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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE CLARISSA BROAD RIZZO DE OMENA ESPAÇOS ARQUITETÔNICOS PARA O FUNCIONAMENTO DE UM CÍCLOTRON SALVADOR-BAHIA 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA

ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

SAÚDE

CLARISSA BROAD RIZZO DE OMENA

ESPAÇOS ARQUITETÔNICOS PARA O FUNCIONAMENTO DE

UM CÍCLOTRON

SALVADOR-BAHIA

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA

ESPECIALIZAÇÃO DE ARQUITETURA EM SISTEMAS DE

SAÚDE

CLARISSA BROAD RIZZO DE OMENA

ESPAÇOS ARQUITETÔNICOS PARA O FUNCIONAMENTO DE

UM CÍCLOTRON

Monografia apresentada a Curso de Especialização da

Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da

Bahia, como requisito parcial para a obtenção do Título de

Especialista em Arquitetura em Sistemas de Saúde.

Orientadora: Ana Margarida Barreira Nascimento

SALVADOR-BAHIA

2010

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000:000 Omena, Clarissa,

S000 Espaços Arquitetônicos para o Funcionamento de um Cíclotron/ Clarissa Omena

- Salvador: Clarissa Omena, 2010.

58f.: il.

Monografia (Especialização) – Programa de Pós-Graduação em

Arquitetura.

Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura , 2010.

1. Arquitetura Hospitalar

2. Arquitetura e Saúde I. Título II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de

Arquitetura

III. Monografia.

911:574 Omena, Clarissa,

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CLARISSA BROAD RIZZO DE OMENA

ESPAÇOS ARQUITETÔNICOS PARA O FUNCIONAMENTO DE

UM CÍCLOTRON

MONOGRAFIA ESPECIALIZAÇÃO

submetida em satisfação parcial dos requisitos ao grau de

ESPECIALISTA EM ARQUITETURA EM SISTEMAS DE SAÚDE

à

Câmara de Ensino de Pós-Graduação e Pesquisa

da

Universidade Federal da Bahia

Aprovado: Comissão Examinadora

...........................................................

...........................................................

...........................................................

Data da Aprovação: ......./......./......... Conceito:

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RESUMO

Este trabalho aborda, com base em pesquisa documental e estudo de caso,

identificar as necessidades dos espaços físicos para um bom funcionamento de

um Cíclotron, contribuindo para a qualidade do ambiente, bem estar e

segurança dos seus usuários. Foram consultadas as instruções normativas da

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT). Foram também realizadas visitas em campo, com registro fotográfico e

de gravações dos cíclotrons localizados no IEN - Instituto de Engenharia

Nuclear, na cidade do Rio de Janeiro, no Centro Regional de Ciências

Nucleares do Nordeste, localizado na cidade do Recife, e no CDTN - Centro de

Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear em Belo Horizonte. Nesses

estabelecimentos, foram evidenciados alguns elementos arquitetônicos, tais

como: circulações, fluxos, dimensionamentos dos ambientes, meio ambiente,

equipamentos, instalações e materiais de acabamento. A partir dessas

análises, foi desenvolvido um estudo preliminar, em planta baixa, de uma

possível unidade produtora de radiofármacos, que possua em suas instalações

um cíclotron, apresentando as diversas áreas pertinentes, seu zoneamento,

interligações, equipamentos e fluxograma, além de um estudo das áreas de

cada ambiente de acordo com suas atividades específicas, já que nenhuma

legislação determina as dimensões mínimas desses setores.

PALAVRAS-CHAVE: Cíclotron, Radiofármacos, Arquitetura Hospitalar, Espaço

Físico.

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ABSTRACT

This paper deals, based on documentary research and case study, identify the

needs of physical spaces for the proper functioning of a Cyclotron, contributing

to the quality of the environment, but also for the welfare and safety of its users,

while comes to work with new options for bibliographies and the specific

technical standards on the subject. We consulted the normative instructions of

the Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), the Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) and Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT). It also carried out field visits, with photographic recording and

recordings in cyclotrons located in IEN - Instituto de Engenharia Nuclear in the

city of Rio de Janeiro, in the Centro Regional de Ciências Nucleares do

Nordeste, located in Recife and CDTN - Centro de Desenvolvimento da

Tecnologia Nuclear in Belo Horizonte. These establishments, has highlighted

the architectural elements such as the circulations, flows, sizing, environment,

equipment and finishing materials. From such analysis, we could develop a floor

plan of a possible production unit of radiopharmaceuticals that have a cyclotron

on their premises, showing the various relevant areas, zoning, interconnections,

equipment and work flow, and a study of areas of each environment in

accordance with their specific activities, since no legislation determines the

minimum dimensions of these environments.

KEY WORDS: Cyclotron, Radiopharmaceuticals, Architecture, Physical

Space.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica

ANVISA – Agência Nacional de vigilância Sanitária

BPF - Boas Práticas de Fabricação

CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

CRCN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

EPI – Equipamento de Proteção Individual

IEN - Instituto de Engenharia Nuclear

INCA - Instituto Nacional de Câncer

IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

RDC - Resolução Diretoria Colegiada

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Imagens da PET/CT com FDG-18F,mostrando várias

áreas metabolicamente ativas.

17

Figura 02: Esquemas de um Cíclotron com movimentação de

partículas

19

Figura 03: Acelerador Cíclotron 20

Figura 04: Relação funcional direta do Cíclotron. 26

Figura 05: Layout da Casa Mata do Cíclotron. 26

Figura 06: Relação funcional direta do da sala de controle e painéis

do cíclotron

28

Figura 07: Layout Sala de Controle Cíclotron. 29

Figura 08: Acelerador Cíclotron 29

Figura 09: Relação funcional direta do Cíclotron 30

Figura 10: Layout da Casa Mata do Cíclotron 30

Figura 11: Sala de controle 35

Figura 12: Fonte de alimentação 35

Figura 13: Relação funcional direta do da sala de controle e painéis

do cíclotron

36

Figura 14: Layout Sala de Controle Cíclotron 38

Figura 15: Layout Sala de Painéis Cíclotron 38

Figura 16: Relação funcional direta do laboratório de controle de

qualidade

42

Figura 17: Layout Laboratório de Controle de Qualidade Físico-

Químico

43

Figura 18: Layout Laboratório de Controle de Qualidade

Microbiológico

43

Figura 19: Layout Sala de Descontaminação 44

Figura 20: Matriz de inter-relações do Centro de Produção de

Radiofármacos

46

Figura 21: Grafo Relógio 46

Figura 22: Grafo Planar 47

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Figura 23: Fluxograma Industrial 48

