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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
SONIA GERUZA ARAÚJO BORGES
O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO POSSÍVEL MEDIADOR DE CONFLITOS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Salvador
2015
SONIA GERUZA ARAÚJO BORGES
O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO POSSÍVEL MEDIADOR DE CONFLITOS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Prof. Me. Luiz Argolo de Melo
Salvador 2015
SONIA GERUZA ARAÚJO BORGES
O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO POSSÍVEL MEDIADOR DE CONFLITOS NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
AGRADECIMENTOS
A Deus, porque por ele e para ele são todas as coisas.
A meus familiares, pelo apoio neste momento, A todos, meu muito obrigado.
A meu orientador, Prof. Luiz Argolo de Melo, pela paciência e competência ao me
auxiliar nesta jornada.
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, pela
iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos como eu contribuindo
para um futuro melhor para a educação da Bahia.
Mudar é, portanto trabalho conjunto dos educadores da escola
e supõe diálogo, troca de diferentes experiências e respeito à
diversidade de pontos de vista. (ORSOLON, 2012, p; 24).
BORGES, Sonia Geruza Araújo. O coordenador pedagógico como possível mediador de conflitos nas relações interpessoais. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
RESUMO
Trata-se de um projeto vivencial acerca das relações interpessoais no contexto escolar com foco na figura do coordenador pedagógico como possível mediador de conflitos que possivelmente surgem na escola, conflitos estes decorrentes da fragilidade das relações interpessoais. O objetivo deste projeto vivencial é avaliar as relações interpessoais entre o corpo docente e a gestão pedagógica da Creche Escola Municipal Monteiro Lobato. A metodologia utilizada neste projeto vivencial foi a da Pesquisa-Ação onde o pesquisador se envolve diretamente com a realidade pesquisada buscando modifica-la, ou seja, o pesquisador não é um mero observador, mas um agente transformador da realidade para tanto foram utilizado como instrumentos de coleta de dados a observação e a entrevista semiestruturada. Palavras-chave: Coordenador pedagógico. Relações interpessoais. Gestão Pedagógica
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E QUADROS
Quadro 1 Identificação dos entrevistados................................................... 30
Gráfico 1 Relações interpessoais no ambiente escolar ............................. 30
Gráfico 2 Participação da comunidade escolar......................................... 31
Gráfico 3 A relação entre as relações interpessoais e aprendizagem...... 32
Gráfico 4 Trabalho da gestão e coordenação escolar ............................... 33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
CP Coordenador Pedagógico
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação
PI Proposta de Intervenção
SMED Secretaria Municipal de Educação
UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
UFBA Universidade Federal da Bahia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................. 11
1 FRAGMENTOS DE HISTÓRIA DE VIDA................................................. 14
2 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO CONTEXTO EDUCACIONAL.......... 19
2.1 O COORDENADOR PEDAGOGICO COMO MEDIADOR DE
CONFLITOS............................................................................................. 22
2.2 HABILIDADES DO COORDENADOR PEDAGOGICO PARA ATUAR NA
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS............................................................. 24
3 AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ENTRE O CORPO DOCENTE E A GESTÃO PEDAGÓGICA NO COTIDIANO DA ESCOLA E O REFLEXO NO ENSINO APRENDIZAGEM................................................................. 26
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR....................................... 27
3.2 METODOLOGÍA....................................................................................... 28
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................................ 29
3.4 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA PI.................................................. 34
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 36
REFERÊNCIAS........................................................................................... 37
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INTRODUÇÃO
Pensando a figura do coordenador pedagógico como possível mediador de
conflitos e potencializador das relações interpessoais dentro da escola, e
considerando que estamos inseridos em uma sociedade que vive em constante
processo de mudança, o que implica que a escola deve acompanhar estas
transformações e adequar seus espaços e profissionais para oferecer uma
educação de qualidade é que se faz necessário discutir acerca das relações
interpessoais no espaço escolar. Diante dessa necessidade emergente, a presente
pesquisa foi elaborada de acordo com o seguinte eixo temático: Coordenação
Pedagógica: Relações, Dimensões e Formas de Atuação no Ambiente Escolar.
A necessidade de intervir na realidade da Creche Escola Municipal Monteiro
Lobato da Rede Municipal de Ensino de Vitoria da Conquista - Bahia emergiu da
experiência da pesquisadora como supervisora das creches municipais, o que lhe
permitiu perceber em suas visitas técnicas de supervisão e também nas reuniões de
planejamento em que participa que as relações interpessoais entre a equipe técnica
desta creche estão enfraquecidas.
Neste sentido, parte-se do pressuposto de que a figura do coordenador
pedagógico deve adequar-se a lógica moderna, que exige deste profissional postura,
atitude, autonomia e preparo para enfrentar tantas transformações, tal fato
representa para o coordenador pedagógico o desafio de tentar desenvolver algumas
habilidades como: inovação, flexibilidade, discernimento, segurança, conhecimento,
planejamento, visão estratégica, articulação para agregar novos saberes e gerar
novas alternativas para ação organizacional do trabalho pedagógico.
Sob esta perspectiva, o objetivo geral desta pesquisa é avaliar as relações
interpessoais entre o corpo docente e a gestão pedagógica da Creche Escola
Municipal Monteiro Lobato. Os objetivos específicos por sua vez consistem em:
Identificar como as relações interpessoais acontecem durante o fazer pedagógico e
como se dá a interlocução dos sujeitos envolvidos neste contexto; Elaborar e
executar um projeto de intervenção visando aprimorar as relações interpessoais no
contexto escolar e por fim verificar possíveis mudanças ocorridas nas relações
interpessoais após a execução do projeto de intervenção.
Assim sendo, tendo como ponto de partida o conhecimento teórico adquirido,
associado à experiência prática, adotou-se como metodologia para alcançar os
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objetivos propostos por esta pesquisa a pesquisa-ação: “[...] à pesquisa-ação,
enquanto linha de pesquisa associada a diversas formas de ação coletiva que é
orientada em função da resolução de problemas ou de objetivos de transformação.”
(THIOLLENT, 1947, p. 7).
Como instrumentos da pesquisa-ação destaca-se inicialmente a observação
do cotidiano do ambiente onde se instala a problemática a ser estudada, neste caso,
trata-se de uma creche-escola no município de Vitória da Conquista a partir desta
observação foi realizada uma entrevista semi-estruturada com a finalidade de coletar
informações sobre as relações interpessoais no ambiente da creche escola, a partir
dos dados coletados e da observação realizada partiu-se para a elaboração de uma
Proposta de Intervenção – PI, buscando alterar a realidade encontrada, com foco
nas relações interpessoais entre o corpo docente e a gestão pedagógica e visando a
qualidade do ensino-aprendizagem.
