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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CERRO LARGO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DIANA SCHMITZ GESTÃO DE CUSTOS RURAIS: APLICABILIDADE DOS CONCEITOS EM GRANDES EMPRESAS RURAIS E UMA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR CERRO LARGO 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CERRO LARGO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DIANA SCHMITZ

GESTÃO DE CUSTOS RURAIS: APLICABILIDADE DOS CONCEITOS EM

GRANDES EMPRESAS RURAIS E UMA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA

FAMILIAR

CERRO LARGO

2018

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DIANA SCHMITZ

GESTÃO DE CUSTOS RURAIS: APLICABILIDADE DOS CONCEITOS EM

GRANDES EMPRESAS RURAIS E UMA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA

FAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Administração da Universidade Federal da Fronteira Sul

como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel

em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Ari Söthe

CERRO LARGO

2018

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S355g SCHMITZ, Diana.

Gestão de custos rurais: aplicabilidade dos conceitos em grandes empresas rurais e uma propriedade da agricultura

familiar / Diana Schmitz.-- 2018. 81 f. ; il.

Orientador: Prof. Dr. Ari Söthe.

Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Federal da Fronteira Sul, Bacharel em Administração, Cerro Largo, RS, 2018.

1. Agronegócio. 2. Agricultura familiar. 3. Custo econômico. I. Söthe, Ari orient. II. Universidade Federal da Fronteira Sul. III. Título.

CDD: 630.71

Ficha Catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Rafael P. de Almeida – CRB10/2448

Campus Cerro Largo

Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

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Ficha Catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Rafael P. de Almeida – CR

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar presente em cada momento da minha vida, e fazer com que eu

chegasse até aqui.

A meus pais, Cleci Nelci Immig Schmitz e Guido Aloísio Schmitz, pelo apoio e

incentivo em todos os momentos da minha vida.

A minha irmã Andrieli Schmitz, pelo incentivo, compreensão e ajuda em cada momento

da minha vida.

Ao meu namorado Maiquel Adams, pela força, incentivo e carinho ao longo dessa

caminhada.

A minha cunhada Kedlen Adams, pela amizade e carona todos os dias até a UFFS.

Ao orientador Prof. Dr. Ari Söthe, pela ajuda, dedicação, disponibilidade e paciência

durante a realização desse trabalho.

A Universidade Federal da Fronteira Sul, seu corpo docente, direção e administração

pela oportunidade de estudo e formação superior.

E a todos que de uma ou de outra forma me auxiliaram e apoiaram na realização deste

trabalho, meu muito obrigada.

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“A persistência é o caminho do êxito”.

Charles Chaplin

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RESUMO

A gestão de custos pode ser utilizada por pequenas e grandes empresas, sendo que cada uma

tem suas próprias características, dependendo da atividade que exerce. Qualquer

empreendimento necessita de gerenciamento e controle dos custos, ajudando o gestor no

momento da tomada de decisão. Nesse sentido, o estudo teve como objetivo geral, aplicar os

conceitos da gestão de custos à grandes empresas rurais listadas na BOVESPA e às atividades

de uma propriedade da agricultura familiar da região das Missões/RS a partir dos dados

disponibilizados. Para responder o problema da pesquisa e atingir o objetivo do trabalho, foi

utilizada a abordagem qualitativa de cunho descritivo, buscando informações dos relatórios de

Administração de uma empresa de cada segmento: agrícola, pecuária e agroindustrial. Em

complemento foram utilizadas informações documentais de uma propriedade da agricultura

familiar, assim como, a aplicação de um questionário ao gestor. Para o estudo foram utilizadas

empresas rurais listadas na BOVESPA com finalidade de verificar através da análise de

conteúdo quais conceitos de gestão de custos são possíveis de aplicar. Posteriormente, a

aplicação de estudo de caso em uma propriedade da agricultura familiar da região das

Missões/RS, também com intuito de verificar se os conceitos de gestão de custos são aplicáveis.

Os resultados da pesquisa demonstraram que conceitos como custo do produto, rentabilidade e

lucratividade são considerados importantes, tanto para aplicação nas empresas rurais listadas

na BOVESPA, quanto na propriedade da agricultura familiar. Destaca-se também que na visão

do gestor os conceitos de lucratividade, rentabilidade, custo do produto, margem de segurança

e análise custo/volume/lucro trazem resultados importantes para a propriedade no

desenvolvimento de suas atividades. Conclui-se que um conjunto de conceitos de gestão de

custos podem ser utilizados tanto em grandes e pequenas propriedades rurais pela diversidade

de informações geradas.

Palavras-chave: Atividade rural. Agronegócio. Conceitos de custos.

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ABSTRACT

Cost management can be used by small and large companies, each of which has its own

characteristics, depending on the activity it carries out. Any enterprise needs management and

control of costs, helping the manager at the moment of decision making.

In this sense, the main objective of the study was to apply the concepts of cost management to

the large rural companies listed on the BOVESPA and to the activities of a family farm in the

Region of Missões/RS, based on the data available. In order to answer the research problem

and to reach the objective of the work, a descriptive qualitative approach was used, seeking

information from the management reports of a company from each segment: agricultural,

livestock and agroindustrial. In addition, documentary information on a family farm property

was used, as well as the application of a questionnaire to the manager. For the study, rural

companies listed on the BOVESPA were used to verify through content analysis which

concepts of cost management are possible to apply. Subsequently, the application of a case

study in a family farm property of the Missões/RS region, also in order to verify if the concepts

of cost management are applicable. The research results showed that concepts such as product

cost, profitability and profitability are considered important, both for application in rural

companies listed on the BOVESPA and in the ownership of family agriculture. It is also

highlighted that in the manager's view the concepts of profitability, profitability, product cost,

margin of safety and cost/volume/profit analysis bring important results for the property in the

development of its activities. We conclude that a set of cost management concepts can be used

both in large and small rural properties for the diversity of information generated.

Keywords: Rural Activity. Agribusiness. Cost Concepts.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Comportamento dos custos fixos e variáveis ......................................................... 21

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Componentes da análise custo/volume/lucro ........................................................... 25

Figura 2 - Diferença do custeio-meta em relação à visão tradicional ...................................... 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Três grandes ramos da atividade rural.................................................................... 32

Quadro 2 - Conceitos de gestão de custos aplicáveis às empresas rurais listadas na BOVESPA

a partir dos dados disponibilizados. .......................................................................................... 45

Quadro 3 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa SLC Agrícola. ........ 46

Quadro 4 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa Minerva Foods. ...... 47

Quadro 5 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa Raízen Energia S.A.

.................................................................................................................................................. 48

Quadro 6 - Conceitos de gestão de custos aplicáveis às atividades da propriedade da

agricultura familiar a partir dos dados disponibilizados. .......................................................... 49

Quadro 7 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de milho. .............. 50

Quadro 8 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de leite. ................. 51

Quadro 9 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de melado. ............ 53

Quadro 10 - Comparação dos conceitos de gestão de custos aplicados às empresas listadas na

BOVESPA e à propriedade da agricultura familiar.................................................................. 54

Quadro 11 - Conceitos de gestão de custos considerados importantes para aplicação na

propriedade. .............................................................................................................................. 56

Quadro 12 - Conceitos de gestão de custos considerados importantes após a aplicação na

propriedade. .............................................................................................................................. 57

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - Margem de contribuição ....................................................................................... 22

Equação 2 - Margem de segurança ........................................................................................... 22

Equação 3 - Grau de alavancagem ........................................................................................... 23

Equação 4 - Ponto de equilíbrio contábil ................................................................................. 23

Equação 5 - Ponto de equilíbrio econômico ............................................................................. 23

Equação 6 - Ponto de equilíbrio financeiro .............................................................................. 24

Equação 7 - Rentabilidade ........................................................................................................ 26

Equação 8 - Lucratividade ........................................................................................................ 26

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LISTA DE SIGLAS

ABC Activity-Based Costing

BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo

BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEP Comitê de Ética de Pesquisa

COOPERCUC Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos

ECT Economia dos Custos de Transação

FECOAGRO Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina

GCI Gestão de Custos Interorganizacionais

I Investimento

IOF Investor-Owned Firms

IRAMUTEQ Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de

Questionnaires

L Lucro

MC Margem de Contribuição

PEC Ponto de Equilíbrio Contábil

PEE Ponto de Equilíbrio Econômico

PEF Ponto de Equilíbrio Financeiro

PIB Produto Interno Bruto

RT Receita Total

SEAPA Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFFS Universidade Federal da Fronteira Sul

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15

1.1 TEMA ........................................................................................................................ 16

1.1.1 Problema de pesquisa ............................................................................................... 16

1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 16

1.2.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 16

1.2.2 Objetivos específicos................................................................................................. 16

1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 17

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................. 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 19

2.1 CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS ............................................................... 19

2.1.1 Classificação de Custos ............................................................................................ 19

2.1.1.1 Custos diretos e indiretos ........................................................................................... 20

2.1.1.2 Custos fixos e variáveis .............................................................................................. 20

2.1.2 Indicadores de desempenho ..................................................................................... 22

2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS .............................. 27

2.2.1 Sistemas de acumulação contínua e por ordem ..................................................... 27

2.2.2 Custeio por absorção ................................................................................................ 28

2.2.3 Custeio ABC .............................................................................................................. 28

2.2.4 Custeio variável ou direto ........................................................................................ 29

2.2.5 Custeio-meta ou custeio-alvo ................................................................................... 29

2.2.6 Custeio padrão .......................................................................................................... 30

2.2.7 Custeio kaizen ........................................................................................................... 31

2.3 GESTÃO DE CUSTOS NA ATIVIDADE RURAL ................................................. 32

2.4 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE GESTÃO DE CUSTOS NO AGRONEGÓCIO

................ .................................................................................................................................. 34

2.5 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE GESTÃO DE CUSTOS NA AGRICULTURA

FAMILIAR ................................................................................................................. 36

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 39

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 39

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................................... 40

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 41

3.4 DEFINIÇÃO DOS OBJETOS DE ESTUDO ............................................................ 41

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3.4.1 Empresas selecionadas listadas na BOVESPA ...................................................... 41

3.4.2 Propriedade da agricultura familiar ...................................................................... 42

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................ 43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 44

4.1 CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS RURAIS

LISTADAS NA BOVESPA A PARTIR DOS DADOS DISPONIBILIZADOS ...... 44

4.2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS ÀS EMPRESAS

RURAIS LISTADAS NA BOVESPA A PARTIR DOS DADOS

DISPONIBILIZADOS ............................................................................................... 46

4.3 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS EM UMA

PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR A PARTIR DOS DADOS

DISPONIBILIZADOS ............................................................................................... 48

4.4 COMPARAÇÃO DOS CONCEITOS UTILIZADOS PELAS EMPRESAS

SELECIONADAS DA BOVESPA E A PROPRIEDADE DA AGRICULTURA

FAMILIAR ................................................................................................................. 54

4.4 IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DE GESTÃO DE CUSTOS PARA O

GESTOR DA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR A PARTIR DOS

RESULTADOS ENCONTRADOS ........................................................................... 55

5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 61

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(TCLE) ...................................................................................................................... 67

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ............................................ 70

APÊNDICE C – DADOS UTILIZADOS PARA CÁLCULO DOS CONCEITOS

DE GESTÃO DE CUSTOS DAS EMPRESAS RURAIS LISTADAS NA

BOVESPA ................................................................................................................. 73

APÊNDICE D – DADOS UTILIZADOS PARA CÁLCULO DOS CONCEITOS

DE GESTÃO DE CUSTOS DA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA

FAMILIAR ............................................................................................................... 75

APÊNDICE E – CÁLCULO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS

DAS EMPRESAS RURAIS LISTADAS NA BOVESPA ..................................... 78

APÊNDICE F – CÁLCULO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS

DA PROPPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR .................................. 80

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1 INTRODUÇÃO

A gestão de custos é um mecanismo aplicável a pequenas e grandes empresas. No

entanto, assim como nas demais atividades produtivas, na atividade rural predomina a sua

utilização em grandes empresas rurais. Apesar de os custos utilizados na agricultura familiar

serem semelhantes aos das empresas do agronegócio, cada propriedade tem suas próprias

características, dependendo da atividade que esta exerce (FRANCO, 1988 apud CALLADO;

CALLADO, 1999).

Segundo Martins (2010), deve-se ter conhecimento dos custos dos produtos para saber

se, a determinado preço eles são lucrativos ou, se existem possibilidades de redução dos custos

quando estes são muito altos. Marion (2010) complementa que a contabilização dos custos é

fundamental para a administração de empresas e propriedades, principalmente quando se

relacionam ao meio rural por terem períodos de produção e vendas diferentes de outros

segmentos. Além disso, a gestão de custos é essencial para a propriedade que busca se manter

ao longo dos anos, pois, ela ajuda no momento de tomada de decisão, devido ao conjunto de

informações que disponibiliza (PASA; NASCIMENTO; CORREIO, 2017).

Vorpagel, Hofer e Sontag (2017) ressaltam que todo e qualquer empreendimento

necessita de gerenciamento e controle dos custos, mesmo quando se remete a uma propriedade

rural de pequena complexidade. Portanto, a gestão de custos deve ser utilizada tanto no

agronegócio, quanto na agricultura familiar. Através desse gerenciamento, o proprietário

consegue ter um controle de custos que trará informações relevantes para a tomada de decisão

(LEAL et al., 2015).

Portanto, a contabilidade é um fator importante para o gerenciamento das propriedades

rurais, devido à complexidade de informações geradas. Além disso, percebe-se o aumento de

tecnologias e competitividade no meio rural, e isso obriga os produtores a estarem atentos as

mudanças, para conseguir continuar produzindo com eficiência e custos baixos (CUNHA,

2011).

Os estudos de Cunha (2011), Hofer et al. (2006), Süptitz, Wobeto e Hofer (2009),

Danieli et al. (2017), relatam a falta de controle dos custos, tanto em grandes, quanto pequenas

propriedades devido a falta de conhecimento para aplicação dos conceitos de custos. Para tanto,

necessita-se criar um mecanismo que ajude os produtores no cálculo do custo dos produtos e

entendimento desses cálculos, para que estes saibam tomar as decisões certas a partir dos

resultados encontrados.

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1.1 TEMA

O tema está voltado à aplicabilidade dos conceitos da gestão de custos nas grandes

empresas do segmento rural e às propriedades da agricultura familiar.

1.1.1 Problema de pesquisa

Quais conceitos da gestão de custos são aplicáveis à grandes empresas do segmento

rural e às atividades de uma propriedade da agricultura familiar a partir dos dados

disponibilizados?

1.2 OBJETIVOS

Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 94), “o objetivo do estudo vincula-se diretamente

à própria significação da tese proposta pelo pesquisador e à colocação de propósitos que estão

diretamente relacionados com o problema de pesquisa”. Com isso, os objetivos estão

classificados em geral e específicos.

1.2.1 Objetivo geral

Aplicar os conceitos da gestão de custos à grandes empresas rurais listadas na

BOVESPA e às atividades de uma propriedade da agricultura familiar da região das Missões/RS

a partir dos dados disponibilizados.