Figura 24: Zoneamento do Centro de Produção de Radiofármacos 49

Figura 25: Layout do Centro de Produção de Radiofármacos 50

Figura 26: Fluxo de entrada de matéria-prima e produto acabado 53

Figura 27: Fluxo de funcionários

54

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LISTA DE FOTOS

Foto 01: Equipamento de PET/CT 16

Foto 02: Porta do Cíclotron 23

Foto 03: Sensores de presença 23

Foto 04: Equipamento de controle de temperatura da água 24

Foto 05: Monitor de radiação de mãos e pés 25

Foto 06: Monitor de contaminação de superfícies 25

Foto 07: Sala de controle 28

Foto 08: Fonte de alimentação 28

Foto 09: Macacão de proteção 31

Foto 10: Gorro e máscara de proteção 31

Foto 11: Touca e máscara de proteção 31

Foto 12: Theodorico 33

Foto 13: Castelo de chumbo 34

Foto 14: Castelo de chumbo no theodorico 34

Foto 15: Pass thru fechado 34

Foto 16: Pass thru aberto. 34

Foto 17: Maleta para transporte do radiofármaco 37

Foto 18: Maleta para transporte do radiofármaco 37

Foto 19: Balde para transporte do radiofármaco 37

Foto 20: Tomadas com nobreak 41

Foto 21: Capela de fluxo laminar 41

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Taxa de mortalidade proporcional (%) por faixa etária 14

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Mortalidade Proporcional (todas as idades) 15

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE FOTOS LISTA DE TABELAS LISTA DE GRÁFICOS 1. INTRODUÇÃO 12 2. O CÂNCER 14 3. MEDICINA NUCLEAR E PET-CT 16 4. CÍCLOTRON 19 4.1 Aplicação do Cíclotron 21

4.2 Espaços Físicos 21 4.2.1 Casa Mata (Cíclotron) 23 4.2.2 Sala de Controle/Painéis 27 4.2.3 Sala de Paramentação 30 4.2.4 Laboratório de Produção de Radiofármacos 31 4.2.5 Sala de Expedição 36 4.2.6 Laboratório de Garantia e Controle de Qualidade 39 4.2.7 Sala de Descontaminação 44

4.2.8 Setores de Apoio 44 4.3 Rejeitos Radioativos 45 5. CENTRO DE PRODUÇÃO DE RADIOFÁRMACOS 46 6. CONCLUSÃO 55 REFERÊNCIAS 56

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1. INTRODUÇÃO

O rápido avanço tecnológico presenciado nos dias de hoje tem gerado

novas técnicas e novos produtos com o objetivo de melhorar a qualidade de

vida do ser humano. Essa modernização tem influenciado diretamente na

natureza de trabalho dos funcionários, assim como na organização e utilização

dos espaços físicos das edificações.

No Brasil, segundo dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Câncer -

INCA, a estimativa para o ano de 2011 apronta a ocorrência de 489.270 casos

novos de câncer. O aumento dessa doença vem gerando uma grande

demanda por tipos de exames na área de medicina nuclear, já que o

diagnóstico da doença em estágio inicial é o caminho mais curto para

ampliação das chances de cura e de controle do desenvolvimento do tumor,

além de melhor adequação do tratamento (BRASIL, 2009).

Segundo dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e

Nucleares (IPEN), o atendimento à população brasileira com a utilização de

radioisótopos e radiofármacos aumentou 350%, de 1995 a 2008. Passou-se de

800.000 procedimentos médicos anuais para 3,6 milhões, ou seja,

aproximadamente 10.000 por dia (IPEN, 2009).

Essa crescente demanda de exames acarreta diretamente no aumento

da utilização de radioisótopos gerados pelos aceleradores de partículas,

cíclotron, e utilizados nos procedimentos de diagnósticos da medicina nuclear,

contribuindo de forma significativa tanto para a melhoria da produção industrial

quanto da saúde de maneira geral.

Por essas razões, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)

tem auxiliado seus Estados Membros (o Brasil e um deles), a desenvolver

tecnologias e estruturas físicas adequadas para a produção de radioisótopos e

radiofármacos.

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Este trabalho tem como objetivo apresentar a metodologia estudada no

curso de Especialização de Arquitetura em Sistemas de Saúde da

Universidade Federal da Bahia. O estudo dos espaços arquitetônicos de um

Cíclotron iniciou a partir de pesquisas bibliográficas nacionais e internacionais,

a fim de se conhecer seu funcionamento, instalações e espaços físicos

necessários. Para um melhor desenvolvimento do trabalho, foram realizadas

vistas técnicas com gravações de voz e registros fotográficos em alguns

cíclotrons existentes no Brasil.

Com esses dados foi possível descrever sobre as atividades e

funcionalidades de cada ambiente que compõe um centro de produção de

radiofármacos, cíclotron, e desenvolver uma planta baixa com layout de

mobiliários e equipamentos de cada setor.

A pesquisa obteve como resultado uma proposta arquitetônica,

desenvolvida seguindo a metodologia apresentada no decorrer do curso,

usando o pré-dimensionamento, matriz de inter-relações, o zoneamento e a

setorização, seguindo todas as observações que preconizam as legislações

vigentes.

A motivação principal desta monografia é a de propor métodos teóricos,

que possam servir de subsidio para projetos arquitetônicos e construções de

novos centros de produção de radiofármacos, identificando os condicionantes

físicos necessários para o funcionamento de um cíclotron, considerando as

legislações vigentes e permitindo a criação de ambientes dentro dos padrões

necessários de segurança biológica, flexibilidade e funcionalidade.

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2. O CÂNCER

O câncer representa um grupo de mais de cem doenças separadas,

todas caracterizadas por um crescimento anormal e irregular das células. Esse

crescimento destrói o tecido corporal ao redor e pode se espalhar para outras

partes do corpo em um processo que é conhecido como metástase. Esta

doença tem um período de evolução duradouro, podendo, muitas vezes, levar

anos para evoluir até ser descoberta pode se desenvolver em qualquer lugar

do corpo e em qualquer idade.

As estatísticas de mortalidade são muito úteis para se conhecer o perfil

de saúde-doença da população. Tornando-se de extrema importância para

formulação ou reformulação de estratégias capazes de identificar problemas,

permitindo seu controle.

Analisando a tabela 01, que apresenta o perfil de mortalidade

proporcional por faixa etária, segundo grupo de causas (CID10) em 2009,

observa-se que às neoplasias malignas (tumores), constituem-se na segunda

causa de morte na população do Brasil, representando 16,8% dos óbitos de

causas conhecidas, notificados em 2009 no sistema de informação sobre

mortalidade.

Tabela 01: Taxa de mortalidade proporcional (%) por faixa etária segundo grupo de causas, no Brasil.

Grupo de Causas Menor 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais

60 e mais Total

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5,5

14,7

9,8

6,4

2,7

8,3

4,9

3,2

3,3

4,8

II. Neoplasias (tumores) 0,4

8,5

15,5

12,8

5,0

12,7

24,6

17,4

18,4

16,8

IX. Doenças do aparelho

circulatório 1,0

3,8

4,6

5,9

3,7

15,8

34,3

41,3

40,8

31,8 X. Doenças do aparelho respiratório 5,6

17,0

8,1

6,1

2,7

4,6

7,7

14,6

13,8

10,6

XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 61,2

0,9

0,7

0,2

0,1

0,0

0,0

0,0

0,0

2,6

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 2,4

23,1

35,4

45,5

76,0

41,3

8,1

3,1

3,4

13,5

Demais causas definidas 23,9

32,1

25,8

23,1

9,7

17,4

20,4

20,4

20,3

19,8

Total 100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

Fonte: (BRASIL, 2010).

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O gráfico a seguir apresenta a mortalidade proporcional considerando todas as idades.