Ressalta-se que esta pesquisa consiste em um Projeto vivencial que se
organizou em 3(três) capítulos. O Primeiro capítulo da pesquisa trata-se de um
memorial abordando as vivências e experiências pessoais da aluna pesquisadora na
área de educação, além de trazer um breve resumo da trajetória profissional desde
os primeiros anos de formação até o momento atual. Neste memorial destaca-se
que a aproximação com a área educacional iniciou-se desde muito cedo,
possibilitando o acumulo de um leque de experiências que contribuíram para o
direcionamento profissional atual, sendo este apresentado com uma narrativa mais
leve no primeiro capítulo.
O Segundo capítulo traz o referencial teórico necessário para contextualizar e
compreender os objetivos da pesquisa, a temática explorada neste capítulo refere-se
a figura do coordenador pedagógico como possível mediador de conflitos nas
relações interpessoais. Destaca-se que é ao redor desta temática e apoiando-se
neste referencial teórico que toda a pesquisa se desenvolve e se fundamenta.
Dentre esse referencial teórico destacam-se Del Prette e Del Prette (2006)
que abordam conceitos de habilidades sociais, de competências sociais e
desempenho social, como a ocorrência de um comportamento ou um conjunto de
comportamentos em qualquer situação da vida do individuo. Muito importante
também para o desenvolvimento da pesquisa foram os dizeres de Antunes
referentes as relações interpessoais, segundo este autor cada individuo tem suas
particularidades, suas características próprias que diferem uma pessoa das outras
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de maneira que ninguém é igual ao outro em aspectos físicos e psicológicos, todas
essas diferenças são responsáveis por conflitos nas relações interpessoais. Fato
este que exige que as pessoas abandonem em certos momentos sua individualidade
abrindo espaço para a coletividade em prol da harmonia do grupo.
O Terceiro capítulo da pesquisa é referente ao Projeto de Intervenção - PI e
relata toda a sua construção, desde o surgimento da situação problema, as
justificativas da PI, a metodologia utilizada, os objetivos propostos e os resultados
esperados. Ressalta-se que o PI fundamenta-se nos pressupostos da pesquisa-ação
que possui como base a ideia de uma relação dialética entre pesquisa e ação,
supondo ainda que a pesquisa deve ter como função a transformação de uma dada
realidade.
Acredita-se que após a execução da PI as relações interpessoais dentro da
escola superem seus conflitos e se fortaleçam e que os professores, monitores e
demais profissionais da escola compreendam que trabalhando em equipe e
mantendo boas relações interpessoais a qualidade do ensino será melhor.
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1 FRAGMENTOS DE HISTORIA DE VIDA
Apresento este memorial sobre uma breve retrospectiva da minha trajetória
profissional e pessoal, bem como a formação de uma
mulher/mãe/professora/psicóloga, bem como as minhas origens, e lutas em busca
pela sobrevivência socioeconômica, profissional e universitária, conquistada a cada
passo com esforço e honradez.
Desta forma, nomear e reafirmar sujeitos que participaram da minha trajetória
acadêmica, não significa prender-me ao passado, numa atitude nostálgica, mas ao
contrário, como diz Bosi (1994, p.20) significa a compressão do agora a partir do
outrora [...] partindo desse pressuposto, recordo-me da minha adolescência quando
estudei no Colégio Abdias Menezes a 5° e 6° série do ensino fundamental, não
podendo jamais esquecer de quando fui transferida para a Escola Normal que era o
meu maior desejo por ser uma Escola de referência. Na escola Normal terminei o
ensino fundamental e também fiz grandes amizades que duram ate hoje.
Nesta mesma escola fiz o magistério por realmente ter muitas afinidades pela
profissão. Ao terminar o curso, fui trabalhar como professora substituta em uma sala
de educação infantil em uma escola do Estado foi uma experiência inesquecível.
Alguns anos depois tive a oportunidade de participar do concurso publico
municipal para professores sendo aprovada e convocada no ano de 1993. Fui então
trabalhar na zona rural, enfrentado grandes desafios, pegar carona, pois não havia
transporte direto para a localidade, sala multisseriadas, entre outros, mais a minha
maior alegria apesar de todas as dificuldades encontradas foi ter conseguido
alfabetizar aquelas crianças tão carentes de afeto e atenção.
Após a experiência de passar três anos naquela localidade fui transferida para
a Zona Urbana onde tive a oportunidade de participar de uma seleção para
coordenador de Educação Infantil, podendo afirmar que esta foi uma experiência
enriquecedora e um grande desafio, pois, tive a oportunidade de conhecer varias
realidades vivenciadas pelas crianças e professores, podendo afirmar que foi um
grande crescimento profissional.
Nesse período, pude perceber o comprometimento dos resultados no
processo ensino aprendizagem na Educação Infantil da Rede Municipal de Vitória da
Conquista, pois naquele momento, além das entidades conveniadas passarem por
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grandes dificuldades financeiras elas também não compreendiam o processo de
desenvolvimento das crianças da educação infantil como um momento
essencialmente voltado para “o brincar” como forma particular de expressão e
interação social.
De acordo com a autora Sônia Kramer (2003), o caráter assistencial e
sanitário, é importante, mas não substituem a dimensão educativa, social e cultural,
cruciais para favorecer o desenvolvimento das crianças e seu direito de cidadania.
Dessa forma, a educação infantil deve ser vista como um espaço de socialização e
convivência, que assegure o cuidado e a educação as crianças nessa primeira etapa
do seu desenvolvimento.
Sobre esse aspecto, vale ressaltar que durante esses anos de docência tenho
aprendido muito ao desenvolver questões pedagógicas relacionadas ao cuidar e
educar, como: planejamento, projetos, suporte profissional, metodologia de ensino,
plano de ação, avaliação das atividades entre outras funções desempenhadas como
coordenadora pedagógica.
A partir daí compreendi que a coordenação pedagógica da rede publica tinha
um papel fundamental que é conhecer a educação em sua totalidade, buscando
alcançar objetivos ideais para o ensino e aprendizagem das crianças, principalmente
na educação infantil, pois, não é simplesmente, uma fase biológica e natural de um
processo de crescimento que passa para a adolescência e, depois, para a vida
adulta. A criança possui uma natureza singular que a caracteriza como ser que
sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio.
Durante esta trajetória tive oportunidade de participar de vários cursos na
área de coordenação e gestão escolar. Participei de vários cursos para
coordenadores como formação continuada oferecida pela SMED- Secretaria
Municipal de Educação. Foram experiências enriquecedoras profissionalmente, pois,
me deram a oportunidade de desenvolver a práxis em coordenação, ao conceber as
instituições de educação infantil como espaços onde ocorre o processo educativo.
No ano de 2004, comecei a cursar a faculdade de Psicologia no intuito de
ampliar e aprofundar conhecimentos acerca do processo de desenvolvimento das
crianças e também para um melhor entendimento de sua aprendizagem.
Nesse sentido, vale ressaltar que além do magistério, a psicologia foi se
tornando aos poucos outra grande paixão que sem dúvida trouxe a minha vida
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grandes contribuições tanto no âmbito profissional quanto no âmbito pessoal já que
as contribuições da psicologia dentro do contexto escolar são de grande relevância.
