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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ AINOR MANOEL LOTÉRIO ESTUDO SOBRE O POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA EMPRESA LIGFARÓIS Balneário Camboriú 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

AINOR MANOEL LOTÉRIO

ESTUDO SOBRE O POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA

EMPRESA LIGFARÓIS

Balneário Camboriú

2007

AINOR MANOEL LOTÉRIO

ESTUDO SOBRE O POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA

EMPRESA LIGFARÓIS

Balneário Camboriú

2007

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Dr. James Luiz Venturi.

AINOR MANOEL LOTÉRIO

Estudo sobre o Posicionamento estratégico da empresa LigFaróis

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Planejamento

Balneário Camboriú, 25 de Junho de 2007.

_________________________________

Prof. Dr. James Luiz Venturi

Orientador

___________________________________

Prof. MSc. Roberto Hering

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc. Marcio Daniel Kiesel

Avaliador

EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Ainor Manoel Lotério

Área de Estágio: administrativa

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Viviane Minella Rebelo

Professor(a) orientador(a): Dr. James Luiz Venturi

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Viviane Minella Rebelo - ME

Endereço: Rua 200 ao lado n° 569

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Área Administrativa

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Viviane Minella Rebelo

Carimbo do CNPJ da Empresa:

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 24 de julho de 2007.

A Empresa LigFaróis, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade

do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de

Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Ainor

Manoel Lotério.

___________________________________

Viviane Minella Rebelo

AGRADECIMENTOS

Cada dia de nossa vida deve servir para a busca da melhoria nos

relacionamentos, o banimento das tristezas e a conquista do conhecimento como

alternativa de progresso sustentável e felicidade. As pessoas são a única riqueza

verdadeira dos empreendimentos, pois são elas que operam as máquinas e os

sistemas; o importante mesmo não é o que temos, mas quem temos em nossa

vida, na empresa. Finalmente, cada etapa vencida deve ser sinônimo de

crescimento.”

Dessa forma, agradeço por mais esta fase cumprida em minha vida: aos

meus pais Ainor Francisco Lotério e Ana Maria Rebelo Lotério, que me deram a

oportunidade de completar o curso, e também por toda educação, compreensão e

apoio que me deram até hoje; a minha namorada Daniele Zambiasi, que me

ajudou e muito a concluir esta jornada, com muita atenção, carinho e paciência

sempre incentivando, e se não fosse pelo curso não a teria descoberto para seguir

o resto da vida e ao meu orientador James Luiz Venturi pelos conselhos e amparo

dando-me confiança para seguir em frente.

RESUMO

O planejamento e sua implantação nas empresas e instituições gera um constante desafio aos gestores e governantes quando se busca a efetividade organizacional. Na época atual, em que se constata um crescente aumento no número de organizações, as quais contribuem para a evolução da ordem econômica, social e política, o mercado competitivo exige mudanças, mas sobre tudo com planejamento. Descreve o planejamento estratégico e mostra a sua importância para as organizações empresariais, como base para a elaboração das estratégias organizacionais. A finalidade é permitir ao administrador tomar decisões mais seguras e realizar ações mais acertadas na condução das organizações. Este trabalho conta também com uma pesquisa exploratória qualitativa aplicada em 84 clientes da empresa Ligfaróis. Os dados foram coletados através de questionários e entrevistas e apresentados de forma organizada e sintetizada em gráficos, de maneira a orientar a análise das informações. Por fim, são feitas algumas considerações sobre os resultados obtidos com este trabalho. Palavras-chave: Planejamento estratégico. Organizações. Estratégias.

ABSTRACT

The planning and deployment in enterprises and institutions generate a constant challenge for managers and leaders when it seeks to organizational effectiveness. In the current season, which finds an increasing number of organizations, which contribute to the evolution of the economic order, and social policy, the competitive market requires changes which in turn need to be increasingly well planned. Describes the strategic planning and demonstrates its importance to the planning of business organizations as a basis for the development of organizational strategies. The purpose is to allow the administrator to decide the safest and most perform actions right in the conduct of the organizations. This work also account with a search exploratory qualitative applied on 84 custormers of the company. The data were collected through questionnaires and interviews and presented in an organized way and synthesized of graphics, so as to guide the analysis of information. Finally, some considerations are made on the job. Keywords: Strategic Planning. Organizations. Strategies

LISTA DE FIGURAS

Figura 2 Componentes do Vetor de Crescimento ........................................... 35

Figura 3 Segmento Alvo X Lucratividade ........................................................ 41

LISTA DE TABELAS

Figura 1 Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratégico.... 26

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Localização dos clientes............................................................. 46

Gráfico 2 Idade dos clientes....................................................................... 47

Gráfico 3 De que forma os clientes obtiveram conhecimento da empresa 48

Gráfico 4 Preferência dos clientes entre os tipos de faróis e lanternas..... 49

Gráfico 5 O cliente encontra o que precisa na empresa............................ 50

Gráfico 6 A empresa dispões de variedades de produtos......................... 50

Gráfico 7 Satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados pela empresa......................................................................................

51

Gráfico 8 Satisfação dos clientes quanto aos preços e formas de pagamento..................................................................................

51

Gráfico 9 Satisfação dos clientes quanto ao horário de atendimento........ 52

Gráfico 10 Empresas que os clientes já compraram produtos.................... 52

Gráfico 11 O que mais interfere na hora de escolher um fornecedor.......... 53

Gráfico 12 Pontos fortes da empresa.......................................................... 54

Gráfico 13 Pontos fracos da empresa.......................................................... 56

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 15

1.1 Tema.................................................................................................................... 15

1.2 Problema e hipótese de pesquisa...................................................................... 17

1.3 Objetivo Geral................................................................................................... 17

1.3.1 Objetivos Específicos....................................................................................... 18

1.4 Justificativa.......................................................................................................... 18

1.5 Contexto de Ambiente de Estágio....................................................................... 19

1.6 Organização do trabalho...................................................................................... 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 21

2.1 Planejamento Estratégico.................................................................................... 21

2.2 Modelos de Planejamento Estratégico................................................................ 24

2.3 Dificuldades de implementação do planejamento estratégico............................. 29

2.4 Estratégia............................................................................................................. 30

2.4.1 Tipos de Estratégias......................................................................................... 33

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA................................................................................ 43

3.1 Tipologia da Pesquisa.......................................................................................... 43

3.2 Sujeito de Estudo................................................................................................. 44

3.3 Instrumentos de Pesquisa.................................................................................... 44

3.4 Análise e Apresentação dos Dados..................................................................... 45

4 RESULTADOS OBTIDOS...................................................................................... 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 58

5.1 Conclusões.......................................................................................................... 58

5.2 Contribuições da pesquisa................................................................................... 59

5.3 Futuras pesquisas................................................................................................ 59

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 61

ANEXO 1.................................................................................................................... 64

ANEXO 2.................................................................................................................... 67

ANEXO 3.................................................................................................................... 68

15

1 INTRODUÇÃO Neste capítulo apresenta-se o tema da pesquisa, a situação problema da

empresa Ligfaróis, a pergunta de pesquisa, os objetivos, a justificativa e o contexto do

ambiente do estágio.

1.1 Tema

Basicamente, até 1960, as organizações eram consideradas como um sistema

fechado, não tendo entrosamento algum com o ambiente externo.

A partir de 1960, a organização passou a ser considerada como um sistema

aberto, interligado com o ambiente externo.

A necessidade de um bom relacionamento entre a organização e seu ambiente

externo, fica cada vez mais evidenciada com o advento da globalização, A globalização

cada vez mais acirrada dos mercados e da produção, aliada a diversidade de ofertas de

produtos e serviços, está pondo em dificuldade a competitividade das micro e pequenas

empresas. Sem dúvida, a não ser que tenham um bom nicho de mercado local, as

micro e pequenas empresas, dificilmente terão um alcance globalizado se continuarem

atuando de forma desordenada e individualizada, pois as mesmas procuram se

estruturar, reduzindo hierarquias e corrigindo distorções, para buscar uma adequação

de seus custos juntamente com uma qualificação primorosa, e com isto obter uma

maior qualidade nos seus serviços.

Com esta nova realidade, os administradores das organizações serão julgados

por sua capacidade de identificar, cultivar e explorar as competências essenciais que

tornam o crescimento possível e sustentável, o que implica necessariamente repensar o

conceito da corporação.

Deve-se considerar que tais organizações devem ser flexíveis, se adaptando as

mudanças de ambientes externos. Tal flexibilidade deve levar em consideração o

mercado de mão-de-obra, os fornecedores, o sistema financeiro, os sindicatos, a

16

concorrência, a comunidade, a tecnologia e, principalmente, os consumidores dos

serviços.

Muito se fala em Planejamento Estratégico , e nas organizações de maneira

geral ainda se pode encontrar uma série de interpretações em relação a esta

ferramenta da administração. O Planejamento Estratégico, que se tornou o foco de

atenção da alta administração das empresas, volta-se para as medidas positivas que

uma empresa poderá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades

encontradas em seu ambiente.

Empresas de todos os tipos estão chegando à conclusão de que essa atenção

sistemática à estratégia é uma atividade muito proveitosa. Empresas pequenas, médias

e grandes, distribuidores e fabricantes, bancos e instituições sem finalidade de lucro,

todos os tipos de organizações devem decidir os rumos que sejam mais adequados aos

seus interesses.

As razões dessa atenção crescente à estratégia empresarial são muitas,

algumas mais evidentes que outras. Dentre as causas mais importantes do crescimento

recente do Planejamento Estratégico, pode-se citar que os ambientes de praticamente

todas as empresas mudam com surpreendente rapidez. Essas mudanças ocorrem nos

ambientes econômico, social, tecnológico e político. A empresa somente poderá crescer

e progredir se conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é uma

técnica comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência. Trata-se de um

instrumento mais flexível que o conhecido Planejamento a Longo Prazo. Um elemento-

chave da estratégia é a seleção de apenas algumas características e medidas a serem

consideradas tomadas. É um instrumento que força, ou pelo menos estimula os

administradores a pensar em termos do que é importante ou relativamente importante,

e também a se concentrar sobre assuntos de relevância.

O mais importante na utilização do Planejamento Estratégico é o seu estreito

vínculo com a administração estratégica nas organizações. Não se pode tratar

isoladamente o planejamento estratégico sem entrar no processo estratégico,

contribuindo assim de forma mais eficaz com a gestão dos administradores na obtenção

dos seus resultados.