Gráfico 01: Mortalidade Proporcional (todas as idades)

Fonte: (BRASIL, 2010).

A prevenção e o controle de câncer estão entre os mais importantes

desafios, científicos e de saúde pública, da atualidade. Um dos maiores

entraves para que se possa garantir a cura de pacientes com câncer é a

descoberta tardia da doença. Por esse motivo, programas de prevenção cujo

apelo maior é atenção com a própria saúde e de novos tipos de exames que

permitem detectar a doença em nível molecular, são tão importantes e podem

representar a diferença entre a vida ou a morte de milhares de pessoas,

anualmente.

Os exames mais precisos realizados para detectar o câncer, utilizam

radiofármacos que são produzidos pelos Cíclotrons para obter os diagnósticos.

Por essa razão, que a implantação de novos cíclotrons no Brasil é importante

para o desenvolvimento e o fortalecimento da Medicina Nuclear no País, pois

facilitará o acesso da população ao que há de mais moderno no diagnóstico e

no tratamento de doenças graves e de alta prevalência, como o câncer.

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3. MEDICINA NUCLEAR E PET-CT

A medicina nuclear é uma área de medicina que utiliza compostos (ou

moléculas) marcados com radionuclídeos, os radiofármacos, para fins de

diagnóstico ou tratamento de determinadas doenças. Inicialmente, havia

poucos radionuclídeos adequados para as aplicações médicas. Ao longo dos

anos, várias técnicas foram sendo estudadas, até que, nos anos 90, na

Universidade de Pittsburg, foi desenvolvido o sistema combinado PET / CT,

permitindo, assim, a extração máxima dos benefícios que essas modalidades

podem oferecer, em conjunto, aos médicos e seus pacientes.

PET (Positron Emission Tomagraphy) é uma sigla em inglês que

significa “tomografia por emissão de pósitrons”. É uma técnica de medicina

nuclear que permite diagnósticos precisos nas áreas de oncologia, cardiologia,

neurologia e outras especialidades médicas.

A PET/CT é um equipamento que reúne os recursos de diagnósticos da

Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT). Um exame PET demonstra a

função biológica do corpo antes que mudanças anatômicas ocorram, enquanto

que o exame CT fornece informações sobre a anatomia do corpo como

tamanho, formato e localização. A união destas duas tecnologias permite a

detecção precoce de mínimas lesões tumorais ou novos focos da doença,

gerando informações únicas, que nenhum outro exame de imagens consegue

obter (Foto 01).

Foto 01: Equipamento de PET/CT. Fonte: PERSPECTIVESIMAGING, 2010, [s.p.].

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O diagnóstico obtido através deste equipamento é baseado no

mapeamento de um órgão que absorveu uma determinada quantidade de um

radiofármaco. Radiofármacos são preparações farmacêuticas com finalidade

diagnóstica ou terapêutica que, quando prontas para o uso, contêm um ou mais

radionuclídeos. Compreendem também os componentes não-radioativos para

marcação e os radionuclídeos, incluindo os componentes extraídos dos

geradores de radionuclídeos (BRASIL, 2009).

Utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo (normalmente Flúor

radioativo) e injeta-se no paciente por meio intravenoso ou via oral. Após um

período de espera de captação, o paciente é posicionado deitado no

equipamento. Durante um período de 25 a 35 minutos, dependendo do exame,

imagens do corpo inteiro são adquiridas pelo computador. Como os tumores

malignos têm um consumo de glicose mais elevado do que tecidos sadios, eles

acumulam esse traçador, de forma que tumores aparecem claramente nas

imagens criadas (Figura 01).

Figura 01: Imagens da PET/CT com FDG-18F,mostrando várias áreas metabolicamente ativas. Fonte: MICMOS, 2010, [s.p.].

Durante a realização do exame o paciente não sente nenhuma dor e

pode ver e falar com o radiologista. A quantidade de radiação recebia é a

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mesma que em qualquer outro procedimento radiológico e é expelida

naturalmente pelo organismo.

Este exame permite diferenciar lesões benignas de malignas, definir a

fase que se encontra o câncer e monitorar a resposta ao tratamento. Esses

dados são fundamentais para que o médico decida de forma segura e rápida

sua conduta, que pode incluir quimioterapia, radioterapia, cirurgia e outros

procedimentos.

O mais utilizado dos radiofármacos para PET/CT é o FDG, conhecido

como Flúor-18, que é uma molécula de glicose, o principal combustível das

células do corpo humano, marcada com um átomo de flúor radioativo, o

radioisótopo emissor de pósitrons F-18. No entanto, esse radiofármaco possui

meia-vida de 110 minutos. Isso quer dizer que a quantidade de radiação que

ele emite por segundo cai à metade a cada 110 minutos e depois de quatro,

seis horas deixa de existir, praticamente. Essa meia-vida é o motivo pelo qual

muitas das instalações de PET/CT necessitam possuir um cíclotron ao lado.

Torna-se uma verdadeira corrida contra o tempo, pois assim que o radioisótopo

é obtido, restam poucos minutos para sintetizar o radiofármaco e injetá-lo no

paciente, de modo que o PET/CT e o cíclotron não devem estar muito distantes

um do outro.

Por essa razão, há uma limitação para a expansão do tomógrafo PET,

uma vez que, todos esses equipamentos necessitam estar localizados

próximos a uma unidade de produção de radiofármacos. Além disso, deve

estar estrategicamente instalado próximo aos aeroportos e principais troncos

rodoviários.

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4. CÍCLOTRON

O cíclotron é um acelerador de partículas nucleares subatômicas, criado

em 1931 pelos físicos Lawrence e Livingston, da Universidade da Califórnia. É

um equipamento formado por dois eletrodos ocos em forma de D, separados

por um espaço intermediário. Poderosos eletroímãs, alimentados por uma

corrente alternada de alta frequência, produz uma grande quantidade de

prótons (partículas pesadas com uma carga elétrica positiva) e coloca-os em

movimento a uma taxa acelerada ao longo de uma órbita circular, dentro de

uma câmara controlada por campos eletromagnéticos poderosos alternantes.

Desta forma, as partículas ganham energia e são colididas contra um alvo a

uma velocidade quase igual a da luz. Os átomos, em uma substância colocada

neste alvo, são transformados pelo seu bombardeamento em isótopos instáveis

e radioativos, por meio de uma reação nuclear (Figura 02).

Figura 02: Esquemas de um Cíclotron com movimentação de partículas Fonte: CIENCIA, 2010, [s.p.].

Simplificando, o cíclotron é um equipamento utilizado para produzir os

radioisótopos (elementos químicos radioativos), que são usados para sintetizar

os radiofármacos. Ele pode ser autoblindando ou não. Os aparelhos não

blindados são mais baratos, porém, são mais complexos em sua instalação e

requerem estruturas físicas bastante pesadas.

Embora mais caro, a produção dos radiofármacos no cíclotron

autoblindado é totalmente robotizada, não havendo contato direto ou indireto

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dos técnicos com a substância produzida, até a expedição do produto. É um

aparelho mais leve e que requer instalações menos complexas (Figura 03).

Figura 03: Acelerador Cíclotron Fonte: IBA, 1994.