Em 2008 fui trabalhar como coordenadora pedagógica na Creche Municipal
Tia Zaza, sendo este para mim um grande desafio, pois, a creche tinha 25
profissionais entre monitores e professores que desenvolviam um trabalho exclusivo
do “cuidar” deixando o educar sempre em segundo plano. Entre as situações que
me angustiavam posso citar a questão da creche ser percebida pelos profissionais
como um ambiente onde a televisão era vista como uma forma de entretenimento. O
que desrespeita e fere totalmente a o direito de movimento da peculiar dessa fase
do desenvolvimento infantil.
A criança assim como todo ser humano, é um sujeito que possui uma
história que deve e precisa ser entendida e respeitada. Apesar das peculiaridades
lúdicas inerentes a infância necessita ser respeitado enquanto cidadã de direito. Ela
apesar de pequena e dependente não é um ser vazio de conhecimento, possui
desejos e opiniões que se expressa por meio do brincar. Sobre o educar o
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil destaca que:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança(...) Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio (BRASIL, 1998).
No ano de 2010 ingressei no curso do Progestão que é um curso
elaborado para assegurar um padrão comum de qualidade na formação de gestores
das escolas públicas, na qual tive a oportunidade de participar de uma proposta de
grande relevância a educação do nosso país, buscando elevar o desempenho
profissional e, em consequência, melhorar a qualidade dos serviços prestados na
instituição Escola Creche Municipal Tia Zaza que coordeno.
Em 2012, no intuito de ampliar ainda mais os conhecimentos na área de
educação, iniciei a Especialização em Educação Infantil pela Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia - UESB, com o objetivo de obter mais subsídios teóricos e
metodológicos para atuação nas escolas e creches, com vistas à competência
profissional.
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Ao longo dos anos, atuando como professora e coordenadora pedagógica
na Rede Municipal de Vitoria da Conquista observo que as relações entre
coordenador e professor tem sido preponderantes e interferem diretamente no fazer
pedagógico e, que o aluno é o maior prejudicado. Percebi também que o
coordenador pedagógico é peça fundamental dentro do ambiente escolar,
consciente da importância da sua função como formador, traçando caminhos,
buscando sempre as interações dentro desse ambiente, pois as boas relações
interpessoais são importantes para as articulações das ações pedagógicas. Neste
contexto, o coordenador necessita de habilidades para minimizar os conflitos que
possam vim a surgir.
Podemos considerar que, quanto melhor forem estas interações mais o
trabalho se desenvolve, o clima organizacional melhora e as crianças serãoas
maiores beneficiadas. Para tal, as relações podem colaborar ou impedir o bom
andamento do processo ensino aprendizagem. O trabalho pedagógico realizado pelo
coordenador constitui-se também em uma ligação entre professores e alunos e isto
só será possível mediante ao trabalho coletivo, uma vez que o coordenador também
tem como função ser um articulador, mediador das relações dos profissionais que
atuam na escola. Pois percebemos que muitos problemas que acontecem no
ambiente escolar são provocados pelas relações interpessoais conflituosas.
O trabalho do coordenador na escola é bastante amplo, a formação
continuada que ele executa com o professor é muito importante e por isso ele não
pode ignorar as ações que estão presentes nas relações humanas no cotidiano
escolar, que acabam por influenciar o processo de ensino aprendizagem.
Ao longo da trajetória profissional tenho observado e vivenciado uma série de
situações conflituosas nas relações entre professores e coordenadores no cotidiano
das creches onde atuei como professora e coordenadora.
Enquanto coordenadora pedagógica do núcleo de coordenadores da SMED
,também percebi que há um grande distanciamento entre profissionais que atuam
nas creches com o coordenador, principalmente no que diz respeito as ações
didáticas pedagógicas, ao estabelecer uma orientação, ao discutir os temas a serem
trabalhados nos projetos.
Apesar de entender que o coordenador pedagógico exerce o papel de
organizador das relações no espaço educativo auxiliando assim na execução das
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práticas educativa, percebo que não existe uma sintonia na qual ambos busquem os
mesmo objetivos, o que torna o trabalho do coordenador limitado.
Contudo, sinto-me feliz e realizada com a aprendizagem que tenho adquirido
com o Curso em Coordenação Pedagógica e ao longo dos meus vinte e três anos de
trabalho e mais feliz ainda em poder contribuir de forma positiva na vida das
crianças que passaram e ainda vão passar por mim. Percebo que minha atuação na
coordenação pedagógica tem sido importante para a promoção da qualidade na
Educação Infantil, pois enquanto profissional que está fora da sala de aula eu posso
pensar melhor e criar oportunidades para a melhoria do processo educacional, além
de motivar, orientar, compartilhar e oportunizar ideias que promovam melhoria da
ação do cuidar e educar na creche.
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2 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Para abordar a temática relações interpessoais no contexto escolar é
interessante conhecer alguns conceitos inseridos em seu contexto, dentre eles
conceitos e reflexões acerca das Habilidades Sociais. O campo teórico e prático das
Habilidades Sociais se iniciou na Psicologia Clínica e na Psicologia do Trabalho,
mas atualmente se insere em diversos campos de estudo da psicologia.
Del Prette e Del Prette (2001, p. 31) abordam conceitos de habilidades
sociais, de competências sociais e desempenho social, como a ocorrência de um
comportamento ou um conjunto de comportamentos em qualquer situação da vida
do indivíduo. Por habilidades sociais compreende-se a noção da existência de
diferentes classes de comportamentos presentes no repertório dos indivíduos que as
utilizam para lidar com demandas provenientes de situações interpessoais. A
competência social por sua vez, refere-se a avaliação que se faz dos efeitos do
desempenho desses comportamentos.
Estudos apontam que os indivíduos que mantém boas relações interpessoais
são mais saudáveis, tem menos probabilidade de adoecer e são mais produtivos no
trabalho,que o desempenho profissional em diversas áreas dependa do conjunto de
competências e habilidades de relacionamento (DEL PRETTE e DEL PRETTE,
2006, p.01).
É possível ainda organizar as habilidades sociais em classes e subclasses,
dentre elas destaca-se as habilidades de comunicação que incluem fazer e
responder perguntas, iniciar e finalizar uma conversa, dar feedback, entre outros; as
habilidades de civilidade que incluem dizer por favor, agradecer, cumprimentar; as
habilidades assertivas de enfrentamento e defesa de direitos e cidadania, como
expressar opinião, concordar, discordar, fazer e recusar pedidos, interagir com
autoridades, lidar com críticas, discordar, lidar com a raiva do outro, pedir mudança
de comportamento; habilidades empáticas e de expressão de sentimento positivo e
as habilidades mais abrangentes como habilidades profissionais e de trabalho. Cita-
se ainda que na base de qualquer desempenho socialmente competente,
destacamos a automonitoria, que corresponde a habilidade de observar, descrever,
interpretar e regular pensamentos, sentimentos e comportamentos em situações
sociais (DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2001,p 4).
