universidade do vale do itajaÍ eduardo farias estudo …siaibib01.univali.br/pdf/eduardo...

73
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO DO PERFIL E INTERESSES DE ATRATIVOS DOS FREQÜENTADORES DE HOTÉIS FAZENDA E POUSADAS RURAIS DO PLANALTO SERRANO Balneário Camboriú 2009

Upload: others

Post on 13-Jun-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

EDUARDO FARIAS

ESTUDO DO PERFIL E INTERESSES DE ATRATIVOS DOS FREQÜENTADORES

DE HOTÉIS FAZENDA E POUSADAS RURAIS DO PLANALTO SERRANO

Balneário Camboriú

2009

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

2

EDUARDO FARIAS

ESTUDO DO PERFIL E INTERESSES DE ATRATIVOS DOS FREQÜENTADORES

DE HOTÉIS FAZENDA E POUSADAS RURAIS DO PLANALTO SERRANO

Balneário Camboriú

2009

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. MSc. Márcio Daniel Kiesel

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

3

EDUARDO FARIAS

ESTUDO DO PERFIL E INTERESSES DE ATRATIVOS DOS FREQÜENTADORES

DE HOTÉIS FAZENDA E POUSADAS RURAIS DO PLANALTO SERRANO

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Marketing da Universidade

do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Marketing

Balneário Camboriú, 30 de Junho de 2009.

_________________________________

Prof. MSc. Márcio Daniel Kiesel

Orientador

___________________________________

Prof. MSc. Lorena Schröder

Avaliadora

___________________________________

Prof. MSc. Laércio Antônio Braggio

Avaliador

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

4

EQUIPE TÉCNICA

Estagiário: Eduardo Farias

Área de Estágio: Administração com ênfase em Marketing

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Sebastião Eliseu Rosa de Farias

Professor orientador: Márcio Daniel Kiesel

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

5

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Gralha Azul Empreendimentos Turísticos Ltda Me.

Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

Alta, Estado: Santa Catarina, CEP: 88550-000

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Marketing

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Sebastião Eliseu Rosa De Farias

Carimbo do CNPJ da Empresa:

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

6

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 30 de junho de 2009.

A Empresa Gralha Azul Empreendimentos Turísticos Ltda Me, pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os

dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pelo acadêmico Eduardo Farias.

___________________________________

Responsável pela Empresa

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

7

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

trajetória.

A minha família, em especial, aos meus pais Eliseu e Mariza pela paciência, apoio e

incentivo.

A minha namorada Daiana que de forma especial e carinhosa me deu força e

coragem, me apoiando nos momentos difíceis.

Ao Professor Márcio Daniel Kiesel pela sua orientação e seu apoio para a

elaboração deste trabalho.

Em especial aos professores Laércio Antônio Braggio e Lorena Schröder por

fazerem parte da minha banca.

A todos os professores pelas contribuições dadas ao longo do curso.

Aos meus colegas que ao longo do curso dividiram momentos agradáveis.

E a todos que de alguma maneira contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

8

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho é identificar o perfil e interesses de atrativos dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais do planalto serrano. Com relação aos aspectos metodológicos esta pesquisa caracteriza-se como descritiva de abordagem qualitativa quantitativa. Os dados foram coletados através de um questionário estruturado e adaptado a realidade da pesquisa, com questões fechadas de múltipla escolha e espaço para sugestões em algumas questões. Os questionários foram aplicados aos freqüentadores da Pousada Rurais SESC, do Hotel Fazenda Boqueirão, Hotel Fazenda Pedras Brancas e Hotel Fazendo do Barreiro. Quanto ao perfil foi possível identificar que são homens casados com idade entre 25 e 40 anos com alto nível escolar, sendo a grande maioria empresários com renda mensal de 5 a 8 salários. Como interesses e preferências destacaram-se o lazer, a tranqüilidade do campo, o atendimento, a gastronomia e os aspectos naturais. Desta forma foi possível responder aos objetivos específicos do presente trabalho.

Palavras-chave: Marketing. Comportamento do consumidor. Turismo rural.

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

9

ABSTRACT

The general objective of this work is to identify the profile of attractions and interests of visitors to hotels and inns rural farm the plateau mountain. With regard to this research methodology is characterized as descriptive of a qualitative - quantitative approach. Data were collected through a structured and adapted to the reality of research, with questions of multiple choice and closed space for suggestions on some issues. The questionnaires were applied to attend the Pousada Rural Sesc, Hotel Fazenda Boqueirão, Hotel Fazenda Pedras Brancas and Hotel Fazenda of Barreiro. As the profile could be identified that are married men aged between 25 and 40 years with high school, and most business executive with income from 5 to 8 salaries. As interests and preferences of such entertainment, the tranquility of the countryside, the service, the food and natural aspects. So it was possible to meet the specific objectives of this work.

Keywords: Marketing. Consumer behavior. Rural tourism.

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização do município de Ponte Alta em Santa Catarina........ 17

Figura 2 Pousada rural Gralha Azul........................................................... 18

Figura 3 Os 4 P‟s do mix de marketing ...................................................... 22

Figura 4 Sistema de Pesquisa de Marketing.............................................. 26

Figura 5 O processo de pesquisa de marketing......................................... 28

Figura 6 Modelo de comportamento de compra......................................... 30

Figura 7 Hierarquia das necessidades de Maslow .................................... 33

Figura 8 Processo decisório do cliente ...................................................... 37

Figura 9 Sexo ............................................................................................ 50

Figura 10 Estado civil .................................................................................. 51

Figura 11 Faixa etária .................................................................................. 51

Figura 12 Grau de escolaridade .................................................................. 52

Figura 13 Profissão e/ou ocupação ............................................................. 53

Figura 14 Nível de renda ............................................................................. 53

Figura 15 Cidade de procedência ................................................................ 54

Figura 16 Grupo que respondente viaja ...................................................... 55

Figura 17 Mês (s) que freqüenta hotel fazenda / pousada rural .................. 55

Figura 18 Motivo que trouxe respondente ao estabelecimento ................... 56

Figura 19 Influenciador na escolha do hotel fazenda / pousada rural ....... 57

Figura 20 Meio de propaganda que influenciou........................................... 57

Figura 21 Forma que foi realizado a reserva ............................................... 58

Figura 22 O que mais atrai em um hotel fazenda / pousada rural ............... 59

Figura 23 Fatores que julga importante para ser oferecido ......................... 60

Figura 24 O que agradou em relação ao estabelecimento........................... 61

Figura 25 Ponto negativo percebido no estabelecimento ............................ 62

Figura 26 Pontos negativos ......................................................................... 62

Figura 27 Quantidade de hospedagem em hotel fazenda / pousada rural . 63

Figura 28 Nível de satisfação alcançado na 1° hospedagem...................... 64

Figura 29 Continuará á freqüentar hotel fazenda / pousada rural ............... 64

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Princípios fundamentais do turismo rural .......................................... 43

Quadro 2 Classificação para turismo rural - relacionado a patrimônio cultural . 44

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14

1.1 Tema......................................................................................................... 15

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 15

1.3 Objetivos geral............ ............................................................................. 15

1.3.1 Objetivos específicos................................................................................ 15

1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 16

1.5 Contexto do ambiente de estágio ............................................................ 16

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 19

2.1 Marketing ................................................................................................. 19

2.2 Composto de marketing............................................................................ 21

2.3 Pesquisa de marketing............................................................................. 25

2.4 Comportamento do consumidor............................................................... 29

2.4.1 Influências do comportamento do consumidor......................................... 31

2.4.1.1 Influências culturais.................................................................................. 31

2.4.1.2 Influências sociais..................................................................................... 32

2.4.1.3 Influências psicológicas........................................................................... 33

2.5 Papéis do consumidor.............................................................................. 35

2.6 Processo decisório................................................................................... 36

2.6.1 Reconhecimento das necessidades......................................................... 37

2.6.2 Busca de informações.............................................................................. 38

2.6.3 Avaliação de alternativas.......................................................................... 39

2.6.4 Decisão de compra................................................................................... 39

2.6.5 Comportamento pós-compra.................................................................... 39

2.7 Definições do Turismo.............................................................................. 40

2.8 Turismo Rural........................................................................................... 41

2.9 Marketing de Turismo............................................................................... 45

3

METODOLOGIA CIENTÍFICA .................................................................

47

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 47

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 48

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

13

3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 48

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 49

3.5 Limitações da pesquisa .............................................................................. 49

4

RESULTADOS ........................................................................................

50

4.1 Apresentação e análise dos dados .......................................................... 50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 66

5.1 Sugestões de trabalhos futuros...................................................................

68

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 69

APÊNDICE.................................................................................................. 72

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

14

1 INTRODUÇÃO

Diante da grande movimentação de grandes cidades, as pessoas do meio

urbano procuram cada vez mais escapar do cotidiano agitado buscando novas

opções devido ao desgaste dos roteiros tradicionais, como praias e cidades com

noites badaladas. Estas buscam no meio rural uma melhor qualidade de vida através

do contato com experiências e modos de vida tradicionalista, costumes e formas de

produção das populações do interior, reencontrar suas raízes, conviver com a

natureza.

Com a globalização e evolução de técnicas e equipamentos no meio rural, as

atividades agropecuárias vêm enfrentando problemas e sofrendo desvalorização,

assim surge a necessidade de novas fontes de renda.

A sociedade começa a valorizar a importância ambiental, o valor da

manutenção da paisagem rural, tornando símbolos de sustentabilidade as florestas,

os rios e a fauna para o futuro de todo o planeta.

Nessas circunstâncias, o modo de vida e o surgimento de novas funções

econômicas, sociais e ambientais no espaço rural estão sendo revalorizados. O

agricultor tem de diversificar sua fonte de renda e agregar valor aos seus produtos e

descobre a possibilidade de desenvolvimento de atividades não-agrícolas, de modo

a garantir sua permanência no campo.

O meio rural brasileiro tem passado por profundas transformações nas duas

últimas décadas, contribuindo para que ele não seja mais considerado apenas

agrícola. A identificação do rural com o agrícola perdeu o sentido quando muitas

atividades tipicamente urbanas passaram a ser desenvolvidas no meio rural,

geralmente em complemento às atividades agrícolas.

Esses aspectos têm sido decisivos para o crescimento da atividade turística

no meio rural já que o turismo tem caráter transversal, dinâmico e global capaz de

interferir nas várias dimensões que afetam os processos de desenvolvimento de

modo geral. Dessa interação dos setores, atividades e território institucionalizou-se o

segmento denominado Turismo Rural segundo o Ministério do Turismo (2003).

O turismo no meio rural constitui-se numa forma de valorização do território,

pois, ao mesmo tempo, contribui para a proteção do meio ambiente e para a

conservação do patrimônio natural, histórico e cultural do meio rural. Constitui-se em

um instrumento de estímulo à gestão e ao uso sustentável do espaço local, que

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

15

devem beneficiar prioritariamente a população local direta e indiretamente envolvida

com as atividades turísticas.

Os empresários que atuam no meio rural devido ao fato do crescimento deste

setor, vêem a necessidade de utilizar as ferramentas de marketing, que ajudam a

desenvolver seu trabalho com competitividade e diferencial no mercado que atuam.

1.1 Tema

O tema proposto neste trabalho trata do estudo do perfil e interesses dos

freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais, os quais procuram estas áreas

para fugir do dia-a-dia agitado das grandes cidades. Essa atividade turística, o

turismo rural, traz benefícios para a comunidade local, através da oferta de

empregos, valorização cultural, e preservação do meio ambiente.

1.2 Problema

Qual o perfil e interesses de atrativos dos freqüentadores de hotéis fazenda e

pousadas rurais do planalto serrano?

1.3 Objetivo Geral

Identificar o perfil e interesses de atrativos dos freqüentadores de hotéis

fazenda e pousadas rurais do planalto serrano.

1.3.1 Objetivos Específicos

Identificar o perfil dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais do

planalto serrano;

Identificar os interesses de atrativos dos freqüentadores de hotéis fazenda e

pousadas rurais do planalto serrano;

Analisar as preferências dos freqüentadores em relação aos hotéis fazenda e

pousadas rurais do planalto serrano.

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

16

1.4 Justificativa

Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas deixaram

de competir localmente para competir globalmente, entender e prever o

comportamento dos consumidores torna-se uma obrigação para a sobrevivência de

qualquer negócio.

A motivação principal para a realização deste estudo decorre dessa

necessidade cada vez maior de conhecer e entender melhor os

consumidores/clientes.