Atualmente, no Brasil, existem 6 cidades que possuem aceleradores

cíclotron em operação, destes, 2 são privados e os demais fazem parte dos

institutos de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN. Dois

deles estão localizados em São Paulo, um no IPEN - Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares e o outro, mais recente, no laboratório de produçào de

radiofármacos localizado na prédio de Medicina Nuclear do Instituto de

Radiologia (InRad) do Hospital das Clinicas. No Rio de Janeiro está localizado

no IEN - Instituto de Engenharia Nuclear, em Belo Horizonte no CDTN - Centro

de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear e na cidade do Recife no CRCN -

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Centro Regional de Ciências Nucleares. Os cíclotrons privados estão um em

Brasília na Clínica Villas Boas e outro em Porto Alegre na R2 Soluções em

Radiofarmácia.

4.1 Aplicação do Cíclotron

O equipamento do cíclotron é utilizado para as seguintes funções:

Em centros de medicina nuclear para a produção dos radioisótopos.

Aplicações na área de oncologia, neurologia e cardilogia.

Usado para irradiar materiais como circuitos eletrônicos de interesse na

indústria aeroespaço e observar os efeitos da radiação produzida na

mesma ordem para simular as condições ambientais em que opera o

funcionamento real do circuito.

O radiofármaco é a área que mais se beneficia, quando utiliza os

isótopos que podem ser sintetizados em diferentes moléculas.

Também na indústria de tecnologias, utilizados em laboratórios de

ensaio, controle de controle de qualidade, aplicações da energia nuclear,

entre outros.

4.2 Espaços Físicos

A produção, o fracionamento, a embalagem e o despacho dos

radiofármacos são realizados de acordo com os requisitos das Boas Práticas

de Fabricação (BPF), normas regulamentares da Vigilância Sanitária (ANVISA)

e da CNEN.

A RDC nº 63/2009, estabelece os requisitos mínimos a serem

observados na fabricação de radiofármacos, que deve cumprir com as Boas

Práticas de Fabricação de Radiofármacos e também com os princípios básicos

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de Boas Práticas de Fabricação (BPF) de medicamentos. Entre outros

processos de fabricação, essa resolução se aplica também na produção de

radiofármacos por centros e institutos nucleares, neste caso, no Cíclotron.

Quanto às categorias de classificação de medicamentos, esta resolução

se aplica:

I - radiofármacos prontos para o uso;

II - componentes não-radioativos para marcação com um componente

radioativo; e

III - radionuclídeos, incluindo eluatos de geradores de radionuclídeos.

Das referências bibliográficas analisadas e resoluções vigentes na área

de produção de radiofármacos, nenhuma delas especifica quais são os

ambientes necessários para o funcionamento de um cíclotron ou laboratório de

radiofármacos. Para projetar esses ambientes foi necessário visitar algumas

estruturas físicas existentes e conversar com a equipe técnica que trabalha

nesses estabelecimentos para se chegar a uma definição do que seria uma

planta baixa “ideal”, sem cruzamento de fluxos, ambientes assépticos e

funcionais.

A seguir, serão apresentados os ambientes que devem compor uma

unidade de produção de radiofármacos, cíclotron, relacionando as atividades

realizadas em cada ambiente, o mobiliário e equipamentos necessários, bem

como as condições ambientais e de instalações. As informações a seguir foram

baseadas no sistema de informação do Ministério da Saúde o SOMASUS, nas

instruções normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e

conforme os parâmetros técnicos contidos nas Resoluções da Diretoria

Colegiada/RDC da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA, RDC

50/2002, RDC 210/2003, RDC 63/2009, RDC 64/2009 e RDC 17/2010.

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4.2.1 Casa Mata (Cíclotron)

Neste ambiente será instalado o equipamento do cíclotron para a

fabricação, principal, do Flúor-18. Para um cíclotron não blindado a área do

ambiente deve ser aproximadamente 46,20m², a depender do equipamento

utilizado, protegido por parede de concreto cuja espessura varia 1,90 a 2,10

metros de espessura. A função desse verdadeiro “bunker” é evitar que a

radioatividade produzida durante o funcionamento do aparelho atinja o

ambiente externo. Durante a irradiação o ambiente é fechado por uma porta

blindada.

A porta do bunker é blindada e especialmente concebida para um

cíclotron não blindado. Consiste de uma caixa de aço inteiramente preenchida

com cerca de 13 toneladas de concreto (Foto 02). O movimento da porta é

operado por um sistema de roda ligado ao motor redutor elétrico. O motor é

controlado por um inversor que assegura um funcionamento suave e linear,

com rampas de aceleração e desaceleração. A porta é de auto-travamento e

mantêm-se na posição fechada durante condições normais de funcionamento.

Dentro da sala existe um botão de emergência que ao ser pressionado ativa a

abertura da porta e um sensor de presença próximo a saída, evitando que a

porta seja trancada com pessoas dentro da casa mata (Foto 03).

Foto 02: Porta do Cíclotron Foto 03: Sensores de presença Fonte: A autora. Fonte: A autora.

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.

.

Os encanamentos, válvulas e filtros de ar devem ser projetados de forma

que permitam processos de limpeza e descontaminação validados (ANVISA,

2009).

Sempre que alguém entrar na sala do cíclotron é necessário fazer uma

verificação da radiação desse ambiente, utilizando um detector montado sobre

um pólo telescópico projetados para monitorar as áreas menos acessíveis e

fornecendo maior segurança na operação (Foto 06).

Ao sair dessa sala, é necessário também, fazer a verificação da radiação

das mãos e dos pés do indivíduo, com o propósito de evitar contaminação.

Para esses fins, existe um equipamento específico localizado na circulação e

próximo da sala onde está localizado o cíclotron (Foto 05).

Todo o pessoal envolvido em atividades de produção, manutenção e

controle de qualidade de produtos radioativos deve seguir estritamente as

normas estabelecidas para o manuseio destes produtos e deve ser monitorado

quanto a uma possível contaminação e/ou exposição a radiações (ANVISA,

2009).

Foto 04: Equipamento de controle de temperatura da água. Fonte: A autora.

Será previsto ponto de

água gelada para resfriar

partes do cíclotron, com a

instalação de um equipamento

que controla a temperatura de

entrada e saída dessa água

(Foto 04), assim como devem

prever a instalação de pontos

gases de hidrogênio, nitrogênio

com oxigênio, hélio e ar

comprimido.

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Foto 05: Monitor de radiação de mãos e pés Foto 06: Monitor de contaminação. Fonte: A autora. Fonte: RADTRONICS, 2010, [s.p.].

As áreas onde serão manipulados materiais radioativos devem ser

projetados, levando em consideração aspectos relacionados à radioproteção,

além daqueles relacionados às condições de limpeza e esterilização. As

superfícies internas (pisos, paredes e tetos) devem ser lisas, impermeáveis,

livres de rachaduras e não devem desprender partículas, de forma a permitir

fácil limpeza e sanitização. Os ralos devem ser evitados, sempre que possível,

e devem ser excluídos das áreas assépticas, a menos que sua instalação seja

essencial. (ANVISA, 2009). Os pisos mais utilizados e indicados nesse

ambiente é a manta vinílica e o epoxi.