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No que se refere ao treinamento de Habilidades Sociais, ou simplesmente
Habilidades Sociais existem algumas premissas básicas, que são importantes para a
compreensão destes conceitos, dentre estas premissas, destacam-se: 1) As
habilidades sociais são aprendidas e possuem três dimensões: cultural, situacional e
pessoal; 2) O fato do indivíduo possuir um bom repertório de habilidades sociais não
garante que ele terá um bom desempenho social; 3) Os conceitos de habilidades
sociais e competências sociais não são equivalentes; 4) A competência social pode
ser avaliada através de instrumentos de avaliação, especificidade da situação onde
o desempenho ocorre e critérios de avaliação; 5) O Treinamento de Habilidades
Sociais é diferente do Treinamento Assertivo na sua definição e surgiu
anteriormente, historicamente são movimentos independentes, embora alguns
autores incluem a assertividade como componente das habilidades sociais; 6) O
campo do Treinamento das Habilidades Sociais é composto por diversas
abordagens, dentre elas os modelos teóricos de Skinner e Bandura (DEL PRETTE e
DEL PRETTE, 2006, p.3 ).
Ainda referente às relações sociais, é importante salientar que estas
acontecem em todos os meios; familiar, educacional, social, profissional e
institucional. Cada indivíduo tem suas particularidades, suas características próprias
que diferem uma pessoa das outras de maneira que ninguém é igual ao outro em
aspectos físicos e psicológicos. Pode-se afirmar que uma mesma situação não será
percebida da mesma forma por duas pessoas, uma informação passada também
não será compreendida da mesma maneira e um sentimento, sempre será
individual, ninguém sente exatamente o que o outro está sentindo (ANTUNES, 2003,
p.10).
Todas estas diferenças são responsáveis por conflitos nas relações
interpessoais, pois as pessoas em geral além de serem diferentes, pensam
diferentes, possuem opiniões distintas, neste sentido, viver em comunidade,
conviver, exige que as pessoas abandonem em certos momentos sua
individualidade abrindo espaço para a coletividade em prol da harmonia do grupo.
Quando se fala em relações interpessoais na escola, é importante salientar
que estas relações devem ser bastante trabalhadas, o que é difícil devido à ausência
de pessoal qualificado para este tipo de trabalho e como em outros espaços tratar
de assuntos desgastantes significa sair da zona de conforto, o que geralmente as
pessoas não gostam de fazer.
21
As relações interpessoais têm como objetivo além de ajustar a convivência ao
se relacionar com o outro,também o respeito pelo outro. No que se refere á escola
este respeito envolve evitar tratar o aluno como mero recebedor do conhecimento,
de maneira que a escola tem pressa para cumprir seu planejamento e todo o
conteúdo programático, bombardeando o aluno e fazendo com que este comece a
acreditar que tudo em sua vida deve passar rápido, sem ser aproveitado de forma
adequada (ANTUNES, 2003.p.12).
Ao investigar as relações interpessoais na escola e a forma como os
professores conduzem a resolução dos conflitos que emergem nesse ambiente,
parece que se confunde profissão enquanto ciência com a vida emocional dos
professores, isso porque muitos professores não conseguem ou possuem
dificuldades em realizar um trabalho eficaz se mantiverem uma relação mais próxima
com os alunos, parece que há para eles uma necessidade de distanciamento
(FARIAS, 2009, p.4472-4473).
Entretanto é importante considerar que as emoções são inerentes aos seres
humanos, por esta razão não há como exercer uma profissão apenas
cientificamente sem interferência das emoções, além do mais, as trocas que
acontecem no exercício da profissão são essenciais para o crescimento profissional,
pois a aprendizagem depende das vivências do dia-a-dia, da interação com colegas,
alunos, familiares e todos aqueles que fazem parte do processo (FARIAS, 2009, p.
4473).
Assim, para ensinar não é preciso apenas dominar conteúdos específicos de
uma determinada área, ter paciência e experiência, é preciso saber ouvir, valorizar a
sensibilidade, a afetividade, olhar para o outro e olhar para dentro de si. A sociedade
atual exige que a educação seja humanizadora, que se leve em consideração
durante o processo de aprendizagem a importância da sensibilidade e o cuidado
para com o outro e o meio onde vive (FARIAS, 2009, p. 4474).
Dessa forma, refletir sobre as relações interpessoais na escola, requer
compreender e refletir sobre o crescimento das relações humanas, além disso, a
escola precisa ser um espaço onde possa se exercer a democracia, onde se possa
trocar livremente ideias e opiniões com respeito às divergências e que estas práticas
possam ser cotidianas, favorecendo o crescimento mútuo de todos os envolvidos
(FARIAS, 2009, p.4474).
22
Como não é possível separar a atividade profissional e as emoções, o
educador precisa conhecer sua estrutura emocional, para compreender o outro e
contribuir para o exercício da sua função de educar lembrando que ser afetivos não
tem relação com fragilidade, mas sim com o fato de ser humano e saber lidar com
frustrações e a agressividade, pois, a afetividade aproxima as pessoas enquanto
que a agressividade gera conflitos nas relações (FARIAS, 2009 p. 4474).
A escola deve ser um espaço onde a aprendizagem se dê através de um
respeito mútuo, o que depende do fortalecimento dos vínculos de afeto entre
coordenador, professores alunos e da construção de espaços coletivos de estudo e
discussão que facilitem o relacionamento interpessoal, gerando uma adequada
convivência social (FARIAS, 2009).
2.1 O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR DE CONFLITOS
A partir das considerações acerca das habilidades sociais e das relações
interpessoais no contexto escolar, será abordado o papel do coordenador
pedagógico como mediador de conflitos escolares decorrentes das relações
interpessoais, para isso considera-se os dizeres de Cunha (2005, p.200) acerca dos
papeis deste profissional na escola. Para este autor, o coordenador pedagógico
além de atuar diretamente na formação de professores dentro da escola possui
basicamente três níveis de atuação, que não se excluem, cabendo a eles resolver os
problemas instaurados; prevenir situações problemáticas previsíveis e promover
situações saudáveis do ponto de vista educativo e socioafetivo, todas estas funções
requerem competência relacional e estrutura psicológica que favoreçam as relações
interpessoais.
