionada a Ácido

sulfanílico 0,01 mM (0,75 mL); α- naftilamina 0,001mM (0,75 mL). A densidade

óptica foi lida em 530 nm (usar como branco a água no lugar da mistura). SOD

(Sigma) foi utilizada como padrão, que adicionado na mistura de reação produz uma

inibição na formação de nitrito. A curva de atividade unidade vs percentagem de

inibição foi medida com quantidades conhecidas de SOD purificada que contem

3600 unidades/mg de proteína. Aproximadamente 1/5 da unidade de atividade

produzirão inibição de 50% da oxidação do cloreto de hidroxilamônio. A quantidade

da atividade da SOD das amostras foi calculada usando esta curva.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

72

4.2.7. DETERMINAÇÃO DE MUCO DA MUCOSA GÁSTRICA.

Lesões gástricas foram induzidas por etanol, e, para esse ensaio, foram

incluídos os grupos veículo (3% de Tween 80 em salina 0,9%, 10 mL/kg), AC

(50mg/kg v.o.) e misoprostol (0,016 mg/kg, v.o.). Uma parte da mucosa gástrica

(exatamente pesada) foi incubada em 10 ml de solução de Alcian Blue 0,1%, onde

permaneceu corando por 2 horas. O excesso de Alcian Blue foi removido com

sacarose 0,25 mol/L (duas vezes lavadas sucessivamente, a primeira por 15 min e a

segunda durante 45 min). O corante complexado com o muco da parede glandular

foi extraído com 5 ml de cloreto de magnésio (0,5 mol/l), agitando-se

intermitentemente, cada segmento, por 1 minuto a cada 30 min durante 2 h. Foram

misturados 3 ml da solução sobrenadante azul obtida com 3 ml de éter etílico e

agitou-se vigorosamente até a formação de uma emulsão. Centrifugou-se a 3600

rpm x 10 min para separar a fase aquosa, descartando-se o resíduo. A concentração

de Alcian Blue nas amostras, foi determinada por leitura espectrofotométrica a 598

nm.

A concentração de Alcian Blue ligado ao muco foi determinada por interpolação

na curva padrão do corante e expressa em µg de Alcian Blue/ml/g de tecido.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

73

4.3. LESÃO GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL ACIDIFICADO.

Camundongos foram divididos em grupos de 8 animais cada, em jejum de

sólidos de 18h, e foram pré-tratados, via oral, com veículo (3% de Tween 80 em

água destilada, 10 mL/kg), Ácido Centipédico (AC - 25, 50 e 100 mg/kg; v.o.) ou

lansoprazol (LANZO - 30 mg/kg, v.o.). Uma hora após os tratamentos os animais

receberam 0,2 mL de uma solução 0,3M de HCl em etanol 60% (EtOH/HCl) e após

1h foram sacrificados (MIZUI et al., 1987). Os estômagos foram retirados e a área de

lesão gástrica glandular determinada por planimetria e os dados expressos em

termos de percentagem. A associação do AC com LANZO (30mg/kg, v.o.) foi

realizada para verificar uma possível potenciação entreo efeito das drogas.

4.3.1. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DOS RECEPTORES OPIÓIDES NA

GASTROPROTEÇÃO DE AC.

Camundongos foram divididos em grupos de 8 animais e pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) 1h

antes, ou morfina (5 mg/kg; s.c.) 30 min antes de receberem EtOH/HCl (0,2

mL/animal; v.o.).

O papel dos receptores opioides foi investigado pela administração de

naloxona (2 mg/kg; i.p.) 15 min antes do AC (50 mg/kg; v.o.) ou morfina (5 mg/kg;

s.c.). Após 30 min da administração da morfina e 1 h após a administração do AC os

animais receberam EtOH/HCl (0,2 mL/animal; v.o.) (GYIRES et al., 2000).

Após 1h da administração do etanol acidificado, os animais foram sacrificados

e a área de lesão gástrica glandular determinada através do método descrito

anteriormente para o modelo de úlcera por etanol (4.2.).

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

74

4.3.2. ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DOS RECEPTORES α2-adrenérgicos NA

GASTROPROTEÇÃO DO AC.

Camundongos foram divididos em grupos de 8 animais e pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), AC (50 mg/kg; v.o.) ou

clonidina (0,05 mg/kg; v.o.) 1h antes de receberem EtOH/HCl (0,2 mL/animal; v.o.).

O papel dos receptores α2-adrenérgicos foi investigado pela administração de

ioimbina (2 mg/kg; s.c) 20 min antes do AC (50 mg/kg; v.o.) ou clonidina (0,05

mg/kg; v.o.). Após 1 h da administração da clonidina e do AC os animais receberam

EtOH/HCl (0,2 mL/animal; v.o.) (GYIRES et al., 2000)

Após 1h da administração do EtOH/HCl, os animais foram sacrificados e a

área de lesão gástrica glandular determinada através do método descrito

anteriormente para o modelo de úlcera por etanol (4.2.).

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

75

4.4. ATIVIDADE ANTISECRETÓRIA GÁSTRICA.

Ratos em jejum de 18 horas, com livre acesso à solução de glicose 5 %,

foram anestesiados com xilazina (10 mg/kg, i.p.) e ketamina (90 mg/kg, i.p.), fixados

em decúbito dorsal e realizada a tricotomia da parede abdominal. Através de uma

incisão de 2 cm na região epigástrica, o estômago foi localizado e o piloro amarrado.

Administrou-se o tratamento, AC (50 mg/kg), cimetidina (100 mg/kg) ou veículo (3%

de Tween 80 em salina 0,9%), todos por via intraduodenal, em um volume de 2,5

mL/kg, imediatamente após a ligadura do piloro. Foram suturadas a parede do

abdômen e a pele. Transcorridas 4 horas da cirurgia, os animais foram sacrificados,

a cárdia foi amarrada para evitar perda do material secretado e o estômago foi

removido. Os estômagos foram lavados com água destilada, secos com papel de

filtro e mantidos em béquer sobre placa de gelo. Seccionou-se o estômago ao longo

da grande curvatura, e o suco gástrico foi recolhido em tubos de ensaio imersos em

gelo. Os tubos foram centrifugados a 3500 rpm por 30 min. O sobrenadante do suco

gástrico foi transferido para uma proveta e o volume foi verificado. A acidez total foi

determinada através de titulação com NaOH 0,1 N utilizado-se fenolftaleína 2%

como indicador ácido-básico (REITMAN et al., 1970).

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

76

4.5. ESVAZIAMENTO GÁSTRICO.

Grupos de 6 ratos cada, em jejum de sólidos de 18 h, foram pré-tratados com

veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 10 mL/kg, v.o.), Ácido Centipédico (50

mg/kg, v.o.) ou atropina (3 mg/kg, v.o.). Decorridos 45 minutos dos tratamentos os

animais receberam vermelho de fenol (0,5 mg/kg). Após 15 min da administração

do vermelho de fenol os animais foram sacrificados, o piloro e a cárdia amarrados e

os estômagos removidos, lavados externamente, abertos ao longo da grande

curvatura e o conteúdo gástrico coletado. A superfície interna do estômago foi

lavada utilizando 7 mL de água destilada. Em seguida, o volume obtido foi

centrifugado a 1500 rpm por 15 minutos. A 1 mL do sobrenadante foi adicionado 1

mL de NaOH 1N. As amostras foram levadas ao espectrofotômetro e as

absorbâncias medidas a 560 nm.

Os resultados foram interpolados em uma curva padrão de vermelho de fenol

(25; 12,5; 6,25; 3,215 µg/mL em NaOH 1N) usada para calcular a concentração do

corante retido no estômago (GUPTA & BRANS, 1978). Os resultados foram

expressos em µg de vermelho de fenol retidos no estômago.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

77

4.6. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE AC SOBRE HELICOBACTER PYLORI.

Foram utilizadas no estudo uma cepa padrão (TX30A) proveniente da

Universidade de Tennesse, USA, cedida pelo Dr. Atherton . Testes de identificação

foram realizados para a verificação de características morfológicas, bioquímicas e de

crescimento. A microscopia da colônia foi verificada pela coloração através do

método de Gram. Os testes bioquímicos utilizados na identificação das cepas foram

oxidade, catalase e urease. O crescimento sob condições de microaerofilia também

foi avaliado.

Foi realizado um screening preliminar do Ácido Centipédico, testando-o frente

à linhagem 26695 de H. pylori. A suspensão bacteriana foi inoculada em meio BHI

ágar (brain-heart infusion) suplementado com 10 % de sangue de carneiro

desfibrinado e 0,25 % de extrato de levedura. 10 µl de AC (7.9 mM; 15.8 mM e 31.6

mM) foi adicionado em placa previamente inoculada. DMSO 0,5% em água destilada

(veículo) também foi testado para avaliar a possível interferência do veículo. A placa

foi incubada nas condições de microaerobiose a 37° C por 72 h. Após este período

foram feitas as medições dos halos de inibição. Os ensaios foram realizados em

duplicata (CLSI, 2003).

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

78

4.7. LESÃO GÁSTRICA CRÔNICA INDUZIDA POR ÁCIDO ACÉTICO.

Este método baseia-se no estudo de Takagi et al. (1969), onde se observou

que o ácido acético era capaz de produzir na mucosa gástrica do rato uma lesão

bem definida envolvendo a camada muscular, de cicatrização demorada,

semelhante à úlcera péptica humana.

Grupos de 6 ratos cada, em jejum de sólidos de 18 horas, foram anestesiados

e submetidos à laparotomia abdominal na região epigástrica. Após exposição do

estômago, foi injetada na camada submucosa da porção glandular uma solução de

ácido acético 20% (0,02 mL). O local da injeção foi pressionado com compressa de

solução salina durante aproximadamente 1 minuto para evitar o extravasamento da

solução injetada. O estômago foi lavado cuidadosamente com solução salina e, em

seguida, a parede abdominal foi suturada. Após a recuperação da anestesia, os

grupos de animais foram devidamente mantidos em gaiolas.

Depois de 48h da cirurgia foi iniciado o tratamento dos animais que

receberam por via oral, solução salina, AC (50 mg/Kg), ranitidina (50 mg/Kg) ou

celecoxibe (20 mg/Kg). No 7º ou 14º dia de tratamento os animais foram

sacrificados, seus estômagos retirados, analisados histologicamente e dado escores

de zero a três (0=ausente, 1= leve, 2=moderado, 3=intenso) para os parâmetros de

hemorragia, edema, congestão, esfoliação, infiltrado inflamatório, necrose e

angiogênese. Foi verificada a área lesionada por planimetria, conforme descrito em

4.2.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

79

4.8. LESÃO INTESTINAL INDUZIDA POR INDOMETACINA EM RATOS.

Grupos de 7 ratos cada, em jejum de sólidos por 18h, foram pré-tratados com

AC (50 mg/kg, v.o.) ou dexametasona (3 mg/kg, v.o.) duas horas antes da

administração de indometacina (10 mg/kg, v.o.), durante três dias consecutivos. Um

grupo tratado apenas com veículo, por três dias, foi adicionado como controle

normal.

No quarto dia foram retiradas amostras de sangue para a dosagem de uréia e

creatinina, para analisar possível toxicidade renal, e, dosagem de TGO e TGP, para

analisar possíveis danos hepáticos. As dosagens foram realizadas através de kits

segundo instruções de seus fabricantes.

Os animais foram então sacrificados por deslocamento cervical. O abdômen

foi aberto e o intestino delgado foi retirado e lavado com salina para a retirada de

algum resíduo alimentar. O intestino foi aberto pela borda anti-mesentérica e

colocado em um aparato para que as úlceras formadas fossem então contadas em

todos os grupos tratados. Foi contado o número de úlceras menores que 5 mm de

comprimento e o número de úlceras maiores que 5 mm (SOMASUNDARAM et al.,

2002).

Amostras do intestino foram retiradas e homogeneizadas para análise de

parâmetros de estresse oxidativo (MDA que é produto da peroxidação, MPO usada

como indicador de enzima pró-oxidante, NP-SH e Catalase como enzimas de defesa

antioxidante).

Outras amostras foram ainda retiradas para avaliação microscópica das

úlceras (Hematoxilina, Eosina).

Como as metodologias de NP-SH e Malonildealdeido já foram descritas, nos

limitaremos pela descrição apenas da determinação da Catalase e Mieloperoxidase.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

80

4.8.1. DOSAGEM DE CATALASE.

A atividade da catalase foi medida de acordo com o método descrito por Aebi,

1974. 20 µL do homogenato intestinal a 5% em tampão fosfato (50 mM, pH 7) foram

adicionados a 2 mL de tampão fosfato de potássio (50 mM, pH 7) contendo H2O2 10

mM. A atividade da catalase foi definida como a quantidade da enzima requerida

para decompor 1 nmol de H2O2 por min, a 25 °C e pH 7. A absorbância foi lida em

espectrofotômetro a 230 nm. Os resultados foram expressos como milimols por

minuto por grama de tecido (mmol/min/g tecido).

4.8.2. DOSAGEM DE MIELOPEROXIDASE (MPO).

Amostras de intestino foram imediatamente congeladas em nitrogênio liquido.

Após o congelamento foram homogeneizadas em solução de Brometo de

hexadeciltrimetilamônio 0,5% (HTAB) em tampão fosfato 50 mM pH 6.0 (1 ml por 50

g do tecido). O homogenato foi submetido a três ciclos de congelamento, 5 min. (-

70° C) e descongelamento (15 s no sonicador). As amostras foram então

centrifugadas a 4000 rpm (4°C) por 15 min. para remover o material insolúvel. A

MPO contida no sobrenadante (0,1ml) foi analisada por espectrofotômetro após a

adição de 2,9 ml de tampão fosfato (50 mM, pH6) contendo 0,16 7mg/ml de

hidrocloreto de θ – dianisidine e 0,0005% de peróxido de hidrogênio. As cinéticas de

mudança na absorbância a 470 nm foram medidas no tempo 0 e 5 min (BRADLEY

et al.,1982).

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

81

4.9. CULTURA DE CÉLULAS EPITELIAIS INTESTINAIS IEC-6.

A célula epitelial intestinal de rato (IEC- 6) é derivada da cripta do jejuno de

ratos normais. A linhagem celular IEC-6 foi desenvolvida por Quaroni et al. (1979).

As células utilizadas nesse trabalho foram obtidas da American Type Culture

Collection (ATCC, Rockville, MD).

IEC-6 foi colocada em meio de cultura de base que consistiu em

DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle Medium) suplementado com soro fetal bovino

inativado 5%, insulina 95% (10 µg/ml), penicilina 100 U/ml, estreptomicina (100

µg/ml) e piruvato de sódio 1mM. As células foram mantidas em frascos de tecido

cultura a 37 ° C em atmosfera úmida com 5% de CO2 no ar. As células foram

semeadas a uma densidade de aproximadamente 6,25x104 células/cm2 e foram

cultivadas a uma monocamada confluente, antes da introdução de meios contendo

tratamentos experimentais.

4.9.1. MIGRAÇÃO CELULAR EM CULTURA DE CÉLULAS EPITELIAIS

INTESTINAIS (IEC-6).

O ensaio da migração celular seguiu modelo já descrito (BRITO et al., 2005;

MCCORMACK et al, 1992). As células IEC-6 foram semeadas em placa de cultura

contendo seis poços em uma concentração de 105 células/mL em meio de cultura

padrão (com glutamina). Ao atingirem a confluência (depois de 24 h), após retirar

50% do meio de cultura de cada poço, foi feito um risco no centro do poço ao longo

de uma distância de 30 mm na monocamada de células com uma lâmina estéril,

arrastando-se as células para a borda do poço (no sentido da esquerda para direita).

Após a ranhura, lavou-se duas vezes as células com tampão salina fosfato estéril

(PBS) (1 mL/poço) e incubadas com meio sem glutamina suplementado ou não com

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

82

concentrações crescentes de AC (12.5-100 µM) ou indometacina (250-1000 µM), ou,

associando-se as concentrações de AC (12.5-100 µM) a duas concentrações de

indometacina (250 e 1000 µM) para verificar o comportamento do diterpeno frente a

esse agente lesivo celular. Posteriormente as placas foram incubadas a 37ºC em 5%

de CO2. Depois de 24 h, a coluna com maior taxa de migração foi selecionada e as

células foram observadas em microscópio invertido (Nikon E400, Japan) em um

aumento de 100x, fotografadas e contadas com o auxílio de uma grid ocular,

seguindo o modelo adotado por Brito et al., 2005.

4.9.2. PROLIFERAÇÃO CELULAR EM CULTURA DE CÉLULAS EPITELIAIS

INTESTINAIS (IEC-6).

A proliferação celular foi medida indiretamente usando o Kit de proliferação

celular, sal tetrazólio WST-1 adquirido da ROCHE (Mannheim, Germany) de acordo

com as instruções do fabricante. As células IEC-6 foram cultivadas em placa

contendo 96 poços em uma concentração de 4 x 104 células/mL em 100 mL de meio

padrão (meio com glutamina) na incubadora a 370C em 5% de CO2. Após atingirem

confluência de 20 a 30%, em torno de 48h, as células foram lavadas duas vezes

com solução tampão fosfato estéril para remoção de todo o meio de cultura e

incubadas com meio (sem glutamina) suplementado ou não com AC (6.25 – 200

µM), indometacina (250-1000µM) ou a associação do AC (12.5-100µM) com o

agente lesivo indometacina (250 e 1000 µM). Após 24 horas (370C em 5% de CO2),

as células foram incubadas por 2 horas com 10µL do sal tetrazólio WST-1. A

absorbância foi medida pelo ELISA com filtro de 450 nm. Esse composto tetrazólico

modificado é reduzido a formazan (marcador solúvel em água) por células

metabolicamente ativas, sob ação de uma desidrogenase. A produção de formazan

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

83

é proporcional ao número de células viáveis na cultura e foi observada duas horas

após a adição dos reagentes, com o auxílio do leitor de ELlSA. Essa análise é uma

medida indireta da proliferação celular em função do tempo.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

84

4.10.TOXICIDADE AGUDA.

Cinqüenta camundongos foram distribuídos em cinco grupos de dez animais

cada, aos quais foram administradas, por via oral, doses crescentes de AC (100,

300, 1000, 1500 e 2000mg/kg, 0,1 ml/10g de peso). O grupo controle recebeu

igual volume de veículo (3% de Tween 80 em água destilada, 0,1 mL/kg, v.o.). Os

animais foram observados 30, 60, 90, 120, 150 e 180 min após a administração

do AC, e no período de 72 horas após o tratamento.

Os parâmetros observados foram: motilidade, respiração, contorção, ataxia,

tremor, convulsão, postura, ereção da cauda, catalepsia, estereotopia, ptose

palpebral, piloereção, cianose, salivação, lacrimejamento, diarréia, analgesia,

anestesia, sudorese, sedação, coma e morte. A DL50 foi então determinada como

sendo a dose capaz de matar 50% do número de animais tratados.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

85

4.11. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada com auxílio do programa Graph Pad Prism

4.0 (USA). Os resultados foram expressos como a média ± erro padrão da média

(E.P.M.) ou mediana. Foi realizada análise de variância (ANOVA) uma via seguida

pelo teste de Student Newman Keul, para dados paramétricos, e teste de Kruskall-

Wallis seguido do teste de Dunns, para dados não paramétricos. As diferenças

foram consideradas estatisticamente significativas quando p<0,05.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

86

5. RESULTADOS

5.1. OBTENÇÃO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO

A obtenção do ácido centipédico a partir dos capítulos florais de Egletes

viscosa Less teve um rendimento de aproximadamente 1,19%.

Isolamento do Ácido Centipédico

Capítulos Florais

1. Moagem 2. Extração com CHCl3

Extrato Clorofórmico

Cromatografia filtrante em sílica Fração Fração Fração Fração Hexânica Acetato Metanólica Clorofórmica de etila Extração com NH4OH Fase Fase Aquosa Orgânica 1. Acidificação com HCl (pH 2) 2. Extração com CH2Cl2

Fase Fase Aquosa Orgânica 1. Na2SO4 (anidro) 2. Destilação Ácido Centipédico (1,19%)

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

87

5.2. EFEITO PROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO GÁSTRICA

INDUZIDA POR ETANOL EM CAMUNDONGOS

Os efeitos do Ácido Centipédico e da N-acetilcisteína sobre as lesões

gástricas induzidas por etanol estão demonstrados na Tabela 2 e Figura 5.

O etanol promoveu intensos danos à mucosa gástrica sob a forma de erosões

hemorrágicas no grupo de animais que recebeu apenas o veículo. A área lesionada

(mm2), expressa como percentual em relação à área total do corpo gástrico, no

grupo controle foi de 63.78 ± 4.37.

Das doses testadas, AC (50 e 100 mg/kg) inibiu significativamente (p<0,001) a

lesão gástrica induzida pelo etanol (30.11 ± 7.37 e 13.19 ± 3.93 respectivamente), o

que corresponde a uma inibição de 52.79 e 79.31%. Este efeito apresentou dose

dependência nas doses de 50 e 100 mg/kg.

NAC (300 mg/kg), fármaco de referência, também inibiu significativamente

(p<0,01) as lesões gástricas (31.62±4.54) quando comparada ao controle em

50.42%.

Visto que a dose de 50 mg/kg do AC foi a menor dose que apresentou maior

proteção no modelo de lesão gástrica induzida por etanol, esta dose foi selecionada

para o estudo dos possíveis mecanismos de ação envolvidos na gastroproteção do

AC.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

88

TABELA 2. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína no modelo de úlcera

gástrica induzida por etanol em camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

% INIBIÇÃO

Controle (veículo)

- 63.78 ± 4.37 -

12,5 58.30 ± 5.71 8.59

AC

25 52.51 ± 6.00 17.67

50 30.11 ± 7.37*** 52.79

100 13.19 ± 3.93*** 79.31

NAC 300 31.62±4.54** 50.42

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8

animais/grupo. Veículo (3% de Tween 80 em salina 0,9%, 10 mL/kg) e AC (12,5, 25, 50

100mg/kg) foram administrados por via oral e N-acetilcisteína (NAC - 300 mg/kg) por

via intraperitoneal, 1 hora ou 30 minutos, respectivamente, antes da administração de

etanol 96% (0,2 mL/animal v.o.). Os animais foram sacrificados 30 minutos após a

administração do etanol. **p<0,01; ***p<0,001 vs controle veículo (ANOVA e Teste de

Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

89

Controle 12.5 25 50 100 3000

20

40

60

80

Ácido Centipédico

mg/kg

NAC

***

***

**

Áre

a L

es

ion

ada

(%

)

FIGURA 5. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína nas lesões gástricas

induzidas por etanol em camundongos. Os valores representam a média ± erro

padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo. Os animais foram tratados com

veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (12,5, 25, 50 100mg/kg) e NAC (300 mg/kg, i.p.)

1 hora ou 30 minutos, respectivamente, antes da administração de etanol 96% (0,2

mL/animal, v.o.). Os animais foram sacrificados 30 minutos após a administração do

etanol. **p<0,01; ***p<0,001 vs controle veículo (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

90

5.2.1. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: PAPEL DOS NEURÔNIOS AFERENTES

PRIMÁRIOS SENSÍVEIS À CAPSAICINA

Os grupos tratados com capsaicina (5 mg/kg, i.p.) ou com AC (50

mg/kg, v.o.) apresentaram uma diminuição significativa (p<0,01) na injúria gástrica

provocada pelo etanol (9.83 ± 2.16; 10,53 ± 1,87, respectivamente) quando

comparados ao grupo controle veículo (43.02 ± 3.35). O tratamento com

capsazepina (5 mg/kg, i.p.) promoveu uma reversão significativa (p<0,05) na

gastroproteção da capsaicina (31,68 ± 2,56), mas não do AC (TABELA 3 e FIGURA

6).

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

91

TABELA 3. Efeito do pré – tratamento com capsazepina na proteção gástrica

do Ácido Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (veículo)

- 43.02 ± 3.35

AC 50 9.83 ± 2.16b

Capsaicina 5 10.53 ± 1.87a

Capsaicina + Capsazepina 5 + 5 31.68 ± 2.56c

AC + Capsazepina 50 + 5 32.69 ± 6.35

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg v.o.) ou

capsaicina (5 mg/kg, i.p.). Capsazepina (5 mg/kg, i.p.) foi administrada 30 minutos

antes dos tratamentos com Ácido Centipédico ou capsaicina. Etanol 96% (0,2

mL/animal, v.o.) foi administrado 1 hora ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou

capsaicina, respectivamente. bp<0.001 vs controle; ap<0.01 vs. Controle; cp<0,05 vs

capsaicina (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

92

Controle AC Capsaicina AC Capsaicina0

10

20

30

40

50

Capsazepina

b a

c

Áre

a L

es

ion

ad

a (

%)

FIGURA 6. Efeito do pré – tratamento com capsazepina na gastroproteção

Ácido Centipédico à lesão gástrica induzida por etanol 96% em camundongos.

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8

animais/grupo. Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC

(50mg/kg, v.o.) ou capsaicina (5 mg/kg, i.p.). Capsazepina (5 mg/kg, i.p.) foi

administrada 30 minutos antes dos tratamentos com Ácido Centipédico ou

capsaicina. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi administrado 1 hora ou 30 minutos

após os tratamentos com AC ou capsaicina, respectivamente. bp<0.001 vs controle;

ap<0.01 vs. Controle; cp<0,05 vs capsaicina (ANOVA e Teste de Student Newman

Keul, como teste post hoc).

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

93

5.2.2. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO

O tratamento dos animais com L-Arginina (450 mg/Kg, i.p.) ou com AC

(50mg/kg, v.o.) promoveu uma inibição significativa (p<0,01) do percentual de área

lesionada (9,25 ± 2.47; 10.89 ± 3.08, respectivamente), quando comparado ao grupo

controle veículo (34.44 ± 2.14). O pré-tratamento com L-NAME (20 mg/kg, i.p.)

atenuou significativamente (p<0,01) a inibição da lesão gástrica promovida pelo AC

(28.09 ± 5.4) e pela L-arginina (29.64 ± 4.58) (TABELA 4 e FIGURA 7).

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

94

TABELA 4. Efeito do pré – tratamento com L-NAME na gastroproteção do

Ácido Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (veículo)

- 34.44 ± 2.14

AC 50 9.25 ± 2.47a

L-Arginina 450 10.89 ± 3.08a

L-Arginina + L-NAME 450 + 20 29.64 ± 4.58b

AC + L-NAME 50 + 20 28.09 ± 5.4c

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou

L-Arginina (450 mg/kg, i.p.). L-NAME (20 mg/kg, i.p.) foi administrado 30 minutos antes

dos tratamentos com AC ou L-Arginina. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi

administrado 1 hora ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou L-Arginina,

respectivamente. a p<0,01 vs controle, bp<0,05 vs L-arginina, cp<0,01 vs AC (ANOVA e

Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

95

Controle AC L-arginina AC L-arginina0

10

20

30

40

L-NAME

a

b c

a

Áre

a L

esio

nad

a (%

)

FIGURA 7. Efeito do pré – tratamento com L-NAME na proteção gástrica do Ácido

Centipédico à lesão gástrica induzida por etanol em camundongos. Os valores

representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo. Os

animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou L-

Arginina (450 mg/kg, i.p.). L-NAME (20 mg/kg, i.p.) foi administrado 30 minutos antes

dos tratamentos com AC ou L-Arginina. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi

administrado 1 hora ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou L-Arginina,

respectivamente a p<0,01 vs controle, bp<0,01 vs AC, cp<0,05 vs L-arginina (ANOVA e

Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

96

5.2.3. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: PARTICIPAÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS

Os grupos tratados com misoprostol (0.016 mg/kg, v.o.) ou com AC (50mg/kg,

v.o.) apresentaram uma diminuição significativa (p<0,001) na injúria gástrica

provocada pelo etanol (7.12 ± 0,94; 16.60 ± 4.90, respectivamente) quando

comparados ao grupo controle veículo (35.71 ± 5.49). O pré-tratamento com

indometacina (10 mg/kg, v.o.) promoveu uma reversão significativa (p<0,05; p<0,01

respectivamente) na gastroproteção do misoprostol (28.52 ± 2.91) e também do AC

(25.70 ± 1.45) (TABELA 5 e FIGURA 8).