Abaixo, estão representados os fluxos da casa mata onde está

localizado o equipamento do cíclotron e demonstra quais os ambientes que

necessitam ter ligação funcional direta com essa área. O laboratório de

produção de radiofármacos não necessita estar colado com a parede do

cíclotron, já que radioisótopos são transferidos do cíclotron para o laboratório

de produção através de instalações realizadas no piso O ideal é que este

ambiente esteja próximo por conta do custo dessas instalações (Figura 04).

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Figura 04: Relação funcional direta do Cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

Conhecida as atividades realizadas pelo cíclotron foi possível elaborar o

pré-dimensionamento do ambiente onde este equipamento ficará instalado.

Para isso, foi aplicada a modulação de projeto de 0,60X0,60m e as dimensões

mínimas necessárias para se obter um ambiente funcional e sem cruzamento

de fluxos, acrescidas de layout e os equipamentos necessários (Figura 05).

Figura 05: Layout da Casa Mata do Cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

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Equipamentos e mobiliários:

As unidades de tratamento de ar serão independentes para as áreas

radioativas e não radioativas. O ar proveniente das áreas onde ocorram

operações envolvendo materiais radioativos deve ser extraído através de filtros

apropriados, que sejam verificados periodicamente quanto ao desempenho

(ANVISA, 2009).

O fornecimento de energia elétrica, a iluminação, a temperatura, a umidade

e a ventilação das instalações devem ser apropriados, de modo a não afetar

direta ou indiretamente a qualidade dos medicamentos durante os processos

de fabricação ou o funcionamento adequado dos equipamentos (ANVISA,

2010).

4.2.2 Sala de Controle/Painéis

A sala de controle é o local onde é feita toda a operação do cíclotron,

deve esta localizada ao lado da fonte de alimentação, com um grande visor de

vidro de forma a permitir que os operadores verifiquem o controle a vácuo,

rádio freqüência (RF), ímã e armários fonte iônica. Todo funcionamento do

cíclotron é controlado por um computador pessoal conectado a um CLP (que

controla o processo, com suas unidades de CPU e placas de entradas e

saídas) estão instalados os dispositivos de proteção e potência dos elementos

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de campo, onde qualquer problema elétrico/controle pode ser corrigido na sala

de controle, sem a necessidade do operador entrar na casa mata, portanto, é

uma área livre de radiação. Nesta sala há também a área de sistema de

monitoramento de radiação e o controle da ventilação computadores.

Foto 07: Sala de controle. Foto 08: Fonte de alimentação. Fonte: A autora. Fonte: A autora.

Abaixo estão representados os fluxos das salas onde é realizado todo o

controle do cíclotron e de seus painéis, demonstrando os ambientes que

necessitam ter ligação funcional direta com essa área (Figura 06). Logo em

seguida, as figuras 07 e 08 representam um layout da sala de controle e dos

painéis do cíclotron com seus devidos mobiliários e equipamento necessários

para seu funcionamento.

Figura 06: Relação funcional direta do da sala de controle e painéis do cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

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Equipamentos e mobiliários:

Figura 07: Layout Sala de Controle Cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

Equipamentos e mobiliários:

Figura 08: Layout Sala de Painéis Cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

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4.2.3 Sala de Paramentação

Diante das exigências de assepsia e controle de contaminação nas salas

de produção do radiofármacos, será previsto uma sala de paramentação antes

do laboratório de produção e do controle de qualidade, servindo como bloqueio

físico de acesso a essas áreas que necessitam de assepsia e permitindo

apenas a entrada de pessoas com indumentária apropriada.

Figura 09: Relação funcional direta do da sala de paramentação. Fonte: A autora, 2010.

As pias devem ser excluídas das áreas assépticas. As pias instaladas

em outras áreas limpas devem ser de material adequado e regularmente

sanitizadas. Devem ser tomadas as precauções necessárias para evitar

contaminação do sistema de drenagem com efluentes radioativos (ANVISA,

2009).

Equipamentos e mobiliários:

Figura 10: Layout Sala de Paramentação. Fonte: A autora, 2010.

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Deverá ser previsto nessa sala local para guarda e colocação dos EPI’S

(Equipamentos de proteção individual), que nessa situação podem ser luvas,

protetores para os sapatos, aventais de pano, aventais de chumbo, máscaras,

óculos, gorros, macacões especiais, ou outros que se façam necessários de

acordo com os procedimentos realizados.

Foto 09: Macacão de proteção. Fonte: A autora.

4.2.4 Laboratório de Produção de Radiofármacos

Laboratórios para manipulação de materiais radioativos devem ser

especificamente planejados, levando em consideração aspectos de proteção

radiológica além dos aspectos de limpeza e esterilidade (NASH, 2003; WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2004; JIMENEZ, 2004; BOTET, 2006; ZOLLE,

2007).

As instalações físicas devem estar dispostas, segundo o fluxo

operacional continuo, de forma a permitir que a produção corresponda à

Foto 10: Gorro e máscara de proteção. Fonte: A autora.

Foto 11: Touca e máscara de proteção. Fonte: SOLOSTOCKS, 2010,[s.p].

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seqüência das operações de produção e aos níveis exigidos de limpeza

(ANVISA, 2010).

De acordo com os requisitos das BPF relativos à produção de fármacos

estéreis, os mesmos devem ser produzidos em áreas limpas e a entrada para

estas áreas deve ser feita por meio de câmaras de passagem de pessoal e de

equipamentos/materiais. As áreas limpas devem ser mantidas com padrão de

limpeza e fornecimento de ar apropriado, advindo de filtros de eficiência

comprovada. Isto protege o produto da contaminação microbiológica do

ambiente (NASH, 2003; JIMENEZ, 2004; BOTET, 2006; ZOLLE, 2007).

A ventilação da instalação produtiva deve ser planejada de forma a

prevenir a contaminação de produtos e a exposição do trabalhador à radiação.

Padrões de pressão e fluxo de ar adequados devem ser mantidos por métodos

apropriados. Os sistemas de ar para as áreas radioativas e não radioativas

devem possuir alarmes que permitam verificar a efetividade de ambos os

sistemas (NASH, 2003; JIMENEZ, 2004; BOTET, 2006; ZOLLE, 2007).

O mobiliário deve ser reduzido ao mínimo necessário e deve ser sempre

de material lavável e com disposição que facilite a circulação. Objetos e

obstáculos desnecessários devem ser removidos.

A produção de produtos radioativos estéreis deve ser realizada em áreas

sob pressão negativa circundada de uma área sob pressão positiva, de forma a

assegurar o cumprimento dos requisitos quanto à qualidade apropriada do ar.

Deve haver unidades de tratamento de ar independentes para as áreas

radioativas e não radioativas (BRASIL, 2009).

Para prevenir a liberação descontrolada de contaminação radioativa, o

processamento de materiais radioativos requer um sistema fechado, blindado e

dotado de exaustão, denominado célula quente (hot cell) ou cela de

processamento. Tais sistemas também pode ser do tipo caixas-de-luvas (glove-

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boxes) ou theodorico. Esse último é um dos mais modernos utilizados

atualmente. Para definição do sistema de manipulação é necessário seguir

além dos parâmetros da RDC 210/2003 e RDC 17/2010 a classificação

conforme NBR/ISO 14644-1, quanto à concentração de partículas em

suspensão no ar do microambiente.