Neste sentido, é importante compreender como se constitui a função de
coordenador pedagógico indo além da nomenclatura, considerando que esta função
exerce um nível de liderança e condução dos trabalhos pedagógicos de uma
unidade educacional, podendo este profissional ser uma peça fundamental na
resolução e mediação de conflitos. Para isso, é importante que este profissional
desenvolva algumas habilidades, dentre elas: transformar o seu olhar, ampliar a sua
escuta e modificar a sua fala de acordo com a realidade e contexto emergente, deve
ainda respeitar a consciência coletiva, sendo flexível e priorizando sempre as
23
construções pautadas no coletivo, por fim esse profissional deve desenvolver a
habilidade de perceber o espaço das relações interpessoais como instrumentos de
crescimento e troca de aprendizagem, percebendo as relações entre professores e
alunos, os pedidos emergentes e o que é necessário no momento para auxiliar o
professor (LIMA e SANTOS, 2007, p.77-90)
Para compreender melhor a atuação do coordenador pedagógico na
mediação de conflitos é importante compreender o conceito de mediação, que aqui é
oriundo da psicologia sócio-histórica de Vygotsky, que estudou as funções psíquicas
superiores do ser humano considerando que o homem se constitui como tal através
das interações sociais. De acordo com esta teoria, quando ocorre a intervenção de
um elemento intermediário em uma relação, esta relação deixa de ser direta e passa
a ser mediada por este elemento, o que torna a relação mais complexa de maneira
que as relações mediadas passam a predominar sobre as relações diretas,
favorecendo o desenvolvimento do indivíduo.
A mediação é sem dúvida um processo importante para lidar com os conflitos
na escola onde existem diversos tipos de conflitos de diferentes intensidades e
complexidades. Neste sentido, inserir a mediação de conflitos na escola passa a ser
uma oportunidade de transformação e crescimento com o objetivo de melhorar o
relacionamento entre os indivíduos envolvidos neste contexto, de maneira que estes
possam resolver seus conflitos por meio da cooperação, prezando para que as
necessidades dos envolvidos no conflito sejam satisfeitas.
Para tanto, é preciso conhecer a escola e seu cotidiano, ter um olhar
ampliado das relações e interações constituídas ali no dia a dia, identificando
estruturas de poder e modos de organização do espaço pedagógico e
compreendendo como cada sujeito atua. Esta visão ampliada requer um olhar
cuidadoso que permite enxergar além do que se enxerga a primeira vista
objetivando captar os detalhes envolvidos nas interações entre os pessoas no
contexto escolar, isso permite enxergar os conflitos de maneira mais aprofundada..
Neste contexto, o coordenador pedagógico pode utilizar este olhar ampliado
para enxergar as relações sociais dentro da escola a partir de pontos de vistas
diversos chegando mais próximo da realidade, o que se torna possível devido ao
fato desse profissional estar em uma posição fundamental com relação à sua
equipe, o que lhe permite ser mediador nas relações interpessoais e nas situações
de conflito surgidas na escola.
24
2.2 HABILIDADES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO PARA ATUAR NA
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Almeida (2001, p.78) salienta que o coordenador pedagógico deve
desenvolver algumas habilidades no que se refere às relações interpessoais: “o
olhar atento”, o “ouvir ativo” e o “falar autêntico”, habilidades estas que facilitarão a
sua compreensão e percepção sobre as demandas da sua equipe permitindo ao
coordenador pedagógico uma atuação transformadora da realidade.
É importante ainda que se ultrapasse a barreira da ciência dentro da escola,
que esta não seja um espaço apenas de reprodução do conhecimento científico,
mas que se abra espaço para as relações pessoais no ambiente escolar, dando
lugar ao diálogo e ao contexto comunitário e valorizando as interações entre as
pessoas dentro e fora da escola, pois se a equipe da escolar conseguir desenvolver
um trabalho integrado poderá lidar de maneira adequada com as situações de
conflito e educar os alunos para a vida.
Sendo assim, Aldenucci (2001, apud ABREU, 2006 p.26) salienta que as
pessoas tendem a usar suas técnicas particulares para resolverem os conflitos,
como se distanciando do problema ou agredindo verbal e fisicamente outros
indivíduos. Na escola não é diferente, na maioria das vezes tenta se resolver os
conflitos por meio das acusações trocadas de culpa, quando a escola culpa a
família, esta culpa os professores e vice-versa, por isso, é necessário que o
coordenador pedagógico, ao atuar na mediação de conflitos, permita que a equipe
escolar, participe abertamente das discussões e resoluções dos conflitos.
Ressalta-se que a mediação de conflitos é importante para a escola, pois, por
meio dela se melhora a convivência e interação entre as pessoas, uma vez que o
conflito é reconhecido como algo positivo, que irá gerar mudanças positivas em suas
vidas. A mediação de conflitos permite ainda que as pessoas modifiquem a sua
maneira de enxergar umas as outras, preparando-as para lidarem com as
diferenças.
Por fim, destaca-se que a atuação do coordenador pedagógico como
mediador de conflitos exige que os profissionais de educação tenham uma nova
postura e um novo olhar sobre as situações e sobre os conflitos nos processos de
aprendizagem, lembrando que a competência do professor não se mede pela sua
25
habilidade em ensinar e sim pela possibilidade que ele constrói para que as pessoas
possam aprender a conviver bem.
Neste contexto, o coordenador pedagógico pode ser um elo para a mudança
na escola tendo como foco a qualidade do ensino e da aprendizagem. Entretanto,
esta mudança só ocorrerá de fato quando o trabalho for pautado na coletividade,
quando os atores envolvidos na comunidade escolar possam compartilhar saberes e
experiências, expressar suas divergências e trabalhar mesmo diante de confrontos
(ABREU, 2006, p. 32-33).
Aponta-se a necessidade de pensar a qualidade da educação não só através
dos conteúdos cognitivos transmitidos, mas também através dos vínculos
estabelecidos entre os envolvidos no processo de aprendizagem, a realidade atual
mostra que as relações existentes na escola são muitas vezes não-sincrônicas e
dicotômicas, o que precisa ser modificado, pois a sala de aula não é apenas um
espaço para aprender, é um espaço rico de relações humanas, portanto é um
espaço de conviver (ALMEIDA et.al, 2002).
Essas relações dicotômicas, não sincrônicas é justamente o que pude
observar na prática, diante disso e do que aponta a teoria reforça-se a necessidade
de modificar esta realidade e buscar transformar a sala de aula em uma espaço que
não seja apenas de aprender, mas que seja também de conviver.
26
3 AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ENTRE O CORPO DOCENTE E A GESTÃO
PEDAGÓGICA NO COTIDIANO DA ESCOLA E O REFLEXO NO ENSINO
APRENDIZAGEM
A presente proposta de intervenção é parte constitutiva deste TCC/PV, do
Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica - Cecop3, uma proposta de
Intervenção elaborada a partir do eixo temático: Coordenação Pedagógica:
Relações, dimensões e Formas de Atuação no Ambiente Escolar.
Pensando a figura do coordenador pedagógico como possível mediador de
conflitos e potencializador das relações interpessoais dentro da escola, e
considerando que estamos inseridos em uma sociedade que vive em constante
processo de mudança o que implica que a escola deve acompanhar estas
transformações e adequar seus espaços e profissionais para oferecer uma
educação de qualidade é que foi pensada uma proposta de intervenção voltada para
as relações interpessoais no espaço escolar.