17

O estrategista empresarial, tem que ter as condições de identificar os pontos

fortes e fracos, para determinar a postura da empresa perante seu ambiente de

atuação, para sim promover mudanças de acordo com a estratégia mais bem

proveitosa a seus interesses.

1.2 Problema e hipótese de pesquisa

Para o estudo foi sugerido pela empresa LIgFaróis Ltda, os seguintes problemas

de pesquisa:

• As pessoas têm conhecimento da empresa, do que ela faz?

• Qual seu publico alvo?

• Por somente trabalhar com faróis e lanternas, não se limita a um único

crescimento?

Observando as situações problema apresentadas a pergunta de pesquisa é a

seguinte:

Como posicionar mercadologicamente a empresa LigFaróis?

As possíveis hipóteses desse trabalho são as seguintes:

• Os clientes estão satisfeitos com os serviços ofertados pela empresa;

• Os clientes preferem à recuperação de faróis e lanternas;

• A maior parte do seu público alvo concentra-se em Balneário Camboriú.

1.3 Objetivo Geral

• Avaliar um possível posicionamento mercadológico para a empresa LigFaróis.

18

1.3.1 Objetivos Específicos

• Identificar as ameaças e oportunidades para a empresa, bem como seus pontos

fortes e fracos na região Vale do Itajaí;

• Mensurar a satisfação dos clientes em relação aos serviços oferecidos pela

empresa;

• Identificar as preferências dos consumidores entre faróis e lanternas novos e

recondicionados;

• Identificar a localização do seu publico alvo.

1.4 Justificativa

Este trabalho é importante para a empresa, pois todas as organizações sentem a

necessidade do planejamento, como afirma Oliveira (1999), de que qualquer

organização não importando o tamanho, precisa ter um planejamento estratégico. E

com o planejamento estratégico elaborado e possivelmente implantado na empresa,

conseguir-se-á demonstrar que as ferramentas que serão utilizadas e propostas

juntamente com a aferição dos dados, poderão levar a empresa a um patamar acima do

que já ocupa, fortalecendo sua imagem no seu segmento.

Este trabalho também será de grande valia para o acadêmico como estudante e

futuro profissional de marketing, pois será uma oportunidade de crescimento pessoal e

profissional, buscando colocar em prática os conceitos adquiridos no decorrer da

graduação.

Diante do exposto nos parágrafos anteriores, evidenciando alguns dos

problemas levantados e a relevância do tema, esta pesquisa foi realizada com a

perspectiva de focalizar as necessidades do emprego do planejamento estratégico na

empresa Ligfaróis, determinando quais os pontos fracos e quais os pontos fortes, bem

como as estratégias a serem implementadas no sentido de suprir as necessidades dos

clientes, tornando-a mais competitiva no mercado frente aos concorrentes. Por ser uma

empresa nova deve estar atenta aos eventuais erros, pois os mesmos podem causar

perdas financeiras, mercadológicas e de prestígio.

19

Segundo Bethlen (1998), a consistência de um trabalho de elaboração e

implantação de Planejamento Estratégico em empresas está diretamente ligada à

sistemática adotada, ao comprometimento das pessoas envolvidas, à exatidão dos

dados levantados ou informados, quer sejam internos ou externos, e ao

acompanhamento sistemático dos planos de ação propostos. A consideração feita foi a

de que prioritariamente seriam analisadas a sistemática adotada e a forma de

implantação, comparativamente com os resultados alcançados. Analisando todo o

caminho da empresa Ligfaróis até agora, considerando-se que os demais itens

relevantes, que envolvem as pessoas e setores das empresas, a exatidão dos dados

iniciais e posteriores, bem como quaisquer outros fatos, sejam tratados como

secundários para efeito de elaboração.

1.5 Contexto do Ambiente de Estágio

Em 2005 teve inicio da empresa LigFaróis, por Viviane Minella Rebelo (33 anos)

e Edson Afonso Rebelo (40 anos). O nome LigFaróis, teve origem no que a empresa

tem como produção e prestação de serviço.

A empresa se iniciou com o aprendizado de recuperação de faróis e lanternas Do

comerciante de automóveis Edson A. Rebelo. No início, os produtos eram somente de

seu próprio interesse, pois a família Rebelo tinha revenda de automóveis e precisava

constantemente desse tipo de serviço. Foi aí que as pessoas começaram, a saber, o

que pode ser feito com este material que antes não era aproveitado. Até então, a

empresa trabalhava de portões fechados, em fase de teste.

O despertar do interesse dos clientes foi o fato do farol e/ou lanterna recuperada,

continuarem sendo originais, tendo a mesma função e se tornando mais acessíveis,

além do que, tem um papel importante na preservação ambiental pois reciclagem

destes produtos, faz com que os mesmos não sejam jogados no lixo.

A partir de 2006, a empresa abre as portas, para o atendimento ao público, não

só com recuperação de faróis e lanternas, mas também com vendas de produtos novos

20

e usados de origem nacional e importados, assim suprindo toda e qualquer

necessidade e preferência do cliente.

1.6 Organização do trabalho

Para chegar a uma conclusão das propostas, o trabalho foi compreendido em

cinco capítulos. O primeiro capitulo, reporta-se à introdução, no que diz respeito a

determinar o contexto do ambiente de estagio, o tema, a exposição clara do problema e

hipótese de pesquisa. Manifesta ainda o conceito elevado da teoria que se fundamenta

no estudo, evidencia o propósito do trabalho, identifica o objetivo geral e os objetivos

específicos, contem também a justificativa, reflexões e limitações do método técnico e

cientifico do estudo denominado metodologia, conforme a composição de informações

do estudo.

O segundo capitulo compreende a “Fundamentação Teórica”, planejamento

estratégico, modelos de planejamento estratégico, dificuldades de implementação do

planejamento estratégico, estratégia e tipos de estratégia, descreve as metodologias

propostas pelos autores.

O terceiro capitulo refere-se, à metodologia que aborda a tipologia da pesquisa, o

sujeito do estudo, os instrumentos utilizados na pesquisa, a análise e a apresentação

dos dados pesquisados.

No capítulo 4 são representados os resultados da pesquisa por meio de tabelas

e gráficos, considerações e comentários.

O último e quinto capítulo, apresenta as considerações finais e conclusão do

estudo, finalizando com as referências e anexos.

21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Planejamento estratégico

O planejamento estratégico tem evoluído ao longo da história, tanto em sua

forma como em sua concepção, em especial na medida em que a sociedade avançava

da era industrial para a era da informação e, dessa, para a era do conhecimento.

A origem do planejamento estratégico pode ser identificada nas mais antigas

civilizações. Os reis, governantes e administradores sempre tiveram a necessidade de

decidir antecipadamente o que fazer, o porquê de fazer, como fazer e o quando fazer,

para alcance do sucesso e avanço de seus recursos no longo prazo. Apesar de todos

esses anos, décadas, séculos e milênios de amostras de planejamento estratégico

exercido na prática, somente nos anos 50 surge o Planejamento Estratégico com a

finalidade de tratar do problema econômico entre oferta e demanda.

Na década de 70, o planejamento estratégico surgiu caracterizado por fórmulas

simplistas de difícil utilização e, nos anos 80, sofreu um declínio, sendo deixado para

segundo plano (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL 2000). Esse declínio ocorreu

pela ascensão de novos modelos de gestão como Programas de Qualidade Total,

Administração por Objetivos, Reengenharia, Seis Sigma, Produção Enxuta, Teoria dos

Jogos, Empowerment, Organizações Virtuais, E-bussiness, entre outros. Um estudo

realizado por Davenport (2004) mostrou que desde “Vencendo a Crise”, livro escrito por

Tom Peters em 1982, apareceram quase setenta novas ferramentas de gestão. As

empresas, nessa época, buscam vantagens competitivas apenas em ferramentas de

gestão da moda, deixando de lado análises mais profundas, reflexões e a criatividade

necessária para o sucesso de longo prazo.

Entretanto, muitos especialistas como Peter Druker, Michael Porter, Henry

Mintzberg, Nitin Nohria, Clayton Christensen, entre outros, vêm chamando atenção para

o risco das empresas em adotarem soluções genéricas sem um alinhamento com

enfoque estratégico, criando, assim, uma desvinculação das realidades da empresa e

culturas organizacionais forçadas. Porter (2002) explica que, nos anos 90, estabeleceu-

22

se um caos conceitual referente a Planejamento Estratégico. O autor argumenta que

muitas empresas perderam seus posicionamentos encantadas com novos modelos

gerenciais, os quais acabaram falhando um após outro.

Para Kaplan e Norton (2004), o planejamento estratégico está em fase de

renovação e reinvenção. Os autores argumentam que as empresas voltam a usar a

ferramenta como forma de sustentabilidade, recuperando sua relevância perante as

organizações.

Almeida (2003) esclarece que o planejamento estratégico é uma atividade que,

através do ambiente de uma organização, cria a consciência de suas oportunidades e

ameaças para o cumprimento de sua missão e estabelece o propósito de direção que a

organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos. Nessa

mesma linha de pensamento, Oliveira (1999) reconhece que a sua finalidade é

“estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser

seguidos para alcançar os objetivos ou resultados pela empresa”. Da mesma forma

Wright, Kroll e Parnell (2000), preconizam que ela “refere-se aos planos da alta

administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais

da organização”. Por fim, para Certo e Peter (1993), ela é definida como “um curso de

ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos”. Portanto,

planejamento estratégico é a capacidade da empresa em projetar e selecionar

estratégias para a realização dos objetivos organizacionais, mostrando como a

organização escolhe evoluir da situação presente até uma situação desejada no futuro.

Existe, porém, uma diferença entre planejamento e estratégia: segundo Ansoff e

Mc. Donnell (1993), enquanto planejamento é a união da programação no tempo

caracterizada por articular e elaborar visões já existentes, a estratégia é a combinação

da intuição e criatividade em perspectivas integradas de direção. O planejamento é uma

programação projetada ao futuro com a qual os objetivos são definidos, estratégias

estabelecidas e recursos alocados visando a sua implementação. Segundo os autores,

a parte analítica dessa abordagem recebeu o nome de estratégias, e o processo pelo

qual os administradores conjuntamente formulam estratégias tem sido chamado de

planejamento estratégico.