1.2.2 Objetivos específicos

i. Identificar os conceitos de gestão de custos aplicáveis às empresas rurais listadas na

BOVESPA a partir dos dados disponibilizados;

ii. Aplicar os conceitos de gestão de custos às empresas rurais listadas na BOVESPA a

partir dos dados disponibilizados;

iii. Aplicar os conceitos de gestão de custos em uma propriedade da agricultura familiar

a partir dos dados disponibilizados;

iv. Identificar a importância das informações de gestão de custos para o gestor da

propriedade da agricultura familiar a partir dos resultados encontrados.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Torna-se relevante a realização deste estudo para demonstrar que a gestão de custos é

aplicável tanto em grandes, quanto pequenas propriedades rurais. Em complemento, a maioria

dos usuários da informação desconhecem as formas de apuração dos custos em suas

propriedades. Desse modo, este trabalho apresenta no referencial teórico conceitos sobre as

variáveis utilizadas para calcular os custos de produção das diversas atividades do meio rural,

como a atividade agrícola, pecuária e agroindustrial, assim como sua aplicabilidade em grandes

empresas do segmento rural e as propriedades da agricultura familiar.

O estudo ganha importância por estar sendo realizado em uma pequena propriedade da

região Missões/RS, apresentando-se poucos trabalhos sobre o tema. Ressalta-se que a gestão

rural ajuda os agricultores na tomada de decisão, e devido as constantes mudanças no meio

rural, os produtores precisam estar atentos à alteração de preços dos produtos e serviços

necessários para continuar produzindo no meio rural e ter um resultado econômico positivo

(CUNHA, 2011).

Além disso, é importante destacar que as atividades agropecuárias são consideradas uma

alternativa de trabalho e renda, por reter pessoas no campo, e a apuração dos custos contribui

para a avaliação da atividade agropecuária. De acordo com a Agência IBGE Notícias (2018), o

setor agropecuário é um grande produtor de alimentos, gerando riqueza para o país e formação

do PIB (Produto Interno Bruto), contribuindo na alta do PIB no ano de 2017.

Crepaldi (2011) ressalta a importância da contabilidade no meio rural, pois através dela

é possível gerenciar os custos da propriedade, que são fundamentais para ter sucesso na

atividade que exerce. Santos, Marion e Segatti (2002) complementam que existem muitos

problemas devido a utilização incorreta ou não utilização das ferramentas administrativas.

Além disso, muitos produtores acreditam que a experiência e recursos para produzir são os

suficientes, identificando problemas somente no momento em que a atividade econômica já se

tornou economicamente inviável. Com isso, percebe-se que a gestão de custos deve fazer parte

do dia a dia do produtor rural, para auxiliá-lo no momento de tomada de decisão. Portanto, este

estudo se justifica em diversos aspectos, trazendo novos conhecimentos e sua aplicação na

prática.

Por fim, vale destacar que foram selecionadas três empresas listadas na BOVESPA do

segmento rural: agrícola, pecuária e agroindustrial, pois a propriedade da agricultura familiar

selecionada apresenta estas três atividades, servindo assim de parâmetro para comparação entre

as empresas da BOVESPA e agricultura familiar.

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1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Com o objetivo de atingir os objetivos propostos, o presente trabalho está estruturado

em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta a introdução do trabalho, que contextualiza

o tema da pesquisa, o problema, o objetivo geral, os objetivos específicos e a justificativa para

realização do trabalho. O segundo capítulo apresenta o referencial teórico, onde são abordados

conceitos de gestão de custos, sistemas e métodos de acumulação de custos, custos na atividade

rural, estudos anteriores sobre a gestão de custos no agronegócio e estudos anteriores sobre a

gestão de custos na agricultura familiar. O terceiro capítulo aborda a metodologia do trabalho,

sendo descritos os procedimentos para realização da pesquisa e coleta dos dados. No quarto

capítulo são apresentados os resultados e discussões. No quinto e último capítulo são

apresentadas as conclusões do trabalho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este trabalho abrange a gestão de custos para as atividades rurais de pequeno e grande

porte, para tanto, nesse capítulo, são apresentadas cinco seções, abordando-se conceitos de

gestão de custos, sistemas e métodos de acumulação de custos e a gestão de custos na atividade

rural. Em seguida são apresentados estudos anteriores sobre gestão de custos no agronegócio e

por último, estudos anteriores sobre gestão de custos na agricultura familiar.

2.1 CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS

A contabilidade de custos surgiu a partir da contabilidade financeira, como forma de

controlar o custo dos estoques (MARTINS, 2010). Atualmente, a contabilidade de custos é

utilizada na gerência de organizações e empresas, ajudando-as no planejamento, controle de

suas atividades e tomada de decisão (LEONE; LEONE, 2010). Através do controle de custos,

é possível ter uma visão clara de quais problemas de ordem financeira estão afetando a

organização. Além disso, as informações de custos auxiliam no processo de tomada de decisão

(BORNIA, 2010).

Para Maher (2001, p. 38), “a contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que

mede, regista e relata informações sobre os custos”. A gestão de custos abrange apenas as

questões internas da empresa, pois identifica e coleta informações que ajudem os gestores a

tomar decisões. Para que seja possível fazer esse gerenciamento, é preciso ter uma noção dos

custos da organização (HANSEN; MOWEN, 2010).

Callado e Callado (2006) ressaltam que a utilização da contabilidade de custos é uma

necessidade para todas as empresas que desejam se manter competitivas e permanecer no

mercado. No entanto, no meio rural ela deve ser mais rígida, pois cada propriedade possui

características específicas, que precisam ser levadas em consideração para o cálculo e controle

dos custos. Assim sendo, existem vários conceitos diferentes utilizados na gestão de custos, os

quais são abordados a seguir.

2.1.1 Classificação de Custos

De acordo com Perez Jr., Oliveira e Costa (2011), custos são os gastos para produção

de um determinado bem ou serviço, como por exemplo, a matéria-prima. Maher (2001) utiliza

como exemplo, as coisas que compramos no dia-a-dia, como livros, roupas, alimentos, pois

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20

precisamos fazer um esforço para conseguir adquiri-las, pois pagamos um preço por isso.

Martins (2010) complementa que o custo é considerado um gasto no momento da aquisição, e

só se transforma em custo quando é utilizado para fazer um produto.

Por sua vez, despesa é valor gasto com a administração da empresa e não está

relacionado a fabricação de um produto (BORNIA, 2010). Para Souza e Clemente (2011, p.

18), “por despesas, tradicionalmente, entende-se o valor dos bens e serviços não diretamente

relacionados com a produção de outros bens ou serviços, consumidos num determinado

período”. Como exemplo, o microcomputador da secretária, inicialmente era um investimento,

que em parte se transformou como despesa devido a sua depreciação (MARTINS, 2010).

2.1.1.1 Custos diretos e indiretos

Custo direto é aquele que está diretamente relacionado ao produto (MAHER, 2001). Os

custos diretos não utilizam critérios de rateio para sua alocação aos produtos finais, pois são de

fácil identificação. Na maioria das vezes referem-se aos materiais diretos e mão de obra direta.

Como exemplo de materiais diretos, temos a madeira e o couro em uma fábrica de móveis, e a

mão de obra direta em uma firma de auditoria seriam os salários e os encargos dos funcionários

(PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2011).

De outro lado, o custo indireto é aquele que não está ligado ao produto (MAHER, 2001).

Estes, por sua vez precisam ser apropriados aos produtos através de um critério de rateio, como

a mão de obra indireta de uma indústria, os materiais indiretos que auxiliam na manutenção e

limpeza das máquinas da indústria e outros custos indiretos, como por exemplo, a depreciação

destas máquinas e equipamentos (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2011).

Souza e Clemente (2011, p. 28) remetem a ideia de que, “para a gestão de custos, a

classificação de uma espécie de custo em direto ou indireto depende da forma de utilização do

recurso, isso é, depende do processo de produção”. Isto quer dizer que o mesmo equipamento

ou produto pode ser caracterizado como um custo direto ou indireto, dependendo da forma que

for utilizado.

2.1.1.2 Custos fixos e variáveis

Para Leone e Leone (2010), custos variáveis são aqueles que se alteram de acordo com

a quantidade produzida, como por exemplo, a água, a energia, o vapor e os insumos utilizados

no processo. E custos fixos são aqueles que não mudam de acordo com a quantidade produzida.

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De acordo com Martins (2010), os custos fixos serão sempre os mesmos, no entanto, o valor

poderá mudar devido a variação de preços.

Portanto, Martins (2010) dá o exemplo da energia elétrica que é considerada tanto um

custo fixo, quanto custo variável. Fixo, pois, terá que pagar uma taxa todo mês, independente

do quanto irá gastar, e variável, que depende do consumo do mês. Souza e Clemente (2011)

alertam da importância de definir quais os custos fixos e variáveis antes da implantação do

projeto, para que seja possível prever quanta receita será necessária no período para que a

produção da empresa não seja afetada. O comportamento dos custos fixos e variáveis pode ser

observado através do Gráfico 1 de BORNIA (2010).

Gráfico 1 - Comportamento dos custos fixos e variáveis

Fonte: Adaptado de BORNIA, 2010.

Warren, Reeve e Fess (2003, p. 93) ressaltam que “o custo misto tem características

tanto do custo fixo como do custo variável”. Padoveze (2010) complementa que muitas vezes

estes custos são chamados de custos semivariáveis ou semifixos. Além disso, estes custos

variam de acordo com a quantidade produzida ou utilizada, como por exemplo, custos com a

água e telefone.

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2.1.2 Indicadores de desempenho

Os indicadores de desempenho são utilizados para avaliação do resultado econômico e

financeiro da empresa. Entre os indicadores de desempenho, destacam-se a margem de

contribuição, a margem de segurança, o grau de alavancagem, o ponto de equilíbrio, a relação

custo/volume/lucro, custo de oportunidade, índices de rentabilidade e lucratividade.

Para Martins (2010, p. 179), a margem de contribuição “é a diferença entre o preço de

venda e o custo variável de cada produto”, ou seja, através dela é possível saber qual o retorno

que cada produto trouxe, levando em conta a receita e o custo para produzir determinado bem

ou serviço. Souza e Clemente (2011) complementam que através da margem de contribuição é

possível estimar quanto cada produto irá contribuir para empresa, sem levar em conta os custos

fixos. Wernke (2001) ainda complementa que a margem de contribuição é utilizada para tomar

decisões a curto prazo. Bornia (2010) apresenta a equação da margem de contribuição:

Margem de Contribuição = Preço - Custos Variáveis Unitários (1)

Outro indicador de desempenho é a margem de segurança. De acordo com Maher

(2001), a margem de segurança representa o excedente das vendas sobre o ponto de equilíbrio,

ou seja, é o mínimo que a empresa precisa vender para não ter prejuízo. “Chama-se margem de

segurança porque mostra o espaço que a empresa tem para fazer lucros após o ponto de

equilíbrio” (LEONE; LEONE, 2010, p. 352). A equação da margem de segurança é apresentada

por Warren, Reeve e Fess (2003).

Margem de Segurança =Vendas - Vendas no Ponto de Equilíbrio

Vendas

(2)

De outro modo, o grau de alavancagem está ligado aos custos fixos e a margem de

contribuição (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2011). De acordo com Warrren, Reeve e Fess

(2003):

Os gerentes podem usar a alavancagem operacional para medir o impacto das

variações das vendas sobre o lucro operacional. A alavancagem operacional elevada

indica que um pequeno aumento nas vendas ocasionará um aumento bem maior no

lucro operacional. Entretanto, baixa alavancagem operacional indica que é necessário

um grande aumento nas vendas para ocasionar um significativo aumento no lucro

operacional. [...] (WARREN; REEVE; FESS, 2003, p. 110).

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Através da alavancagem operacional, a empresa poderá obter maiores lucros, se elencar

de forma correta os custos fixos da empresa (PADOVEZE, 2010). Assaf Neto e Lima (2010)

apresentam a equação do grau de alavancagem:

Grau de alavancagem = Variação no lucro operacional

Variação no volume de atividade

(3)

Em complemento, o ponto de equilíbrio é o ponto onde a empresa não tem lucro, nem

prejuízo (PEREZ JR.; OLIVEIRA; COSTA, 2011). O ponto de equilíbrio pode ser apresentado

de três formas: ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro, conforme Martins (2010).

No ponto de equilíbrio contábil os custos e despesas são iguais a receita, conforme

demonstrado na equação:

PEC = Custos e Despesas Fixos Totais

MC unitária

(4)

Onde:

PEC = ponto de equilíbrio contábil

MC = margem de contribuição

Wernke (2001) em outras palavras, aborda o ponto de equilíbrio contábil utilizando se

a quantidade que deve ser produzida para que não se tenha lucro nem prejuízo.

O ponto de equilíbrio econômico mede qual o ponto em que a empresa alcança o lucro

que ela deseja, conforme demonstrado na equação:

PEE = Custos e Despesas Fixos Totais + Lucro Desejado

MC unitária

(5)

Onde:

PEE = ponto de equilíbrio econômico

MC = margem de contribuição

Vale destacar que o lucro desejado, representa o percentual do lucro buscado pelos

investidores da empresa.

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O ponto de equilíbrio econômico demonstra a quantidade a ser vendida para atingir os

objetivos dos sócios (WERNKE, 2001).

Por último o ponto de equilíbrio financeiro demonstra as necessidades econômicas da

empresa para que não sofra prejuízo, conforme apresentado na equação:

PEF = Custos e Despesas Fixos Totais - Despesas não desembolsáveis

MC unitária

(6)

Onde:

PEF = ponto de equilíbrio financeiro

MC = margem de contribuição

As despesas não desembolsáveis, representam o total dos custos e despesas com

depreciação, amortização, exaustão, assim como, provisão para devedores duvidosos.

O ponto de equilíbrio financeiro determina quantas atividades devem ser realizadas para

pagamento de despesas, custos, empréstimos e financiamentos no mês de referência

(WERNKE, 2001).

Outro indicador econômico importante é a análise custo/volume/lucro, onde é possível

verificar qual a variação dos custos e lucros de determinada atividade (SOUZA; CLEMENTE,

2011).

Com relação ao exemplo da indústria automobilística, os executivos precisavam

entender a relação entre os preços de vendas, receitas, volumes e custos. Eles também

precisavam entender quais custos variam com alterações no volume e quais custos não

variam. Sem esse tipo de análise, eles não poderiam estimar o efeito de alterações no

preço, no volume e nos custos sobre o lucro operacional da companhia (MAHER,

2001, p. 432).

A análise custo/volume/lucro é de grande valia para que os gestores consigam planejar

e tomar as melhores decisões. Através dela também é possível verificar o tamanho do problema

(HANSEN; MOWEN, 2010). Wernke (2001) apresenta na Figura 1 os componentes da análise

custo/volume/lucro.

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Figura 1 - Componentes da análise custo/volume/lucro

Fonte: Adaptado de WERNKE, 2001.

O autor também ressalta que a análise custo/volume/lucro demonstra que os custos, a

quantidade de vendas e o lucro estão interligados (WERNKE, 2001). Sendo assim, a empresa

saberá o que acontecerá com os lucros quando terá um aumento ou redução de custos e

quantidade vendida, além das variações nos preços de venda.