A compreensão do comportamento dos consumidores auxilia as empresas na

definição de suas estratégias mercadológicas, a fim de ofertar ao mercado produtos

e serviços que satisfaçam seus clientes.

As ferramentas de Marketing indicam como a empresa pode conseguir disputar

o mercado com seus concorrentes para construir um diferencial competitivo, criando

valor para seus consumidores/clientes.

Deste modo este trabalho busca oferecer contribuição para o incremento na

aplicação das ferramentas de marketing na gestão da Pousada Rural Gralha Azul.

A pesquisa também colabora agregando conhecimento científico com

aplicação de uma base teórica sobre o comportamento do consumidor, trazendo

benefícios não só para a empresa e para o acadêmico, mas também para a

instituição de ensino que terá em seu acervo, disponibilizando para os acadêmicos e

docentes a experiência adquirida e a importante possibilidade de estar conciliando a

teoria com a prática vivenciada.

1.5 Contexto do ambiente de estágio

Em 07 de fevereiro de 2004 foi fundado pela família Farias, a Pousada Rural

Gralha Azul que está localizada na cidade de Ponte Alta do Sul em Santa Catarina,

a 45km da cidade de Lages e 25km da cidade de Curitibanos. A propriedade possui

uma área de 330 mil m², com açudes, riachos, mata preservada, e toda infra-

estrutura necessária para realizar a atividade do turismo rural.

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

17

Figura 01: Localização do município de Ponte Alta em Santa Catarina Fonte: Disponível em 03 de novembro de 2008 < vo.wikipedia.org/wiki/Ponte_Alta >

A Pousada Rural Gralha Azul oferece aos seus clientes oito suítes

conjugadas confortáveis com equipamentos novos como: TV, DVD, frigobar e

ventiladores e camas Box, com capacidade de 44 pessoas por fim de semana, com

a gastronomia típica da serra catarinense, e para o lazer dos clientes duas piscinas,

sendo uma térmica, salão de jogos, churrasqueira, fogo de chão com roda de

chimarrão, biblioteca, sala de estar com lareira, sala de TV e vídeo, vídeokê,

quadras de vôlei, futebol e peteca, playground, pescaria, cavalgadas, trilhas

ecológicas, bicicletas para passeio, grutas, passeio até as cachoeiras.

A pousada tem toda estrutura necessária para reuniões e convenções, com

salas equipadas com áudio e vídeo.

A pousada emprega aproximadamente 12 pessoas, sendo estes treinados e

capacitados com o auxilio da Epagri, que buscam uma renda extra para melhorar

sua qualidade de vida e valorizar sua região.

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

18

Figura 02: Pousada Gralha Azul Fonte: Acervo pesquisador

1.6 Organização do trabalho

Na primeira parte do trabalho é apresentada a introdução, com assuntos

contidos no trabalho, o problema, objetivos, a justificativa e a identificação da

empresa Gralha Azul Empreendimentos Turísticos Ltda.

Na segunda parte, na fundamentação teórica será abordada os seguintes

temas: conceitos de marketing, pesquisa de marketing, comportamento do

consumidor, turismo, turismo rural e marketing de turismo.

Na última parte do trabalho serão apresentados os resultados obtidos com a

pesquisa de campo, como também a análise dos resultados e as considerações

finais.

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

19

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, são abordados os fundamentos científicos necessários para

alcançar os objetivos propostos nesta pesquisa. Os temas abordados serão os

seguintes: conceitos de marketing, pesquisa de marketing, comportamento do

consumidor, turismo, turismo rural e marketing de turismo.

2.1 Marketing

São inúmeros os conceitos de marketing e a cada dia que passa surge novas

interpretações, estando em constante modificação, adaptação e aperfeiçoamento.

Muitas pessoas pensam em marketing apenas como vendas e propaganda,

entretanto essas ferramentas constituem apenas uma parte do marketing.

O marketing aborda outras ferramentas menos visíveis, como o estudo, a

criação, a localização, a distribuição e a definição do preço de venda dos produtos

ou serviços, treinamento e capacitação dos funcionários, pesquisa de marketing,

comportamento do consumidor entre outros.

De acordo com a American Marketing Association, “marketing é o processo de

planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e

distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais”. Bennett (1995, apud CHURCHILL; PETER, 2000 p.4)

Sandhusen (1998, p. 8) define marketing de modo semelhante à AMA, o qual

diz que “é o processo de planejar a concepção, o preço, a promoção e a distribuição

de bens e serviços para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e

organizacionais”.

Entende-se que o marketing engloba todo o conjunto de atividades de

planejamento, concepção e concretização, que visam a satisfação das necessidades

dos clientes, atuais e futuras, através de produtos e/ou serviços já exitentes ou

novos.

Segundo os autores Kotler e Armstrong (2003, p.3), “entender, criar,

comunicar e proporcionar ao cliente valor e satisfação é essencial para o

pensamento e a prática do marketing. Uma definição bem simples para o marketing,

é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício”.

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

20

Na concepção de Las Casas (2001, p.26) marketing é:

A área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade.

De acordo com Cobra (1997, p. 23) a Ohio State University definiu marketing

como “o processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens

econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção,

promoção, troca e distribuição física de bens e serviços”.

Segundo os autores Boone e Kurtz (1998, p.9) o conceito de marketing é uma

orientação de toda a empresa para o consumidor, com o objetivo de obter sucesso

de longo prazo. Tem como palavras-chave, “orientação total da empresa para o

consumidor”.

Rocha e Christensen (1999, p.15) afirmam que:

Marketing é uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização e demandas específicas do mercado, utilizando como ferramenta um conjunto de princípios e técnicas. Pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e a demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais. É ainda, uma orientação para a administração, uma filosofia, uma visão. Essa orientação reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor, atendendo as suas necessidades, levando em conta seu bem estar a longo prazo, respeitadas as exigências e limitações impostas pela sociedade e atendidas as necessidades de sobrevivência e continuidade da organização.

Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de

pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e

livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER ; KELLER,

2006, p.776).

É necessário conhecer as necessidades da sociedade para criar ou manter o

melhor produto e serviço para supri-las. Conhecer o mercado e identificar as

oportunidades, estimular o interesse sobre um determinado produto, avaliar as

forças dos concorrentes e calcular qual será a demanda do produto de uma empresa

faz parte das práticas essenciais dos conceitos de marketing.

Para Murphy (2000) o conceito de marketing sustenta que a atividade de

negócios é o processo de criar um cliente satisfeito, resultando em lucros como

recompensa por conseguir este resultado. O produto não é um dado inflexível, mas

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

21

sim uma variável que muda com os desejos e as necessidades dos clientes que

estão cada dia mais exigentes.

O processo de marketing pode ser definido em micro, na empresa, ou em

macro, na sociedade, como afirma Sandhusen (1998, p.8).

No nível micro, o processo de marketing se define como: um sistema total de atividades de negócios que direciona o fluxo de bens e serviços dos produtores para os consumidores ou usuários a fim de satisfazê-los e realizar os objetivos da empresa. Já o nível macro do processo de marketing define como: o desenho de sistemas justos e eficientes para direcionar o fluxo de bens e serviços de uma economia, dos produtores aos consumidores.

Tendo os processos de marketing definidos, pode-se dizer que o marketing

em relação ao nível micro é um dos principais subsistemas na empresa, entre o de

contabilidade, finanças e produção. Já o estudo do marketing em nível macro

focaliza em alguns assuntos como a definição de um sistema de distribuição de bens

e serviços para todas as partes envolvidas, incluindo compradores, vendedores e

a sociedade como um todo (SANDHUSEN, 1998).

Nos conceitos apresentados pelos autores, entende-se que marketing é

entender a atender as necessidades e desejos dos clientes, de forma lucrativa para

a empresa.

Para que as empresas alcancem seus objetivos de marketing é necessário

que as mesmas utilizem o composto de marketing.

2.2 Composto de Marketing

Qualquer atividade realizada pelo administrador de marketing deverá ser

realizada com base no planejamento das quatro variáveis do composto de

Marketing: Produto, Preço, Praça, Promoção.

Essas variáveis são conhecidas também como mix de marketing, podendo

exigir maior ou menor ênfase dependendo do produto ou serviço comercializado.

O autor americano E. Jerome McCarthy desenvolveu um modo de simplificar

todos estes instrumentos, para facilitar a memorização, conhecido como 4 P´s de

marketing (LAS CASAS, 2001).

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

22

A criação dos 4 P´s proporciona para o mercado-alvo trocas satisfatórias para

ambas as partes, e para isso os administradores de marketing devem utilizar o

composto de marketing de forma integrada para obter resultados satisfatórios.

O composto de marketing, segundo Kotler (2000), é um conjunto de

ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir os objetivos do seu

planejamento estratégico, dentro de um mercado-alvo estabelecido. Essas

ferramentas, que são conhecidas como os 4 P´s.

Kotler e Armstrong (2003, p.47) definem o mix de marketing como “um

conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza

para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Consiste em tudo que a

empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto”.

Na figura 3, podem-se observar as ferramentas específicas para cada P,

estabelecida por Kotler:

Figura 03: Os 4 P’s do mix de marketing. Fonte: Kotler e Armstrong (2003, p.47)

- Produto: é primeiro P do composto de marketing, sem dúvidas é o elemento

principal. Seria difícil definir um sistema de distribuição, ou uma política de preço

sem ao menos conhecer o produto comercializado.

Las Casas (2001, p.167) explica que “tendo o produto como o principal objeto

das relações de troca para serem oferecidos para pessoas físicas ou jurídicas,

Clientes-alvo Posicionamento

Produtos Variedade Qualidade Desing Características Nome da marca Embalagem Serviços

Promoção Propaganda Vendas pessoais Promoção de vendas Relações públicas

Praça Canais Cobertura Locais Estoque Transporte Logística

Preço Lista de preço Descontos Subsídios Prazo de pagamento Condições de crédito

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

23

proporciona satisfação para ambas as partes, pode-se incluir como objeto de

marketing: serviços, lugares, personalidades, organizações e idéias”.

Para Cobra (1997, p.28) “um produto ou serviço é dito certo ao consumo

quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores-alvos”.

Segundo o autor um produto certo deve ter:

a) Qualidade e padronização – em termos de características, desempenhos e

acabamentos.

b) Modelos e tamanhos – que atendam às expectativas e necessidades

c) Configuração – a apresentação do produto em termos de apresentação

física, embalagem, marca e serviço.

Kotler (1999) explica que a base de qualquer negócio é um produto ou

serviço. O diferencial da empresa é um ponto muito importante no mercado se a

empresa tem algo diferente e melhor, o mercado-alvo pode preferi-lo e até mesmo

pague um preço mais alto por ele.

Cobra (2001) enfatiza que os produtos somente serão vendáveis se

possuírem benefícios suficientes que possam motivar os consumidores para a

compra.

- Preço: é o segundo P do composto de marketing, é o valor de troca de um

bem ou serviço. O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto do

produto ou serviço, as despesas variáveis e as despesas fixas proporcionais,

gerando no final do processo o lucro líquido adequado.

O preço não é o único custo incorrido pelo consumidor, existem outros custos

não-monetários embutidos no valor do produto, como oportunidade, conveniência e

risco.

Para Churchill e Peter (2000, p.314) “o preço é apenas parte do custo total

que os clientes desembolsam em uma troca, que também inclui o tempo e esforço

mental e comportamental”.

O preço desempenha dois papeis no composto de marketing, ele influencia na

compra e no lucro da comercialização.

Para se “definir um preço apropriado para um certo produto ou serviço, não

depende-se apenas do reconhecimento das necessidades de custo e lucro da

empresa como também os desejos e motivações dos públicos que irão avaliar o

preço, que são os clientes, os concorrentes, o governo e a própria empresa”.

(SEMENIK; BAMOSSY, 1995, p.352)

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

24

Para os autores McCarthy e Perrault (1997 p. 273) “o preço é uma das

principais variáveis controlada por um gerente de marketing. As decisões de preço

são de extrema importância, pois afetam o volume de vendas de uma empresa e seu

faturamento”.

- Praça: é o terceiro P do composto de marketing, pois além de ter um bom

produto e preços razoáveis os gerentes de marketing devem estar atentos para a

Praça (distribuição), ou seja, tornar bens e serviços disponíveis na quantidade certa,

no local certo e quando o consumidor desejar.