O projeto de um laboratório de radiofármacos deve levar em

consideração o fluxo de trabalho e as áreas específicas para cada atividade.

Esse laboratório, durante a fase de produção, utiliza módulos de síntese

automática, servindo para reduzir a exposição do operador a níveis muito

baixos, para o fracionamento e a fase de calibração da seringa, envase,

fechamento dos frascos-ampola e embalagem dos radiofármacos dentro de

potes de transporte blindado. O equipamento chama-se theodorico, também

conhecido como célula quente, é construída normalmente com chumbo grosso

ou de aço que protegem as paredes do operador da radioatividade. Ele realiza

processos de prestação de metas para frascos em condições estéreis, com

uma alta nível radioproteção, para os operadores. Após o entrega da atividade

o frasco é medido pelo Capintec CRC-15, radioisótopo PET calibrador de dose

e, em seguida, o frasco é acondicionado em um recipiente de chumbo blindado

(Foto 12).

Foto 12: Theodorico

Fonte: COMECER, 2010, [s.p.].

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Após o processo de síntese, é realizado o fracionamento do

medicamento em pequenos frascos de vidro. A manipulação de medicamento é

toda robotizada. A dose sai fracionada na máquina para o frasco de vidro e vai

direto para cofres de chumbo, conhecidos também por castelos de chumbo,

onde são identificados com etiquetas, que informa o conteúdo do material e a

atividade específica contida no fraco, ficando prontos para serem expedidos

(Foto 13 e 14).

Figura 13: Castelo de chumbo Figura 14: Castelo de chumbo no theodorico Fonte: A autora. Fonte: A autora.

Do acondicionamento nos castelos de chumbo eles passam por pass

thru para a sala de controle de qualidade e sala de expedição, onde são

armazenados nas embalagens específicas para seu transporte.

Foto 15: Pass thru fechado. Foto 16: Pass thru aberto. Fonte: A autora. Fonte: A autora.

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Abaixo, estão representados os fluxos do laboratório de produção de

radiofármacos demonstrando os ambientes que necessitam ter ligação

funcional direta com essa área.

Figura 11: Relação funcional direta do laboratório de produção de radiofármacos. Fonte: A autora, 2010.

Deve ser assegurado que as operações de manutenção e reparo não

representem qualquer risco à qualidade dos produtos (ANVISA, 2010). Os

procedimentos de inspeção, controle e manutenção das rot cell devem ser

realizados fora da área asséptica e sem necessidade de paramentação do

funcionário responsável por essa manutenção.

Equipamentos e mobiliários:

Figura 12: Layout Laboratório de Produção de Radiofármaco. Fonte: A autora, 2010.

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4.2.5 Sala de Expedição

A sala de expedição deve ter ligação, através de um pass thru, com o

laboratório de produção, que após produzir o medicamento, o acondiciona em

um castelo de chumbo e o transfere para a referida sala, onde será embalado e

expedido. O radiofármaco só deixa o centro de aceleradores cíclotron depois

que o técnico de proteção radiológica executa a monitoração.

Figura 13: Processo de acondicionamento do radiofármaco. Fonte: A autora.

O acondicionamento e transporte de radiofármacos deve ser realizado

segundo normas vigentes de vigilância sanitária e radioproteção (ANVISA,

2009).

O material radioativo é embalado para garantir que os níveis de radiação

na superfície da embalagem não ultrapassem os níveis estabelecidos pelas

legislações vigentes. Esse procedimento garante que as transportadoras, o

público e o meio ambiente não estejam expostos a níveis de radiação que

excedam os limites de segurança permitido.

São necessários diferentes tipos de pacotes para o uso no transporte do

radiofármaco, e esses são definidos de acordo com a quantidade e nível de

radiação. Existem dois tipos de embalagens utilizadas para condicionamento

de substâncias radioativas: A e B.

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A maioria dos radiofármacos em medicina nuclear é fornecida em

pacotes do tipo A, que são utilizados no transporte de produtos com baixas

atividades e em situações de risco reduzido. Eles são normalmente de aço,

madeira ou papelão, e uma contenção interna de vidro, plástico ou metal

cercado por material da embalagem de polietileno, borracha ou vermiculite. Os

pacotes do tipo A e seu conteúdo radioativo devem satisfazer os requisitos de

ensaio padrão concebidos para garantir que o pacote mantém a sua

integridade de contenção e proteção em condições normais de transporte. Os

mesmos pacotes também devem resistir a graus moderados de calor, frio,

pressão atmosférica reduzida, vibrações, impacto, sprays de água, sendo

descartada, penetração e empilhamento.

As embalagens do tipo B são utilizadas no transporte de substâncias

com atividades elevadas e em situações de maior risco. O transporte dentro da

instalação hospitalar deve ser feito num contentor fechado, blindado, que exiba

claramente o nome do radionuclido, a fórmula química, a atividade e hora e

data da calibração (Fotos 17, 18 e 19).

Na figura 14, estão representados os fluxos do ambiente onde é

expedido o radiofármaco com os ambientes que necessitam ter ligação

funcional direta com essa área.

Foto 17: Maleta para transporte do radiofármaco. Fonte: A autora.

Foto 18: Maleta para transporte do radiofármaco. Fonte: A autora.

Foto 19: Balde para transporte do radiofármaco.

Fonte: A autora.

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Figura 14: Relação funcional direta do laboratório de expedição de radiofármacos. Fonte: A autora, 2010.

Equipamentos e mobiliários:

Figura 15: Layout sala de expedição de radiofármaco. Fonte: A autora, 2010.

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4.2.6 Laboratório de Garantia e Controle de Qualidade

A Garantia da Qualidade é um conceito amplo que envolve todos os

aspectos que, individual ou coletivamente, influenciam na qualidade do

produto. Representa a soma de todas as ações realizadas com o objetivo de

garantir que os produtos médicos apresentem a qualidade requerida para o uso

pretendido. A Garantia da Qualidade incorpora as BPF e o controle de

qualidade (ANVISA, 2003; BOTET, 2006).

Um sistema de Garantia da Qualidade, conforme contemplado na RDC

210/2003, que disciplina as boas práticas de fabricação de medicamentos,

deve ser estritamente implementado e cumprido, uma vez que os

radiofármacos são, em geral, utilizados antes da obtenção dos resultados dos

ensaios de controle de qualidade por exemplo, teste de esterilidade. (ANVISA,

2009).

