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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MAXIMO PORTO SELEME FACILIDADES DO AMBIENTE ELETRÔNICO DE NEGÓCIOS: O CASO DA SUPERCON. FLORIANÓPOLIS 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – ESAG

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

MAXIMO PORTO SELEME

FACILIDADES DO AMBIENTE ELETRÔNICO DE

NEGÓCIOS: O CASO DA SUPERCON.

FLORIANÓPOLIS

2009

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1

MAXIMO PORTO SELEME

FACILIDADES DO AMBIENTE ELETRÔNICO DE

NEGÓCIOS: O CASO DA SUPERCON.

Dissertação apresentada como requisito à obtenção do grau de Mestre em Administração, do Curso de Mestrado Profissional em Administração, do Programa de Pós-Graduação da ESAG, na área de concentração: Gestão Estratégica das Organizações, linha de pesquisa: Gestão de Inovações e Tecnologias Organizacionais.

Orientador: Prof. Dr. Rubens Araújo de Oliveira

FLORIANÓPOLIS

2009

2

MAXIMO PORTO SELEME

FACILIDADES DO AMBIENTE ELETRÔNICO DE

NEGÓCIOS: O CASO DA SUPERCON.

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em Administração,

na área de concentração: Gestão Estratégica das Organizações, linha de pesquisa: Gestão de

Inovações e Tecnologias Organizacionais; e aprovada, em sua forma final, pelo Curso de

Mestrado Profissional em Administração, da Universidade do Estado de Santa Catarina, em

31 de agosto de 2009.

Banca Examinadora:

Orientador: _________________________________________

Professor Doutor Rubens Araújo de Oliveira

Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC

Membro interno: _________________________________________

Professor Doutor Arnaldo José de Lima

Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC

Membro interno: _________________________________________

Professor Doutor Julio da Silva Dias

Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC

Membro externo: ________________________________________

Professor Doutor Ari Oliveira Filho

Universidade Estácio de Sá

3

Dedico este trabalho às pessoas mais

importantes da minha vida, que sempre me

apoiaram e estimularam: minha mãe, meu pai,

minha esposa e minhas filhas.

4

AGRADECIMENTOS

A DEUS.

A minha mãe Nilva e a meu pai Abrão, que souberam conduzir-me aos dias de hoje

por um caminho de amor, educação, companheirismo e sabedoria, o qual me possibilitou

alcançar o sucesso e permitiu ser a pessoa que sou hoje.

A minha esposa Maria Olívia e as minhas filhas Marina e Maria Luiza, pelo apoio,

estímulo e compreensão por minha ausência, principalmente nos momentos em que me

dediquei a este trabalho.

A meu orientador professor Dr. Rubens Araújo de Oliveira, pela disposição,

empenho e disponibilidade em contribuir para a realização deste momento.

À Nexxera, por permitir-me realizar este trabalho, na pessoa de seu diretor Edenir

Silva.

A meu amigo Luciano Benvenutti Roncalio e a todos aqueles que – são tantos que se

torna impossível aqui nomear – contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização do

presente trabalho.

5

RESUMO

SELEME, Maximo Porto. Facilidades do Ambiente Eletrônico de Negócios: o caso da SUPERCON. 2009. 87f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração – Área: Gestão de Inovações e Tecnologias Organizacionais) – Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Programa de Pós-Graduação em Administração, Florianópolis, 2009.

A dinâmica do sistema comercial, industrial e financeiro mudou muito nos últimos anos, por

isso ferramentas de gestão e de segurança se tornam cada vez mais necessárias. Em vista

disso, veio a determinação de desenvolver um trabalho que demonstrasse a aplicação prática

de ferramentas que poderiam auxiliar o gestor, principalmente no sentido de melhorar o

desempenho de sua empresa, além de proporcionar uma atualização de informação ao meio

acadêmico. Assim, este trabalho apresenta um estudo de caso da aplicação das ferramentas

virtuais do Ambiente Eletrônico de Negócios, da empresa Nexxera, na empresa SUPERCON,

com o objetivo de adequar e melhorar seu desempenho, tanto econômico quanto financeiro,

dentro do sistema produtivo no qual ela se insere. As relações comerciais no mundo, a cada

ano, desenvolvem-se com maior velocidade. Desse modo, empresas que antes mantinham

uma relação quase singular com um fornecedor e um grupo de clientes, nas quais um controle

básico das transações financeiras e contábeis era suficiente, começaram, com o crescimento

de sua planta, a encontrar sérias dificuldades em manter esse controle com a dinâmica e a

atualização necessárias a sua nova realidade. Diante da perspectiva de um crescimento do

mercado, da concorrência, das vendas e de mais fornecedores para atender sua produção,

tornou-se imprescindível uma visão mais completa do sistema em que agora a empresa se

encontrava. Considerando a aplicação de uma visão sistêmica no crescimento de sua rede

comercial e produtiva, fez-se necessário o uso de ferramentas virtuais de trabalho que

propiciassem um controle mais eficaz das transações financeiras, de pagamentos e

recebimentos, no relacionamento da empresa com seus clientes e fornecedores. O modelo até

então utilizado pela empresa SUPERCON, relativo a sua logística financeira com bancos ,

clientes e fornecedores, despendia muito tempo, uma vez que usava funcionários para

capturar, consolidar e conciliar os extratos bancários, o que levava, em média, quatro horas

diárias. Com o aprimoramento do controle, foi possível a integração das vendas, compras e

logística, através da troca eletrônica de arquivos, notas fiscais, conhecimento de embarques,

aviso de recebimentos, dentre outros documentos mercantis. Por meio de varredura eletrônica,

6

tornou-se possível controlar o desempenho dos fornecedores, distribuidores, clientes

comerciais, o que possibilitou chegar-se até a ponta, ou seja, ao cliente pessoa física, final das

vendas. A comunicação da cadeia de valor da empresa com os clientes e com os sistemas

financeiros amplia seu espaço no mercado mundial, o que demonstra o quanto a tecnologia é

fundamental para a integração das empresas aos mercados.

Palavras-chave: Ferramenta virtual. Ambiente eletrônico de negócios. Visão sistêmica.

Conciliação financeira.

7

ABSTRACT

SELEME, Maximo Porto. Facilities of the Business Electronic Environment: the SUPERCON case. 2009. 87p. Dissertation (Professional Administration Master – Field: Management of Innovation and Organizational Technologies) – University of Santa Catarina State – UDESC. Postgraduate Program in Administration, Florianopolis, Brazil, 2009.

The dynamics of the commercial, industrial and financial system has changed a lot in later

years, therefore more and more management tools are necessary. In view of this, I decided to

develop a work that showed the practical application of tools that could help the manager,

mainly in the sense of improve the company performance and promote information updated to

the Academy area. Then this work presents a case study with the virtual tools application of

the Business Electronic Environment, of the NEXXERA Company, in the SUPERCON

Company, with the objective to adapt and improve its performance, both economic and

financial, within the productive system in which they are inserted. Each year the business

connections have been faster developed in the world. Thus, companies that before had been

keeping a single relationship with the suppliers and a group of clients, in which a basic

control of the financial and account report dealings were enough, started, with the growth of

their plant, to find difficulties in keeping this control with the dynamics and updating that are

necessary to their new reality. Due to the perspective of the market, competitors, sells and

suppliers growing to demand its production, it becomes indispensable to have a more

complete vision of the system in which now the company was. Considering the application of

a systemic vision on growing of its commercial and productive network, it was necessary to

use work virtual tools that propitiated a more effective control of financial dealings, payments

and receivables, in the company’s relationship with its clients and suppliers. The model that

have been used by SUPERCON, concerning its financial logistics with banks, wasted time

because it used employees to capture, consolidate and reconcile the bank statements, that

spent at least four hours per diem. With the control improvement was possible the integration

among the sales department, purchase and logistic by electronic files exchange, invoices, bill

of lading, acknowledgment of receipts, among others commercial documents. Using an

electronic scanning became possible to control the suppliers, distributors and commercial

clients’ performance. Thus, it was possible to get the extremity, in other words, to the

physical person client at the end of the sale. The company value chain communication with

8

the clients and with the financial systems enlarges its space in the world market. So, this

demonstrates how the technology is fundamental for the Companies integration to the

markets.

Keywords: Virtual tools. Business electronic environment. Systemic vision. Financial

conciliation.

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Bancos por origem de capital ........................................................................ 42

Quadro 2 – Custos de cobrança de um banco de grande porte ........................................ 44

Quadro 3 – Cobranças/mês .............................................................................................. 70

Quadro 4 – Pagamentos/mês ........................................................................................... 71

Quadro 5 – Gastos da Empresa SUPERCON/mês .......................................................... 71

Quadro 6 – Cronograma de Implantação na empresa SUPERCON ................................ 73

Quadro 7 – Sistema de cálculo – ROI .............................................................................. 79

Quadro 8 – Proposta financeira do Projeto ...................................................................... 80

10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Evolução do sistema comercial ...................................................................... 29

Figura 2 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento ............................. 30

Figura 3 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento ............................. 30

Figura 4 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento – vendedores e

clientes .............................................................................................................................

31

Figura 5 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento ampliada .............. 31

Figura 6 – Evolução do sistema comercial e toda a rede de relacionamento ................... 32

Figura 7– Componentes de um sistema .......................................................................... 33

Figura 8 – Árvore Sistêmica ............................................................................................ 34

Figura 9 – Gráfico Instrumentos de Pagamento incluindo transações bancárias (2005).. 45

Figura 10 – Cadeia de valor ............................................................................................. 47

Figura 11– Modelo Tradicional ....................................................................................... 75

Figura 12 – Ambiente Eletrônico de Negócios ................................................................ 76

11

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AEN – Ambiente Eletrônico de Negócios

B2B – Business to Business

DOC – Documento de Ordem de Crédito

EDI – Eletronic Data Interchange

ERP – Enterprise Resource Planning

HUB – Empresa central da cadeia de valor

NFe – Nota Fiscal eletrônica

SPB – Sistema de Pagamento Brasileiro

TED – Transferência Eletrônica Disponível

VAN – Value Added Network

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA .................................................................. 16

1.1.1 Temas Pertinentes ao Projeto e ao Problema ................................................... 18

1.1.2 Hipóteses .............................................................................................................. 19

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ................................................................................. 19

1.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 20

1.2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 20

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 20

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 23

2.1 A TEORIA MODERNA DA ECONOMIA ............................................................ 23

2.2 ALGUNS CONCEITOS DA TEORIA DOS SISTEMAS ...................................... 28

2.3 ELEMENTOS DOS SISTEMAS ............................................................................ 32

2.4 PRINCÍPIOS DA DINÂMICA DO SISTEMA ...................................................... 32

2.5 “ATORES” QUE FORMAM ESSE SISTEMA ..................................................... 36

2.5.1 Taxa de juros no Brasil ...................................................................................... 36

2.5.2 Finanças ............................................................................................................... 37

2.5.3 Mercados financeiros .......................................................................................... 38

2.5.4 Instituições financeiras ....................................................................................... 39

2.5.5 Antecipação de recebíveis ................................................................................... 40

2.5.6 O banco ................................................................................................................. 42

2.5.6.1 Cobrança e Pagamentos de Títulos .................................................................... 43

2.5.6.2 Sarbanes-Oxley .................................................................................................. 45

2.5.7 Cadeia de valor .................................................................................................... 46

2.5.8 Logística ............................................................................................................... 48

2.5.9 Tecnologia ............................................................................................................ 50

2.5.9.1 EDI – Eletronic Data Interchange ...................................................................... 51

2.5.9.2 B2B – Business to Business ............................................................................... 52

2.5.9.3 Web Services ...................................................................................................... 53

13

2.6 SISTEMA DE INTEGRAÇÃO ELETRÔNICA .................................................. 53

2.6.1 Tipos de empresas em que se aplica o Sistema de Integração

Eletrônica ...................................................................................................................

54

2.6.2 Benefícios do Sistema de Integração Eletrônica ............................................ 54

2.7 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ............................................................. 56

2.7.1 Sistema de Integração Eletrônica .................................................................... 57

2.8 AS GRANDES E MÉDIAS CORPORAÇÕES ..................................................... 58

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 59

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA: CARÁTER EXPLORATÓRIO-

DESCRITIVO E QUALITATIVO. ............................................................................

59

3.1.1 O caráter exploratório-descritivo da pesquisa ............................................... 59

3.1.2 O caráter qualitativo da pesquisa .................................................................... 60

3.2 TÉCNICA PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS ....................................... 60

3.2.1 Classificação dos dados .................................................................................... 62

3.3 PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA ..................................................... 62

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 64

4.1 LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................... 64

4.2 A EMPRESA NEXXERA: HISTÓRICO DE INOVAÇÃO. ............................... 64

4.3 SERVIÇOS E TECNOLOGIA .............................................................................. 66

4.3.1 Serviços oferecidos pelo AEN ......................................................................... 67

4.3.2 Serviços prestados à empresa SUPERCON .................................................. 69

4.4 A SUPERCON ....................................................................................................... 69

4.5 IMPLANTAÇÃO DO AEN NA EMPRESA SUPERCON .................................. 72

4.6 RESULTADOS POSITIVOS PARA A SUPERCON COM O AEN ................... 76

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 82

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84

ANEXOS ..................................................................................................................... 88

14

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, nos meios empresariais, é comum a afirmativa de que, sem uma correta

visão do futuro, não há como a empresa crescer. Na verdade, mais do que apenas um lugar

comum, essa afirmativa encontra respaldo em pesquisas desenvolvidas por cientistas que

atuam na área de estudos empresariais. Esses estudiosos, após a análise de centenas de

organizações, concluíram que somente sobrevive uma empresa que possua estratégia definida.

Em contrapartida, as empresas sem estratégia ou com uma estratégia ineficaz, mesmo que

tenham uma operação eficaz, podem encontrar dificuldades para se manterem no mercado. É

natural, todavia, que, se suas operações forem muito boas, elas demorem a apresentar

problemas.

Assim, visando ao melhor desempenho e a mais rapidez, procuraram apoiar-se em

tecnologias de ponta. Várias empresas iniciaram, por conseguinte, relacionamentos

corporativos virtuais, especialmente em busca de parcerias junto ao que de melhor se

apresenta, no mercado, com relação ao desenvolvimento do produto a ser comercializado. As

redes de produção podem ser formadas por várias empresas, em um ambiente externo, como

também por diversas áreas de uma mesma empresa, ambiente interno, voltadas à produção de

soluções para seus clientes. Pode-se, ainda, considerar a possibilidade de essas redes serem

utilizadas por clientes externos, provenientes do mercado, como também por clientes internos,

aqueles que se utilizam dos serviços da empresa da qual fazem parte. Pode-se afirmar, em

vista disso, que as considerações são bastante diversificadas, uma vez que, para cada evento,

apresenta-se uma situação particular. Desse modo, podem formar-se redes virtuais para

desenvolver soluções que atendam às necessidades que se apresentarem.

O que se observa, hodiernamente, é o encaminhamento para o fim da estrutura de

comércio de produtos e serviços tal qual se conhece hoje. Nota-se, ainda, a não flexibilidade

das atividades das empresas devido a várias barreiras criadas pelas diversas leis que regem o

mercado em cada país. Essas dificultam a união formal, ou seja, a formação de sociedades e

parcerias, que são realizadas para a produção e o desenvolvimento de determinado produto ou

serviço. Assim, o desenvolvimento virtual tende a economizar tempo e dinheiro para

realização das necessidades solicitadas. As dificuldades mais relevantes encontradas por

empresas junto às instituições financeiras são, portanto, a conciliação dos extratos bancários, a

conciliação dos extratos de fornecedores e credores, o custo da emissão de boletos de

cobrança/pagamento e o controle de distribuidores e da rede capilarizada de revendas.

15

As constatações descritas anteriormente são frutos da experiência do pesquisador

nessa área de atuação, especialmente no período em que esteve à frente da Gerência

Financeira da Empresa Jaime Aleixo S/A, onde desenvolvia as atividades de implantação da

J.A. Invest, uma instituição financeira, e gerenciamento da J.A. Fomento que desenvolve a

atividade de Factoring.

As dificuldades foram observadas, principalmente, nas questões atinentes à

conciliação bancária das empresas do Grupo Jaime Aleixo, devido às diversas contas

utilizadas pelo Grupo, nas quais os funcionários despendiam um tempo precioso, uma vez que

delas se ocupavam, diariamente, por várias horas. A falta de agilidade nas constatações de

pagamentos e recebimentos, que ficavam sempre à mercê da disponibilidade do sistema

bancário, e os “golpes” aplicados para induzir o administrador das operações a liberar créditos

junto à empresa foram elementos importantes, uma vez que muito contribuíram para a

elaboração deste trabalho. Assim, mostrou-se necessária a urgente atualização tecnológica

para que as empresas, como as do Grupo Jaime Aleixo, pudessem, por meio de soluções

eletrônicas virtuais, solucionar seus problemas de agilidade e de segurança nas operações

financeiras. A melhor forma de resolverem-se esses problemas seria, por conseguinte, a

implantação de uma ou mais ferramentas que dessem agilidade nas soluções em operações

financeiras.

Uma empresa com soluções muito interessantes é a Nexxera Tecnologia e Serviços

S.A. Voltada para as questões atinentes ao comércio eletrônico, a empresa, com o foco no

ambiente virtual, passou a desenvolver, inicialmente, soluções para as necessidades da área

financeira. Tais necessidades foram, contudo, ampliando-se e, a cada solução bem-sucedida,

uma nova e mais específica se apresentava. Juntava-se a isso a velocidade com que novas

tecnologias apareciam e ainda aparecem no mercado, o que proporciona novas soluções mais

completas e com custo menor. Assim, a empresa passou a gerenciar, por meio de ferramentas

virtuais, o fluxo de serviços e produtos que são oferecidos na rede virtual. As questões de

maior segurança começaram, também, a ser vistas de modo mais específico; o ambiente

eletrônico passou a necessitar aspectos de segurança mais particulares, pois cada produto e

cada serviço que eram disponibilizados no mercado tinham sua vulnerabilidade posta à prova.

Isso fazia com que novas tecnologias fossem, igualmente, direcionadas para essa área. Todas

essas questões fizeram, efetivamente, com que a rede de produção virtual viesse a ter um

desempenho todo especial, com maior velocidade na apresentação de respostas às

solicitações, e eficiência do produto apresentado.

16

Ressalta-se que a apresentação do material coletado para este trabalho tem a

aprovação da empresa Nexxera, que permitiu o acesso a seus produtos e serviços, coleta de

informações com seus funcionários e clientes, além das demais informações necessárias ao

desenvolvimento da pesquisa. Cabe salientar, ainda, que a empresa, na qual foram

implantados os serviços e que serviu de base para o estudo de caso, teve seu nome preservado,

uma vez que foi, aqui, codificada como SUPERCON.