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

97

TABELA 5. Efeito do pré – tratamento com indometacina na gastroproteção do

Ácido Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (veículo)

- 35.71 ± 5.49

Misoprostol 0.016 7.12 ± 0,94a

AC 50 16.60 ± 4.90b

Misoprostol + Indometacina 0.016 + 10 28.52 ± 2.91c

AC + Indometacina 50 + 10 25.70 ± 1.45d

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou

misoprostol (0,016 mg/kg, v.o.). Indometacina (10 mg/kg, i.p.) foi administrada 2 horas

antes dos tratamentos com AC ou misoprostol. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi

administrado 1 hora após os tratamentos com AC ou misoprostol. a p<0.001 vs controle; b

p<0.01 vs. controle; c p<0,05 vs Misoprostol; d p<0,01 vs AC (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

98

Controle Misoprostol AC AC Misoprostol0

10

20

30

40

50

a

b

Indometacina

cd

Áre

a L

esio

nad

a (%

)

FIGURA 8. Efeito do pré – tratamento com indometacina na gastroproteção do

Ácido Centipédico à lesão gástrica induzida por etanol absoluto em

camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.)

para 8 animais/grupo. Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80,

v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou misoprostol (0,016 mg/kg, v.o.). Indometacina (10

mg/kg, i.p.) foi administrada 60 minutos antes dos tratamentos com AC ou

misoprostol. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi administrado 1 hora após os

tratamentos com AC ou misoprostol. a p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. controle; c

p<0,01 vs AC; d p<0,05 vs Misoprostol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul,

como teste post hoc).

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

99

5.2.4. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: PAPEL DOS CANAIS DE POTÁSSIO ATP -

DEPENDENTES

O tratamento dos animais com diazóxido (3 mg/kg, i.p.) ou com AC (50 mg/kg,

v.o.) promoveu uma redução significativa (p<0,001; p<0,01 respectivamente) da

lesão gástrica induzida pelo etanol (8.97 ± 2.00; 14.28 ± 1.53, respectivamente),

quando comparado ao grupo controle veículo (31.94 ± 5.86%). O pré-tratamento

com glibenclamida (5 mg/kg, i.p.) reverteu significativamente (p<0,001; p<0,01) a

gastroproteção do AC (34.05 ± 5.23) e do diazóxido (33.84 ± 2.89) (TABELA 6 e

FIGURA 9).

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

100

TABELA 6. Efeito do pré – tratamento com glibenclamida na gastroproteção do

Ácido Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (veículo)

- 31.94 ± 5.86

AC 50 8.97 ± 2.00a

Diazóxido 3 14.28 ± 1.53b

Diazóxido + Glibenclamida 3 + 5 33.84 ± 2.89c

AC + Glibenclamida 50 + 5 34.05 ± 5.23d

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou

diazóxido (3 mg/kg, i.p.). Glibenclamida (5 mg/kg, i.p.) foi administrada 30 minutos antes

dos tratamentos com AC ou diazóxido. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi administrado

1 hora ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou diazóxido, respectivamente. a

p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. Controle; c p<0,001 vs Diazóxido; d p<0,01 vs AC

(ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

101

Controle AC Diazóxido AC Diazóxido0

10

20

30

40

50

b

Glibenclamida

cd

a

Áre

a L

esio

nad

a (%

)

FIGURA 9. Efeito do pré – tratamento com tratamento com glibenclamida na

proteção do Ácido Centipédico frente às lesões gástricas induzidas por etanol

em camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média

(E.P.M.) para 8 animais/grupo. Os animais foram tratados com veículo (3% de

Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou diazóxido (3 mg/kg, i.p.). Glibenclamida (5

mg/kg, i.p.) foi administrada 30 minutos antes dos tratamentos com Ácido

Centipédico ou diazóxido. Etanol 96% (0,2 mL/animal, v.o.) foi administrado 1 hora

ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou diazóxido, respectivamente. a

p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. Controle; c p<0,01 vs AC; d p<0,001 vs Diazóxido

(ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

102

5.2.5. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: PAPEL DOS GRUPOS SULFIDRILAS NÃO

PROTÉICOS (NP-SH) GÁSTRICOS

Os animais que receberam etanol mostraram significativa redução (p<0,001)

nos níveis de NP-SH (213.90 ± 15.91µg/g de tecido) quando comparado ao controle

que recebeu apenas o veículo (429.00 ± 42.11µg/g de tecido). AC (50 mg/kg) foi

capaz de atenuar a depleção dos grupos sulfidrilas produzida pelo etanol (366.30 ±

31.10µg/g de tecido) de forma significativa (p<0,01). A NAC (300 mg/kg) inibiu

significativamente (p<0,001) a depleção dos grupos sulfidrilas (304.1 ± 21.56µg/g de

tecido) produzida pelo etanol (TABELA 7 e FIGURA 10).

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

103

TABELA 7. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis

de grupos sulfidrilas não protéicos (NP-SH) no modelo de úlcera gástrica

induzida por etanol em camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

NP-SH

(µg/g tecido)

Controle (veículo) - 429.00 ± 42.11

Controle (etanol) - 213.90 ± 15.91a

AC 50 366.30 ± 31.10b

NAC 300 304.1 ± 21.56c

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os

níveis gástricos de glutationa (NP-SH) de 8 animais/grupo. Os níveis foram

analisados 30 minutos após a administração oral de etanol. Veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg) e AC (50 mg/kg) foram administrados por via oral e

(300 mg/kg) por via intraperitoneal, 1 hora antes da administração de etanol 96%

(0,2 mL/animal v.o.). ap<0,001 vs controle veículo; bp<0,01 vs controle etanol;

cp<0,05 vs controle etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste

post hoc).

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

104

Controle Veículo 50 3000

100

200

300

400

500

a

b

c

Ácido Centipédico

mg/kg

NAC(salina)

Etanol

NP

-SH

(µµ µµ

g/g

)

FIGURA 10. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis de

grupos sulfidrilas não protéicos nas lesões gástricas induzidas por etanol em

camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.)

para 8 animais/grupo. Os níveis de glutationa foram analisados 30 minutos após a

administração oral de etanol. Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween

80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou NAC (300 mg/kg, i.p.) 1 hora antes da

administração de etanol 96% (0,2 mL/animal). ap<0,001 vs controle salina; bp<0,01

vs controle etanol; cp<0,05 vs controle etanol (ANOVA e Teste de Student Newman

Keul, como teste post hoc).

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

105

5.2.6 EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: AÇÃO SOBRE A PEROXIDAÇÃO

LIPÍDICA.

5.2.6.1 DOSAGEM DE MALONILDEALDEÍDO (MDA).

Os animais que receberam etanol mostraram significativo aumento (p<0,001)

nos níveis de malonildealdeído (90,27 ± 10,25 nmol/g de tecido) quando comparado

ao controle que recebeu apenas o veículo (54,53 ± 6,22 nmol/g de tecido). AC (50

mg/kg) foi capaz de atenuar a produção de malonildealdeído produzida pelo etanol

(37.58 ± 3.26nmol/g de tecido) de forma significativa (p<0,001). A N-acetilcisteína

(300 mg/kg) inibiu significativamente (p<0,001) o aumento nos níveis de

malonildealdeído (31,73 ± 4,65 nmol/g de tecido) produzida pelo etanol (TABEÇA 8

e FIGURA 11).

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

106

TABELA 8. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis de

malonildealdeído no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

MALONILDEALDEÍDO

(nmol/g tecido)

Controle (veículo) - 54.53 ± 6.22

Controle (etanol) - 90.27 ± 10.25 a

AC 50 37.58 ± 3.26b

NAC 300 31.73 ± 4.65c

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os

níveis gástricos de malonildealdeído de 8 animais/grupo. Os níveis foram

analisados 30 minutos após a administração oral de etanol. Veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg) e AC (50 mg/kg) foram administrados por via oral e

NAC (300 mg/kg) por via intraperitoneal, 1 hora antes da administração de etanol

96% (0,2 mL/animal v.o.). ap<0,01 vs controle veículo; b,cp<0,001 vs controle

etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

107

Controle Veículo 50 3000

20

40

60

80

100

120

Ácido Centipédico

mg/kg

NAC

Etanol

b c

nm

ol/

g d

e te

cid

oa

FIGURA 11 Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis de

malonildealdeído nas lesões gástricas induzidas por etanol em

camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.)

para 8 animais/grupo. Os níveis de malonildealdeído foram analisados 30 minutos

após a administração oral de etanol. Os animais foram tratados com veículo (3%

de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou NAC (300 mg/kg, i.p.) 1 hora antes da

administração de etanol 96% (0,2 mL/animal). ap<0,01 vs controle; b,cp<0,001 vs

controle etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

108

5.2.6.2. DOSAGEM DE SUPERÓXIDO DISMUTASE (SOD)

Os animais que receberam etanol mostraram significativa diminuição (p<0,05)

nos níveis de superóxido dismutase (5.32 ± 0.36 U SOD/mg proteína) quando

comparado ao controle que recebeu apenas o veículo (8.58 ± 0.52 U SOD/mg

proteína). AC (50 mg/kg) foi capaz de aumentar SOD (11.27 ± 0.19 U SOD/mg

proteína) de forma significativa (p<0,001). A N-acetilcisteína (300 mg/kg) também

aumentou SOD significativamente (p<0,05) (7.78 ± 1.24 U SOD/mg proteína) quando

comparada ao grupo etanol (TABELA 9 E FIGURA 12).

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

109

TABELA 9. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis de

Superóxido dismutase no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

SOD

(Unidade de SOD/mg

proteína)

Controle (veículo) - 8.58 ± 0.52

Controle (etanol) - 5.32 ± 0.36 a

AC 50 11.27 ± 0.19b

NAC 300 7.78 ± 1.24c

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os

níveis gástricos de superóxido dismutase de 8 animais/grupo. Os níveis foram

analisados 30 minutos após a administração oral de etanol. Veículo (3% de Tween

80 em salina 0,9%, 10 mL/kg) e AC (50 mg/kg) foram administrados por via oral e

NAC (300 mg/kg) por via intraperitoneal, 1 hora antes da administração de etanol

96% (0,2 mL/animal v.o.). ap<0,05 vs veículo; bp<0,001 vs etanol, cp<0,05 vs

etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

110

Controle Veículo AC NAC0

5

10

15

Etanol

a

c

SO

D (

U/m

g p

rote

ína) b

FIGURA 12. Efeito do Ácido Centipédico e N-acetilcisteína sobre os níveis de

Superóxido dismutase no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em

camundongos. Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média

(E.P.M.) para os níveis gástricos de superóxido dismutase de 8 animais/grupo. Os

níveis foram analisados 30 minutos após a administração oral de etanol. Veículo

(3% de Tween 80 em salina 0,9%, 10 mL/kg) e AC (50 mg/kg) foram administrados

por via oral e NAC (300 mg/kg) por via intraperitoneal, 1 hora antes da

administração de etanol 96% (0,2 mL/animal v.o.). ap<0,05 vs veículo; bp<0,001 vs

etanol, cp<0,05 vs etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste

post hoc).

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

111

5.2.7 EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL: AÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO DE MUCO

GÁSTRICO

Os animais que receberam etanol mostraram significativa diminuição (p<0,05)

nos níveis de muco gástrico (15,97 ± 1,03µg Alcian Blue/g tecido) quando

comparado ao controle que recebeu apenas o veículo (26,37 ± 3,51µg Alcian Blue/g

tecido). AC (50 mg/kg) foi capaz de aumentar a produção de muco de forma

significativa (p<0,001) quando comparado ao grupo etanol, (43,45 ± 3,20 µg Alcian

Blue/g tecido). O misoprostol (0,016mg/kg), usado como controle positivo, também

aumentou significativamente (p<0,001) os níveis de muco gástrico (41,27 ± 0,96µg

Alcian Blue/g tecido) (TABELA 10 e FIGURA 13).

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

112

TABELA 10. Efeito do Ácido Centipédico e Misoprostol sobre os níveis de

muco no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

MUCO

(µg Alcian blue/g decide)

Controle (veículo) - 26.37 ± 3.51

Controle (etanol) - 15.97 ± 1.03a

AC 50 43.45 ± 3.20 b

Misoprostol 0,016 41.27 ± 0.96 b

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os

níveis gástricos de muco de 8 animais/grupo. Os níveis foram analisados 30

minutos após a administração oral de etanol. Veículo (3% de Tween 80 em salina

0,9%, 10 mL/kg), AC (50 mg/kg) e Misoprostol (0,016 mg/kg) por via oral, 1 hora

antes da administração de etanol 96% (0,2 mL/animal v.o.). ap<0,05 vs veículo;

bp<0,001 vs veículo e etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como

teste post hoc).

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

113

Controle ETOH AC Misoprostol0

10

20

30

40

50 b

Mu

co (µµ µµ

g a

lcia

n b

lue/

g t

ecid

o)

b

a

FIGURA 13. Efeito do Ácido Centipédico e Misoprostol sobre os níveis de

muco no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol em camundongos.

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os

níveis gástricos de muco de 8 animais/grupo. Os níveis foram analisados 30

minutos após a administração oral de etanol. Veículo (3% de Tween 80 em salina

0,9%, 10 mL/kg), AC (50 mg/kg) e Misoprostol (0,016 mg/kg) por via oral, 1 hora

antes da administração de etanol 96% (0,2 mL/animal v.o.). ap<0,05 vs controle;

bp<0,001 vs controle e etanol (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como

teste post hoc).

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

114

5.3. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA ÚLCERA GÁSTRICA INDUZIDA POR

ETANOL ACIDIFICADO EM CAMUNDONGOS

Os efeitos do Ácido Centipédico e do lansoprazol sobre as lesões gástricas

induzidas por etanol acidificado estão demonstrados na Tabela 11 e figura 14.

A administração de etanol acidificado promoveu grandes lesões hemorrágicas

na mucosa gástrica no grupo controle que recebeu apenas veículo (47.00 ± 4.32).

AC, nas doses testadas de 50 e 100mg/kg, foi capaz de atenuar

significativamente (p<0,001) o dano à mucosa gástrica induzida pelo etanol

acidificado (23.45 ± 3.07; 9.51 ± 2.67 ; respectivamente), inibindo em 50.16 e

79.76% as lesões.

Da mesma forma lansoprazol (30 mg/kg), fármaco de referência, reduziu

significativamente (20.91 ± 2.55) as lesões gástricas (p<0,001) induzidas pelo etanol

acidificado em 55.38%.

A associação do AC (50mg/Kg) com lansoprazol (30mg/Kg) demonstrou

potenciação dos efeitos das drogas, atenuando significativamente (p<0,001) o dano

à mucosa gástrica induzida pelo etanol acidificado (6.19 ± 2.28), inibindo em 86.82%

as lesões.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

115

TABELA 11. Efeito do Ácido Centipédico e lansoprazol sozinhos ou

associados nas lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

% INIBIÇÃO

Controle

(ETOH/HCl) - 47.00 ± 4.32 -

AC

25 38.90 ± 5.50 17.23

50 23.45 ± 3.07a 50.16

100 9.51 ± 2.67 a 79.76

Lansoprazol 30 20.91 ± 2.55 a 55.38

AC + lansoprazol 50+30 6.19 ± 2.28 a,b,c 86.82

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8

animais/grupo. Veículo (3% de Tween 80 em salina 0,9%, 10 mL/kg), AC (25, 50 e

100mg/kg, v.o.) e lansoprazol (30 mg/kg, v.o.) foram administrados por via oral, 1 hora

antes da administração de uma solução de 0,3M de HCl em etanol 60% (0,2 mL/animal

v.o.). Os animais foram sacrificados 1 hora após a administração do etanol acidificado.

ap<0,001 vs ETOH/HCl, bp<0,001 vs AC 50, cp<0,05 vs lansoprazol (ANOVA e Teste de

Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

116

ETOH/HCl 25 50 100 30 50 +300

20

40

60

a,b,c

a

Ácido Centipédico AC + Lanzo

Lanzo

a

a

Áre

a le

sio

nad

a (%

)

FIGURA 14. Efeito do Ácido Centipédico e lansoprazol sozinhos ou associados

nas lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em camundongos. Os

valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (25, 50 e

100mg/kg, v.o.) e lansoprazol (30 mg/kg, v.o.) 1 hora antes da administração de uma

solução de 0,3M de HCl em etanol 60% (0,2 mL/animal, v.o.). Os animais foram

sacrificados 1 hora após a administração do etanol acidificado. ap<0,001 vs

ETOH/HCl, bp<0,001 vs AC 50, cp<0,05 vs lansoprazol (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

117

5.3.1. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL ACIDIFICADO: PAPEL DOS RECEPTORES

OPIÓIDES

O tratamento dos animais com morfina (5 mg/kg, s.c.) ou com AC (50 mg/kg,

v.o.) promoveu uma redução significativa (p<0,001) da lesão gástrica induzida pelo

etanol acidificado (4.62 ± 1.02; 6.34 ± 0.98, respectivamente), quando comparado ao

grupo controle veículo (28.10±2.24). O pré-tratamento com naloxona (2 mg/kg, i.p.)

reverteu significativamente a gastroproteção do AC (18.02 ± 2.43) e da morfina

(21.72 ± 3.87) (p<0,01 e p<0,001, respectivamente) (TABELA 12 e FIGURA 15).

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

118

TABELA 12. Efeito do pré – tratamento com naloxona na gastroproteção do

Ácido Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol

acidificado em camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (ETOH/HCl) - 28.10±2.24

AC 50 6.34± 0.98a

Morfina 5 4.62 ± 1.02a

AC +Naloxona 50 +2 18.02 ± 2.43b

Morfina + Naloxona 5 + 2 21.72 ± 3.87c

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou

morfina (5mg/Kg, s.c.). Naloxona (2mg/Kg, i.p.) foi administrada 30 minutos antes dos

tratamentos com AC ou morfina. 0,3M de HCl em etanol 60% (0,2 mL/animal v.o.) foi

administrado 1 hora ou 30 minutos após os tratamentos com AC ou morfina,

respectivamente. a p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. AC; c p<0,001 vs morfina (ANOVA e

Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

119

Controle AC Morfina AC Morfina0

10

20

30

40

a

c

b

Naloxona

a

Áre

a L

esio

nad

a (%

)

FIGURA 15. Efeito do pré – tratamento com naloxona na proteção do Ácido

Centipédico frente às lesões gástricas induzidas por etanol acidificado em

camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.)

para 8 animais/grupo. Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80,

v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou morfina (5 mg/kg, s.c.). Naloxona (2 mg/kg, i.p.) foi

administrada 30 minutos antes dos tratamentos com AC ou morfina. 0,3M de HCl em

etanol 60% (0,2 mL/animal v.o.) foi administrado 1 hora ou 30 minutos após os

tratamentos com AC ou morfina, respectivamente. a p<0.001 vs controle; b p<0.01

vs. AC; c p<0,001 vs morfina (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste

post hoc).

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

120

5.3.2. EFEITO GASTROPROTETOR DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO

GÁSTRICA INDUZIDA POR ETANOL ACIDIFICADO: PAPEL DOS RECEPTORES

α2-adrenérgicos

O tratamento dos animais com clonidina (0,05 mg/kg, v.o.) ou com AC (50

mg/kg, v.o.) promoveu uma redução significativa (p<0,01; p<0,001 respectivamente)

da lesão gástrica induzida pelo etanol acidificado (8.25 ± 1.73; 8.27 ± 0.91,

respectivamente), quando comparado ao grupo controle veículo (19.26±1.50). O pré-

tratamento com Ioimbina (2 mg/kg, s.c.) reverteu significativamente (p<0,05) a

gastroproteção do AC (12.43 ± 1.87) e da clonidina (15.29 ± 1.52) (TABELA 13 e

FIGURA 16).

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

121

TABELA 13. Efeito do pré – tratamento com ioimbina na gastroproteção do Ácido

Centipédico no modelo de úlcera gástrica induzida por etanol acidificado em

camundongos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

ÁREA DE LESÃO GÁSTRICA

(%)

Controle (ETOH/HCl) - 19.26±1.50

AC 50 8.27± 0.91a

Clonidina 0.05 8.25 ± 1.73b

Clonidina + Ioimbina 0.05 + 2 15.29 ± 1.52d

AC + Ioimbina 50 + 2 12.43 ± 1.87c

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo.

Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80, v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou

clonidina (0,05mg/kg,v.o.). Ioimbina (2 mg/kg, s.c.) foi administrada 30 minutos antes dos

tratamentos com AC ou clonidina. 0,3M de HCl em etanol 60% (0,2 mL/animal v.o.) foi

administrado 1 hora os tratamentos com AC ou clonidina. a p<0.001 vs controle; a

p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. Controle; c p<0,05 vs AC; d p<0,05 vs clonidina (ANOVA

e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

122

Controle AC Clonidina AC Clonidina 0

5

10

15

20

25

a b

dc

Ioimbina

Áre

a L

esio

nad

a (%

)

FIGURA 16. Efeito do pré – tratamento com ioimbina na gastroproteção do

Ácido Centipédico frente às lesões gástricas induzidas por etanol acidificado

camundongos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.)

para 8 animais/grupo. Os animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80,

v.o.), AC (50 mg/kg, v.o.) ou clonidina (0,05 mg/kg, v.o.). Ioimbina (2 mg/kg, s.c.) foi

administrada 30 minutos antes dos tratamentos com AC ou Ioimbina. 0,3M de HCl

em etanol 60% (0,2 mL/animal v.o.) foi administrado 1 hora após os tratamentos com

AC ou clonidina. a p<0.001 vs controle; b p<0.01 vs. Controle; c p<0,05 vs AC; d

p<0,05 vs clonidina (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post

hoc).

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

123

5.4. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOBRE A SECREÇÃO GÁSTRICA NO

MODELO DE LIGAÇÃO DO PILORO EM RATOS

A administração intraduodenal do AC (50 mg/kg), em ratos com piloro ligado

por 4 horas, diminuiu significativamente (p<0,01) o volume secretório gástrico (2.55 ±

0.34mL), quando comparado ao controle (4,72 ± 0,39 mL).

AC também foi capaz de inibir, significativamente (p<0,001), a acidez total

gástrica (55.50 ± 15.62µEq/h) em relação ao grupo controle (128,9 ± 9,38 µEq/h).

Cimetidina (100 mg/kg), um conhecido antagonista H2, não alterou o volume

secretório gástrico em comparação com o controle. Já a acidez total gástrica foi

significativamente reduzida (p<0,001) também pela cimetidina (27,32 ± 3,71 µEq/h),

quando comparada ao controle (TABELA 14 e FIGURAS 17 e 18).

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

124

TABELA 14. Efeito do Ácido Centipédico e cimetidina sobre o volume

secretório gástrico e acidez gástrica total em ratos com piloro ligado.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

Volume Secretório

Gástrico (mL)

Acidez Total Gástrica

(µEq/h)

Controle (veículo) - 4.72 ± 0.39 128,9 ± 9,38

AC 50 2.55 ± 0.34a 55.50 ± 15.62b

Cimetidina 100 3.58 ± 0.64 27.32 ± 3.71 b

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6 animais

do volume secretório gástrico (mL) e da acidez gástrica total (µEq/h). Veículo (3% de

Tween 80 em salina 0,9%), AC (50 mg/kg) e cimetidina (100 mg/kg) foram administrados

por via intraduodenal, imediatamente após a ligação do piloro. Os animais foram

sacrificados 4 horas após a ligação do piloro. ap<0,01 vs controle normal; bp<0,001 vs

controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

125

Controle AC Cimetidina0

1

2

3

4

5

6

a

Volu

me

secr

etóri

o g

ástr

ico (

mL)

FIGURA 17. Efeito da administração intraduodenal do Ácido Centipédico e

cimetidina no volume secretório gástrico em ratos. Os valores representam

a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6 animais/grupo. Veículo (3% de

Tween 80 em salina 0,9%), AC (50 mg/kg) e cimetidina (100 mg/kg) foram

administrados por via intraduodenal, imediatamente após a ligação do piloro.

Os animais foram sacrificados 4 horas após a ligação do piloro. ap<0,01 vs

controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post

hoc).

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

126

Controle Ácido Centipédico Cimetidina0

20

40

60

80

100

120

140

b

Aci

dez

To

tal

( µµ µµE

q/h

)

b

FIGURA 18. Efeito da administração intraduodenal do Ácido Centipédico e

cimetidina na acidez total gástrica em ratos. Os valores representam a média ±

erro padrão da média (E.P.M.) para 6 animais/grupo. Veículo (3% de Tween 80 em

salina 0,9%), AC (50 mg/kg) e cimetidina (100 mg/kg) foram administrados por via

intraduodenal, imediatamente após a ligação do piloro. Os animais foram

sacrificados 4 horas após a ligação do piloro. bp<0,001 vs controle normal (ANOVA e

Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

127

5.5. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOBRE O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO

EM RATOS

Os efeitos do AC e atropina sobre o esvaziamento gástrico em ratos estão

demonstrados na Tabela 15 e Figura 19.

Os animais que receberam vermelho de fenol (0,5 mg/kg) e foram tratados

apenas com veículo, apresentaram uma média de 29,62 ± 2,33 µg/mL de corante

por estômago. AC na dose de 50 mg/kg não alterou o esvaziamento gástrico (23,54

± 2,26 µg/mL) em comparação com o grupo controle. O antagonista dos receptores

muscarínicos, atropina (3 mg/kg) diminuiu o esvaziamento gástrico, aumentando de

forma significativa (p<0,001) a concentração média de corante por estômago (60,17

± 5,34 µg/mL).

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

128

TABELA 15. Efeito do Ácido Centipédico e atropina sobre o esvaziamento

gástrico em ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

VERMELHO DE FENOL

(µg/mL)

Controle (veículo) - 29.62 ± 2.33

AC 50 23.54 ± 2.26

Atropina 3 60.17 ± 5.34a

Os resultados são expressos como média ± erro padrão da média

(E.P.M.) do conteúdo gástrico de vermelho de fenol (µg/mL) para 6

animais/grupo. Veículo (3% de Tween 80 em salina 0,9%), AC

(50mg/kg) e atropina (3 mg/kg) foram administrados por via oral 45

minutos antes do vermelho de fenol. Os animais foram sacrificados 15

minutos após a administração do vermelho de fenol. ap<0,001 vs

Controle (veículo) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como

teste post hoc).

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

129

Controle Atropina AC0

20

40

60

80

a

Ver

mel

ho

de

Fen

ol

( µµ µµg

/mL

)

FIGURA 19. Efeito do Ácido Centipédico e atropina sobre o esvaziamento

gástrico em ratos. Os resultados são expressos como média ± erro padrão da

média (E.P.M.) do conteúdo gástrico de vermelho de fenol (µg/mL) para 6

animais/grupo. Veículo (3% de Tween 80 em salina 0,9%), AC (50mg/kg) e

atropina (3 mg/kg) foram administrados por via oral 45 minutos antes do vermelho

de fenol. Os animais foram sacrificados 15 minutos após a administração do

vermelho de fenol. ap<0,001 vs Controle (veículo) (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

130

5.6. Efeito do Ácido Centipédico sobre Helicobacter pylori

Após um período de 72h de incubação das placas inoculadas com H. pylori,

não foi verificada a formação de halo de inibição por nenhuma das doses testadas

do Ácido Centipédico. Não foi observada interferência do veículo.

FIGURA 20. Avaliação da ação do Ácido Centipédico sobre Helicobacter pylori in vitro .

AC 31.6 mM

AC 15.8 mM

AC 7.9 mM

DMSO 0,5%

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

131

5.7. EFEITO CURATIVO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO GÁSTRICA

CRÔNICA INDUZIDA POR ÁCIDO ACÉTICO EM RATOS.

O tratamento dos animais com AC ou ranitidina (50 mg/kg, v.o.) promoveu

uma redução significativa (p<0,001) da lesão gástrica induzida pelo ácido acético

(2,49 ± 0,64% e 8,07 ± 1,64,respectivamente), quando comparados ao grupo

controle veículo (24,49 ± 2,54) após 7 dias de tratamento. Celecoxibe, usado como

controle negativo não foi capaz de regenerar a área lesionada nesse mesmo período

(22,43 ± 3,34) (TABELA 16 FIGURA 21).

Após 14 dias de tratamento foi verificada redução significativa (p<0,001) da

lesão gástrica induzida pelo ácido acético nos animais tratados com AC ou ranitidina

(50 mg/kg, v.o.) (1,24 ± 0,95 e 5,91 ± 2,21, respectivamente) quando comparados ao

grupo controle veículo (20,05 ± 1,36). Os animais tratados com celecoxibe

apresentaram menor capacidade de regeneração (18,32 ± 1,87) (TABELA 16,

FIGURA 22).