Distribuir bens e serviços envolve levar os produtos até os clientes de forma

eficiente e eficaz os profissionais de marketing devem tornar os produtos disponíveis

para os clientes, quando e onde eles querem comprá-los, a fim de criar trocas que

ofereçam valor”. (CHURCHILL e PETER 2000, p.368)

Segundo os autores Semenik e Bamossy (1995,p.541):

A importância da distribuição no processo de marketing resulta do fato de as atividades do canal contribuírem para a satisfação do cliente. Os participantes do canal de distribuição desenvolvem atividades bastante básicas que proporcionam utilidades de tempo, lugar e posse para os compradores.

Os canais distribuição desempenham um papel-chave na estratégia de

marketing pelo fato de proporcionarem os meios pelos quais os bens e serviços são

deslocados dos produtores até os consumidores finais. Os canais desempenham

quatro funções: facilitar o processo de troca, ajustar as discrepâncias na seleção de

bens e serviços, padronização das transações mercantis e facilitam o

comportamento de busca tanto dos compradores quanto dos vendedores (BOONE;

KURTZ, 1998).

- Promoção: é o último P do composto de marketing, o profissional de

marketing se utiliza desse elemento, para comunicar aos clientes sobre a qualidade

de seus produtos e serviços, antes mesmo de adquiri-los.

Para McCarthy e Perrault (1997, p.230) “promoção é a comunicação da

informação entre o vendedor e o comprador potencial ou outros do canal para

influenciar atitudes e comportamento”.

Os autores Boone e Kurtz (1998, p.392) explicam que:

A estratégia promocional é estreitamente ligada ao processo de comunicação. Uma definição normal de comunicação é a transmissão de

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

25

uma mensagem de um emissor para um receptor. A comunicação de marketing, então, é constituída por aquelas mensagens que atuam nas relações vendedor-comprador, configurando um conceito mais amplo do que a estratégia promocional, pois inclui a comunicação boca a boca e outras formas de comunicação não-sistemáticas. Uma estratégia promocional planejada, porém, certamente é a parte mais importante de qualquer tipo de comunicação de marketing.

Churchill e Peter (2000, p.446) enfatizam que, “ao comunicar os benefícios

especiais de seus produtos, os profissionais de marketing podem fazer com que

clientes potenciais desejem e comprem seus produtos. Os profissionais de marketing

podem ainda aumentar suas vendas e lucros baixando preços para seus clientes”.

2.3 Pesquisa de Marketing

Todos os fatores fundamentais para a garantia do sucesso dependem das

informações sobre o ambiente, em especial dados sobre consumidores e

concorrentes, diante disso, surge a necessidade da pesquisa de marketing, uma das

principais ferramentas estratégicas de marketing de uma empresa.

“A pesquisa pode reunir uma inúmera quantidade de dados qualitativos e

quantitativos que podem contribuir nas decisões mercadológicas, diminuindo o risco

e potencializando os impactos positivos na organização” (SHIMOYAMA, 2004 p.47).

Observando a figura 4, apresentada a seguir, pode-se identificar a

importância central da pesquisa de marketing para a coleta e distribuição de

informações para que a empresa possa se posicionar no mercado e definir suas

estratégias.

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

26

Figura 04: Sistema de Pesquisa de Marketing Fonte: Shimoyama (2004, p.47)

A pesquisa de marketing “é a elaboração, coleta, análise e edição de

relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação

específica de marketing enfrentada por uma empresa, abrangendo os elementos da

pesquisa de mercado mais todos os tipos de dados relacionados à atividade de

marketing entre si”. (Kotler, 1998, p.27).

Os autores Lamb; Hair, e McDaniel (2004, p.243), conceituam a pesquisa de

marketing como:

O processo de planejamento, coleta e análise dos dados relevantes para uma decisão de marketing. Ela fornece aos tomadores de decisões dados sobre a efetividade do atual composto de marketing e também critérios para as mudanças necessárias. Além disso, a pesquisa de marketing é uma importante fonte de dados para sistemas de informações gerenciais e o DSS (decision support system).

Os autores McDaniel e Gates (2004), definem de forma mais curta a pesquisa

de marketing, segundo os autores, é o planejamento, a coleta e a análise de dados

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

27

relevantes para a tomada de decisões de marketing e para a comunicação dos

resultados dessa análise à administração.

A pesquisa de marketing é essencial para tomadas de decisões nas

empresas, essas pesquisas podem apontar o caminho certo para suas idéias. Muitas

empresas possuem seu próprio departamento de marketing, outras terceirizam esse

setor.

Segundo Las Casas (2001), o pesquisador deve afastar-se de qualquer

julgamento prévio que tenha sobre determinado assunto e analisar os fatos como se

apresentam, mesmo que há controvérsias com alguma idéia ou crença dos

principais responsáveis pelo projeto, desenvolvendo um projeto transparente.

Para American Marketing Association (1988, apud MATTAR, 1996, p.42)

define pesquisa de marketing como:

Pesquisa de Marketing é a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao marketing através da informação – informação usada para identificar e definir as oportunidades e problemas de marketing; gerar, refinar e avaliar a ação de marketing; monitorar o desempenho de marketing; e aperfeiçoar o entendimento de marketing com um processo. Pesquisa de Marketing especifica a informação necessária destinada a estes fins; projeta o método para coletar informações; gerencia e implementa o processo de coleta de dados; analisa os resultados e comunica os achados e suas implicações.

Churchill e Peter (2000, p.116) enfatizam que “para que os profissionais de

marketing antecipem ou respondam às necessidades dos clientes, eles precisam ter

informações obre seus clientes atuais e potenciais e sobre o sucesso de suas

próprias práticas. Boa parte dessas informações é obtida pela pesquisa de

marketing”.

O autor Zikmund (2006) mostra que a pesquisa de marketing tem como

tarefa, ajudar a especificar e a fornecer informações exatas e definidas para uma

tomada de decisão mais precisa.

Mesmo com a pesquisa de marketing fornecendo informações sobre

consumidores e o mercado para o desenvolvimento e implementação de planos e

estratégias de marketing, a pesquisa não é a única fonte de informação.

Para Kotler; Armstrong (2003, p.95) a pesquisa de marketing envolve quatro

etapas, conforme a figura 5:

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

28

Figura 05: O processo de pesquisa de marketing Fonte: Kotler; Armstrong (2003, p.95)

A primeira etapa do processo de pesquisa é também o mais difícil, segundo

os autores Kotler; Armstrong (2003) na definição do problema deve ser feito um

levantamento de um possível problema buscando alternativas, e por fim definir o

objetivo da pesquisa.

O levantamento de um possível problema é de extrema importância para que

sejam compreendidas as reais necessidades que devem ser analisadas.

A segunda etapa do processo de pesquisa de marketing é o desenvolvimento

do plano de pesquisa. Desenvolvimento de um plano que seja eficiente na coleta

dos dados necessários que possam atender ao problema especifica da pesquisa, de

acordo com os recursos disponíveis. As fontes de informações podem ser obtidas

por pesquisas que reúnam dados primários ou secundários. Kotler; Armstrong

(2003).

Para os autores a próxima etapa é a implementação do plano de pesquisa,

esse momento implica em coletar, processar e analisar as informações. A fase de

coleta de dos geralmente é a mais cara e a fase que esta mais sujeita a erros.

Em seguida o pesquisador deve processar e analisar os dados coletados para

selecionar as informações relevantes, para que possam ser tabuladas e analisadas.

Definição do problema e dos

objetivos da pesquisa

Desenvolvimento do plano de

pesquisa para coleta de

informação

Implementação do plano de pesquisa – coleta e análise

dos dados.

Interpretação e apresentação dos

resultados

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

29

Ainda os autores Kotler; Armstrong (2003), a última etapa consiste em

interpretar os resultados obter as conclusões necessárias para que possam ser

apresentados os resultados importantes, e que podem ser úteis nas decisões da

empresa.

2.4 Comportamento Consumidor

Nos dias atuais os clientes estão cada vez mais exigentes, a qualidade no

serviço ou um bom atendimento não é o suficiente, para conquistar os clientes. As

empresas precisam conhecer bem seus clientes, saber o que eles consomem seus

desejos e necessidades, por isso a importância do estudo do comportamento do

consumidor.

Boone e Kurtz (1998, p.168) afirmam que:

Comportamento do consumidor é o processo da tomada de decisão de compra. A principal diferença entre os consumidores individuais e os compradores organizacionais é que os últimos estão sujeitos a influências de suas próprias organizações. O estudo do comportamento do consumidor requer uma compreensão do comportamento humano em geral.

Conforme Cobra (1997), a compreensão do comportamento humano se faz

principalmente através da análise de suas necessidades. Todo o processo de

tomada de decisão se alinhava na sensação das necessidades satisfeitas, fazendo

com que produtos e serviços se adaptem as necessidades humanas.

Churchill e Peter (2000, p.146) afirmam que:

Consumidores são pessoas que compram bens e serviços para si mesmos e para outros, e não para fazer alguma outra coisa como revendê-los ou usá-los como insumos. Com isso, os profissionais de marketing devem entender porque os clientes compram certos produtos e outros não, para que possam criar valor para seus clientes e conseqüentemente lucros para a empresa.

Segundo Las Casas (2001), para lançar no mercado produtos que atinjam os

objetivos do conceito de marketing ou mesmo manter um nível satisfatório de

atendimento, torna-se necessário entender a razão e a forma pela quais os

consumidores realizam suas compras.

Os consumidores têm muitas opções de compra, quase todas as empresas

pesquisam com detalhe as decisões de compra dos seus clientes para saberem o

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

30

que eles compram, onde, como, quando, por que e quanto os consumidores

compram.

“É particularmente importante que os gerentes de marketing entendam o

comportamento do consumidor, levando em conta as normas de marketing que

determinam uma resposta de marketing voltada para a necessidade do mercado”.

(SANDHUSEN, 1998, p.159).

Assim, o profissional de marketing ao entender o comportamento do

consumidor e as necessidades do mercado, pode criar estratégias que façam com

que a empresa desenvolva produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades.

A figura 6 de McCarthy e Perreault (1997, p.116) mostra que as variáveis

psicológicas, as influências sociais e a situação de compra afetam o comportamento

de compra de uma pessoa.

Figura 06: Modelo de comportamento de compra Fonte: McCarthy; Perreault (1997, p.116)

Tomada de decisão pessoal

Variáveis psicológicas Motivação Percepção Aprendizagem Atitude Personalidade / Estilo de vida

Influências sociais Família Classe social Grupos e referência Cultura

Processo de solução de problemas

Situação de Compra Razão da compra Tempo Adjacências

Compostos de marketing Todos os outros estímulos

Pessoa faz ou não a compra (resposta)

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

31

2.4.1 Influências do comportamento do consumidor

As compras do consumidor são altamente influenciadas pelos fatores

culturais, sociais e psicológicas. Embora os profissionais de marketing geralmente

não consigam controlar esses fatores, precisam levá-los em consideração.

2.4.1.1 Influências Culturais

A Cultura pode ser definida como o conjunto de valores, crenças, preferências

e gostos que são passados de uma geração à seguinte. A cultura é o mais amplo

determinante ambiental do comportamento do consumidor, portanto é importante

para as empresas entender a cultura dos seus consumidores. Uma falha desse

conhecimento pode conduzir a alguns erros embaraçosos. (BOONE; KURTZ, 1998)

Outra definição dada por Bennett (1995, apud Churchill; Peter, 2000 p.154), é:

“o complexo de valores e comportamentos aprendidos que são compartilhados por

uma sociedade e destinam-se a aumentar sua probabilidade de sobrevivência.”

Os fatores culturais exercem uma influência muito ampla e profunda no

comportamento do consumidor. A cultura é a causa mais determinante dos desejos

e do comportamento da pessoa, comportamento este que é em grande parte

aprendido. Os profissionais de marketing estão sempre tentando localizar as

mudanças culturais para descobrir novos produtos que possam ser desejados.

Os autores Semenik e Bamossy (1995, p.222) enfatizam a idéia de que:

A cultura tem uma influência mais profunda, cujo efeito resulta em normas para a sociedade. A cultura evolui por meio dos comportamentos, artefatos e símbolos passados de geração para outra dentro de uma sociedade. As influências culturais têm efeitos inevitáveis sobre os indivíduos quando buscam atender a seus desejos e necessidades de consumo. Os valores culturais aprendidos pelas pessoas são parcialmente transferidos para a avaliação dos produtos.

Conforme Boone e Kurtz (1998, p. 169), as culturas não são homogêneas,

nem universais. Cada cultura inclui diversas subcultura, ou seja, grupos com seus

próprios modos de comportamento. A cultura de um país, é composta de significativa

subcultura baseadas em fatores como raça, nacionalidade, idade, localização

urbana versus rural, religião, e distribuição geográfica.