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Uma das preocupações atuais do mercado é a inadimplência, que se constitui no

chamado atraso no pagamento de contas devidas, e principalmente a insolvência, que se

caracteriza pelo não pagamento de dívidas. Ambas resultam em perda real para quem efetuou

uma transação comercial. Salienta-se, ainda, que a dificuldade de controle das operações com

instituições financeiras, fornecedores, distribuidores e a rede de revenda capilarizada teve uma

mudança significativa com a introdução da internet no mundo comercial; pois, antes, as

operações entre empresas eram realizadas em um ambiente limitado, ou seja, muitas se

localizavam junto ao polo consumidor ou comprador. Os clientes eram, por sua vez, atendidos

por representantes ou agentes espalhados pela área de venda. Com a ampliação do mercado

em razão das facilidades do mundo virtual, vieram também as dificuldades de controle dos

novos processos, uma vez que os sistemas operacionais financeiros não foram atualizados

para acompanhar o desenvolvimento ocorrido na planta produtiva das empresas.

Com esse sistema de comunicação, pelo qual pessoas, empresas e processos inter-

relacionados puderam, em tempo real, conectar suas operações, mudou a relação comercial,

ampliaram-se os horizontes de negócios e as oportunidades passaram a exigir maior

capacidade de atender o público. Desapareceu, pois, a limitação de ambiente. A partir desse

momento, o ambiente comercial se constituiu num único polo para o qual a distância deixou

de ser obstáculo.

A entrada da internet possibilitou o acesso rápido a informações e a conhecimentos.

Chegou, pois, o momento de essa tecnologia propiciar a conexão entre os computadores, a

troca de dados e de inteligência de seus sistemas internos, a fim de otimizar os processos de

negócios e logísticos, minimizar erros e obter informações mais precisas, em tempo real e

menor, para a tomada de decisões (SALLES, 2005).

17

Nesse contexto, não somente grandes corporações foram privilegiadas. Micros,

pequenas e médias empresas tiveram, também, a oportunidade de participar e de fazer parte

da comunidade empresarial. Passaram a ser vistas e a verem o mundo, mas precisam

organizar-se para suportar a demanda que está por vir.

Inicialmente, as empresas, independentemente do porte, organizavam seus estoques,

insumos e mercadorias, pois visavam a identificar as reais necessidades, a minimizar perdas e

ampliar resultados. Agora, com padrões de qualidade cada vez menos diferenciados entre as

empresas, elas devem procurar outros diferenciais para competir no mercado, pois os insumos

e produtos acabados estão cada vez mais similares aos dos concorrentes.

Assim, as empresas investem pesado em pesquisa e desenvolvimento, em

procedimentos de atendimento, suporte ao cliente e outras estratégias, com vistas a

estabelecer diferenciais que as valorizem diante da concorrência, o que lhes permite maior

sucesso.

Cabe destacar que um dos componentes mais importantes de uma empresa é a gestão

dos recursos financeiros, pois, com ela, as decisões financeiras são mais eficientes. Quando se

referem às atividades normais da empresa – pagamentos e recebimentos do dia a dia –, são

ditas decisões financeiras de curto prazo. As de longo prazo são, com efeito, aquelas

pertinentes às estratégias de financiamento e investimento. A preocupação comum dos

administradores e contadores internos é, por conseguinte, reduzir custos e ampliar margens,

pois o objetivo principal da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas.

Assim, cada vez mais as empresas buscam soluções, no mercado, para melhorar esse processo

(LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002).

A atenção volta-se, portanto, para a gestão dos recursos financeiros. O mercado, por

meio de capital de terceiros, busca empréstimos e financiamentos junto a instituições

financeiras. Assim, rapidamente, passou-se a buscar, nos bancos e nas financeiras, o que se

necessitava para manter um negócio ativo, comprar mercadorias, ou atender aos pedidos que

chegam à empresa. Desse modo, a dependência das empresas, em relação aos bancos e às

financeiras, tornou-se significativa.

A capacidade que uma empresa tem de obter custo de capital menor que o de uma

concorrente pode dar-lhe vantagem competitiva. Grandes corporações capitalizadas passaram

a abrir seus próprios bancos, e muitas empresas passaram a tratar seu produto como motivador

para operações financeiras. O custo do dinheiro pode, todavia, ser impeditivo ao seu

crescimento.

18

Dessa forma, tem-se, no mundo financeiro, uma mercadoria fundamental: o dinheiro.

Ele existe, é tangível, mas, com a integração automatizada entre as empresas, ele se torna

intangível. Essa intangibilidade, a gestão de recursos e o custo do dinheiro, assim como a

conectividade financeira entre as empresas, são os aspectos que constituem o foco deste

trabalho.

Assim, o problema a ser discutido, neste estudo de caso, é o seguinte: A implantação

de um sistema para controle e automatização da cadeia de valor e também da logística do

fluxo financeiro, em uma empresa, trará os resultados esperados? Como a ferramenta de

gestão desenvolvida pela Nexxera pode contribuir para melhorar o desempenho do sistema

financeiro da empresa?

Em vista disso, com a análise das finanças, dos processos logísticos e da tecnologia,

propõe-se estudar a interligação dos processos financeiros existentes entre os elos da cadeia

de valor de uma empresa, assim como fundamentar componentes essenciais para a efetivação

da pesquisa e a análise de um estudo de caso.

1.1.1 Temas Pertinentes ao Projeto e ao Problema

A inovação permeia toda a pauta e os projetos de investimentos do setor financeiro

em TI. O mercado espera crescer muito no que se refere à gestão da informação, o que exigirá

dos bancos ferramentas ágeis e flexíveis e soluções que permitam a integração com a cadeia

de valor à qual uma determinada empresa pertence.

No geral, dentre as premissas básicas de um projeto no setor, diante de tantos inputs

necessários, a mais evidente é gerar ganhos na eficiência e ampliar a escala de negócios.

Existe, igualmente, um interesse crescente no mapeamento e automatização de processos, na

maior velocidade de captura de dados e na eliminação de fraudes. Assim, o setor busca

ferramentas e sistemas que garantam visibilidade de gestão e também uma administração mais

segura para seus processos financeiros.

O Ambiente Eletrônico de Negócios (AEN) é, pois, um novo conceito que está sendo

utilizado por algumas instituições do setor, para fazer frente aos desafios de um mercado em

concorrência cada vez mais acirrada. A estratégia é criar um ambiente integrado, composto de

diversos sistemas e ferramentas de software, para automação da integração dos parceiros de

negócio, a fim de agregar valor às redes de relacionamento e negócios.

19

A adoção dessa filosofia proporciona inegáveis benefícios para as instituições do

setor. Os ganhos em eficiência e em segurança nas operações de crédito e transferência de

recursos traduzem-se em reduções de custos para as instituições. Essas reduções de custos

poderiam ser transferidas ao mercado na forma de redução do custo do crédito.

É razoável, de fato, propor que uma redução de custos operacionais e que o maior

acesso a informações cadastrais de seus clientes deveria resultar em custos menores para as

operações dos tomadores de crédito.

1.1.2 Hipóteses

A partir da problemática e dos objetivos propostos, pode-se elencar as seguintes

hipóteses:

a) a adoção de ferramentas de TI, baseadas no conceito de Ambiente Eletrônico de

Negócios, na implantação de um sistema de controle de logística do fluxo

financeiro, automatização e integração da cadeia de valor, pelas empresas pode

levar a uma redução do seu custo operacional, e, consequentemente, a uma

redução do custo operacional do mercado;

b) a adoção de ferramentas de TI, baseadas no conceito de Ambiente Eletrônico de

Negócios, pelas instituições financeiras pode consolidar e melhorar as informações

cadastrais dos tomadores de crédito, a fim de se possibilitar uma ampliação na

base de tomadores de crédito atendida e a melhoria dos resultados.

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

O presente trabalho objetiva demonstrar que, por meio da implantação de

ferramentas virtuais, podemos melhorar o desempenho dos sistemas financeiros de uma

empresa. Esta seção apresenta, portanto, os objetivos que norteiam o presente trabalho.

20

1.2.1 Objetivo Geral

Avaliar como o processo de implantação de um sistema para controle da logística do

fluxo financeiro, automatização e integração da cadeia de valor em uma empresa, com a

aplicação da ferramenta do AEN, pode apresentar melhores resultados.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para dar conta do alcance do objetivo geral explicitado na seção anterior, busca-se

atingir alguns objetivos específicos que são relacionados a seguir:

a) Identificar as motivações para a adoção do AEN;

b) Fundamentar, mapear e entender os processos financeiros, logísticos e

tecnológicos;

c) Apresentar as soluções para o problema da empresa SuperconPF

1FP, por meio de

ferramentas oferecidas pelo AEN;

d) Verificar o resultado prático depois da adoção do AEN.

1.3 JUSTIFICATIVA

O atual contexto empresarial coloca as empresas frente a diversos desafios impostos,

de forma conjugada e contínua, por mercados cada vez mais complexos, pela pressão da

escassez de recursos, pela exigência de rápidos ciclos de negócio e por breves janelas de

oportunidade.

Com base nesse contexto, as empresas devem, continuamente, identificar e

desenvolver novas técnicas e processos para aumentar a eficiência operacional, bem como

criar diferenciais competitivos. O uso intensivo de ferramentas da Tecnologia de Informação

TP

1PT Nome atribuído à empresa na qual se realizou o estudo de caso, a fim de preservar-lhe a identidade.

21

(TI) é um dos caminhos adotados pelas organizações para superar os desafios, cada vez

maiores, que se apresentam na cadeia de clientes, fornecedores, bancos e parceiros: de uma

empresa relacionada a outra empresa, de empresas inter-relacionadas.

É preciso encontrar formas de manter fortalecida a cadeia de valor, e com vitalidade

financeira. Em muitos casos, as grandes corporações não têm capacidade financeira para

bancar o equilíbrio de seus clientes e fornecedores para financiar a produção, o fornecimento

e a aquisição. Além disso, as formas de concessão de créditos se fazem com base nas

condições presentes e nas expectativas futuras da situação econômico-financeira da empresa,

das condições da economia e do mercado em que a empresa atua. Salienta-se, ainda, que os

padrões de crédito estão, diretamente, relacionados ao risco de não recebimento do todo ou de

parte do valor da venda. Dessa forma, a capacidade das grandes corporações, a idoneidade,

seu comprometimento com as cobranças de seus clientes, os pagamentos a seus fornecedores

e seu poder junto aos bancos e financeiras facilitam a antecipação, entre outros, de recebíveis,

de financiamento da produção, de parcelamento da compra, de empréstimos (LEMES

JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002).

A atividade de micro e pequenos fornecedores depende diretamente do sucesso de

seu maior cliente, ou, em alguns casos, único. Ressalta-se que um atraso ou um não

pagamento pode fechar as empresas. Assim, uma grande corporação tem de manter seus

fornecedores para não afetar seu processo produtivo. Para essas grandes organizações, sai

muito caro avaliar um novo fornecedor, especialmente se tem que analisar chão de fábrica,

processos, normas ISO, higiene sanitária, documentação, etc. No aspecto social, tem de zelar

pelo fornecimento e pela continuidade das empresas que empregam muitas pessoas.

Por outro lado, uma parte da economia do Brasil é formada por micro e pequenos

empresários, os quais, a todo o momento, buscam fôlego para permanecer neste mercado

competitivo e acirrado. Não têm, efetivamente, facilidade de acesso a recursos, quando o

poderiam se houvesse crédito com menos burocracia, com menores riscos. A participação das

grandes corporações, as que movem o mercado em que estão relacionadas, pode contribuir

para sua sobrevivência e crescimento.

Para que isso ocorra, é imprescindível o uso da tecnologia, de soluções novas,

necessárias, aliás, à vida de qualquer pessoa e empresa, desde que esse uso seja organizado.

Assim, a pesquisa e o desenvolvimento deste tema poderão contribuir, consideravelmente,

para descobrir novos e interessantes temas que, por sua vez, poderão demandar novos estudos

e aprofundamentos.

22

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Estruturou-se este trabalho em seis capítulos, nos quais foram desenvolvidas as

questões atinentes ao estudo de caso realizado na empresa SUPERCON. Assim, apresenta-se,

no primeiro capítulo: a introdução, o tema e o problema, a empresa Nexxera, os objetivos, as

hipóteses, a justificativa e, por fim, a forma como se organizou a dissertação.

O segundo capítulo aborda, com efeito, o referencial teórico que fundamenta o

estudo, no se refere à teoria moderna da economia, à teoria da oferta e da demanda, à Teoria

Sistêmica de Bertalanffy (1950), aos sistemas abertos e fechados, e à Teoria dos Sistemas.

Pauta-se, sobretudo, nas concepções de Capra (1995), Garvin (1993), Senge (2004),

Churchman (1972), entre outros.

A fundamentação técnica, por sua vez, é abordada no terceiro capítulo, no qual se

analisam a taxa de juro no Brasil, as finanças e o banco. Tecem-se considerações, ainda,

acerca de cadeia de valor, logística, tecnologia, sistema de integração eletrônica, pequenas e

micro empresas, e grandes e médias corporações. Pautou-se, para dar conta dessas questões,

em autores, como Cunninghan (2000), Turban (2005), Gitman (2004), Fortuna (2005), Falk

(2005), entre outros.

Descrevem-se, no quarto capítulo, os procedimentos metodológicos: a forma como

se coletaram os dados e quais instrumentos de pesquisa foram utilizados. Especifica-se,

também, de que modo foram classificados os dados, e as questões atinentes às prováveis

limitações da pesquisa.

Demonstra-se, no quinto capítulo, o estudo de caso: local de estudo, serviços e

tecnologia, a implantação do AEN e os resultados positivos advindos dessa implantação. Por

fim, as considerações finais são tecidas no sexto capítulo, no qual se enfatizam os benefícios

das ferramentas virtuais e se apresentam sugestões para futuros estudos.

23

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Trata-se, neste capítulo, do referencial teórico que fundamenta esta dissertação e que

embasa a análise dos dados. Enfocam-se, inicialmente, as questões atinentes à teoria moderna

da economia e, em seguida, outros aspectos relevantes os quais dizem respeito aos conceitos

de sistemas, dinâmica dos sistemas, “atores” que formam esse sistema, entre outros.

2.1 A TEORIA MODERNA DA ECONOMIA

Na teoria moderna da economia, tomou-se corrente considerar quase todos os

fenômenos econômicos exclusivamente sob o ponto de vista do vocabulário próprio de uma

economia capitalista. Assim, todos os princípios da nossa teoria, como renda, capital, preço e

outras categorias, foram elaborados no âmbito de uma economia baseada no trabalho

assalariado, que visa à maximização dos lucros; isto é, a uma maior porção possível da fração

do rendimento bruto que subsiste depois de se deduzirem os custos materiais de produção e

os salários. Os outros tipos não capitalistas de vida econômica são considerados destituídos da

importância ou em vias de desaparição; de qualquer modo, considera-se que não têm qualquer

influência nos problemas fundamentais da economia moderna. Não apresentam, por

conseguinte, qualquer interesse teórico.

Sabe-se que a chave da vida econômica, na sociedade capitalista, consiste na fórmula

seguinte, utilizada para calcular as possibilidades de lucro: uma empresa é considerada

lucrativa se o seu rendimento bruto, Rb, deduzidas as despesas em capital circulante, como

custos materiais anuais, Cm, e salários, S, constitui uma soma igual ou superior ao total do

capital constante e circulante da empresa, Ca, incrementado por um juro calculado segundo a

taxa em vigor no país e na época considerados, j:

Rb —(Cm + S) > Ca X _j U_ U

100

Todos os cálculos da economia teórica começam, implícita ou explicitamente, por

essa fórmula. Seus elementos são o valor de troca, o preço de mercado, do rendimento bruto e

dos custos materiais de produção, os salários e o juro do capital, os quais não representam, no

24

caso estudado, grandezas acidentais que dizem respeito à economia privada, mas sim

fenômenos fundamentais inerentes a uma ordem social e econômica. A teoria da economia

tem, por conteúdo e por objeto, a explicação científica desses fenômenos.

A teoria econômica da sociedade capitalista moderna é, pois, um sistema complexo

de categorias econômicas: preço, capital, salário, juro e renda. Todas elas estão estreitamente

ligadas entre si, determinam-se mutuamente e são funcionalmente interdependentes. Se,

porventura, tira-se uma pedra dessa construção, todo o edifício desmorona. Na ausência de

qualquer uma dessas categorias, todas as outras perdem o seu caráter específico e o seu

conteúdo conceitual; já não podem sequer ser definidas quantitativamente.

Cabe destacar que a Teoria da Oferta e da Demanda pode, também, ser trazida para

ajudar na sustentação teórica do estudo de caso aqui proposto, uma vez que a utilização de

ferramentas virtuais pode gerar economia nos custos fixos de uma empresa; e torná-la mais

competitiva no mercado, especialmente por diminuir seu custo de produção e reduzir o valor

final do produto. Salienta-se, contudo, que a oferta e a demanda são partes que integram um

sistema maior. Apresenta-se, portanto, de forma mais detalha, aqui, a Teoria Sistêmica, a qual

insere o conjunto dos participantes dentro de um sistema produtivo. Para que se tenha uma

visão completa das vantagens que o Ambiente Eletrônico de Negócios, ferramenta que foi

implantada na empresa SUPERCON, proporcionou a toda a estrutura produtiva, revê-se, em

um primeiro momento, a Teoria Sistêmica; a seguir, o desenvolvimento da estrutura do

sistema industrial e comercial; finalmente, o sistema completo sem a ferramenta virtual e,

posteriormente, com a ferramenta virtual implantada, apresenta-se seu resultado.

A Teoria Sistêmica de Bertalanffy (1950) buscou, por meio da proposta da Teoria

Geral dos Sistemas, uma conceituação geral que unisse e fundamentasse os diversos campos

da ciência. A abordagem sistêmica não introduz novos elementos formadores de uma ou

diversas ciências, mas sim uma nova forma de encará-las.

Assim, Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes

que interagem, como objetivos comuns; e que formam um todo, no qual cada um dos

elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema, cujo resultado é maior

do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente.

Salienta-se, ainda, que qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um

sistema, desde que a relação entre as partes e o comportamento do todo seja o foco de

atenção.

É relevante mencionar que existe uma tendência natural dos sistemas ao desgaste,

que é denominada de entropia. À medida que a entropia aumenta, os sistemas se decompõem

25

e existe a tendência para que esse estado ocorra em função do tempo. Salienta-se, todavia,

que, à medida que aumenta a informação, diminui a entropia, pois a informação é a base da

configuração e da ordem. Se, por falta de comunicação ou ignorância, os padrões de

autoridade, as funções, a hierarquia de uma organização formal passam a ser, gradativamente,

abandonadas, a entropia aumenta e a organização vai-se reduzindo a formas cada vez mais

simples e rudimentares de indivíduos e de grupos. Tem-se, portanto, a informação como meio

ou instrumento de ordenação do sistema.