Neste sentido, parte-se do pressuposto de que a figura do coordenador
pedagógico deve adequar-se a lógica moderna, que exige deste profissional postura,
atitude, autonomia e preparo para encarar tantas transformações, tal fato representa
para o coordenador pedagógico o desafio de tentar desenvolver algumas
habilidades como: inovação, flexibilidade, discernimento, segurança, conhecimento,
planejamento, visão estratégica, articulação para agregar novos saberes e gerar
novas alternativas para ação organizacional do trabalho pedagógico.
Assim sendo, a partir do conhecimento teórico adquirido, da experiência
prática e da pesquisa será realizada uma proposta de intervenção – PI em uma
creche-escola no município de Vitória da Conquista, buscando alterar a realidade
encontrada através da observação, com foco nas relações interpessoais entre o
corpo docente e a gestão pedagógica e visando a qualidade do ensino-
aprendizagem.
O desejo da pesquisadora em realizar a intervenção nesta escola emergiu do
fato de atuar como supervisora das creches municipais e perceber em suas visitas
técnicas de supervisão e também nas reuniões de planejamento, em que participa
que as relações interpessoais entre a equipe técnica desta creche estão fragilizadas.
27
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
A Creche Escola Monteiro Lobato está localizada no município de Vitória da
Conquista - BA, que é uma cidade de médio porte do interior da Bahia conhecida
como a segunda maior cidade do interior do estado, é a capital da região Sudoeste
de possui cerca de 330.000 habitantes.
A Creche fica em um bairro de baixa classe socioeconômica que se iniciou
como conjunto habitacional conhecido como Urbis VI. A escola foi fundada no ano
de 1999 pelo governo municipal. Atualmente atende 360 alunos, ressaltando que só
atua na educação infantil com crianças na faixa etária de 3 a 5 anos organizados da
seguinte maneira: 4 turmas de período integral que atendem os alunos com idade de
3 anos e 12 turmas de pré-escola sendo 6 para os alunos de 4 anos e 6 para os
alunos de 5 anos. A creche atende crianças do bairro em que fica situada e de mais
dois bairros vizinhos.
A Creche Escola é mantida pela Prefeitura de Vitória da Conquista-BA,
atende a primeira etapa da educação básica, a Educação Infantil (creche e pré-
escola). Funcionando em período integral das 07h00min às 17h00min horas.
A equipe técnica é formada por oito professores, doze monitores, um
coordenador pedagógico, um diretor, um vice-diretor e um secretária , sendo todos
profissionais efetivos do município. Quanto a estrutura física, a escola funciona em
um prédio alugado, que necessita de algumas adequações para melhor atender as
crianças, pois sua estrutura é insuficiente para a demanda, havendo a necessidade
de uma maior quantidade de salas de aulas, espaços educativos e de lazer nesta
Unidadede Ensino.
Ressalta-se que a Proposta da Educação Infantil desta instituição parte da
concepção de infância como uma produção sócio-histórica e não, simplesmente uma
fase biológica e natural de um processo de crescimento que passa para a
adolescência e, depois, para a vida adulta. A criança possui uma natureza singular
que a caracteriza como ser que sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio, o
jeito da infância. No processo de construção do conhecimento, utiliza as mais
diferentes linguagens e exerce a capacidade que possui de ter hipóteses originais
sobre aquilo que busca conhecer. As experiências e habilidades que ela traz devem
28
subsidiar o trabalho na escola, onde cuidar, brincar e educar são elementos
indissociáveis e são a base de toda ação pedagógica na Educação Infantil.
3.2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada na presente PI foi baseada nos estudos realizados em
sala de aula considerando as relações interpessoais no contexto escolar. O ponto de
partida foi a escolha da escola para desenvolver as ações, em seguida solicitou-se
autorização da direção da escola, além da autorização será importante que a escola,
sobretudo os professores, colaborem e sejam participativos para a execução da PI.
A escola escolhida foi uma escola municipal Monteiro Lobato situada no
município de Vitória da Conquista que atende 360 alunos da educação infantil com
idades entre 3 e 5 anos. Após a escolha da escola e mediante autorização da
direção e disponibilidade dos professores para a participação foi realizada uma
entrevista com o intuito de coletar dados para tanto foi elaborado um roteiro de
entrevista, visando avaliar as relações interpessoais dentro da escola, entre
professores, alunos, familiares, direção e coordenação da escola. Sendo assim, os
instrumentos utilizados para a coleta de dados serão a observação sistemática a
entrevista semiestruturada e a análise da realidade escolar.
O roteiro da entrevista contém cinco perguntas, sendo que duas delas
consistem em avaliar as relações interpessoais na escola, essas duas questões
apresenta uma resposta de múltipla escolha com as seguintes alternativas de
resposta: Ótimo; Bom; Regular; Ruim em seguida foi solicitado pelo entrevistador
que justificassem as resposta. As três perguntas restantes possuem duas opções de
resposta: Sim e Não e também exigem justificativa.
A observação e análise da realidade escolar aconteceram em três dias
letivos, contemplando os horários de planejamento na Creche Escola que ocorre
toda sexta-feira, momento este que foi utilizado também para a realização das
entrevistas Após esse levantamento e coleta de dados, foi feita uma análise da
realidade, sistematizando as informações e delineando posteriormente o
cronograma de ações a serem concretizadas de forma a contemplar os objetivos
traçados para esta proposta de intervenção.
29
É importante ressaltar que durante a realização das entrevistas foi informado
aos professores que será garantido o sigilo absoluto, o que é de fundamental
importância para se alcançar ao máximo a veracidade nas respostas e os objetivos
do estudo. Além de todos os participantes da pesquisa terem sido informados que a
identidade dos sujeitos da pesquisa será preservada, todos assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) onde declaram estar cientes dos
objetivos da pesquisa e cientes de que sua participação é voluntária e que é
possível desistir em qualquer tempo.
Num momento posterior à coleta de dados (entrevista), obedecendo a
demanda emergente, foi elaborado um projeto de intervenção com o intuito de
provocar alguma alteração na realidade encontrada, projeto este que será executado
de acordo com o cronograma abaixo, ressaltando que as atividades propostas
ocorrerão mensalmente durante os dias de planejamento e reunião de professores,
o que otimiza o tempo de execução do projeto sem que seja necessário interferir na
rotina da escola.
As ações planejadas foram baseadas nas demandas observadas pelo
pesquisador e nas que surgiram após a coleta de dados, incluem a realização de
encontros grupais com os profissionais que atuam na escola, esses encontros serão
realizados durante as reuniões de planejamento semanais, reuniões de pais e na
semana pedagógica, com foco nas relações interpessoais, onde serão
desenvolvidas ações como dinâmicas, palestras e rodas de conversa.
O objetivo desta PI é desenvolver ações dentro da escola com foco na
possibilidade de aprimoramento das relações interpessoais entre a equipe técnica
da escola e todos envolvidos no processo de aprendizagem e verificar possíveis
mudanças nas relações interpessoais entre a equipe técnica da escola após
elaboração e execução das ações propostas.