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

132

TABELA 16. Efeito do Ácido Centipédico e ranitidina na lesão gástrica

crônica induzida por ácido acético em ratos (7 e 14dias de tratamento)

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

LESÃO

GÁSTRICA

(%)

7 dias

% INIBIÇÃO

LESÃO

GÁSTRICA

(%)

14 dias

% INIBIÇÃO

Controle - 24.49 ± 2.54 - 20.05 ± 1.36 -

Ranitidina 50 8.07 ± 1.64a 67.04 5.91 ± 2.21b 70.52

Celecoxibe 20 22.43 ± 3.34 21.43 18.32 ± 1.87 17.65

AC 50 2.49 ± 0.64 a 89.83 1.24 ± 0.95b 93.81

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6 animais/grupo.

Os animais foram operados e após 48h, tratados com salina, AC ou ranitidina (50

mg/kg, v.o.) ou celecoxibe (20mg/Kg, v.o.). Após 7 e 14 dias de tratamento os animais

foram sacrificados. ap<0.001 vs controle 7 dias; bp<0.001 vs controle 14 dias (ANOVA e

Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

133

Controle RanitidinaCelecoxibe AC Controle RanitidinaCelecoxibe AC0

10

20

30

7 dias

a

14 dias

b

a bÁre

a le

sio

nad

a (%

)

FIGURA 21. Efeito do Ácido Centipédico e ranitidina sobre lesão gástrica

crônica induzida por ácido acético em ratos (7 e 14 dias de tratamento). Os

valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais foram operados e após 48h, tratados com salina, AC

ou ranitidina (50 mg/kg, v.o.) ou celecoxibe (20mg/Kg, v.o.). Após 7 e 14 dias de

tratamento os animais foram sacrificados. ap<0.001 vs controle 7 dias; bp<0.001 vs

controle 14 dias (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

134

5.7.1. EFEITO CURATIVO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO GÁSTRICA

CRÔNICA INDUZIDA POR ÁCIDO ACÉTICO EM RATOS: ACHADOS

HISTOLÓGICOS (7 e 14 dias de tratamento de AC, Ranitidina e Celecoxibe)

No grupo controle, após 7 dias de tratamento com salina, observou-se intenso

foco inflamatório com predominância de polimorfonucleares e espessamento fibroso

da região submucosa. O epitélio apresenta áreas com princípio de necrose onde é

possível observar células com degeneração hidrópica e núcleos picnóticos, além de

discreta desorganização da arquitetura do mesmo.

No grupo controle, após 14 dias de tratamento com salina, observou-se

intenso foco inflamatório, com predomínio de PMN e indícios de fibrose (processo de

reparo) devido à presença de inúmeros fibroblastos. Observou-se, ainda, áreas com

angiogênese bem característica (FIGURA 22 A e B).

No grupo AC, após 7 dias de tratamento, foi encontrado úlcera em franco

processo de reparo, observado pela intensa formação de novos vasos e atividade

fibroblástica e discreta presença de células inflamatórias. Após 14 dias de

tratamento, houve intenso remodelamento fibroso (FIGURA 22 C e D).

Os animais tratados com Ranitidina, após 7 dias de tratamento, foi observada

a formação de úlcera, porém com franco processo de reparo, traduzido pela grande

quantidade de novos vasos e intensa atividade fibroblástica. Após 14 dias de

tratamento, houve a preservação do epitélio com reparo completo da úlcera

(FIGURA 22 E e F).

No grupo celecoxibe, após 7 dias de tratamento, foi achado úlcera com

intenso foco inflamatório com restos de polimorfonucleares na superfície da mesma.

Foi observado processo de reparo.

Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

135

No grupo celecoxibe, após 7 dias de tratamento, houve a formação da úlcera

com intenso foco inflamatório e presença de restos de polimorfonucleares na

superfície da mesma. Foi observado processo de reparo. Após 14 dias de

tratamento, verificou-se intenso processo inflamatório acarretando retardo no

processo de reparo observado pelo grande número de eosinófilos e baixa atividade

fibroblástica (FIGURA 22 G e H).

A análise de escores demonstrou em todos os parâmetros analisados

(hemorragia, edema, congestão, esfoliação, infiltrado inflamatório, necrose e

angiogênese), melhor desempenho dos grupos tratados com AC e ranitidina durante

7 e 14 dias quando comparados ao grupo controle, e, pior desempenho do grupo

celecoxibe, embora as diferenças entre os mesmos não tenham sido

estatisticamente significativas (TABELA 17).

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

136

A B

C D

E F

G H

Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

137

FIGURA 22. Achados histológicos de AC, ranitidina e celecoxibe em modelo de

úlcera crônica induzida por ácido acético (7 e 14 dias de tratamento). A e B:

controle salina (7 e 14 dias respectivamente), A: presença de núcleos picnóticos,

B:processo de reparo com presença de fibroblastos (setas); C e D: AC (7 e 14 dias

respectivamente), C: fibroblastos, D: remodelamento fibroso (setas); E e F Ranitidina

(7 e 14 dias respectivamente), E: presença de vasos e fibroblastos, F: reparo da

úlcera (setas); G e H: Celecoxibe (7 e 14 dias respectivamente), G: presença de

polimorfonucleares, H:pesença de eosinófilos (setas) (— 100µm).

Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

138

TABELA 17. Efeito do ácido Centipédico, ranitidina e celecoxibe sobre as

alterações morfológicas observadas em úlcera crônica induzida por ácido

acético.

Grupo Hemorragia

(0-3)

Edema

(0-3)

Congestão

(0-3)

Esfoliação

(0-3)

Infiltrado

(0-3)

Necrose

(0-3)

Angiogênese

(0-3)

Controle

(7 dias) - 2 3 2 3 2 0

Controle

(14 dias) - 2 3 2 2 1 0

AC

(7 dias) - 1 1 1 2 0 2

AC

(14 dias) - 1 1 1 1 0 3

Ranitidina

(7 dias) - 1 2 2 2 1 2

Ranitidina

(14 dias) - 1 1 1 1 0 3

Celecoxibe

(7 dias) - 1 2 3 3 1 1

Celecoxibe

(14 dias) - 1 2 2 2 1 2

Os valores representam a mediana dos escores para 6 animais/grupo. Os animais

foram operados e após 48h, tratados com salina, AC ou ranitidina (50 mg/kg, v.o.) ou

celecoxibe (20 mg/Kg, v.o.). Após 7 e 14 dias de tratamento os animais foram

sacrificados. (Kruskal Wallis).

Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

139

5.8. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOBRE ÚLCERAS INTESTINAIS

INDUZIDAS POR INDOMETACINA EM RATOS.

5.8.1. ANÁLISE DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS 5.8.1.1. FUNÇÃO RENAL (DOSAGEM DE UREIA E CREATININA)

Os efeitos do AC e da Dexametasona sobre os níveis séricos de uréia e

creatinina estão demonstrados na Tabela 18.

A indometacina não alterou os níveis séricos de uréia no grupo de animais

que recebeu apenas o veículo (92.87±8.47 mg/dL) quando comparado ao grupo

normal que recebeu apenas solução salina (90.84±2.11 mg/dL).

AC (50 mg/kg) diminuiu discretamente, porém não significativamente os níveis

séricos de ureia (83.58±8.56 mg/dL) quando comparado ao grupo indometacina

(92.87±8.47 mg/dL).

Dexametasona (3 mg/kg), usado como controle positivo, também diminuiu,

porém não significativamente, os níveis séricos de ureia (80.36±15.07 mg/dL)

quando comparado ao grupo indometacina (92.87±8.47 mg/dL).

A indometacina promoveu aumento significativo (p<0,05) dos níveis séricos

de creatinina no grupo de animais que recebeu apenas o veículo (0.87±0.10 mg/dL)

quando comparado ao grupo normal que recebeu apenas solução salina (0.59±0.02

mg/dL).

Os grupos AC (50 mg/kg) e Dexametasona (3 mg/kg) não conseguiram

reverter os níveis séricos de creatinina (0.85±0.01 e 0.86±0.06 mg/dL,

respectivamente) aumentados pelo AINE quando comparado ao grupo controle.

Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

140

TABELA 18. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona no modelo de úlcera

intestinal induzida por indometacina em ratos: função renal.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

UREIA

(mg/dL)

CREATININA

(mg/dL)

Controle (salina)

- 90.84±2.11 0.59±0.02

Indometacina (veículo) 10 92.87±8.47 0.87±0.10#

Indom + AC 50 83.58±8.56 0.85±0.01#

Indom + Dexametasona 3 80.36±15.07 0.86±0.06#

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

#p<0,05 vs controle (ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post

hoc).

Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

141

5.8.1.2. FUNÇÃO HEPÁTICA (DOSAGEM DE TGO E TGP)

Os efeitos do AC e da Dexametasona sobre os níveis séricos de TGO e TGP

estão demonstrados na Tabela 19.

A indometacina não alterou os níveis séricos de TGO (61.07 ± 3.97U.I./L)

quando comparado ao grupo normal que recebeu apenas solução salina (61.47 ±

4.57 U.I./L).

De maneira similar os grupos AC (50 mg/kg) e Dexametasona (3 mg/kg) não

tiveram alterações significativas nos níveis séricos de TGO (63.99 ± 9.21e 63.16 ±

3.00 U.I./L, respectivamente) quando comparado ao grupo indometacina.

Da mesma forma indometacina não alterou os níveis séricos de TGP (29.64 ±

7.07 U.I/L) quando comparado ao grupo normal que recebeu apenas solução salina

(24.85 ± 4.99 U.I/dL), havendo apenas um discreto aumento de seus níveis.

De maneira similar, os grupos AC (50 mg/kg) e Dexametasona (3 mg/kg) não

alteraram os níveis séricos de TGP (24.09±2.09 e 27.30 ± 3.26 U.I/L,

respectivamente), quando comparado ao grupo indometacina.

Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

142

TABELA 19. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona no modelo de úlcera

intestinal induzida por indometacina em ratos: função hepática.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

TGO

(U.I/L)

TGP

(U.I/L)

Controle (salina)

- 61.47 ± 4.57 24.85 ± 4.99

Indometacina (veículo) 10 61.07 ± 3.97 29.64 ± 7.07

Indom + AC 50 63.99 ± 9.21 24.09 ± 2.09

Indom + Dexametasona 3 63.16 ± 3.00 27.30 ± 3.26

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

(ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

143

5.8.2. QUANTIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS – ANÁLISE MACROSCÓPICA

Os efeitos do AC e da Dexametasona sobre o número de lesões intestinais

induzidas por indometacina estão demonstrados na Tabela 20 e Figura 23.

Foi visualizada maior distribuição das úlceras na região mediana do intestino,

ou seja, no jejuno.

A indometacina promoveu intensos danos à mucosa intestinal sob a forma de

erosões no grupo de animais que recebeu apenas o veículo. O número de úlceras

pontuais (<5mm) foi de 15.33±3.93, significativamente (p<0,001) maior que o grupo

controle salina .

AC (50 mg/kg) mostrou média de 15.67±0.88 úlceras pontuais.

Dexametasona (3 mg/kg) diminuiu de forma significativa (p<0,001) o número de

úlceras <5mm (1.66±1.30) quando comparado ao grupo indometacina.

Quanto ao número de úlceras longitudinais (>5mm), observou-se grande

quantidade destas no grupo indometacina (42.33±7.21).

AC diminuiu de forma significativa (p<0,001) o número de úlceras

longitudinais (12.25±3.96) quando comparado a indometacina (42.33±7.21). De

maneira semelhante, Dexametasona também inibiu a formação de úlceras

longitudinais de forma significativa (p<0,001) (7.33±4.66), quando comparada ao

grupo indometacina.

Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

144

TABELA 20. Efeito do Ácido centipédico e dexametasona sobre o número de

úlceras intestinais pontuais e longitudinais induzidas por indometacina em

ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

Nº ÚLCERAS

PONTUAIS

(<5mm)

Nº ÚLCERAS

LONGITUDINAIS

(>5mm)

Controle (salina) - 0

0

Indometacina (veículo) 10 15.33±3.93a

42.33±7.21c

AC 50 15.67±0.88a

12.25±3.96d

Dexametasona 3 1.66±1.30b

7.33±4.66d

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0.001 vs controle; bp<0,001 vs indometacina, cp<0.001 vs controle; dp<0,001 vs

indometacina (Kruskal-Wallis e Dunns, como teste post hoc).

Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

145

Controle Indometacina AC Dexametasona0

5

10

15

20

25

a

Indometacina

mer

o d

e ú

lcer

as (

<5m

m)

a

b

Controle Indometacina AC Dexametasona0

20

40

60

c

Indometacina

mer

o d

e ú

lcer

as (

>5m

m)

dd

FIGURA 23. Efeito do Ácido centipédico e dexametasona sobre o número de

úlceras intestinais induzidas por indometacina em ratos. Os valores

representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6 animais/grupo. Os

animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e, 2h antes da

administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou dexametasona (3

mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados. ap<0.001 vs controle;

bp<0,001 vs indometacina, cp<0.001 vs controle; dp<0,001 vs indometacina (Kruskal-

Wallis e Dunns, como teste post hoc).

Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

146

5.8.3. AÇÃO SOBRE A PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA

5.8.3.1. DOSAGEM DE MALONILDIALDEIDO

Os animais que receberam indometacina mostraram aumento nos níveis de

malonildealdeído (17.06±1.83 nmol/g de tecido) quando comparado ao controle que

recebeu apenas solução salina (13.73±0.49 nmol/g de tecido). AC (50 mg/kg) foi

capaz de atenuar a produção de malonildealdeído produzida pelo indometacina

(12.60±0.13 nmol/g de tecido) de forma significativa (p<0,05). A dexametasona (3

mg/kg) também inibiu o aumento nos níveis de malonildealdeído (13.75±0.24 nmol/g

de tecido) produzida pela indometacina (TABELA 21 e FIGURA 24).

Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

147

TABELA 21. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

malonildealdeído no modelo de úlcera intestinal induzida por indometacina em

ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

MALONILDIADEIDO

(nmol/g tecido)

Controle (salina)

- 13.73±0.49

Indometacina (veículo) 10 17.99±1.15a

AC 50 12.60±0.13b

Dexametasona 3 13.75±0.24b

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0,001 vs controle, bp<0.01 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

148

Controle Indometacina AC Dexametasona0

5

10

15

20

25

b

a

Indometacina

b

MD

A (

nm

ol/

g d

e te

cid

o)

FIGURA 24. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

malonildealdeído no modelo de úlcera intestinal induzida por indometacina em

ratos. Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados. ap<

0,001 vs controle, bp<0,01 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student Newman

Keul, como teste post hoc).

Page 149: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

149

5.8.3.2. DOSAGEM DE CATALASE

Os animais que receberam indometacina mostraram significativa redução

(p<0,01) nos níveis de catalase (5.71 ± 2.15 mmol/min/g tecido) quando comparado

ao controle que recebeu apenas solução salina (39.81±3.83 mmol/min/g tecido). AC

(50 mg/kg) foi capaz de atenuar a diminuição dos níveis de catalase pela

indometacina (25.55 ± 1.42 mmol/min/g tecido) de forma significativa (p<0,05).

Dexametasona (3 mg/kg) também reverteu os níveis de catalase significativamente

(p<0,05) (29.48 ± 7.85 mmol/min/g tecido) diminuídos pela indometacina (TABELA

22 E FIGURA 25).

Page 150: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

150

TABELA 22. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

catalase nas lesões intestinais induzidas por indometacina em ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

CATALASE

(mmol/min/g tecido)

Controle (salina)

- 39.81 ± 3.83

Indometacina (veículo) 10 5.71 ± 2.15a

AC 50 25.55 ± 1.42 b

Dexametasona 3 29.48 ± 7.85 b

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0,01 vs controle; bp<0,05 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 151: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

151

Controle Indometacina AC Dexametasona0

10

20

30

40

50

Indometacina

aC

atal

ase

(mm

ol/

min

/g t

ecid

o)

b

b

FIGURA 25. Efeito do Ácido Centipédico e Dexametasona sobre os níveis de

catalase nas lesões intestinais induzidas por indometacina em ratos. Os

valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0,01 vs controle; bp<0,05 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 152: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

152

5.8.3.3. DOSAGEM DE MIELOPEROXIDASE

Os animais que receberam indometacina sozinha (controle veículo)

mostraram aumento significativo (p<0,001) nos níveis de mieloperoxidase (0.607±

0.02) quando comparados ao grupo controle normal (0.053 ± 0.039).

AC (50 mg/kg) e dexametasona (3 mg/kg) reduziram de maneira significativa

(p<0,001) os níveis de mieloperoxidase aumentados pela administração de

indometacina (0.243 ± 0.05 e 0.147 ± 0.10, respectivamente), expressos em

densidade óptica (TABELA 23 E FIGURA 26).

Page 153: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

153

TABELA 23. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

mieloperoxidase nas lesões intestinais induzidas por indometacina em ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

MIELOPEROXIDASE

(Densidade óptica)

Controle (salina)

- 0.053 ± 0.039

Indometacina (veículo) 10 0.607± 0.02a

AC 50 0.243 ± 0.05b

Dexametasona 3 0.147 ± 0.10b

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0.001 vs controle; bp<0,001 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 154: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

154

Controle Indometacina AC Dexametasona0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

a

bb

Indometacina

MP

O (

Den

sid

ade

óp

tica

)

FIGURA 26. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

mieloperoxidase nas lesões intestinais induzidas por indometacina em ratos.

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0.001 vs controle; bp<0,001 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 155: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

155

5.8.3.4. DETERMINAÇÃO DE GRUPOS SULFIDRILA NÃO-PROTEICOS

Os animais que receberam indometacina mostraram significativa redução

(p<0,01) nos níveis de NP-SH (22.57±1.28 µg/g de tecido) quando comparado ao

controle que recebeu apenas solução salina (42.11±1.92 µg/g de tecido). AC (50

mg/kg) foi capaz de atenuar a depleção dos grupos sulfidrilas produzida pela

indometacina (33.59±3.76 µg/g de tecido) de forma significativa (p<0,05).

Dexametasona (3 mg/kg) inibiu significativamente (p<0,05) a depleção dos grupos

sulfidrilas (36.19±3.78 µg/g de tecido) produzida pela indometacina (TABELA 24 e

FIGURA 27).

Page 156: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

156

TABELA 24. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

grupos sulfidrilas não protéicos nas lesões intestinais induzidas por

indometacina em ratos.

GRUPOS

DOSE

(mg/kg)

NP-SH

(µg/g)

Controle (salina)

- 42.11±1.92

Indometacina 10 22.57±1.28a

AC 50 33.59±3.76b

Dexametasona 3 36.19±3.78b

Os valores representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 6

animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg durante três dias, e,

2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC (50 mg/kg, v.o.) ou

dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram sacrificados.

ap<0.01 vs controle; bp<0,05 vs indometacina (ANOVA e Teste de Student

Newman Keul, como teste post hoc).

Page 157: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

157

Controle Indometacina AC Dexametasona0

10

20

30

40

50

Indometacina

NP

-SH

(µµ µµ

g/g

)

a

b b

FIGURA 27. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre os níveis de

grupos sulfidrilas não protéicos nas lesões intestinais induzidas por

indometacina em ratos. Os valores representam a média ± erro padrão da média

(E.P.M.) para 6 animais/grupo. Os animais receberam indometacina 10 mg/kg

durante três dias, e, 2h antes da administração, foram tratados com veículo, AC

(50 mg/kg, v.o.) ou dexametasona (3 mg/Kg, v.o.). No quarto dia os animais foram

sacrificados. ap<0.01 vs controle; bp<0,05 vs indometacina (ANOVA e Teste de

Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 158: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

158

5.8.4. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO NA LESÃO INTESTINAL INDUZIDA POR INDOMETACINA EM RATOS: ACHADOS HISTOLÓGICOS. Os animais que receberam apenas solução salina mostraram as camadas

mucosa, submucosa e serosa bem preservadas e presença de muco no epitélio

(característica normal nessa porção intestinal), representados pela figura 28-A.

No grupo que recebeu apenas indometacina (FIGURA 28-B), observou-se

foco inflamatório com predomínio de linfócitos e área de necrose das camadas

mucosa e submucosa (evidente formação de úlcera). Foram vistas áreas de

hemociderose e discreto edema.

Os animais tratados com indometacina que receberam AC (FIGURA 28-D)

apresentaram discreto princípio de necrose. As camadas mucosa e submucosa

foram preservadas, verificando-se ainda a presença de muco. Embora a úlcera não

tenha característica histopatológica clássica (necrose e exsudação), a presença de

debris celulares demonstra o princípio da formação da mesma.

No grupo tratado com indometacina que recebeu dexametasona (FIGURA 28-

C) há integridade da camada submucosa com discreta presença de edema.

Page 159: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

159

FIGURA 28. Efeito do Ácido Centipédico e dexametasona sobre as lesões

intestinais induzidas por indometacina: achados histológicos. A: controle salina

(seta mostra preservação da mucosa intestinal; grupo não recebeu indometacina); B:

indometacina (seta mostra formação de úlcera com processo de necrose (células

sem núcleos (necrose); C: dexametasona (seta mostra formação de edema); D: AC

(seta mostra início da formação das úlceras com células necróticas) (— 100µm).

A B

C D

Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

160

5.9. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOZINHO OU ASSOCIADO À INDOMETACINA SOBRE A MIGRAÇÃO CELULAR DE CÉLULAS INTESTINAIS (IEC-6).

Após o dano mecânico, realizado pelo arraste da monocamada de células

IEC-6 para a borda do poço e a exposição dessas células ao AC (12.5, 25, 50 e 100

µM) durante 24 horas, observou-se um aumento significativo na migração celular

com um aumento do número de células de (170±10.0; 173±3.33; 180±0.0; 220±9.12,

respectivamente) em relação ao meio sem glutamina (M-) (136.7±12.02) (FIGURA

29-A).

Indometacina, agente deletério de células IEC-6, nas concentrações

estudadas (250, 500 e 1000 µM), diminuiu significativamente o número de células na

migração celular nas três concentrações estudadas (80±5.77; 77.5±2.5; 30.0±0.0

respectivamente), de maneira dose-dependente quando comparadas ao meio sem

glutamina (M-) (136.7±12.02) (FIGURA 29-B).

O fato das concentrações de 250 e 500µM da indometacina não terem

mostrado diferença entre elas, nos fez associar AC (12.5, 25, 50 e 100 µM) apenas

com a menor ou a maior concentração do AINE (250 e 1000 µM). Na associação de

AC com indometacina 250 µM, o diterpeno foi capaz de proteger IEC-6 da toxicidade

do AINE de forma significativa nas concentrações de 25, 50 (p<0,01,

respectivamente) e 100 µM (p<0,001), de maneira concentração-dependente,

quando comparado a indometacina (250 µM) (65±5.0; 95±5.0; 110±10.0; 216±8.19,

respectivamente). No entanto, na associação de AC (12.5, 25, 50 e 100 µM) com

indometacina 1000 µM, ácido centipédico não conseguiu reverter o efeito da alta

dose de indometacina (36.67±3.33; 26.67±3.33; 50.00±5.77; 23.33±8.1,

respectivamente) (FIGURA 29-C).

Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

161

M- DMSO 12,5 25 50 1000

50

100

150

200

250

Ácido Centipédico

µµµµM

* ** **

***N

úm

ero

de

célu

las

mig

ran

do

/mm

2

A

M- 250 500 10000

50

100

150

200

Indometacina

******

***

µµµµM

B

mer

o d

e cé

lula

s m

igra

nd

o/m

m2

M- DMSO 250 1000 12,5 25 50 100 12,5 25 50 1000

50

100

150

200

250

##

Indometacina 250µµµµM

ACµµµµM

Indometacina 1000µµµµM

C

Indometacina

mer

o d

e cé

lula

s m

igra

nd

o/m

m2

§

FIGURA 29: Ação do Ácido Centipédico e indometacina sozinhos ou

associados na migração das células IEC-6 após 24 horas de exposição. A

migração celular foi analisada pela leitura microscópica, em placas de 6 poços em

24 horas de exposição ao AC (12.5, 25, 50 e 100 µM), Indometacina (250, 500 e

1000 µM) ou a associação entre todas as doses de AC com indometacina (250 e

1000 µM) . Depois de 24 horas, a coluna com maior taxa de migração foi

selecionada e as células foram observadas em microscópio invertido (Nikon E400,

Japan) em um aumento de 100x. Os dados demonstram o aumento da migração

celular in vitro. *p<0.05; **p<0.01 e ***p<0.001 vs controle (meio) §p<0.001 vs

Indometacina 250 µM; #p<0.01 vs Indometacina 250 µM. Os valores foram

expressos pela média ± epm. (ANOVA e Student Newman Keuls, como teste post

hoc).

Page 162: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

162

5.10. EFEITO DO ÁCIDO CENTIPÉDICO SOZINHO OU ASSOCIADO À INDOMETACINA SOBRE A PROLIFERAÇÃO CELULAR DE CÉLULAS INTESTINAIS (IEC-6).

AC (6.25, 12.5, 25, 50, 100 e 200µM) aumentou a proliferação celular

(0.85±0.07; 0.90±0.04; 0.97±0.09; 1.06±0.06; 1.07±0.06; 1.11±0.0, respectivamente)

nas 24 horas de exposição nas células IEC-6 quando comparado ao grupo M (-)

(0.89±0.04) (FIGURA 30-A). Não foi encontrada diferença estatisticamente

significativa entre as doses no período estudado.

O uso de indometacina (250, 500 e 1000 µM) como agente lesivo às células

diminuiu de maneira significativa a proliferação (0.59±0.0; 0.57±0.01; 0.56±0.0,

respectivamente) de IEC-6 no período de 24 horas de exposição (FIGURA 30-B).

AC (12.5, 25, 50 e 100µM) protegeu (0.72±0.0; 0.73±0.0; 0.77±0.0; 0.81±0.0,

respectivamente) as células IEC-6 contra a toxicidade causada pela indometacina

tanto na concentração de 250 (0.59±0.0), como protegeu (0.77±0.0; 0.76±0.02;

0.77±0.0; 0.78±0.0, respectivamente) na concentração de 1000 µM (0.56±0.0)

(FIGURA 30-C).

Page 163: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

163

M- DMSO 6,25 12,5 25 50 100 2000.0

0.5

1.0

1.5

Ácido Centipédico

µµµµM

Ab

sorb

ânci

a 45

0nm

A

M- 250 500 10000.0

0.5

1.0

1.5

Indometacina

****** ***

µµµµM

Ab

sorb

ânci

a 45

0nm

B

M- DMSO 250 1000 12.5 25 50 100 12.5 25 50 1000.0

0.5

1.0

1.5

ACµµµµM

Indometacina 1000µµµµMIndometacina 250µµµµMIndometacina

a a aa b b b b

Ab

sorb

ânci

a 45

0nm

C

FIGURA 30: Ação do Ácido Centipédico e indometacina sozinhos ou

associados na proliferação das células IEC-6 após 24 horas de exposição. A

proliferação celular foi analisada pela leitura da absorbância, em placas de 96 poços,

usando o leitor de ELISA em 450 nm em 24 horas de exposição ao AC (6.25, 12.5,

25, 50, 100 e 200 µM). Após 24 horas os poços foram incubados por 2 horas com

sal tetrazólio e a absorbância foi medida. Os dados demonstram o aumento da

proliferação celular in vitro. ***p<0.001 vs meio ap<0.001 vs Indometacina 250 µM;

bp<0.001 vs Indometacina 1000 µM. Os valores foram expressos pela média ± epm.

(ANOVA e Teste de Student Newman Keul, como teste post hoc).

Page 164: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

164

5.11. ESTUDO DA TOXICIDADE AGUDA DO ÁCIDO CENTIPÉDICO.

Durante o período de observação de 180min, não se registrou nenhuma

alteração em parâmetros como motilidade, respiração, contorção, ataxia, tremor,

convulsão, postura, ereção da cauda, catalepsia, estereotopia, ptose palpebral,

piloereção, cianose, salivação, lacrimejamento, diarréia, analgesia, anestesia,

sudorese, sedação em nenhuma das doses administradas. Foi observado apenas a

diminuição da locomoção dos animais.

Ao final do período de 72h, observou-se que no grupo tratado com AC 100 e

300 mg/Kg, v.o. não houve mortes. No grupo que recebeu AC 1g/Kg, v.o. registrou-

se apenas uma morte, tendo sido observada uma diminuição da motilidade desses

animais. No grupo que recebeu AC 1,5g/Kg, v.o. registrou-se sete mortes e na dose

de 2g/kg, v.o., todos os animais morreram ao final da 72 horas. A DL50 foi verificada

na dose de 1,380 g/Kg, v.o., onde se observou a morte de cinco animais.

O gráfico mostra a DL50 (FIGURA 31) do AC em um período de 72 h após o

tratamento via oral.