Existe, por outro lado, um equilíbrio dinâmico entre as partes do sistema,

denominado homeostase: estado de equilíbrio do organismo vivo em relação as suas várias

funções e à composição química de seus fluídos e tecidos. Os sistemas têm uma tendência a se

adaptarem a fim de alcançarem um equilíbrio interno face às mudanças externas do meio

ambiente. Podem ser considerados conforme:

a) a amplitude do sistema – o tamanho, ou seja, a delimitação da fronteira de um

sistema;

b) a natureza – sistemas abertos versus sistemas fechados, os quais podem ser

definidos da seguinte forma:

fechados – característica básica de não apresentarem intercâmbio com o meio

ambiente. Não influenciam e nem são influenciados por ele. A rigor, não

existem sistemas totalmente fechados, mas eventualmente essa denominação é

atribuída a sistemas cujo comportamento é totalmente determinístico e

programado ou, por outro lado, aos sistemas que são totalmente estruturados,

nos quais os elementos e relações combinam-se de uma maneira peculiar e

rígida, e produzem uma saída invariável. São chamados de sistemas

mecânicos;

abertos – apresentam intercâmbios com o ambiente, são influenciados e

influenciam o ambiente através das entradas e saídas. São adaptativos, pois,

para sobreviverem, devem reajustar-se constantemente às condições do meio.

Adaptabilidade é um contínuo processo de aprendizado e auto-organização

Cabe ressaltar que os sistemas abertos, por sua vez, podem alcançar, uma vez

pressupostas algumas condições, um estado constante de equilíbrio, de modo que os processos

e o sistema, em sua totalidade, não cheguem a um repouso estático. Assim, se em um sistema

26

aberto é alcançado um estado constante, independentemente do tempo, esse estado é

independente das condições iniciais e depende apenas das condições atuais do sistema. Essa

propriedade é denominada de Equifinalidade. Desse modo, a Equifinalidade do sistema

significa que certo estado final pode ser atingido de muitas maneiras e de vários pontos de

partida diferentes.

Os sistemas abertos são regulados e procuram atingir metas. São, portanto,

intencionais, uma vez que possuem uma finalidade objetiva. Desse modo, a organização,

mesmo sem estímulos externos, não é um sistema passivo, mas um sistema intrinsecamente

ativo. Como uma organização naturalmente se mantém em desequilíbrio, chamado de estado

constante de um sistema aberto, é capaz de liberar potenciais ou tensões existentes em

resposta a estímulos libertadores. Um estímulo, isto é, uma alteração nas condições externas,

não causa um processo em um sistema autonomamente ativo. Os mecanismos de feedback

correspondem a respostas a uma perturbação externa. Partindo das saídas do sistema, o

feedback remete a suas entradas, de forma a controlar o funcionamento do sistema, para

manter um estado desejado ou orientá-lo para uma meta específica. Os mecanismos de

feedback podem ter graus de complexidade diferenciados. A regulação do feedback dá-se por

causalidade linear e unidirecional, enquanto a regulação do sistema aberto ocorre por meio de

interação multivariável.

Basicamente, o feedback pode ser classificado como positivo ou negativo,

dependendo do modo como o sistema lhe responde. Ele ocorre quando há um desvio em

relação a um padrão e o sistema ajusta-se para reduzir ou neutralizar esse desvio. Esse tipo de

feedback é o mecanismo mais importante para a homeostase. Por outro lado, diante do desvio,

o sistema pode também responder ampliando ou mantendo esse desvio. A isso, denomina-se

de feedback positivo. Esse tipo de mecanismo é importante no desenvolvimento do sistema.

O processo denominado “relação circular de causa e efeito” é um exemplo de

feedback positivo, ou seja, ele aumenta ou acelera os desvios do sistema, e, com isso, pode

criar descontinuidade e culminar na destruição desse sistema. Isso significa que, muitas vezes,

a circularidade pode levar o sistema à descontinuidade. As relações circulares, de causa e

efeito, precisam ser rompidas antes que rompam o sistema. Daí, introduz-se o feedback

negativo.

Destaca-se, ainda, que o funcionamento autônomo do sistema e o seu impulso, para

realizar certos movimentos, representam o princípio da homeostase, que focaliza,

exclusivamente, uma tendência para o equilíbrio. Em geral, o conceito de homeostase não é

aplicável a atividades espontâneas; a processos cuja meta é a criação de tensões e não a

27

redução; aos processos de crescimento, desenvolvimento e criação; e às leis dinâmicas, isto é,

não baseadas em mecanismos fixos, mas inerentes a um sistema que funciona globalmente.

Uma das tarefas primárias de muitos subsistemas interatuantes é a manutenção do equilíbrio

no sistema. A homeostase é, essencialmente, um conceito sincrônico, isto é, referente à

manutenção da constância durante certo lapso de tempo. Inversamente ao conceito sincrônico,

existem conceitos desenvolvimentistas ou diacrônicos, os quais são regras empíricas que

estabelecem o seguinte: os sistemas vivos tendem a uma crescente diferenciação e

organização.

Como existe um meio ambiente circundante em constante mudança, o sistema deve

ser adaptável e capaz de, ele próprio, efetuar mudanças e reordenar-se na base de pressões

ambientais. Assim, padrões difusos e globais são substituídos por funções mais

especializadas. Um tipo de crescimento diferenciado nos sistemas é o que Bertalanffy

qualificou como mecanização progressiva. Segundo suas palavras: “o princípio da

mecanização progressiva exprime a transição da inteireza indiferenciada para função mais

alta, possibilitada pela especialização e divisão do trabalho, importa também, em perda de

potencialidade nos componentes e de regulabilidade no todo” (BERTALANFFY, 1977, p.32).

A mecanização frequentemente conduz ao estabelecimento de partes principais ou centros do

sistema, isto é, componentes que dominaram o seu comportamento e podem exercer uma

causalidade desencadeadora. Por meio desse processo, uma pequena alteração em uma parte

principal pode, por mecanismos de ampliação, causar grandes mudanças no sistema total.

Deve, por esse motivo, ser estabelecida uma ordem hierárquica das partes ou processos.

Todo sistema compõe-se, efetivamente, de sistemas de ordem inferior, os quais

fazem parte, igualmente, de um sistema de ordem superior. Desse modo, há uma hierarquia

entre os componentes do sistema. A noção de hierarquia não está apenas relacionada aos

níveis de subsistemas. Fundamenta-se, com efeito, na necessidade de um abarcamento mais

abrangente ou de um conjunto de subsistemas que componha um sistema mais amplo, e visa à

coordenação das atividades e dos processos.

Qualquer sistema possui fronteiras, sejam elas espaciais, sejam dinâmicas. As

fronteiras espaciais existem apenas em uma observação simplista. Assim, todas as fronteiras

são, em última análise, dinâmicas. Elas estabelecem uma separação entre o sistema e o meio

ambiente e fixam o domínio em que devem ocorrer as atividades dos subsistemas. Isso

significa que toda organização possui fronteira, isto é, uma determinação de seu campo de

ação. Desse modo, uma organização só pode ser eficaz à medida que conhece suas fronteiras,

seu limite organizacional. Pensar em fronteiras permite que se reflita acerca dos diversos

28

aspectos da análise sistêmica: o grau da abertura do sistema, sua maior ou menor

receptividade das organizações quanto a insumos e informações, e suas possibilidades de

crescimento e desenvolvimento.

Como os sistemas lidam com as descontinuidades? Uma das formas foi dada por

pesquisadores da cibernética, que formularam o chamado princípio da “caixa-preta”.

Suponha-se que, num sistema organizacional, seus membros sabem coletar informações ou

analisar insumos que entram e saem, mas ignoram ou não têm condições de levantar dados

sobre o que ocorre dentro do sistema. É o fenômeno denominado em matemática de

“transformação”, algo que transforma certo tipo de entrada (input) em determinado tipo de

saída (output). Como a organização não tem condições, de momento, para saber o que está

ocorrendo na “caixa-preta”, ela procura introduzir o input certo e obter o output desejado.

Percebe, assim, a importância do controle, tanto em sistemas quanto em atividades.

2.2 ALGUNS CONCEITOS DA TEORIA DOS SISTEMAS

Vários autores desenvolveram pesquisas referentes à Teoria dos Sistemas; entre os

que mais se destacam, pode-se citar Fritjof Capra, com O Ponto de Mutação (1995); Argyris e

sua obra Enfrentando Defesas Empresariais (1992); D. Garvin, com Building a learning

organization (1993); D.Kolb, com A Gestão e o Processo de Aprendizagem (1997); Peter M.

Senge e seu livro A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende (2004); e

C. West Churchman, com Introdução à Teoria dos Sistemas (1972). Este último é um autor

que focaliza o aspecto da praticidade da teoria sistêmica no campo administrativo, que está

mais direcionada à proposta da pesquisa realizada na SUPERCON, pois formula

considerações básicas, como o objetivo central do sistema, o seu ambiente, os recursos e os

componentes dos sistemas e suas respectivas medidas de rendimento.

Algumas definições que auxiliam na aplicação prática dessa teoria são:

a) Sistemas – conjunto estruturado que visa a um fim, no qual existem relações

complexas e não triviais entre os elementos constitutivos, de modo que o todo seja

mais do que a soma das partes. Exemplo: sistema econômico;

29

b) Sistema Operacional – conjunto de atividades estruturadas, que visam a um

objetivo estabelecido, especialmente à produção de bens e serviços econômicos ou

socialmente valiosos. Exemplos: empresa, hospital, escola;

c) Sistema Administrativo – conjunto de recursos estruturados, constituídos de

pessoas, equipamentos, materiais e procedimentos, destinados a processar uma

tarefa administrativa específica. Exemplos: rotina de seleção e controle de

produção e materiais, controle de desempenho;

d) Sistema de informação – subsistema do sistema administrativo, destinado a

processar o fluxo de informação. Exemplos: sistema contábil, sistema de controle

de qualidade.

Cabe salientar que, no que concerne ao sistema comercial, Rezende e Abreu (2003)

expõem que, nesse tipo de sistema, estão inseridos os seguintes subsistemas: vendas,

faturamento e expedição. Assim, para um melhor entendimento de sua dinâmica, inserem-se,

a seguir, algumas imagens que demonstram a evolução do sistema comercial e o crescimento

da rede de relacionamento.

Figura 1 – Evolução do sistema comercial Fonte: Dados primários (2009)

30

Figura 2 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento Fonte: Dados primários (2009)

Figura 3 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento Fonte: Dados primários (2009)

31

Figura 4 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento – vendedores e clientes Fonte: Dados primários (2009)

Figura 5 – Evolução do sistema comercial e rede de relacionamento ampliada Fonte: Dados primários (2009)

32

Figura 6 – Evolução do sistema comercial e toda a rede de relacionamento Fonte: Dados primários (2009)

2.3 ELEMENTOS DOS SISTEMAS

Alguns elementos dos sistemas são:

a) Diretrizes, objetivos, planos, projetos, metas;

b) Entrada (input), saída (output), processamento, meio externo, variáveis endógenas,

interface, ambiente externo, variáveis exógenas;

c) Laços positivos (amplificadores) e laços negativos (estabilizadores);

d) Sensor, medidor, controle, correção, retroação, homeostase, regulador,

servomecanismo, cibernética de segunda ordem;

e) Ruído, entropia, antissistema, redundância.

2.4 PRINCÍPIOS DA DINÂMICA DO SISTEMA

Alguns dos princípios da dinâmica do sistema são:

33

a) Todas as partes de um sistema são relacionadas. Assim, uma alteração numa das

partes do sistema causa, necessariamente, uma mudança em todas as demais. Isso

significa que a otimização dos objetivos requer uma integração do próprio sistema;

b) Em vista da grande complexidade que existe no relacionamento entre as variáveis

do sistema e em razão dos muitos laços que interligam os subsistemas, os efeitos

das mudanças que incidem sobre o modelo são contraintuitivos e devem ser

analisados pela construção e validação de um modelo;

c) Quanto mais rápida a informação e quanto menor o número de estágios de um

sistema, menores serão as oscilações produzidas por uma perturbação e, assim,

mais rápida será a volta ao equilíbrio.

Figura 7 – Componentes de um sistema Fonte: Capra (1995).

Capra (1995) assevera que a concepção sistêmica vê o mundo em termos de ralações

e de integração. Assim, os sistemas são totalidades integradas, cujas propriedades não podem

ser reduzidas às de unidades menores. A abordagem sistêmica enfatiza, com efeito, os

princípios básicos de organização. Todo e qualquer organismo é, pois, uma totalidade

integrada. É, portanto, um sistema vivo. Desse modo, todos os sistemas naturais são

totalidades cujas estruturas específicas resultam das interações e interdependência de suas

OBJETIVOS

Processo de Transformação

REALIMENTAÇÃO

SAÍDAS ENTRADAS

34

partes. O tronco da árvore sistêmica indica que o organismo individual está ligado a sistemas

sociais e ecológicos mais vastos, que, por sua vez, têm a mesma estrutura da árvore.

Figura 8 – Árvore Sistêmica Fonte: Fritjof Capra (1995).

Argyris (1992) traz, também, uma definição sobre a aprendizagem organizacional.

Para o autor, trata-se do processo através do qual os membros da organização detectam erros e

os corrigem ao reestruturar a teoria em uso da empresa. O autor cita, ainda, dois tipos de

aprendizagem:

a) Aprendizagem em circuito único – apoia-se na habilidade de detectar e corrigir o

erro com relação a um dado conjunto de normas operacionais;

b) Aprendizagem em circuito duplo – depende da capacidade de olhar duplamente a

situação, ou seja, de questionar a relevância das normas de funcionamento.

De acordo com Kolb (1997), a aprendizagem organizacional está inteiramente ligada

a um ciclo vivencial de aprendizagem. Afirma, ainda, que esse ciclo é caracterizado por uma

interação entre a ação e a reflexão, assim como as experiências do passado e atuais, através de

um processo permanente de feedback. Dessa maneira, o processo de aprendizagem

organizacional pode ser estabelecido através da relação dos seguintes passos:

35

1. experiência concreta;

2. observações e reflexões;

3. formação de conceitos abstratos e generalizados;

4. teste de implicações dos conceitos em novas situações.

Segundo Garvin (1993), “organização que aprende é aquela que dispõe de

habilidades para criar, adquirir e transferir conhecimentos, e é capaz de modificar seu

comportamento, de modo a refletir os novos conhecimentos e idéias”. Para tanto, o processo

de aprendizagem organizacional envolve quatro estágios: conscientização, compreensão, ação

e análise. Há, desse modo, três tipos básicos de aprendizagem: a) aquisição – aprender como

melhorar o conhecimento organizacional existente; b) criação – aprender a criar um novo

conhecimento organizacional, ou seja, inovar; c) disseminação – disseminar ou transferir o

conhecimento para as várias áreas da organização.

Em A Quinta Disciplina, Peter Senge (2004) apresenta estudos relacionados a outros

autores anteriormente citados. Considera, em sua obra, a aprendizagem organizacional, e

mostra que o diálogo, diferentemente da discussão, leva ao aprendizado; ter visão, definir

valores e manter a integridade são fatores relevantes, assim como a manutenção do

pensamento sistêmico.

Destaca-se que as cinco disciplinas, apresentadas por Senge (2004), são o

pensamento sistêmico, que trata da contemplação do todo, não das partes isoladamente; a

visão de sistemas, como biologia, física, administração; o domínio pessoal, que é o

compromisso com o próprio aprendizado e a disciplina de continuamente esclarecer e

aprofundar a visão pessoal, concentrar energias, desenvolver paciência e ver a realidade

objetivamente; os modelos mentais, que partem de pressupostos profundamente arraigados

nas generalizações ou imagens que influenciam nossa forma de ver o mundo e agir; a

construção de uma visão compartilhada, que mostra a percepção genuína, não imposta, e a

visão individual traduzida para uma visão compartilhada, que foca na liderança; e a

aprendizagem em equipe, disciplina que começa com o “diálogo” e mostra que o todo é maior

que a soma das partes e a sinergia do sistema. A aprendizagem em equipe tende a levar os

indivíduos à mudança de mentalidade, à metanóia, que significa transcendência, “meta” –

acima, além, e “nóia”, ou seja, “nous” – mente.

Para que as empresas que pertencem a um determinado sistema possam diminuir a

entropia por meio de novas informações, é importante que desenvolvam a visão do todo.

Tomar uma decisão, sem analisar a situação num âmbito geral, pode trazer danos à empresa e

36

ao sistema ao qual ela pertence. Gera, assim, decisões unilaterais, isoladas, inconsistentes,

sem credibilidade e com prejuízo.

Ter a visão sistêmica de um problema é, com efeito, saber usar a intuição, a

sensibilidade, a emoção e também a razão na tomada de decisão; e, acima de tudo, ter a

consciência do que sua decisão pode causar na resolução desse problema e quais

consequências pode trazer. Analisar atentamente cada detalhe fará escolher a decisão, por

meio da qual se considera ter o resultado mais positivo.

Assim, visão sistêmica nada mais é do que perceber o movimento integrado entre o

ambiente, as decisões e o futuro. É um exercício de percepção. Desse modo, para melhorar a

capacidade de decidir e compreender o encadeamento de ato e posterior consequência, é

necessário treinar a observação.

2.5 “ATORES” QUE FORMAM ESSE SISTEMA

Para que seja possível se ter um pleno entendimento das questões tratadas,

especialmente daquelas referentes ao relacionamento dos sistemas que compõem a área

financeira da empresa, faz-se necessário o conhecimento dos “atores” que formam esse

sistema, dentro e fora da empresa.

2.5.1 Taxa de juros no Brasil

O juro, como explicita De Plácido e Silva (1978, p.902), [...] não significa apenas o fruto civil do capital, pois passou a ser importante instrumento de política monetária, juntamente com o câmbio, o comércio exterior e a regulação da moeda e do crédito, servindo para controlar o fluxo financeiro. Para o cálculo dos juros, considera-se o custo de captação do dinheiro, a sobretaxa do banqueiro, a desvalorização da moeda e, por fim, os riscos operacionais, pois, quanto maior a possibilidade de inadimplência, maior o risco.

Desse modo, os juros remuneratórios: compensatórios ou lucrativos são devidos

desde o trepasse. Já os juros moratórios, correspondentes à indenização pela inadimplência,

fluem a partir do momento da mora.

37

2.5.2 Finanças

A área de finanças é uma das principais para a fundamentação do conceito da

logística financeira. Esta pode ser definida como a arte e a ciência da gestão do dinheiro.

Assim, grande parte dos indivíduos e principalmente das organizações, de alguma forma,

movimenta seu dinheiro recebendo, gastando e/ou investindo. Em vista disso, a área de

finanças preocupa-se com os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos

associados na transferência de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais

(GITMAN, 2004).