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Durante a realização da entrevista foi possível coletar alguns dados que
serviram como subsidio para esta PI. Conforme foi citado na metodologia a
entrevista seguiu um roteiro com algumas perguntas em múltipla escolha, para
30
facilitar. A entrevista foi realizada com oito profissionais da creche escola, sendo três
professores(as), três monitores(as), um coordenador(a) pedagógico e um diretor(a).
Para facilitar a identificação dos sujeitos de pesquisa utilizaremos números
correspondentes a cada entrevistado durante a apresentação dos resultados de
acordo com o quadro abaixo que identifica a função.
Nº Função Nº Função
01 Professor 05 Monitor
02 Professor 06 Monitor
03 Professor 07 Coordenador Pedagógico
04 Monitor 08 Diretor Quadro 1. Identificação dos entrevistados de acordo com a função. Fonte: Pesquisa aplicada na unidade escolar, 2015.
Quando questionados sobre as relações interpessoais na escola, e solicitado
que classificassem a qualidade destas relações, 62% da amostra classificou as
relações interpessoais no ambiente da creche escola como boa, enquanto 38%
classificou como regular. Ressalta-se que ninguém classificou como ruim, porém
ninguém também classificou como ótima, indicando que existe um certo grau de
insatisfação ou que existe a necessidade de mudanças para melhorar estas
relações, conforme se observa no gráfico 1:
Gráfico 1. As relações interpessoais no ambiente escolar
Fonte: Pesquisa aplicada na unidade escolar, 2015.
Tal resultado corrobora com os dizeres de Antunes (2003, p.12 ), que diz que
as diferenças entre as pessoas são responsáveis pelos conflitos; parece que neste
caso a diferença refere-se a função exercida o que pode ser um fator gerador de
conflitos. Neste sentido, destaca-se a fala de Antunes (2003, p.12) de que para
0%0%
62%
38%Ótima
Boa
Regular
Ruim
31
evitar conflitos as pessoas devem abrir mão da individualidade dando lugar a
coletividade, visando a harmonia do grupo.
Questionados sobre como classificam a participação da comunidade escolar
nas relações interpessoais, 25% classificou como boa, 49% como regular 12,5%
como ótima e 12,5% classificou como ruim, conforme se observa no gráfico 2
exposto abaixo. As justificativas variaram entre a necessidade que percebem de que
os profissionais sejam mais participativos e que dialoguem mais entre si, relataram
também a falta de participação dos pais. Conforme se observa no gráfico 2:
Gráfico 2. A participação da comunidade escolar e as relações interpessoais
Fonte: Pesquisa aplicada na unidade escolar, 2015.
Ainda sobre este aspecto destaca-se a fala do entrevistado 1:
Acredito que deveria haver mais encontros para discutir os problemas da escola, encontros motivacionais que poderiam dar frutos positivos e melhorar as relações internas da escola.1
Esta problemática apontada pelo entrevistado 1 não é simples uma vez que
de acordo com Antunes (2003, p.18), existe uma deficiência de profissionais
qualificados para trabalharem as relações interpessoais na escola, salientando que
assim como em outros espaços é difícil trabalhar as relações interpessoais uma vez
que isto requer sair da zona de conforto, abordar assuntos desgastantes, o que
geralmente as pessoas evitam fazer.
1 Entrevistado nº 1 . Entrevista cedida em 04-12-2015.
13%
25%
49%
13%
Ótima
Boa
Regular
Ruim
32
Conforme os dados do gráfico 3,exposto abaixo no que se refere ao fato de
considerarem a existência de uma relação entre as relações interpessoais e o
ensino-aprendizagem, observou-se que a maioria dos professores consideram que
as relações interpessoais contribuem para o processo de aprendizagem, sendo que
75% relataram que sim e 25% não consideram que haja uma relação entre as
relações interpessoais e o ensino aprendizagem, conforme se observa no gráfico 3.
Dentre as justificativas dos entrevistados que optaram pelo sim, destaca-se o
depoimento seguinte:
[...] Com certeza a escola é um ambiente onde a matéria prima é o ser humano, [...] estabelecer boas relações fará com que o trabalho desenvolvido flua melhor e atinja um maior nível de satisfação pessoal.2
Sobre esta questão, é importante considerar a fala de Farias (2009, p.4474),
que considera a importância de que a educação seja humanizadora, ou seja, que
seja levado em consideração que para a eficácia do processo de ensino
aprendizagem deve haver envolvimento, sensibilidade e cuidado para com o outro,
ter paciência, experiência, saber ouvir, valorizar a afetividade, olhar para o outro e
para dentro de si.
Gráfico 3. As relações interpessoais e o processo de ensino aprendizagem
Fonte: Pesquisa aplicada na unidade escolar, 2015.
Quanto aos 25% que não consideram que as relações interpessoais na
escola possa causar interferência na educação, ressalta-se que em uma pesquisa
semelhante realizada por Farias (2009, p. 4473) ele concluiu que muitos professores
2 Entrevistado nº 5. Entrevista cedida em 04-12-2015.
75%
25%Sim
Não
33
possuem dificuldades em realizar seu trabalho se desenvolverem uma relação mais
próxima com seus alunos, como se para eles o afastamento fosse uma condição
para o ensino, isto talvez se estenda também para as relações com outros
seguimentos na escola.
Teoricamente supõe-se que a gestão e coordenação da escola são funções
administrativas que contribuem para haja um ambiente propício às relações
interpessoais entre as pessoas no ambiente escolar, neste sentido, 43% dos
entrevistados relataram que acreditam sim que o trabalho desses profissionais
colaboram para o desenvolvimento de boas relações interpessoais na escola
enquanto 57% optaram pelo não, conforme se observa no gráfico 4,exposto abaixo.
Gráfico 4. O trabalho da gestão e coordenação escolar
Fonte: Pesquisa aplicada na unidade escolar, 2015.
Dentre as justificativas para terem optado pelo não, destaca-se o seguinte
discurso:
Este ano não houve esforço para que melhorasse esta questão na escola, há anos problemas de separações de grupos ocorrem sem solução, Nem todos tem habilidade em se comunicar ou se relacionam bem, por isso, o apoio de instâncias mais capacitadas poderia dar um suporte para que os profissionais consigam superar suas dificuldades e limitações.
3
Neste contexto, salienta-se que o coordenador pedagógico pode ser um elo
para a mudança na escola, porém, esta mudança só ocorrerá de fato quando o
trabalho for pautado na coletividade, quando os atores envolvidos na comunidade
escolar cooperarem, participarem se motivarem e compartilharem saberes e
3 Entrevistado 4. Entrevista cedida em 04-12-2015.
43%
57%
Sim
Não
34
experiências, expressando suas divergências através do diálogo e enfrentando os
conflitos (ABREU, 2006, p.32).