Page 165: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

165

0 500 1000 1500 2000 25000

5

10

15

Dose

mer

o d

e M

ort

os

FIGURA 31. Determinação da DL50 do Ácido Centipédico em camundongos,

após 72 h de observação.

Page 166: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

166

6. DISCUSSÃO

As plantas medicinais estão entre as mais atrativas fontes de novas drogas, e

foi demonstrado que elas apresentam resultados promissores no tratamento males

gastrintestinais (BORRELLI & IZZO, 2000). No Brasil, um grande número de

preparações a partir de plantas é utilizado na medicina popular para o tratamento de

vários tipos de desordens gastrintestinais (GRACIOSO et al., 2002; TOMA et al.,

2002; ALMEIDA et al., 2003). Este fato, aliado a grande biodiversidade existente no

Brasil, impulsiona a pesquisa por novas drogas, a partir de produtos naturais, que

tenham ação sobre o trato gastrintestinal.

Constituintes químicos bioativos, incluindo flavonóides, terpenos, xantonas,

saponinas, alcalóides e taninos, já demonstraram ser capazes de oferecer

gastroproteção (RAO et al., 1997; SANTOS & RAO, 2001; GUEDES, 2002; BAGGIO

et al., 2005; MORIKAWA et al., 2006). Ácido Centipédico (AC) é um diterpeno de

cadeia aberta isolado de Egletes viscosa, erva popular do nordeste brasileiro para

qual já foram descritas diversas ações farmacológicas tais como hepatoprotetora

(RAO, 1994, SOUZA, 1998), antidiarreica (RAO, 1997), atividade anti-anafilática e

anti-inflamatória (SOUZA, 1992), antitrombótica (SOUZA, 1994), uroprotetora

(VIEIRA, 2004), antinociceptiva, anti-espasmódica e gastroprotetora (GUEDES,

2002, 2008). Foi verificado ainda a baixa toxicidade da planta quando verificada a

DL50 de seu extrato (GUEDES, 2002).

Estudos anteriores comprovaram atividades farmacológicas do AC (GUEDES

et al., 2002). A ansiedade da população por novas substâncias que ajudem na

resolução dos males que atingem o TGI, aliada à necessidade de drogas de baixo

custo financeiro e o nosso interesse de desvendar os possíveis mecanismos que

envolvem a ação do diterpeno, nos fez avaliar mais detalhadamente como AC age

Page 167: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

167

sobre o estômago e o intestino. Para isso, alguns modelos experimentais foram

utilizados.

Os resultados desse trabalho confirmam nossa recente observação do efeito

gastroprotetor do AC. Nas doses orais de 12.5 - 100 mg/kg, AC impediu de maneira

dose-dependente as lesões hemorrágicas agudas da mucosa induzidas por etanol.

Essa gastroproteção mostrou ser mediada por ação antioxidante do diterpeno. Além

de proteger contra lesões induzidas por etanol, ácido centipédico também foi efetivo

na proteção das úlceras formadas por etanol acidificado. Além disso, o diterpeno

diminuiu a acidez e o volume gástrico, não alterando o esvaziamento gástrico

normal. Uma nova ação encontrada no ácido centipédico foi sua capacidade de

proteger o intestino contra lesões causadas por indometacina e sua capacidade de

proteger células intestinais da ação da indometacina na migração e proliferação

celular.

As doses utilizadas neste estudo podem ser consideradas não tóxicas com

base na DL50 de 1380mg/kg v.o. para AC, como visto neste trabalho.

Os modelos experimentais utilizados neste trabalho para a avaliação dos

mecanismos protetores gastrintestinais do AC foram selecionados por envolverem

diferentes agentes e mecanismos, conhecidos na indução de lesões do TGI.

A mucosa gastrintestinal é revestida por uma camada de muco, cujas

principais funções são a proteção e lubrificação, mas atua também como barreira de

difusão entre o lúmen e o epitélio (PEPPAS & SALLIN, 1996; EDWARDS, 1997).

Esta camada de muco desempenha ainda funções em nível do sistema imunitário,

atuando como "scavenger" de radicais livres e mantendo elevadas concentrações de

IgA e lisozima à superfície epitelial (ATUMA et al., 2001; EDSMAN &

HÄGERSTRÖM, 2005).

Page 168: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

168

Estudos experimentais têm demonstrado que a geração de radicais livres está

associada à patogênese de lesões gástricas agudas induzidas por etanol

(RODRIGUES et al., 2008).

A patogenicidade do etanol é considerada multifatorial e pesquisas implicam o

envolvimento de mediadores pró-inflamatórios (prostaglandinas, leucotrienos, óxido

nítrico e neuropeptídeos), tióis intracelulares e cálcio, fatores hormonais

(colecistocinina, gastrina, leptina e grelina), e fatores de crescimento (EGF e TGF),

além da estimulação simpática (LIRA, 2009).

O estresse oxidativo é um processo mediado pela formação de radicais livres

diversos que resultam da degradação oxidativa dos lipídeos (lipoperoxidação) e de

proteínas presentes nos diversos sistemas de membrana da célula. Esse processo

pode ser iniciado por radicais derivados dos xenobióticos gerados em reações

catalisadas pelas isoenzimas do cit- P450 ou ainda pela produção de radicais livres

oriundos do oxigênio (O2-, H2O2 e OH+). A primeira conseqüência desse processo é

a profunda alteração das propriedades físicas e químicas das membranas, causando

perda das suas funções especializadas (ROSS, 1988).

As Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) são continuamente produzidas

durante os eventos fisiológicos normais, sendo removidas por mecanismo de defesa

antioxidante. Em condições patológicas como as provocadas pelo etanol, as EROs

resultam em peroxidação lipídica e dano oxidativo. Alterando ainda a permeabilidade

e fluidez da membrana, prejudicando as funções dos receptores, canais iônicos e

outras proteínas que fazem parte da membrana (FREEMAN & CRAPO, 1982). O

desequilíbrio entre EROs e defesa antioxidante leva à modificação oxidativa na

membrana celular, ou nas moléculas intracelulares (EL-HABIT et al., 2000).

Page 169: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

169

Evidências clínicas e experimentais sugerem que o estresse oxidativo está

estreitamente relacionado à etiopatologia da doença ulcerosa péptica, e que

substâncias com ação antioxidante, como os diterpenos, podem desempenhar ação

gastroprotetora (REPETTO et al., 2002; THOMPSON et al., 2006; FARIA, 2009).

A mais importante defesa contra as lesões oxidativas induzidas pelas

espécies reativas de oxigênio é a manutenção da homeostase da glutationa (GSH).

A glutationa reduzida serve como substrato para a ação da glutationa peroxidase, na

remoção do radical superóxido, e da glutationa transferase, na formação do ácido

mercaptúrico, além de atuar como seqüestrador de radicais livres. Atua também

como reguladora intracelular de grupos sulfidrila de enzimas glicolíticas e de

ATPase-Ca+2 (BENZI & MORETTI, 1995). As reações dependentes da glutationa

reduzida são de fundamental importância para a proteção da célula contra o

estresse oxidativo, por manter a célula em um ambiente reduzido sob condições

fisiológicas normais.

A principal enzima antioxidante é a superóxido dismutase (SOD)

(BRZOZOWSKI et al., 2001), a qual pode ser distinguida entre: citoplasmática,

mitocondrial e extracelular. A SOD catalisa a dismutação do radical superóxido (02•-)

em um peróxido (H2O2) menos lesivo, que posteriormente é degradado pela catalase

(CAT) ou glutationa peroxidase (GPx) (KWIECIEN, et al., 2002 a). Vários tipos de

SODs têm sido relatados: a Cu,ZnSOD, a FeSOD, a MnSOD e a NiSOD (MATÉS,

2000; NOOR et al., 2002; FATTMAN et al., 2003). Esses metais agem como co-

fatores onde ocorre a dismutação do radical superóxido em peróxido de hidrogênio e

oxigênio (MEISTER, 1983).

Como etanol é agente que age comprovadamente causando estresse

oxidavo, avaliamos algumas ações do ácido centipédico sobre o estresse oxidativo

Page 170: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

170

provocado por etanol em camundongos, a fim de verificarmos sua possível ação

antioxidante. Dessa forma, AC restabeleceu de maneira significativa a depleção dos

grupamentos sulfidrílicos, assim como protegeu a diminuição dos níveis da

superóxido dismutase, e, diminuiu significativamente a peroxidação lipídica como

evidenciado pela grande diminuição dos níveis de malonildialdeído, sugerindo sua

capacidade de prevenir o estresse oxidativo. Foi relatado que em humanos a

redução da glutationa gástrica pode ocorrer seguida do consumo de álcool e o pré-

tratamento com glutationa poderia diminuir o dano gástrico (LOGUERCIO et al.

1993).

Neste estudo, semelhantemente à N-acetilcisteína, um doador de

grupamentos sulfidrílicos, AC restabeleceu significativamente a diminuição de NP-

SH por etanol. Portanto, é concebível que AC seja dotado de propriedade

antioxidante.

Uma vez confirmada a ação antioxidante na gastroproteção do ácido

centipédico no modelo de etanol, verificamos então quais seriam outros possíveis

mecanismos envolvidos nessa atividade do diterpeno. Dentre os vários fatores

envolvidos na manutenção da integridade na mucosa gástrica e proteção contra

injúria provocada pelo etanol, direcionamos nossa atenção à contribuição das fibras

aferentes sensíveis à capsaicina, óxido nítrico endógeno, prostaglandinas (PGs) e

canais de potássio sensíveis a ATP (KATP).

Altas concentrações de etanol levam a um aumento da permeabilidade

epitelial, como conseqüência de mudanças da diferença de potencial celular que é

causado pela re-difusão de íons H+ através da mucosa lesada, e danos da mucosa

principalmente devido aos distúrbios vasculares e diminuição do fluxo sangüíneo

local (SIEGMUND et al., 2003)

Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

171

A inervação da mucosa apresenta importante papel na proteção gástrica, em

particular, as fibras aferentes sensíveis a capsaicina têm sido implicadas

diretamente na resposta aguda à agressão da mucosa, promovendo a dilatação das

arteríolas da submucosa e aumentando rapidamente a circulação sangüínea local.

Seu efeito estaria envolvido com a ativação dos receptores TRPV1 e com a

liberação de taquicininas e de peptídio relacionado ao gene da calcitonina (CGRP),

visto que a eliminação deste efeito foi observada com vagotomia, administração de

capsazepina, um antagonista TRPV1 (SCHUBERT, 2004), antagonistas NK2 de

taquicininas e antagonistas dos receptores CGRP (MINOWA et al., 2004). A ativação

dos neurônios sensoriais por compostos como a capsaicina promove também um

aumento na produção de NO através da ativação da cNOS, com conseqüente

aumento no fluxo sanguíneo da mucosa o que reduz a susceptibilidade do estômago

a danos (EVANGELISTA, 2006). Assim, a ativação das terminações destes

neurônios aferentes protegeria a mucosa gástrica da formação das lesões

(HOLZER, 1998; HOLZER, 1991).

Foi demonstrado que algumas substâncias derivadas de plantas podem

atenuar lesões gástricas induzidas por álcool e estresse através da ativação da via

das prostaglandinas, do óxido nítrico e de nervo sensorial e, assim, melhorar a

microcirculação (ZAYACHKIVSKA, 2004 & BRZOZOWSKI, 2005).

Em nosso estudo os resultados mostraram que a capsazepina, um

antagonista do receptor TRPV1 não produziu bloqueio da gastroproteção do AC,

sugerindo que mecanismos adicionais possam estar envolvidos em sua ação

gastroprotetora. Diferentemente de sua ação sobre AC, capsazepina produziu

bloqueio da gastroproteção da capsaicina. Capsaicina é o componente ativo de

Page 172: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

172

pimentas vermelhas, que modifica especificamente os nervos aferentes sensoriais

sensíveis à capsaicina.

O NO reduz efetivamente a injúria na mucosa gástrica provocada por agentes

químicos, além de facilitar a cicatrização do tecido lesado e a inibição da sua síntese

aumenta a susceptibilidade do estômago à injúria provocada por agentes como o

etanol (MASUDA et al., 1995; KAWANO & TSUJI, 2000). A presença de NO em

baixas concentrações está associada aos efeitos benéficos no TGI, enquanto o NO

em altas concentrações pode induzir a formação de radicais derivados do nitrogênio,

que são altamente citotóxicos (WALLACE & MILLER et al., 2000).

O efeito gastroprotetor do AC contra a lesão gástrica induzida por etanol em

camundongos foi revertido pelo tratamento com L-NAME (um inibidor não específico

das enzimas NO sintases). Dessa maneira, nossos resultados sugerem que o efeito

do ácido centipédico depende de NO, pois a inibição da produção de NO endógeno

reverteu seu efeito gastroprotetor.

As PGs mantêm a integridade da mucosa gástrica pela inibição da secreção

ácida, estimulação da secreção de muco e bicarbonato, inibição da ativação de

mastócitos, diminuição da aderência leucocitária ao endotélio vascular, inibição da

apoptose, aumento e manutenção do fluxo sangüíneo da mucosa (BATISTA et al.,

2004). As prostaglandinas apresentam particular importância na integridade da

mucosa gástrica quando mecanismos de defesa neuronal estão danificados

(PESKAR, 2001).

A inibição da síntese de prostaglandinas endógenas mediada pela

administração de indometacina aos camundongos foi capaz de reverter o efeito

gastroprotetor do ácido centipédico frente às lesões gástricas induzidas por etanol,

levando-nos a inferir que a produção de prostaglandinas está envolvida no

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

173

mecanismo protetor deste diterpeno. Além do mais, estudos anteriores mostraram

que ações que estimulem glutationa podem modular a produção de prostaglandina

(SAKAMOTO et al., 2000). Assim, AC por sua ação poupadora de glutationa,

poderia também por essa via, estar estimulando a produção de prostaglandina.

Peskar e colaboradores (2002) demonstraram que a gastroproteção por

vários agentes é inibida não somente pela indometacina, mas também pelo

bloqueador dos canais de KATP, glibenclamida. Estes dados sugerem que o

mecanismo de ação das prostaglandinas endógenas e exógenas envolve a ativação

dos canais de KATP (PESKAR et al., 2002). Assim, trabalhos sugerem que a

regulação da abertura e fechamento dos canais de KATP no estômago pode ser um

mecanismo de defesa da mucosa gástrica a agressões externas.

Como a proteção oferecida por AC é adicionalmente sensível à indometacina

e L-NAME, sugerimos que sob essas condições prostaglandinas endógenas e óxido

nítrico ajam como ativadores dos canais de K+ATP (EVANGELISTA, 2006 &

FRANCO, 1998) e esse mecanismo, pelo menos em parte, medeia a

gastroproteção. O bloqueio mais eficaz da gastroproteção pelo AC é confirmado pela

glibenclamida, bloqueador do canal de K+ATP. Assim, confirmamos a participação dos

canais de potássio como sendo também, um de seus mecanismos de ação.

Os resultados observados neste estudo mostraram claramente que AC simula

a gastroproteção como visto nos camundongos tratados com, misoprostol (análogo

de prostaglandina), L-arginina (agonista NOS) ou diazóxido (abre canais K+ATP).

Dessa maneira, o mecanismo de ação indica papel citoprotetor do diterpeno

oferecendo gastroproteção aos danos à mucosa gástrica induzidos por etanol. Seu

mecanismo gastroprotetor é multifatorial que possivelmente envolve um efeito

antioxidante através da ação poupadora de NP-SH (glutationa reduzida) e

Page 174: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

174

superóxido dismutase gástricas e de diminuição de malonildealdeído, estimulação

de prostaglandinas endógenas e liberação de óxido nítrico e canais de K+-ATP,

acompanhado do aumento da microcirculação.

O muco gel aderido à superfície da mucosa gástrica protege o epitélio

subjacente contra o ácido gástrico (BELL et al, 1985; SLOMIANY et al., 1985),

pepsina (ALLEN et al., 1987) e também contra agentes necrozantes como etanol e

indometacina (ALQASOUMI et al., 2008). O muco da parede gástrica desempenha

um papel mais importante na defesa do meio gástrico contra a agressão química ou

mecânica da mucosa que o muco solúvel no lúmen do estômago (ALLEN et al.,

1986). O revestimento do muco gástrico é considerado importante por facilitar a

reparação do epitélio gástrico danificado (WALLACE, 1986).

NO está envolvido com a regulação da circulação sangüínea gástrica

(promove a diferenciação das células endoteliais nos tubos vasculares) e

estimulação direta da secreção gástrica de muco pela estimulação da guanilato

ciclase nas células epiteliais (CHO, 2001). Alguns autores demonstraram que além

do óxido nítrico, as prostaglandinas são capazes de aumentar a secreção de muco

no estômago (BROWN et al., 1992).

No modelo de úlcera por etanol, nossos resultados revelaram que AC

protegeu significativamente a mucosa contra o esgotamento de muco da parede

gástrica. Esse resultado corrobora com o achado de que tanto NO como

prostaglandinas participam do mecanismo gastroprotetor do diterpeno. Assim, é

provável que a atividade citoprotetora do AC possa ser, pelo menos em parte, pela

interação com a camada aderente de muco gástrico. E que o aumento nos níveis de

muco gástrico e a síntese de prostaglandinas também pode contribuir para o efeito

gastroprotetor do AC.

Page 175: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

175

Dando continuidade aos estudos gastroprotetores do ácido centipédico,

decidimos analisar esse diterpeno em modelo de etanol acidificado.

A administração oral da solução de etanol acidificado para o grupo controle

produziu claramente as características lesões necrozantes na mucosa. ETOH/HCl

induziu longas úlceras e petéquias em relativo curto espaço de tempo. Segundo

Mizui e Doteuchi (1983), a administração de uma solução irritante de etanol

acidificado em camundongos, produz lesões necrozantes na mucosa gástrica,

principalmente devido à debilidade da mucosa protetora e da exacerbação da

secreção ácida gástrica e de pepsina (pepsinogênio é convertido a pepsina em meio

ácido).

O pré-tratamento com AC (50mg/kg v.o.), de maneira semelhante ao

lansoprazol (30mg/kg v.o.), protegeu contra as lesões causadas pelo ETOH/HCl. A

associação entre essas duas drogas mostrou uma potenciação de seus efeitos.

Inibidores da bomba de prótons são largamente usados para tratar

hiperacidez e úlceras estomacais (BASTAKI, 2008). Essas drogas quando

comparadas com outros inibidores de secreção ácida, têm se mostrado como uma

das categorias de mais sucesso descobertas recentemente (CHANDRANATH et al.

2002). Substâncias que têm a habilidade de suprimir a secreção ácida gástrica, tais

como os inibidores da bomba de prótons e antagonistas dos receptores H2 de

histamina são acreditados para acelerar o processo de cicatrização das lesões

gástricas ou inibir a formação de lesões na mucosa (BRZOZOWSKI et al, 2000).

Além do mais, essas drogas mostraram possuir comprovada atividade antioxidante

(SCHULZ-GESKE et al., 2003; BISWAS et al., 2009)

No presente estudo, etanol acidificado foi administrado em camundongos no

intuito de excluir a possibilidade de apenas a atividade anti-secretória possa ser

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

176

responsável pelo efeito protetor do ácido centipédico. AC inibiu as lesões gástricas

por ETOH/HCl similarmente ao lansoprazol, droga que tem mostrado possuir

atividade citoprotetora (YUJI NAITO, 2007) e antioxidante (PARAMESWARI et al.,

2010; HIGUCHI et al., 2009). Dessa forma, é possível que a prevenção das úlceras

por AC e lansoprazol possa ser parcialmente atribuída por sua habilidade em

suprimir a secreção ácida e proteger contra estresse oxidativo, como descrito

anteriormente.

As investigações sobre os mecanismos de defesa da mucosa gástrica

concentram-se principalmente sobre os processos locais da mucosa. Pouco se sabe

sobre como o sistema nervoso central pode influenciar a defesa da mucosa gástrica.

No entanto a proteção da mucosa gástrica induzida por mecanismo central já foi

descrita (TACHE ET AL., 1994; GYIRES, 1997; GUIDOBONO ET AL., 1998;

KANEKO ET AL., 1998; YANG ET AL., 1999).

Estudos anteriores mostraram que receptores opioides e α2-adrenérgicos

estão envolvidos no mecanismo de gastroproteção no modelo de úlcera induzida por

etanol acidificado (GYIRES, 2000; 2001). Segundo Gyres (2000) há uma interação

entre receptores pré-sinápticos α2-adrenérgicos e sistema opiode e que clonidina

pode induzir gastroproteção por mecanismos centrais.

O nosso estudo demonstrou que o efeito gastroprotetor do AC contra a lesão

gástrica induzida por etanol acidificado em camundongos é revertido pelo tratamento

com naloxona (um antagonista não-seletivo de receptores opioides) ou com ioimbina

(antagonista α2-adrenérgico). Dessa forma, podemos afirmar que o mecanismo pelo

qual AC faz proteção gástrica nesse modelo, envolve pelo menos, receptores α2-

adrenérgicos e opioides.

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

177

O ácido pode ser visto como a primeira linha de defesa da mucosa, por causa

de sua importância na redução da possibilidade de colonização bacteriana no

estômago. Da mesma forma, o muco secretado na superfície luminal tem um

importante papel na prevenção da colonização bacteriana e translocação

(WALLACE, 2001).

Acredita-se que o aumento da secreção de ácido gástrico seja pela a ativação

do refluxo vago-vagal por estimulação dos receptores de pressão na mucosa

gástrica antral no modelo de hipersecreção de ligadura do piloro (BAGGIO et al.,

2003).

A secreção gástrica é regulada principalmente pelos estimulantes diretos da

célula parietal, acetilcolina, gastrina e histamina (HERSEY & SACHS, 1995). A

acidez da mucosa não representa um fator importante no modelo de úlcera gástrica

induzida por etanol (TARNAWSKI, et al., 1985), porém tem enorme relevância no

efeito ulcerogênico do etanol acidificado e da indometacina (FUNATSU et al., 2007).

Assim, a redução do volume secretório gástrico basal assim como a acidez titulável

promovido pelo AC no modelo de animais com piloro ligado por 4 horas, estimulando

possivelmente a ação da prostaglandina (TAKEUCHI, 2006), nos leva a sugerir que

este efeito possa estar envolvido no seu mecanismo gastroprotetor.

As prostaglandinas são de particular importância para a manutenção da

integridade da mucosa gástrica quando os mecanismos de defesa neuronal são

danificados (PESKAR, 2002). A habilidade de AC proteger contra as úlceras

gástricas induzidas por indometacina (GUEDES, 2002) pode ser devido ao aumento

da síntese de prostaglandinas e ou da reduzida secreção ácida observada no

modelo piloro-ligado em ratos.

Page 178: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

178

Dispepsia funcional é um complexo de sintomas caracterizados por

desconforto pós-prandial superior ou dor abdominal, saciedade precoce, náusea,

vômito, distensão abdominal, flatulência e anorexia, na ausência de doença orgânica

(LEE et al., 2006).

Sabe-se que a modulação farmacológica do esvaziamento gástrico e da

mistura ácido-base representa um mecanismo de defesa gástrica importante na

dispepsia funcional. Os mecanismos que participam da origem dos sintomas na

dispepsia funcional não são perfeitamente conhecidos e as anormalidades da

motilidade antro-piloro-duodenal constituem, provavelmente, o grupo de fatores

etiopatogênicos que tem sido demonstrado há mais tempo e com maior freqüência

(TRONCON, 2001).

O tratamento farmacológico para pacientes com dispepsia funcional continua

a ser insatisfatório. Assim, é provável que agentes supressores da acidez e agentes

procinéticos sejam, na melhor das hipóteses, eficazes em alguns subgrupos de

pacientes dispépticos (LEE et al., 2006).

Uma vez verificada a ação anti-ácida do AC, verificarmos a possibilidade de

uma ação pró-cinética do diterpeno. Analisamos então o diterpeno sobre o

esvaziamento gástrico normal. No entanto, no presente trabalho observamos que o

ácido centipédico não altera a o esvaziamento gástrico normal. Como AC diminuiu o

volume gástrico no modelo de piloro ligado, é possível que a pressão no esfíncter

pilórico esteja menor e por isso, não altere o esvaziamento gástrico. Entretanto

maiores estudos merecem ser realizados para analisar a ação desse diterpeno na

existência de alguma alteração no esvaziamento.

Helicobacter pylori é uma bactéria gram-negativa espiral que coloniza o

estômago e o duodeno humano e está associada com várias doenças

Page 179: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

179

gastroduodenais, incluindo gastrite, úlcera péptica, e linfoma de mucosa gástrica de

baixo grau associado a tecido linfóide (MALT). A erradicação de H. pylori é o

tratamento recomendado para esses casos (MALFERTHEINER et al., 2007)

A terapia mais amplamente difundida para erradicação da bactéria é tripla

com amoxicilina, claritromicina e um inibidor de bomba de próton duas vezes ao dia

por 7 dias, sendo a eficácia deste protocolo de 74% -76% (VERGARA et al., 2003).

As razões para a sua ocasional falha não são claras, embora a resistência

bacteriana e a baixa adesão do paciente sejam considerados os principais fatores

(HUNT, 1996).

Vários estudos avaliaram novos antibióticos (por exemplo, levofloxacina,

moxifloxacina, furazolidona e rifabutina) e diferentes esquemas terapêuticos para

aumentar a eficácia do tratamento para Helicobacter pylori (MIEHLKE et al., 2006;

DAGHAGHZADEH et al., 2007; RISPO et al., 2007 e SEZGIN et al., 2007) e, a

necessidade de descoberta de novas drogas com atividade anti-h.pylori é iminente,

tendo em vista os danos gastroduodenais causados por essa bactéria.

Os produtos naturais, por sua grande diversidade, surgem como boa

alternativa para tratamento desses males gastroduodenais. Kim et al. (2008)

mostrou a atividade anti- h. pylori promissora de ecabet sódico, um derivado do

ácido dihidroabietico que foi inicialmente purificado a partir da resina de um pinheiro.

AC foi testado em sua possível atividade contra Helicobacter pylori. Apesar de

há mais de uma década, diterpenos já terem mostrado atividade anti- Helicobacter

pylori (KADOTA et al., 1997, YIN et al., 2008) , nosso diterpeno não demonstrou

possuir tal característica, porém, poderia ser indicado por exemplo, como terapia

adjuvante.

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

180

A reepitelização é um fator crucial tanto na injúria à mucosa gastrintestinal

como na cicatrização das úlceras. Tem-se visto que a cicatrização de úlceras

gástricas é um processo complexo e bem regulado de preenchimento da mucosa

defeituosa com proliferação e migração de células epiteliais do tecido conectivo

(TARNAWSKI et al., 2001).

Verificamos também a ação cicatrizante do AC sobre úlceras crônicas

induzidas por ácido acético após 7 ou 14 dias de tratamento com o diterpeno.

O processo de cicatrização de úlceras gástricas é afetado pelo ácido

intraluminal (HALTER, et al., 1980). Agentes anti-secretores como o omeprazol,

promoveram a cicatrização das úlceras gástricas induzidas por ácido acético em

ratos (YAMAMOTO, et al., 1984).

Os resultados do presente estudo mostraram pela primeira vez que o

tratamento com AC acelerou a cicatrização das úlceras crônicas comparando-se a

uma droga já estabelecida no mercado (ranitidina) após 7 ou 14 dias de tratamento

com as mesmas.

Bloqueadores H2 não exibiram efeito definido na cicatrização de úlceras por

ácido acético, mesmo sob administração de doses extremamente altas e freqüentes

(quatro vezes ao dia). Uma possível explicação para esse resultado é a falta de

inibição consistente da secreção ácida, por a droga apresentar apenas um período

limitado de eficácia que dura por 3 ou 4 horas seguidas de sua ingestão

(RAJENDRA et al, 2004).

O controle negativo, celecoxibe, retardou o processo de cura tanto em 7 como

em 14 dias de tratamento. Berenguer et al (2002) relatou que o celecoxibe, um

inibidor seletivo da COX-2, retardou significativamente a cicatrização de úlceras por

ácido acético em ratos. Berenguer sugeriu que o mecanismo de down-regulation da

Page 181: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

181

COX-2 está envolvido no mecanismo de retardo da cura. Baatar et al. (2002)

examinou os efeitos do celecoxibe na cicatrização de úlceras esofágicas induzidas

por ácido acético em ratos, em nível celular e molecular. O autor constatou que o

celecoxibe causou um retardo significativo na cicatrização de úlceras esofágicas,

reduzindo a proliferação das células epiteliais do esôfago, provavelmente por down-

regulation da via de sinalização GF/c-Met-Erk2. Shen (2005) mostrou que NS-398

(inibidor seletivo cox-2) causou um retardo significativo na cicatrização de úlceras de

ácido acético em ratos, possivelmente pelo aumento da supressão dos níveis de PG

na mucosa gástrica ulcerada.