Para esse autor, a área de finanças pode ser dividida em serviços financeiros e

administração financeira. Assim, A área de serviços financeiros é aquela que se preocupa com o desenvolvimento e a entrega de serviços de assessoramento e produtos financeiros a indivíduos, empresas e órgãos governamentais. A administração financeira preocupa-se com as tarefas do administrador financeiro na empresa. Os administradores financeiros devem gerir ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo de empresa (GITMAN, 2004, p. 4).

O serviço financeiro é, efetivamente, uma forma de facilitar a gestão financeira de

um indivíduo, de uma empresa ou órgão governamental, pois isso ocorre com a

fundamentação e os conhecimentos financeiros, por meio dos quais se presta um serviço ou

uma assessoria capaz de administrá-los. É, ainda, uma forma de facilitar a gestão de um

administrador que dela precisa para desempenhar bem assuntos financeiros pelos quais seja

responsável.

Ross, Westerfield e Jaffe (2002) afirmam que a tarefa mais importante de um

administrador financeiro é criar valor nas atividades de investimento, financiamento e gestão

de liquidez da empresa. A boa gestão e o gerenciamento de fluxos de caixas, de estoques,

máquinas, instalações, mão de obra, investimentos, captações de recursos, entre outros, fazem

com que os resultados esperados sejam satisfatórios e correspondam ao que é esperado pelo

acionista.

Braga (1989, p.23) assevera, efetivamente, que “Todas as atividades empresariais

envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros”. Assim, a área da

administração financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas à gestão dos

fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Sabendo que a meta é a maximização da

riqueza dos acionistas, que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos

38

lucros, de forma “bastante” abrangente, pode-se identificar três áreas de decisões financeiras:

de investimento, de financiamento, e as relativas à destinação de lucros (BRAGA, 1989).

É, portanto, com base nas finanças e na boa gestão financeira de uma empresa que

ocorrem as tomadas de decisões. Existem duas diferenças básicas entre finanças e

contabilidade: uma está relacionada à ênfase nos fluxos de caixa; a outra, à tomada de

decisões. A área de finanças relacionada ao fluxo de caixa, junto a uma boa administração das

finanças de uma empresa, permite, com efeito, uma competente tomada de decisão.

O fluxo de caixa é, igualmente, uma das peças fundamentais na gestão das finanças.

Segundo Gitman (2004), é o sangue da empresa e também uma das maiores preocupações de

um administrador financeiro, tanto na gestão básica das finanças, no dia a dia, quanto no

planejamento e na tomada de decisões estratégicas voltadas à criação de valor para o

acionista.

Para Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o fluxo de caixa é, talvez, o item mais

importante que se pode extrair das demonstrações financeiras; em relação a finanças, o valor

da empresa é dado, efetivamente, por sua capacidade de gerar fluxo de caixa.

Salienta-se que um fluxo de caixa é composto por entradas e saídas. O orçamento de

caixa é, segundo Gitman (2004), uma demonstração que apresenta entradas e saídas

planejadas pela empresa que o utiliza para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo.

Assim, todas as entradas de caixa são os recebimentos, que incluem as vendas à vista, as

cobranças de contas a receber e outros recebimentos. Todos os desembolsos feitos pela

empresa são, por conseguinte, os pagamentos, que incluem as compras à vista, os pagamentos

de contas a pagar e de aluguel, os salários e vencimentos, o pagamento de impostos, as

compras de ativos permanentes, os pagamentos de juros e de dividendos, os pagamentos de

amortização de empréstimos e a recompra de ações.

2.5.3 Mercados financeiros

O mercado financeiro é local em que as pessoas negociam o dinheiro. É, também, o

espaço em que se faz a ligação entre as pessoas ou empresas que têm dinheiro e as pessoas ou

empresas que precisam de dinheiro. Para que ocorra essa ligação, é necessário um

intermediário, que são as instituições financeiras. O mercado financeiro leva, conforme expõe

Kogiso (2003), o dinheiro de quem tem para quem não tem, cobrando uma taxa chamada

39

“juros”. Assim, “Mercados financeiros, de fato, são fóruns nos quais os fornecedores e os

demandantes de fundos podem transacionar diretamente” (GITMAN, 2004 p. 19).

Os mercados financeiros são compostos pelos mercados monetários e pelos

mercados de capitais. Ross, Westerfield e Jaffe (2002, p.36), acerca deles, explicam que Os mercados monetários são os mercados de títulos de dívida que vencem a curto prazo (geralmente menos de um ano). Os mercados de capitais são os mercados de dívida de longo prazo (com prazo de vencimento superior a um ano) e ações.

Assim, o mercado financeiro é um meio em que ocorre a troca de dinheiro entre

pessoas, empresas ou órgãos governamentais. Nesse intercâmbio de valores (dinheiro), há a

necessidade de instituições para atraírem fundos. As principais instituições financeiras, na

economia norte-americana, são os bancos comerciais, as associações de poupança e

empréstimo, as cooperativas de crédito, as caixas econômicas, as companhias de seguros, os

fundos de pensão e os fundos de investimento (GITMAN, 2004).

No Brasil, a maioria dos indivíduos e corporações faz parte desse meio financeiro,

pois necessita do gerenciamento de suas contas a pagar e a receber, desde o gerenciamento

básico, para a sustentabilidade de um indivíduo, até o complexo, que envolve uma empresa.

Essa troca de dinheiro é evidente e imprescindível para o brasileiro, pois a

necessidade de crédito e a disponibilidade dele são fundamentais para a boa saúde financeira,

assim como o é para as mais bem-sucedidas empresas, que têm necessidade permanente de

fundos. A captação desses fundos pode ser feita de várias formas: por intermédio de uma

instituição, que receba poupanças e as transfira aos que têm necessidade de recursos; por meio

de mercados financeiros; ou por colocações fechadas (GITMAN, 2004).

2.5.4 Instituições financeiras

Instituições financeiras, segundo Fortuna (2005, p.17), são definidas pela Lei de

Reforma Bancária (4.595/64), em seu artigo 17: Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

40

Gitman (2004) explicita que as instituições financeiras atuam como intermediárias,

uma vez que promovem créditos, a canalização das poupanças de indivíduos, empresas e

órgãos de governo para empréstimos ou aplicações. As empresas depositam parte de seus

fundos em contas correntes de diversos bancos comerciais. Assim, normalmente uma empresa

está interligada a vários tipos de instituições financeiras que participam ativamente dos

mercados financeiros, como fornecedoras e como demandantes de fundos. O alto risco e a

falta de garantias têm, no entanto, onerado o dinheiro, o que impede o acesso ao crédito ou se

constitui num alto endividamento.

Entre essas instituições, os bancos comerciais, por suas múltiplas funções,

constituem a base do sistema monetário. Em virtude dos serviços prestados, eles são a mais

conhecida das instituições financeiras. Segundo a peculiaridade das funções de créditos, as

instituições financeiras podem agrupar-se em segmentos, como instituições de crédito a curto

prazo, instituições de crédito de médio e longo prazo, instituições de crédito e financiamento

de bens de consumo duráveis, instituições de crédito imobiliário, instituições de

intermediação no mercado de capitais, instituições de seguros e capitalização, e instituições de

arrendamento mercantil – leasing (FORTUNA, 2005).

O autor supracitado comenta, ainda, que as instituições financeiras podem ser

monetárias e não monetárias. As instituições monetárias são as que possuem depósitos à vista

e que multiplicam, portanto, a moeda. As instituições não monetárias são as que captam

recursos para empréstimo, através da emissão de títulos; intermedeiam, pois, a moeda

(FORTUNA, 2005).

2.5.5 Antecipação de recebíveis

A necessidade de antecipação de créditos se dá em função do desequilíbrio de caixa

nas empresas que não dispõem de recursos para cumprir suas obrigações. Essa antecipação

pode ser chamada, também, de securitização de recebíveis. Assim a definem Lemes Júnior,

Rigo e Cherobim (2002, p.286):

Securitização de recebíveis é uma operação financeira que consiste na antecipação de fluxos de caixas futuros, provenientes de contas a receber de uma empresa, sem comprometer seu limite de crédito e sem prejudicar seu índice de endividamento.

41

Segundo estudo realizado pela Febrapan, em 2005, a informalidade entre as pequenas

e médias empresas foi um dos principais fatores apontados como prejudicial às relações

comerciais com os bancos. O estudo ressalta que, na hora da avaliação da concessão de

créditos, os problemas mais frequentes são as poucas informações financeiras das empresas, a

falta de garantias sólidas para as transações e um histórico negativo (FEBRABAN, 2005).

Nesse caso, a maioria das empresas recorre a empréstimos através de fontes de

financiamento, como factoring, cheque especial, financeiras ou bancos cujas taxas são

exorbitantes. A antecipação de recebíveis vem-se tornando a forma mais segura e a que

garante à empresa menores taxas, compatíveis com sua realidade, para dispor de recursos

baseados em seu contas a receber, reconhecido pelo cliente. Dessa forma, deve-se tomar

muito cuidado com a negociação junto a bancos, financeiras e factorings; e, principalmente,

identificar a melhor forma de obter recursos para não recair em velhas práticas, nas quais as

taxas de juros cobradas costumam ser muito altas, o que compromete a empresa.

Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), a antecipação de recebíveis é feita

normalmente por empresas que tenham contas a receber de curto prazo, bastante pulverizadas.

Assim, o risco de crédito, nessa operação, leva em conta o índice de inadimplência histórica

da carteira de recebíveis, a perspectiva de mercado e a situação econômico-financeira de cada

empresa.

Ressalta-se, ainda, que a taxa de juros de um empréstimo bancário pode ser fixa ou

flutuante, e costuma ser baseada na taxa de juros de clientes preferenciais (prime rate). Essa é

a taxa de juros mais baixa cobrada pelos principais bancos em empréstimos a seus melhores

clientes, no segmento pessoa jurídica. Ela flutua com a variação das condições de oferta e de

demanda de fundos de curto prazo, riscos do cliente tomador e seu porte. Assim, a taxa fixa

de um empréstimo é determinada na forma de um acréscimo fixo sobre a prime rate, na data

do empréstimo, e permanece constante até a data de vencimento. Na taxa flutuante de um

empréstimo, um acréscimo a prime rate é estabelecido inicialmente, e a taxa de juros pode

variar acima da taxa básica, na medida da variação da taxa básica até a data de vencimento

(GITMAN, 2004).

Destaca-se que a maior preocupação da antecipação de recebíveis é fugir da taxa de

juros aplicada sobre operações comuns de empréstimo, que, por consequência, afetam o custo

de produção, e o tornam muito alto. Empresas de pequeno e médio porte têm alta taxa de risco

junto a qualquer financeira devido à baixa capacidade de caixa. O pagamento de empréstimos

depende, diretamente, da efetivação de vendas. Assim, se for alto o risco, a taxa de juros

42

também será alta. Ainda, na análise convencional de uma financeira, o fluxo de caixa dessas

empresas é muito apertado, não visível e dependente de seus compradores.

2.5.6 O Banco

O modelo bancário trazido ao Brasil, no período imperial, foi o europeu. Naquela

época, as atividades básicas de um banco eram as operações de depósitos e empréstimos;

praticamente inexistiam outros serviços. Essa situação estendeu-se até a metade do século

XX, quando, então, começaram as grandes transformações provocadas pelo progresso e pela

euforia do pós-guerra. A Reforma Bancária e a Reforma do Mercado de Capitais definiram,

em 1964, uma política que procurava acabar com a controvérsia relativa às instituições

financeiras, ou seja, a evolução no sentido europeu – por meio da qual os bancos eram as

principais peças do sistema financeiro, uma vez que operavam em todas as modalidades de

intermediação financeira –, ou adoção de modelo americano – no qual predominava a

especialização (FORTUNA, 2005).

Opera-se, assim, a transição do banco tradicional, modelo europeu, para a fase

intermediária, até o banco atual, com a adoção do modelo americano. Teve que enfrentar, com

efeito, a globalização, que trouxe novos competidores estrangeiros para o Brasil.

A tabela, a seguir, focaliza a quantidade de bancos por origem de capital, entre os

anos de 2000 e 2005, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central do Brasil.

Quadro 1 – Bancos por origem de capital

Período 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Números de Bancos 192 182 167 165 164 161

Privados Nacionais com e sem

participação estrangeira 105 95 87 88 88 84

Privados estrangeiros e com controle

estrangeiro 70 72 65 62 62 63

Públicos federais e estaduais 17 15 15 15 14 14

Fonte: Banco Central do Brasil – quadros 1 e 13. Disponível em: <www.bc.gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2009.

43

Com a globalização, a forma encontrada para ganhar mercado e manter o cliente foi

mudar a estratégia de atendimento e partir para o aumento da oferta de produtos e serviços. Os

bancos passaram, com efeito, a segmentar a clientela em grupos a partir de suas

características. As instituições financeiras não têm, no entanto, conseguido suprir a demanda,

o que, hoje, graças ao Sistema de Integração Eletrônica, é possível, desde que as empresas

saibam usar bem o sistema. Ridolfo Neto (2005) comenta que, levando-se em consideração os

bancos comerciais, os bancos múltiplos e mais a Caixa Econômica Federal, o total de

empresas, em 2004, era 164, ou seja, 14 públicas e 150 privadas.

O fator fundamental mais recente para o surgimento de novos produtos foi a

introdução do novo Sistema de Pagamento Brasileiro – SPB. Além disso, surgiram

mecanismos mais arrojados, eficientes e menos arriscados para a gestão de caixa das

empresas, como as Transferências Eletrônicas Disponíveis – TED, e o boleto eletrônico de

cobrança. A tecnologia bancária, bastante desenvolvida no Brasil, facilita o desenvolvimento

de novos produtos. Salienta-se, ainda, que as instituições financeiras foram pioneiras na

utilização da tecnologia da informação.

Os bancos sempre foram mais integrados, em razão de sua relação contínua com

fornecedores, clientes, outros bancos e o Banco Central. O mesmo não se dá, contudo, em

relação a empresas não financeiras, em virtude das características de suas operações. Essa

integração deixou, todavia, de ser, atualmente, uma particularidade dos bancos. Assim, com a

ampliação dos sistemas de atuação e visão do mercado das empresas, faz-se necessária a

aplicação de ferramentas de integração do sistema financeiro também nas empresas não

financeiras.

2.5.6.1 Cobrança e Pagamentos de Títulos

A cobrança bancária é um dos mais importantes produtos desenvolvidos pelas

instituições nos últimos anos. Assim, os bancos estreitaram o relacionamento com as

empresas e participam do fluxo do caixa do cliente pelo fato de ser uma relação reforçada

pelo contato diário com as empresas/clientes (FORTUNA, 2005).

É por meio da rede bancária que flui o maior volume de cobranças formais no meio

econômico. A cobrança bancária é, com efeito, essencial para empresas que tenham clientes

geograficamente dispersos. Dependendo da negociação junto ao banco, ela pode ser realizada

44

de várias maneiras, como, por exemplo: cobrança simples, caução de títulos e descontos dos

títulos (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002).

A cobrança bancária é feita por boletos, que substituem duplicatas, notas

promissórias, letras de câmbio, recibos ou cheques e que têm o poder de circular pela câmara

de compensação. Atualmente, o relacionamento entre banco e cliente, na cobrança escritural,

é praticamente todo automatizado. Os dados do título são passados aos bancos via magnética,

ou direto, via computador. Após a emissão dos boletos pelo banco, os clientes são informados

via computador e seu valor é automaticamente creditado em conta (FORTUNA, 2005).

As cobranças podem ser manuais, com emissão de boleto e pagamento no caixa da

agência bancária; eletrônica, com emissão de boleto e pagamento via Web, e totalmente

eletrônica, com o envio da cobrança e pagamento via Web. A tabela, a seguir, apresenta os

custos de cobrança de um banco de grande porte.

Quadro 2 – Custos de cobrança de um banco de grande porte

Tipo

Processamento

Impressão de borderô

Impressão de carnê

Correio borderô

Correio carnê

Manual

R$2,86 R$0,11 R$1,56

R$0,64 a

R$0,68

R$0,88 a

R$1,59

Eletrônica

R$1,39 R$0,11 R$1,56

R$0,64 a

R$0,69

R$0,88 a

R$1,60

Totalmente

Eletrônica R$0,89 --- --- --- ---

Fonte: Ridolfo Neto (2005, p. 219).

Ressalta-se que os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de seus

títulos a receber (cobrança). O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre seus

fornecedores; assim, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamentos do cliente via

débito em conta. Dessa forma, a conjunção de cobrança e de pagamento de títulos, mais o

controle de folha de pagamento das empresas, fazem com que os bancos prestem serviço de

gerenciamento global dos fluxos de caixa (FORTUNA, 2005). O gráfico, a seguir, demonstra

quais os instrumentos mais usados para pagamento no Brasil.

45

63%15%

4%

11%7%

Transferência de Crédito (2)

Cheque (1)

Débito Direto

Cartão de Crédito

Cartão de Débito

Figura 9 – Gráfico Instrumentos de Pagamento (2005) – incluindo transações bancárias

Fonte: Banco Central do Brasil, Compe e credenciadores e administradoras de cartão. Notas: 1. Cheques emitidos. 2. Total de DOC, cobrança, TED por conta de clientes e transferências de crédito intrabancárias.

2.5.6.2 Sarbanes-Oxley

Sarbanes–Oxley é uma lei norte-americana assinada em 30 de julho de 2002,

proposta pelos senadores Paul Sarbanes e Michael Oxley. Nasceu em resposta à economia

norte-americana, em consequência da grande ocorrência de fraudes bilionárias, para

regulamentação do mercado de capitais, que precisava resgatar a confiança de investidores e

manter a liquidez e a atratividade dos sistemas financeiro e empresarial do país.

Apelidada de Sarbox ou ainda SOX, essa lei busca garantir a criação de mecanismos

de auditoria e segurança, com o objetivo de mitigar riscos aos negócios, evitar a ocorrência de

fraudes, e garantir a transparência na gestão de empresas. Ela baseia-se em quatro princípios

de Governança Corporativa, que vinham se aprimorando e se consolidando ao longo do

tempo:

a) a conformidade legal e ética;

46

b) a adequada administração e a informação da prestação de contas e dos resultados

das empresas, incluindo responsáveis;

c) a adequada transparência e veracidade das informações divulgadas a todos os tipos

de públicos interessados; e

d) o senso de propósito e de justiça em todas as decisões adotadas pela empresa.

Assim, estão sujeitas a essa lei as empresas que possuem capital aberto e ações

negociadas na bolsa de valores de Nova York, e suas signatárias. Isso contempla as filiais

dessas empresas no Brasil, bem como as empresas brasileiras nessa condição.