Outro indicador econômico é o custo de oportunidade. De acordo com Bornia (2010, p.

22), “os custos de oportunidade são custos que não representam o consumo dos insumos pela

empresa, mas o quanto se deixou de ganhar pelo fato de ter optado por um investimento ao

invés de outro”. Como por exemplo, quando uma empresa decide produzir sorvetes, ela terá

custos para compra de máquinas para a produção, o que fará com que ela deixe de receber certa

quantia por não ter aplicado esse valor em outro projeto (MARTINS, 2010). Souza e Clemente

(2011) complementam que se deve considerar o quanto a empresa ganhará se investir em uma

alternativa, ao invés de outra.

Por sua vez, o índice de rentabilidade demonstra se a empresa está tendo lucros a partir

dos valores investidos e quanto esses investimentos trouxeram de retorno para a empresa

(VIEIRA et al., 2011). Braga (2011, p. 30) conceitua rentabilidade como “o grau de êxito

econômico obtido por uma empresa em relação ao capital nela investido”. O índice de

rentabilidade pode ser calculado pela equação:

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Rentabilidade= L x 100

I

(7)

Onde:

L = lucro

I = investimento

Através da análise dos dados gerenciais da empresa pode-se verificar como está a

situação financeira e comparar os resultados reais com o que foi planejado, para poder tomar

melhores decisões a respeito de investimentos futuros para a empresa (LINHARES, 2003 apud

MAGRO et. al, 2013). Matarazzo (2010) ainda destaca que o cálculo da rentabilidade é

utilizado quando se deseja verificar a viabilidade de um novo negócio, pois demonstra se o

capital investido trará sucesso para a empresa.

Já o índice de lucratividade, demonstra o quanto que a empresa obterá de lucro com as

vendas (ASSAF NETO; LIMA, 2010). O índice de lucratividade pode ser calculado pela

equação:

Lucratividade = L x 100

RT

(8)

Onde:

L = lucro

RT = receita total

Bruni (2010) destaca que através do cálculo da lucratividade, ou margem de lucro, pode-

se ver quanto terá de lucro de cada produto vendido, tirando os custos e despesas com o produto.

Além disso, “[...] quanto mais alta a margem líquida, melhor a situação financeira da empresa”

(BRUNI, 2010, p. 169). Esses índices se diferenciam pelo fato de que, a rentabilidade

demonstra qual o ganho sobre o investimento e a lucratividade, qual o ganho que terá sobre as

vendas.

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2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

Cada sistema e método de acumulação de custos surgiu para uma finalidade e em épocas

diferentes. Alguns são mais utilizados do que outros, conforme a necessidade das empresas.

Sendo assim, nessa seção são abordados os sistemas de acumulação contínua ou em série e por

ordem ou encomenda, os métodos de custeio por absorção, custeio ABC, custeio variável ou

direto, custeio meta ou custeio-alvo, custeio padrão e o custeio kaizen.

2.2.1 Sistemas de acumulação contínua e por ordem

No sistema de acumulação contínua, ou em série, a empresa produz paa estoque

(WARREN; REEVE; FESS; 2003). Nesse sistema, o produto produzido sempre será o mesmo,

e é utilizado por grandes empresas que utilizam processo padronizado e a produção é constante

(BORNIA, 2010).

O sistema de acumulação por ordem também conhecido como sistema de custos por

encomenda é utilizado quando as empresas produzem de acordo com a necessidade do cliente.

Nesse sistema é possível calcular o custo e preço de cada produto separado (WARREN;

REEVE; FESS; 2003). Este por sua vez é ideal para as empresas menores, que produzem apenas

sob encomenda aquilo que o cliente deseja. Cada pedido terá um custo diferente de produção

(BORNIA, 2010).

Martins (2010, p. 145) diferencia os dois sistemas: “Na Produção por Ordem, os

custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só

pára de receber custos quando a ordem estiver encerrada [...]”.

Na Produção Contínua, os custos são acumulados em contas representativas das

diversas linhas de produção; são encerradas essas contas sempre no fim do período

(mês, semana, trimestre ou ano, conforme o período mínimo contábil de custos da

empresa). [...] na apuração por Processo não se avaliam custos por unidade, e sim à

base do custo médio do período (com a divisão do custo total pela quantidade

produzida) (MARTINS, 2010, p. 145).

Martins (2010) ainda traz alguns exemplos para cada tipo de sistema, no sistema de

acumulação contínua ou em série pode-se elencar as indústrias que fazem cimento, indústrias

que fabricam o açúcar e petróleo. E no sistema de produção por ordem ou por encomenda tem-

se os escritórios de engenharia e consultoria.

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2.2.2 Custeio por absorção

O custeio por absorção surgiu por volta de 1920, na Alemanha, a partir de conceitos

contábeis utilizados na época (EYERKAUFER; COSTA; FARIA, 2007). O método de custeio

por absorção “consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e

só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos

os produtos ou serviços feitos” (MARTINS, 2010, p. 37). Além disso, a depreciação dos

equipamentos utilizados na produção deve ser distribuída entre todos os produtos que o

utilizaram.

Souza e Clemente (2011) mostram que no custeio por absorção, primeiro deve-se

separar os custos em diretos e indiretos. Essa separação surgiu do pensamento taylorista, onde

tudo poderia ser medido e controlado. Mas de um modo geral, nesse método, os custos são

direcionados aos produtos. No custeio por absorção, os custos fixos são considerados como

unitários para cada produto (MAHER, 2001). De acordo com Crepaldi (2011), o custeio por

absorção segue os seguintes passos: primeiro é feito a separação dos gastos em custos e

despesas, depois esses custos são classificados em diretos e indiretos, em seguida, é feita a

apropriação dos custos diretos aos produtos e por último, a apropriação, através de rateio, dos

custos indiretos de produção.

2.2.3 Custeio ABC

O custeio ABC, também chamado custeio baseado em atividades, surgiu nos Estados

Unidos por volta da década de 1980, desenvolvido por Devlin, Cooper e Kaplan. Seu

surgimento está vinculado ao grande número de distorções nos resultados contábeis, fazendo

com que as empresas tomassem decisões precipitadas. O custeio ABC “baseia-se na premissa

de que são as atividades, e não os produtos, que provocam o consumo dos recursos e, estas

atividades, conforme são requeridas, é que formarão o custo dos produtos” (CREPALDI, 2011,

p. 319). Ele é bastante utilizado pelas empresas, pois considera os custos fixos e variáveis e as

despesas.

De acordo com Martins (2010), o custeio baseado em atividades não está relacionado

apenas ao custeio dos produtos, mas é uma ferramenta importante na gestão de custos. Para

Maher (2001), primeiro os custos são alocados as atividades e depois aos produtos, de acordo

com o consumo de cada atividade. Esse método fornece informações mais detalhadas dos

custos, também fornece informações ao marketing, fazendo com que consiga estabelecer

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melhores preços e eliminar produtos, para o setor de produção fornece informações dos custos

de cada atividade.

Para Nakagawa (2012, p. 30), “o ABC tem como objetivo facilitar a mudança de atitudes

dos gestores de uma empresa, a fim de que estes, paralelamente à otimização de lucros para os

investidores, busquem também a otimização do valor dos produtos para os clientes (internos e

externos)”. O método ABC considera as atividades que tem maior importância para a fabricação

de um produto ou serviço.

2.2.4 Custeio variável ou direto

O custeio direto ou variável originou-se na sociedade norte-americana no início dos anos

30 por Jonathan N. Harris (SOUZA; CLEMENTE, 2011). A grande mudança neste tipo de

custeio é que apenas os custos variáveis são apropriados aos produtos, sem considerar os custos

fixos (MARTINS, 2010). No entanto, o custeio variável não é aceito legalmente por apenas

considerar os custos variáveis. Para Leone e Leone (2010), o custeio variável:

[...] fundamenta-se na ideia de que os custos e as despesas que devem ser

inventariáveis (debitados aos produtos em processamento e acabados) serão apenas

aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em

relação a uma medida (referência, base, volume) dessa atividade. Os demais custos de

produção, definidos como periódicos, repetitivos e fixos, serão debitados diretamente

contra o resultado do período. O critério, por causa desse procedimento básico, é

chamado, também, de critério de custo parcial. O critério do custeio variável é muito

útil para intervir no processo de planejamento e de tomada de decisões, até porque

uma de suas potencialidades está centrada na análise da variabilidade das despesas e

dos custos[...] (LEONE; LEONE, 2010, p. 320).

Bornia (2010) frisa que na maioria das vezes esse método é utilizado quando pretende-

se tomar decisões a curto prazo, fazendo com que apenas os custos variáveis tenham

importância. Nakagawa (2012, p. 54) complementa que “o método de custeio variável (também

chamado de direto) visa dar maior flexibilidade a análise de custos para controle e decisões”.

2.2.5 Custeio-meta ou custeio-alvo

O custeio-alvo surgiu por volta dos anos 60 e 70 por empresas japonesas, tentando

superar as condições precárias do mercado naquela época (CRUZ; ROCHA, 2008). No custeio-

meta define-se primeiro qual o custo máximo que pode ser alocado ao produto (MARTINS,

2010). “Um custo-alvo é a diferença entre o preço de venda necessário para se capturar uma

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fatia predeterminada de mercado e o lucro desejado por unidade” (HANSEN; MOWEN, 2010,

p. 443).

O custeio-alvo ou meta é o custo que determinado produto ou serviço pode ter, fazendo

com que a empresa se torne competitiva e ainda consiga ter um bom lucro (COLAURO;

BEUREN; ROCHA, 2004). Através da figura 2, Wernke (2001) apresenta a diferença do

custeio-meta em relação a visão tradicional.

Figura 2 - Diferença do custeio-meta em relação à visão tradicional

Fonte: Adaptado de WERNE, 2001.

O autor ainda complementa que no custeio-meta é considerado o preço que o cliente

pretende pagar, por isso a organização está sempre se esforçando, para produzir com baixo

custo e entregar o produto pelo preço meta (WERNKE, 2001). Perez Jr., Oliveira e Costa (2011)

destacam que nem sempre é possível iniciar a produção com o custo desejado, na maioria das

vezes o custeio-alvo só é atingido ao longo do tempo.

2.2.6 Custeio padrão

Este tipo de custeio foi introduzido a partir da revolução científica de Taylor que

instituiu os tempos padrão como meios de controlar a produção (ESTEVES, 2013). O custeio

padrão é utilizado para planejamento e controle dos custos. É um método que não tem

importância se for utilizado sozinho, ele precisa ser implantado junto com outro método de

custeio (LEONE; LEONE, 2010). Martins (2010, p. 317) complementa que o custeio “Padrão

é uma base de comparação para o Real, e só tem de fato utilidade à medida que a empresa tem

um bom sistema de Custo Real”. Através deste método é possível determinar o custo de venda

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e fabricação (MAHER, 2001). Coronetti, Beuren e Souza (2003) descrevem a finalidade do

custo padrão:

A finalidade principal do custo padrão é fornecer aos gestores, através do controle dos

custos de produção, as variações dos custos reais com os predeterminados. Desse

modo, saberá qual o produto ou linha de produtos que está com o custo de fabricação

acima ou abaixo do previsto, inclusive as variações físicas (CORONETTI; BEUREN;

SOUZA, 2003, p. 6).

Além disso, através do custo-padrão também é possível diminuir o número de falhas

dos processos de produção, melhorar o controle, avaliar o desempenho, auxiliar no

aperfeiçoamento do custo real e agilidade de obter informações (PEREZ JR.; OLIVEIRA;

COSTA, 2011). O custeio padrão seque quatro etapas: primeiro é determinado um custo padrão,

que servirá de referência para calcular os custos, depois é determinado o custo real. Feito isso,

é analisado a variação que ocorreu entre o custo padrão e o real, e por fim, encontrar as causas

que levaram a essa variação nos custos (BORNIA, 2010).

2.2.7 Custeio kaizen

Segundo Martins e Laugeni (2005, p. 465), “o kaizen foi introduzido na administração

a partir de 1986 por Masaaki Imai”. O termo kaizen significa melhoria contínua e surgiu da

junção de duas palavras: KAI, que quer dizer modificar e ZEN, para melhor. Através do custeio

kaizen procura-se reduzir as perdas em todos os aspectos da organização, ou até mesmo no lar,

e essas mudanças devem acontecer de forma contínua, para que se tenha cada vez mais

melhorias. Além disso, também está focado na ideia de reduzir os custos que não trazem algum

benefício para o produto. Para que isso aconteça, o kaizen utiliza diversas técnicas, como a

gestão da qualidade total, o just in time (produção no tempo certo, na hora certa), zero defeitos,

kanban (sinal visível), entre outros (MARTINS, LAUGENI, 2005).

De acordo com Hansen e Mowen (2010), este método está baseado na melhoria

contínua, em que se utilizada o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act). Inicialmente a organização

planeja a redução dos custos e quando que ela irá pôr em prática. Posteriormente vem a etapa

“fazer”, onde são criadas ações de redução dos custos. Em seguida, é verificado como são

comparados os custos reais com os custos planejados. Finalmente, a etapa agir, que é o

momento de pôr em prática e fazer melhorias ao longo do processo. Segundo Maher (2001, p.

617), “o objetivo do kaizen costing é fazer com que o custo de fabricação de um produto sempre

seja inferior ao custo anteriormente atingido”.

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2.3 GESTÃO DE CUSTOS NA ATIVIDADE RURAL

A administração rural está elencada ao controle e gerenciamento de um grande número

de atividades rurais desenvolvidas em uma única propriedade (ANTUNES, 1999). Sendo assim,

a atividade rural é composta por três grandes ramos: a atividade agrícola, a atividade pecuária

e a atividade agroindustrial.

A atividade agrícola, ou vegetal, engloba a horticultura e forrageira, através da produção

de cereais, como o feijão, a soja, o trigo e o milho, a produção de hortaliças, por exemplo, o

tomate e o pimentão, tubérculos como a batata e a mandioca, as plantas oleaginosas, como o

amendoim, especiarias – cravo e canela, fibras – algodão, floricultura, plantas industriais e a

arboricultura através do reflorestamento, pomares e vinhedos. A atividade pecuária aborda a

apicultura, avicultura, pecuária, piscicultura, entre outros. E por fim, a atividade agroindustrial

aborda o beneficiamento de produtos agrícolas como a soja e o milho, a transformação de

produtos zootécnicos como o mel e laticínios, e na transformação de produtos agrícolas temos

como exemplo a cana-de-açúcar sendo transformada em melado, a soja em óleo e a uva em

vinho (MARION, 2010). Isso pode ser observado através do quadro 1, adaptado de Marion

(2010).

Quadro 1 - Três grandes ramos da atividade rural.

PRODUÇÃO VEGETAL PRODUÇÃO ANIMAL INDÚSTRIAS RURAIS

Temporária Permanente Pequenos

animais

Grandes

animais

Benefici-

amento

Transformação

Zootécnica

Transformação

Agrícola

Milho Café Apicultura Pecuária Arroz Laticínios Cana-de-açúcar

Soja Pomares Avicultura Bovinos Café Casulos de seda Óleo de soja

Alho Refloresta-

mento Cunicultura Suínos Milho Mel Vinho

Batata Cana-de-

açúcar Piscicultura Caprinos Vinagre

Legumes Outros Sericultura Equinos

Ranicultura Ovinos

Outros Muaros

Fonte: Adaptado de MARION, 2010.