Não se pode esquecer de que vários fatores de crescimento, como o fator de

crescimento fibroblástico básico (bFGF), por exemplo, também são importantes na

cura de úlceras gástricas. Vários estudos têm mostrado que bFGF exerce um efeito

de promoção na cicatrização de úlceras gástricas e duodenais induzidas

experimentalmente em ratos (SATOH et al., 1987; FOLKMAN et al., 1991). Este fator

de crescimento é um potente mitógeno de células endoteliais que afetam a

proliferação de outros tipos de células, incluindo fibroblastos, células musculares

lisas e células epiteliais que são necessárias para a substituição de tecidos no local

da úlcera (FOLKMAN & KLAGSBRUN, 1987). Já foi descrito que o extrato aquoso

de folhas Buddleja globosa, uma planta utilizada tradicionalmente no Chile para

cicatrização de feridas, aumenta o crescimento de fibroblastos (MENSAH et al.,

2001).

Nossos estudos verificaram que o tratamento com AC e ranitidina, mas não

com celecoxibe, demonstrou melhor desempenho no processo de cicatrização.

Como verificado nos achados histológicos, houve maior atividade fibroblástica nos

grupos AC e ranitidina; evento que não foi bem visualizado no grupo tratado com o

Page 182: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

182

inibidor da cox-2 nem aos 7, nem aos 14 dias de tratamento. Corroborando com

esses resultados, a análise dos parâmetros: hemorragia, edema, congestão,

esfoliação, infiltrado inflamatório, necrose e angiogênese também mostrou melhor

desempenho do AC e ranitidina.

Prostaglandinas aceleram a cicatrização de úlceras em modelos

experimentais e em humanos (SONTAG et al., 1994; HAWKEY et al., 1998). Os

mecanismos responsáveis por este efeito não são totalmente compreendidos, mas a

capacidade das prostaglandinas reduzirem a secreção de ácido gástrico contribui

para a aceleração da cicatrização de úlceras (como é observada com outros

fármacos anti-secretores) (WALLACE, 2008). A capacidade das prostaglandinas de

estimular a secreção de muco e bicarbonato também pode contribuir

significativamente para a promoção da cura da úlcera (MA et al., 2000).

Todas essas ações acima atribuídas às PGs são encontradas no AC

estudadas no presente trabalho. Assim, além das comprovações encontradas

histologicamente, encontramos mais esses indícios que mostram a ação cicatrizante

de AC.

Células inflamatórias ativadas e acumuladas nas lesões foram encontradas

para serem destruídas por apoptose, para promover a resolução da inflamação

aguda e durante o processo de cicatrização (SAVILL, 1997). A apoptose também

possui um papel importante na remodelação do local inflamado pela destruição de

miofibroblastos (AKIBA et al.,1998).

Ainda nos achados histológicos foi encontrado grande foco inflamatório no

grupo celecoxibe no dia 14 de tratamento e, o tratamento com AC, diminuiu esse

foco inflamatório. Podemos então sugerir que a diminuição do foco inflamatório seja

Page 183: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

183

também uma das formas pelas quais AC pode estar melhorando o processo de

cicatrização.

O resultados do AC no modelo de úlcera por ácido acético revelam a elevada

capacidade de cicatrização deste diterpeno. Essa capacidade pode se dever, pelo

menos em parte, pela diminuição da acidez gástrica, pela produção de muco

gástrico e pela diminuição dos escores dos parâmetros histológicos analisados, além

da estimulação da síntese de prostaglandinas.

No presente trabalho, examinamos também a atividade do AC na ulceração

intestinal induzida por indometacina (agente lesivo plurimecanístico) em ratos e

investigamos alguns mecanismos envolvidos nessa ação, especialmente em relação

a sua ação antioxidante e protetora da formação de úlceras intestinais. O tratamento

com indometacina restingiu-se a três dias para ser evitada a morte dos animais em

consequência do aumento da permeabilidade vascular.

Indometacina (1 - (4-clorobenzoil)-5-metoxi-2-metil-1H-indole-3-ácido acético)

é um inibidor não-seletivo da ciclooxigenase, que inibe a formação de prostanoides.

A utilidade clínica dos antiinflamatórios não-esteróides (AINE) é limitada por sua

toxicidade gastrintestinal e renal. Indometacina (um AINE comumente usado em

estudos de toxicidade) tem mostrado induzir significante estresse oxidativo e

disfunção mitocondrial no rim de ratos (VARGUESE et al., 2009).

Indometacina causa toxicidade renal, inibindo a enzima ciclooxigenase no

glomérulo, produzindo vasoconstrição. Esse AINE pode levar à insuficiência renal

através de vários mecanismos: o mais importante desses é a diminuição dos níveis

de prostaglandinas, que regulam vasodilatação arterial e glomerular, embora

também possa produzir necrose tubular aguda, devido à toxicidade direta ou a

Page 184: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

184

nefrite intersticial aguda (PARAZELLA, 2003; TABER & MUELLER, 2006; KRAUSEL

et al., 2005; ULINSKI et al., 2004).

Seu efeito renal também importante, pode resultar em oligúria, aumento das

concentrações séricas de uréia e creatinina, além da redução na taxa de filtração

glomerular e excreção urinária de sódio. Em geral, há um aumento leve e transitório

dos níveis de creatinina sérica, mas às vezes aumentos são intensos (JOHN et al.,

1984).

Como a toxicidade renal é comum durante o uso de indometacina e também

fator limitante, decidimos verificar essa ação, embora nosso trabalho esteja

direcionado à ação gastrintestinal.

A administração de indometacina (10mg/kg, v.o.) em alta dose, por três dias

consecutivos, não alterou os níveis séricos de uréia, mas elevou os níveis de

creatinina, mostrando possível toxicidade, que não foi revertida nem por AC, nem

pela dexametasona (3mg/kg).

Um dos métodos de estudo da função renal mais amplamente utilizados, é a

estimativa dos níveis de nitrogênio não protéico no sangue, ou seja, determinação

dos níveis séricos de uréia e creatinina. (COLES, 1984).

Os fatores que influenciam os níveis de creatinina e de uréia são os mesmos,

com algumas exceções. A creatinina sérica não sofre interferência da dieta, e nem é

tão facilmente influenciada pelos fatores catabólicos que afetam a formação de

uréia. (COLES, 1984)

Como ocorre com a uréia, a creatinina é um índice grosseiro da filtração

glomerular. Uma severa perda muscular poderá reduzir a quantidade de creatinina

formada, por exemplo. De forma semelhante à uréia, uma redução na taxa de

filtração glomerular aumenta a concentração sérica de creatinina. Os mesmos

Page 185: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

185

fatores pré-renal, renal e pós-renal que influenciam a uréia também afetam a

creatinina sérica. (MEYER et al., 1995).

Segundo Knottenbelt et al. (1998), as concentrações séricas de creatinina e

cálcio são indicadores bioquímicos úteis da insuficiência renal, pois sofrem

elevações significativas dentro de um período relativamente curto. A concentração

sérica de uréia é indicador menos confiável da insuficiência renal.

Observou-se que os níveis de uréia não foram alterados, e, embora AC não

tenha revertido os níveis séricos de creatinina, é precoce afirmar sua falta de

proteção contra a nefrotoxicidade da indometacina. Estudos mais acurados seriam

necessários para avaliação do papel de AC sobre a função renal.

Dano hepático por AINEs é raro, mas estes medicamentos não devem ser

usados em pessoas com cirrose hepática, pois problemas de sangramento e

insuficiência renal são mais susceptíveis (RISSER ET AL., 2009).

Quanto ao relacionamento entre o fígado e derivados do ácido araquidônico,

muito se aprendeu entre as interações de fígado/prostaglandinas (PGs), sob

condições normais e patológicas. No entanto, ainda restam dúvidas a se esclarecer

(NEEDLEMAN et al., 1986). Fisiologicamente, o fígado sintetiza todos os principais

metabólitos da cascata do ácido araquidônico, incluindo PGs. Foi constatado que

PGs estão envolvidas em vários processos fisiológicos no fígado, incluindo

vasoregulação, agregação plaquetária e mediação da inflamação (NEEDLEMAN et

al., 1986).

As transaminases ou aminotransferases são provas de função hepática. TGP

é mais específica para as doenças hepáticas, já que a TGO pode ser encontrada

em outros órgãos que não o fígado, porém em menor quantidade (como o músculo

cardíaco, músculo esquelético, rins e cérebro).

Page 186: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

186

Como era de se esperar, não foram observadas diferenças entre os grupos

tratados com indometacina e o grupo controle, uma vez que o tratamento precoce (3

dias) com indometacina não teve tempo suficiente para uma possível alteração

hepática.

Elevações de transaminases são comumente associadas com o uso de

AINEs; entretanto, insuficiência hepática é muito rara. Recomenda-se a dosagem

das enzimas e testes de função hepáticas, apenas oito semanas após o início da

terapia crônica com AINE (MONTEIRO et al., 2008).

Estudos anteriores mostram que a administração de indometacina por via

subcutânea de 20 mg/kg (uma vez por dia durante 2 dias) provocou graves lesões

hemorrágicas e diminuição dos níveis de PGE2 no intestino delgado, e 80% dos

ratos morreram dentro de 9 dias (MIURA et al., 2007). Sabe-se que a extensão das

úlceras provocadas por indometacina é dose-dependente (NYGARD et al., 1994;

ANTHONY et al., 1996; ETTARD & CARR, 1993).

Em ratos, a administração de indometacina produz inflamação crônica distal

do jejuno e íleo caracterizada pelo aumento da permeabilidade da mucosa e

translocação bacteriana (BANERJEE & PETERS, 1990; YAMADA et al., 1993;

COLPAERT et al., 2001)

Vários agentes mostraram ter efeito protetor no modelo de enteropatia

induzida por indometacina que resulta em injúrias relativamente leves e baixa

letalidade, como por exemplo, análogos de prostaglandinas (KUNIKATA et al.,

2002), thiaton um antiespasmódico (KUNIKATA et al., 2002), fator de crescimento de

fibroblasto (JEFFERS et al., 2002) e antagontista H2 (KATO et al., 2000).

Em nosso estudo foi analisada a quantificação das úlceras dos ratos que

receberam indometacina. A administração de indometacina produziu inflamação

Page 187: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

187

crônica com extensa ulceração confluente pontual e longitudinal localizadas

principalmente ao longo da borda mesentérica do jejuno e íleo proximal. AC (50

mg/kg) e dexametasona (3 mg/kg) apresentaram menor número de úlceras

longitudinais formadas quando comparados ao grupo tratado apenas com

indometacina; embora AC tenha formado ainda um número considerável de úlceras

pontuais. O fato do diterpeno ter apresentado poucas úlceras longitudinais e ter

formado mais úlceras pontuais nos faz levantar a hipótese de sua capacidade

protetora intestinal, uma vez que úlceras longitudinais por deixarem mais delgada a

espessura do tecido, teriam mais probabilidade de perfuração do mesmo.

Há possibilidade de AC ter ação sobre a permeabilidade vascular que se

encontra alterada nos animais que recebem indometacina. A formação apenas de

pequenas úlceras é uma informação que nos faz acreditar nessa teoria. Estudos

futuros sobre a resistência elétrica transepitelial nos confirmarão essa possível ação

do diterpeno.

A administração de indometacina pode resultar em inflamação do intestino

delgado em animais experimentais como cães e ratos (STEWAT et al., 1980; KENT

et al., 1969). Além de um aumento da síntese dos leucotrienos, outros possíveis

mecanismos têm sido propostos como sendo tão ou mais importantes, para a

indução da doença intestinal. Entre estes, a capacidade de desacoplamento da

fosforilação oxidativa (levando à diminuição de reservas celulares de adenosina

trifosfato) (SOMASUNDARAM et al., 1995), a inibição da atividade desaturase

(levando a um desequilíbrio na relação ácidos graxos saturados versus

poliinsaturados da membrana da célula epitelial) (COOPER, 1977), a ação

detergente na borda de escova (alterando o propriedades da camada de muco)

(GULLIKSON et al., 1982) e deposição de fibrina intravascular (ANTHONY et al.,

Page 188: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

188

1996), juntamente com vasoconstrição esplâncnica levando à isquemia local, têm

sido sugeridos como patogênicos (FEIGEN et al., 1981).

Enquanto os mecanismos de doenças do intestino delgado induzidas por

indometacina é um assunto de debate, as circunstâncias em que a indometacina

pode ou não causar doença nesse órgão são mais claras. As influências da bílis

(REUTER et al., 1997; BRODIE et al., 1970; YAMADA et al., 1993, 1996) , dieta

(BJARNASON et al., 1992; HOND et al., 1999; TUREK & SCHOENLEIN, 1993;

MATSUMOTO et al., 1994) e bactérias luminais (KENT et al., 1969; YAMADA et al.,

1993; ROBERT & ASANO, 1977; SATOH et al., 1983; KONAKA et al., 1999) têm

sido há algum tempo, extensivamente estudadas. A ausência da doença em

condições de livre de patógenos versus convencional é um pilar em todos os

modelos de doença inflamatória intestinal, incluindo o modelo de indometacina

(ROBERT & ASANO, 1977).

Antiinflamatórios como a indometacina induzem a lesão intestinal em

proporção direta à sua capacidade de serem excretados na bile, e são conhecidos

por se associar quimicamente com fosfatidilcolina. Assim, fosfatidilcolina biliar

desempenha um papel importante na proteção fisiológica do epitélio gastrintestinal

das ações citotóxicas dos sais biliares. A capacidade de AINEs excretados na bile se

associar com micelas mistas de sais biliares e reduzir a ação protetora da

fosfatidilcolina pode ser um componente crítico no mecanismo patogênico dessas

drogas (DIAL et al., 2008).

Foi proposto por Naito et al. (1998) que as espécies reativas de oxigênio

mediadas pela peroxidação lipídica são uma das principais causas de lesões

gastrintestinais induzidas por indometacina. O comprometimento estrutural e

funcional das mitocôndrias (patologia mitocondrial) induzido por indometacina leva

Page 189: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

189

ao estresse oxidativo mitocondrial associado com a geração de espécies reativas de

oxigênio intramitocondrial. A perda estrutural e funcional das mitocôndrias é comum

em danos celulares por estresse oxidativo (TAKEUCHI et al., 1991).

A fim de verificarmos uma possível ação antioxidante do AC no modelo de

úlcera intestimal induzida por indometacina, estudamos parâmetros de estresse

oxidativo tais como MDA que é produto da peroxidação, MPO usada como indicador

de enzima pró-oxidante, NP-SH e Catalase como enzimas de defesa antioxidante.

Verificou-se que houve aumento nos níveis de MDA formado nos animais

tratados com indometacina em comparação ao controle. Estas observações foram

reforçadas pelos resultados da atividade de mieloperoxidase que foi aumentada e a

atividade de catalase e NP-SH que foi diminuída.

A atividade de Mieloperoxidase, que é considerada um marcador enzimático

de neutrófilos, é fonte de radicais livres. Aumento na atividade dessa enzima indica

aumento na geração de radicais livres. Diminuição das atividades das enzimas de

limpeza de radicais livres como catalase e glutationa redutase, sugerem a presença

de estresse oxidativo, produzido em resposta à administração de indometacina.

(SIVALINGAM et al., 2007).

Um aumento na geração de radicais livres pode conduzir à oxidação de

lipídios e proteínas, que são importantes componentes das biomembranas. Tais

alterações podem levar a alterações nas biomembranas, resultando em

funcionamento prejudicado destas estruturas (BRASITUS & SCHACHTER, 1984;

BRASITUS et al., 1984).

No estudo realizado por Sivalingam et al. (2007) a diminuição da viabilidade

de enterócitos em resposta a indometacina, foi explicada com base no aumento dos

níveis de produtos da peroxidação que foram detectados e que são prejudiciais ao

Page 190: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

190

funcionamento dessas células. Assim, extrapolando os resultados obtidos com

animais tratados com ácido centipédico, é provável que sua ação antioxidante

viabilize enterócitos não permitindo que a injúria provocada por indometacina seja

tão evidente nos animais.

Em modelos animais, a lesão gastrintestinal induzida por indometacina está

associada a alterações agudas na morfologia, ou seja, contração do vilo da

musculatura lisa, lesão microvascular e as alterações na permeabilidade

(BATTARBEE et al., 1996)

A administração de indometacina resulta em aderência e emigração

leucocitária, como avaliada por microscopia intravital (ARNDT et al., 1995, 1996).

Progressiva infiltração neutrofílica acontece entre 6 e 48 horas pós-indometacina

(NYGARD et al., 1994). Isso não quer dizer, porém, que os granulócitos são

exclusivamente responsáveis pela patologia. Além disso, o soro anti-neutrófilo nem

sempre tem sido mostrado ter um papel preventivo neste modelo (YAMADA et al.,

1993; MELARANGE et al., 1995). Outras células se infiltram no intestino, embora

seja mais tarde do que os neutrófilos. Entre elas estão os macrófagos, situados em

torno das úlceras em 48 h após a indução, (NYGARD et al., 1994) e linfócitos

(BARBACCI et al., 1992).

Nos achados histológicos do nosso estudo, em concordância com estudos

anteriores, indometacina promoveu lesão intestinal resultando em necrose, focos de

hemociderose e presença de linfócitos na região ulcerada. AC de maneira

interessante, pareceu retardar o processo de formação da úlcera, por ter sido

visualizado um princípio de necrose com o início do desenvolvimento da úlcera

somente após 3 dias de tratamento, e, no grupo tratado com indometacina já ser

Page 191: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

191

possível visualizar a úlcera no mesmo período. Essa informação pode justificar a

maior visualização macroscópica de úlceras pontuais e não longitudinais.

A barreira funcional epitelial consiste em uma monocamada contínua de

células especializadas, polarizadas em constante e rápida renovação celular

(CEREIJIDO et al., 2000). O turnover das células epiteliais intestinais e da barreira

funcional intestinal, que envolve proliferação, migração, diferenciação, apoptose e

necrose celular, é um processo dinâmico, marcadamente afetado pelo estado

nutricional e pelo adequamento de nutrientes específicos na dieta (ZIEGLER et al.,

2003).

A superfície das células epiteliais intestinais é continuamente exposta a

agentes nocivos e ingesta de abrasivos que podem causar lesões na mucosa

(DIGNASS, 2001). Esse epitélio desempenha um importante papel na prevenção da

translocação de substâncias ou organismos nocivos presentes no lúmen do intestino

e na manutenção da homeostase (DIGNASS & PODOLSKY, 1995). O tecido

intestinal é altamente dinâmico no qual o ciclo celular pode ser concluído em

questão de poucos dias (POTTEN et al., 1992).

O processo pelo qual a integridade do epitélio intestinal é restabelecida após

lesão foi denominado de restituição epitelial (MORRIS & WALLACE, 1981). Foi

demonstrado que o processo de restituição envolve migração celular e proliferação.

O processo inicial de migração ocorre muito rapidamente e, portanto, acredita-se

ocorrer independente da divisão celular (SILEN & ITO, 1985). Células ao redor da

área danificada migram para restabelecer a integridade da mucosa. A proliferação

dessas células, então, conclui o processo de reparação. A proliferação começa de

12-16 h após um insulto a mucosa e se completa em 1-2 dias (YEOMANS et al.

1973).

Page 192: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

192

A migração de células do epitélio intestinal é modulada por uma grande

variedade de efetores citoplasmáticos associada com um número de vias de

sinalização (DIGNASS, 2001; Pai et al., 2001). Infelizmente há falta de

conhecimento sobre os efeitos globais dos AINEs sobre os componentes destas

complexas redes de transdução de sinal (RAVEEDRAN et al., 2008). Apesar da

exaustiva investigação, os mecanismos responsáveis por danos gastrintestinais

associados aos AINEs não estão completamente esclarecidos. As evidências

mostradas até agora sugerem que os AINEs podem promover a formação de úlcera,

não só por inibição da ciclooxigenase (COX) da mucosa e diminuindo

prostaglandinas (PGs) citoprotetoras, mas também por influenciar negativamente a

microflora intestinal, o recrutamento de neutrófilos, hidrofobicidade de superfície e

restituição epitelial (LICHTENBERGER, 2001;

LITTLE et al., 2007). Raveedran et al. (2008) sugere que as calpainas também

tenham papel na toxicidade gastrintestinal dos AINEs.

AINEs como indometacina, contribuem para a formação de úlceras

gastrintestinais por inibir a migração de células epiteliais e restituição da mucosa.

Sabe-se que a inibição da migração dessas células é independente da depleção

poliamina e está associada com despolarização do potencial de membrana e

diminuição da expressão de superfície de canais heteroméricos K(v)1 (FREEMAN et

al., 2007).

Em nosso trabalho verificamos, in vitro, a ação do AC sobre células intestinais

normais e que receberam injúria por indometacina. Para tal, utilizamos linhagem de

células IEC-6 que é comumente utilizada em modelos in vitro de monocamadas de

células. Uma das razões escolhidas para utilização de IEC-6, é que essas células

não transformadas têm sido amplamente utilizadas para estudar a migração de

Page 193: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

193

células do epitélio intestinal (e outros parâmetros), e há conhecimento abundante

sobre as vias de transdução de sinais envolvidas na sua migração (MCCORMACK E

JOHNSON, 2001; GUO et al., 2002; RAO et al. 2002 ; FREEMAN et al., 2007).

Em nosso estudo foi feita uma ranhura com uma lâmina na monocamada

confluente de células IEC-6, e, permitiu-se que as células migrassem para a área

desnudada após 24h. Os resultados indicaram que AC sozinho aumenta a migração

das células IEC-6; sendo que as doses mais efetivas foram de 25, 50 e 100 µM. A

associação de AC (100µM) com indometacina (250 µM) um reconhecido agente

lesivo de IEC-6 mostrou ter potente eficácia na prevenção da toxicidade causada

pelo AINE, quando verificamos que o número de células que migram retornam ao do

AC sozinho. 24h após a migração foi previsto como tempo suficiente para um

número adequado de células migrarem para a área ferida (RUTHING, 1999).

A proliferação e migração celular são fenômenos cinéticos agindo em

conjunto para alternar a função celular através de renovação e reparação

(DIGNASS, 2001). A proliferação das células epiteliais é necessária para reconstituir

um pool de células diminuído. Isto exige um equilíbrio entre a proliferação de células

progenitoras e a perda de células maduras (HALL et al., 1994). Processos

inflamatórios, como nas injúrias por indometacina, podem interferir com a migração e

proliferação das células epiteliais e, assim, modular a cicatrização do epitélio

intestinal (DIGNASS, 2001).

Nossos resultados evidenciaram a importância da presença do ácido

centipédico para melhorar a barreira intestinal exposta a uma condição de estresse.

Além de influir sobre a migração das células IEC-6, o diterpeno também mostrou

habilidade sobre a proliferação celular. Nossos achados mostram que AC (12.5-100

µM) foi capaz de proteger a diminuição na proliferação celular provocada pela

Page 194: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

194

administração de indometacina, e, mesmo sozinho AC tem tendência ao aumento da

proliferação.

Fatores de crescimento fibroblástico estão envolvidos na proliferação,

migração e diferenciação celular (ORNITZ & ITOH, 2001). Fator de crescimento

fibroblástico 10, fator transformador de crescimento-β, fator de crescimento derivado

de plaquetas e fator de crescimento endotelial vascular estão entre os que modulam

a proliferação e migração de IEC-6 (WALSH et al., 2008). Eles também são

importantes reguladores da morfogênese epitelial, reparação e citoproteção

(ORNITZ & ITOH, 2001).

A migração celular é modulada por uma variedade de fatores incluindo

peptídeos regulatórios, substratos metabólicos, citocinas, integrinas, matriz

extracelular e poliaminas (MCCOMACK & JOHNSON, 2001). Vários estudos têm

enfocado a importância de vários nutrientes na migração celular em células

intestinais (KAUR & POTTEN, 1986; MCCORMACK et al., 1999; MCCOMACK &

JOHNSON, 2001), entretanto pouco se sabe sobre a base molecular dessas ações.

Sabe-se que moléculas bioativas endógenas e exógenas, incluindo as

adquiridas de uma dieta diária típica, podem ser mediadores potentes e/ou

reguladores de muitos processos celulares. Diferentes tipos de gordura alimentar e,

mais especificamente, os ácidos graxos, caracterizam-se como tais moléculas

bioativas. Foi demonstrado que a alteração de fosfolipídios da membrana celular

pode ser alcançada, in vitro e in vivo, por meio suplementado de lipídios ou alteração

de gordura na dieta (BLACKMORE & MECKLING-GILL 1995, PHILBRICK et al.,

1987, SPECTOR et al., 1979, VOSSEN et al., 1993). Portanto, é razoável supor que

a alteração das propriedades da membrana, devido à composição fosfolipídica

Page 195: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

195

alterada é capaz de mediar os processos envolvidos na restituição epitelial

(RUTHING, 1999).

Já foi bem demonstrada a capacidade da suplementação de ácidos graxos de

modificar a proliferação celular (ROSE et al., 1994, SPECTOR et al., 1979), a

atividade do fator de crescimento (JIANG et al., 1995, KAMINSKI et al. 1993),

diferenciação (AWAD et al., 1991, DAS 1991), a sinalização celular

(BANDYOPADHYAY et al., 1995, HANNIGAN & WILLIAMS 1991) e produção de

eicosanóides (VON SCHACKY et al., 1985, WEBER 1990). Além de ter uma

variedade de efeitos fisiológicos e fisiopatológicos no intestino (TAZOE et al., 2008).

Nesse trabalho AC demonstrou sua capacidade de regeneração do trato

gastrintestinal quando este entrou em contato alguns agentes nocivos causadores

principalmente de estresse oxidativo. Esse diterpeno age sobre a migração e

proliferação de células intestinais, assim como melhora a taxa de cura de úlceras

gástricas crônicas, quando observamos que AC melhora atividade fibroblástica.

Verificamos ainda que há semelhança molecular entre ácido graxos de cadeia curta

e o ácido centipédico. Além do mais, ácido graxos são por assim dizer, precursores

das prostaglandinas que estão envolvidas no mecanismo gastroenteroprotetor do

ácido centipédico. Dessa forma, lançamos o seguinte questionamento: AC poderia

modular as funções de migração e proliferação de forma semelhante a dos ácidos

graxos de cadeia curta e dessa forma melhorar a cicatrização de úlceras

gastrintestinais?

Em suma, demonstramos pela primeira vez que AC possui papel citoprotetor

oferecendo proteção aos danos à mucosa gastrintestinal induzidos por agentes

nocivos como etanol, ácido acético ou indometacina. Seu mecanismo gastroprotetor

envolve, pelo menos, estimulação de prostaglandinas endógenas, liberação de óxido

Page 196: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

196

nítrico e abertura de canais de potássio sensíveis a ATP, acompanhado do aumento

da microcirculação. Além de ação antioxidante através do efeito poupador de NP-SH

e SOD gástrica, e diminuição dos níveis de malonildealdeido, diminuindo ainda a

acidez gástrica.

AC é capaz de atenuar as lesões intestinais induzidas por indometacina

através de ação antioxidante que envolve, efeito poupador de NP-SH e catalase e

diminuição dos níveis de malonildealdeido e mieloperoxidase. Agindo ainda como

agente protetor de células intestinais, pela sua ação na migração e proliferação

celular.

Logo, podemos afirmar que AC tem valor terapêutico e é uma substância

promissora para o desenvolvimento de novo agente terapêutico para o combate de

gastroenteropatias associadas à AINES e doença ulcerosa péptica (apresenta baixa

toxicidade), não só para a redução de efeitos colaterais aos AINEs, mas também

para o tratamento de distúrbios intestinais humanos, como doença inflamatória

intestinal, podendo também ser usado como biomarcador da sua planta de origem.

Page 197: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

197

7. CONCLUSÕES

� Ácido Centipédico apresentou atividade gastroprotetora em modelo

experimental de lesão gástrica aguda induzida por etanol de forma dose

dependente, demonstrando eficácia por via oral. O estudo do mecanismo

citoprotetor do diterpeno indica envolvimento, em parte, das prostaglandinas

endógenas, óxido nítrico e abertura de canais de potássio sensíveis a ATP,

mas não de envolvimento do receptor TRPV1. Aumentando ainda produção

de muco da mucosa gástrica.

� Ácido Centipédico atenuou a depleção dos grupos sulfridrilas não-proteicos e

dos níveis de SOD, e reduziu a formação de MDA no modelo de lesão

gástrica induzida por etanol, indicando uma ação antioxidante como parte do

seu mecanismo de ação gastroprotetor.