A lei Sarbanes-Oxley preocupa-se, basicamente, com dois aspectos importantes,

como: a forte atuação da auditoria e das fiscalizações dos atos das empresas, e a severa

punição de atos fraudulentos praticados pelos administradores da empresa. É conhecida,

também, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, e, em caso de violação da lei, os diretores,

auditores e consultores dessas empresas estarão sujeitos a penas que vão de dez a vinte anos

de prisão e multa de até cinco milhões de dólares.

A adequação da empresa à Lei Sarbanes–Oxley, com segurança, em termos de

confiabilidade e confidencialidade, transparência no gerenciamento, agilidade e

disponibilidade, que são requisitos da solução de conectividade da Nexxera, foi homologada

por seus clientes.

A integração com seus parceiros, clientes, fornecedores e com os bancos é

fundamental na dinâmica dos negócios nas grandes empresas. Os processos e as soluções

utilizados nessa integração são importantes focos de atenção quando se fala em risco

operacional e boas práticas da governança corporativa.

2.5.7 Cadeia de valor

Para atingir a excelência operacional, um importante conceito, que pode ajudar o

profissional a identificar oportunidades para sistemas estratégicos, é o de cadeia de valor, que

foi desenvolvido por Porter (1985). O modelo de cadeia de valor destaca as atividades

específicas da empresa nas quais as estratégias competitivas podem ser melhor aplicadas.

Fazem parte dela os fornecedores, instituições financeiras, parcerias e, principalmente,

clientes. Ela designa uma séria de atividades relacionadas e desenvolvidas pela empresa a fim

47

de satisfazer as necessidades dos clientes, desde as relações com os fornecedores e ciclos de

produção e venda até a fase da distribuição para o consumidor final. Cada elo dessa cadeia de

atividades está interligado. Tal modelo apresenta as seguintes características:

• Encara uma empresa como uma série ou “cadeia” de atividades básicas que

adicionam valor a seus produtos e serviços e, com isso, adicionam uma margem de

valor para a empresa;

• Algumas atividades das empresas são consideradas atividades primárias e outras

são atividades de apoio. Esse referencial pode destacar onde as estratégias

competitivas podem ser melhor aplicadas em um negócio;

• Os usuários finais gerenciais devem tentar desenvolver SIE para aquelas atividades

que adicionem maior valor para os produtos ou serviços de uma empresa e,

consequentemente, ao valor total da empresa.

A Figura, a seguir, ilustra as características da cadeia de valor.

Figura 10 – Cadeia de valor Fonte: O´Brien (2004).

Enfatiza-se que os elos da cadeia de valor conectados serão controlados por uma

empresa central, cuja função é gerenciar as atividades que devem ser desenvolvidas pelos elos

especializados nas diversas atividades do setor. Num modelo mais complexo, uma empresa

48

fabricante é o elo mais forte, pois possui mais recursos; é, por conseguinte, o elo central

conectado aos demais (FALK, 2005).

O correto gerenciamento de uma cadeia de valor pode, com efeito, tornar-se um

diferencial competitivo, na medida em que colabora para a melhoria da rentabilidade do

empreendimento, seja identificando, seja eliminando atividades que não adicionam valor ao

produto (MENDONÇA, 2007).

Assim, para este estudo, a cadeia de valor é o meio em que há o relacionamento de

troca de informações importantes entre os elos. Estuda-se, portanto, o relacionamento o

financeiro, isto é, a movimentação do dinheiro entre os elos da cadeia.

2.5.8 Logística

A logística é a metodologia que se aplica a tudo que envolve o processo produtivo,

desde o planejamento ao consumo de um produto ou serviço. Dependendo da área em que

atua, recebe uma denominação diferente para cada uma das funções que exerce, mas todas

com um mesmo objetivo de minimizar custos e melhorar os serviços oferecidos aos clientes

(LÜBECK, 2007).

Ressalta-se que a logística existe desde o início da civilização; não é, pois, uma

novidade. Ela se tornou uma das áreas operacionais mais desafiadoras e interessantes da

administração nos setores privado e público, com a implementação das melhores práticas

logísticas. Assim, por meio dela, a empresa vincula-se a seus clientes e fornecedores. As

informações deles e sobre eles recebidas fluem pela empresa na forma de atividades de

vendas, previsões e pedidos (BOWERSOX, 2001).

Ela envolve, efetivamente, todos os elos de uma cadeia de valor; por esse motivo,

apresenta diversos tipos, os quais são denominados de acordo com o que está sendo

movimentado entre a cadeia. Ela pode ser, portanto, qualquer movimentação ou operação, que

envolve algo físico ou intangível, entre os elos da cadeia.

A forma mais comum de logística é, com efeito, a mercadológica. Essa envolve a

movimentação de produtos, desde os processos de pedidos, informações, transporte, estoque,

armazenagem, manuseio de materiais até a embalagem. Associada a cada etapa desses

processos, existe a movimentação de dinheiro, desde o pedido de seu fornecedor, a fabricação,

e a entrega ao cliente ou consumidor final.

49

De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), o mercado financeiro

brasileiro não está em local físico específico, mas se efetiva através de transações que podem

ocorrer fisicamente nas instituições ou virtualmente, por intermédio da tecnologia, como por

meio eletrônico, via processamento de dados, ligações telefônicas e troca eletrônica de dados

(EDI – Eletronic Data Interchange). Assim, com a tecnologia de informação, é possível

identificar quando o dinheiro deixa de ser papel e passa a ser virtual. Resulta, pois, de

movimentações entre bancos e empresas através de sistemas ligados ao sistema financeiro.

Tudo isso se constitui em fluxo, ou movimento de informações, nesse caso, financeiras.

Nesse cenário, surge a logística financeira, cujo papel é estudar e definir os processos

e as melhores práticas para gerenciar, viabilizar e garantir a movimentação de dinheiro

“virtual” através da movimentação de informações financeiras entre empresas, bancos e elos

da cadeia (NEXXERA, 2007).

Conforme conceito definido pela instituição, logística financeira É a metodologia que estuda, analisa processos e propõe sistemas, soluções, padrões e modelos organizacionais, especialmente eletrônicos para analisar, gerenciar, administrar, melhorar e organizar o fluxo e a movimentação financeira entre entidades ou empresas e sua cadeia de valor incluindo o sistema financeiro, visando à racionalização de custos, aumento dos resultados, da rentabilidade e da eficiência (NEXXERA, 2007).

A logística financeira se constitui, assim, em metodologias que analisam e definem

as relações entre as áreas de finanças e logística que envolve elos da cadeia de valor. Dessa

forma, deixa de ser um processo meramente interno a uma empresa, uma vez que envolve as

relações mercantis e financeiras que ocorrem entre empresas e o sistema financeiro.

É importante destacar que a disponibilidade de matérias-primas, de produtos

semiacabados e de estoques de produtos acabados, no local onde são requisitados, ao menor

custo possível, é imprescindível, pois a responsabilidade operacional da logística está

diretamente relacionada à disponibilidade e à reposição de produtos (BOWERSOX, 2001). A

movimentação de produtos é, de fato, considerada um processo crítico no atendimento a

clientes, pois, se a relação com fornecedores, na reposição de insumos, não for eficiente, pode

parar toda uma produção, o que compromete as vendas e os resultados. De forma equivalente,

se não houver uma gestão de pagamentos e recebimentos, poderá haver desestabilização de

caixa e o não cumprimento de obrigações poderá não só comprometer a empresa que tem o

problema identificado, mas todos os elos da cadeia que dependem de sua regularidade

financeira. O impacto da falta de dinheiro pode ser comparado à falta de insumos para

produzir. As razões para o desequilíbrio de uma cadeia de valor estão na falta de produtos

50

para vender ou produzir, descumprimento de prazos para receber ou entregar, e a falta de

dinheiro para cumprir obrigações. Qualquer um desses elementos afeta diretamente toda a

cadeia envolvida num processo produtivo, se não for bem gerido e não houver processos

organizados que garantam sua regularidade.

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Previdência Social, 89,3% das

empresas brasileiras são micro e pequenas empresas, interligadas e dependentes de grandes

corporações que dominam segmentos econômicos (BRASIL, 2006). Um desequilíbrio no

fluxo de pagamento ou mudanças na política de cobrança dessas grandes corporações pode

afetar quase cinco milhões de empresas formais e cerca de 14,5 milhões de empresas

informais, que representam a grande maioria das empresas do Brasil e são responsáveis por

grande geração de empregos. Nesse caso, para gerir o fluxo financeiro, manter ou melhorar as

práticas e viabilizar o crédito, por exemplo, baseados em recebíveis, em conformidade com as

obrigações financeiras das micro e pequenas empresas, torna-se fundamental o papel da

aplicação das metodologias de logística financeira.

2.5.9 Tecnologia

Cristoni (2008, p.34), acerca da importância da tecnologia, assevera o seguinte:

“Familiarizados com os sistemas de gestão integrados e canais automatizados de

relacionamento com bancos e corretoras – CFOs – não imaginam finanças sem tecnologia”.

Enfatiza-se que a tecnologia vem surgindo como base e ferramenta de auxílio para as

soluções financeiras na gestão das empresas, por meio de softwares específicos para os

controles operacionais; de bancos de dados para coleta e sistematização de informações; e de

sistemas eletrônicos de informação gerencial. É difícil, com efeito, conceber o controle e a

tomada de decisão em finanças sem auxílio do computador (LEMES JÚNIOR; RIGO;

CHEROBIM, 2002).

Assim, organizando processos financeiros em ferramentas eletrônicas integradas a

toda cadeia produtiva e financeira, a tecnologia exerce papel fundamental para o sucesso da

logística financeira. Assim, as relações eletrônicas entre empresas são baseadas em três

processos básicos:

- EDI – eletronic data interchange (troca eletrônica de dados);

51

- B2B – business to business – sites de integração entre empresa;

- Web Services – Mensageria – integração direta entre ERPs, sistemas de gestão

empresarial.

Destaca-se, também, que a infraestrutura tecnológica utilizada para desenvolvimento

das relações eletrônicas entre as empresas, na Nexxera, é a linguagem de programação Java

ou C, o banco de dados Oracle, e o sistema operacional Linux para servidores; todos com total

interoperabilidade com as demais plataformas do mercado.

2.5.9.1 EDI – Eletronic Data Interchange

Grande parte dos processos segue, hodiernamente, padrões convencionais de EDI,

em virtude da grande disponibilidade de recursos tecnológicos baseados nessa metodologia e

ao custo comparado às demais alternativas. Dessa forma, segundo Novaes (2001, p. 79), EDI

é A transferência eletrônica e automática de dados entre os computadores das empresas participantes, dados esses estruturados dentro de padrões previamente acertados entre as partes. Em boa parte dos casos, as redes de EDI são privadas, atendendo de forma exclusiva as firmas participantes. Outras vezes, a transferência de informações é feita através de uma empresa intermediária, que oferece uma rede de intercâmbio de dados denominada VAN (Value-Added Network).

O EDI, processo de comunicação entre empresas, se apresenta como um “comércio

sem papel”, no qual as relações são todas feitas por meios virtuais. É, por conseguinte, uma

das mais antigas contribuições da tecnologia da informação para facilitar o comércio

eletrônico B2B e outros sistemas interorganizacionais. Funciona normalmente como um

catalisador e um estímulo para melhorar o padrão de informação que flui entre as

organizações. Reduz custos, atrasos e os erros que ocorrem num sistema de distribuição de

documentos manuais. Ele pode ser tradicional, fora do ambiente da internet, ou baseado nela.

Ressalta-se que o EDI tradicional existe há, aproximadamente, trinta anos, e é um

padrão de comunicação de troca de dados eletrônicos rotineiros de documentos, como pedidos

de compras entre empresas parceiras. Baseado na internet, está se tornando o mais comum

entre as empresas, pois a internet é a alternativa mais viável para colocar a comercialização

B2B on-line, dentro de, praticamente, qualquer organização, seja ela grande, seja pequena.

52

Com a internet, fatores, como acessibilidade, alcance, custo, uso de tecnologia Web,

facilidade de uso, funcionalidades agregadas, tornam-se mais próximos da viabilidade e

facilidade de manuseio por parte das empresas (TURBAN, 2005).

Com o EDI, é possível que muitas empresas participem de um mesmo contrato, no

qual questões, como responsabilidade, riscos concomitantes e atuação dos operadores de rede,

sejam levantadas. Existe, todavia, o chamado “direito de segurança”, que contempla o EDI em

todos os seus contornos, sejam as identificações e a autenticação, sejam a data e a

confidencialidade (OLIVEIRA, 2005).

2.5.9.2 B2B – Business to Business

Nos anos de 1960, surgiu a base para o B2B, numa necessidade do governo dos

Estados Unidos de estabelecer uma estrutura para a internet, a fim de que houvesse transações

entre governo-empresas do Departamento de Defesa, nas quais todos falassem a mesma

língua (CUNNINGHAM, 2000).

Assim, no B2B, a transação eletrônica entre as empresas é feita através de um site na

internet, no qual as empresas-clientes trocam e obtêm informações com os fornecedores,

como podem também adquirir produtos. O comércio do tipo B2B é caracterizado pela troca

eletrônica de informações, entre as duas pontas, por pessoas jurídicas. Essa comercialização

não é dirigida a pessoas físicas.

Nas aplicações Business-to-Business, os compradores, vendedores e transações

envolvem somente organizações. O B2B corresponde a 85% do volume de comércio

eletrônico, o que permite que uma única empresa estabeleça relacionamentos eletrônicos com

seus distribuidores, revendedores, fornecedores, clientes, bancos e outros parceiros

(TURBAN, 2005).

O mercado B2B, hodiernamente, envolve diferentes elementos, incluindo regras de

negócios, processos, tecnologia e suporte a transações. Pode ser resumido em duas palavras, o

que separa esse novo mercado com o antigo: eficiência e mudança. Todo sistema B2B agrega

valor conectando parceiros na cadeia de suprimento.

53

2.5.9.3 Web Services

Os Web Services, que não deixam de ser uma evolução no processo de EDI, em que

as trocas de informações são simultâneas entre os ERPs ou as soluções de gestão empresarial

de cada empresa, são tecnologias que padronizam a troca de informações entre sistemas

diversos, como os dos bancos e seus clientes, por exemplo. Considerando-se a tendência de

descentralização das transações, eles representam alternativas muito atraentes para integrar

sistemas distintos a um custo inferior e com mais flexibilidade do que a integração praticada

hoje (RIDOLFO NETO, 2005).

Desse modo, com os Web Services, as empresas têm uma prestação de alta qualidade

aliada à necessidade de reduzir custos. Aparecem como uma importante solução, tanto para

integrar a cadeia de valor quanto para melhorar o atendimento aos consumidores (PRADO;

MARCHETTI, 2005).

2.6 SISTEMA DE INTEGRAÇÃO ELETRÔNICA

Di Serio e Santos (2005, p.240) argumentam que, “No acirrado ambiente competitivo

atual, a adoção de modernos sistemas de gerenciamento e a busca constante pela eficiência

operacional são fatores-chaves de sucesso”.

Bowersox (2001) assevera, por sua vez, que a incerteza financeira, aliada à incerteza

institucional, dificulta o planejamento financeiro da produção, que acaba acarretando

problemas à logística mercantil e produtiva, como a necessidade de manutenção de maiores

quantidades de estoques, maiores tempos de transporte e mais recursos financeiros para operar

no mercado globalizado. Assim, mais do que gerir a logística mercantil e produtiva, um dos

aspectos fundamentais é analisar o fluxo financeiro e sua relação com o cumprimento de suas

obrigações e com o crescimento das empresas. Dessa forma, analisando a relação mercantil

entre as empresas, percebe-se que há uma relação financeira direta e indireta entre cada

processo mercantil.

O AEN – Ambiente Eletrônico de Negócios – é o ambiente tecnológico que integra,

eletronicamente, os membros de uma cadeia de valor, pois visa a mapear as obrigações

financeiras e recebíveis das empresas e das relações entre elas. Assim, automatiza-se a relação

54

entre empresas, reduzem-se custos operacionais, dá-se maior capilaridade e agilidade aos

processos, e se estabelecem as relações intraempresas totalmente gerenciadas.

Com isso, o AEN permite identificar as datas dos compromissos e dos recebíveis no

fluxo de caixa, o que equilibra, com efeito, o caixa, especialmente em razão da adoção de

programas de captação de recursos a baixo custo, sustentados por obrigações identificadas na

rede.

Enfatiza-se, ainda, que esses processos crescem à medida que a legislação sobre

processos eletrônicos evolui. Com uso de certificado digital, protocoladora digital, certificado

digital, e até cartório digital, é possível validar transações eletrônicas e garantir os recebíveis

antecipados.

2.6.1 Tipos de empresas em que se aplica o Sistema de Integração Eletrônica

Essa solução se aplica a qualquer porte de empresas. Como não há empresas isoladas

autossuficientes, toda empresa que tem relacionamento estabelecido com clientes,

fornecedores e agentes financeiros, tem uma total dependência do equilíbrio desses membros

de sua cadeia.

Nesse contexto, as empresas que mais se destacam, nesse ambiente da cadeia de

valor, são grandes compradores, pois movimentam um volume alto de aquisições, seja em

número, seja em valor de pedidos; assim, tornam-se responsáveis pela vida de muitos

fornecedores que participam de sua cadeia de valor; grandes vendedores, pois atendem a um

grande número de clientes de diversos portes, e as condições de venda versus as facilidades

podem influenciar no resultado de seus clientes; micro e pequenas empresas, pois estão

sempre dependentes de seus clientes, quando atuam como fornecedores, ou de seus

fornecedores quando atuam como clientes varejistas.

2.6.2 Benefícios do Sistema de Integração Eletrônica

Gitman (2004) assevera que uma organização deve estar sempre atenta e examinar

mais de perto seus padrões de recebimento e pagamentos diários, a fim de assegurar que haja

55

recursos adequados para o pagamento de contas à medida que vencem. Dessa forma, ao gerir

o fluxo de recebimentos e obrigações e integrá-los aos seus clientes e fornecedores, as

empresas começam a equalizar seus fluxos com os de sua cadeia de valor.

A integração da cadeia produtiva de uma empresa abrange, com efeito, a superação

de desafios, não mais dentro das próprias empresas, mas externamente, com os demais elos.

Visa, pois, à integração total. Não é, pois, um processo simples de ser implantado e exige

equilíbrio financeiro em muitas empresas da cadeia que sustentarão o sistema. Nesse sentido,

é que entram os agentes financeiros que atuam provendo crédito alinhado com o fluxo de

obrigações dos membros da cadeia, transparente a todos os seus elos. Dessa forma, o

resultado é a possibilidade de trocar dados relevantes com os elos da cadeia em tempo real,

para sincronizar a produção, reduzir custos e gerenciar as transações, bem como estabelecer o

equilíbrio da cadeia e sua sustentabilidade.