O mesmo autor ressalta que, na atividade agrícola, o ano não começa em janeiro e

termina em dezembro, mas sim no período de início e fim da safra, correspondente ao ciclo das

culturas permanentes e temporárias. Além disso, quando a propriedade produz diversas

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variedades, para fixação do ano agrícola é considerado o produto que traz a maior rentabilidade

(MARION, 2010).

Araújo (2010, p. 41) argumenta que a produção agrícola “compreende o conjunto de

atividades desenvolvidas no campo, necessárias ao preparo do solo, tratos culturais, colheita,

transporte e armazenagem internos, administração e gestão dentro das unidades produtivas (as

fazendas), para a condução de culturas vegetais”. Costa, Libonati e Rodrigues (2004) ressaltam

que as atividades do setor agrícola possuem características próprias, devido as variações

constantes no clima e do tipo de variedade cultivada na propriedade rural.

Algumas características dos produtos agrícolas são: perecibilidade; homogeneidade;

sazonalidade de oferta; mudanças climáticas; baixas elasticidades de demanda; rigidez de

oferta; variabilidade de preços (CALLADO, 2006). Para Crepaldi (2011), as características do

setor agrícola são denominadas como: dependência do clima; correlação tempo de produção

versus tempo de trabalho; dependência de condições biológicas; terra como participante da

produção; sazonalidade da produção; incidência de riscos; sistema de competição econômica;

produtos não uniformes e alto custo de saída e/ou entradas. Como também a questão das

commodities agrícolas, preço determinado no mercado internacional.

Por sua vez, a atividade pecuária está relacionada com a produção de animais para

diversas finalidades, como por exemplo, a produção de leite e o abate. De acordo com Santos,

Marion e Segatti (2002), existem três sistemas de produção na agropecuária: a pecuária

extensiva, a intensiva e a semi-intensiva ou rotacionada.

No sistema extensivo, os animais são geralmente mantidos em pastos nativos, sem

alimentação suplementar (ração, silagem etc.). Esses animais ocupam grande área de

terra, cujo rendimento normalmente é baixo. Quanto ao sistema intensivo, faz- se com

o aumento do número de animais em pequena área útil, com o objetivo de conseguir

bons rendimentos (ganho de peso) e maior rentabilidade, buscando o aprimoramento

técnico, e realiza suas vendas em período de escassez de mercado. O sistema semi-

intensivo ou rotacionado está sendo muito divulgado e aplicado. Por meio dele se

consegue alta produtividade por hectare e aumento da capacidade de cab/ha,

mantendo o gado no pasto (orgânico) com elevado ganho de peso. A tecnologia usada

para esse sistema baseia-se na implantação de cerca elétrica e adubação constante do

capim e irrigação em período de seca (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 29).

Além disso, na atividade pecuária deve-se conhecer qual o custo de produção de cada

animal, pois é relevante para a gerência, para determinar qual o momento ideal para vendê-lo e

ter uma boa rentabilidade (MARION, 2001).

E por fim, também tem-se na agricultura a atividade agroindustrial, que de acordo com

Araújo (2010) é o local onde os produtos in natura são transformados e processados, ou seja,

todas as etapas, desde a produção até a comercialização. Mior (2007) destaca que as

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agroindústrias normalmente se encontram em propriedades da agricultura familiar, e que

tiveram um incentivo para sua criação. Os produtos produzidos passam a ser comercializados,

sendo parte da renda desses produtores.

Sendo assim, de uma forma ou de outra, cada atividade da agricultura tem sua utilidade,

sendo na maioria das vezes a única forma de ter renda. Ambas têm características diferentes,

consideradas importantes para seu cultivo ou fabricação.

2.4 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE GESTÃO DE CUSTOS NO AGRONEGÓCIO

Nesta seção são apresentados um conjunto de estudos recentes que abordam a gestão de

custos para o agronegócio importantes para evidenciar o atual cenário de publicações sobre o

tema da pesquisa. Estes estudos foram selecionados através das palavras-chave gestão de custos

no agronegócio e gestão de custos em grandes empresas rurais, disponíveis no site da Biblioteca

Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no repositório digital da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Congresso Brasileiro de Custos.

Cunha (2011) realizou em seu trabalho de conclusão de curso um estudo sobre a gestão

de custo em uma unidade de produção agrícola no município de Capivari do Sul/RS, tendo

como objetivo, analisar os custos e métodos utilizados para controle em uma unidade de

produção agrícola de plantação de 80 ha de arroz irrigado no município de Capivari do Sul/RS.

A metodologia adotada na pesquisa foi bibliométrica e descritiva, através de estudo de caso e

pesquisa de campo, com coleta de dados quantitativos e entrevista com o produtor rural. O autor

concluiu que o produtor não faz gerenciamento e controle de produção e não utiliza as técnicas

de gestão para tomar melhores decisões.

Hofer et al. (2006) abordam no artigo a gestão de custos aplicada ao agronegócio

relacionado às culturas temporárias, tendo como objetivo, elaborar um estudo sobre o custo de

produção aplicado ao agronegócio, relacionado as culturas de trigo e soja, com o intuito de

verificar o resultado por alqueire. O método utilizado na pesquisa foi através de estudo de caso.

Os autores constataram que a propriedade tem um lucro significativo, porém não faz o controle

dos custos.

Callado et al. (2007) realizaram um estudo sobre custos e formação de preços no

agronegócio, com o objetivo de analisar a gestão de custos e o processo de formação de preços

das agroindústrias paraibanas. A metodologia adotada na pesquisa foi exploratória, descritiva,

através de pesquisa de campo e aplicação de questionário. Os principais resultados encontrados

na pesquisa demonstram que algumas das empresas analisadas utilizam algum tipo de sistema

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de custos, e o responsável por isso é o gestor da mesma, e na maioria das vezes o uso da

contabilidade gerencial é o suficiente, e para calcular o preço das vendas utilizam o indicador

mark-up.

Pereira e Moura (2013) abordam no artigo os custos sobre o agronegócio levando em

conta os estudos feitos sobre o assunto entre os anos de 2003 a 2013. Este trabalho teve como

objetivo analisar a contribuição teórica dos trabalhos publicados em periódico que abordam o

custo no agronegócio. A metodologia utilizada foi quantitativa, qualitativa e pesquisa

exploratória com análise bibliométrica de 90 artigos de periódicos nacionais e internacionais

listados no portal de periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior), com qualificação mínima de B2 para os artigos nacionais e de 0,95 para os

internacionais. Através do estudo, os autores concluíram que 64,4% dos artigos analisados

trazem alguma contribuição teórica e que os de nível internacionais e com abordagem

quantitativa e qualitativa trazem melhores contribuições.

Duarte (2017) relata em sua tese sobre a gestão de custos interorganizacionais em

organizações cooperativas e investor-owned firms – IOFs no setor de cafeicultura no Brasil.

Teve como objetivo verificar se e como se estabelece a configuração da GCI nas cooperativas

e IOFs da cadeia de valor do café, comparando-se e relacionando as variáveis já discutidas na

literatura de GCI (Gestão de Custos Interorganizacionais), com a base teórica da ECT

(Economia dos Custos de Transação). A metodologia utilizada foi qualitativa, explicativa,

pesquisa de campo através de entrevistas semiestruturadas com os produtores rurais e

representantes das cooperativas e IOFs que vendem café para as regiões do estado de São Paulo

e Minas Gerais e os dados coletados foram analisados pelo software IRAMUTEQ. Traz como

principais contribuições que o preço e a qualidade são essenciais para manter um bom

relacionamento com os produtores e os produtores não sabem como analisar os custos do seu

produto.

Gregori e Flores (2011) abordam no artigo a gestão de riscos e gestão de custos em

cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul – RS, tendo como objetivos fazer uma análise

da gestão de riscos e custos nessas cooperativas. A metodologia adotada foi a pesquisa

descritiva, com coleta de dados quantitativos e qualitativos através da aplicação de um

questionário. A amostra escolhida foi feita de acordo com os cadastrados na FECOAGRO

(Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina). Os resultados encontrados

mostram que muitas cooperativas têm medo em investir na produção, pois não utilizam a gestão

de riscos, no entanto, a gestão de custos faz parte da rotina, auxiliando-os na tomada de decisão.

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Oliveira Filho e Nerger (2004) abordam no artigo a gestão de custos em empresas de

agronegócios das culturas de soja e milho no cerrado brasileiro. O objetivo da pesquisa foi

analisar os resultados econômico e financeiros da cultura da soja e do milho, pois influenciam

na tomada de decisão sobre qual variedade plantar. A metodologia utilizada foi através de

pesquisa de campo. A pesquisa trouxe como resultado que a soja apresentou lucros elevados e

traz melhores retornos e segurança para o produtor.

Percebe-se que a partir dos estudos mencionados, há uma predominância dos temas que

buscam analisar os custos de produção de grandes propriedades rurais e a importância da gestão

de custos para esse setor.

2.5 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE GESTÃO DE CUSTOS NA AGRICULTURA

FAMILIAR

Nesta seção são apresentados um conjunto de estudos recentes que abordam a gestão de

custos na agricultura familiar, demonstrando atual cenário de publicações voltados a esse setor.

Estes estudos foram selecionados através das palavras-chave gestão de custos na agricultura

familiar e gestão de custos em pequenas propriedades rurais, disponíveis no site da Biblioteca

Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no repositório digital da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Congresso Brasileiro de Custos.

Vorpagel, Hofer e Sontag (2017) fizeram um artigo referente a gestão de custos em

pequenas propriedades rurais, tendo como alvo o município de Marechal Cândido Rondon/PR.

O estudo teve como objetivo, verificar se os produtores de Marechal Cândido Rondon/PR

utilizam controle de custos no gerenciamento de suas atividades, identificando o perfil, o porte

das propriedades e de que maneira essas variáveis podem interferir na gestão e controle das

atividades rurais. A metodologia utilizada na pesquisa foi descritiva, de levantamento e os

dados foram coletados através de aplicação de questionário, e estes resultados foram

transformados em dados quantitativos, com análise descritiva. Os resultados encontrados

demonstram que os produtores têm bastante experiência com o ramo em que atuam, no entanto,

sentem dificuldades para gerir a propriedade através de meios mais sofisticados. Os autores

também relatam que o tamanho da propriedade influencia na gestão, e que os grandes

produtores possuem um melhor controle de custos.

Danieli et al. (2017) abordam no artigo a gestão de custos na produção de frutas: um

estudo de caso em uma propriedade rural em Marau/RS. O objetivo deste trabalho foi propor

um método para gestão de custos na produção de pêssegos, ameixas e figos, com o propósito

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de contribuir para o fornecimento de informações para o gerenciamento das culturas em uma

propriedade rural familiar. A metodologia adotada na pesquisa caracteriza-se como

exploratória, quantitativa e com realização de estudo de caso. Com a realização do estudo, os

autores conseguiram observar como é feita a gestão de custos da propriedade e que o pêssego

traz maior resultado líquido para a mesma. Além disso, os autores apresentaram um método de

custeio que ajudará o proprietário a tomar decisões mais confiáveis e seguras, reforçando assim

a importância de manter um controle adequado de custos em pequenas propriedades rurais.

Torres e Lima (2012) abordam no artigo a gestão de custos em pequenas propriedades

rurais – estudo de caso programa “mais leite”, tendo como objetivo, verificar se o modelo de

produção apresentado pela SEAPA (Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

representa uma alternativa adequada e rentável ao pequeno produtor. A metodologia utilizada

na pesquisa foi de caráter exploratório com pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica,

descritivo devido à realização de entrevista com o veterinário do projeto, e explicativo na

interpretação e análise dos dados. Obtiveram como principais resultados, que programa “mais

leite” é importante quando se têm uma produção de leite de pelo menos vinte e cinco vacas,

pois assim se tornará uma atividade viável e com grande rentabilidade para o produtor rural.

Süptitz, Wobeto e Hofer (2009) trazem no artigo um estudo de caso sobre gestão de

custos na suinocultura, tendo como objetivo, a elaboração de um estudo de caso acerca da

importância e benefícios que a contabilidade de custos proporciona para a atividade rural. A

metodologia aplicada foi através de estudo de caso em duas propriedades, uma atuante no ciclo

inicial e outra de engorda, com coleta de dados e entrevista com os proprietários, e a análise

dos dados foi quantitativa e qualitativa. Por meio do estudo, os autores relatam que ambas as

granjas fazem anotações do que lhes é pedido, mas não tem noção da real importância desses

resultados. Além disso, concluem que a renda proveniente de outras atividades faz com que

consigam permanecer no ramo da suinocultura.

Alves (2010) realizou em sua dissertação um estudo de caso na região do semi-árido

baiano, englobando a agricultura familiar e a gestão de custos. Teve como objetivo conhecer os

controles contábeis e estratégias de planejamento de produção pelos agricultores familiares

cooperados da COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos). Utilizou-se o

método qualitativo e quantitativo, baseadas na pesquisa participativa e pesquisa-ação e foram

feitas oficinas para descobrir como estes faziam o controle de custos. A pesquisa demonstra

que os agricultores estão cientes da importância da gestão de custos, mas que muitas vezes não

tem acesso às informações, também deve ser repensado a forma como é feita a gestão dos

custos, englobando a realidade da agricultura familiar.

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Antonioli e Zambon (2017) fizeram um artigo referente a gestão de custos na pecuária

através de estudo de caso em uma propriedade rural do Rio Grande do Sul, tendo como objetivo

identificar e analisar os custos da engorda do gado de corte em uma propriedade pecuária no

Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada na pesquisa foi teórica e aplicada, com realização

de estudo de caso e entrevista semiestruturada com o produtor, além de abordagem qualitativa.

Os resultados encontrados demonstram que o produtor está tendo lucro com a produção de gado

de corte e que a contabilidade de custos deve ser utilizada pelas propriedades rurais.

Metzner et al. (2013) criaram um artigo sobre gestão de custos nas propriedades rurais

de Toledo com o uso das ferramentas contábeis, com o objetivo de analisar quais as formas de

gerenciar os custos das atividades com o intuito de verificar se os conceitos da contabilidade de

custos são aplicados na gestão das propriedades. A metodologia da pesquisa foi exploratória,

com levantamento de dados com os produtores e abordagem quantitativa. Os principais

resultados demonstram que a maioria dos produtores tem conhecimento da gestão de custos e

faz uso delas.

Söthe, Gubiani e Marx (2012) realizaram um estudo sobre os sistemas de custos nas

agroindústrias, aplicando a gestão de custos em uma vinícola de pequeno porte. O trabalho teve

como objetivo avaliar os custos de produção em uma vinícola de pequeno porte por meio da

aplicação de um sistema de gestão de custos. A metodologia utilizada foi descritiva e

quantitativa, através de estudo de caso. Os autores destacam que os custos dos produtos

apurados são distintos, além de margens brutas dos produtos bastante diferentes. Além disso,

concluíram que o sistema de custeio absorção seria bastante útil nessa agroindústria.