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

32

Os profissionais de marketing podem satisfazer melhor as necessidades de

determinada subcultura do que de culturas inteiras, pois cada subcultura tem seu

próprio conjunto de valores e comportamentos desejados. (CHURCHILL; PETER,

2000)

Para Semenik e Bamossy (1995, p.226) a subcultura também exerce

influência sobre regras de comportamento. Origem étnica, faixa etária e geográfica

criam subcultura que influenciam o comportamento individual. Esses grupos

transmitem valores e estabelecem normas de comportamento.

2.4.1.2 Influências Sociais

O segundo fator para compreendermos melhor o comportamento do

consumidor consiste nas influências sociais. A experiência mais primária de qualquer

ser humano é o fato de pertencer a uma família. A partir deste grupo básico, se inicia

o rico processo do desenvolvimento da personalidade humana. Conforme as

pessoas crescem, unem-se a outros grupos (grupos de jogos da vizinhança, grupos

da escola, grupos de amizade, entre outros) dos quais adquirem tanto o status

quanto os papéis. (BOONE; KURTZ, 1998)

Pode-se ainda, subdividir os fatores sociais que influenciam no

comportamento do consumidor em: classe social, grupos de referência e família.

Conforme Churchill e Peter (2000, p.159) classe social refere-se a hierarquia

de status nacional pela qual indivíduos e grupos são classificados em termos de

valor e prestigio, com base em sua riqueza, habilidade e poder.

Alguns fatores são usados para identificar a classe social do indivíduo como:

a escolaridade, ocupação, área em que reside, tipo de residência e fonte de riqueza.

(SEMENIK; BAMOSSY 1995)

Os grupos freqüentemente influenciam as decisões de compra do indivíduo

mais do que eles próprios pensam. Muitas pessoas tendem a aderir em vários níveis

às expectativas gerais de algum grupo que elas consideram importantes a si

mesmos, freqüentemente sem um conhecimento consciente dessa motivação.

Segundo os autores Semenik e Bamossy (1995, p.228) “esses grupos podem

ser grandes e diversos, tais como grupos universitários, grupos étnicos ou membros

de um partido político. Eles podem também ser pequenos e íntimos, tais como a

família, os colegas de trabalho ou clube social”.

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

33

A família sem dúvidas está entre as principais influências no comportamento

do consumidor, pois os membros da família com freqüência influenciam as decisões

de compra, uns aos outros.

2.4.1.3 Influências psicológicos

Os fatores psicológicos, necessidades, percepção, atitudes e aprendizado,

fazem com que os consumidores interajam com o mundo ao seu redor, reconheçam

seus sentimentos, obtenham e analisem informações, formulem idéias e opiniões e

efetuem ações. (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004)

Conforme Boone e Kurtz (1998, p.175) “a necessidade é simplesmente a falta

de algo útil. É um desequilíbrio entre o estado real do consumidor e os estado

desejado”.

Segundo os autores Semenik e Bamossy (1995, p.218) “as necessidades

básicas humanas estabelecem a base da busca de satisfação pelo consumidor no

mercado”.

Abraham Maslow, pioneiro no estudo da motivação humana, criou a teoria da

hierarquia de necessidades, conforme a figura 7.

Figura 07: Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: Adaptado de Semenik e Bamossy (1995, p.219)

Necessidades fisiológicas: são necessidades essenciais para a

sobrevivência como a fome, sede, abrigo.

Necessidades de segurança: proteção, defesa, não sentir dor nem

desconforto.

Necessidades sociais: relacionamento, integração, amor.

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

34

Necessidades de estima: reconhecimento, respeito, status e prestígio

Necessidade de auto-realização: é necessidade humana mais alta da

pirâmide, mas nem todos chegam até esse ponto.

Outro fator psicológico é a Percepção, ou seja, a forma que o indivíduo

interpreta os estímulos que ele recebe através dos cinco sentidos – tato, olfato,

paladar, visão e audição.

Para os autores Lamb, Hair e McDaniel (2004, p.158) “uma percepção é a

maneira como vemos o mundo ao nosso redor e como reconhecemos que

precisamos de ajuda para tomar uma decisão de compra”.

Outra definição de percepção é dada pelos autores, Lamb, Hair e McDaniel

(2004, p.157) que dizem que “é o processo pelo qual pessoas selecionam,

organizam e interpretam estímulos em um quadro significativo e coerente”.

Semenik e Bamossy (1995, p.221) enfatizam a importância de que:

A implicação dos processos perceptivos é que os consumidores ignorarão os estímulos que considerarem irrelevantes e interpretarão todos os estímulos de forma coerente com sua versão pessoal da realidade.Portanto as informações sobre os produtos,seu uso e benefícios devem ser coerentes com aquilo que relevante, segundo a definição do consumidor.

O próximo fator psicológico é a Atitude, a qual é um fator de extrema

importância para a compreensão do processo decisório do consumidor.

Os autores McCarthy e Perreault (1997, p.120) definem atitude como: “o

ponto de vista de uma pessoa em relação a algo. O algo pode ser um produto,

anuncio, vendedor, empresa ou idéia”.

Para Lamb, Hair e McDaniel (2004, p.164) atitude “é uma tendência aprendida

para responder de maneira consistente em relação a um objeto, como uma marca.

Atitudes baseiam-se no sistema de valores de um indivíduo”.

Complementando a idéia do fator psicológico Atitude, os autores Boone e

Kurtz (1998, p.179) afirmam que:

Uma atitude possui componentes cognitivos, afetivos e comportamentais. O componente cognitivo se refere à informação e conhecimento do indivíduo sobre um objeto ou conceito. O componente afetivo lida com os sentimentos ou reações emocionais. O componente comportamental envolve tendências para agir de certo modo.

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

35

O fator psicológico Aprendizagem, em um contexto de marketing, refere-se às

mudanças no comportamento do consumidor, imediato ou esperado, como

resultados da experiência. Esse fator inclui o componente impulso, ou seja, qualquer

estimulo forte que impele à ação. (BOONE; KURTZ, 1998)

Há dois elementos fundamentais do aprendizado: os estímulos e o reforço.

No elemento estímulo, pode-se dizer que muitas informações que são

controladas pelo marketing podem estimular o consumidor, então o profissional de

marketing tenta moldar esses estímulos para que de um modo tenha um significado

para o consumidor e seja memorizado. (SEMENIK; BAMOSSY, 1995)

McCarthy e Perreault (1997, p.119) dizem que “o reforço do processo de

aprendizagem ocorre quando a resposta é acompanhada de satisfação, isto é,

redução do impulso”.

Semenik e Bamossy (1995) enfatizam que “o reforço pode ter um poderoso

efeito sobre as decisões e atividades subseqüentes dos consumidores”.

2.5 Papéis do Consumidor

O profissional de marketing deve ter uma visão à frente do que apenas a

análise das variáveis que influenciam o comportamento do consumidor, o

profissional terá que identificar quem toma decisão de compra e o processo de

compra.

É imprescindível que se leve em conta os diversos papéis de compra,

identificando, dessa forma, quem toma a decisão de comprar. Segundo a

abordagem de Engel, Blackwell e Miniard (2000), podem-se definir cinco papéis

assumidos pelos indivíduos numa decisão de compra:

• Iniciador: pessoa que sugere comprar o produto ou serviço e reúne

informações que ajudam na decisão.

O consumidor no momento em que, presente a motivação de suprir a

falta, satisfazendo assim uma dada necessidade, imagina e procura identificar

num produto a dada capacidade ou utilidade.

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

36

• Influenciador: pessoa cujos pontos de vista influenciam a decisão.

Campanhas veiculadas através da mídia de massa, é um poderoso e

decisivo agente Influenciador no processo de compra, por desenvolver

culturas, criar hábitos, estabelecer costumes, disseminar maneiras, codificar e

incorporar novas linguagens, etc.

• Decisor: aquele que decide se deve comprar o que, como e onde comprar.

É quem, dentro da ação de compra, vai estabelecer se, o quê, como e

quando comprar. Geralmente este agente é o que paga pela compra, e suas

orientações vão nortear a ação de compra. Nem sempre o decisor será o

próprio consumidor.

Podemos identificar claramente os agentes decisores, se postos e

vistos como aqueles que detêm ou reservam os meios e recursos de renda,

ganho, salário, poupança, investimento, ou capacidade de crédito, suficientes

ao pagamento da compra.

• Comprador: Este agente, uma vez concluso o processo de compra, assume

o papel de dono do produto adquirido, usufruindo da sua posse ou do direito

de decidir sobre o seu consumo, disponibilizando-o ou não para este ou

aquele fim.

• Usuário: pessoa que usa ou consome o produto ou serviço. É nele que,

tendo em vista a decisão de satisfazer necessidades, tanto o Iniciador, o

Influenciador, o Decisor, quanto o Comprador efetivamente pensa ao definir

uma compra.

2.6 Processo Decisório

As decisões dos clientes são tomadas no processo de compra, como

compradores, pagantes e usuários. Tipicamente essas decisões incluem se deve

comprar, o que comprar, quando comprar, de quem comprar e como pagar. (Sheth;

Mittal; Newman, 2001)

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

37

Semenik e Bamossy (1995) afirmam que o processo de decisão de compra,

ocorre em seis estágios: reconhecimento de necessidades, busca de informação,

avaliação das alternativas do produto, avaliação das alternativas de compra, decisão

de compra e comportamento pós-compra.

Boone e Kurtz (1998) enfatizam, que o processo de decisão é utilizado para

resolver problemas e obter vantagem de oportunidade, assim permite que o

consumidor corrija diferenças entre o estado atual e o desejado.

Conforme os autores Lamb, Hair e McDaniel (2004) nem sempre o

consumidor seguira todos os estágios, o consumidor pode encerrar o processo a

qualquer momento, nem mesmo efetuando uma compra.

Figura 08: Processo decisório do cliente Fonte: Sheth, Mittal e Newman (2001, p.486)

A figura 6 ilustra os estágios do processo decisório do cliente, os quais serão

abordados nos capítulos a seguir.

2.6.1 Reconhecimento de necessidades

O primeiro estágio do processo de compra do consumidor é o reconhecimento

de necessidades, esse reconhecimento pode vir de uma sensação interna como

fome, cansaço ou desejo de impressionar alguém. Pode vir também de estímulos

externos como um convite de casamento ou anuncio no rádio. (CHURCHILL;

PETER, 2000)

Segundo o autor Solomon (2002) mesmo que o reconhecimento das

necessidades ocorra de forma natural, muitas vezes o processo é acionado pelos

esforços de marketing. Em alguns casos, os profissionais de marketing tentam criar

uma exigência primária, em que os consumidores compram produtos ou serviços

sem ao menos considerar a marca.

Reconhecimento do problema

Busca de informação

Avaliação de alternativas

Compra Experiência pós-compra

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

38

Conforme os autores, Semenik e Bamossy (1995, p.212):

O tomador de decisões de marketing precisa entender que diferentes estados de precisão podem dar início ao processo decisório. Dependendo do estado de necessidade, os consumidores darão diferentes graus de importância à decisão. Além disso, os desejos de informação variam de um estado de necessidade para outro. Sabendo quais são esses estados, os profissionais de mercado podem adequar o design, o preço, ou a estratégia promocional de seu produto de modo a atender aos desejos de seus clientes potenciais.

2.6.2 Busca de informações

Após o reconhecimento da necessidade, os consumidores precisam de

informações adequadas para resolvê-lo. Segundo o autor Solomon (2002, p.212) a

busca de informação “é o processo pelo qual o consumidor investiga seu ambiente à

procura de dados adequados para tomar uma decisão razoável”.

Segunda a autora Karsaklian (2000) o desejo de resolver tal problema resulta,

primeiramente, numa análise de informações estocadas na memória, as quais se

necessárias serão completadas por uma fonte externa.

Para os autores Boone e Kurtz (1998), Semenik e Bamossy (1995) e Lamb,

Hair e McDaniel (2004), a busca de informação pode ser interna ou externa.

Semenik e Bamossy (1995) afirmam que as fontes de informações internas

consistem nas informações guardadas na memória do consumidor, por experiências

anteriores.

Os autores Boone e Kurtz (1998) enfatizam que além de experiências

anteriores inclui ainda, observações atuais, alem de lembranças de comunicações

pessoais ou exposições a esforços de marketing persuasivos.