Tecnologias da informação, processos e sistemas de informação devem ser

concebidas para dar suporte à cadeia produtiva nas organizações, pois ampliam o alcance

externo e ligam a empresa a seus fornecedores e clientes. Com essa tecnologia de alcance

ampliado, torna-se possível reformular o relacionamento das empresas com entidades

externas. A cadeia de agregação de valor, composta por fornecedores, empresas e clientes,

transforma-se numa rede de valor digital que serve, também, para interligar empresas e

instituições externas. Com isso, consegue-se ter acesso interorganizacional com clientes

comuns, criar novos mercados, compartilhar informações, e atuar de forma conjunta.

Assim, com o sistema de integração eletrônica, as informações estão sendo

compartilhadas, o que permite que as empresas possam atuar de forma conjunta. Isso pode

trazer benefícios às partes, como diminuição de juros.

Para as relações entre empresas e para a maioria dos consumidores na internet,

existem, ainda, mais razões para preocupação. Manter as informações e os dados seguros,

garantindo, ao mesmo tempo, que os clientes e parceiros consigam as informações e

facilidades de que precisam, é um desafio.

Para isso, as tecnologias de ponta, fornecidas pelas as empresas líderes nesse ramo,

dispõem de grande segurança, como a utilização de criptografia, autenticação digital,

certificação digital, protocoladora digital e a integridade da mensagem. Com esses aspectos

essenciais, a troca de informações entre empresas e parceiros é totalmente segura, pois

elimina fraudes e invasões de hackers (CUNNINGHAM, 2000).

Como reflexo da implementação da tecnologia de informação, a empresa obterá um

ambiente eletrônico totalmente seguro. Ligadas a isso, há outras vantagens significativas para

56

a gestão ambiental e responsabilidade social: ganhos consideráveis na redução de papel;

eliminação do uso de mídias magnéticas para arquivamento de informações; diminuição de

impressões e, consequentemente, o uso de tintas. São vantagens que diminuem, em muito, o

custo da empresa, as quais ainda podem aumentar com a redução de despesas de correio e

processamento de dados. Pode-se destacar, também, que, com a automatização, não há mais a

preocupação com os erros humanos.

2.7 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

De acordo com a pesquisa do Ministério da Previdência Social, no Brasil, do total de

empresas formais, 89,3% são micro e pequenas empresas, ou seja, um montante de mais de

4,5 milhões de empresas. Deve-se considerar, ainda, a denominada economia informal,

formada por cerca de 14,5 milhões de micro e pequenas empresas (BRASIL, 2006).

Cabe salientar que, "Atualmente, as micros e pequenas empresas, tal como empresas

de qualquer porte, dependem de controle financeiro para manterem sua "saúde" e obter

lucratividade" (SOUZA, 2007, p. 2).

Assim, todas essas empresas dependem de grandes corporações, seja como clientes,

seja como fornecedores, e seu fluxo de caixa e seus resultados têm relação direta com o

modelo financeiro adotado pelas grandes corporações.

Segundo a pesquisa do Sebrae, a taxa de mortalidade das empresas no Brasil é de

22%. Para estas, seria na área financeira que encontrariam o tipo de assessoria ou auxílio que,

acreditavam, teria sido útil para enfrentar dificuldades encontradas ao longo de seu período de

existência. Na opinião de 63% das micro e pequenas empresas, uma das políticas mais

necessárias é o crédito preferencial, especialmente no que diz respeito a juros e prazos. As

principais dificuldades encontradas na condução dessas empresas estão relacionadas: a) à

carga tributária elevada; b) à falta de crédito bancário; c) à concorrência forte; d) à

inadimplência; e) à falta de capital de giro; f)a problemas financeiros; g) à falta de

conhecimentos gerenciais; h) e à falta de mão de obra qualificada. As principais razões que

contribuem para a taxa de mortalidade são a falta de clientes, a carga tributária, encargos ou

impostos, a falta de capital de giro e problemas financeiros (SEBRAE, 2007).

57

2.7.1 Sistema de Integração Eletrônica

Estar ligado a um sistema eletrônico que possibilita visualizar as obrigações e

recebíveis permite que as micro e pequenas empresas apresentem seu fluxo de caixa e as

garantias que lhes permitem obter créditos com menor risco.

Souza (2007), acerca dessa questão, afirma que a obtenção de dados e informações

regularmente constituídos, especialmente quando se conhece precisamente o objetivo tático

ou estratégico da empresa, facilita na consecução de um empréstimo, no recebimento de um

fiscal, na avaliação de compra e venda de uma empresa. Assim, com a obtenção dos dados e

informações e com constante atenção aos recursos da empresa, é possível saber, previamente,

se haverá necessidade de dinheiro extra para solver compromissos ou se será preciso recorrer

ao crédito para reforço do capital de giro. Dessa forma, é possível prever, antecipadamente, as

necessidades futuras de dinheiro.

O crédito e o capital de giro são, efetivamente, imprescindíveis à vida e à

sobrevivência dessas empresas. Tradicionalmente, em função das baixas garantias, as micro e

pequenas empresas não têm acesso ao crédito; quando o conseguem, seu preço é muito caro.

Souza (2007) argumenta que a falta de capital de giro próprio conduz, portanto, à necessidade

de recorrer a empréstimos a custos elevados, o que diminui a margem de lucro.

Destaca-se que a visibilidade que um sistema de integração financeira eletrônica

proporciona com a presença das grandes corporações, nas quais se escoram as micro e

pequenas empresas, torna visíveis as obrigações e os recebíveis, o que permite prover crédito,

e ainda com baixo custo. Esse crédito pode ser concedido por essas grandes corporações,

quando capitalizadas, ou por agentes financeiros.

As micro e pequenas empresas conseguem, com isso, equilibrar seu fluxo de caixa,

uma vez que captam capital de giro ou linhas de crédito com pequenas taxas. Se essas

operações não oneram ou geram passivos a médio e longo prazo, permitem evitar

endividamento e incapacidade de pagamentos; por outro lado, possibilitam a conectividade

das empresas, a manutenção e a geração de novos empregos.

Numa cadeia de valor de uma grande corporação, há entre 10 mil e 50 mil

fornecedores, e de 50 mil a 100 mil clientes. Desses, mais de 80% são micro e pequenas

empresas, que dependem diretamente do cumprimento das obrigações ou das linhas de crédito

oferecidas nas compras. Se a grande corporação falhar, toda a sua cadeia pode quebrar. Deve

haver, porém, cada vez mais, a preocupação com a sustentabilidade da cadeia para evitar a

58

falta de insumo ou a ruptura na cadeia de distribuição. Assim, a grande corporação ou

disponibiliza créditos, ou efetua acordos com agentes financeiros para manter o equilíbrio de

sua cadeia.

2.8 AS GRANDES E MÉDIAS CORPORAÇÕES

As grandes e médias corporações desenvolvem fundamental papel no equilíbrio de

cadeias produtivas e, assim como as micro e pequenas empresas, também criam

interdependência quando compõem a mesma cadeia produtiva. Segundo pesquisa realizada

pelo Ministério da Previdência Social (BRASIL, 2006), 10,7% das empresas, numa cadeia

produtiva, são médias e grandes. As médias empresas faturam em torno de dez milhões e

quinhentos mil até sessenta milhões de reais, e as grandes têm um faturamento superior a

sessenta milhões de reais (BNDES, 2002).

Enfatiza-se que o inter-relacionamento existe e o volume financeiro é maior. Desse

modo, alinhar compromissos e obrigações é fundamental, pois um erro na gestão pode criar

sérios problemas, com poucas operações não realizadas. Assim, as médias e grandes empresas

têm grande responsabilidade pela vida das micro e pequenas empresas; outras, médias e

grandes interligadas, também são dependentes dos elementos da sua cadeia.

Alinhar-se com agentes financeiros tem sido uma prática crescente que visa a manter

o equilíbrio financeiro da cadeia de valor ao alinhar recebíveis com pagamentos na relação

entre empresas. No sistema de integração eletrônica, é possível, portanto, identificar a inter-

relação entre empresas de qualquer porte, suas fragilidades, suas forças e o ajuste às melhores

práticas a serem adotadas para a sua sustentabilidade e seu crescimento.

59

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Descrevem-se, neste capítulo, os procedimentos metodológicos que nortearam esta

pesquisa. Aborda-se, primeiramente, a caracterização da pesquisa que teve um caráter

exploratório-descritivo e qualitativo. Em seguida, tecem-se considerações acerca da técnica

utilizada para a coleta e análise de dados. Elencam-se, por fim, as prováveis limitações da

pesquisa. Cabe, ainda, salientar que a metodologia é de grande relevância numa pesquisa

científica, uma vez que é uma etapa preponderante para alcançarem-se os objetivos propostos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA: CARÁTER EXPLORATÓRIO-DESCRITIVO E

QUALITATIVO.

Esta pesquisa caracteriza-se por ter um caráter exploratório-descritivo e qualitativo.

Salienta-se que as pesquisas exploratórias são aquelas que têm por objetivo explicitar e

proporcionar maior entendimento de um determinado problema. Nesse tipo de pesquisa, o

pesquisador procura um maior conhecimento sobre o tema em estudo (GIL, 2005).

Ressalta-se, ainda, que as pesquisas podem ser realizadas para atender a uma

necessidade de ordem intelectual ou por razões práticas. As pesquisas de cunho intelectual

são, pois, aquelas em que o pesquisador objetiva desvendar os aspectos da realidade que estão

a sua volta apenas para atender a uma satisfação própria, ou seja, ampliar conhecimentos; é,

por essa razão, denominada de pesquisa pura. No que concerne às pesquisas de razão prática

ou aplicada, pode-se afirmar que visam à realização de algo de forma mais eficiente. Pode,

também, apresentar uma investigação de ordem intelectual no decorrer de sua realização.

(GIL, 2005).

3.1.1 O caráter exploratório-descritivo da pesquisa

A pesquisa exploratória, quanto aos fins, segundo Vergara (2000), é realizada em

área na qual há pouco conhecimento científico acumulado ou sistematizado. Por tratar-se de

60

uma pesquisa que busca explorar conceitos e fatos de pouca bibliografia, é um estudo muito

novo no mercado mundial. Além disso, por sua natureza de sondagem, não comporta

hipóteses que poderão, todavia, surgir durante a pesquisa ou ao seu final. Além disso,

pretende descrever as características do fenômeno (TRIVIÑOS, 1987)

Destaca-se que a pesquisa descritiva, quanto aos fins, expõe características de

determinada população ou determinado fenômeno. Neste trabalho, trata-se de uma pesquisa

que busca expor as características que compõem os conceitos dos serviços e do ambiente

eletrônico encontrados no mercado mundial. Estabelece correlações entre variáveis e define

sua natureza. Não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva

de base para algumas explicações. A pesquisa de opinião também se insere nessa classificação

(VERGARA, 2000).

3.1.2 O caráter qualitativo da pesquisa

A pesquisa classifica-se, ainda, qualitativa uma vez que não se vale de instrumentos

estatísticos no processo de análise do seu problema. Acerca desse tipo de pesquisa, Minayo

(1993) assevera que é uma forma adequada para o conhecimento da natureza de um fenômeno

social, haja vista o pesquisador coletar os dados na realidade pesquisada para, posteriormente,

analisá-los de forma indutiva.

Assim, utilizou-se o estudo de caso, um método de investigação qualitativa, com

enfoque indutivo para a análise dos dados e descritivo para a apresentação dos resultados.

Acerca desse tipo de estudo, Triviños (1987, p.133-34) afirma que é “[...] uma categoria de

pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente”. Expõe, também, que “[...]

a complexidade do exame aumenta à medida que se aprofunda o assunto” (p.134).

3.2 TÉCNICA PARA COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A coleta de dados é a forma de como se obtêm os dados necessários para responder

ao problema (VERGARA, 2000). Assim, os meios utilizados para a investigação dos dados

foram: pesquisa de campo, bibliográfica e estudo de caso.

61

A pesquisa de campo é, com efeito, uma investigação empírica, realizada no local em

que há os elementos necessários. Neste caso, a pesquisa ocorreu na empresa que disponibiliza

os serviços estudados. Inclui entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação

participante ou não (VERGARA, 2000).

Com relação aos procedimentos técnicos para a realização da pesquisa, a modalidade

escolhida é o estudo de caso. Na definição de Yin (2005, p.32), “Um estudo de caso é uma

investigação empírica, que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da

vida real, especialmente quando os limites entre fenômeno e contexto não estão claramente

definidos”.

Ainda com base em Yin (2005), pode-se afirmar que o estudo de caso não é apenas

uma tática para a coleta de dados, mas uma estratégia de pesquisa abrangente. O autor expõe,

ainda, que o estudo de caso envolve situações únicas, com várias fontes de evidência e baseia-

se no desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise dos

dados.

Assim, o estudo de caso feito na empresa SUPERCON TPF

2FPT foi importante por se referir

ao presente e não ao passado, pois é estratégia da pesquisa examinar um fenômeno dentro do

seu contexto, o que exige, por isso, que se trate de fenômeno/fato contemporâneo. Com isso,

foi possível demonstrar a realidade das relações financeiras entre empresas hoje em dia.

Em razão dessas premissas, antes de proceder-se à coleta de dados, realizou-se uma

revisão bibliográfica com a finalidade de fundamentar teoricamente a pesquisa e elaborar

metodologias. Procedeu-se, para a coleta, da seguinte forma: os dados foram coletados a partir

do questionário padrão da Nexxera (Anexo B), pois, somente com aquele modelo de coleta,

poderia o resultado ser aplicado ao sistema de cálculo ROI (Returne Over Investment)TPF

3FPT, que é

TP

2PT Cabe ressaltar, novamente, que se optou por codificar a empresa, na qual se realizou o estudo de caso, como

SUPERCON. TP

3PT Retorno sobre o investimento. Cabe destacar que “ROI is a performance measure used to evaluate the

efficiency of an investment or to compare the efficiency of a number of different investments. To calculate ROI, the benefit (return) of an investment is divided by the cost of the investment; the result is expressed as a percentage or a ratio. The return on investment formula:

Return on investment is a very popular metric because of its versatility and simplicity. That is, if an investment does not have a positive ROI, or if there are other opportunities with a higher ROI, then the investment should be not be undertaken”. (INVESTOPEDIA – A Forbes Digital Company. Disponível em: < http://www.investopedia.com/ terms/r/returnoninvestment.asp>. Acesso em: 25 nov. 2009).

62

utilizado para apresentar a viabilidade do projeto. Delineados os caminhos de exploração,

partiu-se para a coleta de outros dados, necessários para construir o ambiente real.

3.2.1 Classificação dos dados

Os dados coletados foram classificados em:

a) dados primários – obtidos em pesquisa de campo através de consulta e observação;

b) dados secundários – provenientes de materiais informativos disponíveis, tais como

revistas especializadas, periódicos, publicações e documentos das próprias

empresas; os quais, inclusive, orientaram a entrevista.

Pelas as características do trabalho, os dados provieram de diversas fontes, coletados

em diferentes etapas, através de consulta, observação e fontes documentais da empresa.

Assim, as entrevistas foram realizadas via e-mail em virtude da distância da

SUPERCON, que fica no Nordeste, e com o pessoal técnico da Nexxera. As perguntas

utilizadas foram elaboradas com base nos dados secundários, nas perguntas de pesquisa, na

experiência pessoal do pesquisador e em informações preliminares da empresa.

Os dados coletados, na pesquisa empírica, foram estruturados e comparados com os

dados das fontes secundárias. Após a consolidação dos dados, o conjunto foi analisado com

base no referencial teórico com o objetivo de validar ou não as hipóteses, e desenvolver as

conclusões que fundamentam os resultados alcançados.

3.3 PROVÁVEIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Segundo Vergara (2000, p. 61), “[...] todo método tem possibilidade e limitações”.

Em vista disso, por delimitação, entendem-se as fronteiras concernentes a variáveis, ao que

será abordado, ao corte, ao período de tempo e ao objeto de investigação (VERGARA, 2000).

Este trabalho apresenta, contudo, algumas dificuldades e limitações quanto à coleta e

ao tratamento dos dados. Assim, relacionam-se, a seguir, as delimitações:

63

a) a escassez de bibliografias científicas quanto ao foco do estudo, que são os

sistemas de integração financeiro-eletrônica;

b) a não autorização para a divulgação de certas informações da empresa que foi

objeto do estudo de caso apresentado;

c) o estudo no tempo: por se tratar de uma pesquisa na área tecnológica, sua evolução

é, em parte, contínua e feita, parcialmente, em pequenos espaços de tempo;

d) a subjetividade do autor.

Observadas as questões atinentes à metodologia, passa-se, na seção seguinte, a tratar

do estudo de caso.

64

4 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo, apresenta-se o objeto da presente dissertação, isto é, a demonstração

de como se deu a aplicação prática e os resultados positivos da ferramenta virtual, que é o

AEN, na empresa SUPERCON. Elencam-se, desse modo, todos os componentes do AEN e

suas funções, a fim de possibilitar maior entendimento acerca de sua aplicabilidade.

4.1 LOCAL DE ESTUDO

O local de estudo, para analisar os dados provenientes da SUPERCON, foi a matriz

da Nexxera Tecnologia e Serviços S.A., que se localiza em Santa Catarina, na cidade de

Florianópolis, numa área central, de fácil acesso, na Rua Dom Jaime Câmara, 259, no Edifício

Nexxera Business Center. Trata-se de uma empresa especializada em soluções financeiras

com base tecnológica, com filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Belém.

Cabe destacar que a Nexxera Tecnologia e Serviços S.A. é uma empresa prestadora

de serviços especializada em soluções de integração e processos mercantis/financeiros. Sua

principal plataforma é o Ambiente Eletrônico de Negócios. Além de prover suporte a todo

tipo de interligação eletrônica das empresas, a seus clientes e fornecedores, gerencia e amplia,

de forma segura e progressiva, a capacidade de realizar transações na cadeia de valor.

4.2 A EMPRESA NEXXERA: HISTÓRICO DE INOVAÇÃO.

A Nexxera nasceu com a evolução da Compumarket, empresa prestadora de serviços

tecnológicos criada em 1992, em Florianópolis. Ao observar que as demais empresas que

operavam no setor utilizavam tecnologia de terceiros, a Compumarket lançou, no mercado,

uma solução inovadora que oferecia serviços diferenciados a custos reduzidos. Foi criado,

então, o Skyline, uma solução que conseguiu, em pouco tempo, revolucionar o mercado e dar

um novo rumo na forma de se relacionar com bancos, clientes, fornecedores e parceiros de

negócios. Criou-se, assim, uma rede virtual de serviços. A Compumarket passou, em 2000, a

65

chamar-se Nexxera Tecnologia e Serviços S.A., e os investimentos em pesquisa e

desenvolvimento tornaram-se prioridade para a empresa.