Através dos estudos abordados, percebe-se que há uma predominância de estudos que

buscam verificar se os produtores realizam o controle e avaliação de custos, assim como quais

conceitos da gestão de custos são aplicáveis às propriedades.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os procedimentos seguidos na realização da pesquisa.

Organizados em cinco partes, a primeira é a classificação da pesquisa, a segunda parte explica

o instrumento de coleta dos dados, a terceira parte se remete a análise e interpretação dos dados,

a quarta parte relaciona-se à definição dos objetos de estudo e a quinta e última parte remete-se

às limitações da pesquisa. Segundo Lopes (2001, p. 97), “a metodologia de uma pesquisa é o

instrumento pelo qual a investigação do problema proposto é viabilizada, a fim de que os

objetivos traçados sejam atingidos”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Quanto à abordagem do problema a pesquisa foi qualitativa. Quanto aos objetivos foi

descritiva. Em relação aos procedimentos foi utilizada a pesquisa documental, estudo de caso e

levantamento.

A pesquisa qualitativa procura descrever a relação de algo já existente com algo novo,

e essa relação não é possível ser apresentada em números (PRODANOV; FREITAS, 2013). De

acordo com Cooper e Schindler (2011, p. 164), “a pesquisa qualitativa inclui um conjunto de

técnicas interpretativas que procuram descrever, decodificar, traduzir e, de outra forma,

aprender o significado, e não a frequência, de certos fenômenos ocorrendo de forma mais ou

menos natural no mundo social”. Malhotra (2012, p. 110) complementa que “a pesquisa

qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema”.

Por sua vez, “a pesquisa descritiva objetiva escrever as características de um objeto de

estudo” (GONSALVES, 2007, p. 67). Appolinário (2011) complementa que esse tipo de

pesquisa apresenta a verdade sobre os fatos, sem interferir.

A técnica de investigação foi a análise de conteúdo. De acordo com Bardin (2011), a

análise de conteúdo é definida como:

[...] conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando a obter, por

procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,

indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos

relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens

(BARDIN, 2011, p. 48).

Essa análise de conteúdo foi feita a partir dos relatórios de Administração das empresas

listadas na BOVESPA no ano de 2016 ou 2017. A análise de conteúdo foi acompanhada por

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um estudo de caso, pois buscou-se aplicar os conceitos da gestão de custos à grandes empresas

rurais listadas na BOVESPA e às atividades de uma propriedade da agricultura familiar da

região das Missões/RS a partir dos dados disponibilizados. Normalmente, os resultados

encontrados no estudo de caso ajudam o gestor no processo de tomada de decisão

(GONSALVES, 2007). Além disso, também é uma pesquisa documental pois foram analisados

os dados da propriedade escolhida. Estes dados são classificados como dados primários, pois

foram originados para abordar o problema de pesquisa (MALHOTRA, 2012). E ainda, a

pesquisa de levantamento, pois envolve interrogação direta com as pessoas (GIL, 2010).

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para atingir o primeiro objetivo específico da pesquisa foram buscados nas páginas das

empresas listadas na BOVESPA, dos segmentos agrícola, pecuária e agroindustrial, os

relatórios de Administração que estas empresas divulgam, para verificar através da análise de

conteúdo quais conceitos e informações de custos são aplicáveis a estas empresas a partir das

informações disponibilizadas nesses relatórios.

Para atingir o segundo objetivo específico foi aplicado em uma empresa de cada

segmento da atividade rural: agrícola, pecuária e agroindustrial, dentre as empresas rurais

listadas na BOVESPA, os conceitos de gestão de custos identificados no atendimento ao

primeiro objetivo. Posteriormente, por meio do estudo de caso em uma propriedade da

agricultura familiar foram aplicados os mesmos conceitos, para atingir o terceiro objetivo

específico. Assim, foram coletados por meio de documentos, as informações de custos das

atividades agrícola, pecuária e agroindustrial da propriedade. Essa coleta de dados foi feita na

primeira quinzena do mês de setembro de 2018.

Para atingir o quarto objetivo específico foi aplicado um questionário junto ao gestor da

propriedade, identificando a importância das informações de gestão de custos na visão do gestor

da propriedade da agricultura familiar. De acordo com Gil (2008), o questionário é utilizado

quando pretende-se obter informações específicas. O questionário é composto por um conjunto

de questões abertas e fechadas e foi aplicado na segunda quinzena de setembro de 2018.

O projeto deste trabalho foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal da Fronteira Sul (CEP/UFFS) conforme protocolo nº

92010518.0.0000.5564, acompanhado do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) que se encontra no Apêndice A, assim como, o questionário aplicado ao gestor da

propriedade investigada (APÊNDICE B).

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3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Dos dados coletados inicialmente nas empresas rurais listadas da BOVESPA foram

extraídas informações da gestão de custos para verificar quais conceitos de gestão de custos são

aplicáveis a essas empresas rurais a partir dos dados disponibilizados pelas mesmas.

Posteriormente esses conceitos e informações de gestão de custos também foram aplicados nas

três atividades da propriedade da agricultura familiar a partir dos dados disponibilizados, para

verificar a aplicabilidade desses conceitos à grandes empresas rurais listadas na BOVESPA e à

uma propriedade da agricultura familiar.

No terceiro momento, a partir do questionário foi analisado se o gestor está satisfeito

com as informações de custos disponibilizadas e se são suficientes para gerir a propriedade.

Depois de feita a coleta dos dados, esses foram organizados em quadros, com o auxílio do

Writer - Libre Office para posterior análise, interpretação e discussão.

3.4 DEFINIÇÃO DOS OBJETOS DE ESTUDO

Os objetos de estudo desse trabalho se dividem em: três empresas selecionadas listadas

na BOVESPA e uma propriedade da agricultura familiar. Nessa seção são descritas as suas

principais características. Destaca-se que a escolha das empresas listadas na BOVESPA se deve

às atividades que exercem e que se aproximam das atividades desenvolvidas na propriedade

selecionada, correspondendo a produção agrícola, pecuária e agroindustrial.

As empresas listadas na BOVESPA foram selecionadas primeiro em função do

enquadramento com as atividades dos segmentos agrícola, pecuária e agroindustrial e pelo

maior número de informações disponíveis sobre gestão de custos. De outro modo, a propriedade

da agricultura familiar foi selecionada por integrar os ramos da produção rural e por

acessibilidade e conveniência.

3.4.1 Empresas selecionadas listadas na BOVESPA

Entre as empresas listadas na BOVESPA e disponíveis no link1, foram selecionadas as

empresas SLC Agrícola, Raízen Energia S.A e Minerva Foods. A empresa SLC Agrícola é uma

empresa que produz algodão, soja e milho e foi uma das primeiras empresas a ter ações

1 http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-variavel/empresas-

listadas.htm

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negociadas na Bolsa de Valores no mundo (SLC Agrícola, 2018). Já a empresa Raízen Energia

S.A., é a “principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do país e a maior exportadora

individual de açúcar de cana no mercado internacional, além de sermos um dos principais

players na distribuição e comercialização de combustíveis no Brasil” (RAÍZEN, 2018). E por

fim, a Minerva Foods “é uma das líderes na América do Sul na produção e comercialização de

carne in natura e seus derivados, exportação de gado vivo, além de atuar também no

processamento de carne bovina, suína e de aves” (MINERVA FOODS, 2018).

3.4.2 Propriedade da agricultura familiar

A propriedade que foi utilizada para a pesquisa está situada no interior da região Missões

do Rio Grande do Sul, Brasil. Ela é considerada uma pequena propriedade da agricultura

familiar, composta por 24 hectares de terra própria e 5 hectares arrendados. A escolha da

propriedade para este estudo se deve ao fato de apresentar as atividades de produção agrícola,

pecuária e agroindustrial.

Na produção pecuária tem-se a produção leiteira e a suinocultura. Na parte da

suinocultura, existem 1000 animais em fase terminação terceirizada a empresa Alibem,

ocupando 0,13 hectare de terra. Na produção leiteira atualmente são 30 animais em lactação.

Para a manutenção desse plantel, utiliza-se a produção agrícola com uma produção de 10

hectares de grama tifton, exclusivos para pastejo e 2 hectares destinados para produção de feno

ou silagem, como complemento na alimentação desses bovinos.

Além disso, existe a plantação de milho em 11 hectares, sendo estes destinados a

produção de grãos para silagem em grão úmido ou silagem de pé inteiro guardado em silo

trincheira coberto com lona plástica, onde fica armazenado até terminar a fermentação e

posteriormente também ser servido de complemento alimentar aos bovinos. A produção de

milho é realizada no período de verão e no período de inverno é implantada aveia que serve de

alimento aos animais, também em forma de silagem. Desses 11 hectares, 5 são arrendados de

terceiros. Ainda, 2 hectares são destinados de potreiro para novilhas.

A propriedade também tem a produção agroindustrial, através de uma agroindústria para

produção de melado, com utilização de matéria-prima própria, e por vezes terceirizada. Para

tanto, 3 hectares são destinados à plantação de cana-de-açúcar. A sede da agroindústria ocupa

aproximadamente 0,12 hectare. E a sede da propriedade ocupa 0,75 hectare.

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Em síntese, para a produção de milho são destinados 11 hectares, para a produção de

suínos 0,13 hectare, para a produção de leite 14 hectares, para a produção de melado 3,12

hectares e a para a sede da propriedade 0,75 hectare, totalizando 29 hectares.

Para a realização deste estudo foi utilizada a produção leiteira como atividade pecuária,

a plantação de milho na atividade agrícola e a produção de melado na atividade agroindustrial.

Essas três áreas da atividade agrícola, pecuária e agroindustrial foram utilizadas por

representarem os três grandes ramos da atividade agrícola, conforme demonstrado no Quadro

1, de acordo com MARION (2010).

3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A pesquisa apresenta um conjunto de limitações que merecem destaque. A primeira

limitação refere-se à dificuldade e impossibilidade de cálculo de alguns dos conceitos de gestão

de custos para as empresas selecionadas, listadas na BOVESPA, pela falta de informações

disponibilizadas pelas mesmas. A segunda limitação se deve ao fato de que os resultados da

pesquisa não podem ser extrapolados para qualquer propriedade, porque o foco da pesquisa foi

uma propriedade da agricultura familiar. E a terceira limitação foi a dificuldade de acesso às

informações completas das empresas listadas na BOVESPA.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente são descritos e analisados os resultados encontrados através da aplicação

dos conceitos de custos às empresas rurais listadas na BOVESPA. Na sequência, é apresentada

e discutida a aplicação destes conceitos em uma propriedade da agricultura familiar.

Posteriormente, apresenta-se uma comparação dos conceitos utilizados pelas empresas

selecionadas da BOVESPA e das atividades da propriedade da agricultura familiar, sendo por

fim avaliada a importância da gestão de custos para o gestor da propriedade analisada.

4.1 CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS RURAIS

LISTADAS NA BOVESPA A PARTIR DOS DADOS DISPONIBILIZADOS

Para responder o primeiro objetivo específico, foram selecionadas três empresas que

integram o ramo rural e negociam suas ações na BOVESPA. Sendo assim, buscou-se a amostra

de uma empresa de cada atividade rural, correspondente a agrícola, pecuária e agroindustrial.

Levando em consideração as informações disponibilizadas pelas empresas, o Quadro 2 sintetiza

os conceitos utilizados.

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Quadro 2 - Conceitos de gestão de custos aplicáveis às empresas rurais listadas na BOVESPA

a partir dos dados disponibilizados.

Conceito

Empresas Selecionadas

SLC AGRÍCOLA MINERVA FOODS RAIZEN ENERGIA S.A.

Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade

Agroindustrial

Classificação dos custos

(diretos/indiretos) Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Classificação dos custos

(fixos/variáveis) Aplicável Não aplicável Não aplicável

Custo do produto Aplicável Aplicável Aplicável

Análise custo/volume/lucro Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Margem de contribuição Aplicável Não aplicável Não aplicável

Grau de alavancagem Aplicável Não aplicável Não aplicável

Ponto de equilíbrio

contábil Aplicável Não aplicável Não aplicável

Ponto de equilíbrio

econômico Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Ponto de equilíbrio

financeiro Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Margem de segurança Aplicável Não aplicável Não aplicável

Lucratividade Aplicável Aplicável Aplicável

Rentabilidade Aplicável Aplicável Aplicável

Custo de oportunidade Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio variável Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio por

absorção Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio ABC Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Percebe-se por meio dos relatórios acessados, que as empresas rurais fornecem

informações padronizadas a partir do que estabelece a legislação. Ambos os relatórios fornecem

basicamente informações gerais de custos, sem dar ênfase às informações mais precisas a

respeito das empresas. Portanto, no Quadro 2, os conceitos de custos foram divididos em

aplicável e não aplicável. Aplicáveis são aqueles conceitos que a partir dos dados

disponibilizados pelas empresas, tornou-se possível o cálculo e identificação das informações

de custos. Por outro lado, não aplicáveis, são aqueles conceitos que não se obteve os dados

necessários para o cálculo e identificação das informações de custos. Destaca-se também que o

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custo de oportunidade é considerado como não aplicável pois não se obteve as informações

necessárias, a partir dos dados disponibilizados pelas empresas listadas da BOVESPA.

4.2 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS ÀS EMPRESAS RURAIS

LISTADAS NA BOVESPA A PARTIR DOS DADOS DISPONIBILIZADOS

Nesta seção foram aplicados os conceitos de gestão de custos, considerados aplicáveis

a partir das informações disponíveis, conforme demonstrado no Quadro 2. Para tanto, no

Quadro 3, tem-se a aplicação dos conceitos de gestão de custos da empresa SLC Agrícola, que

pertence à atividade agrícola, referente ao ano de 2017.

Quadro 3 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa SLC Agrícola.

SLC AGRÍCOLA (Exercício/2017)

Conceito Fórmula Algodão em

pluma Soja Milho

Custo do produto

(R$/ton) 3.414 679 266

Margem de

contribuição (R$/ton)

Margem de contribuição =

Preço – Custos Variáveis

Unitários

2.871,97 554,05 111,67

Grau de alavancagem

Grau de alavancagem = MC

(total) / MC (total) – CDF

(total)

1,31 1,51 1,89

Ponto de equilíbrio

contábil (toneladas)

PEC = Custos fixos totais /

MC unitária

33.216,65

toneladas

250.517,88

toneladas

228.703,73

toneladas

Margem de segurança

(%)

Margem de segurança =

Vendas - vendas no PE /

Vendas

0,76 ou 76% 0,66 ou 66% 0,52 ou 52%

Lucratividade (%) L x 100/RT 19,87%

Rentabilidade (%) L x 100/I 13,67%

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Conforme demonstrado no Quadro 3, para a empresa SLC Agrícola, foram utilizados os

valores referentes ao ano de 2017, disponibilizados no site da mesma. Desse modo, é importante

destacar que apesar de o custo total por tonelada do algodão em pluma ser o mais alto dos três

produtos, é também o que possui a maior margem de contribuição, no valor de R$ 2.871,97,

equivalente a 51,19%. Ou seja, é o quanto ainda sobra para a empresa para pagar os custos fixos

e ainda obter lucro sobre o produto (PADOVEZE, 2010).