23

Já para Mintzberg (2004), o planejamento é uma análise, diferentemente da

estratégia, que é a síntese. O ponto essencial dessa abordagem é que as melhores

estratégias são visões e não planos, e o planejamento é a articulação de estratégias ou

de visões já existentes. Estabelecer estratégias é absorver as aprendizagens dos

dirigentes, suas experiências pessoais, as experiências de outros dados obtidos por

pesquisas ou por outros meios, sintetizando-os na visão da direção a ser seguida.

Para Cunha (1994), planejamento estratégico é um processo que consiste na

análise sistemática da situação atual e das ameaças e oportunidades futuras, visando a

formulação de estratégias, objetivos e ações.

O planejamento pode ser visto sob vários aspectos. Steiner (apud Oliveira, 1999)

estabelece cinco dimensões para o planejamento: a primeira dimensão corresponde ao

assunto abordado, que pode ser produção, pesquisa, novos produtos, finanças,

marketing, instalações ou recursos humanos; a segunda dimensão corresponde aos

elementos constitutivos, dentre os quais podem ser citados os propósitos, objetivos,

estratégias, políticas, programas, orçamentos, normas e procedimentos, dentre outros;

a terceira dimensão corresponde aos níveis de planejamento, que pode ser de longo,

médio ou curto prazo; a quarta dimensão corresponde às unidades organizacionais

onde o julgamento é elaborado, e nesse caso pode haver planejamento corporativo de

subsidiárias, grupos funcionais, divisões, departamentos ou produtos; a quinta

dimensão corresponde às características do planejamento, que pode ser representado

por: complexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade, estratégico ou tático,

confidencial ou público, formal ou informal, econômico ou caro. Esses aspectos não são

mutuamente exclusivos e nem apresentam linhas demarcatórias muito claras,

entretanto, tais dimensões permitem visualizar a amplitude do assunto planejamento. C

Considerando os aspectos abordados por essas dimensões, Oliveira (1999)

preconiza que o planejamento deve ser encarado como um processo contínuo visando

o estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pela organização,

levando-se em conta a vontade dos executivos envolvidos em cada processo ou

atividade. O propósito do planejamento deve levar em consideração o desenvolvimento

de ações que proporcionem uma situação viável de alcançar os objetivos pretendidos

pela empresa.

24

Para Silva (2001) o planejamento é uma característica intrínseca do

desenvolvimento e da evolução do ser humano.

O autor afirma que através do planejamento o ser humano consegue traçar

metas para o seu bem-estar, preparar-se para eventualidades e ameaças futuras e

obter sucesso em função da possibilidade de novas oportunidades. Portanto, para se

atingir um objetivo é preciso primeiro planejar o caminho a percorrer. Complementa que

do mesmo modo, as organizações precisam planejar o futuro como preparação para

essas metas, ameaças e oportunidades. Isso é conseguido por meio da análise e

avaliação do relacionamento com o ambiente, através da utilização de um processo

capaz de integrar os diversos aspectos da empresa e do seu ambiente.

2.2 Modelos de Planejamento estratégico

A literatura sobre planejamento estratégico é ampla e apresenta diversos

modelos de elaboração e implementação de estratégias, que trazem perspectivas

distintas (ANDREWS, 1980; ACKOFF, 1976; LORANGE & VANCIL, 1976, ANSOFF,

1977; MINTZBERG, 1973; PORTER, 1986; CUNHA, 1995; MINTZBERG & QUINN,

1992; CERTO E PETER, 1993; GLUCK, KAUFMAN & WALLECK, 1980). Estes

modelos definem as etapas do processo de planejamento estratégico, bem como

diferentes abordagens para a sua aplicação.

Os modelos de planejamento estratégico formal foram sendo adaptados e

melhorados ao longo dos anos pelos pesquisadores da Administração Estratégica, que

inserindo novas variáveis e abordagens, adequaram os modelos de planejamento aos

ambientes cada vez mais turbulentos e imprevisíveis que se apresentam ao mundo

empresarial. Ao mesmo tempo, buscando continuamente explicitar as relações entre o

planejamento, sua implantação e os resultados obtidos.

Embora cada modelo tenha características distintas, pode-se observar que todos

apresentam quatro macro-etapas bem definidas:

25

1. O diagnóstico estratégico, que compreende um levantamento de informações

sobre a organização e o ambiente no qual está inserida;

2. A elaboração de missão, objetivos, estratégias e metas da organização,

visando estabelecer uma posição futura desejada;

3. A implementação do plano estratégico resultante;

4. O controle dos resultados.

Os diferentes modelos presentes na literatura podem variar segundo a seqüência

de passos para cada macro-etapa, a opção de ferramentas de análise utilizadas em

diferentes situações, a abordagem de implantação, liderança do processo e a

complexidade dos métodos analíticos, mas assemelham-se quanto aos passos a serem

seguidos para elaboração de estratégias.

Todos os modelos apresentados pressupõem uma etapa de levantamento,

organização e análise de informações, chamado de diagnóstico estratégico, que

subsidiará o estabelecimento de objetivos, metas e estratégias para a empresa.

Os modelos de planejamento estratégico formal clássico e suas derivações têm

por objetivo nortear o processo de elaboração de estratégias de sucesso para as

organizações. Em linhas gerais, os modelos formais apresentados pelos especialistas e

autores do assunto, assemelham-se quanto aos passos a serem seguidos durante o

processo de planejamento e ao tipo de informação necessária para a tomada de

decisão, podendo diferir quanto à seqüência das etapas, ênfase do modelo e orientação

do processo. A Figura a seguir apresenta um resumo comparativo de dez modelos de

planejamento estratégico formal, bem como o foco principal seguido por cada um deles

(ACKOFF, 1976; ANSOFF, 1977; THOMAS e LOPES, 1978; ANDREWS apud

FREEMAN, 1988; RASMUSSEN, 1990; TAVARES, 1991; CERTO e PETER, 1993;

CUNHA, 1996; GRACIOSO, 1996; OLIVEIRA, 1998), podendo-se considerá-los como

representativos dos modelos formais existentes.

Dentre os modelos estudados, pode-se observar uma maior ou menor ênfase em

determinadas etapas, cuja própria nomenclatura e divisão das macro-atividades delimita

a importância dos passos a serem seguidos.

26

Modelos de planejamento estratégico

Etapas Ansoff Ackoff Andrews

Definições

preliminares

1. Objetivos

Análise

Externa

3. Avaliação

externa

1. Análise de

cenários

1.Oportunidades

e ameaças;

2. Responsa-

bilidade social

Análise

Interna

2. Avaliação

Interna

4. Sinergia-

estrutura

4. Análise dos

subsistemas

empresariais

3. Valores

pessoais da

gerência

4. Pontos

fortes e fracos

Políticas,

objetivos e

metas

5. Objetivos (revisão) 2. Objetivos de

desempenho e

metas

5. Políticas (visão de

futuro)

5. Definição de

objetivos e

políticas

Estratégias 6. Estratégia de

diversificação

7. Estratégia de

expansão

8. Estratégia financeira

9. Estratégia

administrativa

3. Alternativas de

ação

6. Definição da

estratégia

corporativa

Figura 1 - Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratégico

27

Modelos de planejamento estratégico

Etapas Certo e Peter Tavares Gracioso

Definições

preliminares

1. Visão

estratégica da empresa

Análise

Externa

1. Análise

externa

2. Análise do

ambiente

externo

2. Cenário

Global

3. Mercado,

evolução e

tendências

4. Perfil de

resposta dos

concorrentes

Análise

Interna

2. Análise

interna

3. Análise do

ambiente

interno

6. Análise do

sistema de

negócios

Políticas,

objetivos e

metas

3. Missão e

objetivos

1. Definição da

missão

4. Revisão da

missão

5. Elaboração de

filosofias e políticas

6. Definição de

objetivos

8. Formulação de

metas e ações

setoriais

5. Objetivos tentativos

7. Objetivos revistos

Estratégias 4. Formulação

da estratégia

7. Seleção de

estratégias

8. Estratégias de

competição

Figura 1 - Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratégico

28

Modelos de planejamento estratégico

Etapas Thomas e Lopez Rasmus

Definições

preliminares

Análise

Externa

1. Exame externo

4. Fator pesquisa

informacional

1. Análise do macro- ambiente

Análise

Interna

2. Exame interno

3. Fator crítico

4. Fator pesquisa

Informacional

5. Estimativas

2. Análise do micro- ambiente

Políticas,

objetivos e metas

6. Missão, objetivos e

diretrizes

3. Elaboração dos macro-

objetivos

4. Elaboração das macro-políticas

Estratégias 7. Formulação de

alternativas estratégicas

8. Seleção e

desenvolvimento de

alternativas

5. Elaboração das macro-

estratégia

Figura 1 - Comparativa entre os modelos de Planejamento Estratégico

Os modelos de planejamento estratégico têm recebido várias críticas

relacionadas a sua incapacidade de induzir a elaboração de estratégias brilhantes, ou

mesmo quanto ao seu excesso de formalismo (MINTZBERG, 1987, 1994; MARKIDES,

2000; HAMEL e PRAHALAD, 1995).

29

Dentre as principais dificuldades e limitações de um processo de planejamento

estratégico formal, pode-se citar problemas como paralisia pela análise, complexidade

dos métodos analíticos (exigência de especialistas em planejamento), qualidade da

informação, tempo para sua execução, estratégias inadequadas à capacidade da

empresa em implementá-las e falhas na implantação do plano, causadas por

incapacidade administrativa.

Porém, existe uma grande lacuna nos modelos existentes em relação a

ferramentas de análise voltadas para a sustentabilidade corporativa. Os modelos

existentes não levam em consideração a variável ecológica e social como fator

fundamental para a sobrevivência da empresa no longo prazo. Estes modelos apenas

consideram estas variáveis na análise do macro ambiente, focando aspectos externos à

organização como índice de poluição sonora, atmosférica e nuclear do meio ambiente

onde estão inseridas, atividades dos partidos verdes ou conflitos com ecologistas,

utilizando estes dados para identificar oportunidades e ameaças, ligadas geralmente à

legislação e aumento dos custos com tratamento de efluentes e resíduos. Assim, as

ferramentas de levantamento e análise de dados dos modelos existentes estão voltadas

principalmente para as questões econômicas e baseadas nos princípios da

competitividade.

2.3 Dificuldades de implementação do planejamento estratégico

Existe praticamente uma unanimidade entre os estudiosos de planejamento

estratégico de que a etapa de implantação de processos de mudança estratégica ou

estrutural nas organizações é a mais difícil de todo o processo.