As busca de informações externas é a qual se encontra no ambiente externo

que inclui: a mídia, os amigos, parentes, guias de compra ou testes de produtos. A

propaganda fornecerá informações sobre um produto ou serviço, os amigos e

parentes poderão passar as experiências eu tiveram com ta produto ou serviço.

Semenik e Bamossy (1995).

De acordo com os autores Lamb, Hair e McDaniel (2004) a busca externa de

informações pode ser dividida em: fonte de informações não controladas pelo

marketing, as quais o produto ou serviço não esta associado à publicidade ou

promoção, e fontes de informação controlada pelo marketing, essa o produto que se

origina com atividades promocionais de marketing.

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

39

2.6.3 Avaliação das alternativas

Para Solomon (2002) nesta etapa as pessoas gastam muito esforço na

decisão de compra, pois ocorre no estagio que uma escolha deve ser feita a partir

das alternativas disponíveis.

Há diversos processos de avaliação de decisão, a maioria dos modelos atuais

do processo de avaliação do consumidor é orientada cognitivamente. Ou seja, eles

vêem o cliente formando opiniões sobre produto, da maior parte de forma racional e

consciente. (Kotler, 1998)

Na concepção de Karsaklian (2000, p.165) os elementos disponíveis são

confrontados com os critérios pessoais que o comprador estabeleceu e conduz à

orientação das preferências.

Nesta etapa, os consumidores comparam o que conhecem sobre os

diferentes produtos e marcas com o que o consumidor acha que e importante e vai

satisfazê-lo, a partir desse momento ele começa a estreitar o grupo de alternativas

ate decidir por uma delas.

2.6.4 Decisão de compra

É nesse estágio que o consumidor decide o que comprar, onde comprar, com

quem comprar, no momento certo, mesmo nesse estágio, o consumidor pode sofrer

influencias de qualquer natureza.

Para os autores Boone e Kurtz (1998, p.186) “nesse estágio, o consumidor

avaliou cada alternativa no conjunto evocado, utilizando seu particular conjunto de

critérios de avaliação, e restringiu as alternativas a apenas uma”.

Após o consumidor ter decidido a compra, a próxima etapa do processo ele

irá avaliar o produto ou serviço.

2.6.5 Comportamento pós-compra

Após a compra do produto, o consumidor passará pelo processo que ira

avaliar seu nível de satisfação ou insatisfação. Com isso o consumidor decide se

continuará ou não a usar o produto e/ou serviço.

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

40

Conforme Sheth, Mittal e Newman (2001, p.512) “ depois que um cliente toma

uma importante decisão de compra, ele experimenta uma intensa necessidade de

confirmar com sensatez dessa decisão. Outro lado é que ele que evitar uma

confirmação contrária, ou seja a dissonância cognitiva”.

Os autores Lamb, Hair e McDaniel definem dissonância cognitiva como:

“tensão interna que um consumidor experimenta após reconhecer uma

inconsistência entre comportamento e valores ou opiniões”.

2.7 Definições do Turismo

Além de o turismo ser um assunto relativamente novo, há poucos tempos vem

sendo usado por empresas e acadêmicos. Há quase dois séculos desde o

surgimento do turismo, não houve um acordo sobre a definição de turismo. Isso

mostra a complexidade e imaturidade como campo de estudo. (Cooper 2001)

Goeldner (2002, p.23) define turismo “como a soma dos fenômenos e

relações originados da interação de turistas, empresas, governos locais e

comunidades anfitriãs, no processo de atrair e receber turistas e outros visitantes”.

Outra definição é de Lage e Milone (2000, p.26), segundo os autores, turismo

é a arte e a atividade de atrair, transportar e alojar visitantes, afim de satisfazer suas

necessidades e seus desejos.

Fica praticamente impossível apontar uma definição específica de turismo.

Mas sem dúvidas alguma é uma atividade socioeconômica, pois gera a produção de

bens e serviços para o homem visando à satisfação de diversas necessidades

básicas e secundárias. (Lage e Milone 2000, p.26)

Milio (2003) mostra a evolução das definições de turismo, iniciando em 1942 a

definição considerada mais completa a qual foi criada por dois professores Hunziker

e Krapf a qual define turismo como: “um conjunto de fenômenos e das relações

produzidas pelas viagens e pelas estadas dos não-residentes, desde que não

estejam ligados a uma estadia permanente nem a uma atividade remunerada”.

Após alguns anos em 1981, Burkart e Medlik definem turismo da seguinte

forma: “deslocamentos curtos e temporários de pessoas para destinos fora do local

de residência e de trabalho, e as atividades desenvolvidas durante a estada nesses

destinos”.

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

41

Um ano depois, em 1982, Mathieson e Wall criaram uma definição

semelhante a de Burkart e Medlik, porém com uma visão um pouco mais ampla :

O movimento temporário de pessoas, por períodos inferiores a um ano, para destinos diferentes do local de residência e de trabalho; as atividades desenvolvidas durante a estada e as facilidades criadas para satisfazer as necessidades dos turistas.

A última definição foi dada em 1991 pela organização mundial de

Turismo, englobando todos os aspectos positivos das apresentadas anteriormente, a

qual diz:

O turismo inclui tanto o deslocamento e as atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas bem como as relações que surgem entre eles, nem lugares distintos de seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano e mínimo de 24 horas, principalmente com fins de lazer, negócios e outros,

Analisando as definições anteriores, percebe-se que durante os últimos anos

desde o inicio do turismo, houve poucas alterações e apenas alguns aspectos foram

incluídos, assim mesmo, todas as definições mostram claramente quais são as

características fundamentais do turismo.

2.8 Turismo Rural

Segundo a EMBRATUR, “o turismo Rural é uma atividade desenvolvida no

campo, comprometida com a atividade produtiva, agregando valor a produtos e

serviços e resgatando o patrimônio natural e cultural da comunidade. Isso significa

que, para ser enquadrado como turismo rural, o empreendimento deve ser e não

apenas “parecer” um sítio ou fazenda.” ( Jornal Correio Lageano, 02 de outubro de

2008). Este conceito de turismo rural foi utilizado oficialmente pela primeira vez no

Brasil, justamente por um empreendimento no planalto serrano, mais precisamente

pelos proprietários da fazenda Pedras Brancas.

Na época , 1985, eles acamparam a idéia da Comissão municipal de Turismo

de Lages, que pregava a exploração de fazendas centenárias no planalto serrano,

como uma grande vantagem para atrair visitantes, e a partir do sucesso da fazenda

Pedras Brancas surgiram outros estabelecimentos, como Boqueirão, Barreiro e

outros. (Jornal Correio Lageano, 2008)

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

42

Aprofundando o assunto, a literatura abrange diversos conceitos de turismo

rural, que muitas vezes confunde-se com as modalidades de turismo praticadas no

meio rural, desde Turismo Rural, Agro turismo, Eco turismo, Turismo de Interior,

Turismo no Espaço Rural, Turismo Alternativo, Turismo Endógeno, Turismo Verde,

Turismo Campestre, Agroecoturismo à Ecoagroturismo, que se distinguem segundo

os autores ou instituições.

O turismo rural de acordo com Graziano da SILVA, VILARINHO e DALE

(1998 apud ANÉCIO-ALMEIDA; RIEDL, 2000, p. 31), constitui uma atividade que

une a exploração econômica a outras funções como a valorização do ambiente rural

e da cultura local que, não raras vezes, são alguns de seus atrativos principais. Em

uma conceituação mais ampla, pode-se afirmar que o turismo rural consiste de

atividades de lazer realizadas neste ambiente. “Esse conceito genérico pode

englobar modalidades como turismo ecológico, de aventura, cultural, de negócios,

destinado para jovens, social, de saúde e turismo esportivo” (CAMPANHOLA;

GRAZIANO DA SILVA, 1999 apud ANÉCIO-ALMEIDA; RIEDL, 2000, p. 31).

“Independente de qual definição seja a mais apropriada, o aspecto decisivo a

ser considerado refere-se ao aproveitamento do ambiente propriamente rural”.

(ANÉCIO-ALMEIDA; RIEDL, 2000, p. 31).

Com base em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base

econômica, aos recursos naturais e culturais, à sociedade, e ao campo afetivo,

define-se para o Ministério do Turismo (2003, p.11):

Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e

natural da comunidade.

O conceito apresentado no glossário de termos do Programa de Mestrado em

Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí será usado neste trabalho,

pois melhor se identifica com o objetivo deste: “Turismo rural – viagem que envolve

vivência em propriedades rurais, usualmente com o acompanhamento da rotina de

trabalho destas”. (TURISMO: VISÃO & AÇÃO, 2000, p. 39).

Outros também não diferenciam „turismo rural‟ de „turismo no meio rural‟. Para

evitar qualquer confusão conceitual, utilizaremos o termo „turismo no meio rural‟

(Graziano da Silva et al, 1998), por entendermos que ele reflete melhor a amplitude

das oportunidades presentes no meio rural, incluem-se, por exemplo, os „spas‟

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

43

rurais, os centros de convenções rurais, os locais de treinamento de executivos, os

parques naturais para atividades esportivas, as caminhadas, as visitas a parentes e

amigos, as visitas a museus, igrejas, monumentos e construções históricas, os

festivais, rodeios e shows regionais, as visitas a paisagens cênicas e a ambientes

naturais, a gastronomia regional, os „campings‟, as colônias de férias, os hotéis-

fazenda, chácaras de recreio e condomínios rurais de segunda moradia, entre

outros. (Verbole, 1997; Graziano da Silva et al, 1998).

Levando em consideração o espaço onde a atividade acontece, Turismo

Rural ou Agro turismo, Turismo Ecológico, Turismo Aventura, Turismo Cultural,

Turismo Esportivo são atividades que possuem características próprias, mas que a

depender das características geomorfológicas do espaço, estas atividades podem

estar juntas sob denominação genérica de Turismo Rural e que cada atividade pode

apresentar diferentes derivações ou tipologias (Zimmermann, acessado em 03 de

novembro de 2008, disponível em <www.zimmermann.com.br>). Ainda para este

autor, essas atividades devem obedecer aos seguintes princípios para atender ao

perfil do consumidor do turismo rural, mostrados no quadro 01.

Quadro 01: Princípios fundamentais do turismo rural Fonte: Adaptado de Zimmermann (disponível em <www.zimmermann.com.br>).

Princípios Fundamentais

Identidade Insumos/Fatores Atividades produtivas Recursos naturais Arquitetura Infra-estrutura produtiva

Autenticidade Operacionalidade Recepção Costumes Gastronomia

Harmonia Melhorias/Edificações Hospedagem Restaurante Sanitários Lazer complementar

Raízes e Costumes

Operação Museu Folclore Gastronomia Arquitetura

Atendimento Familiar

Hospitalidade Recepção Convivência Qualidade Serviços

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

44

Rodrigues (2000, p. 61) sugere dois grupos de classificação para turismo rural

relacionados a patrimônio cultural, sendo que cada grupo contém diferentes

modalidades, podendo ser observados no quadro 02.

Quadro 02: Classificação para turismo rural - relacionados a patrimônio cultural Fonte: Elaborado pelo pesquisador, baseado em Rodrigues (2000)

Segundo Margarita Barreto (1995), as atividades turísticas no meio rural

constituem-se de vários serviços, equipamentos e produtos como: hospedagem,

alimentação caseira, recepção à visitação em propriedades rurais, recreação,

entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural, além de

atividades complementares a estas desde que praticadas no meio rural.

Classificação para turismo rural - relacionados a patrimônio cultural

Turismo rural tradicional: cunho histórico

De origem agrícola: propriedades que foram historicamente unidades de

exploração agrária - como, por exemplo, durante o ciclo do café, ou no início

do século XVIII, com os tropeiros transportavam gados – que hoje funcionam

como meio de hospedagem, dentre outros serviços.

De colonização européia: relacionado a imigração européia no Brasil,

principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país com fazendas que a

atividade agrária ainda é importante, sendo o turismo uma atividade

complementar, valorizando o patrimônio histórico da imigração européia.

Turismo rural contemporâneo - engloba equipamentos implantados a

partir nos anos 70

Hotéis-fazenda: hotéis localizados na zona rural, valorizando cultura,

gastronomia, cavalgadas, esporte rural.

Pousadas rurais: de menor porte, simples, com o objetivo de oferecer aos

visitantes a lida do campo.

Spas rurais: ou turismo de saúde, hoje voltado com fins estéticos, oferecendo

caminhadas no campo, banhos de cachoeira como forma de tratamento.

Segunda residência campestre: chácaras de veraneio localizadas ao redor das

grandes cidades.