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Em seguida, destaca-se que ambos os produtos apresentam um grau de alavancagem

alto, ou seja, Warren, Reeve e Fess (2003) destacam que, se a empresa tiver um pequeno

aumento nas vendas terá um lucro significativo. Por sua vez, a soja apresenta o ponto de

equilíbrio contábil mais baixo, levando em consideração a venda do exercício do ano de 2017,

correspondente à 746.049 toneladas. A partir do conceito de Wernke (2001), se a empresa

vender 250.518 toneladas ela não terá lucro, nem prejuízo.

Além disso, ressalta-se que o algodão em pluma possui a maior margem de segurança.

Isso significa que o produto gera bastante lucro para a empresa, podendo diminuir em 76% as

vendas de algodão sem obter prejuízo (MEGLIORINI, 2006).

Posteriormente, no Quadro 4, tem-se a aplicação dos conceitos de gestão de custos para

a empresa Minerva Foods, que pertence a atividade pecuária, referente ao ano de 2016. Os

resultados encontrados referem-se à produção e comercialização de carnes.

Quadro 4 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa Minerva Foods.

MINERVA FOODS (Exercício/2016)

Conceito Fórmula Resultado

Custo do produto (R$) CMV/volume 14,16

Lucratividade (%) L x 100/RT 2,02%

Rentabilidade (%) L x 100/I 37,46%

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Para a empresa Minerva Foods, foi levado em consideração o ano de 2016, devido a não

disponibilização dos dados em sua página referente ao ano de 2017 até o momento da coleta de

dados. Sendo assim, vale destacar que o percentual de lucratividade, de acordo com Assaf Neto

e Lima (2010), demonstra o quanto a empresa obterá de lucro com as vendas. Nesse caso, a

lucratividade é de 2,02%, o que significa que a cada R$ 100,00 de vendas a empresa está

obtendo um lucro de R$ 2,02. Também, destaca-se que a rentabilidade de 37,46% demonstra

um bom retorno a partir do capital investido (BRAGA, 2011).

E por fim, no Quadro 5, tem-se a aplicação dos conceitos de gestão de custos para a

empresa Raízen Energia S.A, que pertence à atividade agroindustrial, referente ao ano de 2016.

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Quadro 5 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a empresa Raízen Energia S.A.

RAÍZEN ENERGIA S.A (Exercício/2016)

Conceito Fórmula Açúcar Etanol

Custo do produto (R$) CMV/volume 0,82 1,31

Lucratividade (%) L x 100/RT 10,11%

Rentabilidade (%) L x 100/I 14,03%

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Para a empresa Raízen Energia S.A., foram utilizados os valores referentes ao ano de

2016, pois na página da empresa não constavam informações do ano de 2017. Com isso, vale

destacar que a empresa apresenta um retorno de 14,03% para seus investidores, como

demonstra o cálculo da rentabilidade. Os demais cálculos de gestão de custos não foram

possíveis de serem realizados, devido à limitação de informações no relatório da Administração.

4.3 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS EM UMA PROPRIEDADE

DA AGRICULTURA FAMILIAR A PARTIR DOS DADOS DISPONIBILIZADOS

Para responder o terceiro objetivo, primeiramente foi elaborado um quadro para

demonstrar a partir dos documentos e informações obtidas, quais cálculos da gestão de custos

são possíveis aplicar às atividades agrícola, pecuária e agroindustrial da propriedade da

agricultura familiar, conforme apresentado no Quadro 6. Sendo assim, para a atividade agrícola

utilizou-se a produção de milho, para a atividade pecuária a produção de leite e para a atividade

agroindustrial, a produção de melado.

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Quadro 6 - Conceitos de gestão de custos aplicáveis às atividades da propriedade da

agricultura familiar a partir dos dados disponibilizados.

Conceito

Propriedade da Agricultura Familiar

MILHO LEITE MELADO

Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade

Agroindustrial

Classificação dos custos

(diretos/indiretos) Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Classificação dos custos

(fixos/variáveis) Aplicável Aplicável Aplicável

Custo do produto Aplicável Aplicável Aplicável

Análise custo/volume/lucro Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Margem de contribuição Aplicável Aplicável Aplicável

Grau de alavancagem Não aplicável Aplicável Aplicável

Ponto de equilíbrio contábil Não aplicável Aplicável Aplicável

Ponto de equilíbrio

econômico Não aplicável Aplicável Aplicável

Ponto de equilíbrio

financeiro Não aplicável Aplicável Aplicável

Margem de segurança Não aplicável Aplicável Aplicável

Lucratividade Aplicável Aplicável Aplicável

Rentabilidade Não aplicável Aplicável Aplicável

Custo de oportunidade Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio variável Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio por

absorção Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Método de custeio ABC Não aplicável Não aplicável Não aplicável

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Conforme demonstrado no Quadro 6, para grande parte das atividades da propriedade

da agricultura familiar é possível aplicar os conceitos da gestão de custos. Para o milho, não é

possível aplicar muitos conceitos, pois todos os custos de produção e colheita são variáveis. De

acordo com Leone e Leone (2010), custos variáveis são aqueles que se alteram de acordo com

a quantidade produzida. Destaca-se também que o custo de oportunidade é considerado como

não aplicável pois não se obteve as informações necessárias, a partir dos dados disponibilizados

pelo gestor da propriedade.

A produção de milho, utilizada para fazer silagem em grão, possui custos variáveis como

o diesel para o plantio, mão de obra para plantio, aplicação de herbicidas, aplicação de ureia,

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sementes e adubos. Além disso, tem-se os custos da colheita e lona plástica para cobertura da

silagem. A mão de obra para produção de milho é considerada totalmente terceirizada. Assim,

no Quadro 7, apresenta-se a aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de

milho, referentes a produção de milho safra no ano de 2018.

Quadro 7 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de milho.

Produção de Milho para silagem em grão (MILHO SAFRA/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/variáveis (R$) FIXOS: não tem

VARIÁVEIS: 2.234

Custo do produto por ha (R$) 2.234

Margem de contribuição (R$) Margem de Contribuição = Preço - custos

Variáveis Unitários 1.566

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100/RT 41,21%

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Conforme observado no Quadro 7, o custo total do milho por hectare é de R$2.234,

sendo todos esses custos classificados como variáveis, pois, variam de acordo com a quantidade

de hectares plantados. A lucratividade de 41,21%, considerando a produção nos 5 ha de terra

arrendados, demonstra que o milho apresenta um bom retorno para a propriedade, considerando

o preço de mercado. Bruni (2010) destaca que através do cálculo da lucratividade, pode-se

observar quanto a empresa terá de lucro com os produtos vendidos, tirando os custos e despesas

com o produto.

Por sua vez, para os cálculos dos custos da produção de leite, foi levado em consideração

30 animais em período de lactação no mês de setembro de 2018. As vacas são ordenhadas no

início da manhã e ao final da tarde. Duas pessoas da família desenvolvem todas as atividades

necessárias na produção do leite.

Os custos variáveis para a produção do leite são o milho em grão úmido, concentrado,

sal, medicamentos, material para inseminação, pastagem de grama tifton e silagem do pé inteiro

do milho. Os custos fixos são a energia elétrica, manutenção necessária para a ordenha, salário

de duas pessoas, água e detergente para limpar a ordenhadeira e resfriador. A receita líquida no

mês é de R$ 15.000 para 12.000 litros de leite, equivalente a R$ 1,25 por litro. Sendo assim, o

Quadro 8 apresenta a aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de leite do

mês de setembro de 2018.

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Quadro 8 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de leite.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Conforme apresentado no Quadro 8, os custos fixos e variáveis praticamente se igualam.

Isso se deve ao fato de que boa parte dos custos fixos referem-se a depreciação, pois os

equipamentos e máquinas utilizadas vão perdendo seu valor ao longo dos anos. Ainda, destaca-

se que o produtor precisa de R$ 1,04 de cada litro de leite vendido para pagar os custos

referentes a produção do leite.

Por sua vez, o grau de alavancagem é de 3,45, ou seja, o grau de alavancagem é elevado.

De acordo com Warren, Reeve e Fess (2003), uma alta alavancagem operacional indica que um

pequeno aumento nas vendas ocasiona num grande aumento no lucro operacional, pois toda

vez que a receita de vendas dobra, o lucro aumenta 3,45 vezes.

Outro ponto importante é o ponto de equilíbrio econômico de 22.220 litros. Segundo

Martins (2010), se o gestor quiser obter um lucro de R$ 10.000 mensais, precisa chegar a uma

produção de 22.220 litros por mês, se continuar ganhando R$ 1,25 por litro de leite. Isso

também demonstra que precisa aumentar em quase 50% a produção, para ter o lucro esperado,

sendo considerado praticamente impossível, segundo o gestor da propriedade, pois para

Produção de Leite (Setembro/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/variáveis (R$) FIXOS: 6.220,01

VARIÁVEIS: 6.276,20

Custo total do produto (R$) CMV/volume 12.508,21 ou 1,04/lt

Margem de contribuição (R$) Margem de Contribuição = Preço -

Custos Variáveis Unitários 0,73/lt

Grau de alavancagem Grau de alavancagem = MC(Total)

/MC(Total) - CDF(Total) 3,45

Ponto de equilíbrio contábil

(litros)

PEC = Custos e Despesas Fixos Totais

/MC unitária 8.520,56 lt

Ponto de equilíbrio econômico

(litros)

PEE = Custos e Despesas Fixos Totais +

Lucro Desejado/MC unitária 22.219,19 lt

Ponto de equilíbrio financeiro

(litros)

PEF = Custos e Despesas Fixos Totais -

Despesas não desembolsáveis/MC

unitária

3.171,19 lt

Margem de segurança (%) Margem de segurança = Vendas - Vendas

no Ponto de Equilíbrio /Vendas 0,29 ou 29%

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100 /RT 16,61%

Rentabilidade (%) Rentabilidade= L x 100 /I 0,33%

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aumentar a produção, consequentemente terá que aumentar o plantel de animais ou mudar a

alimentação, o que acarretará uma mudança nos custos fixos e variáveis da produção.

O ponto de equilíbrio financeiro é de 3.172 litros. Ou seja, a propriedade precisa

produzir 3.172 litros para pagar todos os custos e despesas do período, excluindo-se a

depreciação. Bornia (2010) lembra que através do cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, a

empresa saberá quanto ela terá que vender para cobrir as necessidades de desembolso.

Por sua vez, a lucratividade é de 16,61%. Bruni (2010, p. 169) destaca que “quanto mais

alta a margem líquida, melhor a situação financeira da empresa”. Já a rentabilidade é de 0,33%,

ou seja, de acordo com Vieira et al., (2010), isso demonstra o percentual de retorno para a

propriedade por mês, a partir dos investimentos feitos, ressaltando que a propriedade precisará

trabalhar muitos anos para obter o retorno dos investimentos realizados.

E por último, para a produção de melado tem-se como custos fixos, luz, salário de duas

pessoas para produzir o melado e alvarás para produzir e vender o melado de forma legal. Os

custos variáveis são a cana-de-açúcar que é comprada de terceiros, mão de obra necessária para

descarregar a cana, lenha e embalagens para armazenar o melado para venda. Os cálculos

referem-se à produção de melado para o mês de setembro de 2018 e podem ser observados

através do Quadro 9.

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53

Quadro 9 - Aplicação dos conceitos de gestão de custos para a produção de melado.

Produção de melado (Setembro/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/variáveis (R$) FIXOS: 2.456,66

VARIÁVEIS: 8.438

Custo total do produto (R$) 10.894,66 ou 11,67/un

Margem de contribuição

(R$)

Margem de Contribuição = Preço - Custos Variáveis

Unitários 4,96

Grau de alavancagem Grau de alavancagem = MC(Total) /MC(Total) -

CDF(Total) 2,13

Ponto de equilíbrio contábil

(unidades) PEC = Custos e Despesas Fixos Totais/MC unitária 495,29 unidades

Ponto de equilíbrio

econômico (unidades)

PEE = Custos e Despesas Fixos Totais + Lucro

Desejado/MC unitária 3.116,26 unidades

Ponto de equilíbrio

financeiro (unidades)

PEF = Custos e Despesas Fixos Totais - Despesas

não desembolsáveis/MC unitária 404,23 unidades

Margem de segurança (%) Margem de Segurança = Vendas - Vendas no Ponto

de Equilíbrio /Vendas 0,47 ou 47%

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100/RT 16,59%

Rentabilidade (%) Rentabilidade= L x 100/I 1,09%

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

A partir do Quadro 9, percebe-se que a produção de melado possui custos variáveis altos

levando em consideração o total dos custos, resultando principalmente do custo da compra da

cana-de-açúcar, matéria-prima para fazer o melado. O ponto de equilíbrio contábil é de 496

unidades, sendo atualmente produzido 933 unidades, conforme Apêndice D, ou seja, demonstra

que a metade do que a empresa produz por mês cobre os custos de produção.

O ponto de equilíbrio econômico é de 3.117 unidades. Conforme Wernke (2010), isto

demonstra a quantidade a ser vendida para atingir os objetivos do gestor da propriedade, com

lucro de R$ 13.000 mensais. Portanto, esse valor é considerado alto, pois a propriedade

precisará aumentar em mais de 100% a sua produção mensal.

A margem de segurança é de 0,47 ou 47%, que demonstra que a produção poderá ser

reduzida em 47% sem trazer prejuízo para a propriedade. A lucratividade de 16,59%, significa

o ganho que a propriedade tem com as vendas (BRUNI, 2010). Além disso, a rentabilidade é

de 1,09% no caso do melado, a partir da análise dos investimentos realizados.

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54

4.4 COMPARAÇÃO DOS CONCEITOS UTILIZADOS PELAS EMPRESAS

SELECIONADAS DA BOVESPA E A PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR

Nesta seção apresenta-se uma comparação dos conceitos utilizados pelas empresas

rurais listadas na BOVESPA e a propriedade da agricultura familiar. Essa comparação pode ser

melhor observada a partir do Quadro 10, onde foi assinalado com um “X” quais conceitos foram

possíveis calcular para ambas as atividades, tanto das empresas listadas na BOVESPA, quanto

da propriedade da agricultura familiar.

Quadro 10 - Comparação dos conceitos de gestão de custos aplicados às empresas listadas na

BOVESPA e à propriedade da agricultura familiar.

Conceito

Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade Agroindustrial

Milho SLC

Agrícola Leite

Minerva

Foods Melado

Raízen

Energia S.A.

Classificação dos

custos

(diretos/indiretos)

Classificação dos

custos

(fixos/variáveis)

X X X

Custo do produto X X X X X X

Análise

custo/volume/lucro

Margem de

contribuição X X X X

Grau de alavancagem X X X

Ponto de equilíbrio

contábil X X X

Ponto de equilíbrio

econômico X X X

Ponto de equilíbrio

financeiro X X X

Margem de segurança X X X

Lucratividade X X X X X X

Rentabilidade X X X X X

Custo de oportunidade

Método de custeio

variável

Método de custeio por

absorção

Método de custeio

ABC

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

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De acordo com o Quadro 10, em relação a atividade agrícola, a empresa SLC Agrícola

e a propriedade da agricultura familiar, ambas produzem milho, sendo possível diferenciar os

custos (fixos ou variáveis), a margem de contribuição e o cálculo da lucratividade para ambas.