Geralmente não existem problemas nas etapas de definição da missão e

estabelecimento das estratégias; os problemas aparecem quando estas devem ser

executadas na prática.

Nos estudos de Ungson apud Park (1997) são encontradas diversas razões

pelas quais o planejamento estratégico tem dificuldades para sua implementação. Entre

as principais estão:

30

� Falta de comprometimento das pessoas que dirigem a organização;

� Ausência de uma estrutura que facilite a implementação;

� Implementação realizada de forma desconexa ou fragmentada;

� Deficiência para comprometer as pessoas diretamente envolvidas na

implementação estratégica;

� Implementação com prazos de execução fora da realidade;

� oposição de grupos poderosos.

2.4 Estratégia

O conceito de estratégia tem diferentes conotações em diferentes contextos,

quer na esfera teórica da academia, quer na esfera prática das empresas. A

abrangência e complexidade do termo impedem a elaboração de um conceito

consensual. Não há uma definição única, universalmente aceita.

Para Buzzell (1977), estratégia é o conjunto de objetivos da empresa e a forma

de alcançá-los.

Para Simon (1971), estratégia é o conjunto de decisões que determinam o

comportamento a ser exigido em determinado período de tempo.

Já Ansoff (1990), diz que estratégia é um dos vários conjuntos e regras de

decisão para orientar o comportamento de uma organização.

Neste sentido, uma estratégia de negócios tem diversas características

específicas: não resulta em qualquer ação imediata; deve ser usada para gerar projetos

estratégicos através de um processo de busca; torna-se desnecessária quando a

dinâmica histórica da organização a leva aonde ela quer ir; deve basear-se em

informações bastante agregadas, incompletas e incertas a respeito das classes de

alternativas; o uso apropriado da estratégia exige feedback estratégico; objetivos e

estratégias são termos distintos, ou seja, os primeiros representam os fins que a

empresa está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o meio para alcançar esses

fins; finalmente, a estratégia e os objetivos são intercambiáveis.

Mintzberg e Quinn (1992) afirmam que a palavra estratégia, tem sido ao longo do

tempo usada de diferentes modos, embora tenha sido tradicionalmente definida de um

31

único modo. No entanto, o reconhecimento explícito de múltiplas definições pode ajudar

as pessoas a moverem-se com mais habilidade nesse campo. De acordo com isso,

cinco definições de estratégia são apresentadas pelo autor: plano, estratagema,

padrão, posição e perspectiva.

Porter (1986) define que o objetivo de uma estratégia é encontrar uma posição

dentro do mercado, de forma que a companhia possa se defender contra forças

competitivas dos concorrentes ou influenciá-las a seu favor.

Porter (1989) argumenta que a estratégia consiste em selecionar um conjunto de

atividades em que a organização será excelente, criando a diferenciação sustentável no

mercado. Isso pode consistir em fornecer aos clientes um maior valor do que os

concorrentes ou em fornecer valor comparável, porém com um custo mais baixo que os

concorrentes. Sua solução é ser diferente. Portanto, o autor sugere que as empresas

escolham sempre um conjunto diferente de atividades em relação aos concorrentes

para fornecer um conjunto único de valor. Além disso, o autor alerta que, para as

empresas serem diferentes de seus concorrentes, precisam fazer escolhas, ter foco e

saber o que fazer e o que não fazer. Caso não ocorram “trade-offs”, não haverá

necessidade de escolha e, portanto, não haverá necessidade de estratégia. Sem o

“trade-off”, as empresas voltam a concorrer pela eficácia operacional.

A essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma

organização ao seu meio ambiente. Porter (1986) descreve a estratégia competitiva

como ações ofensivas ou defensivas a fim de criar uma posição na indústria contra as

forças competitivas e com o propósito de obter um melhor retorno sobre o investimento.

Entretanto, desloca a atenção para três estratégias genéricas que podem ser usadas

para superar os concorrentes ao enfrentar as cinco forças competitivas, melhorando

sua posição a longo prazo: liderança no custo total, diferenciação e enfoque.

Miles e Snow (2003) abordam a complexidade das estratégias buscando sua

compreensão nos padrões de comportamento das organizações; sugerem algumas

respostas para diversas perguntas e mostram a importância de se analisar a

organização sob a ótica orgânica, em vez da mecânica. No processo de adaptação

organizacional, os autores ressaltam que a adaptação é o tópico de maior interesse

gerencial e estaria recebendo apenas um limitado tratamento teórico. Muito embora a

32

adaptação organizacional seja um processo complexo e dinâmico, ela pode ser

amplamente conceituada como um ciclo de ajustamentos potenciais requerendo a

simultânea solução de três dos maiores problemas: empreendedorismo, engenharia e

administração.

Estratégia, para Quinn (2001), é um modelo ou um plano que integra os

principais objetivos, políticas e seqüências de ação num todo sinérgico. Para o autor,

uma estratégia bem formulada apóia o líder e distribui os recursos da organização

numa postura única e viável, baseada nas competências e deficiências internas

relativas, na antecipação de alterações do meio-ambiente e nas mudanças

contingenciadoras dos concorrentes.

Mintzberg (2001) sugere que a estratégia escolhida pela organização deve ser

criativa e inovadora, assegurando seu êxito nos negócios atuais, ao mesmo tempo em

que constrói as competências essenciais do amanhã. O autor alerta que a estratégia

realizada de uma organização nem sempre coincide com a estratégia pretendida,

devido às constantes mudanças verificadas no atual ambiente turbulento dos negócios.

Segundo o autor, a formulação de estratégias gera uma atividade contínua entre cinco

dimensões: estratégias pretendidas, estratégias deliberadas, estratégias emergentes,

estratégias realizadas e estratégias não realizadas. Conseqüentemente, a estratégia

realizada acaba sendo uma composição de ações planejadas e reações necessárias

para condições imprevistas.

Embora cada situação seja única, existem alguns critérios comuns que tendem a

definir uma boa estratégia. Na ótica de Quinn (2001), o fato de que uma estratégia

tenha funcionado em determinada situação não é um critério suficiente para determinar

os resultados finais de uma organização. Há que se considerar, também, outros fatores,

como sorte, recursos existentes, implementação e erros inimigos. O autor sugere que,

para a avaliação das estratégias, deve-se levar em conta o seu grau de clareza,

impacto motivacional, consistência com o meio competitivo, grau de risco, horizonte do

tempo, valores pessoais dos estrategistas e sua praticabilidade. As principais

estratégias empresariais foram aqui reunidas visando identificar as opções estratégicas

que as organizações possuem na atual competitividade mercado.

33

Hamel e Prahalad (1995) apresentam uma visão de estratégia diferente da que

prevalece em muitas empresas. Essa visão de estratégia reconhece que uma empresa

precisa desaprender grande parte do seu passado para descobrir o futuro. Essa visão

de estratégia reconhece que não é suficiente colocar a empresa em uma posição ótima

dentro dos mercados existentes; o desafio é penetrar na nuvem de incerteza e

desenvolver uma grande capacidade de previsão dos mercados de amanhã. De acordo

com isso, para uma empresa chegar primeiro ao futuro, são necessários quatro

elementos: a compreensão de que a competição pelo futuro é uma competição

diferente; um processo para a descoberta e percepção das oportunidades futuras;

habilidade de energizar a empresa de cima para baixo; capacidade de superar os

concorrentes e chegar primeiro ao futuro sem correr grandes riscos.

2.4.1 Tipos de estratégias

Estratégia de Liderança no Custo Total

A estratégia Liderança em Custo Total é uma abordagem competitiva forte em

mercados onde muitos compradores são sensíveis aos preços. O objetivo é buscar uma

vantagem em custos sustentáveis como base para colocar preços mais baixos que os

preços dos concorrentes e ganhar participação de mercado ou obter uma maior

margem de lucro, vendendo ao preço do mercado. Segundo Porter (1986), a meta da

estratégia de Liderança em Custos é a grande penetração de mercado com base na

vantagem competitiva de custos mais baixos que os concorrentes, oferecendo produtos

básicos, com pouco sensacionalismo, porém com uma qualidade aceitável. A ênfase na

produção busca a contínua redução de custos baseada na curva de aprendizado ou

experiência, sem sacrifício da qualidade.

Para Ansof (1990), a estratégia de Liderança em Custo é a mais tradicional e

ocorre com a competição baseada no menor preço de mercado. Essa estratégia é

baseada nas premissas microeconômicas de que o sucesso no mercado depende

34

apenas do menor preço ofertado. Em conseqüência do menor preço, as empresas

maximizam sua participação no mercado e aumentam seus lucros derivados da

economia de escala. A estratégia de Liderança em Custo é muito eficaz principalmente

quando a concorrência de preços entre empresas for especialmente vigorosa, o tipo de

produto for essencialmente padronizado, existirem poucas possibilidades de

diferenciação entre os produtos, os compradores usarem os produtos de uma mesma

forma e quando os compradores forem grandes, podendo barganhar menores preços.

Estratégia de Diferenciação

Sempre que as necessidades e desejos dos clientes forem muito

diversificados para serem satisfeitos com produtos padronizados, a estratégia de

Diferenciação torna-se uma abordagem competitiva atrativa. Segundo Porter (1989), a

estratégia de Diferenciação deve espelhar os diferentes atributos que o produto possui

quando comparado com produtos de concorrentes.

O objetivo da estratégia de Diferenciação é, assim como na de Liderança em

Custo, conseguir uma grande participação de mercado. Porém, a estratégia de

Diferenciação oferece aos compradores algo diferente dos concorrentes, com uma linha

de produtos variados e com uma produção que cria um maior valor do produto para os

clientes.

Segundo Thompson e Strickland (2004), uma forma de criar uma estratégia

de diferenciação eficaz é incorporar algumas características aos produtos que possam

reduzir os custos para o cliente no seu uso ou incorporar características que aumentem

o desempenho esperado pelo cliente, ou ainda, incorporar valor ao produto de maneira

não econômica ou tangível.

Estratégia de Enfoque

O principal diferencial da estratégia de Enfoque em relação à de Líder em Custo

e de diferenciação é a atenção concentrada em um nicho de mercado, em um pequeno

segmento que pode ser atrativo para uma empresa atender. Segundo Porter (1986), a

35

estratégia de enfoque pode ser definida pela concentração geográfica e por

necessidades específicas dos clientes de utilização do produto. O objetivo da estratégia

de enfoque é atender a necessidades e preferências distintas dos clientes. Ela tem a

capacidade de oferecer aos seus clientes produtos personalizados de acordo com suas

necessidades e desejos.