Camping‟s rurais: localizados em vales de rios, áreas cobertas por vegetação,

como as matas ciliares.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

45

Essas atividades diferenciadas que atraem os turistas, já que não fazem parte

do seu cotidiano, tendo como exemplo algumas propriedades que servem café

colonial, que inclusive mostram como é o trato dos animais, o dia a dia na lavoura,

outras levam os visitantes a andar de tratores e colheitadeiras, fazendo com que o

turista realmente veja a lida da fazenda.

De um modo geral, o turismo no meio rural, como afirma Graziano da Silva &

Campanhola (1999), o turismo no meio rural deve ser antes de tudo, um turismo

local de território, gerido pelos próprios residentes, podendo assim se constituir em

um dos vetores do desenvolvimento local, desde que as decisões sejam tomadas no

âmbito local que haja controle dos processos de desenvolvimento por atores sociais

locais, e que as comunidades locais se apropriem dos benefícios gerados. Pode-se

dizer que ele é local, marcado por paisagens locais e valoriza a cultura local. O

turismo no meio rural passou a considerar o potencial da comunidade local e as

diversidades geográfica, cultural e ambiental das áreas rurais, devendo então se

basear na interação e integração entre estado, instituições privadas e comunidade

local.

2.9 Marketing para Turismo

O turismo vem se desenvolvendo nos últimos anos, e apesar das taxas gerais

de demanda, continuarem a crescer, há previsões que as taxas diminuam na

próxima década. Assim tornando o papel do marketing essencial nas organizações

de turismo que operam nos setores públicos e privados. (Cooper, 2001)

Segundo Goeldner (2002) as organizações turísticas que praticam o conceito

de marketing descobrem aquilo que o consumidor quer, para depois produzir aquilo

que satisfará seus desejos, com lucro.

O marketing é um assunto de extrema importância em viagens e turismo, pois

representa a principal influência do gerenciamento que pode ser aplicada ao

tamanho e comportamento deste importante mercado global, o qual acredita-se ser a

maior indústria do mundo. (Middleton, 2002)

Mota (2001) afirma que o mercado turístico não pode deixar de considerar o

meio ambiente em que está inserido, pois suas operações interagem dentro de um

contexto maior que pode ser chamado de ambiente de marketing.

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

46

O gerente de marketing turístico deve buscar constantemente o mix de

marketing correto, ou seja a combinação certa de elementos que irá gerar lucros

(Goeldner, 2002). Vale lembrar que as quatro variáveis do mix de marketing são:

produto, preço, praça e promoção.

Para o turismo os componentes do produto incluem: componentes básicos

reunidos formando uma oferta, estilo e ambiência da oferta, serviço e marca. Os

produtos de turismo são continuamente adaptados, para atender as necessidades e

expectativas de seus clientes-alvo. (Middleton, 2002).

A política de preço para um produto turístico, muitas vezes esta ligada as

demandas futuras. Sem dúvidas as decisões relativas a preço é a mais difícil do mix

de marketing, pois a complexidade criada pela sazonalidade da demanda e pela

pericibilidade do produto deve ser considerada. (Cooper, 2001)

Para Goeldner (2002), diz que a praça deve estar no lugar certo para colocar

seu produto. As agências, canais e instituições podem ser articulados de forma mais

eficaz para dar ao consumidor um acesso fácil para à compra do produto ou serviço.

A promoção, o ultimo elemento do mix de marketing, é toda atividade que

divulga os serviços e produtos ao mercado e que se domina mix promocional é

composta pelo conjunto de ferramentas indispensáveis de propaganda e promoção

que o marketing oferece. (Lage e Milone, 2000)

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

47

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza-se em uma pesquisa de campo, o qual

mostra o perfil e os interesses dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas

rurais no planalto serrano.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho é abordada

neste capítulo. Destacando a tipologia de pesquisa, o sujeito de estudo,

instrumentos de pesquisa, análise e apresentação.

3.1 Tipologia de pesquisa:

Foi utilizada uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa - quantitativa

para o cumprimento dos objetivos propostos neste trabalho.

Para Mattar (1996) as pesquisas descritivas são caracterizadas por

possuírem objetivos bem definidos, procedimentos formais, serem bem estruturadas

e dirigidas para a solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de

ação. O autor enfatiza que a pesquisa descritiva compreende entrevistas e

questionários.

Segundo o autor, a pesquisa descritiva é utilizada quando o propósito for

descrever as características de grupos (sexo, faixa etária, nível educacional,

localização e preferências), estimar a proporção de elementos numa população

específica que tenham determinadas características ou comportamentos e descobrir

ou verificar a existência de relação entre variáveis.

Quanto à forma de abordagem, foi qualitativa e quantitativa, levando–se em

conta que o problema não pode ser demonstrado apenas em números, mas também

nos significados das ações humanas. De acordo com Minayo (2000, p.24) “ os dados

qualitativos e quantitativos não se opõe, ao contrário se complementam, pois a

realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer oposição

entre eles”.

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

48

3.2 Sujeito de estudo:

O sujeito de estudo deste trabalho foram os freqüentadores de hotéis fazenda

e pousadas rurais no planalto serrano de Santa Catarina. Considerando um universo

de 720 pessoas.

O tipo de amostra utilizado neste trabalho foi do tipo não-probabilística por

tráfego, que para Mattar (1997), envolvem observar e entrevistar pessoas que

trafegam em um determinado local. Para que a amostras sejam mais precisas faz-se

necessário que o trabalho de campo seja realizado em diferentes dias da semana ou

mês.

O trabalho de campo foi realizado em duas épocas do ano de 2009, a

primeira parte foi durante os dias 10 e 11 de janeiro, e a segunda parte nos dias 11 e

12 de abril.

A amostra é composta por 180 unidades habitacionais, sendo que foi

distribuído o total de 140 questionários, divididos nos quatro principais hotéis

fazenda e pousadas do planalto serrano. De 140 questionários distribuídos, 124

foram validados, o restante não foi respondido ou as respostas não estavam de

acordo. Margem de erro amostral de 8% e nível de confiabilidade de 95%.

3.3 Instrumentos de pesquisa:

Para identificar o perfil e interesses dos freqüentadores de hotéis fazenda e

pousadas rurais do planalto serrano foi utilizado questionário de caráter estruturado

não disfarçado para coleta de dados, com perguntas abertas e fechadas conforme

apêndice A.

Mattar (1996) complementa que, neste tipo de questionário as perguntas são

apresentadas exatamente com as mesmas palavras, sem sair de ordem, e com as

mesmas opções de respostas para todos os respondentes.

Foi realizado um pré-teste para verificar a compreensão do questionário, logo

após foram realizados os ajustes necessários.

A coleta de dados foi realizada através de questionários com abordagem

pessoal e individual com os freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais

enquanto estava transitando no interior dos estabelecimentos:

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

49

Pousada Rural SESC, Lages - SC;

Hotel Fazenda Boqueirão, Lages - SC;

Hotel Fazenda Pedras Brancas, Lages - SC;

Hotel Fazenda do Barreiro, Lages -SC.

3.4 Análise e apresentação

A análise foi feita a partir de categorias de perfil e de interesses de atrativos

do freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais.

Os dados obtidos com a pesquisa realizada com freqüentadores foram

analisados e transcritos no programa Microsoft Excel onde foram gerados em

gráficos em formato de pizza e barras que auxiliaram na análise dos resultados.

3.5 Limitações da pesquisa

A realidade reflete as datas pesquisadas não caracterizando o contexto geral,

sendo este apenas para o período pesquisado.

Assim, o resultado da pesquisa serve como indícios e não como variáveis

para a tomada de decisão.

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

50

4 RESULTADOS

Conforme a pesquisa de campo realizada com os freqüentadores dos

principais hotéis fazenda e pousada rural do planalto serrano, neste capítulo serão

apresentados e analisados os dados obtidos.

4.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta de dados, foi realizada a tabulação no Microsoft Excel, onde

foram calculados os índices percentuais gerando gráfico para auxiliar a análise dos

resultados da pesquisa.

Iniciando a análise dos resultados, observam-se na figura 09 que a maioria

dos respondentes eram homens, 69, o que corresponde a 56%, enquanto 55, ou

44% eram mulheres.

Figura 09: Sexo Fonte: Pesquisa de campo

A figura 10 apresenta o estado civil dos respondentes, podendo observar que

a maioria dos respondentes são casados, esse público corresponde a 72 pessoas

ou 58% dos respondentes, em seguida os solteiros 44, ou 36% da amostra, e

desquitados 8 respondentes ou 6 %. Não houve respostas para viúvos ou outros.

69; 56%

55; 44%

Masculino

Feminino

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

51

Figura 10: Estado Civil Fonte: Pesquisa de campo

Com relação à faixa etária dos respondentes a figura 11 demonstra que a

maioria dos respondentes tem idade de 25 a 40 anos que representa 47% ou 58

pessoas. Em relação à faixa etária de 41 a 54 anos representam 29 % dos

respondentes, em seguida de 15 a 24 anos 16%; de 55 a 64 anos 6%, e apenas 2 %

acima de 65 anos.

Figura 11: Faixa Etária Fonte: Pesquisa de campo

44; 36%

72; 58%

0; 0%

8; 6%0; 0%

Solteiro (a)

Casado (a)

Viúvo (a)

Desquitado (a)

Outros

20; 16%

58; 47%

36; 29%

8; 6% 2; 2%

De 15 a 24 anos

De 25 a 40 anos

De 41 a 54 anos

De 55 a 64 anos

Acima de 65 anos

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

52

Quanto ao grau de escolaridade representado na figura 12, mostra que o nível

de escolaridade dos respondentes é alto, 47% concluíram o 3° grau, 24% o ensino

médio, 17% pós–graduação, 10% ensino fundamental.

Figura 12: Grau de Escolaridade Fonte: Pesquisa de campo

Devido à variedade de respostas obtidas na questão 5 (ver apêndice A), por

ser uma questão aberta, foi agrupado as profissões que se assemelham, como por

exemplo: advogados, engenheiros, médicos, arquitetos, psicólogos foram agrupados

a Autônomos.

As profissões estão indicadas na figura 13, demonstrando que a maioria são

empresários que representam 29% dos respondentes, 23% dedicam a área

administrativa ou de vendas, 19% são autônomos, os servidores públicos

correspondem a 10%, e com a mesma proporção de os respondentes indicaram

outros (10%), os estudantes 6% e com apenas 3% do lar, o que mostra que hoje em

dia há interesse das duas partes em ter uma ocupação profissional.

12; 10%

28; 24%

56; 47%

20; 17%2; 2%

Ensino fundamental

Ensino médio

3º grau

Pós - graduação

Outros

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

53

Figura 13: Profissão e/ou Ocupação Fonte: Pesquisa de campo

Figura 14: Nível de Renda Fonte: Pesquisa de campo

Conforme a figura 14, percebe-se que o nível de renda dos freqüentadores é

alto, o respondente tinha 3 opções, até 4 salários, de 5 a 8 salários e acima de 8

salários, que respectivamente obteve o seguinte resultado, 18%, 39% e 32%, e 11%

desse público não respondeu essa questão.

36; 29%

8; 6%

28; 23%

24; 19%

4; 3%

12; 10%

12; 10%

Empresários

Estudantes

Administrativo / vendas

Autônomos

Do lar

Servidores Públicos

Outros

22; 18%

48; 39%

40; 32%

14; 11%Até 4 Salários mínimos

De 5 a 8 salários mínimos

Acima de 8 salários

Sem resposta

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

54

Figura 15: Cidade de Procedência Fonte: Pesquisa de campo

Observando a figura 15, afirma–se que 69% dos respondentes têm

procedência do próprio estado e moram no raio de 260 km, já outros 31% tem

procedência de outros estados como: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio

Grande do Sul, e 2% dos respondentes não houve cooperação nessa questão.

Foram agrupadas as cidades da grande Florianópolis como: Florianópolis,

Biguaçú, Palhoça, São José, Tijucas, respectivamente 27%. Outras cidades do

estado de Santa Catarina também tiveram destaque como: Joinville 6%, Blumenau

com 10% dos respondentes, Itajaí 9%, Balneário Camboriú 10%, Canoinhas 2% e

na proporção de 3% a cidade de Lages.

.