Na empresa SLC Agrícola, foi possível aplicar um maior número de cálculos por ter seus

próprios equipamentos para produção. Sendo assim, foi possível verificar o percentual dos

custos referentes aos custos fixos de produção, podendo-se obter algumas informações a mais,

tais como ponto de equilíbrio contábil e margem de segurança.

Para a segunda atividade, produção pecuária, foi possível aplicar os conceitos de custo

do produto, lucratividade e rentabilidade para a empresa Minerva Foods, bem como para a

propriedade da agricultura familiar. Os demais cálculos para esse segmento, só foram possíveis

aplicar na propriedade da agricultura familiar, pelo fato de a empresa Minerva Foods trazer em

seu balanço apenas informações básicas, sem publicar informações mais específicas referentes

aos custos sobre a mesma.

Para a última atividade, referente à produção agroindustrial, a empresa Raízen Energia

S.A., listada na BOVESPA apresenta poucas informações comparando-se com as informações

disponíveis referentes à propriedade da agricultura familiar. Deste modo, foi possível obter

somente resultados do custo do produto, rentabilidade e lucratividade para a empresa Raízen

Energia S. A. Por outro lado, na produção de melado, foi possível aplicar grande parte dos

conceitos da gestão de custos apresentados na literatura.

4.4 IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DE GESTÃO DE CUSTOS PARA O GESTOR

DA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR A PARTIR DOS RESULTADOS

ENCONTRADOS

Para responder o último objetivo da pesquisa foi aplicado um questionário ao gestor da

propriedade da agricultura familiar para verificar se os resultados encontrados têm relevância

para ele e a gestão da propriedade. O gestor da propriedade informou que conhece alguns dos

conceitos de gestão de custos, como classificação dos custos (fixos/variáveis), custo do produto,

análise custo/volume/lucro, lucratividade e rentabilidade.

Além disso, destacou que para a gestão da propriedade utiliza informações referentes ao

custo do produto, sua classificação em custos fixos e variáveis e a análise custo/volume/lucro.

Sendo assim, para o cálculo dos diversos indicadores, os dados são extraídos pelos documentos

da propriedade, como, notas de compras e do bloco do produtor.

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56

Por sua vez, na penúltima questão apresentada, buscou-se saber quais conceitos de

custos o gestor considera importante para aplicar na propriedade, podendo ser melhor

observado no Quadro 11, onde o gestor da propriedade assinalou com um “X” os conceitos que

considera importante.

Quadro 11 - Conceitos de gestão de custos considerados importantes para aplicação na

propriedade.

Conceito Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade Agroindustrial

MILHO LEITE MELADO

Classificação dos custos

(diretos/indiretos) X X X

Classificação dos custos

(fixos/variáveis) X X X

Custo do produto X X X

Análise

custo/volume/lucro X X X

Margem de contribuição X X

Grau de alavancagem X X

Ponto de equilíbrio

contábil X X

Ponto de equilíbrio

econômico X X

Ponto de equilíbrio

financeiro X X

Margem de segurança X X X

Lucratividade X X X

Rentabilidade X X X

Custo de oportunidade X X

Método de custeio

variável X X X

Método de custeio por

absorção X X

Método de custeio ABC X X

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

De acordo com o Quadro 11, o gestor considera importante aplicar os conceitos de

gestão de custos em praticamente todas as atividades, pelo fato de que grande parte dos

conceitos traz informações que ele não tem conhecimento. Por sua vez, no Quadro 12, foi

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realizada a mesma pergunta, mas levando em consideração os resultados2 obtidos através dos

cálculos utilizados para a gestão de custos. Neste quadro, o gestor também marcou com um “X”

o que ele considera importante aplicar após os resultados obtidos.

Quadro 12 - Conceitos de gestão de custos considerados importantes após a aplicação na

propriedade.

Conceito Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade Agroindustrial

MILHO LEITE MELADO

Classificação dos custos

(diretos/indiretos)

Classificação dos custos

(fixos/variáveis) X X X

Custo do produto X X X

Análise

custo/volume/lucro X X X

Margem de contribuição X X

Grau de alavancagem X

Ponto de equilíbrio

contábil X X

Ponto de equilíbrio

econômico X X

Ponto de equilíbrio

financeiro X X

Margem de segurança X X X

Lucratividade X X X

Rentabilidade X X

Custo de oportunidade

Método de custeio

variável

Método de custeio por

absorção

Método de custeio ABC

Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Através do Quadro 12, percebe-se que para o gestor da propriedade alguns conceitos

não são considerados como importantes após a apresentação dos resultados da aplicação dos

2 Os resultados da pesquisa foram apresentados ao gestor da propriedade antes de ele responder a questão 6 do

questionário (APÊNDICE B), devido à necessidade de ter os resultados para respondê-la.

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conceitos de gestão de custos. Alguns conceitos não foram considerados importantes para

nenhuma atividade da propriedade. Vale ressaltar que o gestor julgava importante alguns casos

do Quadro 11, mas pela impossibilidade de calcular esses conceitos e por não ter essas

informações disponíveis, ele deixou de assinalar como importantes, além de não ter

conhecimento dos resultados.

Percebe-se por meio da comparação dos resultados dos Quadros 11 e 12 que, a partir

dos dados disponíveis na propriedade muitos conceitos que poderiam ser considerados

importantes são desprezados pelo gestor em função da limitação desses dados.

Sendo assim, ressalta-se que a gestão de custos é relevante para o gestor da propriedade.

Caso tiver informações mais precisas a respeito das atividades poderá aplicar os demais

conceitos que julgar importante para a utilização na propriedade.

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59

5 CONCLUSÃO

O objetivo geral da pesquisa foi aplicar os conceitos da gestão de custos à grandes

empresas rurais listadas na BOVESPA e às atividades de uma propriedade da agricultura

familiar da região das Missões/RS a partir dos dados disponibilizados. A partir deste, foram

elaborados quatro objetivos específicos para atender o objetivo geral e solucionar o problema

da pesquisa.

O primeiro objetivo específico foi identificar os conceitos de gestão de custos aplicáveis

às empresas rurais listadas na BOVESPA a partir dos dados disponibilizados. Os resultados

encontrados demonstraram que as empresas SLC Agrícola, Raízen Energia S.A. e Minerva

Foods disponibilizam informações gerais, sendo possível identificar o custo do produto, a

lucratividade e a rentabilidade para ambas. Para a empresa SLC Agrícola também foi possível

classificar os custos em fixos e variáveis e aplicar os indicadores de margem de contribuição,

grau de alavancagem, ponto de equilíbrio contábil e margem de segurança.

O segundo objetivo específico foi aplicar os conceitos de gestão de custos às empresas

rurais listadas na BOVESPA a partir dos dados disponibilizados. Destaca-se que os conceitos

de margem de contribuição, grau de alavancagem, margem de segurança, lucratividade e

rentabilidade aplicados para a empresa SLC Agrícola obtiveram resultados significativos para

a pesquisa. Por sua vez, levando em consideração a aplicação dos conceitos para as empresas

Minerva Foods e Raízen Energia S.A., destacam-se como importantes para a pesquisa os

conceitos de lucratividade e rentabilidade.

O terceiro objetivo específico constitui em aplicar os conceitos de gestão de custos em

uma propriedade da agricultura familiar a partir dos dados disponibilizados. O conceito mais

relevante para a produção de milho foi a lucratividade, por apresentar um bom retorno para a

propriedade, considerando o preço de mercado. Além disso, destaca-se que o milho apresenta

apenas custos variáveis. Em relação a produção de leite, conceitos como custo total do produto,

grau de alavancagem, ponto de equilíbrio contábil, lucratividade e rentabilidade são

considerados importantes. E para a produção de melado merecem destaque os custos variáveis,

o grau de alavancagem, o ponto de equilíbrio contábil, o ponto de equilíbrio econômico, a

margem de segurança, a lucratividade e a rentabilidade.

O último objetivo específico buscou identificar a importância das informações de gestão

de custos para o gestor da propriedade da agricultura familiar a partir dos resultados

encontrados. Ressalta-se que ao aplicar os conceitos na propriedade, o gestor elencou como

importantes a classificação dos custos em fixos e variáveis, o custo do produto, a análise

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custo/volume/lucro, a margem de segurança e a lucratividade para todas as atividades. Já os

conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio contábil, financeiro e econômico e

rentabilidade são relevantes para a produção do leite e do melado. E o conceito de grau de

alavancagem apresentou-se como importante apenas para a produção do leite, na visão do gestor

da propriedade. Através dos resultados encontrados na pesquisa, o gestor destacou que é

importante a utilização da gestão de custos na propriedade, pois traz resultados e informações

importantes para o desenvolvimento das atividades.

Levando em consideração as respostas do gestor da propriedade e a teoria sobre os

conceitos de gestão de custos, concorda-se com o gestor sobre a importância de saber classificar

os custos em fixos e variáveis, pois demonstra a variação dos custos ao aumentar ou diminuir a

produção. Além disso, a análise custo/volume/lucro é de grande valia ao utilizá-la na

propriedade, pois conforme Maher (2011), através da análise custo/volume/lucro é possível

planejar e tomar melhores decisões, pois avalia-se a variação do preço do produto, do custo e

do volume sobre o lucro.

Também concorda-se com a importância de ter o conhecimento do percentual da

margem de segurança para as três atividades analisadas, pois será possível saber o quanto a

propriedade poderá diminuir suas vendas sem obter prejuízo (MEGLIORINI, 2006). Por sua

vez, discorda-se com o gestor, por considerar o grau de alavancagem apenas importante para a

produção de leite. Entende-se como importante também a utilização desse conceito para a

produção de melado, pois será possível verificar a variação das vendas sobre o lucro operacional

(WARREN, REEVE, FESS, 2003).

Conclui-se que um significativo conjunto de conceitos de gestão de custos pode ser

utilizada tanto em grandes empresas do segmento rural, assim como são aderentes às pequenas

propriedades rurais. Pela diversidade de custos e conceitos aplicáveis, esses podem trazer

resultados importantes para o desenvolvimento das atividades dos diferentes tipos de empresas.

Recomenda-se que sejam realizados estudos posteriores, levando em consideração a

gestão de custos para mais propriedades da agricultura familiar, com objetivo de verificar as

diferenças e semelhanças que existem ao elencar os custos de produção para atividades

semelhantes em diferentes propriedades.

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61

REFERÊNCIAS

ALVES, Carmen A. Agricultura familiar e gestão de custos: um estudo de caso na região

do semi-árido baiano. 2010, 107 f. Dissertação (Mestrado em Agroecologia e

Desenvolvimento Rural) - Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento

Rural, Universidade Federal de São Carlos, Araras, 2010.

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67

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/UFFS

GESTÃO DE CUSTOS RURAIS:

APLICABILIDADE DOS CONCEITOS EM GRANDES EMPRESAS RURAIS E UMA

PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR

Prezado participante, você está sendo convidado a participar da pesquisa intitulada

“Gestão de custos rurais: aplicabilidade dos conceitos em grandes empresas rurais e uma

propriedade da agricultura familiar”, desenvolvida por Diana Schmitz, discente do curso de

Graduação em Administração da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus de

Cerro Largo, sob orientação do Professor Dr. Ari Söthe.

O objetivo central do estudo é aplicar os conceitos da gestão de custos a grandes

empresas rurais listadas na BOVESPA e as atividades de uma propriedade da agricultura

familiar da região das Missões/RS a partir dos dados disponibilizados. O tema “aplicabilidade

dos conceitos da gestão de custos nas grandes empresas do segmento rural e as propriedades da

agricultura familiar”, foi escolhido para demonstrar que a gestão de custos é aplicável tanto em

grandes, quanto pequenas propriedades.

O convite a sua participação se deve à sua atuação na gestão de custos de uma

propriedade da agricultura familiar que trabalha com os três segmentos da atividade rural. Sua

participação é importante para que, a partir das informações obtidas seja possível verificar a

aplicabilidade dos conceitos de gestão de custos em grandes empresas rurais e à propriedade da

agricultura familiar.

Sua participação não é obrigatória e você tem plena autonomia para decidir se quer ou

não participar, bem como desistir da colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem

necessidade de qualquer explicação e sem nenhuma forma de penalização. Você não será

penalizado de nenhuma maneira caso decida não consentir sua participação, ou desista da

mesma. Contudo, ela é muito importante para a execução da pesquisa, relevante pelos seguintes

aspectos: entendimento de quais conceitos da gestão de custos são utilizados em uma

propriedade rural e que possuem similaridade com a gestão de custos de empresas rurais que

comercializam ações na bolsa.

Você não receberá remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo

sua participação voluntária. Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das

informações por você prestadas. Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na

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divulgação dos resultados da pesquisa e o material armazenado em local seguro. A qualquer

momento, durante a pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador

informações sobre sua participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser feito através dos

meios de contato explicitados neste Termo.

A sua participação consistirá em responder a um roteiro de questionário. O questionário

será respondido pelo gestor, sem intervenções da pesquisadora. Caso tiver alguma dúvida ao

responder o questionário, poderá pedir mais informações para a pesquisadora. O tempo

estipulado para responder o questionário é de, aproximadamente, meia hora. Após a aplicação

do questionário, as respostas serão transcritas para analisar o conteúdo destas.

O benefício relacionado com a sua colaboração nesta pesquisa é o de verificar se os

conceitos de gestão de custos podem ser aplicados tanto em grandes, quanto pequenas

propriedades rurais.

A participação na pesquisa poderá causar riscos, como desconforto ao responder o

questionário pois serão solicitados documentos e informações financeiras, para apurar os custos

das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial da propriedade. Para minimizar o risco de

desconforto, as perguntas serão de fácil entendimento do respondente, em um local reservado

ou confortável para o respondente e no momento mais adequado, respeitando seus valores

culturais, sociais, e horários de trabalho.

Além disso, o questionário será respondido pelo respondente, sem interferência de

outras pessoas, e caso precisar, a pesquisadora tirará as dúvidas necessárias. Ainda, o

respondente terá o direito de responder as questões que lhe parecerem necessárias e pertinentes.

Caso sentir desconforto ao responder o questionário, será marcada uma nova data, para

respondê-lo, caso o respondente se sentir confortável para isso.

As conclusões obtidas serão divulgadas em eventos sem a divulgação do nome da

propriedade e do respondente. E, também serão repassadas ao gestor da propriedade para que

use do modo que preferir. Contudo, os conhecimentos obtidos através das informações poderão

auxiliar na administração dos processos da propriedade, bem como embasar possíveis estudos

na propriedade em relação à área analisada. Assim, após a conclusão da pesquisa o gestor da

propriedade receberá o retorno a respeito dos resultados encontrados.

Caso concorde em participar, uma via deste termo ficará em seu poder e a outra será

entregue ao pesquisador. Não receberá cópia deste termo, mas apenas uma via. Desde já

agradecemos sua participação!