A estratégia de Enfoque pode ainda ser de Enfoque em Custo ou Enfoque em

Diferenciação. O Enfoque em Custo busca uma vantagem de custo em determinado

nicho de mercado, enquanto a estratégia de Enfoque em Diferenciação busca uma

vantagem baseada na diferenciação para atuar nesse nicho de mercado. Para Porter

(1989), ambas as estratégias devem atender a segmentos–alvo de compradores com

necessidades incomuns através de um sistema de produção e distribuição que o atenda

de forma personalizada.

Estratégia de Carteira

Ansoff (1990) explica que, para a estratégia de carteira, existem quatro

componentes principais: vetor de crescimento, vantagem competitiva, sinergia e

flexibilidade estratégica. O vetor de crescimento especifica o alcance e a direção dos

negócios futuros da empresa. A vantagem competitiva leva a empresa a um

posicionamento no mercado que a diferencie de seus concorrentes. A sinergia visa o

entrosamento entre as áreas e atividades da empresa e a flexibilidade faz com que

essa empresa se adapte facilmente às mudanças de mercado.

Figura 2: Componentes do Vetor de Crescimento Fonte: Ansoff (1990)

36

A penetração no mercado expressa uma busca de crescimento pela empresa, no

mercado corrente, com os produtos correntes. Já o desenvolvimento de produtos

significa que a empresa cria novos produtos a serem ofertados nos mercados em que

ela já compete. O desenvolvimento de mercados busca novos mercados para os

produtos correntes da empresa e a diversificação cria novos produtos para novos

mercados. Entre os três primeiros vetores de crescimento, existe um forte elo em que a

empresa aproveita suas potencialidades adquiridas pela experiência enquanto que, na

diversificação, em função de a empresa não possuir a mesma experiência nem no

mercado nem no produto, o elo tornasse mais fraco.

A diversificação envolve o crescimento da empresa através da aquisição de

empresas em outros segmentos, indústrias e negócios. Segundo Certo e Peter (1993),

existem dois tipos de diversificação: as relacionadas, em que as empresas fazem uso

compartilhado dos recursos, e as não relacionadas, em que o segmento ou linha de

negócio é completamente diferente. Alem da diversificação através da aquisição de

outras empresas, Wright, Kroll e Parnell (2000) sugerem fusões e alianças estratégicas

como forma de crescimento sustentado para as empresas. Na fusão, a empresa se une

com outra empresa, formando uma terceira organização. As alianças estratégicas são

parcerias entre as empresas buscando sinergias para um projeto específico.

Estratégia de Defesa

Westwood (1996) cita como estratégias tipicamente defensivas aquelas que

busquem melhorar a imagem da empresa, a qualidade, a confiabilidade, durabilidade, o

desenho dos produtos e a confiabilidade nos prazos de entrega.

Segundo Thompson e Strickland III (2004), em mercados competitivos, as

empresas estão sempre sujeitas a ataques de concorrentes. Por isso, as estratégias

defensivas visam a diminuir o risco de ataques, enfraquecendo seus impactos

competitivos ou levando as concorrentes a atacarem outras empresas. Embora não

melhorem a vantagem competitiva das empresas, tais estratégias fortalecem sua

posição no mercado. Segundo os autores, existem duas formas de as estratégias

defensivas fortalecerem a posição da empresa no mercado, impedindo ataques de

37

concorrentes: bloquear as oportunidades ofensivas do concorrente com a expansão de

linha de produtos e atender a novos nichos, com lançamento de novas marcas. Além

disso, outras mudanças podem mostrar aos concorrentes o vigor competitivo da

empresa, acenando com a indicação de que existe uma forte pretensão de retaliação

no caso de um ataque por concorrentes.

Estratégia de Crescimento

As estratégias de crescimento podem ser realizadas através da inovação, o que

torna os produtos atuais obsoletos, ou através de integrações com clientes,

fornecedores ou concorrentes.

Com a inovação, as empresas garantem seu futuro estimulando a demanda

através do lançamento de novos produtos. Para Westwood (1996), as estratégias de

crescimento buscam aumentar a participação da empresa no mercado, ofertando

produtos novos ou modificados aos atuais clientes ou mercados. Caracteristicamente, a

estratégia de crescimento busca aumentar a variedade dos produtos ou através de

opções de cor, tamanho, matéria prima, variedade ofertada e variedades de utilização,

ou através da criação de um novo produto.

As estratégias de crescimento através de integrações podem ser subdivididas

em integrações verticais, quando uma organização vem a ser responsável por duas ou

mais etapas interligadas pelo processo de fabricação de um bem qualquer, ou

integrações horizontais, que envolvem a aquisição de empresas concorrentes em um

mesmo segmento de mercado.

Estratégia de Ataque

Na busca de novos clientes e de aumento da participação de mercado, a

empresa utiliza estratégias de ataque. Essas estratégias ameaçam a posição do

concorrente com a oferta de um produto melhor, com mais qualidade, ou com menor

preço. Segundo Westwood (1996), nenhuma empresa possui 100% do mercado atual,

o que oportuniza a busca de novos clientes. As estratégias comuns de ataque são

38

realizadas através da mudança nos preço, nas praças (distribuição), na busca de novos

mercados geográficos ou novos setores industriais. Pode ainda ser feito o uso da

ferramenta propaganda para efetivar uma estratégia de ataque.

Segundo Thompson e Strickland III (2004), a vantagem competitiva é sempre

conseguida por meio de mudanças ofensivas. Segundo os autores, a formação e a

deterioração da vantagem competitiva segue um ciclo equivalente ao ciclo de vida dos

mercados, nos quais existe um período de formação, em que as mudanças ofensivas

são realizadas; um período de benefícios, onde é atingido o ápice da vantagem

competitiva e um período de deterioração, no qual os concorrentes atacam com

imitações que enfraquecem a vantagem da empresa.

A regra para utilização da estratégia de ataque a um líder de mercado, proposta

por Porter (1989), é não atacar com estratégias imitativas, independentemente das

condições da empresa. O autor argumenta que, com estratégias imitativas, o

concorrente-líder que está sofrendo com o ataque passa a defender-se com uma forte

retaliação; além disso, Porter (1989) sugere que, para atacar um líder de mercado, é

necessário que a empresa satisfaça três condições:

(1) Tenha uma vantagem competitiva, de baixo custo ou diferenciação;

(2) Tenha uma proximidade com outras atividades, disponha de defesas para

neutralizar as outras vantagens do líder;

(3) Possua alguma defesa para a provável retaliação do líder.

Estratégia de estabilidade

Conforme Wright, Kroll e Parnell (2000), as empresas muitas vezes são forçadas

a utilizar a estratégia de estabilidade por estarem em uma indústria com nenhum ou um

baixo crescimento sem outras opções viáveis de crescimento. A estratégia de

estabilidade descrita por Certo e Peter (1993) é uma estratégia focada em concentrar

as atividades da empresa, manter o que ela já possui e buscar a manutenção de sua

estrutura atual.

39

Outro fator para que a empresa adote essa alternativa diz respeito ao custo

benefício. Empresas que já dominam o mercado buscam a estabilidade para minimizar

suas chances de serem processadas por práticas monopolistas. Um último fator

referente à escolha dessa estratégia se dá pelas empresas menores que se

concentram em produtos e serviços especializados, temendo que um crescimento

resulte na redução da qualidade e em um pior atendimento ao cliente.

Estratégia redução, desintegração ou desmembramento.

A estratégia de desmembramento envolve a retirada de certas atividades da

cadeia de valor de uma empresa, incumbindo a fornecedores externos a fabricação de

seus produtos. Segundo Thompson e Strickland III (2004), o desmembramento

somente faz sentido quando a atividade puder ser melhor realizada pelos fornecedores,

com mais economia, com a redução de riscos, propondo uma aceleração na tomada de

decisão para que a empresa possa focar-se apenas em seu negócio chave.

A desintegração refere-se ao movimento de redução do tamanho da cadeia de

atividades, tanto no nível administrativo, com redução do número de níveis

hierárquicos, como também no nível da produção, por meio da redução e eliminação de

alguns processos e de alguns postos de trabalho. O elemento central da desintegração

encontra-se na redução do tamanho da cadeia de atividades de uma dada empresa

(WRIGHT, KROLL E PARNELL, 2000). Isso deixa o conceito de desintegração vertical

em aberto, tanto em termos de ações precedentes (ações que, se adotadas, levam à

redução do tamanho de cadeia de atividades), quanto em termos de ações

conseqüentes (ações que se impõem como intrinsecamente decorrentes de uma

redução do tamanho da cadeia de atividades).

Para Certo e Peter (1993), a estratégia de redução busca tornar a empresa mais

enxuta e eficaz, eliminando ações que não geram resultados favoráveis. Para os

autores, essa estratégia pode ser dividida em três níveis: rotatividade, voltada para a

redução da força de trabalho, canais de distribuição e de produtos não lucrativos;

desinvestimento, voltado à venda do negócio não lucrativo; e liquidação, voltada à

venda da empresa e fechamento da unidade de negócio.

40

Estratégia de Excelência Operacional

Estratégia de excelência operacional pode ser entendida como uma estratégia

que oferta aos clientes produtos e serviços confiáveis, com preços competitivos, que

são entregues com um mínimo de dificuldade ou conveniência. Essa estratégia busca a

combinação de qualidade, preço e facilidade de compra como características únicas no

mercado. Segundo Treacy e Wiserma (1995), as empresas que aderirem a essa

estratégia deverão ser inovadoras em seus produtos e serviços e prezarem por um

relacionamento personalizado com seus clientes.

Porém, Porter (1999) não considera excelência operacional uma estratégia. Para

ele, qualquer organização deve cultivar a excelência operacional para implementar sua

estratégia específica. A proposição de valor, para Porter (1999), deve representar o que

a organização oferece para seus clientes, não como a organização gerencia seus

processos internos.

Estratégia de liderança no produto

Para Treacy e Wiserma (1995), as empresas que utilizam a estratégia de

liderança no produto são as primeiras a chegar ao mercado com suas características e

funções inovadoras e aprimoradas. Assim, a empresa que adota a estratégia da

liderança em produtos busca dominar o que ainda nenhum concorrente tentou, ou,

ainda, oferecer aquele tipo de satisfação muito desejada pelos clientes. Desta forma, tal

empresa procura fazer uma oferta cujo desempenho ainda não tenha sido atingido, o

que indica que a proposição de valor dos clientes, neste caso, é o melhor produto. A

busca da liderança em produtos faz com que a empresa disponha de produtos de

última geração ou novas aplicações para produtos ou serviços que já existem.