O controle de qualidade é responsável pela realização de ensaios

físicos, químicos, físico-químicos, microbiológicos e biológicos que comprovam

a qualidade e a eficiência dos medicamentos fornecidos para o PET/CT e é

responsável pelo monitoramento e validação dos processos produtivos. De

acordo com a RDC 63/2009 (BRASIL, 2009), a área do controle de qualidade

possui as seguintes atribuições:

I - preparar instruções detalhadas para cada teste e análise;

II - assegurar a adequada identificação e segregação de amostras de testes

para evitar misturas e contaminação cruzada;

III - assegurar que o monitoramento ambiental, a qualificação de equipamentos

e a validação dos processos sejam realizados apropriadamente de modo a

permitir a avaliação da adequação das condições de fabricação;

IV - liberar ou rejeitar matérias-primas e produtos intermediários;

V - liberar ou rejeitar materiais de embalagem e rotulagem;

VI - liberar ou rejeitar cada lote de produto acabado;

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VII - avaliar a adequabilidade das condições sob as quais as matérias-primas,

produto intermediário e produto acabado são armazenados;

VIII - avaliar a qualidade e a estabilidade dos produtos acabados e, quando

necessário, das matérias-primas e dos produtos intermediários;

IX - estabelecer as datas de expiração, com base no período de vida útil

relacionado às condições específicas de armazenamento;

X - estabelecer e revisar os procedimentos de controle e das especificações;

XI - assumir a responsabilidade pelas amostras de retenção de radiofármacos;

XII - assumir a responsabilidade pela manutenção adequada dos registros de

distribuição de radiofármacos.

Após o processamento do radiofármaco no laboratório de produção, ele

é submetido a um controle de qualidade que engloba basicamente três

ensaios, para as seguintes determinações:

Pureza Química – pode ser definida como a fração da massa total

presente em uma forma química desejada.

Pureza Radionuclídica – é a relação dada em termos percentuais, entre

o valor da atividade de um determinado radionuclídeo e a atividade total

da amostra, pode ser usada para definir o percentual de um

radionuclideo na presença do mesmo elemento ou de um elemento

diferente.

Pureza Radioquímica – define-se como a fração da radioatividade total

na forma química desejada presente no radiofármaco.

O laboratório de Controle de Qualidade deve estar localizado

separadamente da área de produção e deve ser projetado, equipado e

dimensionado para ser um local com sistema de auto-contenção, com

capacidade suficiente para o armazenamento de amostras e documentação,

preparação dos registros e realização dos ensaios necessários. Deve ser

mantida quantidade suficiente de amostras de retenção de cada lote de produto

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intermediário e produto acabado, sob as condições de armazenamento

apropriadas, de forma a permitir a repetição dos ensaios ou a verificação dos já

realizados, caso seja necessário. Devido à sua curta meia-vida, muitos

radiofármacos podem ser liberados para uso e administrados aos pacientes

pouco tempo após sua produção. No caso do 18FDG, o controle de qualidade

é realizado enquanto esse radiofármaco está sendo transportado às clínicas,

devido à sua meia-vida curta, de apenas 110 minutos. A liberação para uso do

produto é comunicada por telefone ao médico.

A sala do controle de qualidade deve possuir instalações de gases de ar

sintético, hidrogênio, hélio, nitrogênio e ar comprimido. Devem, também, ser

previstas tomadas aterradas e algumas delas devem possuir nobreak e serem

devidamente sinalizadas (Foto 20).

Foto 20: Tomadas com nobreak Foto 21: Capela de fluxo laminar Fonte: A autora. Fonte: A autora.

O sistema de refrigeração deve permitir a renovação de ar e a sala deve

possuir uma capela de fluxo laminar com filtros e exaustão adequada de gases,

os quais devem ser lançados para ambiente externo, respeitados os limites

previstos para o radionuclídeo em questão (Foto 21).

Por se tratar de uma área asséptica, as pias devem ser excluídas desse

ambiente, evitado a contaminação do sistema de drenagem com efluentes

radioativos.

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Todos os funcionários que vierem a trabalhar nesse laboratório devem

passar anteriormente pela sala de paramentação, vestirem-se com os EPI`s

necessários, a fim de evitar contaminação ou qualquer outro acidente de

trabalho.

Para que seja assegurada a proteção do produto contra contaminação,

os funcionários devem vestir roupas limpas e apropriadas a cada área de

produção. Os uniformes, no caso de reutilizáveis, devem ser guardados em

ambientes fechados, até que sejam lavados e quando for o caso, desinfetados

ou esterilizados (ANVISA, 2003).

A figura 16 representa os fluxos do laboratório de controle de qualidade

com os ambientes que necessitam ter ligação funcional direta com essa área.

Figura 16: Relação funcional direta do laboratório de controle de qualidade. Fonte: A autora, 2010.

Os laboratórios de controle de qualidade devem ser separados das

áreas de produção (Figuras 17 e 18). As áreas onde forem realizados os

ensaios microbiológicos, biológicos ou com radioisótopos devem ser

independentes e separadas e contar com instalações independentes,

especialmente o sistema de ar (ANVISA, 2003). Os dois ambientes pré-

dimensionados abaixo se classificam no controle de qualidade, porém,

necessitam ter salas distintas para realização de suas atividades, ligados

apenas por uma porta.

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Figura 17: Layout Laboratório de Controle de Qualidade Físico-Químico. Fonte: A autora, 2010.

Figura 18: Layout Laboratório de Controle de Qualidade Microbiológico. Fonte: A autora, 2010.

Equipamentos e mobiliários

Equipamentos e mobiliários

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4.2.7 Sala de Descontaminação

A sala de descontaminação será localizada na saída do centro de

produção, de forma que esteja próxima de todos os funcionários que estiveram

em ambientes possíveis de contaminação radiológica. Esse ambiente deverá

possuir um chuveiro e porta sem visor, permitindo que o funcionário em caso

de contaminação radiológica possa tomar banho. O lava-olhos deve estar

localizado na circulação e próximo ao laboratório de produção e controle de

qualidade (Figura 19).

Figura 19: Layout Sala de Descontaminação. Fonte: A autora, 2010.

4.2.8 Setores de Apoio

Os ambientes relacionados abaixo fazem parte da estrutura física do

cíclotron, porém, são setores de apoio. Qualquer transferência de material

entre o almoxarifado e os laboratórios de produção e controle de qualidade

deve ser realizada através de pass thru:

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Recepção e espera

Sala de recebimento de matéria-prima, projetada e equipada para

permitir que os recipientes sejam limpos, se necessário, antes do

armazenamento (ANVISA, 2010);

Almoxarifado / Quarentena, cujas áreas de armazenamento devem ter

capacidade suficiente para possibilitar o estoque ordenado de materiais

e produtos: matérias-primas, materiais de embalagem, produtos

intermediários, a granel e terminados, em sua condição de quarentena,

aprovado, reprovado, devolvido ou recolhido, com a separação

apropriada. Os produtos em quarentena devem estar em área restrita e

separada na área de armazenamento. (BRASIL, 2010);

Sala de lavagem de materiais;

Depósito de material de limpeza – DML;

Vestiários funcionários;

Copa (opcional);

Sala do físico (opcional);

Sala de reuniões (opcional).

4.3 Rejeitos Radioativos

Em relação ao resíduo radioativo, neste estabelecimento é praticamente

inexistente, uma vez que o material produzido, Flúor-18, possui uma meia vida

muito curta. Após 24horas ele se transforma em resíduo comum.

No caso de resíduos radioativos com períodos de semi-desintegração

reduzidos e baixas atividades (típicos da Medicina Nuclear), deve-se proceder

ao seu armazenamento para decaimento. Estes resíduos devem ser separados

por períodos de semi-desintegração. Após o decaimento radioativo, os

resíduos são monitorados e os símbolos de radioatividades removidos. A partir

desta altura, os resíduos são tratados como quaisquer outros resíduos comuns.