� Ácido Centipédico mostrou ainda atividade gastroprotetora em modelo de

lesão gástrica aguda induzida por etanol acidificado, com envolvimento de

receptores opioides e α2-adrenérgicos.

� O mecanismo gastroprotetor do Ácido Centipédico também envolve a

diminuição da secreção ácida e do volume gástrico, demonstrada no teste em

animais com piloro ligado por 4 horas, porém não possui ação sobre o

esvaziamento gástrico normal.

� Ácido centipédico não mostrou possuir atividade contra a bactéria

Helicobacter pylori.

Page 198: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

198

� No modelo de úlcera gástrica crônica induzida pó ácido acético, ácido

centipédico apresentou atividade cicatrizante, demonstrando eficácia por via

oral.

� O diterpeno mostrou ação enteroprotetora em modelo de lesões intestinais

induzidas por indometacina em ratos, como visto pelo diminuído número de

úlceras formadas, e, atenuou a depleção dos grupos sulfridrilas não-proteicos

e da enzima catalase, e reduziu a formação de malonildealdeído e os níveis

de mieloperoxidase, indicando uma ação antioxidante como parte do seu

mecanismo de ação.

� Verificou-se ainda que AC age de forma positiva na migração e proliferação

celular, mesmo quando células intestinais receberam indometacina como

agente tóxico.

� Portanto, esse estudo demonstra a ação protetora gastrintestinal do Ácido

Centipédico e fornece evidências de que este diterpeno é uma substância

segura e promissora para o desenvolvimento de novo agente terapêutico no

combate a patologias gastrintestinais associadas à AINES e doença ulcerosa

péptica. Suas ações aqui estudadas nos levam a sugerir a indicação da

macela para a relação de plantas medicinais de interesse do SUS

(RENISUS), podendo ainda ser usado como biomarcador de E. viscosa no

possível desenvolvimento de um fitoterápico.

Page 199: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

199

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABITBOL, R. A. Doença ulcerosa péptica. In: Medstudents: Rotinas de Clínica

Médica. Disponível em: http://www.medstudents.com.br/rotinas/clinmed /dup.htm.

Acesso em 01 de agosto de 2007.

ADEYEMI OO, YEMITAN OK, TAIWO AE. Neurosedative and muscle-relaxant

activities of ethyl acetate extract of Baphia nitida AFZEL. J Ethnopharmacol, 106 (3):

312-316, 2006.

ADOLF, W.; DOSSAJI, S.F.; SLIP, E.H.; HECKER, E. Phytochemistry, v. 24, p. 2047,

1985.

AEBI, H.; Catalase, in vitro: H.U. Bergmeyer (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis,

vol. 2, Academic Press, NY, p. 673–684, 1974.

AGAR E, BOSNAK M, AMANVERMEZ R, DEMÍR S, AYYILDIZ M, CELÍK C. The

effect of ethanol on lipid peroxidation and glutathione level in the brain stem of rat.

Neuroreport. Jun 3;10(8):1799-801, 1999.

AIHARA, E.; NOMURA, Y.; SASAKI, Y.; ISE, F.; KITA, K.; TAKEUCHI, K.

Involvement of prostaglandin E receptor EP3 subtype in duodenal bicarbonate

secretion in rats. Life Sciences, v. 80, p. 2446–2453, 2007.

AKIBA, Y., NAKAMURA,M., MORI,M., SUZUKI,H., ODA,M., KIMURA, H., MIURA,S.,

TSUCHIYA,M., Ishii,H. Inhibition of inducible nitric oxide synthase delays gastric

ulcer healing in the rat.J.Clin.Gastroenterol.27,S64–S73, 1998.

AKIKO CHINO, TERUHITO KISHIHARA, NAOYUKI URAGAMI, AKIYOSHI

ISHIYAMA, TAISHI OGAWA. Re-epithelialization of squamous epithelium for a

radiation-induced rectal ulcer while giving an ecabet sodium enema. Digestive

Endoscopy 21, 56–58, 2009.

AKTAR, M.S. & MUNIR, M. Evaluation of the gastric antiulcerogenic effects of

Solanum nigrum, Brassica oleraceae and Ocimum basilicum in rats. Journal of

Ethnopharmacology 27:163-176, 1989.

ALLEN A, HUTTON DA, LEONARD AJ, PEARSON JP, SELLERS LA. The role of

mucus in the protection of the gastroduodenal mucosa. Scand J Gastroenterol Suppl

125: 71-78, 1986.

ALLEN A, SELLERS LA, BENNETT MK. The gastric mucosal epithelial barrier: role

of mucus and fibrin. Scand J Gastroenterol Suppl; 128: 6-13, 1987.

Page 200: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

200

ALMEIDA, A.B.A.; MELO, O.S.; HIRUMA-LIMA, C.A.; GRACIOSO, J.S.; CARLI, L.;

NUNES, D.S. Antiulcerogenic effect and cytotoxic activity of semi-synthetic crotonin

obtained from Croton cajucara Benth. European Journal of Pharmacology, v. 472, p.

205–212, 2003.

ALQASOUMI S, AL-HOWIRINY TA, AL-YAHYA M, RAFATULLAH S.

Gastroprotective effects of radish "raphanus sativus" L. on experimental gastric ulcer

models in Rats. FARMACIA 46: 204-214, 2008.

AMBROSIO S. R., TIRAPELLI C. R., DA COSTA F. B., DE OLIVEIRA A. M., Life

Sci., 79, 925—933, 2006.

ANDREA M., RENGA B, PALLADINO G, DISTRUTTI E, FIORUCCI S. The plant

sterol guggulsterone attenuates inflammation and immune dysfunction in murine

models of inflammatory bowel disease. Biochem Pharmacol. 1;78(9):1214-23, 2009.

ANDREO, M.A.; BALLESTEROS, K.V.; HIRUMA-LIMA, C.A.; MACHADO DA

ROCHA, L.R.; SOUZA BRITO, A.R.; VILEGAS, W. Effect of Mouriri pusa extracts on

experimentally induced gastric lesions in rodents: role of endogenous sulfhydryls

compounds and nitric oxide in gastroprotection. Journal of Ethnopharmacology, v.

107(3), p. 431-41, 2006.

ANTHONY A, SIM R, DHILLON AP, et al. Gastric mucosal contraction and vascular

injury induced by indomethacin precede neutrophil infiltration in the rat. Gut; 39:

363±8, 1996.

ARAI I, HAMASAKA Y, FUTAKI N, et al. Effect of NS-398, a new nonsteroidal anti-

inflammatory agent, on gastric ulceration and acid secretion in rats. Res Commun

Chem Pathol Pharmacol; 81: 259±70, 1993.

ARNDT H, PALITZSCH KD, ANDERSON DC, et al. Leucocyte-endothelial cell

adhesion in a model of intestinal inflammation. Gut; 37: 374±9, 1995.

ARNDT H, BOLANOWSKI MA, GRANGER DN. Role of interleukin 8 on leucocyte-

endothelial cell adhesion in intestinal inflammation. Gut; 38: 911±5, 1996.

ATAY, S.; TARNAWSKI, A. S. & DUBOIS, A. Eicosanoids and the stomach.

Prostaglandins & other Lipids Mediators, v. 61, p. 105-124, 2000.

ATUMA, C.; STRUGALA, V.; ALLEN, A.; HOLM, L. The adherent gastrointestinal

mucus gel layer: thickness and physical state in vivo. Am. J. Physiol. Gastrointest.

Liver Physiol., v.280, p.922-929, 2001.

Page 201: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

201

AWAD, A. B., HORVATH, P. J. & ANDERSEN, M. S. Influence of butyrate on lipid

metabolism, survival, and differentiation of colon cancer cells. Nutr. Cancer. 16: 125–

133, 1991.

BAATAR D., JONES M. K., PAI R., KAWANAKA H., SZABO I. L., MOON W. S.,

KITANO S., TARNAWSKI A. S. Am. J. Pathol. 160, 963—972, 2002.

BAGGIO CH, FREITAS CS, RIECK L, MARQUES MC. Gastroprotective effects of a

crude extract of Baccharis illinita DC in rats. Pharmacol Res; 47: 93-98, 2003.

BAGGIO, C.H.; DE MARTINI OTOFUJI, G.; DE SOUZA, W.M.; DE MORAES

SANTOS, C.A.; TORRES, L.M.; RIECK, L.; DE ANDRADE MARQUES, M.C.;

MESIA-VELA, S. Gastroprotective mechanisms of ındole alkaloids from

Himantanthus lancifolius. Planta Medica, v. 71, p. 733–738, 2005.

BALUNAS, M. J.; KINGHORN, A. D. Drug discovery from medicinal plants. Life

Sciences, v. 78, p. 431-441, 2005.

BANDYOPADHYAY, G. K., IMAGAWA, W. & NANDI, S. Role of GTP-binding

proteins in the polyunsaturated fatty acid stimulated proliferation of mouse mammary

epithelial cells. Prostagl. Leukotr. Essent. Fatty Acids 52: 151–158, 1995.

BANERJEE AK, PETERS TJ. Experimental non-steroidal anti-inflammatorydrug-

induced enteropathy in the rat: similarities to inflammatory bowel disease and effect

of thromboxane synthetase inhibitors. Gut. 1990;31: 1358–1364.

BARBACCI P, EVANGELISTA S. Indomethacin-induced intestinal ulcers are

associated with an increased number of peripheral T lymphocytes in the rat. Int J

Tissue React; 14: 277±9, 1992.

BARBASTEFANO, V. Atividade antiulcerogênica dos extratos brutos, frações semi-

purificadas e substância ativa de duas espécies do gênero Vernonia: Vernonia

polyanthes e Vernonia ferruginea. Tese (Doutorado em Biologia functional e

molecular) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

BASTAKI SM, CHANDRANATH IS, SINGH J. The anti-secretory and anti-ulcer

activities of esomeprazole in comparison with omeprazole in the stomach of rats and

rabbits. Mol Cell Biochem. Feb;309(1-2):167-75, 2008.

BATISTA, L. M.; ALMEIDA, A. B.; PIETRO, M. L.; TOMA, W.; CALVO, T. R.;

VILEGAS, W.; BRITO, B. A. R. S. Gastric antiulcer activity of Syngonanthus

arthrotrichus Silveira. Biological Pharmaceutical Bulletin, v. 27(3), p. 328-332, 2004.

BAYIR, Y.; ODABASOGLU, F.; CAKIR, A.; ASLAN, A.; SULEYMAN, H.; HALICI, M.;

KAZAZ, C. The inhibition of gastric mucosal lesion, oxidative stress and neutrophil-

Page 202: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

202

infiltration in rats by the lichen constituent diffractaic acid. Phytomedicine, v. 13, p.

584–590, 2006.

BAZAN E., CAMPBELL A.K., RAPOPORT R.M. Effects of protein kinase C activation

on norepinephrine-induced phosphatidylinositide hydrolysis in intact rat aorta Eur. J.

Pharmacol. v. 245, n. 2, p. 173-177, 1993.

BELL AE, SELLERS LA, ALLEN A, CUNLIFFE WJ, MORRIS ER, ROSS-MURPHY

SB. Properties of gastric and duodenal mucus: effect of proteolysis, disulfide

reduction, bile, acid, ethanol, and hypertonicity on mucus gel structure.

Gastroenterology; 88: 269-280, 1985

BENZI, G.; MORETTI, A. Age- and peroxidative stress-related modifications of the

cerebral enzymatic activities linked to mitochondria and the gluthathione system.

Free Rad. Biol. Med., Tarrytown, v.19, p.77-101, 1995.

BISWAS K, BANDYOPADHYAY U, CHATTOPADHYAY I, VARADARAJ A, ALI E,

BANERJEE RK. A novel antioxidant and antiapoptotic role of omeprazole to block

gastric ulcer through scavenging of hydroxyl radical. J Biol Chem. Mar

28;278(13):10993-1001, 2003.

BJARNASON I, SMETHURST P, MACPHERSON A, ET AL. Glucose and citrate

reduce the permeability changes caused by indomethacin in humans.

Gastroenterology; 102: 1546±50, 1992.

BJARNASON I., HAYLLAR J., MACPHERSON A. J., RUSSELL A. S.,

Gastroenterology, 104, 1832—1847, 1993.

BLACKMORE, V. L. & MECKLING-GILL, K. A. Fish oil and oleic acid-rich oil feeding

alter nucleoside uptake in human erythrocytes. J. Nutr. Biochem. 6: 438–444, 1995.

BOLDI, A. Libraries from natural products-like scaffolds. Current Opin. Chemistry

Biol., v. 8, p. 281-286, 2004.

BORRELLI, F.; IZZO, A.A. The plant kingdom as a source of anti-ulcer remedies.

Phytotherapy Research, v. 14, p. 581–591, 2000.

BRADLEY P.P.; PRIEBAT, D.A.; CHRISTENSEN, R.D.; ROTHSTEIN, G.

Measurement of cutaneous inflammation: estimation of neutrophil content with an

enzyme marker. J. Invest. Dermatol., v. 78, p. 206–209, 1982.

BRAQUET, P. Ginkgolides – chemistry, biology, pharmacology and clinical

perpectives. Barcelona: J. R. Prous, 1988.

BRASIL, Decreto nº 5813 de 22 de junho de 2006. Aprova a política nacional de

plantas medicinais e fitoterápicos. Brasília (DF).

Page 203: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

203

BRASITUS TA, SCHACHTER D.. Lipid composition and fluidity of rat enterocyte

basolateral membranes. Regional differences. Biochim. Biophys. Acta 774: 138–146,

1984.

BRASITUS TA, YEH KY, HOLT PR, SCHACHTER D. Lipid fluidity and composition

of intestinal microvillus membranes isolated from rats of different ages. Biochim.

Biophys. Acta 778: 341–348, 1984.

BREMER K. Major clades and grades of the Asteraceae. In Compositae:

Systematics. Proceedings of the International Compositae Conference, Kew, 1994

(D.J.N. Hind & H.J. Beentje, eds.). Royal Botanic Gardens, Kew, v.1, p.1-7, 1996.

BRITO GA, CARNEIRO-FILHO B, ORIA RB, DESTURA RV, LIMA AA, GUERRANT

RL. Clostridium difficile toxin A induces intestinal epithelial cell apoptosis and

damage: role of Gln and Ala-Gln in toxin A effects. Dig Dis Sci., v. 50, n. 7, p. 1271-

1278, 2005.

BRODIE DA, COOK PG, BAUER BJ, et al. Indomethacin-induced intestinal lesions in

the rat. Toxicol Appl Pharmacol; 17: 615±24, 1970.

BROWN, JF; HANSON, PJ; WHITTLE, BJ. Nitric oxide donors increase mucus

gelthickness in rat stomach. Eur J Pharmacol. V. 23, 103-104, 1992.

BRZOZOWSKI T, KONTUREK PC, KONTUREK SJ, DROZDOWICZ D, KWIECIEÑ

S, PAJDO R, BIELANSKI W, HAHN EG. Role of gastric acid secretion in progression

of acute gastric erosions induced by ischemia-reperfusion into gastric ulcers. Eur J

Pharmacol; 398: 147-158, 2000.

BRZOZOWSKI, T. ; KONTUREK, P.C. ; DROZDOWICZ, D. ; KONTUREK, S.J. ;

ZAYACHIVSKA, O. ; PAJDO, R. ; KWIECIEN, S. ; PAWLIK, W.W. ; HAHN, E.G.

Grapefruit-seed extract attenuates ethanol-and stress-induced gastric lesions via

activation of prostaglandin, nitric oxide and sensory nerve pathways. World Journal

of Gastroenterology, v. 11(41), p. 6450-6058, 2005.

CALIXTO, J.B. Medicamentos e Fitoterápicos. In: Plantas medicinais sob a ótica da

química moderna. YUNES, R.A.; CALIXTO, J.B. Chapecó: Editora Argos. p. 297-

315, 2001.

CALOU, IBF; GONÇALVES, DO; LIMA-JÚNIOR, RC; GUEDES, MM; SILVEIRA, ER;

RAO, VSN; SANTOS, FA. Efeito antiinflamatório de diterpenos da Egletes viscosa

Less na dermatite induzida por TPA em camundongos. XIX Simpósio de plantas

medicinais do Brasil. Salvador-Bahia Brasil, 2006.

Page 204: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

204

CAMPOS, A.R.; BARROS, A.I.S.; SANTOS, F.A.; RAO, V.S.N. Guaraná (Paullinia

cupana Mart.) offers protection against gastric lesions induced by ethanol and

indomethacin in rats. Phytotherapy Research, v. 17, p. 1199-1202, 2003.

CEREIJIDO M, SHOSHANI L, CONTRERAS RG. Molecular physiology and

pathophysiology of tight junctions. I. Biogenesis of tight junctions and epithelial

polarity. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol., v. 279, n. 3, p. G477-82, 2000

CHANDRANATH, S.I.; BASTAKI, SMA; SINGH, J. A comparative study on the

activity of lanzoprazole, omeprazole and PD-136450 on acidified ethanol and

indomethacin-induced gastric lesions in the rat. Clinical and Experimental

Pharmacology and Physiology 29, 173–180, 2002.

CHEN CY, ASAKAWA A, FUJIMIYA M, LEE SD, INUI A. Ghrelin gene products and

the regulation of food intake and gut motility. Pharmacol Rev. Dec;61(4):430-81,

2009.

CHITME HR, CHANDRA R, KAUSHIK S. Studies on anti-diarrheal activity of

calotropis gigantea R. Br. in experimental animals. J Pharm Pharmaceut Sci;7:70–5,

2003.

CHO, C. H. Current roles of nitric oxide on gastrointestinal disorders. Journal of

Physiology-Paris, v. 95, p. 253-256, 2001.

CHUANG, D.M. Neurotransmitter receptors and phosphoinositide tunorver. Annu.

Ver. Pharmacol. Toxicol, v. 29, p. 71-110, 1989.

CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Methods for dilution

antimicrobial susceptibility tests for bacteria that grow aerobically. Approved

Standard- Sixtinh Edition. CLSI document M7-A6, USA, 2003.

COLES, E. H. Patologia clínica veterinária. 3.ed. São Paulo. Editora Manole. 565p.

1984.

COLPAERT S, LIU Z, DE GREEF B, et al. Effects of anti-tumour necrosis factor,

interleukin-10 and antibiotic therapy in the indometacin-induced bowel inflammation

rat model. Aliment Pharmacol Ther.;15:1827–1836, 2001.

COOPER RA. Abnormalities of cell-membrane ‾uidity in the pathogenesis of

disease. N Engl J Med; 297: 371±7, 1977.

CORRÊA P., “Dicionário de Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas,”

Vol. V, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, Imprensa Nacional, Rio de

Janeiro, 1984.

Page 205: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

205

CORUZZI, G.; ADAMI, M.; MORINI, G.; POZZOLI, C.; CENA, C.; BERTINARIA, M. &

GASCO, A. Antisecretory and gastroprotective activities of compounds endowed with

H2 antagonistic and nitric oxide (NO) donor properties. Journal of Physiology-Paris, v.

94(1), p. 5-10, 2000.

COWAN MM. Plant products as antimicrobial agents. Clin Microbiol Rev;12:564–82,

1999.

CUNHA NA, FREITAS JBS, BEZERRA AME, SILVEIRA ER. Constituição química do

óleo essencial de um novo quimiotipo de Egletes viscosa Less. In: Simpósio de

Plantas Medicinais do Brasil. Recife. QUI-019, p. 127, 2000.

DA ROCHA LAPA, F.; FREITAS, C.S.; BAGGIO, C.H.; MISSAU, F.C.; PIZZOLATTI,

M.G.; SANTOS, A.R.; MARQUES, M.C. Gastroprotective activity of the

hydroalcoholic extract obtained from Polygala paniculata L. in rats. J Pharm

Pharmacol. V. 59(10), p. 1413-1419, 2007.

DAGHAGHZADEH H, EMAMI MH, KARIMI S, RAEISI M. One-week versus two-

week furazolidone-based quadruple therapy as the first-line treatment for

Helicobacter pylori infection in Iran. J Gastroenterol Hepatol; 22: 1399-1403, 2007.

DALY, J.W., PADGETT, W., SEAMON, K.B. Activation of cyclic AMP-generating

systems in brain membranes and slices by the diterpene forskolin: augmentation of

receptor-mediated responses. J. Neurochem. v. 38, n. 2, p. 532-544, 1981.

Das, U. N. Arachidonic acid as a mediator of some of the actions of phorbolmyristate

acetate, tumour promoter and inducer of differentiation. Prostagl. Leukotr. Essent.

Fatty Acids 42: 241–244, 1991.

DAVIES N. M., SALEH J. Y., SKJODT N. M., J. Pharm. Pharm. Sci., 3, 137—155,

2000.

DEEGLER L. L., SYLANDER E. D., RITTMAN B., BENDELE A., SARTOR R. B.,

LICHENSTEIN H. S., Gastroenterology, 123, 1151—1162, 2002.

DIAL EJ, DARLING RL, LICHTENBERGER LM. Importance of biliary excretion of

indomethacin in gastrointestinal and hepatic injury. J Gastroenterol Hepatol.

Aug;23(8 Pt 2):e384-9, 2008.

DIAS, P.C. Isolamento, identificação e determinação do mecanismo de ação

antiulcerogênica dos princípios ativos de Artemisia annua L. Tese de Doutorado –

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, 2004.

DI STASI, L.C., HIRUIMA, C.A., SANTOS, E.M.G., et al. Medicinal Plants populary

used in brasilian amazon. Fitoterapia, v. 65, n. 6, p 529-540, 1994.

Page 206: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

206

DIGNASS AU & PODOLSKY DK. Growth factors and cytokinase in inflammatory

bowel disease: injury and healing in the epithelium. In Inflammatory Bowel Diseases,

pp. 375–383 [GNJ Tygat, JFWM Bartelsman and SJH van Deventer, editors].

Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1995.

DIGNASS AU. Mechanisms and modulation of intestinal epithelial repair. Inflamm

Bowel Dis 7:68–77, 2001.

DUBEY, M.P., SRIMAL, R.C., PATANAIK, G.K., DHAVAN, B.N. Hypotensive and

spamolytic activities of coleonol, active principle of Coleus forsholii Briq. Ind. J.

Pharmacol. p. 6-15, 1974.

DUARTE D.F., SANT'ANA A.E., CALIXTO J.B. Analysis of the vasorelaxant action of

jatrophone in the isolated aorta of the rat: influence of potassium channel blockers.

Eur. J. Pharmacol. v. 215, p. 75-81, 1992.

DZEROSKI, S.; SCHULZE-KREMER, S.; HEIDTKE, K.; SIEMS, K.;

WETTSCHERECK, D.; BLOCKEEL, H. Diterpene structure elucidation from 13C

NMR spectra with inductive logic programming. Applied artificial intelligence, v. 12, p.

363-384, 1998.

EDSMAN, K.; HÄGERSTRÖM, H. Pharmaceutical applications of mucoadhesion for

the non-oral routes. J. Pharm. Pharmacol., v.57, p.3-22, 2005.

EDWARDS, C. Physiology of the colorectal barrier. Adv. Drug Deliv. Rev., v.28, n.2,

p.173-190, 1997.

EL-HABIT, O. H., SAADA, H. N., AZAB, K. S., ABDEL-RAHMAN, M., ELMALAH, D.

F. The modifying effect of β-carotene on gamma radiationinduced elevation of

oxidative reactions and genotoxicity in male rats. Mutat Res, 466: 179-86, 2000.

ELLIOTT SN, BURET A, MCKNIGHT W, MILLER MJ, WALLACE JL. Bacteria rapidly

colonize and modulate healing of gastric ulcers in rats. Am J Physiol; 275(Pt 1):

G425–32, 1998.

ELSTNER EF, HEUPEL A. Oxygen activation by isolated chloroplasts from euglena

gracilis. Isolation and properties of a fluorescent compound that catalyzes

monovalent oxygen reduction. Arch Biochem Biophys. Apr;173(2):614-22, 1976.

EVANGELISTA, S. Role of sensory neurons in restitution and healing of gastric

ulcers. Curr Pharm Des, v. 12, p. 2977-2984, 2006.

EVANS, D. Gastric emptying and adynamic ileus. Equine Veterinary Journal, New

Market, v. 30, n. 4, p. 278-279, 1998.

Page 207: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

207

FANG WF, BROUGHTON A, JACOBSON ED. Indomethacin induced intestinal

inflammation. Am J Dig Dis.;22:749–760, 1977.

FARIA, F.M. Determinação dos mecanismos de ação envolvidos nas atividades

antiulcerogênica e antioxidante de Rhizophora mangle L. 2009. 155 f. Dissertação

(Mestrado em Farmacologia) - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

FARNSWORTH, N. R.; BINGEL, A. S. New natural products and plant drugs with

pharmacological, biological or therapeutical activity. Springer: New York, p. 61-73,

1997.

FATTMAN, C. L.; SCHAEFER, L. M. & OCRY, T. D. Extracellular superoxide

dismutase in biology and medicine. Free Radical Biology & Medicine, v. 35, n. 3, p.

236-256, 2003.

FEIGEN LP, KING LW, RAY J, et al. Differential effects of ibuprofen and

indomethacin in the regional circulation of the dog. J Pharmacol Exp Ther; 219:

679±84, 1981.

FOGLIO, M.A.; DIAS, P.C.; ANTÔNIO, M.A., RODRIGUES, R.A.F.; SILVA, E.F.;

REHDER, V.L.G.; CARVALHO, J.E. Antiulcerogenic activity of some sesquiterpene

lactones isolated from Artemisia annua L. Planta Medica, v. 68(66), p. 515-518,

2002.

FOGLIO, M.A.; QUEIROGA, C.L.; SOUSA, I.M.O.; RODRIGUES, R.A.F. Plantas

Medicinais como Fonte de Recursos Terapêuticos: Um Modelo Multidisciplinar.

Revista Eletrônica MultiCiência, v. 7, p 32, 2006.

FOLKMAN M AND KLAGSBRUN M: Angiogenic factors. Science 235, 442 – 447

1987.

FOLKMAN J, SZABO S, STROVROFF M, MCNEIL P, LI W AND SHING Y:

Duodenal ulcer: Discovery of a new mechanism and development of angiogenic

therapy that accelerates healing. Ann Surg 214, 414 – 427 1991.

FRANCO L., DORIA D., Nitric oxide enhances prostaglandin production in ethanol-

induced gastric mucosal injury in rats. Eur J Pharmacol., 348, 247-256, 1998

FREEMAN, B.A.; CRAPO, J.D. Free radicals and tissue injury. La Invest, v. 47, p.

412- 26,1982.

FREEMAN LC, NARVAEZ DF, MCCOY A, VON STEIN FB, YOUNG S, SILVER K,

GANTA S, KOCH D, HUNTER R, GILMOUR RF, LILLICH JD. Depolarization and

Page 208: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

208

decreased surface expression of K+ channels contribute to NSAID-inhibition of

intestinal restitution.. Biochem Pharmacol. Jun 30;74(1):74-85, 2007.

FUJITA T., TAKEDA Y., SUN H. D., MINAMI Y., MARUNAKA T., TAKEDA S.,

YAMADA Y., TOGO T., Planta Med., 54, 414—417, 1988.

FUNATSU, T.; CHONO, K.; HIRATA, T.; KETO, Y.; KIMOTO, A.; SASAMATA, M.

Mucosal acid causes gastric mucosal microcirculatory disturbance in nonsteroidal

anti-inflammatory drug-treated rats. European Journal of Pharmacology, v. 554, p.

53–59, 2007.

GANOG, W.F. Review of medical physiology. San Francisco: Lange Medical Books,

21 ed., 2003.

GISBERT, J.P. Potent gastric acid inhibition in Helicobacter pylori eradication. Drugs,

v. 65, p. 83-96, 2005.

GOTTELAND M, BRUNSER O, CRUCHET S. Systematic review: are probiotics

useful in controlling gastric colonization by Helicobacter pylori? Aliment Pharmacol

Ther. Apr 15;23(8):1077-86, 2006.

GRACIOSO, J.S.; VILEGAS, W.; HIRUMA-LIMA, C.A.; SOUZA BRITO, A.R. Effects

of tea from Turnera ulmifolia L. on mouse gastric mucosa support the Turneraceae

as a new source of antiulcerogenic drugs. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v.

25, p. 487–491, 2002.

GRAHAM D. Y., Dig. Dis. Sci., 47, 1665—1678, 2002.

GREEN, LC, TANNENBAUM SR, GOLDMAN P. Nitrate synthesis in the germfree

and conventional rat. Science, 212:56-58, 1981.