Com essa estratégia, as empresas conseguem propor maiores preços e

conquistam uma maior participação de mercado, pois oferecem produtos com

funcionalidade superior. Porém, segundo Treacy e Wiserma (1995), a empresa que

opte por essa estratégia deve dispor de um desempenho que supere o de seus

concorrentes e seja valorizada por seu segmento de clientes.

41

Estratégia de soluções completas

A estratégia de soluções completas considera a venda de uma solução total e

não apenas a venda de um produto ou serviço de forma isolada para o cliente alvo.

Dessa forma, a empresa é intima do cliente, entregando não somente o valor que o

mercado quer, mas sim o valor que o cliente deseja (TREACY; WIESERMA, 1995).

Percebe-se, portanto, que a empresa que entrega valor através da intimidade com o

cliente tem suas atenções voltadas para os relacionamentos e não simplesmente para

as transações. Tais relacionamentos são construídos por meio do grau de empenho da

empresa em surpreender seus clientes, entregando a eles muito mais valor do que

esperam receber.

Segundo Hax e Wild (2002), essa estratégia desloca a atenção do produto para o

cliente, buscando uma solução que satisfaça todas suas necessidades e desejos,

proporcionando à empresa o mais alto índice de satisfação ao cliente.

Estratégia de Segmento Alvo – Lucratividade

Segundo Kaplan e Norton (1997) a estratégia de segmento alvo e lucratividade

visa a classificar os clientes conforme seu potencial de lucro a fim de criar ações

estratégicas para a vantagem competitiva da empresa em seu mercado.

Clientes Lucrativo Não Lucrativo

Segmento Alvo Retenção Transformação

Segmento Não específico Monitoração Eliminação

Figura 3 – Segmento Alvo X Lucratividade Fonte: Kaplan e Norton (1997)

42

Os clientes que pertencem ao segmento-alvo da empresa e são lucrativos,

localizam-se no quadrante “Retenção”. Esse quadrante identifica os clientes que a

empresa deve manter através de fazer esforços competitivos. Já os clientes que

pertencem ao segmento alvo da empresa, más não são lucrativos, localizam-se no

quadrante “Transformação”. Esse quadrante indica as empresa que devem ser

transformadas em lucrativas, através da reconfiguração dos serviços ou da negociação

dos preços. Por sua vez, os clientes não pertencentes ao segmento alvo da empresa,

porém lucrativos, localizam-se no quadrante “Monitoração”. Esse quadrante indica que

os clientes que devem ter seu desempenho monitorado para futuramente virarem a ser

alvo da empresa. E, finalmente, os clientes que não são alvo da empresa e não são

lucrativos, devem ser eliminados com ações de desinvestimento em produtos que

possam estar atraindo esse tipo de cliente.

O Planejamento Estratégico, independentemente de suas diferentes

interpretações, conceitos e modelos, consiste em um conjunto de mudanças que visam

a fazer com que as organizações busquem um desempenho competitivo no futuro. Ele

mostra como as organizações pretendem criar valor para seus acionistas, clientes,

colaboradores e cidadãos, tratando da formulação explícita da mobilização e do

alinhamento dos ativos tangíveis e intangíveis da organização. Portanto, mostra como a

organização cria valor sustentável no futuro. A grande vantagem das empresas em

possuírem um Planejamento Estratégico é a capacidade de equilibrar forças

contraditórias como os investimentos em ativos intangíveis, para aumentar a receita em

longo prazo, e o corte de custos, para melhorar o desempenho financeiro em curto

prazo.

43

3 METODOLOGIA

Neste capítulo, apresenta-se a descrição dos procedimentos metodológicos

utilizados nesta pesquisa.

3.1 Tipologia da pesquisa

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, que segundo Gil

(1991) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos,

de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

Já para Dencker (1998), este método pode envolver exame de registros,

entrevistas estruturadas, observação de ocorrências, de fatos ou qualquer outra técnica

de pesquisa. Para Yin (2001), o estudo de caso consiste em uma investigação empírica

de um fenômeno dentro do seu contexto real.

Para o desenvolvimento do presente trabalho e levantamento das informações

que contribuíram para o diagnóstico, foram utilizados pesquisa exploratória.

A pesquisa exploratória, conforme Aaker; Kumar e Day (2001) é utilizada na

busca de um entendimento sobre a natureza geral de um problema, as possíveis

hipóteses alternativas e as variáveis relevantes que precisam ser consideradas.

A pesquisa exploratória é útil quando se tem um conhecimento superficial do

problema da pesquisa (MATTAR, 1996); também é utilizado para estabelecer

prioridades entre questões de pesquisa e para o aprendizado sobre os problemas

práticos emergentes da execução do trabalho (AAKER; KUMAR; DAY, 2001).

A natureza dessa pesquisa tem ainda caráter qualitativo. A pesquisa qualitativa

se justifica pelo fato de possuir a intenção de identificação de forma mais profunda dos

pontos fortes e fracos do segmento de peças automotivas, mais especificamente faróis

e lanternas.

A abordagem qualitativa para Godoy (1995) permite que um fenômeno possa ser

mais bem compreendido no contexto em que acontece e do qual faz parte. Sendo

analisada de forma agregada, a abordagem qualitativa permite ao pesquisador a

44

capacidade de “captar” o fenômeno a ser estudado a partir da perspectiva das pessoas

nele envolvidas, ao mesmo tempo em que pondera os pontos de vista relevantes.

3.2 Sujeito de Estudo

O universo do estudo compreende os clientes da empresa, entretanto, como não

existe um cadastro confiável, estima-se que devem existir aproximadamente 1.800

clientes. Para a pesquisa levou-se em consideração a vinda dos clientes na loja durante

o período de 01 de junho de 2007 a 15 de Junho de 2007, atingindo o número de 84

clientes entrevistados.

Trata-se assim de uma amostra não-probabilística intencional por conveniência

do pesquisador.

3.3 Instrumentos de Pesquisa

O instrumento utilizado para coleta dos dados deu-se por meio da entrevista

estruturada com perguntas fechadas, através de questionários aplicados

exclusivamente com clientes.

A entrevista estruturada teve como objetivo conhecer em profundidade a

empresa, buscando subsídios para a realização da análise interna e externa.

A entrevista estruturada, de acordo com Chizzotti (1991), é um tipo de

comunicação entre um pesquisador que pretende colher informações sobre fenômenos

e indivíduos que detenham essas informações e possam emiti-las. O instrumento

utilizado para a coleta de dados por se tratar de uma pesquisa exploratória foi o

questionário.

De acordo com Gil (1996), a entrevista estruturada é utilizada quando se

desenvolve a partir de uma relação fixa de perguntas. Esta tática consiste em fazer uma

série de perguntas a um informante, conforme roteiro preestabelecido, onde esse

roteiro pode constituir-se de um formulário/questionário que será aplicado da mesma

forma a todos os da pesquisa, para que se obtenham respostas para as mesmas

perguntas.

45

3.4 Análise e Apresentação dos Dados

Os dados depois de coletados serão processados no programa Excel e dispostos

em resultados numéricos e gráficos para uma correta análise e leitura.

46

4 RESULTADOS

Conforme se pode perceber, para a realização da pesquisa, foi montado um

questionário como instrumento de investigação, visando recolher informações contendo

questões de importância para o pesquisador. Foram elaboradas perguntas de

importância para uma futura tomada de decisões pela empresa em estudo, contou-se

com a colaboração de clientes da empresa Ligfaróis, num total de 84 entrevistados,

todos abordados no espaço físico da empresa. A pesquisa teve uma única limitação: os

entrevistados deveriam ser pessoas que já tivessem se utilizado dos serviços da

empresa, ou seja, clientes efetivos.

A primeira pergunta representa onde os clientes que responderam o questionário

residem, podendo assim saber onde melhor investir, manter e também onde buscar

mais clientes, de acordo com sua estrutura de atendimento.

Localização dos clientes

36,84%

21,43% 19,92%

8,76%6,77% 6,27%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00% Baln. Camboriú

Itajaí

Camboriú

Itapema

Navegantes

Gráfico 01: Localização dos clientes Fonte: Pesquisador

Nesta questão, está claro que a maior parte dos seus clientes está na sua cidade

de origem e cidades vizinhas como Itajaí, Balneário Camboriú e Camboriú,

representando estas 78,19% do total. Os municipios de Navegantes e Itapema têm uma

participação menos expressiva, com 15,53%. As cidades de Porto Belo, Bombinhas e

Tijucas completam a clientela da empresa, com 6,27%.

47

Nota-se que a empresa tem uma clientela bem abrangente na sua região de

origem, e que seus clientes aumentam de acordo com sua localização geográfica, “do

centro para fora”. Penso que a empresa tem que manter os clientes das cidades

vizinhas com um tratamento diferenciado na questão de relacionamento aberto e mais

confiança, mostrando que o serviço prestado é a solução mais adequada, tanto no

aspecto econômico quanto ambiental.

A segunda pergunta representa o nível de idade dos clientes que a empresa

atende.

Idade dos clientes

49,87%

25%

17,98%

7,14%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

De 35 à 50 anos

Até 25 anos

De 25 à 35 anos

Acima de 50 anos

Gráfico 02: Idade dos clientes Fonte: Pesquisador

Como pode-se observar a empresa tem seus clientes com diferentes idades, e

isto é de extrema importância para saber como agir através de propagandas,

atendimentos e serviços ofertados para os mesmos fazendo a empatia com os clientes

de todas as faixas etárias.

A terceira pergunta, mostra qual o fator tem maior importância para o cliente na

hora de efetuar a compra. Todas as possibilidades de respostas dadas pelo

pesquisador foram assinaladas, mas as que apresentaram um nível de importância

maior para os oitenta e quatro entrevistados são as seguintes:

• Preço – economia com recuperação - qualidade do produto - atendimento, tem a

maior participação na escolha destes clientes, com 65,31%

48

• Beneficios ao meio ambiente – condições de pagamento – indicação; vêm logo

em seguida com 23,14% da preferência

• Fidelidade à loja ou vendedor – propaganda – variedade dos produtos expostos

– localização da loja – tem uma menor porcentagem: 12,24%

Segundo Karsaklian (2000), percebe-se, porém, que, formalmente ou não, a

preocupação com o consumo, a constatação e o fato de existir em cada um de nós um

consumidor tem gerado polêmica com relação a como lidar com os seus

comportamentos. Comportamentos estes que são acompanhados de vários fatores,

muitas vezes determinantes para o consumo.