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5. CENTRO DE PRODUÇÃO DE RADIOFÁRMACOS

Conhecendo as atividades que são realizadas no centro de produção de

radiofármacos e suas instalações foi possível pensar como funciona este

estabelecimento, definindo sua distribuição espacial em função do estudo de

fluxos e da necessidade de proximidade das unidades funcionais. Para

organizar estas informações e estabelecer as inter-relações entre os espaços,

utilizou-se uma matriz de inter-relações triangular relacionando os ambientes

funcionais e setores definidos como primordiais do estabelecimento a ser

projetado. A matriz foi elaborada considerando a proximidade destes, baseada

no critério “imprescindível” e “desejável”, a fim de estabelecer condicionantes

para o correto funcionamento do estabelecimento proposto (Figura 20).

Figura 20: Matriz de inter-relações do Centro de Produção de Radiofármacos Fonte: A autora, 2010.

Finalizada a matriz, o grafo tipo relógio foi montado. Nele é possível

visualizar a quantidade de ligações entre os ambientes, bem como os

ambientes que precisam estar mais próximos na planta arquitetônica. A partir

deste diagrama é possível iniciar a visualização espacial e dos fluxos do

estabelecimento (Figura 21).

Figura 21: Grafo Relógio. Fonte: A autora, 2010.

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Para uma melhor visualização espacial do estudo originado na matriz de

inter-relações, o grafo acima apresentado pode ser planificado, eliminando o

cruzamento dos fluxos que aparecem no relógio. Neste processo são

realizados estudos iniciais da disposição das unidades funcionais e suas

proximidades. A partir do grafo planar começa-se a ter noção da localização

dos serviços, norteando o zoneamento e o estudo mais apurado dos fluxos da

unidade. A figura 22 representa o grafo planar resultante desta etapa do

planejamento arquitetônico para o projeto a ser realizado.

Figura 22: Grafo Planar. Fonte: A autora, 2010.

Definidas as diretrizes conceituais do projeto, os ambientes mais

relevantes com a relação de proximidade entre eles e o sentido do fluxo na

unidade, foi necessário conhecer e definir o fluxograma do processo industrial

realizado no centro de produção de radiofármacos (Figura 23).

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Figura 23: Fluxograma Industrial. Fonte: A autora, 2010.

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Para organizar a distribuição dos ambientes na unidade, foi realizado um

zoneamento macro que resultou em quatro grandes áreas, sendo uma

destinada aos ambientes de produção do radiofármacos, a outra destinada aos

ambientes de apoio ao seu funcionamento, a terceira onde serão concentrados

os ambientes administrativos e a última área onde estão locados as instalações

de gases e ar condicionado (Figura 24).

Figura 24: Zoneamento do Centro de Produção de Radiofármacos. Fonte: A autora, 2010.

O projeto foi desenvolvido de forma que as instalações físicas fossem

dispostas, segundo o fluxo operacional continuo, permitindo que a produção

corresponda à seqüência das operações de produção e aos níveis exigidos de

limpeza, de acordo com o que preconiza a RDC 17 – ANVISA (Figura 25).

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Figura 25: Layout do Centro de Produção de Radiofármacos/Cíclotron. Fonte: A autora, 2010.

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O centro de produção de radiofármacos possui três acessos externos,

sendo um para entrada dos funcionários à área principal de produção do

radiofármaco, dotada de uma pequena recepção, vestiários, sala de

descontaminação, depósito de material de impeza, casa mata do cíclotron com

sua sala de controle e painéis, área de manutenção, laboratório de produção e

controle de qualidade. Sua ligação com as demais áreas da unidade ocorre

através de pass thru, para passagem de matérias e insumos.

O segundo acesso destina as pessoas tanto para a área administrativa

quando para os ambientes de apoio, onde se encontram as salas de

recebimento de matéria-prima, almoxarifado, quarentena, sala de lavagem e

outra bateria de vestiários para os funcionários que trabalham nesse setor. O

terceiro acesso serve somente para a entrega do produto acabado, evitando

que os indivíduos externos adentrem na unidade.

Os vestiários e sanitários foram projetado em quantidade apropriada

para o número de funcionários que irão trabalhar no estabelecimento. Esses

ambientes estão facilmente acessíveis e não possuem comunicação direta com

as áreas de produção ou armazenamento, conforme preconizado pela RDC

17/2010.

As salas administrativas e copa de funcionários estão separadas das

áreas de produção e controle, evitando contaminação cruzada nos demais

ambientes.

A área de recebimento de matéria-prima está separa dos demais

ambientes e possui duas pias profundas de inox que permitem que os

recipientes sejam limpos, quando necessários, antes do armazenamento.

A planta baixa, apresentada a seguir (Figura 26), demonstra o fluxo de

entrada matéria-prima e o fluxo da saída do produto acabado. Observa-se que

no controle de qualidade as áreas onde são realizados os ensaios

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microbiológicos, ou com radioisótopos são independentes e separadas e

contam com instalações independentes, especialmente o sistema de ar,

conforme exigência da RDC 17/2010.

Todas as matérias-primas e materiais de embalagens passam pelo

recebimento para serem higienizadas, quando necessário, e são armazenadas

no almoxarifado. Quando os radiofármacos estão prontos para serem

transportados aos hospitais, as embalagens são transferidas, através de pass

thru, da sala do almoxarifado para o setor de expedição, permitindo o

acondicionamento seguro do produto acabado.

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Figura 26: Fluxo de entrada de matéria-prima e produto acabado. Fonte: A autora, 2010.

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Abaixo estão representados os fluxos de funcionários que utilizam os

ambientes de operação do cíclotron, laboratório de produção e controle de

qualidade, setor de apoio e setor administrativo (Figura 27).

Figura 27: Fluxo de Funcionários. Fonte: A autora, 2010.

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6. CONCLUSÃO

A expansão do número de cíclotrons durante os últimos dez anos tem

sido impulsionada pelo advento dos avanços tecnológicos e científicos na área

médica. É esperado que este rápido crescimento continue e que a demanda

por radiofármacos se expanda mais a cada dia. Com esta expansão, haverá

uma maior necessidade da construção de outros cíclotrons nos diversos

países.

Essa nova realidade exigirá dos arquitetos um aperfeiçoamento

constante sobre as novas tecnologias na área médica, levando-se em

consideração a criação de ambientes englobam as novas técnicas, mas que

mantenham seus espaços seguros e funcionais para a equipe que irá usufruí-

lo.

Por ser um tema recente e ainda pouco explorado, foram necessários

para o desenvolvimento desse trabalho, realizar visitas, registros fotográficos e

entrevistas em algumas unidades produtoras de radiofármacos existente no

Brasil. Essas visitas contribuíram para a percepção das diferenças e

funcionalidades de cada ambiente, permitindo a definição de uma planta baixa

que equilibra tecnologia, funcionalidade, segurança e humanização, itens esses

fundamentais para o processo projetual da arquitetura de sistema de saúde.

Espera-se que o resultado desse trabalho colabore com uma maior

diversidade de pesquisas sobre o tema e que os arquitetos com experiência na

área da saúde comprometam-se, cada vez mais, o compromisso com uma

prática de projeto baseados em evidências científicas, gerando novas diretrizes

projetuais nessa área.

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REFERÊNCIAS

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