GUARDIA, T. & GUZMAN, J.A. Mucus synthesis and suphydryl groups in

citoprotection mediated by dehydroleucodine, a sesquiterpene lactone. J. Nat. Prod.,

v. 57(4), p. 507-509, 1994.

GUEDES MM, CUNHA AN, SILVEIRA ER, RAO VSN. Antinociceptive and

Gastroprotective Effects of Diterpenes from the Flower Buds of Egletes viscosa.

Planta Med; 68: 1044-1046, 2002.

GUIDOBONO F, PAGANI F, TICOZZI C AND NETTI C. Investigation on the

mechanisms involved in central protective effect of amylin on gastric ulcers in rats. Br

J Pharmacol 125:23–28, 1998.

GULLIKSON GW, SENDER M, BASS P. Laxative-like effects of nonsteroidal anti-

inflammatory drugs on intestinal fluid movement and membrane integrity. J

Pharmacol Exp Ther; 220: 236±42, 1982.

Page 209: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

209

GUO X, RAO JN, LIU L, RIZVI M, TURNER DJ, AND WANG JY. Polyamines

regulate beta-catenin tyrosine phosphorylation via Ca2 during intestinal epithelial cell

migration. Am J Physiol Cell Physiol 283:C722–C734, 2002.

GUPTA, M.; BRANS, Y.M. Pediatrics, v. 62(1), p. 29-29, 1978.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Textbook of medical physiology. 11 ed. Philadelphia:

Elsevier Saunders, 2006.

GU JY, WAKIZONO Y, TSUJITA A, LIM BO, NONAKA M, YAMADA K, SUGANO M.

Effects of sesamin and alpha-tocopherol, individually or in combination, on the

polyunsaturated fatty acid metabolism, chemical mediator production, and

immunoglobulin levels in Sprague-Dawley rats. Biosci Biotechnol Biochem.

Dec;59(12):2198-202, 1995.

GYIRES K. Neuroinflammatory reactions in experimental gastric ulcer: target

for mucosal protection. Inflammopharmacology 5:383–395, 1997.

GYIRES K, MÜLLNER K, FÜRST S, RÓNAI AZ. Alpha-2 adrenergic and opioid

receptor-mediated gastroprotection. J Physiol Paris, V. 94, p.117-121, 2000.

GYIRES K, MÜLLNER K, RÓNAI AZ. Activation of central opioid receptors may

induce gastric mucosal defence in the rat. J PHYSIOL PARIS. JAN-DEC;95(1-

6):189-96, 2001.

HALL PA, COATES PJ, ANSARI B, HOPWOOD D. REGULATION OF CELL

NUMBER IN THE MAMMALIAN. gastrointestinal tract: the importance of apoptosis. J

Cell Sci;107(Pt 12):3569–3577, 1994.

HALTER F, BARBEZAT GO, VAN HOORN-HICKMAN R AND VAN HOORN WA:

Healing dynamics of traumatic gastric mucosal defects in normal and hyperacid

stomach. Dig Dis Sci 25, 916 – 920, 1980.

HANNIGAN, G. E. & WILLIAMS, B. R. Signal transduction by interferonalpha through

arachidonic acid metabolism. Science 251: 204–207, 1991.

HARRIS S. G., PADILLA J., KOUMAS L., RAY D., PHIPPS R. P., Trends Immunol.,

23, 144—150 2002.

HATA N, MURATA S, MAEDA J, YATANI H, KOHNO Y, YOKONO K, OKANO H.

Predictors of gastric myoelectrical activity in type 2 diabetes mellitus. J Clin

Gastroenterol. May-Jun;43(5):429-36, 2009.

HAVSTEEN B. Flavonoids, a class of natural products of high pharmacological

potency. Biochem Pharmacol. Apr 1;32(7):1141-8, 1983.

Page 210: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

210

HAWKEY CJ, KARRASCH JA, SZCZEPAN˜ SKI L, WALKER DG, BARKUN A,

SWANNELL AJ, YEOMANS ND. Omeprazole compared with misoprostol for ulcers

associated with nonsteroidal anti-inflammatory drugs. Omeprazole versus

misoprostol for NSAID-induced ulcer management (OMNIUM) study group. N Engl J

Med 338: 727–734, 1998.

HERSEY, S. J. & SACHS, G. Gastric acid secretion. Physiological Reviews, v.

75, n. 1, p. 155-189, 1995.

HIGUCHI K, YODA Y, AMAGASE K, KATO S, TOKIOKA S, MURANO M,

TAKEUCHI K, UMEGAKI E. Prevention of NSAID-Induced Small Intestinal Mucosal

Injury: Prophylactic Potential of Lansoprazole. J Clin Biochem Nutr. Sep;45(2):125-

30, 2009.

HIND, DJN & BEENTJE. Compositae: Systematics. Proceedings of the International

Compositae Conference, Kew, 1994. Royal Botanic Gardens, Kew. v.1, p.621-626,

1996.

HOLZER, P. Capsaicin: cellular targets, mechanisms of action, and selectivity for thin

sensory neurons. Pharmacol Rev, v. 43, p. 143–195, 1991.

HOLZER, P. Neural emergency system in the stomach. Gastroenterology, v. 114, p.

823–839, 1998.

HOND ED, Peeters M, Hiele M, et al. Effect of glutamine on the intestinal

permeability changes induced by indomethacin in humans. Aliment Pharmacol Ther;

13: 679±85, 1999.

HOOGERWERF, W.A.; PASRICHA, P.J. Pharmacotherapy of Gastric Acidity, Peptic

Ulcer, and Gastroesophageal Reflux Disease. In: Goodman & Gilman's The

Pharmacological Basis of Therapeutics. Laurence Brunton, John Lazo and Keith

Parker, McGraw-Hill, United States, 11ª ed., p 869-882, 2006.

HUNT RH. Eradication of Helicobacter pylori infection. Am J Med; 100: 42S-50S;

discussion 50S-51S, 1996.

IZQUIERDO R., ASTUDILLO L., RODRÍGUEZ J. Á., THEODULOZ C.,

PALENZUELA J. Á., SCHMEDA-HIRSCHMANN G., Planta Med., 73, 310—317,

2007.

JEFFERS M, MCDONALD WF, CHILLAKURU RA, YANG M, NAKASE H, DEEGLER

LL, SYLANDER ED, RITTMAN B, BENDELE A, SARTOR RB, LICHENSTEIN HS. A

novel human fibroblast growth factor treats experimental intestinal inflammation.

Gastroenterology. Oct;123(4):1151-62, 2002.

Page 211: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

211

JIANG, W. G., HISCOX, S., HALLETT, M. B., SCOTT, C., HORROBIN, D. F. &

PUNTIS, M. C. Inhibition of hepaocyte growth factor-induced motility and in vitro

invasion of human colon cancer cells by gamma-linolenic acid. Br. J. Cancer 71:

744–745, 1995.

JOHN, E.G.; VASAN, V.; HASTREITER, A.R.; BHAT, R.; EVANS, M.A. Intravenous

indomethacin and changes of renal function in premature infants with patent ductus

arteriosus. Pediatric Pharmacol. 4: 11-9, 1984.

JUGDUTT, B.I. Cyclooxygenase inhibition and adverse remodeling during healing

after myocardial infarction. Circulation, v. 115, p. 288-291, 2007.

KADOTA S, BASNET P, ISHII E, TAMURA T, NAMBA T. Antibacterial activity of

trichorabdal A from Rabdosia trichocarpa against Helicobacter pylori. Zentralbl

Bakteriol. Jun;286(1):63-7, 1997.

KALEMBA D, KUNICKA A. Antibacterial and antifungal properties of essential oils.

Curr Med Chem;10:813–29, 2003.

KAMINSKI, W. E., JENDRASCHAK, E., KIEFL, R. & VON-SCHACKY, C. Dietary

omega-3 fatty acids lower levels of platelet-derived growth factor mRNA in human

mononuclear cells. Blood 81: 1871–1879, 1993.

KANEKO H, MITSUMA T, NAGAI H, MORI S, IVO T, KUSUGAMI K AND TACHE Y.

Central action of adrenomedullin to prevent ethanol-induced gastric injury through

vagal pathways in rats. Am J Physiol 274:R1783–R1788, 1998.

KATO S., TANAKA A., KUNIKATA T., UMEDA M., TAKEUCHI K., Digestion, 61,

39—46, 2000.

KANDIL TS, MOUSA AA, EL-GENDY AA, ABBAS AM. The potential therapeutic

effect of melatonin in Gastro-Esophageal Reflux Disease. BMC Gastroenterol. Jan

18;10:7, 2010.

KAUFMANN H. J., TAUBIN H. L., Ann. Intern. Med., 107, 513—516 1987.

KAUR P, POTTEN CS. Effects of puromycin, cycloheximide and noradrenaline

on cell migration within the crypts and on the villi of the small intestine. A model

to explain cell movement in both regions. Cell Tissue Kinet., v. 19, n. 6, p. 611-

25, 1986.

KAWANO, S.; TSUJI, S. Role of mucosal blood flow: a conceptional review

ingastrointestinal injury and protection. J Gastrointest Hepatol, v. 15 (Suppl): D1-D6,

2000.

Page 212: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

212

KENT TH, CARDELLI RM, STAMLER FW. Small intestinal ulcers and intestinal flora

in rats given indomethacin. Am J Pathol; 54: 237±49 1969.

KIRKPATRICK, P. Stitching together naturally. Nature, v. 1, p. 748, 2002.

KIM HW, KIM GH, CHEONG JY, YANG US, PARK SK, SONG CS, KANG DH,

SONG GA. H pylori eradication: a randomized prospective study of triple therapy with

or without ecabet sodium. World J Gastroenterol. Feb 14;14(6):908-12, 2008.

KNOTTENBELTT, D.C.; PASCOE. R.R.; NASCIMENTO, F.G. Afecções e distúrbios

do cavalo. São Paulo. Editora Manole. 1998.

KONAKA A, KATO S, TANAKA A, ET AL. Roles of enterobacteria, nitric oxide and

neutrophil in pathogenesis of indomethacininduced small intestinal lesions in rats.

Pharmacol Res; 40: 517±24, 1999.

KRAUSE I, CLEPER R, EISENSTEIN B, DAVIDOVITS M: Acute renal failure,

associated with non-steroidal anti-inflammatory drugs in healthy children. Pediatr

Nephrol 2005, 20:1295-1298.

KUNIKATA T., TANAKA A., MIYAZAWA T., KATO S., TAKEUCHI K., Dig. Dis.

Sci., 47, 894—904 2002.

KUNIKATA T., MIYAZAWA T., KANATSU K., KATO S., TAKEUCHI K., Jpn. J.

Pharmacol., 88, 45—54 2002.

KWIECIEN, S.; BRZOZOWSKI, T.; KONTUREK, S. J. Effects of reactive oxygen

species action on gastric mucosa in various models of mucosal injury. Journal of

Physiology and Pharmacology. v.53, p.39-50, 2002 a.

KWIECIEŃ S, BRZOZOWSKI T, KONTUREK PCH, KONTUREK SJ. The role of

reactive oxygen species in action of nitric oxide-donors on stress-induced gastric

mucosal lesions. J Physiol Pharmacol. Dec;53(4 Pt 2):761-73, 2002.

LAMBERT M, KREMER S, STERNER O, ANKE H. Metabolism of Pyrene by the

Basidiomycete Crinipellis stipitaria and Identification of Pyrenequinones and Their

Hydroxylated Precursors in Strain JK375. Appl Environ Microbiol. Oct;60(10):3597-

3601, 1994.

LANZA, F.L. A guideline for treatment and prevention of NSAID-induced ulcers. Am.

J. Gastroenterol., v. 93, p. 2037-2046, 1998.

LEE JH, KIM JJ, HAHM KB, LEE DH, KIM N, KIM SK, PARK JJ, CHOI SR, LEE JH,

LEE ST, LEE EH, RHEE JC. Efficacy and safety of ecabet sodium on functional

dyspepsia: a prospective, double-blinded, randomized, multi-center controlled trial.

World J Gastroenterol. May 7;12(17):2756-61, 2006.

Page 213: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

213

LEEDHAM S, JANKOWSKY J. The evidence base of proton pump inhibitor

chemopreventive agents in Barrett’s esophagus- the good, the bad, and the flawed!

Am J Gastroenterol,v. 102, p. 21-23, 2007.

LICHTENBERGER LM. Where is the evidence that cyclooxygenase inhibition is the

primary cause of nonsteroidal anti-inflammatory drug (NSAID)-induced

gastrointestinal injury? Topical injury revisited. Biochem Pharmacol 61:631–637,

2001.

LIMA MA, SILVEIRA ER, MARQUES MS, SANTOS RH, GAMBARDELA MT.

Biologically active flavonoids and terpenoids from Egletes viscose. Phytochemistry.

Jan;41(1):217-23, 1996

LIRA, SRS; Rao, VS; CARVALHO, AC; GUEDES, MM; MORAIS, TC; SOUZA, AS;

TREVISAN, MTS; LIMA, AF; CHAVES, MH; SANTOS, FA. Gastroprotective effect of

lupeol on ethanol-induced gastric damage and the underlying mechanism.

Inflammopharmacology, 2009.

LITTLE D, JONES SL, AND BLIKSLAGER AT Cyclooxygenase (COX) inhibitors and

the intestine. J Vet Intern Med 21:367–377, 2007.

LOGUERCIO C., TARANTO D., BENEDUCE F., DEL VECCHIO BLANCO C., DE

VINCENTIIS A., NARDI G. Glutathione prevents ethanol induced gastric mucosal

damage and depletion of sulfhydryl compounds in humans., Gut 34, 161-165, 1993.

LORENZI H, MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas

cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum,. p. 158-159, 2002.

MA L, WANG WP, CHOW JY, LAM SK, CHO CH. The role of polyamines in gastric

mucus synthesis inhibited by cigarette smoke or its extract. Gut 47: 170– 177, 2000.

MAIDEN L., THJODLEIFSSON B., THEODORS A., GONZALEZ J., BJARNASON I.,

Gastroenterology, 128, 1172—1178 2005.

MCCORMACK SA, RAY RM, BLANNER PM, JOHNSON LR. Polyamine depletion

alters the relationship of F-actin, G-actin, and thymosin beta4 in migrating IEC-6

cells. Am J Physiol., v. 276, n.1-2, p. C459-68, 1999.

McCORMACK, SA & JOHNSON, LR. Polyamines and cell migration. J Physiol

Pharmacol 52:327–349, 2001.

MAITY, P.; BISWAS, K.; ROY, S.; BANERJEE, R.K.; BANDYOPADHYAY, U.

Smoking and the pathogenesis of gastroduodenal ulcer – recent mechanistic update.

Molecular and Cellular Biochemistry, v. 253, p. 329–338, 2003.

Page 214: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

214

MALFERTHEINER P, MEGRAUD F, O’MORAIN C, BAZZOLI F, EL-OMAR E,

GRAHAM D, HUNT R, ROKKAS T, VAKIL N, KUIPERS EJ. Current concepts in the

management of Helicobacter pylori infection: the Maastricht III Consensus Report.

Gut; 56: 772-781, 2007.

MASUDA, E.; KAWANOP, S.; NAGAN, K.; TSUJI, S.; TAKEI, Y.; TSUJI, M.;

OSHITA, M.; MICHIDA, T.; KOBAYASHI, I.; NAKAMA, A.; FUSAMOTO, H.;

KAMADA, T. Endogenous nitric oxide modulates ethanol-induced gastric mucosal

injury in rats. Gastroenterology, v. 108, p. 58–64, 1995.

MATÉS, J. M. Effects of antioxidant enzymes in the molecular control of reactive

oxygen species toxicology. Toxicology, v. 153, p. 83-104, 2000.

MATOS FJA. Farmácias Vivas. Fortaleza. Plantas úteis e medicinais do Nordeste. In

Congresso Nacional de Botânica, 1990.

MATOS FJA. Farmácias vivas. Editora UFC 3:.Fortaleza – Ce. 132-133, 1998.

MATOS FJA. Plantas Medicinais – guia de seleção e emprego de plantas usadas em

fototerapia no Nordeste do Brasil. Editora UFC 2:.Fortaleza – Ce. 240-241, 2000.

MATSUDA H, LI Y, YOSHIKAWA M. Role of capsaicin-sensitive sensory nerves,

endogenous nitric oxide, sulfhydryls, and prostaglandins in gastroprotection by

momordin Ic, an oleanolic acid oligoglycoside, on ethanol-induced gastric mucosal

lesions in rats. Life Sci, v. 65, p. 27-32, 1999.

MATSUMOTO T, IIDA M, KUROKI F, et al. Effects of diet on experimentally induced

intestinal ulcers in rats: morphology and tissue leukotrienes. Gut; 35: 1058±63, 1994.

MELO, PU; PALHARES, MS; FERREIRA, C. Adynamic ileus in horses:

pathophysiology and treatment. Arq. Ciênc. Vet. Zool. Unipar, Umuarama, v. 10, n. 1,

p. 49-58, 2007.

MEISTER, A.; ANDERSON, M.E. Glutathione. Annu. Rev. Biochem. v. 52, p. 711-

760, 1983.

MELARANGE R, GENTRY C, TOSELAND CD, et al. Neutropenia does not prevent

etodolac- or indomethacin-induced gastrointestinal damage in the rat. Dig Dis Sci;

40: 2694±703, 1995.

MELO, CM; MAIA, JL; CAVALCANTE, IJM; LIMA, MAS; VIEIRA, GAB; SILVEIRA,

ER; RAO; VSN; SANTOS, FA. 2-Acetoxyhawtriwaic acid lactone, a diterpene from

Egletes viscosa, attenuates capsaicin-induced ear edema and hindpaw nociception

in mice: possible mechanisms. Planta Medica. V.72(7):584-9, 2006.

Page 215: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

215

MENASH, A.Y., SAMPSON, J., HOUGHTON, P.J., HYLANDS, P.J., WESTBROOK,

J., DUNN, M., HUGHES, M.A., CHERRY, G.W. Effects of Buddleja globosa leaf and

its constituents relevant to wound healing. Journal of Ethnopharmacology 77, 219–

226, 2001.

MEYER, D. J; COLES. E.H; RICH, L.J. Medicina de Laboratório Veterinária:

interpretação e diagnóstico. São Paulo. Editora Roca. 308p.1995.

MEYER ALBIERO, A.L.; ABOIN SERTIÉ, J.A.; BACCHI, E.M. Antiulcer activity of

Sapindus saponaria L. in the rat. J Ethnopharmacol, v. 82(1), p. 44-44, 2002.

MIEHLKE S, HANSKY K, SCHNEIDER-BRACHERT W, KIRSCH C, MORGNER A,

MADISCH A, KUHLISCH E, BASTLEIN E, JACOBS E, BAYERDORFFER E, LEHN

N, STOLTE M. Randomized trial of rifabutin-based triple therapy and high-dose dual

therapy for rescue treatment of Helicobacter pylori resistant to both metronidazole

and clarithromycin. Aliment Pharmacol Ther; 24: 395-403, 2006.

MILANI, S. & CALABRÒ, A. Role of growth factors and their receptors in gastric ulcer

healing. Microscopy Research and Technique, v. 53, p. 360-371, 2001.

MILLER, LLC., TAINTER, TL. Stimation of the DL50 and its error by means of

logarithmin-probits graphpaper. Proc. Soc. Exp. Biol. & Med. V. 57, p. 261, 1944.

MINOWA, S.; TSUCHIYA, S.; SOMEYA, A.; HORIE, S.; MURAYAMA, T. Role of

neuropeptide receptor systems in vanilloid VR1 receptor-mediated gastric acid

secretion in rat brain. European Journal of Pharmacology, v. 486, p. 317– 324, 2004.

MIRANDA F.J., ALABADI J.A., ORTI M., CENTENO J.M., PINON M., YUSTE A.,

SANZ-CERVERA J.F., MARCO J.A., ALBORCH E. Comparative analysis of the

vascular actions of diterpenes isolated from Euphorbia canariensis. J. Pharm.

Pharmacol. v. 50, p. 237-241, 1998.

MIURA N, FUKUTAKE M, YAMAMOTO M, OHTAKE N, IIZUKA S, IMAMURA S,

TSUCHIYA N, ISHIMATSU M, NAKAMURA Y, ISHIGE A, WATANABE K, KASE Y,

TAKEDA S. An herbal medicine orengedokuto prevents indomethacin-induced

enteropathy. Biol Pharm Bull. Mar;30(3):495-501, 2007.

MIZOGUCHI H, HASE S, TANAKA A, TAKEUCHI K. Lack of small intestinal

ulcerogenecity of nitric oxide-releasing indomethacin, NCX-530, in rats. Aliment

Pharmacol Ther. Feb;15(2):257-67, 2001.

MIZUI T., Doteuchi M., Jpn. J. Pharmacol., 33, 939—945 1983.

Page 216: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

216

MONTEIRO, ECA; TRINDADE, JMF; DUARTE, ALBP; CHAHADE, WH. Os

antiinflamatórios não esteroidais (AINEs). Temas de reumatologia clínica -vol. 9 - nº

2 - maio 2008

MONTELEONE G., PARRELLO T., MONTELEONE I., TAMMARO S., LUZZA F.,

PALLONE F., Clin. Exp. Immunol., 117, 469—475 1999.

MORIKAWA, T.; LI, N.; NAGATOMO, A.; MATSUDA, H.; LI, X.; YOSHIKAWA, M.

Triterpene saponins with gastroprotective effects from tea seed (the seeds of

Camellia sinensis). J. Nat. Prod., v. 69, p. 185–190, 2006.

MORRIS, G. P. & WALLACE, J. L. The roles of ethanol and of acid in the production

of gastric mucosal erosions in rats. Virchows Arch B Cell Pathol.: 23–38, 1981.

NABETA, K., ISHIKAWA, T. OKUYAMA, H. Sesqui- and di-terpene biosynthesis from

C-13 labelled acetate and mevalonate in cultured cells of Heteroscyphus planus. J.

Chem. Soc. Perkin. Trans. v. 1, n. 24, p. 3111-3115, 1995.

NAITO Y, YOSHIKAWA T, YOSHIDA N, KONDO M. Role of oxygen radical and lipid

peroxidation in indomethacin - induced gastric mucosal injury. Dig Dis Sci; 43: S30-

S34, 1998.

NAKANISHI, K., GOTO, T., ITO, S., NATARI, S. NOZOE, S. Diterpenes. In: Natural

Products Chemistry, New York: Academic Press, p. 185, 1974.

NARAYAN, S.; DEVI, R.S.; SRINIVASAN, P.; SHYAMALA DEVI, C.S. Pterocarpus

santalinus: a traditional herbal drug as a protectant against ibuprofen induced gastric

ulcers. Phytother Res., v. 19(11), p. 958-962, 2005.

NATALE, G.; LAZZERI, G.; LUBRANO, V.; COLUCCI, R.; VASSALLE, C.; FORNAI,

M.; BLANDIZZI, C.; DEL TACCA, M. Mechanisms of gastroprotection by

lansoprazole pretreatment against experimentally induced injury in rats: role of

mucosal oxidative damage and sulfhydryl compounds. Toxicology and Applied

Pharmacology, v.195, p. 62– 72, 2004.

NAVARRETE, A.; OLIVA, I.; SÁNCHEZ-MENDOZA, M.E.; ARRIETA, J.; CRUZ-

ANTONIO, L.; CASTAÑEDA-HERNÁNDEZ, G. Gastroprotection and effect of the

simultaneous administration of Cuachalalate (Amphipterygium adstringens) on the

pharmacokinetics and anti-inflammatory activity of diclofenac in rats. J Pharm

Pharmacol., v. 57(12), p. 1629-1636, 2005.

NAYEB-HASHEMI H, KAUNITZ JD. Gastroduodenal mucosal defense. Curr Opin

Gastroenterol. Nov;25(6):537-43, 2009.

Page 217: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

217

NEEDLEMAN P, TURK J, JAKSCHIK BA, MORRISON AR, LEFKOWITH JB.

Arachidonic acid metabolism. Annu Rev Biochem; 55: 69-102, 1986

NELSON K. A., WALSH T. D., SHEEHAN F. G., O’DONOVAN P. B., FALK G.

W., J. PALLIAT. Care, 9, 27—31, 1993.

NEWBERRY R. D., STENSON W. F., LORENZ R. G., Nat. Med., 5, 900—906 1999.

NEWMAN, D.J.; CRAGG, G.M.; SNADER, K.M. Natural products as sources of new

drugs over the period 1981-2002. Journal of Natural Product, v. 66, p. 1022-1037,

2003.

NISHIO, H.; HAYASHI, Y.; TERASHIMA, S.; TAKEUCHI, K. Role of endogenous

nitric oxide in mucosal defense of inflamed rat stomach following iodoacetamide

treatment. Life Sciences, v. 79, p. 1523–1530, 2006.

NISHIZUKA, Y. Studies and perspectives of protein kinase C. Science. v. 223, n.

4761, p. 305-312, 1986.

NOOR, R.; MITTAL, S. & IQBAL, J. Superoxide dismutase – applications and

relevance to human diseases. Med. Sci. Monit., v. 8, n. 9, p. RA210-RA215,

2002.

NYGARD G, ANTHONY A, PIASECKI C, et al. Acute indomethacininduced jejunal

injury in the rat: early morphological and biochemical changes. Gastroenterology;

106: 567±75, 1994.

OKABE, S., AND K. AMAGASE. An overview of acetic acid ulcer models—the history

and state of the art of peptic ulcer research. Biol Pharm Bull. 28:1321–1341. 2005.

OLIVEIRA, F.A.; VIEIRA-JUNIOR, G.M.; CHAVES, M.H.; ALMEIDA, F.R.; SANTOS,

K.A.; MARTINS, F.S.; SILVA, R.M.; SANTOS, F.A.; RAO, V.S. Gastroprotective

effect of the mixture of alpha- and beta-amyrin from Protium heptaphyllum: role of

capsaicin-sensitive primary afferent neurons. Planta Medica., v. 70, n. 8, p. 780-782,

2004.

ORMEROD MG, SUN XM, BROWN D, SNOWDEN RT, COHEN GM. Quantification

of apoptosis and necrosis by flow cytometry. Acta Oncol., v. 32, n. 4, p. 417, 1993.

ORNITZ DM, ITOH N. Fibroblast growth factors. Genome Biol 2: REVIEWS 3005,

2001.

PAI R, SZABO IL, GIAP AQ, KAWANAKA H, AND TARNAWSKI AS. Nonsteroidal

anti-inflammatory drugs inhibit re-epithelialization of wounded gastric monolayers by

interfering with actin, Src, FAK, and tensin signaling. Life Sci 69:3055–3071, 2001.

Page 218: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

218

PAIVA LA, GURGEL LA, DE SOUSA ET, SILVEIRA ER, SILVA RM, SANTOS FA,

RAO VS. Protective effect of Copaifera langsdorffii oleo-resin against acetic acid-

induced colitis in rats. J Ethnopharmacol. Jul;93(1):51-6, 2004.

PARAMESWARI RP, VASANTHKUMAR M, GAYATHRI V,

MANIKANDAMATHAVAN VM, RAMAKRISHNAN G, SANGEETHA MK,

VIJAYAKUMAR V, RAGHAVENDRAN HB, CHAMUNDEESWARI D, VASANTHI HR.

Prophylactic Role of a Herbomineral Drug "Thamira Parpam" Against Cysteamine-

Induced Oxidative Stress in Liver and Duodenum of Rats. Biol Trace Elem Res. Feb

18, 2010.

PEPPAS, N.A.; SALLIN, J.J. Hydrogels as mucoadhesive and bioadhesive materials:

A review. Biomaterials, v.17, p.1553-1561, 1996.

PERAZELLA MA: Drug-induced renal failure: update on new medications and unique

mechanisms of nephrotoxicity. Am J Med Sci, 325:349-362, 2003.

PERINI, R.F.; MA, L.; WALLACE, J.L. Mucosal Repair and COX-2 Inhibition. Current

Pharmaceutical Design, v. 9, p. 2207-11, 2003.

PERTINO M., SCHMEDA-HIRSCHMANN G., RODRÍGUEZ J. A., THEODULOZ C.,

J. Ethnopharmacol., 111, 553—559, 2007.

PESKAR, B.M. Neural aspects of prostaglandin involvement in gastric mucosal

defense. J Physiol Pharmacol., v. 52(4 Pt 1), p. 555-568, 2001.

PESKAR, B.M.; EHRLICH, K.; PESKAR, B.A. Role of ATP-sensitive potassium

channels in prostaglandin-mediated gastroprotection in the rat. J. Pharmacol. Exp.