Observou-se que embora a maioria tenha classificado as relações
interpessoais na escola como sendo boa, existem queixas e insatisfações que
acabam justificando a necessidade da PI. Possivelmente, durante as entrevistas as
pessoas não tenham relatado algumas insatisfações por que isto poderia significar
sair da zona de conforto e abordar assuntos que incomodam como salientou
Antunes (2003), por isso preferem permanecer no comodismo e tentar resolver
individualmente os conflitos.
3.4 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA PI
Atividades Período Recursos Responsável
1. Dinâmica de quebra-gelo. 2. Apresentação da proposta de intervenção. 3. Levantamento de demandas dos profissionais. 4. Caixa de sugestões para melhorar as relações interpessoais 5. Apresentação de filme com temática da afetividade na escola 6. Discussão do filme.
1 º Mês: FEVEREIRO
Durante a semana
pedagógica da escola
Humanos:
Pesquisadora Materiais:
Computador
Data Show
Folha de papel ofício A4
Folha de papel madeira
Canetas
Pincel atômico
Pesquisadora Professores Monitores Coordenador Pedagógico Direção
1. Confecção de painéis:
Painel 1: A escola que temos, Painel 2: A escola que queremos.
2. Apresentação dos painéis. 3. Discussão sobre o tema
relações interpessoais na escola.
4. Elaboração de Metas para serem cumpridas pelos profissionais. Estas metas serão fixadas na sala dos professores, para isso será utilizado a caixa de sugestões e as demandas surgidas dos painéis elaborados.
2 º Mês: MARÇO
Durante a reunião de
planejamento da escola
Humanos:
Pesquisadora Materiais:
Computador
Data Show
Folha de papel madeira
Canetas
Pincel atômico
Pesquisadora Professores Monitores Coordenador Pedagógico Direção
1. Palestra sobre relações interpessoais no ambiente de trabalho, 2. Roda de conversa 3. Dinâmica “conhecendo o outro”: Cada um terá que escrever sobre a história de vida de um colega de trabalho
3ª Mês ABRIL
Durante a reunião de planejamento da escola
Humanos:
Pesquisadora
Palestrante Materiais:
Computador
Data Show
Pesquisadora Professores Monitores Coordenador Pedagógico
35
para apresentar no próximo encontro.
Direção
1. Apresentação das histórias de vida. 2. Dinâmica de integração com foco no trabalho em equipe. 3. Roda de conversa. 4. Avaliação parcial dos resultados da PI. 5. Planejamento e execução de ações com toda a comunidade escolar: “Semana do afeto” (serão desenvolvidas atividades durante toda a semana na escola (filmes, palestras, dinâmicas, etc).
4ª Mês: MAIO
Durante a reunião de
planejamento da escola
Humanos:
Pesquisadora
Psicóloga Materiais:
Computador
Data Show
Folha de papel madeira
Canetas
Pincel atômico
Pesquisadora Professores Monitores Coordenador Pedagógico Direção
1. Avaliação dos encontros anteriores 2. Planejamento de ações
continuadas com foco nas relações interpessoais com cronograma definido
3. Festa junina elaborada por toda a comunidade escolar.
4. Dinâmica de encerramento
5. Elaboração de relatório das ações da PI.
5ª Mês JUNHO
Durante a reunião de planejamento da
escola .
Humanos:
Pesquisadora Materiais:
Computador
Data Show
Pesquisadora Professores Monitores Coordenador Pedagógico Direção
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O percurso da presente pesquisa trouxe crescimento e aprendizado, desde a
elaboração do memorial, que possibilitou entrar em contato com as experiências
pessoais e traçar um caminho de crescimento profissional, até a elaboração do
referencial teórico que possibilitou conhecimento sobre o tema, bem como
compreensão e contextualização do mesmo.
Entretanto, no decorrer da presente pesquisa algumas dificuldades foram
encontradas, principalmente no que se refere a elaboração da PI por ser uma
modalidade de pesquisa que requer a participação direta e envolvimento do
pesquisador, também alguns contratempos como disponibilidade do pesquisador e
da escola, porém estas dificuldades foram superadas.
Observou-se durante as entrevistas que apesar dos profissionais da escola
ter relatado que as relações interpessoais são boas, eles se contradizem em outros
momentos apontando algumas insatisfações, mostrando que existe uma
necessidade de melhorar estas relações. A maioria das queixas estão relacionadas
à não interação entre profissionais de categorias e funções diferentes dentro da
escola.
Ressalta-se que os professores e monitores consideram que o papel da
gestão e coordenação é fundamental para potencializar as relações interpessoais na
escola, o que corrobora com os objetivos desta pesquisa que partiu do princípio de
que o coordenador pedagógico deve atuar como mediador das relações.
Por fim, salienta-se que esta pesquisa ainda não está concluída, o que
significa que ainda não foi possível alcançar todos os resultados esperados uma vez
que será iniciada na escola a execução da PI aqui apresentada, mas os resultados
obtidos até aqui contribuíram para a compreensão de que a relação interpessoal na
creche escola pesquisada precisa ser fortalecida, o que se espera que aconteça
durante a execução da PI.
37
REFERÊNCIAS
ABREU, Leia S. de. O professor coordenador na rede pública Estadual: sua atuação frente aos conflitos. São Paulo: PUC. Dissertação de Mestrado, 2006. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; MAHONEY, Abigail alvarenga; SCOZ, Beatriz; FURLANI, Lucia Maria Teixeira; SILVA, Moacyr da; SOUZA, Vera Lucia Trevisan de. As relações interpessoais na formação de professores, São Paulo, Loyola, 2002. __________. “ Um dia na vida de um coordenador pedagógico de escola pública”. In: PLACCO, Vera M.N.S, ALMEIDA, L.R. (Orgs.) O Coordenador Pedagógico e o Cotidiano da Escola. São Paulo: Editora Loyola, 2003. < http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2507_1705.pdf> Acesso em 15. Dez.2015. ANTUNES, C. Relações Interpessoais e auto-estima. Petrópolis. Editora Vozes Ltda, 2003. BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental e Médio. Brasília: MEC, 1998. CUNHA, Renata. O Coordenador Pedagógico e suas crenças (2005). In Revista Educação. O articulador da escola contemporânea. Editora Segmento, Ano 14, nº 167, Março de 2011. DEL PRETTE, A.; DEL PRETE, Z.A.P. Habilidades Sociais: Conceitos e campo teórico-prático. [online]. Disponível em: http://www.rihs.ufscar.br.(2006). Acesso: 15 de dezembro de 2015. FARIAS, Cristina Helena Bento Farias. As Relações interpessoais: Um Estudo sobre os conflitos e suas Implicações nas práticas escolares dos professores dos anos iniciais. (2009) Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2507_1705.pdf IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional. São Paulo: Cortez, 2000. KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2003. LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O Coordenador Pedagógico na Educação Básica: Desafios e Perspectivas. Educere at Educare: Revista de Educação. Paraná, V. 2, n. 4, p. 77-90, 2007. THIOLLENT, M.(1947). Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez : Autores Associados, 1986.