_________________,____ de ________ de 2018.

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__________________________________

Prof. Dr. Ari Söthe

Tel: (55 – 49 – 99147-1153)

e-mail: [email protected]

Endereço para correspondência: Universidade Federal da Fronteira Sul / UFFS – Campus Cerro

Largo, Rua Jacoob Reinaldo Haupenthal, 1580, São Pedro, Cerro Largo – RS – CEP: 97900-

000.

Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa e concordo em

participar.

Nome completo do (a) participante:_________________________________________

Assinatura: ____________________________________________________________

Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê de Ética

em Pesquisa da UFFS.

Tel e Fax - (0XX) 49- 2049-3745.

E-Mail: [email protected]

Endereço para correspondência: Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS - Comitê de Ética

em Pesquisa da UFFS, Rodovia SC 484 Km 02, Fronteira Sul,

CEP 89815-899 Chapecó - Santa Catarina – Brasil).

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70

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CERRO LARGO

ACADÊMICA: Diana Schmitz

PROFESSOR ORIENTADOR: Prof. Dr. Ari Söthe

QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

O presente questionário faz parte do Trabalho de Curso da Acadêmica Diana Schmitz,

da Universidade Federal da Fronteira Sul – RS.

O referido trabalho tem como título: GESTÃO DE CUSTOS RURAIS:

APLICABILIDADE DOS CONCEITOS EM GRANDES EMPRESAS RURAIS E UMA

PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR.

OS DADOS SERÃO UTILIZADOS UNICAMENTE PARA FINS ACADÊMICOS.

Sua contribuição será de enorme valia para o êxito desse trabalho. Agradecemos

antecipadamente a colaboração por responder o questionário.

1. Função do Respondente: __________________________

2. Você conhece algum dos conceitos de gestão de custos?

( ) SIM, QUAIS? ______________________________________

( ) NÃO

3. Você utiliza alguma informação de custos para gestão da propriedade?

( ) SIM, QUAIS? ______________________________________

( ) NÃO

4. Se na questão 3 a resposta foi SIM, de onde você extrai os valores para calcular os custos?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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5. Quais dos conceitos de gestão de custos a seguir você acha importante aplicar nas atividades

da sua propriedade?

Conceito Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade Agroindustrial

MILHO LEITE MELADO

Classificação dos custos

(diretos/indiretos)

Classificação dos custos

(fixos/variáveis)

Custo do produto

Análise

custo/volume/lucro

Margem de contribuição

Grau de alavancagem

Ponto de equilíbrio

contábil

Ponto de equilíbrio

econômico

Ponto de equilíbrio

financeiro

Margem de segurança

Lucratividade

Rentabilidade

Custo de oportunidade

Método de custeio

variável

Método de custeio por

absorção

Método de custeio ABC

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6. A partir da aplicação dos conceitos de gestão de custos e dos resultados obtidos. Quais

conceitos você acha importante continuar aplicando em sua propriedade?

Conceito Atividade Agrícola Atividade Pecuária Atividade Agroindustrial

MILHO LEITE MELADO

Classificação dos custos

(diretos/indiretos)

Classificação dos custos

(fixos/variáveis)

Custo do produto

Análise

custo/volume/lucro

Margem de contribuição

Grau de alavancagem

Ponto de equilíbrio

contábil

Ponto de equilíbrio

econômico

Ponto de equilíbrio

financeiro

Margem de segurança

Lucratividade

Rentabilidade

Custo de oportunidade

Método de custeio

variável

Método de custeio por

absorção

Método de custeio ABC

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APÊNDICE C – DADOS UTILIZADOS PARA CÁLCULO DOS CONCEITOS DE

GESTÃO DE CUSTOS DAS EMPRESAS RURAIS LISTADAS NA BOVESPA

EMPRESA SLC AGRÍCOLA (Exercício/2017)

Lucro líquido (R$) 369.262.000

Receita líquida (total – R$) 1.858.054.000

Volume faturado (toneladas)

Algodão em pluma 141.126

Soja 746.049

Milho 484.912

Preço unitário (R$/ton)

Algodão em pluma 5.610

Soja 1.047

Milho 325

Custo unitário (R$/ton)

Algodão em pluma 3.414

Soja 679

Milho 266

Custos variáveis (%)

Algodão 80,2

Soja 72,6

Milho 80,2

Custos fixos (%)

Algodão 19,8

Soja 27,4

Milho 19,8

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (R$) 2.701.827.000

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EMPRESA RAIZEN ENERGIA S.A (Exercício/2016)

Receita operacional líquida (R$) 11.867.088.000

Volumes vendidos açúcar próprio 4.177.700.000

Volumes vendidos etanol próprio 2.073.900.000

Custo dos produtos vendidos (R$)

Açúcar próprio 3.415.000.000

Etanol próprio 2.719.200.000

Lucro líquido (R$) 1.200.000.000

Patrimônio Líquido (R$) 8.555.233.000

EMPRESA MINERVA FOODS (Exercício/2016)

Receita líquida (R$) 9.648.670

CMV (R$) 7.763.328

Patrimônio líquido (R$) 520.623

Lucro líquido (R$) 195.035

Volume vendas (1.000 ton) 548,1

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APÊNDICE D – DADOS UTILIZADOS PARA CÁLCULO DOS CONCEITOS DE

GESTÃO DE CUSTOS DA PROPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR

MILHO EM GRÃO (2018)

CUSTOS DO PRODUTO PREÇO TOTAL (R$ MÊS)

Arrendamento de terra 8 sc./soja/há – R$70 560

Custo do plantio/mão de obra 100/há 100

Semente 144/há 144

Adubo 370/há 370

Custo para passar ureia 30/há 30

Ureia 516/há 516

Custo mão de obra/dessecação 40/há 40

Dessecação 50/há 50

Custo mão de obra/pós-emergente 40/há 40

Pós emergente 54/há 54

Colheita 300/há 300

Lona 144/1000 sc. (100 sc ha-14,40) 30

2.234

PREÇO (milho safra) R$38/saca 60 kg 3.800/100 sc.

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LEITE (Setembro/2018)

CUSTOS DO

PRODUTO PREÇO QUANTIDADE TOTAL (R$ MÊS)

VARIÁVEIS

Grão úmido 0,38/kg 3780 kg 1.436,40

Concentrado 1,79/kg 1620 kg 2.899,80

Sal 40/sc 5 sc 200

Medicamento 5.000/ano 420/mês 420

Pastagem 420/ha/ano 420/mês 420

Silagem pé inteiro 0,05/kg 18 ton/mês 900

6.276,20

FIXOS

Energia elétrica ordenha 37/mês 37

Manutenção ordenha 250/mês 250

Salário serviço 954/mês 2 pessoas 1908

Água 2,20 1,5 metros 3,30

Detergente 700/6 meses 116,67

2.314,97

RECEITA LÍQUIDA 1,25/lt 12.000 lt 15.000

PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

560.000 (terra 14 ha)

+ 204.700 764.700

DEPRECIAÇÃO Valor pago (R$) Taxa

depreciação (%)

Vida útil

(anos)

Valor anual

(R$)

Valor

mensal (R$)

Ordenhadeira 9.000 10% 10 900 75

Resfriador 11.000 10% 10 1.100 91,67

Vacas 4.500/vaca 37 (30

lactação)-166.500 20% 5 33.300 2.775

Galpão 5.000 10% 10 500 41,67

Plataforma 4.000 10% 10 400 33,33

Triturão 5.000 10% 10 500 41,67

Misturador de

ração 4.000 10% 10 400 33,37

Carrinho de mão 200 20% 5 40 3,33

3.905,04

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MELADO – Setembro/2018 (compra cana)

CUSTOS DO PRODUTO PREÇO QUANTIDADE TOTAL (R$ MÊS)

FIXOS

Luz 37/mês 37

Salário serviço 954 2 pessoas 1.908

LICENÇA (alvará municipal

e estadual)

300 p/ano (5

meses/produção) 60

VARIÁVEIS

Cana-de-açúcar 240/t 17 ton 4.080

Frete para trazer a cana-de-

açúcar 17 ton 1.460

Diarista descarrega 150 150

Lenha 70/metro lenha 12,6 m 882

Embalagens 1,8 kg 2/embalagem 933 1.866

PREÇO DE VENDA 14/baldinho (venda

p/ mercado) 933 13.062

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 120.000 (terra – 3

há) + 78.200 198.200

DEPRECIAÇÃO Valor pago (R$)

Taxa

depreciação

(%)

Vida útil (anos)

Valor

anual

(R$)

Valor mensal

(R$)

2 Tachos 500/tacho

galvonizado 10% 10 100 8,33

Construção 40.000 4% 25 1.600 133.33

Mesa 1.000 10% 10 100 8,33

Batedor 6.000 10% 10 600 50

Moenda 30.000 10% 10 3.000 250

Pia 200 10% 10 20 1,67

451,66

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APÊNDICE E – CÁLCULO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS DAS

EMPRESAS RURAIS LISTADAS NA BOVESPA

SLC AGRÍCOLA (Exercício/2017)

Conceito Fórmula Algodão em

pluma Soja Milho

Custo do produto

(R$/ton) 3.414 679 266

Margem de

Contribuição Unitária

(R$/ton)

Margem de

contribuição

unitária = Preço –

Custos variáveis

unitários

5.610 – 2.738,03

= 2871,97

1.047 – 492,95 =

554,05

325 – 213,33 =

111,67

Grau de Alavancagem

Grau de

alavancagem =

MC (total) / MC

(total) – CDF

(total)

405.309.638,2 /

405.309.638,2 –

9.539.7224,47 =

1,31

413.348.448,5 /

413.348.448,5 –

138.799.432,3 =

1,51

54.150.123,04 /

54.150.123,04 –

2.553.9345,22 =

1,89

Ponto de equilíbrio

contábil (toneladas)

PEC = Custos

fixos totais / MC

unitária

(19,8% x 3.414 x

141.126) =

95.397.224,47/

2.871,97 =

33.216,65

toneladas

(27,4% x 679 x

746.049) =

1.387.99432,3/

554,05 =

250.517,88

toneladas

(19,8% x 266 x

484.912) =

25.539.345,22 /

111,67 =

228.703,73

toneladas

Margem de Segurança

(%)

Margem de

Segurança =

Vendas - vendas

no PE / Vendas

141.126 –

33.216,65 /

141.126 = 0,76

ou 76%

746.049 –

250.517,88 /

746.049 = 0,66

ou 66%

484.912 –

228.703,73 /

484.912 = 0,52 ou

52%

Lucratividade (%) L x 100/RT 369.262.000 x 100 / 1.858.054.000 = 19,87%

Rentabilidade (%) L x 100/I 369.262.000 x 100 / 2.701.827.000 = 13,67%

RAIZEN ENERGIA S.A (Exercício/2016)

Conceito Fórmula Açúcar Etanol

Custo do produto (R$) CMV/volume 3.415.000.000/4.177.700.000

= 0,82

2.719.200.000/2.073.900.000

= 1,31

Lucratividade (%) L x 100/RT 1.200.000.000 x 100/11.867.088.000 = 10,11%

Rentabilidade (%) L x 100/I 1.200.000.000 x 100/ 8.555.233.000 = 14,03%

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MINERVA FOODS (Exercício/2016)

Conceito Fórmula Resultado

Custo do produto (R$) CMV/volume 7.763.328/548.100 = 14,16

Lucratividade (%) L x 100/RT 195.035 x 100/9.648.670 = 2,02%

Rentabilidade (%) L x 100/I 195.035 x 100/520.623 = 37,46%

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APÊNDICE F – CÁLCULO DOS CONCEITOS DE GESTÃO DE CUSTOS DA

PROPPRIEDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR

Produção de Milho para silagem em grão (Milho safra/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/ variáveis (R$) FIXOS: não tem

VARIÁVEIS: 2.234

Custo do produto (TOTAL R$) 2.234

Margem de contribuição (R$) Margem de Contribuição = Preço -

Custos Variáveis Unitários 3.800 – 2.234 = 1.566

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100/RT 7.830 x 100/19.000 = 41,21%

Produção de Leite (Setembro/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/variáveis (R$) FIXOS: 6.220,01

VARIÁVEIS: 6.276,20

Custo do produto (TOTAL R$) CMV/volume 12.496,21 ou 1,04/lt

Margem de contribuição (R$) Margem de Contribuição = Preço -

Custos Variáveis Unitários 1,25 – 0,52 = 0,73/lt

Grau de alavancagem Grau de alavancagem = MC(Total)

/MC(Total) - CDF(Total)

8.760 / 8.760 – 6.220,01 =

3,45

Ponto de equilíbrio contábil

(litros)

PEC = Custos e Despesas Fixos Totais

/MC unitária 6220,01/0,73 = 8.520,56 lt

Ponto de equilíbrio econômico

(litros)

PEE = Custos e Despesas Fixos Totais

+ Lucro Desejado/MC unitária

6.220,01 + 10.000 / 0,73 =

22.219,19 lt

Ponto de equilíbrio financeiro

(litros)

PEF = Custos e Despesas Fixos Totais

- Despesas não desembolsáveis/MC

unitária

6.220,01 – 3.905,04/0,73 =

3.171,19 lt

Margem de segurança (%)

Margem de Segurança = Vendas -

Vendas no Ponto de Equilíbrio

/Vendas

12.000 – 8.520,56 / 12.000 =

0,29 ou 29%

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100 /RT 2.491,79 x 100 / 15.000 =

16,61%

Rentabilidade (%) Rentabilidade= L x 100 /I 2.491,79 x 100 / 764.700 =

0,33%

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Produção de melado (Setembro/2018)

Conceito Fórmula Resultado

Custos fixos/variáveis (R$) FIXOS: 2.456,66

VARIÁVEIS: 8.438

Custo do produto (TOTAL R$) 10.894,66

Margem de contribuição (R$) Margem de Contribuição = Preço -

Custos Variáveis Unitários 14 – 9,04 = 4,96

Grau de alavancagem Grau de alavancagem = MC(Total)

/MC(Total) - CDF(Total)

4.627,68/4.627,68 – 2.456,66=

2,13

Ponto de equilíbrio contábil

(unidades)

PEC = Custos e Despesas Fixos

Totais/MC unitária

2.456,66/4,96 = 495,29

unidades

Ponto de equilíbrio econômico

(unidades)

PEE = Custos e Despesas Fixos Totais

+ Lucro Desejado/MC unitária

2.456,66 + 13.000/4,96 =

3.116,26 unidades

Ponto de equilíbrio financeiro

(unidades)

PEF = Custos e Despesas Fixos Totais

- Despesas não desembolsáveis/MC

unitária

2.456,66 – 451,66/4,96 =

404,23 unidades

Margem de segurança (%)

Margem de Segurança =Vendas -

Vendas no Ponto de Equilíbrio

/Vendas

933 – 495,29/933 = 0,47 ou

47%

Lucratividade (%) Lucratividade = L x 100/RT 2.167,34 x 100/13.062 =

16,59%

Rentabilidade (%) Rentabilidade= L x 100/I 2.167,34 x 100/198.200 =

1,09%