O consumo é algo inevitável, pois todos nós consumimos por necessidade ou

mera ansiedade. Muitas variáveis interferem nesta ocasião: cultural, social, econômica,

dentre outras.

Para Dubois apud Vieira (2004), mais do que nunca, compreender o consumidor

é reconhecida como uma necessidade vital não apenas para as empresas, mas para

toda a organização que se assuma como orientada para o mercado.

A empresa tem que ter estratégias de implementação e sustentação para

fortalecer sua imagem perante o mercado, buscar satisfazer seus clientes e criar a

necessidade de eles irem até a empresa.

A quarta pergunta (gráfico 03) procura saber como os clientes ficaram sabendo

da empresa.

De que forma os clientes obtiveram conhecimento da empresa

45,26%

30,45%

20,14%

4,14%

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

Indicação

Conversas informais

Propaganda

Passar em frente

Gráfico 03: De que forma os clientes obteram conhecimento da empresa. Fonte: Pesquisador

49

Vulgarmente conhecido como “boca a boca”, nota-se que funciona muito bem, e

é representado por 75,71% dos oitenta e quatro entrevistados, já a indicação,

conversas informais, propaganda e passar em frente totalizaram 24,28%.

A propaganda que chamou a atenção de 20,14% dos clientes entrevistados

merece atenção para que medidas e estratégias sejam elaboradas. Percebe-se que a

empresa deve dar mais ênfase a este item, buscando divulgar mais seu nome e seus

tipos de serviços prestados.

A quinta pergunta (gráfico 04) é sobre a preferência entre faróis e lanternas

novos, usados e recuperados.

Preferência dos clientes entre os tipos de faróis e lanternas

57,14%

32,14%

10,71%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Recuperados

Novos

Usados

Gráfico 04: Preferência dos clientes entre os tipos de faróis e lanternas. Fonte: Pesquisador

Esta questão tem grande importância para a empresa por seu ramo ser

especifico em recuperação de faróis e lanternas, e venda de novos e usados. Isto pode

ser um sinal de que a empresa tem seu espaço no mercado na hora da escolha do

cliente entre estes produtos.

A sexta questão (gráfico 05) aborda se o cliente encontra o que procura na

empresa.

50

O cliente encontra o que precisa na empresa

91,86%

7,14%1,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

Sim

Algumas vezes

Não

Gráfico 05: O cliente encontra o que precisa na empresa. Fonte: Pesquisador

A sétima questão (gráfico 06) refere-se à variedade de produtos que a empresa

oferece de acordo com a visão do cliente.

A empresa dispõe de variedades de produtos

89,28%

10,71%

0,00%

10,00%

20,00%30,00%

40,00%

50,00%

60,00%70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Sim

Algumas vezes

Gráfico 06: A empresa dispõe de variedades de produtos. Fonte: Pesquisador

Esse gráfico mostra que a empresa está conseguindo satisfazer seus clientes de

acordo com os produtos que ela oferece, mostrando que a empresa está no caminho

adequado para seu crescimento.

A oitava questão (gráfico 07) indica a satisfação dos clientes quanto aos serviços

prestados. Pode-se observar que a empresa está suprindo suas necessidades, nesse

item, o que é muito importante para a empresa, pois seu principal serviço ofertado é a

recuperação de faróis e lanternas.

51

Satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados pela empresa

94,05%

3,57% 2,38%0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

1

Ótimo

Bom

Regular

Gráfico 07: Satisfação dos clientes quanto aos serviços prestados pela empresa. Fonte: Pesquisador

A nona questão (gráfico 08) indica a satisfação dos clientes quanto aos preços e

formas de pagamentos oferecidos pela empresa.

Satisfação dos clientes quanto aos preços e formas de pagamento

80,92%

11,90%7,14%

0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%

Ótimo

Bom

Regular

Gráfico 08: Satisfação dos clientes quanto aos preços e formas de pagamento. Fonte: Pesquisador

A décima questão (gráfico 09) mostra a satisfação dos clientes em relação ao

horário de atendimento.

52

Satisfação dos clientes quanto ao horário de atendimento

71,43%

28,57%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Ótimo

Bom

Gráfico 09: Satisfação dos clientes quanto ao horário de atendimento. Fonte: Pesquisador

A décima primeira pergunta (gráfico 10) deu aos entrevistados as opções que a

empresa acha possível de concorrência direta.

Empresas que os clientes já compraram produtos

35,71%

23,81%

17,86%14,28%

4,76% 3,57%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

Marcos Auto Peças

Santos Auto Peças

Serv Peças

Ferro Velho

Só Lanternas

Blurodas

Gráfico 10: Empresas que os clientes já compraram produtos. Fonte: Pesquisador

Para Chudnovsky (1990), cotejando treze definições de competitividade

recolhidas da literatura recente, propõe a existência de enfoques microeconômicos e

macroeconômicos do conceito. No enfoque microeconômico, alinham-se as definições

de competitividade centradas sobre a firma. São as definições que associam

competitividade à aptidão de uma firma no projeto, produção e vendas de um

determinado produto em relação aos seus concorrentes. Essas definições, mesmo que

para alguns possam ser generalizadas, por extensão, a países, têm sempre na

53

empresa o sujeito. No enfoque macroeconômico, competitividade aparece como a

capacidade de economias nacionais de apresentarem certos resultados econômicos,

em alguns casos puramente relacionados com o comércio internacional, em outros,

mais amplos, com a elevação de nível de vida e o bem estar social.

Esta questão deu clareza de quem são seus concorrentes mais diretos, o que da à

empresa uma opção de estratégias mais especificas, desde que ela procure saber

quais são os reais pontos fortes e fracos de seus concorrentes. Ai pode residir uma

grande chance de montar uma estratégia com mais chances de obter êxito. Como a

terceira e quinta questão já obtiveram bons resultados quanto ao objetivo da empresa,

que é de conscientizar sobre a recuperação, aproveitar este ponto ao seu favor, (já que

de seus 7 concorrentes mais diretos 5 não oferecem o serviço de recuperação de faróis

e lanternas), e aplicar alguma estratégia para conscientizar o mercado do quanto é

viável o serviço prestado pela mesma, tanto do lado, financeiro, quanto o da qualidade

do produto.

A décima segunda (gráfico 11) questão relata quais os fatores que influenciam

na escolha de um fornecedor.

O que mais interfere na hora de escolher um fornecedor

47,61%

35,71%

23,81%20,24%

11,90%

0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

Preço

qualidade

Atendimento

Forma de pagamento

Localizacao da empresa

Gráfico 11: O que mais interfere na hora de escolher um fornecedor. Fonte: Pesquisador

Como observa-se no gráfico acima, o preço vem em primeiro na percepção dos

clientes entrevistados, mas logo em seguida atendimento agregado a qualidade tem

grande importância. Com isso a empresa pode concentrar mais seus esforços nesta

opções.

A empresa, por se tratar de uma recuperadora, tem seu preço mais acessível,

obtendo vantagem competitiva em relação a seus concorrentes. O que se percebe, no

54

entanto, é que o mercado está muito concorrido e os preços variam pouco neste ramo.

Qualidade e um bom atendimento agregado ao serviço prestado têm muita força para

os clientes, que cada vez mais estão sabendo fazer escolhas na hora da compra. Com

isso a exigência do consumidor aumenta e o mercado precisa estar atento a

tendências, planejando estratégias para ser uma empresa de renome no ramo.

No mercado, o preço vem na maioria das vezes, em primeiro lugar, todavia a

qualidade deve oferecer mais competitividade em qualquer que seja o ramo, penso.

Cada vez mais crescem as opções de escolha. Como clientes, nos tornamos

mais exigentes quanto à qualidade, preço, atendimento e disponibilidade dos produtos

que consumimos. Assim, empresas que queiram sobreviver devem se preocupar

constantemente com a melhoria dos fatores supracitados.

A Ligfaróis percebeu a necessidade dos clientes neste ramo automotivo e criou

sua estratégia, buscando satisfazer as exigências de seus clientes por meio de

economia, segurança nas estradas e ganhos para o meio ambiente.

A décima terceira pergunta (gráfico 12) avalia os pontos fortes da empresa para

os clientes. Está questão é interessante, pois causa conflitos com as opiniões internas

sobre o caso, levando à avaliação, que ajuda na tomada de decisão da empresa, tendo

a chance de obter mais êxito nos seus objetivos específicos.

Pontos fortes da empresa

47,61%

44,05%

39,28% 38,10%

23,81%

17,86%

5,95%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%Preço

Possibilidades de escolhas (novos,usados, recuperados)

Atendimento

Qualidade no serviço ofertado

Confiança

Variedade de produtos

Localização

Gráfico 12: Pontos fortes da empresa. Fonte: Pesquisador

55

Dos itens citados acima, os que mais se destacam são preço e possibilidade de

escolha, na opinião dos entrevistados, o que, para a empresa, é o que a difere das

outras. O preço ligado ao poder de escolha do cliente, amplia as possibilidades de

negócios, no caso: peças novas, usadas e recuperadas ou a opção por recuperar a(s)

sua(s) própria(s) peça(s). Atender o cliente de acordo com a sua necessidade é uma

vantagem para a empresa e para o cliente, pois ela tem um leque de opções a oferecer-

lhe. Atendimento, qualidade do serviço, são itens primordiais, penso, para empresas

que queiram permanecer no mercado. O mau atendimento, a baixa qualidade, a

desconsideração de clientes, parceiros e colaboradores é crucial na escolha de uma

empresa, diminuindo suas chances, independente de possuir, preço e variedade.

Na verdade, a qualidade tem fundamental importância nas empresas. Entretanto

a constante evolução do mundo moderno e, principalmente, o desenvolvimento ultra

rápido da tecnologia fizeram com que se abrisse um canal muito fluente de informações

(veja, por exemplo, o computador, os satélites, a televisão, a telefonia, etc.). Com a

informação, o cliente passou a ficar muito mais desejoso e exigente, o fator positivo é

que as empresas passaram a descobrir o que seus concorrentes estão fazendo de

melhor, evoluindo.

Daí, a busca contínua da qualidade, produtividade menores custos, para

alcançar a competitividade.