Ther., v. 301, p. 969-974, 2002.

PESSOA C, SILVEIRA ER, LEMOS TL, WETMORE LA, MORAES MO, LEYVA A.

Antiproliferative effectsos compounds derived from plants of Northeast Brazil.

Phytother. Res; v. 14, n 3. p.197-191, 2000.

PHILBRICK, D. J., MAHADEVAPPA, V. G., ACKMAN, R. G. & HOLUB, B. J.

Ingestion of fish oil or a derived n-3 fatty acid concentrate containing

eicosapentaenoic acid (EPA) affects fatty acid compositions of individual

phospholipids of rat brain, sciatic nerve and retina. J. Nutr. 117: 1663–1670, 1987

POTTEN, C. S., NELLET, M., ROBERTS, S. A., REVI, R. A. & WILSON, G. D.

Measurement of in vivo proliferation in human colorectal mucosa using

bromodeoxyuridine. Gut 33: 71–78, 1992.

RAHGOZAR, M.; PAZOKITOROUDI, H.; BAKHTIARIAN, A.; DJAHANGUIRI, B.

Diazoxide, a K(ATP) opener, accelerates restitution of ethanol or indomethacin-

Page 219: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

219

induced gastric ulceration in rats independent of polyamines. J Gastroenterol

Hepatol., v. 16(3), p. 290-296, 2001.

RAJENDRA S., MULCAHY H., PATCHETT S., KUMAR P. Dig. Dis. Sci., 49, 1634—

1640, 2004.

RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M.; MOORE, P.K. Pharmacology. Ed Churchill

Livingstone International, 5a ed., 2003.

RAO JN, PLATOSHYN O, LI L, GUO X, GOLOVINA VA, YUAN JX, AND WANG JY

Activation of K channels and increased migration of differentiated intestinal epithelial

cells after wounding. Am J Physiol Cell Physiol 282:C885–898, 2002.

RAO VS, FIGUEIREDO EG, MELO CL, VIANA GS, MENEZES DB,MATOS MS,

SILVEIRA ER . Protective effect of ternatin, a flavonoid isolated from Egletes viscosa

less., in experimental liver injury. Pharmacology. Jun;48(6):392-7, 1994.

RAO, V.S.; SANTOS, F.A.; SOBREIRA, T.T.; SOUZA, M.F.; MELO, C.L.; SILVEIRA,

E.R. Investigations on the gastroprotective and antidiarrhoeal properties of ternatin, a

tetramethoxyflavone from Egletes viscosa. Planta Med., v. 63, p. 146–149, 1997.

RAO VSN , PAIVA LAF, SOUZA MF, CAMPOS AR, RIBEIRO RA , BRITO GAC,

TEIXEIRA MJ, SILVEIRA ER. Ternatin, an Anti-Inflammatory Flavonoid, Inhibits

Thioglycolate-Elicited Rat Peritoneal Neutrophil Accumulation and LPS-Activated

Nitric Oxide Production in Murine Macrophages. Planta Med; 69: 851-853, 2003.

RAVEENDRAN NN, SILVER K, FREEMAN LC, NARVAEZ D, WENG K, GANTA S,

LILLICH JD. Drug-induced alterations to gene and protein expression in intestinal

epithelial cell 6 cells suggest a role for calpains in the gastrointestinal toxicity of

nonsteroidal anti-inflammatory agents. J Pharmacol Exp Ther. May;325(2):389-99,

2008.

REITMAN, S. Gastric secretion. In: FRANKEL, S.; REITMAN, S.; SONNENWORTH,

A. C. (Ed.). Gradwohl´s clinical laboratory methods and diagnosis. London: Mosby, p.

1949-1958, 1970.

REPETTO, M.G.; LLESUY, S.F. Antioxidant properties of natural compounds used in

popular medicine for gastric ulcers.Brazilian Journal of Medical and Biological

Research, v. 35, p. 523-534, 2002.

REUTER BK, DAVIES NM, WALLACE JL. Nonsteroidal anti-inflammatory drug

enteropathy in rats: role of permeability, bacteria, and enterohepatic circulation.

Gastroenterology112: 109±17, 1997.

Page 220: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

220

RISPO A, DI GIROLAMO E, COZZOLINO A, BOZZI R, MORANTE A, PASQUALE L.

Levofloxacin in first-line treatment of Helicobacter pylori infection. Helicobacter; 12:

364-365, 2007.

RISSER A, DONOVAN D, HEINTZMAN J, PAGE T. NSAID prescribing

precautions.Am Fam Physician. Dec 15;80(12):1371-8, 2009.

ROBERT A, ASANO T. Resistance of germ-free rats to indomethacin-induced

intestinal lesions. Prostaglandins; 14: 333±41, 1977.

ROBERT, A.; NEZAMIS, J.E.; LANCASTER, C.; HANCHAR, A.J. Cytoprotection by

prostaglandins in rats. Prevention of gastric necrosis produced by alcohol, HCl,

NaOH, hypertonic NaCl and thermal injury. Gastroenterology, v. 77, p. 433-443,

1979.

ROCCA B., FITZGERALD G. A., Int. Immunopharmacol., 2, 603—630 2002.

ROSE, D. P., CONNOLLY, M. & LIU, X.-H. Effects of linoleic acid on the growth and

metastasis of two human breast cancer cell lines in nude mice and the invasive

capacity of these cell lines in vitro. Cancer Res. 54: 6557–6562, 1994.

RODRIGUES, P.A.; MORAIS, S.M.; MARQUES, M.M.M.; AGUIAR, L.A.; NUNES-

PINHEIRO, D.C.S. Atividade antioxidante e gastroprotetora de produtos naturais em

animais Experimentais. Rev. Bras. Pl. Med., v.10, n.2, p.116-123, 2008.

ROSS, D. Gluthatione, free radicals and chemotherapeutic agents Mechanisms of

Free-Radical Induced Toxicity and Gluthatione-dependent Protection. Pharmac.

Ther., Oxford, v.37, p.231-249, 1988.

RUJJANAWATE, C.; KANJANAPOTHI, D.; AMORNLERDPISON, D.; POJANA, S.

Anti-gastric ulcer effect of Kaempferia parviflora. Journal of Ethnopharmacology, v.

102, p. 120-122, 2005.

RUTHIG DJ, MECKLING-GILL KA. Both (n-3) and (n-6) fatty acids stimulate wound

healing in the rat intestinal epithelial cell line, IEC-6. J Nutr. Oct;129(10):1791-8,

1999.

SAMONINA, G.E.; KOPYLOVA, G.N.; LUKJANZEVA, G.V.; ZHUYKOVA, S.E;

SMIRNOVA, E.A.; GERMAN, S.V.; GUSEVA, A.A. Antiulcer effects of amylin: a

review. Pathophysiology, v. 11, p. 1-6, 2004.

SATOH H, GUTH PH, GROSSMAN MI. Role of bacteria in gastric ulceration

produced by indomethacin in the rat: cytoprotective action of antibiotics.

Gastroenterology; 84: 483±9, 1983.

Page 221: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

221

SATOH H, SHINO A, SATO F, ASANO S, MURAKAMI I, INATOMI N, NAGAYA H,

KATOH K, SZABO S AND FOLKMAN J: Role of endogenous basic fibroblast growth

factor in the healing of gastric ulcers in rats. Jpn J Pharmacol 73, 59 – 71 1997.

SANTOS, F.A.; RAO, V.S. 1,8-Cineol, a food flavoring agent, prevents ethanol-

induced gastric injury in rats. Dig. Dis. Sci., v. 46, p. 331–337, 2001.

SASAKI, N.; YAMADA, H.; HARA, S. Medicinal treatment to equine gastrointestinal

dysfunction. Journal Equine Science, Toquio, v. 14, n. 2, p. 37-49, 2003.

SAUL, C., TEIXEIRA, CR., PEREIRA-LIMA, JC., TORRESINI, RJS. Redução da

prevalência de úlcera duodenal: um estudo brasileiro (análise retrospectiva na última

década: 1996-2005). Arq. Gastroenterol. vol.44 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2007

SAVILL, J.Apoptosis in resolution of inflammation. J. LeukocyteBiol.61,375–

380,1997.

SCHMEDA-HIRSCHMANN, G.; YESILADA, E. Traditional medicine and

gastroprotective crude drugs. J. Ethnopharmacol., v. 100, p. 61-66, 2005.

SCHUBERT ML. Gastric secretion. Curr Opin Gastroenterol. Nov;20(6):519-25,

2004.

SCHUBERT, M.L. Gastric secretion. Current Opinion in Gastroenterology, v. 20, p.

519–525, 2007.

SCHULZ-GESKE S, ERDMANN K, WONG RJ, STEVENSON DK, SCHRÖDER H,

GROSSER N. Molecular mechanism and functional consequences of lansoprazole-

mediated heme oxygenase-1 induction. World J Gastroenterol. Sep 21;15(35):4392-

401, 2009.

SEAMON, K.B., PADDGETT, W.L., DALY, J.W. Forskolin: unique diterpene activator

of adnilil cilase in membranes and intact cells. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, v. 78, p.

3367-3369, 1981.

SEDLAK, J.; LINDSAY, R. H. Estimation total, protein bound and nonprotein

sulfhydryl groups in tissue with Elman’s reagent. Analytical Biochemistry, v. 25, p.

192-205, 1968.

SEIGLER L, WU WT. Separation of serum high-density lipoprotein for cholesterol

determination: ultracentrifugation vs precipitation with sodium phosphotungstate and

magnesium chloride. Clin Chem. Jun;27(6):838-41, 1981.

SEIGLER, DAVID, S. Integrative Biology 425, Plant Secondary Metabolism. [online]

Disponível na internet via http://www.life.illinois.edu/ib/425/lecture21.html. Arquivo

capturado em 07/12/2009.

Page 222: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

222

SENILH, S., BLECHERT, M., COLIN, M., GUERNARD, F. Evidence of new taxol

derivates extrated from Taxus bacata. J. Nat. Products, v. 68, n. 6, Suppl. p. 1333S-

1346S, 1998.

SEPÚLVEDA B., ASTUDILLO L., RODRÍGUEZ J. A., YÁÑEZ T., THEODULOZ C.,

SCHMEDA HIRSCHMANN G., Pharmacol. Res., 52, 429—437, 2005.

SEZGIN O, ALTINTAS E, UCBILEK E, TOMBAK A, TELLIOGLU B. Low efficacy rate

of moxifloxacin-containing Helicobacter pylori eradication treatment: in an

observational study in a Turkish population. Helicobacter; 12: 518-522, 2007.

SHEN SHENR, YONG LI, YING TANG, JAMES CUMMINS AND JOHNNY HUARD.

NS-398, a Cyclooxygenase-2-Specific Inhibitor, Delays Skeletal Muscle Healing by

Decreasing Regeneration and Promoting Fibrosis. American Journal of

Pathology.167:1105-1117, 2005.

SHIRAKABE H., TAKEMOTO T., KOBAYASHI K., OGOSHI K., KIMURA K.,

NAKAMURA K., WATANABE H. Clinical evaluation of teprenone, a mucosal

protective agent, in the treatment of patients with gastric ulcers: a nationwide,

multicenter clinical study. Clin. Ther. v. 17, n. 5, p. 924-935, 1995.

SHIRIN, H.; PINTO, J.T.; LIU, L.U.; MERZIANU, M.; SORDILLO, E.M.; MOSS, S.F.

Helicobacter pylori decreases gastric mucosal glutathione. Cancer Lett., v. 26, n. 2,

p. 127-33, 2001.

SIEGMUND, S. Animal moels in gastrointestinal alcohol research-a short appraisal of

the different models and their results. Best Practice & Research Clinical

Gastroenterology, v. 17, n. 4, p. 519-542, 2003.

SILEN, W. & ITO, S. Mechanism for rapid-epithelialization of the gastric mucosal

surface. Annu. Rev. Physiol. 47: 217–229, 1985.

SIMÕES ERB, SILVA EAT, SILVEIRA ER LIMA MS, BARROS GSV.

Pharmacological effects of actives principles of Egletes viscosa. Brasilian-Sino

Symposium on chemistry and pharmacology of natural products. P 111, p.17, 1989.

SIVALINGAM N, HANUMANTHARAYA R, FAITH M, BASIVIREDDY J,

BALASUBRAMANIAN KA, JACOB M. Curcumin reduces indomethacin-induced

damage in the rat small intestine. J Appl Toxicol. Nov-Dec;27(6):551-60, 2007.

SIVRI, B. Trends in peptic ulcer pharmacotherapy. Fundamental & Clinical

Pharmacology, v. 18, p. 23-31, 2004.

Page 223: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

223

SLOMIANY BL, PIASEK A, SAROSIEK J, SLOMIANY A. The role of surface and

intracellular mucus in gastric mucosal protection against hydrogen ion. Compositional

differences. Scand J Gastroenterol; 20: 1191-1196, 1985.

SOMASUNDARAM S, HAYLLAR H, RAO S, ET AL. The biochemical basis of non-

steroidal anti-in‾ammatory drug-induced dam- age to the gastrointestinal tract: a

review and a hypothesis. Scand J Gastroenterol; 30: 289±99, 1995.

SOMASUNDARAM, S.; SIMPSON, R.; RAFI, S.; SHERGILL, J.K.; BJARNASON, I.;

WRIGGLESWORTH, J. 2,4-diamino-6-hydroxy pyramidine inhibits NSAIDs induced

nitosyl-complex EPR signals and ulcer in rat jejunum. BMC Gastroenterol. V.18, p.2-

8, 2002.:

SONTAG SJ, SCHNELL TG, BUDIMAN-MAK E, ADELMAN K, FLEISCHMANN R,

COHEN S, ROTH SH, IPE D, SCHWARTZ KE. Healing of NSAID-induced gastric

ulcers with a synthetic prostaglandin analog (enprostil). Am J Gastroenterol 89:

1014–1020, 1994.

SOUZA M.F, RAO V.S, SILVEIRA E.R. Anti-anaphylactic and anti-inflammatory

effects of ternatin, a flavonoid isolated from Egletes viscosa Less. Braz J Med Biol

Res.;25(10):1029-32, 1992.

SOUZA MF, CUNHA GMA, FONTENELE JB, VIANA GSB, RAO VSN, SILVEIRA

ER. Antithrombotic activity of ternatin, a tetramethoxy flavone from Egletes viscosa

less. Phytotherapy Research; 8(8): 478-481, 1994.

SOUZA M.F., RAO V.SN., SILVEIRA E.R.; Prevention of Acetaminophen-induced

hepatotoxicity by ternatin, bioflavone from Egletes viscosa Less. Phytoterapy

Research. 12. 557-561, 1998.

SOUZA MF, TOMÉ AR, RAO VS. Inhibition by the bioflavonoid ternatin of aflatoxin

B1-induced lipid peroxidation in rat liver. J Pharm Pharmacol. Feb;51(2):125-9,

1999.

SPECTOR, A. A., KISER, R. E., DENNING, G. M., KOH, S.-W. & DEBAULT, L. E.

Modification of the fatty acid composition of cultured human fibroblasts. J. Lipid Res.

20: 536–547, 1979.

STEWART TH, HETENYI C, ROWSELL H, et al. Ulcerative enterocolitis in dogs

induced by drugs. J Pathol; 131: 363±78, 1980.

SZABO, S. & VINCZE, Á. Growth factors in ulcer healing: lessons from recent

studies. Journal of Physiology, v. 94, p. 77-81, 2000.

Taber SS, Mueller BA: Drug-associated renal dysfunction. Crit

Page 224: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

224

Care Clin 2006, 22:357-374.

TACHE Y, YONEDA M, KATO K, KIRA´ LY A´ , SU¨ TO G AND KANEKO H.

Intracisternal thyrotropin-releasing hormone-induced vagally mediated gastric

protection against ethanol lesions: central and peripheral mechanism. J

Gastroenterol Hepatol 9 (Suppl 1): S29–S35, 1994.

TAKAGI H, T. INUKAI, M. NAKAM; Jpn. J. Pharmacol. 16: 287-294, 1969

TAKEUCHI, Y., MORII, H., TAMURA, M., HAYAISHI, O., AND WATANABE, Y.

Arch. Biochem. Biophys. 289, 33–3,8, 1991.

TAKEUCHI K, AIHARA E, SASAKI Y, NOMURA Y, ISE F. Involvement of

cyclooxygenase-1, prostaglandin E2 and EP1 receptors in acid-induced HCO3-

secretion in stomach. J Physiol Pharmacol. Dec;57(4):661-76, 2006.

TARNAWSKI, A.; HOLLANDER, D.; GERGELY, H.; STACHURA, J. Comparison of

antacid, sucralfate, cimetidine, and ranitidine in protection of the gastric mucosa

against ethanol injury. Am J Med., v. 79(2C), p. 19-23, 1985.

TAZOE H, OTOMO Y, KAJI I, TANAKA R, KARAKI SI, KUWAHARA A. Roles of

short-chain fatty acids receptors, GPR41 and GPR43 on colonic functions. J Physiol

Pharmacol. Aug;59 Suppl 2:251-62, 2008.

TSUTSUMI S., HARUNA R., TOMISATO W., TAKANO T., HOSHINO T., TSUCHIYA

T., MIZUSHIMA T., Dig. Dis. Sci., 47, 84—89 2002.

TÉTREAULT MP, CHAILLER P, BEAULIEU JF, RIVARD N, MÉNARD D. Epidermal

growth factor receptor-dependent PI3K-activation promotes restitution of wounded

human gastric epithelial monolayers. J Cell Physiol. Feb;214(2):545-57, 2008.

THOMPSON, M.J.; HEIMENDINGER, J.; DIKER, A.; O’NEILL, C.; HAEGELE, A.;

HEINECKE, B.; WOLFE, P.; SEDLACEK, S.; ZHU, Z.; JIANG, W. Dietary botanical

diversity affects the reduction of oxidative biomarkers in women due to high

vegetable and fruit intake. J. Nutr., v. 136, p. 2207–2212, 2006.

TOMA, W.; GRACIOSO, J. S.; ANDRADE, F. D. P.; HIRUMA-LIMA, C. A.; VILEGAS,

W.; BRITO, A. R. M. S. Antiulcerogenic activity of four extracts from the barks wood

of Quassia amara L. (Simaroubaceae). Biological Pharmaceutical Bulletin, v. 25, n. 9,

p. 1151-1155, 2002.

TORSSELL, K.G.B. The mevalonic acid pathway. New York: John Wiley & Sons, v.

189, 1983.

TRONCON, L.E.A. Novas drogas no tratamento da dispepsia funcional. Arq.

Gastroenterol. v. 38, p. 3, 2001.

Page 225: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

225

TUREK JJ, SCHOENLEIN IA. Indomethacin-induced gastrointestinal ulcers in rats:

effects of dietary fatty acids and endotoxin. Prostaglandins Leukot Essent Fatty

Acids; 48: 229±32, 1993.

UCHIDA, M.; MATSUEDA, K; SHODA, R.; MURAOKA, A. & YAMATO, S. Nitric oxide

donating compounds inhibit HCl-induced gastric mucosal lesions mainly via

prostaglandin. Jpn. J. Pharmacol., v. 85, p. 133-138, 2001.

ULINSKI T, GUIGONIS V, DUNAN O, BENSMAN A: Acute renal failure after

treatment with non-steroidal anti-inflammatory drugs. Eur J Pediatr, 163:148-150,

2004.

UZUN, H.; SIMSEK, G.; AYDIN, S.; UNAL, E.; KARTER, Y.; YELMEN, N.K.; VEHID,

S.; CURGUNLU, A.; KAYA, S. Potential effects of L-NAME on alcoholinduced

oxidative stress. World J Gastroenterol, v. 11(4), p. 600-604, 2005.

VARGHESE J, FAITH M, JACOB M .Zinc prevents indomethacin-induced renal

damage in rats by ameliorating oxidative stress and mitochondrial dysfunction. Eur J

Pharmacol. Jul 1;614(1-3):114-21. 2009

VERGARA M, VALLVE M, GISBERT JP, CALVET X. Meta-analysis: comparative

efficacy of different proton-pump inhibitors in triple therapy for Helicobacter pylori

eradication. Aliment Pharmacol Ther; 18: 647-654, 2003

VIEIRA MM, MACEDO FYBM , FILHO JNB , COSTA ACLV , CUNHA AN, SILVEIRA

ER , BRITO GAC , RIBEIRO RA. Ternatin, a flavonoid, prevents cyclophosphamide

and ifosfamide-induced hemorrhagic cystitis in rats Phytotherapy Research;18 (2):

135-141, 2004.

VON SCHACKY, C., FISHER, S. & WEBER, P. C. Long term effects of dietary

marine n-3 fatty acids upon plasma and cellular lipids, platelet function and

eicosanoid formation in humans. J. Clin. Invest. 76: 1631–1631, 1985.

VOSSEN, R.C.R.M., FEIJGE, M.A.H., HEEMSKERK, J.W.M., VAN DAM-MIERAS,

M.C.E., HORNSTRA, G. & ZWAAL, R.F.A. Long-term fatty acid modification of

endothelial cells: implications for arachidonic acid distribution in phospholipid

classes. J. Lipid Res. 34: 409–420, 1993.

VUORELA P., LEINONEN M., SAIKKU P., TAMMELA P., RAUHA J. P.,

WENNBERG T., VUORELA H., Curr. Med. Chem., 11, 1375—1389, 2004.

WALLACE JL, WHITTLE BJ. Role of mucus in the repair of gastric epithelial damage

in the rat. Inhibition of epithelial recovery by mucolytic agents. Gastroenterology; 91:

603-611, 1986.

Page 226: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

226

WALLACE JL. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs and gastroenteropathy:

The second hundred years. Gastroenterology; 112: 1000±16, 1997.

WALLACE, J,L.; MILLER, M.J. Nitric Oxide in mucosal defense: a little goes a long

way. Gastroenterology, v. 119, p. 512-520, 2000.

WALLACE, J. L. Mechanisms of Protection and Healing: Current Knowledge and

Future Research. The American Journal of Medicine. v.110, p.19-23, 2001.

WALLACE JL. Prostaglandins, NSAIDs, and gastric mucosal protection: why doesn't

the stomach digest itself? Physiol Rev. Oct;88(4):1547-65, 2008.

WALSH MF, AMPASALA DR, HATFIELD J, VANDER HEIDE R, SUER S, RISHI AK,

BASSON MD. Transforming growth factor-beta stimulates intestinal epithelial focal

adhesion kinase synthesis via Smad- and p38-dependent mechanisms. Am J Pathol.

Aug;173(2):385-99 2008.

WANG JY, NAGAI H, OKABE S. Effect of omeprazole on delayed healing of acetic

acid-induced gastric ulcers in rats. Jpn J Pharmacol; 54: 82-5, 1990.

WEBER, P. C. The modification of the arachidonic acid cascade by n-3 fatty acids.

Adv. Prostagl. Thrombox. Leukotr. Res. 20: 232–240, 1990.

WEISSENBORN U, MAEDGE S, BUETTNER D, SEWING KF. Indomethacin-

increased gastrointestinal lesions in relation to tissue concentration, food intake and

bacterial invasion in the rat. Pharmacology.;30:32–39, 1985.

WHITTLE BJR. TEMPORAL relationship between cyclooxygenase inhibition as

measured by prostacyclin biosynthasus and the gastrointestinal damage induced by

indomethacin in rat. Gastroenterology.;80:94–98, 1981.

WHITTLE BJR, LASZLO F, EVANS SM, MONCADA S. Induction of nitric oxide

synthase and microvascular injury in the rat jejunum provoked by indomethacin. Br J

Pharmacol.;116:2286–2290, 1995.

WILSON R. G., SMITH A. N., MACINTYRE I. M., Br. J. Surg., 77, 1103— 1104 1990.

YAMADA T, DEITCH E, SPECIAN RD, et al. Mechanisms of acute and chronic

intestinal inflammation induced by indomethacin. Inflammation; 17: 641±62, 1993.

YAMADA T, HOSHINO M, HAYAKAWA T, et al. Bile secretion in rats with

indomethacin-induced intestinal inflammation. Am J Physiol; 270: G804±12, 1996.

YAMAMOTO O, OKADA Y AND OKABE S: Effects of a proton pump inhibitor,

omeprazole, on gastric secretion and gastric and duodenal ulcers or erosions in rats.

Dig Dis Sci 29, 394 – 401, 1984.

Page 227: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

227

YANG, Y.X.; LEWIS, J.D.; EPSTEIN, S.; METZ, D.C. Long-term proton pump

inhibitor therapy and risk of hip fracture. JAMA, v. 296, p. 2947-2953, 2006.

YANG H, KAWAKUBO K AND TACHE Y. Intracisternal PYY increases gastric

mucosal resistance: role of cholinergic, CGRP and NO pathways. Am J Physiol

277:G555–G562, 1999.

YEOMANS, N. D., ST. JOHN, D.J.B. & DEBOER, W. G. Regeneration of gastric

mucosa after aspirin induced injury to the rat. Am. J. Dig. Dis. 18:

773–780, 1973.

YIN S, SU ZS, ZHOU ZW, DONG L, YUE JM.Antimicrobial diterpenes from

Trigonostemon chinensis. J Nat Prod. Aug;71(8):1414-7, 2008.

YUAN, Y.; PADOL, I. T.; HUNT, R. H. Peptic ulcer disease today. Nature Clinical

Practice. Gastroenterology & Hepatology. 3: 80-89, 2006.

YUJI NAITO. Anti-Inflammatory and Anti-Oxidative Properties of Proton Pump

Inhibitors. J Clin Biochem Nutr. 41(2): 82–83, 2007.

YUNES, R.A.; PEDROSA, R.C.; CECHINEL FILHO, V. Fármacos e fitoterápicos: a

necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no

Brasil. Quim. Nova, v. 24, p.1, 2001.

ZAYACHKIVSKA, O.S.; KONTUREK, S.J.; DROZDOWICZ, D.; BRZOZOWSKI, T.;

GZHEGOTSKY, M.R. Influence of plant-originated gastroprotective and antiulcer

substances on gastric mucosal repair. Fiziol Zh, v. 50, p. 118-127, 2004.

ZIEGLER TR, EVANS ME, FERNANDEZ-ESTIVARIZ C, JONES DP. Trophic and

cytoprotective nutrition for intestinal adaptation, mucosal repair, and barrier function.

Annu Rev Nutr., v. 23, p. 229-261, 2003.

Page 228: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA …€¦ · 4.5. Esvaziamento gástrico 76 4.6. Avaliação da atividade de AC sobre Helicobacter pylori 77 4.7. Lesão gástrica

228

9. ANEXO - ARTIGOS PUBLICADOS

GUEDES, M.M; CARVALHO, A.C.S; LIMA, A.F.L; LIRA, S.R.S; QUEIROZ, S.S;

SILVEIRA, E.R; SANTOS, F.A; RAO, V.S. Gastroprotective Mechanisms of

Centipedic Acid, a Natural Diterpene from Egletes viscosa LESS. Biol. Pharm. Bull;

31: 1351-1355, 2008.

PUBLICAÇÃO NA MESMA LINHA DE PESQUISA:

CARVALHO A.C, GUEDES M.M, DE SOUZA A.L, TREVISAN M.T, LIMA A.F,

SANTOS F.A, RAO, V.S. Gastroprotective effect of mangiferin, a xanthonoid from

Mangifera indica, against gastric injury induced by ethanol and indomethacin in

rodents. Planta Med.;73(14):1522, 2007.

LIRA, SRS; Rao, VS; CARVALHO, AC; GUEDES, MM; MORAIS, TC; SOUZA, AS;

TREVISAN, MTS; LIMA, AF; CHAVES, MH; SANTOS, FA. Gastroprotective effect of

lupeol on ethanol-induced gastric damage and the underlying mechanism.

Inflammopharmacology, 2009.

PUBLICAÇÃO EM LINHA DE PESQUISA AFIM (PRODUTOS NATURAIS):

RABELO, AFL; GUEDES, MM; TOMÉ, AR; LIMA, PR; MACIEL, MA; LIRA SRS;

CARVALHO, ACS; SANTOS, FA; RAO, VS. Vitamin E Ameliorates High Dose trans-

Dehydrocrotonin-Associated Hepatic Damage in Mice. Natural Product

Communications (TRABALHO ACEITO PARA PUBLICAÇÃO-2010)

HOLANDA PINTO S.A, PINTO L.M, GUEDES M.A, CUNHA G.M, CHAVES M.H,

SANTOS F.A, RAO V.S. Antinoceptive effect of triterpenoid alpha,beta-amyrin in rats

on orofacial pain induced by formalin and capsaicin. Phytomedicine. Aug;15(8):630-

4, 2007.