34; 27%

8; 6%

12; 10%11; 9%12; 10%

4; 3%

3; 2%

38; 31%

2; 2%

Florianópolis

Joinville

Blumenau

Itajai

Balneário Camboriú

Lages

Canoinhas

Outros estados

Não respondeu

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

55

Figura 16: Como o respondente viaja. Fonte: Pesquisa de campo

A maioria dos freqüentadores que responderam esta pesquisa estavam

viajando em família de 4 pessoas, conforme apresentado na figura 16, com 42% ou

52 respondentes. 20 pessoas ou 16% do público entrevistado viajava em família de

2 pessoas, 15% viajava em família de 3 pessoas, 7% dos respondentes em família

de 5 pessoas, 10% em família de 6 pessoas, 7% ou 9 pessoas estavam sozinhos e

apenas 4 pessoas, 3% dos respondentes estavam em um grupo de 12 pessoas, o

que deixa claro que hotéis fazenda e pousadas rurais, são lugares familiares.

Figura 17: Mês (s) que freqüenta hotel fazenda / pousada rural Fonte: Pesquisa de campo

9; 7%

20; 16%

18; 15%

52; 42%

9; 7%

12; 10% 4; 3% Sozinho

Família de 2 pessoas

Família de 3 pessoas

Família de 4 pessoas

Família de 5 pessoas

Família de 6 pessoas

Em grupo 12 pessoas

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

56

A figura 17 demonstra os meses que os respondentes dessa pesquisa mais

freqüentam hotel fazenda / pousadas rurais. Houve alguns questionários que os

respondentes assinalaram 2 ou mais meses do ano, indicando que essas pessoas

se hospedam freqüentemente em hotéis fazenda e pousadas rurais.

Observa-se que há sazonalidade em algumas épocas do ano, os meses de

março, abril, maio, junho, agosto, setembro, outubro e novembro tem uma queda

alta em relação aos meses de janeiro, julho e dezembro. Esse fato ocorre devido às

férias escolares, já que maioria dos respondentes viajam em família.

Figura 18: Motivo que trouxe respondente ao estabelecimento Fonte: Pesquisa de campo

O lazer (27%) e o descanso (25%) são os principais motivos que levam as

pessoas a freqüentarem hotéis fazenda / pousadas rurais conforme a figura 18,

devido a vida agitada das grandes cidades. Outros fatores que motivam essas

pessoas são o turismo (14%), o contato com a natureza (12%), a comida típica do

planalto serrano (10%), as paisagens (9%), já alguns fatores tiveram uma proporção

baixa como a localização (1%), e outros motivos (2%).

Como a opção outros era aberta, algumas respostas foram citadas pelos

respondentes como: o clima frio característico do planalto serrano, e as aventuras

oferecidas em alguns hotéis e pousadas rurais.

84; 25%

88; 27%

28; 9%47; 14%

33; 10%

38; 12%

4; 1% 8; 2%Descanso

Lazer

Paisagens

Turismo

Comídas Típicas

Contato com natureza

Localização

Outros

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

57

Figura 19: Influenciador na escolha do Hotel Fazenda / Pousada Rural Fonte: Pesquisa de campo

A Figura 19 mostra uma diferença pequena de porcentagem entre os

influenciadores Mãe / esposa, 16%, e pai / esposo 18%, apenas 2% dos

respondentes diz que os filhos influenciaram na escolha do hotel fazenda / pousada

rural, mas a maioria, 61% dos respondentes a escolha foi um consenso familiar.

Na opção outros 3%, segundo os respondentes, estão como influenciadores

amigos e sogra.

Figura 20: Meio de propaganda influenciou Fonte: Pesquisa de campo

76; 61%20; 16%

22; 18%

2; 2% 4; 3%

Consenso Familiar

Mãe / Esposa

Pai / Esposo

Filho / Filha

Outros

83; 67%

4; 3%

0; 0%

34; 28%

2; 2%

Indicação de amigos / parentes

Televisão / Rádio / Jornal

Folhetos

Internet

Outros

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

58

Em relação ao meio de propaganda que influenciou os respondentes

demonstra-se na figura 20, que os meios de propaganda tradicionais como a

televisão, rádio, jornal (3%), não são os principais fatores que influenciam os

respondentes, mas sim a indicação de amigos / parentes (67%), que passam suas

experiências obtidas com o estabelecimento freqüentado. Nota-se também que a

internet tem uma porcentagem considerável (28%) em relação aos outros meios

tradicionais.

Figura 21: Forma que foi realizado a reserva Fonte: Pesquisa de campo

Percebe-se que 58% dos respondentes realizaram sua reserva via telefone,

conforme figura 21, 36% realizaram sua reserva via internet, que facilita o processo

da reserva, pela praticidade e 6% fez sua reserva via agência de viagens.

72; 58%44; 36%

8; 6%0; 0%

Telefone

Internet (site)

Agência de viagens

Outros

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

59

Figura 22: O que mais atrai em um hotel fazenda / pousada rural Fonte: Pesquisa de campo

Perguntados sobre o que mais lhe atrai em um hotel fazenda e pousada rural,

os respondentes poderiam citar 3 fatores. Devido à quantidade de respostas

diferentes citadas pelos respondentes, fez necessário agrupar as respostas

semelhantes como, por exemplo: sossego, tranqüilidade que estão indicados como

descanso. Outro exemplo: atividades oferecidas, passeios e jogos estão indicados

como lazer na figura 22.

Ao analisar a figura 22 forma a seguinte composição: natureza 19%, lazer

17%, comida típica 16%, contato com animais 16%, Descanso 15%, Hospedagem

8%, limpeza 6%, união familiar 3%.

61; 16%

69; 19%

58; 16%56; 15%

29; 8%

62; 17%

12; 3%22; 6%

Contato com animais

Natureza

Comida Típica

Descanso

Hospedagem

Lazer

União família / amigos

Limpeza

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

60

Figura 23: Fatores que julga importante para ser oferecido Fonte: Pesquisa de campo

A figura 23 demonstra os fatores que os freqüentadores julgam ser

importantes para serem oferecidos em hotéis fazenda / pousadas rurais. Com a

análise obteve a seguinte composição: lazer 20%, tranqüilidade 17%, atendimento

15%, comida típica 13%, infra-estrutura 12%, limpeza 11%, hospitalidade 7% e

contato com animais / natureza 5%.

Por ser uma pergunta aberta, são muitas as respostas que se diferem, e para

simplificar a análise do gráfico, foram agrupados alguns fatores semelhantes. Um

dos fatores, por exemplo, é a infra-estrutura que pode considerar: piscinas térmicas,

pomar, hospedagem. Outro exemplo, pode se considerar lazer: atividades

oferecidas, entretenimento, recreação infantil, city tour (Segundo Abih, Associação

Brasileira da Indústria de Hotéis, city tour é um passeio pelos principais pontos de

uma cidade).

Em uma das respostas o freqüentador enfatizou que city tour é importante

para ser oferecida em um hotel fazenda e pousada rural, entende-se que o

freqüentador está interessado também em conhecer a cidade e seus pontos

turísticos, da cidade onde está hospedado. Nota–se que esta resposta é de um

respondente de outro estado, já os respondentes do mesmo estado do

estabelecimento não citaram o mesmo interesse.

Comparando a figura 22 com a figura 23 conclui-se que nem sempre o que o

freqüentador julga importante é o que mais lhe atrai, como por exemplo, o fator

44; 20%

16; 7%

12; 5%

28; 13%27; 12%

32; 15%

38; 17%

24; 11%Lazer

Hospitalidade

Contato animais / naturezaComídas típicas

Infra - estrutura

Atendimento

Tranquilidade

Limpeza

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

61

descanso pode ser importante para o freqüentador, mas o que mais lhe atrai é a

natureza.

Figura 24: O que agradou em relação ao estabelecimento Fonte: Pesquisa de campo

Quando perguntado sobre o que agradou o freqüentador em relação ao

estabelecimento, obteve-se a seguinte resposta: 31% hospedagem; 25%

alimentação; 17% aspectos naturais; 14% atividades oferecidas; 10% aspectos

culturais e 3% responderam outros.

A hospedagem foi citada pelos freqüentadores como o principal fator que

agradou no estabelecimento o qual estava hospedado, o que mostra o quanto é

importante o conforto das acomodações. A alimentação é outro fator importante, as

comidas típicas é um forte atrativo da região serrana, preparadas com a semente

cultivada na região, o pinhão.

Aspectos naturais 17%, atividades oferecidas 14%, aspectos culturais 10% e

3% optou por outros, que surgiu fatores como: receptividade e hospitalidade.

76; 25%

96; 31%

44; 14%

52; 17%

32; 10% 8; 3%Alimentação

Hospedagem

Atividades oferecidas

Aspectos Naturais

Aspectos culturais

Outros

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

62

Figura 25: Ponto negativo percebido no estabelecimento Fonte: Pesquisa de campo

Na figura 25 percebe-se que a menor parte dos freqüentadores, 56 pessoas

ou 45% dos respondentes destacaram algum ponto negativo, e em alguns casos foi

citado mais de um ponto negativo.

Figura 26: Pontos negativos Fonte: Pesquisa de campo

Conforme apresentado na figura 26, a maioria dos respondentes 28% citou

outros, como ponto negativo na sua estada. Algumas respostas surgiram nesta

questão como: piscina térmica, higiene, silêncio. 19% dos freqüentadores que

responderam esta questão citaram o atendimento como ponto negativo, a

56; 45%

68; 55% Sim

Não

2; 3% 8; 12%

9; 14%

12; 19%

10; 15%

6; 9%

18; 28%

Acesso

Atividades oferecidas

Hospedagem

Atendimento

Alimentação

Infra - estrutura

Outros

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

63

alimentação 15%, hospedagem 14%, atividades oferecidas 12%, infra-estrutura 9%

e acesso 3% ou 2 respondentes citaram este fator como ponto negativo, o que

mostra que o acesso não é um ponto relevante, pois geralmente as estradas são de

cascalho ou chão batido, e a maioria das pessoas toleram, pois levam em conta a

natureza do local.

Figura 27: Quantidade (s) de hospedagem (s) em Hotel Fazenda / Pousada Rural Fonte: Pesquisa de campo

Analisando a figura 27 pode-se concluir que 39% dos respondentes já se

hospedou 3 ou mais vezes, 26% já se hospedaram 2 vezes, e isso mostra que nas

outras vezes que se hospedaram tiveram uma experiência positiva, que

posteriormente poderão indicar a amigos e ou parentes a freqüentarem hotéis

fazenda e pousadas rurais. 35% dos respondentes freqüentam pela 1° vez hotel

fazenda e pousada rural, e conforme os dados analisados na pesquisa se esta

pessoa tiver uma boa experiência no estabelecimento ele voltará a freqüentar.

44; 35%

32; 26%

48; 39%1º vez

2 vezes

3 vezes ou mais

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

64

Figura 28: O nível de satisfação alcançado na 1° hospedagem Fonte: Pesquisa de campo

O nível de satisfação representado na figura 28 mostra que na 1° visita, 55%

dos freqüentadores estão satisfeitos, 36% muito satisfeitos, 9% estão pouco

satisfeitos. O cliente pouco satisfeito dificilmente voltará a freqüentar hotel fazenda /

pousadas rurais, muitas vezes pela sua experiência ruim em sua 1º estada.

Figura 29: Continuará á freqüentar hotel fazenda / pousada rural Fonte: Pesquisa de campo

4; 9%

24; 55%

16; 36%Pouco satisfeito

Satisfeito

Muito satisfeito

116; 94%

8; 6%

Sim

Não

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

65

Apesar de alguns freqüentadores terem uma experiência ruim em alguns momentos,

conforme a figura 29, 94% dos respondentes continuarão a freqüentar hotel fazenda

e pousada rural, e apenas 6% ou 8 pessoas não irão freqüentar este tipo de

estabelecimento.

A última questão era aberta para o respondente colocar um comentário, que

tem como objetivo obter críticas ou sugestões. Algumas respostas foram citadas

pelos respondentes como:

“Sempre há oportunidade para melhorar, a organização dos eventos é

muito importante”;

“Gosto do conforto e atividades oferecidas”;

“Acho que deveria ter pomar”;

“Deveria ter mais opções para quem procura somente descanso”;

“O turismo rural é o melhor tratamento para o stress”;

“Gostaria de ter visto danças típicas da região serrana”;

“Adoro ver meus filhos livres em contato com a natureza e os animais”;

“A comida típica da serra é divina”;

“Qualquer estação do ano é bom estar aqui”.

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

66

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No atual mercado competitivo em que o consumidor é alvo das estratégias

empresariais tornam-se relevantes os estudos que aprofundam o conhecimento

acerca dos seus interesses e preferências.

A realização deste trabalho teve como objetivo identificar o perfil e interesses

de atrativos dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais do planalto

serrano e desta forma procurou-se alcançar os objetivos propostos.