Nos últimos anos, ela buscou, no mercado, empresas fortes na concepção e no

desenvolvimento de ferramentas tecnológicas e realizou alianças. Investiu, com efeito, na

criação de novas empresas e na participação em organizações estratégicas. Hoje, o Ambiente

Eletrônico de Negócios da Nexxera é composto por um conjunto de soluções voltadas à

infraestrutura e ao gerenciamento da logística financeira das empresas. Atualmente, a empresa

conta com representação comercial nos principais centros de negócio do país. As soluções

Nexxera continuam, todavia, evoluindo e ajustando-se às necessidades do mercado.

Com o objetivo de inovar e gerar tendências no mercado de TI, a Nexxera, em uma

decisão estratégica, reposiciona-se e direciona seu foco de atuação para o fornecimento de

uma linha de soluções de gestão financeira, as quais agregam valor ao serviço de EDI. Isso

integra a cadeia de relacionamentos: clientes e fornecedores, e possibilita ganhos em escala. A

nova forma de fazer negócios está alinhada com a estratégia da empresa e gera um diferencial

competitivo no mercado de TI. Para essa linha de soluções de gestão financeira, a Nexxera

criou o conceito de Ambiente Eletrônico de Negócios – AEN.

O Ambiente Eletrônico de Negócios é, efetivamente, um portal de logística

financeira que integra, por meio de suas interfaces, a cadeia de relacionamentos: clientes,

fornecedores, bancos, entre outros, de grandes empresas do mercado, que são Hubs TPF

4FPT

Pagadores ou Hubs Cobradores. É um portal de acesso por meio do qual, com um único

acesso (login), a empresa pode gerenciar suas operações de cobrança com clientes, operações

de pagamento a fornecedores, rastreamento de títulos de cobrança contra si, antecipação de

recebíveis; e, também, possibilitar o acesso a essas funcionalidades gerenciais aos seus

clientes e fornecedores, com diversas vantagens. Redução de despesas e custos operacionais,

melhor gerenciamento e controle de suas operações, aumento da segurança, da produtividade,

da flexibilidade, da qualidade dos serviços e maior integração com a sua cadeia de negócios

são as vantagens e os benefícios para o cliente do Ambiente Eletrônico de Negócios. Ainda

nessa linha de atuação, há a integração prevista com a Nota Fiscal Eletrônica. O ambiente

eletrônico de negócios é uma nova forma de se relacionar com outras empresas, pois inova

nos processos financeiros e mercantis. Dessa forma, a Nexxera cria uma camada importante,

acima da conexão, através da gestão das informações de rede, uma vez que gera ou orienta

novos negócios.

TP

4PT Cabe destacar que Hub é o termo por meio do qual se denomina a empresa central da cadeia de valor.

66

4.3 SERVIÇOS E TECNOLOGIA

O primeiro produto foi lançado através de um estudo feito pelos sócio-fundadores,

que detectaram o seguinte: o desenvolvimento de tecnologia própria para oferecer o serviço

de troca eletrônica de dados era um negócio pujante. A partir disso, a Compumarket lançou,

no mercado, uma solução inovadora, que oferecia serviços diferenciados a custos reduzidos.

Nasceu então o Skyline, uma solução eficiente que conseguiu, em pouco tempo, revolucionar

o mercado.

Salienta-se que os investimentos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologia

constituíram prioridade para a empresa. Foram lançadas soluções como Boleto Eletrônico,

Cobrança e Pagamento Eletrônico, Office Banking, ferramentas da gestão da informação,

integração de forças de vendas, entre outros, ao longo dos anos, e ainda o revolucionário Sem

Filas: pagamento via celular. A mais nova e conceituada solução desenvolvida é chamada de

AEN – Ambiente Eletrônico de Negócios, um dos principais produtos lançados no mercado,

por meio do qual a Nexxera passou a estar presente em todos os tipos de transações

financeiras entre empresas.

Por ser o mercado cada vez mais competitivo, tornou-se importante automatizar

rotinas, reduzir custos e modernizar a gestão estratégica das informações distribuídas por uma

cadeia de valor. Por esse motivo, o gerenciamento das informações, sejam financeiras, sejam

mercantis, desempenha um papel fundamental na gestão e rentabilidade dos negócios, pois

fortalece a cadeia de valor e o volume de negócios, além de agregar maior visibilidade,

controle e agilidade na tomada de decisões; amplia, também, os resultados e a

sustentabilidade das empresas envolvidas no processo.

Assim, os serviços oferecidos e contratados pela Empresa SUPERCON são o AEN,

que é uma linha de produtos e serviços desenvolvida para automatizar processos, integrar e

gerenciar a logística financeira e mercantil da empresa, como contas a receber e contas a

pagar, com seus bancos, clientes e fornecedores, e o Sistema NexxCash Bank, que é uma

solução de extratos e gestão das contas bancárias.

67

4.3.1 Serviços oferecidos pelo AEN

O ambiente eletrônico de negócios é o resultado de anos de pesquisa sobre o fluxo

financeiro entre empresas e sua relação com o processo produtivo, compra e venda. É uma

evolução a partir dos processos tradicionais de EDI, que oferece infraestrutura tecnológica e

soluções de gerenciamento para os processos de cobrança, pagamento, relacionamento com

agentes financeiros e muito mais.

O Ambiente Eletrônico de Negócios Nexxera agrega, com efeito, valor para uma

organização e para sua rede de relacionamento, uma vez que oferece importantes vantagens

competitivas, como: automação e padronização de processos, redução de custos, segurança e

maior e melhor gerenciamento.

No modelo tradicional, as empresas se relacionam com seus parceiros de negócios

por meio de diversos meios de comunicação, sem automatização e padronização. Os

processos de cobrança, pagamento e gestão das contas bancárias são feitos de forma manual

ou com baixa automação.

As empresas, por sua vez, ao usarem o Ambiente Eletrônico de Negócios, ajustam

seu fluxo de caixa, diminuem ou eliminam custos desnecessários com juros, factorings,

financeiras e outras formas de obter capital. Além de ser uma solução de baixo custo para

cada empresa, ao se conectar, visualiza todos os elos de sua cadeia e se torna visível, o que

permite manter o equilíbrio, o crescimento e a expansão de seu mercado.

Enfatiza-se que a empresa Nexxera Tecnologia e Serviços S.A. criou o conceito e

aplicou as tecnologias – e permitiu que empresas e agentes financeiros também o fizessem –,

que viabilizaram operações equilibradas, sustentáveis e que transformam o processo

eletrônico, não apenas num processo mais ágil, mas que também elimina diversas operações

manuais. Salienta-se que, em vista do grande desafio da economia moderna, é talvez um dos

principais elementos para o crescimento sustentável das empresas, das economias e do próprio

País.

Assim, os serviços prestados pela Nexxera, dentro de seu Ambiente eletrônico de

Negócios, são:

a) integração mercantil (EDI com clientes e fornecedores) – completa integração do

ERP da empresa, como vendas, compras, logística, para a troca eletrônica de

68

arquivos de pedidos, notas fiscais, conhecimentos de embarque, aviso de

recebimentos, dentre outros documentos mercantis;

b) integração financeira (EDI com instituições financeiras) – completa integração

com o ERP da empresa, como contas a pagar, contas a receber e extratos

bancários, para a troca eletrônica de cobrança, pagamentos, extratos bancários,

dentre outros documentos financeiros;

c) tradução de layout – padronização dos arquivos remetidos/recebidos pelos diversos

setores da empresa, sejam mercantis, sejam financeiros;

d) cobrança eletrônica – serviço de gestão das cobranças bancárias que apresenta

painéis de acompanhamento e controle dos status das cobranças ao cedente e ao

sacado, com funcionalidades de emissão da segunda via, recálculo de juros, envio

de boleto por e-mail, dentre outros;

e) varredura eletrônica (rastreamento de cobranças) – varredura de títulos de

cobrança registrados contra a empresa nos bancos e rastreamento dos títulos dos

fornecedores registrados na base de dados do AEN, na Nexxera;

f) pagamento eletrônico, autorização de pagamentos – ambiente WEB de

padronização de pagamentos a fornecedores e folha de pagamento, com

possibilidade de múltiplas alçadas e perfis de consulta, visualização e autorização;

g) pagamento eletrônico, painel do fornecedor/painel de antecipações – ambientes

WEB contratados pelos fornecedores para visualização dos recebíveis, como

pagamentos agendados e/ou publicados e notas fiscais reconhecidas pela empresa

SUPERCON, e solicitação da antecipação de recebíveis com base nessas

informações disponibilizadas pela empresa SUPERCON;

h) pagamento eletrônico, ambiente de conciliação – ambiente WEB de conciliação de

compromissos, como notas fiscais, com arquivos de varredura e/ou de cobrança

importados;

i) nexxcash bank – solução de captura e consolidação de extratos bancários

multicontas e multibancos;

j) pedidos eletrônicos – formulário eletrônico de pedidos à empresa SUPERCON,

com painéis de controle e gerenciamento das informações mercantis, como aceite

de pedido ao fornecedor, aceite de entrega, etc.

69

4.3.2 Serviços prestados à empresa SUPERCON

A empresa SUPERCON contratou funcionalidades do Ambiente Eletrônico de

Negócios, de acordo com as necessidades de suas contas a receber, contas a pagar, compras e

pedidos. No contas a receber, seu interesse foram as seguintes funcionalidades: emissão de

boletos por e-mail, ou seja, cobrança eletrônica; site de acesso à segunda via a clientes, e

completa integração com o ERP da empresa.

Os seus interesses, no contas a pagar, foram: varredura de títulos de cobrança contra

a sua empresa; ambiente WEB de conciliação de compromissos e pagamentos; ambiente WEB

de autorização de pagamentos a fornecedores e folha de pagamentos; ambiente WEB de

fornecedores, como agenda de recebíveis do fornecedor; ambiente WEB de antecipação de

recebíveis aos fornecedores; visualização dos comprovantes de pagamentos; antecipação de

recebíveis aos fornecedores; e completa integração de informações financeiras com o ERP da

sua empresa.

Em compras e pedidos, as funcionalidades prestadas são: cadastro das empresas

fornecedoras; controle de acesso dos usuários; efetivação/recebimento e confirmação de

pedidos; acompanhamento e controle de pedidos efetuados/recebidos até o seu aceite ou não;

geração do espelho da nota fiscal; gerenciamento das datas e ocorrências de entrega; conexão

dos dados relativos ao processo mercantil, como pedidos, compras, notas fiscais, com os

processos financeiros, como conciliação com pagamentos, antecipação de recebíveis, etc.;

integração com ERPs disponíveis no mercado, com possibilidade de tradução de formatos de

arquivos ou webservices.

4.4 A SUPERCON

Este estudo de caso foi realizado em uma jovem empresa nordestina, fundada em

1998, e líder absoluta no mercado em seu ramo, que tem 57,2% de participação no mercado.

Pelo sigilo das informações, seu nome não é citado; por esse motivo, o nome fictício dessa

empresa, neste trabalho, é SUPERCON.

De acordo com as necessidades relativas a sua logística financeira, com bancos,

clientes e fornecedores, para o transporte das transações mercantis, adotaram-se soluções

70

tecnológicas eficientes oferecidas pela empresa Nexxera S.A., com baixo custo e que agregam

valor ao seu negócio.

Seu faturamento anual é de novecentos e cinquenta milhões de reais, e tem 3.130

funcionários. Apresenta 160.000 clientes e 30.000 fornecedores. Cabe destacar que a empresa

realiza, aproximadamente, 86.000 cobranças por mês, através da impressão de boletos sem

registro. A impressão e a remessa são feitas pela própria empresa. A tarifa interbancária por

título é de R$ 2,00; a tarifa bancária de cada cobrança é de R$ 0,95. Sobre 65% de suas

cobranças, cobra-se taxa interbancária, por serem operações entre bancos distintos. A gestão

de contas a receber, antes da contratação do AEN, era feita pela própria empresa.

São realizados, por mês, 6.000 pagamentos a fornecedores. As modalidades de

pagamento usadas, mensalmente, são a TED, com 600 pagamentos a uma tarifa bancária de

R$ 2,00; o DOC, com 1.200 pagamentos, a uma tarifa bancária de R$ 2,00; o crédito em

conta, com 1.200 pagamentos, e o pagamento de boletos, com 3.000 pagamentos, ambos

isentos de tarifa bancária.

Mostram-se, a seguir, tabelas de valores de gastos com cobrança e pagamentos antes

da adoção do sistema do AEN.

Quadro 3 – Cobranças/mês

Quantidade

em %

Quantidade

em números

Tarifa

Interbancária

Tarifa

Bancária

Total

Com taxa

Interbancária

65%

55900

R$ 2,00

R$ 0,95

R$ 164.905,00

Sem taxa

Interbancária

35%

30100

R$ -

R$ 0,95

R$ 28.595,00

TOTAL 100% 86000 - - R$ 193.500,00

Fonte: Dados primários (2009).

71

Quadro 4 – Pagamentos/mês

Quantidade Tarifa Bancária Total

TED 600 R$ 2,00 R$ 1.200,00

DOC 1200 R$ 2,00 R$ 2.400,00

Crédito em Conta 1200 R$ - R$ -

Boleto Bancário 3000 R$ - R$ -

TOTAL 6000 - R$ 3.600,00

Fonte: Dados primários (2009).

Quadro 5 - Gastos da Empresa SUPERCON/mês

Quantidade Valores

Cobranças 86000 R$ 193.500,00

Pagamentos 6000 R$ 3.600,00

TOTAL 92000 R$ 197.100,00

Fonte: Dados primários (2009).

A captura de títulos contra a empresa é feita, de fato, através de código de barras

quando a cobrança é por boleto; quando se dá por crédito em conta, DOC e TED, não há a

captura. A autorização dos pagamentos é feita via internet banking, ou por cartas e cheques.

Utiliza solução própria para a gestão do seu contas a pagar, e tem necessidade de automatizar

tal processo.

72

Os fornecedores têm necessidade de visualizar o status dos pagamentos gerados a

seu favor e solicitam antecipação de recebíveis. Assim, a empresa tem interesse em viabilizar,

com a ajuda de um banco, uma forma de antecipação aos fornecedores.

Destaca-se que a empresa SUPERCON trabalha com, aproximadamente, vinte

bancos, mas tem o Itaú e o Bradesco como seus bancos centralizadores. Trabalha com,

aproximadamente, quinze contas bancárias, e captura seus extratos através do internet

banking. Sem a contratação do AEN, eram utilizadas cerca de três pessoas para capturar,

consolidar e conciliar os extratos bancários, com um tempo médio de trinta minutos para a

captura dos extratos; para a conciliação, feita manualmente através de planilhas, e a

consolidação dos extratos, o tempo médio era de quatro horas diárias.

4.5 IMPLANTAÇÃO DO AEN NA EMPRESA SUPERCON

Com a contratação dos serviços do Ambiente Eletrônico de Negócios, a empresa

SUPERCON passou a utilizar as diversas funcionalidades que esse ambiente proporciona, tais

como a integração mercantil com clientes e fornecedores, a integração financeira com bancos

e os serviços de contas a receber e contas a pagar, suportados pela infraestrutura tecnológica,

datacenters duplicados e suporte 24x7 Nexxera.

A implantação do AEN, na empresa SUPERCON, foi dividida em cinco etapas. A

primeira foi o mapeamento dos processos mercantis e financeiros da empresa; a segunda foi a

integração mercantil com clientes e fornecedores; a terceira foi a integração financeira com os

bancos; a quarta foi o cadastramento nas aplicações; e a quinta foi um treinamento local.

Ressalta-se, ainda, que o prazo de implantação dos serviços, na empresa SUPERCON,

foi de sete semanas. Num estudo realizado em conjunto entre a Nexxera e a SUPERCON,

após um processo de mapeamento dos processos mercantis e financeiros da empresa, que é

feito através de formulários específicos, foi elaborado e cumprido um cronograma dividido

em quatro fases, que é apresentado a seguir.

73

Quadro 6 – Cronograma de Implantação na empresa SUPERCON

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

FASES DE

IMPLAN-TAÇÃO

Ativi-dades

Res-pon-sável

1º Semana

2º Semana

3º Semana

4º Semana

5º Semana

6º Semana

7º Semana

P

1PEnvio

de Carta ao Banco

Clien-te

P

2PInsta-lação

Skyline

Van / Hub

P

3PPre-

enchi-mento

dos formulá-

rios

Hub

1ª FASE: Integração Eletrônica

de Informa-

ções Financeiras

P

4PValida-ção de

Arquivos

Parcei-ros

P

5PInstala-ção da Caixa postal

Mercan-til

Van / Hub

2ª FASE: Integração Eletrônica

de Informa-

ções Mercantis

P

6PValida-ção de

Arquivos

Hub / Forne-cedor

P

7PImplan-

tação do Cobran-ça Elet.

Van / Hub

P

8PImplan-

tação do Paga-mento Elet.

Van / Hub

3ª FASE: Implanta-ção dos

Sistemas

P

9PImplan-

tação do Nexx-Cash Bank.

Van / Hub

4º FASE: TREINA-MENTO

P

11PTreina-mento Van

Fonte: Nexxera (2007).

74

Assim, o primeiro contato entre a Nexxera e a Empresa SUPERCON é realizado por

um consultor de negócios que, na fase de implantação, dispôs de uma equipe técnica para que

essa fosse tranquila e ágil.

Após a primeira etapa de mapeamento dos processos mercantis e financeiros, através

dos formulários devidamente preenchidos, nos quais se mapeiam os processos de cada setor

da empresa Hub, isto é, da SUPERCON, e se configura o funcionamento do AEN de acordo

com o perfil da empresa, dá-se início às etapas operacionais da implantação.

Na segunda etapa, que é a integração mercantil com clientes e fornecedores, durante

a qual, primeiramente, envia-se uma carta aos clientes e fornecedores para divulgação do

projeto de integração, apresenta-se a proposta com benefícios e funcionamento do negócio,

juntamente com um cadastro para preenchimento de informações, que deve ser preenchido e

devolvido com um aceite da proposta. Após esse processo, que é realizado pelo Hub, a

Nexxera recebe as informações e as cadastra no seu sistema para que comece a implantação

na cadeia de valor do Hub.

A terceira etapa, que é a integração financeira com os bancos, consiste em integrar o

contas a receber e o contas a pagar. No contas a receber, o cedente disponibiliza informações

solicitadas através de formulários; depois, é enviada ao banco uma carta-modelo para a

abertura de relacionamento, por meio da qual se autoriza o tráfego de arquivos pela Nexxera.

A partir disso, o banco gera demanda para abertura de relacionamento com a Nexxera, e a

empresa envia arquivos ou gera boletos de cobranças para receber retorno do banco. No

contas a pagar, o processo é o mesmo, mas é o pagador que disponibiliza as informações

solicitadas através dos formulários e envia a carta-modelo ao banco.