Para Hacker e Brotherton (1998) ouvir o cliente e atendê-lo com atenção, seguir

padrões, acompanhar e melhorar sempre o desempenho e solucionar rapidamente os

problemas é um dos principais fatores de qualidade para a competitividade.

A décima quarta (gráfico 13) questão fala dos pontos fracos da empresa.

56

Pontos fracos da empresa

47,62%

40,48%

23,81%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Prazos de pagamento

Formas de pagamento

Localização

Gráfico 13: Pontos fracos da empresa. Fonte: Pesquisador

Prazos e formas de pagamentos têm a maioria da escolha dos entrevistados,

para a decisão de comprana empresa. Este ponto já foi identificado internamente, por

ser uma empresa nova no mercado, sem muito capital de giro e também por estar

conquistando seu espaço. Estes dois fatores são pontos fracos, mas a empresa precisa

se concentrar no que foi considerado como ponto forte, ou seja, preço e possibilidades

de escohas quanto ao serviço ofertado. A localização da empresa, conforme conversas

informais com clientes, foi considerado ruim pois a mesma esta situada em uma rua não

transitada, não sendo uma via principal. Como a referida rua tem vários pontos de

referência, que facilitam sua localização, situada no centro da cidade, com o tempo

poderá se tornar um ponto forte.

Os fatores que podem vir a perturbar o funcionamento da empresa, causando

dificuldades para a sua gestão e desempenho, são aspectos que podem ser definidos

como ameaças para a empresa. Entretanto, é importante ressaltar que o planejamento

não deve ser definido com base em todas as oportunidades e ameaças identificadas. É

necessário que o gestor faça uma triagem das oportunidades e ameaças mais relevante

em relação à sua empresa. Essa seleção deve priorizar as oportunidades do ambiente

que a empresa pode aproveitar com reais chances de sucesso, ou seja, as

oportunidades para as quais a empresa possui as competências necessárias. Já, no

caso das ameaças, de vem ser selecionadas aquelas que consistirem em maior

57

preocupação para a gerência, ou seja, aquelas que afetam mais diretamente a empresa

e o ambiente em que ela atua.

Para Ferreira et all (2005), faz-se necessário salientar que o gestor somente

estará apto quando identificar com clareza suas principais vantagens competitivas,

assim como seus pontos fracos. É importante nessa fase que se busque compatibilizar

as informações obtidas na análise feita na questão em quais atributos foram

identificados como sendo pontos fracos para a empresa. Através da análise dos pontos

fortes e fracos, a empresa poderá determinar com mais clareza as prioridades em

termos de ameaças e oportunidades existentes no ambiente externo. Com isso, eles

terão as informações necessárias para determinar os objetivos e as estratégias que

possam aproveitar melhor as competências da empresa e ver o total de problemas

identificados, assim como resolver às ameaças e oportunidades identificadas

externamente e internamente.

As mudanças são constantes e aceleradas e as empresas que não forem

capazes de se adaptar, com uma visão muito clara de como diferenciar-se de seus

concorrentes, serão facilmente aniquiladas por eles. O planejamento é mais do que

necessário para as empresas hoje, mais para colocá-los em prática de forma efetiva é

preciso que o gestor conheça cada um de seus elementos, suas funções e seus limites,

sendo flexível o bastante para perceber que planejar nem sempre é o contrário de

fazer.

58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de pesquisa a campo já apontava caminhos a serem adotados pela

empresa, visando seu posicionamento mais eficaz no mercado.

As considerações feitas pelos clientes entrevistados optaram como pontos fortes,

o atendimento, a qualidade dos produtos e serviços, bem como o leque de opções

ofertadas a eles. Isto possibilita, segundo a pesquisa, o exercício da livre escolha por

parte dos clientes. Um ponto negativo ou fraco é a localização da empresa, o que pode

ser reparado por uma boa publicidade.

Penso que a empresa está no caminho certo quanto à obtenção de resultados

econômicos e sintonia com o meio ambiente, uma vez que cada farol recuperado é uma

carcaça a menos no lixo.

Um fator positivo foi a localização regional de seus clientes-alvo, focando melhor,

a sua ação de manutenção dos atuais e atração de novos.

No trabalho foram apresentadas e discutidas as conclusões, como referência os

resultados obtidos em relação ao problema e aos objetivos sugeridos, as considerações

se tornam válidas após o estudo, de acordo com que foi possível ter uma visão mais

clara quanto aos pontos de maior importância para a empresa. E que sejam feitos

estudos futuros, para que o próximo passo seja dado, assim contribuindo para o

crescimento da empresa.

5.1 Conclusões

A metodologia utilizada nesse trabalho está baseada no seu referencial teórico e

permitiu alcançar os objetivos específicos, bem como confirmar suas hipóteses.

Propõe-se uma pesquisa para alcançar a melhoria na qualidade dos

produtos/serviços obtendo-se vantagens competitivas. O rápido desenvolvimento das

organizações, dos mercados, o surgimento da concorrência, precisa-se oferecer

qualidade de serviços prestados aos clientes, bem como melhorias nos aspectos

internos e externos da empresa.

59

A cada dia o ambiente empresarial se torna mais dinâmico e passa por

mudanças evolutivas. Por isso, há necessidade de disciplinar o pensamento

administrativo configurando-o em um planejamento que resulte em ações estratégicas,

possibilitando orientar e manter a organização no caminho do desenvolvimento

sustentável. Com planejamento é possível otimizar os recursos internos, obter melhores

resultados e posicionar-se melhor frente às contingências do mercado competitivo atual.

A busca do lucro deve ser conseqüência de vários fatores, dentre os quais, a

elaboração e aplicação eficaz de ferramentas, tais como o planejamento estratégico.

Com isso, a empresa conheceu os pontos fracos e fortes de maior importância para ela

e seus clientes, o que poderá possibilitar melhorias de projetos já existentes e futuros,

para um melhor posicionamento no mercado do vale do Itajaí, de acordo com os

objetivos da empresa.

5.2 Contribuições da pesquisa

O trabalho contribuiu efetivamente para ampliar o conhecimento do acadêmico

no assunto, tornando assim uma pessoa mais apta a discutir e implementar o tema em

questão, uma vez que atua no ramo.

Para a empresa esse trabalho é de grande importância, pois aponta caminhos e

ações a serem adotadas doravante.

Também foram identificados seus pontos fortes e fracos, mostrando onde ela

precisa melhorar, indicando em que região concentram-se seus clientes permitindo

assim que ela elabore estratégias para alcançar o público ainda não atraído (“de fora”)

e manter os existentes.

5.3 Futuras pesquisas

As conclusões deste trabalho não esgotam o tema abordado. Sugere-se que

outros estudos sejam feitos a fim de complementá-lo. Todavia, que os mesmos possam

ser desenvolvidos, a partir dos resultados desta monografia. Portanto, recomenda-se:

60

• Analisar a possibilidade de implantar uma auto-peças na base funcional desta empresa;

• Elaborar estratégias de marketing para consolidar a marca no mercado;

• Conscientizar a população de que este tipo de serviço oferece vários benefícios

econômicos e para o meio ambiente.

61

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64

ANEXO 1 QUESTIONÁRIO

Prezado Cliente,

Solicito a sua colaboração para responder às perguntas abaixo, com o objetivo

de conhecer melhor o grau de satisfação dos clientes, os pontos fortes e fracos da

empresa LigFaróis. Esse questionário faz parte do trabalho de pesquisa para

elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Ainor Manoel Lotério, junto

a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, sob a orientação do professor Dr. James

Luiz Venturi

1- Onde você reside? ( ) Balneário camboriú ( ) Itajaí ( ) Navegantes

( ) Camboriú ( ) Itapema ( ) PortoBelo/Bombas/Bombinhas/Tijucas

2-Qual sua idade? ( ) Até 25 anos ( ) De 35 a 50 anos

( ) De 25 a 35 anos ( ) Acima de 50 anos

3-Selecione os fatores determinantes para a escolha da loja onde você efetua suas compras? ( ) Preço ( ) Qualidade do produto ( ) Fidelidade à loja ou vendedor ( ) Propaganda ( ) Variedade dos produtos expostos ( ) Bem feitorias ao Meio Ambiente

( ) Atendimento ( ) Condição de Pagamento ( ) Indicação ( ) Localização da loja ( ) Economia com a recuperação

4- Como você ficou sabendo da loja LigFaróis? ( ) Indicação ( ) Conversas informais

( )Propaganda (panfletos,jornais, guias) ( ) Passar em frente

5- Qual sua preferência entre Faróis e lanternas ? ( ) Novos ( ) Recuperados ( ) Usados

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6- Você encontra na LigFaróis o que procura? ( ) Sim ( ) Não

( ) Algumas vezes

7- Para você a LigFaróis dispõe de uma grande variedade de produtos para venda? ( ) Sim ( ) Não

( ) Algumas vezes

8- Indique o seu grau de satisfação em relação à recuperação de farois e lanternas de seu veiculo: ( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

( ) Regular

9- Indique o seu grau de satisfação em relação aos preços e formas de pagamento oferecidos na LigFaróis: ( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

( ) Regular

10- Indique o seu grau de satisfação em relação ao horário de atendimento da LigFaróis: ( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

( ) Regular

11- Das empresas abaixo quais você já frequentou ou comprou produtos ou serviços? ( ) Marcos Auto Peças ( ) Santos Auto Peças ( ) Só lanternas

( ) Serv peças ( ) Blurodas ( ) Ferro Velho

12- Quais os principais fatores que interferem na escolha deste tipo de fornecedor? ( ) Preço ( ) Qualidade ( ) Marca do produto ( ) Forma de pagamento ( ) Localização da empresa

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13- Para você quais os pontos fortes da LigFaróis? ( ) Atendimento ( ) Variedade de produtos ( ) Preço ( ) Prazos de pagamento ( ) Possibilidades de escolhas(novos, usados e recuperados)

( ) Confiança ( ) Qualidade no serviço ofertado ( ) Formas de pagamento ( ) Localização

14- Para você quais os pontos fracos da LigFaróis? ( ) Atendimento ( ) Variedade de produtos ( ) Preço ( ) Prazos de pagamento ( ) Estrutura Fisica

( ) Confiança ( ) Qualidade no serviço ofertado ( ) Formas de pagamento ( ) Localização

15- Sugestões e reclamações _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO 2 – Foto do Prédio onde funciona a LigFaróis

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ANEXO 3 – Folder promocional da empresa LigFaróis