O presente trabalho mostrou a importância de conhecer o comportamento do

consumidor para assim dirigir os esforços de marketing aplicando de forma racional

e planejada seus investimentos.

Com o alcance dos objetivos propostos foi possível identificar o perfil e

interesses de atrativos dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais do

planalto serrano.

A pesquisa foi realizada no Hotel Fazenda Boqueirão, Hotel Pedras Brancas,

Hotel Fazenda do Barreiro e Pousada Rural do Sesc.

O perfil dos turistas que freqüentam o espaço rural no planalto serrano são na

maioria homens casados com idade entre 25 e 40 anos, com alto nível escolar, a

maioria com terceiro grau completo, sendo grande parte empresários com renda

mensal de cinco a oito salários mínimos e a maior parte mora no estado de Santa

Catarina principalmente na grande região de Florianópolis.

Estes turistas decidem viajar por consenso familiar, realizam reserva via

telefone e viajam geralmente em família com quatro pessoas, freqüentemente nos

meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro, período que ocorrem as férias

escolares.

Pode-se perceber então que o turismo rural é uma das atividades que mais

sofre com a sazonalidade, pois sua demanda varia conforme as temporadas de

férias, o que gera um grande fluxo de pessoas em determinadas épocas e algumas

situações completamente opostas em outras, dificultando a gestão da atividade.

O lazer tem importância fundamental no processo de escolha do destino, e

refere-se também ao ambiente cultural e natural da propriedade, a assimilação do

espaço rural como um local de descanso e lazer proporcionou o grande crescimento

do turismo rural.

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

67

O lazer é um dos fatores mais importantes para serem oferecidos em hotéis

fazenda e pousadas rurais, como também é um dos maiores motivos que levam

esses turistas a freqüentarem o espaço rural, muitos destes turistas já freqüentam o

espaço rural como alternativa de lazer.

Foi possível observar que além de lazer e tranqüilidade é importante ter uma

boa infra-estrutura, manter o hotel ou a pousada sempre limpo e prestar um bom

serviço.

No Hotel Fazenda Boqueirão o que mais chamou a atenção dos turistas em

relação ao lazer foram as cavalgadas organizadas pelos monitores, passeios de

quadricículo e trilhas de aventura. As piscinas e as acomodações foram pontos de

destaque quando perguntado sobre a infra-estrutura do hotel, motivos que também

fazem com que o turista retorne mais vezes ao mesmo hotel.

No Hotel Fazenda do Barreiro o destaque foi para o Museu que reúne um

belo acervo de fotos, objetos e documento antigos, proporcionando momentos de

cultura e lazer aos turistas.

Os turistas entrevistados no Hotel Fazenda Pedras Brancas destacaram os

atrativos naturais e a tranqüilidade do lugar, muitos dos pesquisados estiveram no

hotel por mais de uma vez.

Na Pousada Rural do Sesc grande parte dos pesquisados estavam se

hospedando pela primeira vez, a pousada não apresenta muitos atrativos e a área

de lazer não foi apontada como ponto de destaque.

Com esta pesquisa foi possível identificar o perfil, os interesses e as

preferências dos freqüentadores de hotéis fazenda e pousadas rurais, respondendo

aos objetivos específicos do presente trabalho.

Este estudo foi muito importante para o acadêmico, pois possibilitou que a

teoria estudada fosse aplicada na prática, possibilitando maior aprendizado para

acadêmico na área da administração e importante para a Pousada Rural Gralha

Azul, pois com esta pesquisa a empresa pode investir seu capital de forma mais

assertiva oferecendo aos consumidores o que eles realmente desejam.

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

68

5.1 Sugestões de trabalhos futuros

Sugere-se que este estudo seja utilizado como embasamento para um estudo

mais amplo a respeito do perfil e interesses de atrativos do turista que freqüenta

hotéis fazenda e pousada rurais no planalto serrano.

Dar continuidade a este trabalho de pesquisa a fim de aprofundar o

conhecimento sobre este tipo de consumidor.

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

69

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. A.; RIEDL, M. (Org.). Turismo rural: ecologia, lazer e desenvolvimento. Bauru: Edusc, 2000. BARRETO, Margarita. Manual de Iniciação ao Estudo do Turismo. Campinas: Papirus,1995. BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing Contemporâneo. Rio de Janeiro: LTC, 1998, 8ed. CHURCHILL JR., Gilbert A.; PETER, J. PAUL. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos. Marketing Básico: uma perspectiva brasileira / Marcos Cobra. 4ed. São Paulo: Atlas, 1997. COOPER, Chris. Turismo: princípios e prática / Chris Cooper, John Fletcher, Stephen Wanhill, David Gilbert e Rebecca Shepherd; trad. Roberto Cataldo Costa. 2.ed. Porto Alegre: bookman, 2001. ENGEL, James F.; BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul. W. Comportamento do Consumidor. 8. ed., Rio de Janeiro: JC, 2000. GIGLIO, Ernesto. O comportamento do consumidor. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. GOELDNER,Charles R., Turismo: princípios práticas e filosofias / Charles R.Goeldner, J.R. Brent Richie e Robert W.McIntosh; trad. Roberto Cataldo Costa. 8.ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. GRAZIANO DA SILVA, J.; VILARINHO, C.; DALE, P.J. Turismo em áreas rurais: suas possibilidades e limitações no Brasil. In: ALMEIDA, J.A.; RIEDL, M.; FROEHLICH, J.M., (Ed). Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável. Santa Maria: Centro Gráfico, 1998. GRAZIANO, Silva J. et al. Turismo em áreas rurais: possibilidades e limitações no Brasil. In. Turismo e desenvolvimento sustentável. (Org.) ALMEIDA, J. A. et al. Santa Maria: Centro Gráfico, 1998. Jornal CORREIO LAGEANO: Perspectivas do Turismo na Serra Catarinense, Lages, 02 de outubro de 2008. KARSAKLIAN, Elaine. Comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000. ______. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5.ed. São Paulo: Atlas,1998

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

70

______. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados / Philip Kotler. São Paulo: Futura, 1999. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing: Kotler e Armstrong. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2006, 12ed. LAGE, Beatriz H. G., MILONE, Paulo C.. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. LAMB, Charles W.; HAIR, Joseph F.;MCDANIEL, Carl. Princípios de Marketing. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. LAS CASAS, Alexandre L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. São Paulo: Atlas, 2001. MACDANIEL, Carl; GATES, Roger. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1999. MATTAR, Fauze N. Pesquisa de Marketing: metodologia, planejamento. São Paulo: Atlas, 1996. MCCARTHY, E. Jerome; PERRAULT Jr., Willian. Marketing Essencial: uma abordagem gerencial global. São Paulo: Atlas, 1997. MIDDLETON, Victor T.C. Marketing de turismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2002. MILIO, Isabel. Marketing e comercialização de produtos turísticos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. MINAYO, M.C S. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 2000. MINISTÉRIO DO TURISMO. Diretrizes para o desenvolvimento do turismo rural no Brasil. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.idestur.org.br/download/E_Diretrizes_TR.pdf> Acesso em 10 de março de 2009. ______. Turismo rural: orientações básicas. Brasília, 2008. MOTA, Keila Cristina Nicolau. Marketing turístico: promovendo uma atividade sazonal. São Paulo: Atlas, 2001.

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

71

MURPHY, Dallas. Marketing: descomplicando conceitos: soluções dinâmicas. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ROCHA, Angela D.; CHRISTENSEN, Carl. Marketing: teoria e prática no Brasil. 2ed. – São Paulo:Atlas, 1999. RODRIGUES, A. B. Turismo rural no Brasil: ensaio de uma tipologia. In: ALMEIDA, J. A; RIEDL, M. (Org.). Turismo rural: Ecologia, lazer e desenvolvimento. Bauru: Edusc, 2000. SANDHUSEN, Richard L. Marketing Básico. São Paulo: Saraiva, 1998. SEMENIK, Richard J.; BAMOSSY, Gary J. Princípios de Marketing: uma perspectiva global. São Paulo: Makron Books, 1995. SHETH, Jagdish N.; MITTAL; NEWMAN O comportamento do consumidor: indo além do comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. SHIMOYAMA, Revista FAE BUSINESS número 8, maio 2004, p.47 SOLOMON, Michael R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 5.ed., Porto Alegre Bookman, 2002. TURISMO VISÃO E AÇÃO. Universidade do Vale do Itajaí, Curso de Mestrado em Turismo e Hotelaria, Ano 2. n.4. Itajaí: Univali, fev. 2000. Semestral. ISSN 1415-6393. ZIKMUND, William G. Princípios da Pesquisa de Marketing. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. Zimmerman, Princípios fundamentais do turismo. Disponível em: <http://www.zimmermann.com.br/>. Acessado em 03 de novembro de 2008.

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte

72

APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

Pesquisa de identificação do perfil e interesses de entretenimento de hóspedes de hotel

fazenda/pousada rural, como parte do Trabalho de Conclusão de Curso de Administração com Habilitação em Marketing – UNIVALI (Campus Balneário Camboriú)

1. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Estado civil ( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Viúvo (a) ( ) Desquitado (a) ( ) Outros 3. Faixa etária ( ) de 15 a 24 anos ( ) de 25 a 40 anos ( ) de 41 a 54 anos ( ) de 55 a 64 anos ( ) Acima de 65 anos 4. Grau de escolaridade ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) 3º grau ( ) Pós-graduação ( ) Outros 5. Profissão e/ou ocupação principal: ______________________________________ 6. Nível de renda ( ) até 4 salários mínimos ( ) de 5 a 8 salários mínimos ( ) Acima de 8 salários mínimos 7. Qual sua cidade de procedência? ______________________________________ 8. Você viaja? ( ) Sozinho (a) ( ) Em família (___ pessoas) ( ) Em grupo (___ pessoas) 9. Em que mês (es) você freqüenta Hotel Fazenda / Pousada Rural? ( )Jan ( ) Fev ( ) Mar ( ) Abr ( ) Mai ( ) Jun ( ) Jul ( ) Ago ( ) Set ( ) Out ( ) Nov ( ) Dez 10. Qual o motivo que lhe trouxe a este lugar? ( ) Descanso ( ) Lazer ( ) Paisagens ( ) Turismo ( ) Comidas típicas ( ) Contato natureza ( ) Localização ( ) Outros. Cite_______________________________ 11. Quem foi o(a) maior influenciador(a) na escolha do Hotel Fazenda/Pousada Rural? ( ) Consenso familiar ( ) Pai/Esposo ( ) Mãe/Esposa ( ) Filho/Filha ( ) Outro. Quem?______________________________

12. Qual meio de propaganda influenciou sua vinda a este estabelecimento? ( ) Indicação de amigos / parentes ( ) Folhetos ( ) Televisão/Rádio/Jornal ( ) Internet (site) ( ) Outros. Cite__________________________ 13. De que forma você realizou a reserva? Via ... ( ) Telefone ( ) Internet (site) ( ) Agência de viagens ( ) Outros.Cite__________________________ 14. O que mais lhe atrai em um hotel fazenda/pousada rural? Cite três fatores: 1º. _______________________________________ 2º. _______________________________________ 3º. _______________________________________ 15. Que outros fatores você julga importantes para serem oferecidos no Hotel Fazenda/Pousada Rural? 1 _______________________________________ 2 _______________________________________ 3 _______________________________________ 16. O que lhe agradou em relação ao estabelecimento? ( ) Alimentação ( ) Hospedagem ( ) Atividades oferecidas ( ) Aspectos naturais ( ) Aspectos culturais ( ) Outros. Cite____________________________ 17. Você poderia destacar algum ponto negativo percebido na sua estada neste estabelecimento? ( ) Sim ( ) Não Se a resposta for sim, qual (ais)? ( ) Acesso ( ) Atividades oferecidas ( ) Hospedagem ( ) Atendimento ( ) Alimentação ( ) Infra-estrutura ( ) Outros. Cite_________________________________ 18. Quantas vezes você se hospedou em Hotel Fazenda/ Pousada Rural? ( ) 1ª vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ou mais 19. Se a 1ª vez, qual o nível de satisfação alcançado? ( ) Pouco satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito 20. Você continuará freqüentando Hotel Fazenda/ Pousada Rural? ( ) Sim ( ) Não Comentário: ___________________________________________________________________

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ EDUARDO FARIAS ESTUDO …siaibib01.univali.br/pdf/Eduardo Farias.pdf · Endereço: Estrada Geral Do Faxinalzinho, S/N, Bairro: Cerrado, Cidade: Ponte