A quarta etapa, que é o cadastramento nas aplicações, é a parte em que são

cadastrados e implantados os serviços que englobam o AEN, e os contratados pela empresa

SUPERCON, como a cobrança eletrônica, o pagamento eletrônico, a varredura eletrônica,

nexxcash bank e o pedido eletrônico. Basicamente, primeiro se faz o cadastramento do

pagador ou cedente no módulo do serviço, e a importação das informações para o sistema;

depois, gera-se a primeira remessa de arquivos para homologação, que são enviados ao banco

e, depois, ao HubTPF

5FPT.

A quinta etapa – treinamento local feito na empresa Hub, isto é, na SUPERCON, de

forma presencial –, presta-se a demonstrar as funcionalidades e os benefícios dos serviços. O

treinamento é dividido nos seguintes tópicos: breve visão geral do Ambiente Eletrônico de

TP

5PT Empresa central da cadeia de valor.

75

Negócios; funcionalidades de operação da cobrança eletrônica, do pagamento eletrônico, da

varredura eletrônica, do nexxcash bank e do pedido eletrônico.

Dessa forma, a empresa SUPERCON passa a ter um ambiente unificado, totalmente

automatizado e integrado. Deixa, assim, de ter vários meios de comunicação com sua cadeia

de valor, haja vista ser uma parte automatizada ou nenhuma, o que possibilita a transparência

e a agilidade com todos os componentes de sua cadeia. Assim, apresenta-se, a seguir, uma

figura que ilustra o antes e depois da implantação da solução.

Figuras 11 – Modelo Tradicional Fonte: Nexxera (2007).

76

Figuras 12 – Ambiente Eletrônico de Negócio Fonte: Nexxera (2007).

Enfatiza-se que a implantação ocorre da forma mais suave e rápida possível, uma vez

que se respeita o tempo de cada empresa, mas com o compromisso de ambas as partes não

medirem esforços no sentido de abreviar o tempo necessário e cumprir à risca o cronograma

acordado entre si.

4.6 RESULTADOS POSITIVOS PARA A SUPERCON COM O AEN

Com a utilização das funcionalidades do Ambiente Eletrônico de Negócios, a

Empresa SUPERCON passa a dispor de uma solução segura, totalmente via WEB, com

diversos benefícios e resultados. Destacam-se, dentre eles:

77

a) a automação das remessas e retornos de arquivos a partir do próprio ERP da

SUPERCON, sem necessidade de a empresa gerar layouts específicos de arquivos

por banco integrado ou de utilizar os Internet Bankings para a operacionalização

de pagamentos, cobranças, extratos e outras operações financeiras;

b) a redução de riscos e fraudes na operacionalização de processos financeiros, como

pagamentos e cobranças, e mercantis, como pedidos e notas fiscais, em

atendimento às exigências da Sarbanes-Oxley, com mecanismos de auditoria e

segurança;

c) o gerenciamento das cobranças geradas, como remessa e retorno de cobranças em

carteira, pendentes, emitidas, liquidadas, etc., com possibilidade de: emissão de

segunda via pelos clientes – com recálculo de juros opcional – a partir do site da

SUPERCON, envio de boletos por e-mail. Isso permite obter-se gerenciamento da

cobrança, agilidade no envio, segurança na remessa e automatização do processo

de cobrança;

d) a agilidade no processo de captura das cobranças emitidas contra a SUPERCON,

especialmente por realizar-se a varredura das cobranças com registro na rede

bancária e das cobranças registradas no Ambiente Eletrônico de Negócios, bem

como a sua importação nos formatos de leitura do ERP da empresa. Eliminam-se,

assim, processos manuais de digitação, riscos de erro e de fraude no recebimento

de boletos falsos. Isso possibilita, ainda, 100% de varredura nas cobranças

emitidas por fornecedores contra a SUPERCON;

e) a agilidade no processo de captura dos compromissos, como notas fiscais, emitidos

pelos fornecedores contra a SUPERCON, ao realizar a varredura desses

compromissos junto aos fornecedores antes mesmo da recepção da mercadoria e

dos documentos em papel, o que permite que a SUPERCON reconheça, aprove e

publique as notas ficais reconhecidas;

f) a autonomia para realizar eventuais ajustes nos valores aos fornecedores, na forma

de alegações do cliente/sacado, tais como: descontos, deduções, devolução de

mercadorias, custos de marketing, dentre outros, conforme a política comercial da

empresa;

g) a automatização da conciliação dos compromissos, como notas fiscais,

reconhecidos e aprovados com os títulos de cobranças recebidos;

h) a geração automática da agenda de pagamentos, com base nos boletos conciliados

com as notas fiscais aprovadas;

78

i) a geração automática de relatórios diários das conciliações pendentes/em aberto e

dos documentos conciliados, remetidos aos e-mails designados pela SUPERCON;

j) a flexibilidade e mobilidade na autorização dos pagamentos a partir de ambiente

WEB seguro, com possibilidade de múltiplos autorizadores e perfis de alçadas

definidos pela SUPERCON , multibancos, o que possibilita controle com agilidade

na liberação de pagamentos a fornecedores e folha de pagamentos;

k) a redução de ligações telefônicas de fornecedores com a disponibilização das

informações sobre os pagamentos agendados na rede bancária, ou com as

informações das autorizações de pagamentos das notas ficais;

l) a publicação do contas a pagar da empresa aos fornecedores cadastrados no

sistema, o que possibilita operações de antecipação de recebíveis a partir dos

compromissos, como notas ficais, reconhecidos pela SUPERCON, visualização

pelo fornecedor dos agendamentos de pagamentos a seu favor;

m) a possibilidade de ganhos financeiros para a SUPERCON através do acesso de

bancos conveniados com a empresa às notas fiscais publicadas, com a finalidade

de oferta da antecipação de recebíveis aos fornecedores, ou através do acesso dos

fornecedores da empresa às notas fiscais publicadas, com a finalidade de

demandarem uma oferta dos bancos conveniados;

n) a automatização com ganho de tempo na captura e na importação de extratos

bancários e a formação de uma base de dados para a consulta de extratos

consolidados por CNPJ, banco, conta corrente e período;

o) a integração mercantil completa com clientes e fornecedores, que possibilita a

troca de documentos mercantis, tais como notas fiscais, pedidos, dentre outros,

automatiza os processos a partir dos documentos eletrônicos gerados pelos ERPs.

Isso se dá com a tradução de layout de arquivos ou a disponibilização de interfaces

padronizadas para a digitação e acompanhamento dos status dos pedidos, notas

fiscais e outros documentos eletrônicos intercambiados dentro da cadeia de valor

da SUPERCON;

p) a completa linha de soluções em constante evolução, que permitirá a evolução dos

processos da SUPERCON com vistas a maior controle, gerenciamento,

automatização de operações e crescente integração e extensão dos benefícios a sua

cadeia produtiva – clientes e fornecedores;

q) a economia nas operações e a contribuição ecológica. Considerando os gastos

anteriormente apresentados, pode-se verificar que o custo nas operações com

79

clientes e fornecedores obteve uma significativa redução. Foram repassados aos

fornecedores os valores referentes ao uso da conexão compartilhada com o sistema

da SUPERCON, no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) por fornecedor. Os valores

devidos pela SUPERCON à Nexxera ficaram em R$ 23.697,83 (vinte e três mil

seiscentos e noventa e sete reais e oitenta e três centavos). Assim, observa-se, nas

tabelas a seguir, que, nos quatro primeiros meses de aplicação do AEN, a

SUPERCON já atingiu o equilíbrio, ou seja, o novo sistema pagou seu custo

inicial. Apresentou, ainda, uma significativa contribuição para a redução de gás

carbônico, o que a coloca dentre as empresas que contribuem para o programa de

emissão de carbono zero.

Quadro 7 – Sistema de cálculo – ROI

Fonte: Nexxera (2008).

80

Quadro 8 – Proposta financeira do projeto

Fonte: Nexxera (2008).

Com a implantação do AEN na empresa SUPERCON, é possível observar a melhoria

de seu desempenho em relação ao passado, uma vez que se percebe, principalmente, a grande

redução de custos, desde tarifas bancárias e interbancárias, até as de correio. Além dessas,

outras, como redução da utilização de papéis, de impressão, tornam-na uma empresa

ecologicamente mais correta. Há, também, agilidade nos processos, como diminuição de

tempo e de pessoal alocado nessa função; segurança e menor risco de erros; ganho na

produtividade; ampliação de mercado, pois, eletronicamente, não há distância, etc.

Destaca-se, ainda, que o sistema eletrônico do AEN permite que a evolução seja

constante e torne o processo mais ágil, haja vista muitos documentos fiscais, financeiros e

81

contábeis ainda serem muito burocráticos e em papel, o que não facilita a agilidade; antes,

favorece o atraso em muitos processos brasileiros e mundiais.

Com o lançamento da Nota Fiscal eletrônica em São Paulo, no ano de 2006, a qual se

expandiu para outras regiões, o mercado se tornou mais aberto para sistemas de gestão

eletrônica, o que permitiu que outros sistemas financeiros entrassem, em conjunto à NFe, para

agregar valor e facilitar o gerenciamento.

Esse serviço oferecido pela Nexxera permite que haja grandes reduções de custos e,

futuramente, de acordo com a mudança da cultura empresarial, por exemplo, a nota fiscal

pode tornar-se o meio de pagamentos e cobranças. Assim, eliminam-se a tarifa bancária e a

interbancária. Para que isso aconteça, a cultura brasileira e mundial precisa ser mudada, pois a

autenticação de documentos vai ser totalmente Web, e assim serão os pagamentos e as

cobranças.

Conhecendo o fluxo financeiro e a declaração eletrônica das obrigações entre as

empresas, é possível estabelecer garantias e reduzir drasticamente o risco, bem como tornar o

crédito muito barato e acessível. Com isso, ampliam-se as ofertas de crédito, as instituições

financeiras passam a dispor de muito mais dinheiro, a economia se fortalece e, com ela, as

empresas, a geração de emprego e o crescimento do País.

82

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o estudo realizado, foi possível entender e aprimorar o conceito de logística

financeira e os componentes necessários à realização desse processo. Percebeu-se, ainda, que

a tecnologia é fundamental para a evolução da área de finanças, a fim de que haja integração

entre micro, pequenas, médias e grandes empresas. Cabe salientar, também, que os objetivos

previamente estabelecidos foram plenamente atingidos, conforme se antevê nos resultados

apresentados na seção 5.5 – Resultados positivos para a Supercon com o AEN.

Ao fazerem com que a cadeia de valor de uma empresa possa se comunicar com seu

cliente, mesmo o pequeno fornecedor com seu grande cliente, os sistemas financeiros

ganham, cada vez mais, espaço dentro do mercado brasileiro e mundial, desde a mudança de

paradigmas até a evolução de conceitos.

Apesar das limitações do trabalho, em função de informações sigilosas que não

puderam ser divulgadas, as quais não prejudicaram seu desenvolvimento, da evolução

tecnológica no tempo, como mudanças de meio de comunicação, produtos mais avançados e

cada vez mais compilados, robustos e com mais conteúdo, este estudo mostrou o que ainda

pode ser feito para tornar as empresas mais dinâmicas. Demonstrou, também, em que medida

elas podem evoluir para que o mercado esteja, cada vez mais, preparado e unificado. Isso

permite, com efeito, que as relações comerciais não tenham mais fronteiras.

A evolução deste estudo é, de fato, constante. Este deve ser aprimorado dia a dia, a

fim de acompanhar a evolução tecnológica, financeira e logística, como também conceitos

novos de mercado. No início deste estudo, já se descrevia uma tendência nova no mercado;

com a evolução do tempo e do desenvolvimento do trabalho, essa tendência ganhou cada vez

mais atributos, valor, novas conotações e funções. Na ocasião, as empresas só se integravam

via Web e, hoje, elas já se integram via celular. Dessa forma, o estudo aqui realizado não se

esgota; exatamente por isso, propõe-se que se continue a pesquisar nessa área que apresenta,

ainda, tantas possibilidades.

Ainda para a empresa, segue a sugestão de que trabalhos científicos são primordiais

para a criação de conceitos e para dar maior conhecimento teórico ao que está sendo

desenvolvido. O investimento em trabalhos desse porte é interessante para que a empresa

tenha um conhecimento intelectual. Isso é fundamental para a evolução e o desenvolvimento

de novas soluções, as quais podem, ainda, ser tratadas como uma estratégia de business

83

inteligence, por meio da qual podem ser mapeados todos os caminhos e conhecimentos para

que estratégias possam ser desenvolvidas.

Os objetivos deste estudo foram alcançados, pois registra as etapas dos processos

existentes entre empresas, a tecnologia, as finanças e a logística, e traduz, para o mercado, um

novo conceito financeiro-tecnológico. Permitirá, ainda, que, nos estudos que virão pela frente,

este assunto, de fato, evolua e que, acima de tudo, aprimorem-se os processos logísticos

dentro de uma cadeia de valor com a evolução da tecnologia brasileira.

Como sugestão, acredita-se ser importante a criação de uma ou mais ferramentas de

varredura de informações, que venham a fornecer dados mais precisos sobre empresas e

pessoas que atuam no mercado financeiro, a fim de buscar informações em instituições como

o SERASA, SPC, Cartórios, Instituições Financeiras entre outras, para que se tenha maior

segurança nas operações e se facilite o crédito, o que agiliza o mercado financeiro. Dessa

forma, incrementa o crescimento da produção, gera mais demanda, “azeitando” o mecanismo

de oferta e procura. Propicia, assim, um maior desenvolvimento do nosso país.

84

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87

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88

ANEXOS

89

ANEXO A – Cronograma

# CRONOGRAMA

DE EXECUÇÃO

Mês

1

Mês

2

Mês

3

Mês

4

Mês

5

Mês

6

Mês

7

Mês

8

Mês

9

Mês

10

Mês

11

Mês

12

1

Aprofundamento

do referencial

teórico

2 Levantamento dos

dados secundários

3

Elaboração do

roteiro das

entrevistas

4 Realização das

entrevistas

5

Estruturação dos

dados obtidos

(análise de

conteúdo)

6 Análise dos

resultados

7 Redação final

8

Apresentar a

Dissertação para a

banca examinadora

90

ANEXO B – Nexxera: entrevista inicial.

CONTAS A RECEBER

Quantidade média no mês de boletos de cobrança:

Quantidade de clientes:

Pelo Banco:

Pela Empresa: Os boletos de cobrança são impressos:

Pela Gráfica

Com Registro: Quanto à modalidade de cobrança, qual o percentual por modalidade: Sem Registro:

E.R.P? Qual?

Internet Bank? A gestão informatizada das contas a receber é feita por:

Outro Sistema?

Quanto às despesas de cobrança, qual o valor mensal gasto com:

Com gráfica e/ou impressão dos boletos: R$

Com a entrega dos boletos aos clientes (correios, etc):

R$

Com AR – Aviso de recebimento pelos R$

INFORMAÇÕES CADASTRAIS

Nome Fantasia:

Razão Social:

CNPJ / MF:

Inscrição Estadual:

Rua:

Bairro:

Cidade:

Endereço:

C.E.P.:

Telefones/Fax:

Nome:

Cargo:

Telefones: Contatos:

E-mail:

Têm filiais

Site da empresa:

№ de Funcionários:

91

correios:

Com tarifas bancárias por título: R$

Com tarifas interbancárias por título: R$

Quais os bancos com que a empresa possui convênio para cobrança?

Quais as necessidades da empresa em relação às Contas a Receber?

CARTÕES

Quantidades de transações/mês (aprox.):

Quantidade de operadoras:

Recebe arquivos eletrônicos das operadoras? SIM NÃO

CONTAS A PAGAR

Quantidade média de pagamentos no mês:

Quantidade de fornecedores:

Quanto às despesas de pagamento, qual o valor mensal gasto com:

TED Qtde/Mês: R$

DOC Qtde/Mês: R$

BOLETO Qtde/Mês: R$

CREDITO EM CONTA Qtde/Mês: R$

OUTROS Qtde/Mês: R$

De que forma a empresa IMPLANTA seus títulos para pagamento escritural:

Recebe os títulos em papel e os digita em seu E.R.P.

Recebe os títulos em papel e os importa em seu E.R.P. através de leitora ótica.

Recebe os títulos através de arquivos de varredura e os importa em seu E.R.P.

Utiliza apenas o Internet Bank.

De que forma a empresa GERA e ENVIA ao BANCO seus títulos para pagamento escritural:

Gera os arquivos de remessa através de seu E.R.P. e envia através do Internet Bank.

Gera os arquivos de remessa através de seu E.R.P. e envia através de uma

92

VAN.

Utiliza apenas o Internet Bank.

Não realiza pagamento escritural.

De que forma a empresa faz a AUTORIZAÇÃO dos PAGAMENTOS para os títulos já enviados ao banco:

A autorização é feita através do E.R.P.

A autorização é feita através do Internet Bank

A empresa envia os títulos já autorizados

Outras formas de autorização

E.R.P? Qual?

Internet Bank? A gestão informatizada das contas a pagar é feita por:

Outro Sistema?

Os fornecedores costumam solicitar antecipação de recebíveis? (%)

Os fornecedores costumam ligar para confirmar o pagamento?

Quais os bancos com que a empresa possui convênio para fazer pagamentos:

Quais as necessidades da empresa em relação às Contas a Pagar?

TESOURARIA

A empresa administra quantas contas correntes?

Como a empresa captura os extratos bancários?

Captura por meio de arquivos eletrônicos através de uma VAN.

Captura por meio de arquivos eletrônicos através do Internet Bank.

Imprime os extratos através do Internet Bank.

Outros meios.

CUSTOS Quantas Pessoas Tempo Gasto (diário)

Para capturar os extratos:

Para conciliar os extratos:

Para consolidar os extratos:

Quais os bancos com que a empresa mantém contas correntes:

93

MERCANTIL

Quantidade de Ordens de Compra/mês

Quantidade de Notas Fiscais de Entrada/mês

Volume de Vendas/mês

Quantidade de Itens – Insumos Produtivos – (aprox)

Quantidade de Fornecedores Ativos

Quantidade de Fornecedores (Pelo menos 1 ordem de compra/mês

Fax

E-mail

Forma de Envio dos Pedidos /OCs:

Telefone

Fax

E-mail Forma de Follow-up dos Pedidos /OCs:

Telefone

Quantidade Média de Recebimentos/dia (Cargas/Caminhões)

Quantidade Títulos Emitidos e Postados pela Empresa

Tempo do Funcionário

Salário desse Funcionário

Quantidade de Segundas-vias de Pedidos Enviadas por Fax ou E-mail

Custo da Ligação

Divergências entre o pedido de compra e as notas fiscais (mês)

CUSTOS Quantas Pessoas

Tempo Gasto (diário)

Para registro de entrada das notas:

Para emitir/postar títulos:

Ligações:

Frete:

94

ANEXO C – Tabela de Sistema de Vendas

Fonte: Nexxera (2007).

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