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FAUSTO ORSI MEDOLA Desenvolvimento de um aro de propulsão manual ergonômico para cadeira de rodas Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia – Escola de Engenharia de São Carlos / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de Concentração: Bioengenharia Orientadora: Prof. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui São Carlos 2010

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FAUSTO ORSI MEDOLA

Desenvolvimento de um aro de propulsão manual ergonômico para cadeira de rodas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia – Escola de Engenharia de São Carlos / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Bioengenharia

Orientadora: Prof. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui

São Carlos 2010

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A meus pais,Claudinor e Cleotilde, que em todos os momentos de minha vida me deram o carinho, apoio, amor, incentivo, educação, alegria, paciência e

compreensão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me proporcionar crescimento pessoal, força, perseverança e alegria na realização deste trabalho. A meus irmãos, Bruno e Henrique, pela amizade, companheirismo, apoio e incentivo. À minha orientadora, Profa. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui, por aceitar-me como aluno, e que durante estes dois anos de convivência muito me ensinou, pela orientação, paciência, confiança, incentivo, que muito contribuíram para meu crescimento científico e intelectual. Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Fortulan, pela importante colaboração, pelo convívio agradável, produtivo e muito enriquecedor, e pelos ensinamentos, incentivo, ajuda e companheirismo durante grande parte deste trabalho. À Fernanda Martins Sarzi, pelo carinho, companheirismo, incentivo e compreensão, e pela ajuda nos momentos de dificuldade. Aos amigos de Londrina Ruy Moreira da Costa Filho, Márcia Regina Garanhani, Edson Lopes Lavado, Roger Burgo de Souza e Suhailla Mahmoud Smaili Santos, pelos ensinamentos, companheirismo, ajuda, incentivo e paciência durante minhas ausências, e que participaram de forma muito especial em minha formação profissional, cientifica e intelectual.

À Prof. Dra. Carla da Silva Santana, pela colaboração, incentivo e pelos ensinamentos. Aos pacientes do setor de Lesão Medular do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que voluntariamente colaboraram com este trabalho. À terapeuta ocupacional Renata Galante, pela ajuda na seleção, convite e coleta de dados com os pacientes do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Aos funcionários e professores do Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia, pela oportunidade, paciência, ajuda e orientação necessários durante o transcorrer deste curso. Aos amigos e colegas do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Tecnologia e da Bioengenharia. Ao funcionário Luis do Laboratório de Tribologia e Compósitos. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este trabalho pudesse se tornar realidade.

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Agradecimento especial ao Instituto de Reabilitação de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da Rede Lucy Montoro, pela disponibilização do espaço, equipamento, apoio e pessoal para os estudos com pacientes, como parte deste trabalho.

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RESUMO MEDOLA, F.O. Desenvolvimento de um aro de propulsão manual ergonômico para cadeira de rodas. 2010. 124f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia, EESC/FMRP/IQSC, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. A propulsão manual representa a principal forma de locomoção das pessoas que necessitam de cadeira de rodas, e tem sido relacionada com a alta prevalência de dor e inflamação nos membros superiores, devido principalmente à carga elevada e aos movimentos repetitivos durante a atividade de propulsão da cadeira de rodas. O aro de propulsão convencional é um tubo metálico circular instalado lateralmente à roda, através do qual o usuário impulsiona e freia a cadeira, e apresenta diâmetro insuficiente para preensão adequada das mãos, oferecendo superfície de contato e atrito insuficientes, o que exige maior força para segurar o aro, diminuindo a eficiência da propulsão. Este estudo tem como objetivo desenvolver um aro de propulsão manual ergonômico para cadeira de rodas. Os procedimentos metodológicos foram divididos em três etapas: desenvolvimento do conceito, que envolve a criação do design do produto, com base em dados antropométricos e ergonômicos; confecção de um modelo, através da técnica de prototipagem rápida e moldagem para reprodução seqüencial de peças; avaliação do equipamento, composta de experimentação feita por usuários de cadeira de rodas seguida de aplicação de questionário para da percepção de qualidade do equipamento. A técnica utilizada de prototipagem rápida e moldagem para reprodução de peças mostrou-se adequada a este estudo, ao produzir um modelo idêntico ao projetado em software de CAD. O modelo, produzido em poliuretano, apresentou acoplamento adequado com a mão, e cumpriu os objetivos de minimizar a postura flexora dos dedos e oferecer maior superfície de contato, através de seu desenho ergonômico baseado em medidas antropométricas da mão. Os usuários de cadeira de rodas consideraram que o aro ergonômico oferece, em comparação ao aro original: maior conforto na propulsão e frenagem da cadeira; melhor encaixe para as mãos; menor exigência de força nas mãos para segurar o aro; maior facilidade para propulsionar e manobrar a cadeira. Ainda que os resultados indiquem boa adequação da mão ao aro ergonômico, com conforto e facilidade na locomoção referidos pelos pacientes, há a necessidade de melhor avaliação do equipamento, através de estudos que explorem os aspectos cinéticos e cinemáticos da propulsão manual com o aro ergonômico. Ainda, há a necessidade de compreender os efeitos do uso prolongado do aro ergonômico, com o usuário utilizando-o em seu ambiente, realizando suas atividades e enfrentando as dificuldades rotineiras de locomoção com a cadeira de rodas. A utilização de conceitos inovadores no design de produtos de tecnologia assistiva, característica que define a essência deste trabalho, sinaliza a tendência de desenvolvimento de produtos e soluções cada vez mais avançados e personalizados para pessoas com necessidades especiais. Palavras-chave: Cadeira de Rodas, Reabilitação, Engenharia Humana.

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ABSTRACT

MEDOLA, F.O. Development of an ergonomic manual wheelchair pushrim. 2010. 124f. Dissertation (Master) – Programa de Pós-graduação Interunidades Bioengenharia, EESC/FMRP/IQSC, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. The manual propulsion represents the main form of locomotion of persons who need a wheelchair, and has been associated with high prevalence of pain and inflammation in the upper limbs, due mainly to high load and repetitive movements during wheelchair propulsion. The wheelchair pushrim is a circular metal tube installed laterally on the wheel, through which the user pushes and breaks the wheelchair. The conventional wheelchair pushrim has insufficient diameter to proper grip of the fingers, providing insufficient surface contact area and friction, which requires greater strength to hold the pushrim, reducing the efficiency of propulsion. This study aims to develop an ergonomic wheelchair pushrim. The methodological procedures were divided into three stages: concept development, which involves the design of the product, based on anthropometric and ergonomic data; construction of a model, using the technique of rapid prototyping and molding for reproduction of parts; equipment evaluation, consisting of experimentation by wheelchair users, followed by a questionnaire for assessing the perceived quality of the equipment. The technique of rapid prototyping and molding for reproduction of parts of the pushrim was appropriate to this study by producing a model identical to that designed in CAD software. The model, made of polyurethane, showed adequate coupling with the hand, and fulfilled the objective of minimizing the flexor posture of the fingers and providing greater contact surface, through its ergonomic design based on anthropometric measures of hand. The wheelchair users found that the ergonomic pushrim design offers, compared to the conventional pushrim: greater comfort in propelling and braking the wheelchair; better fit for the hands; lower demand for force in the hands to hold the pushrim; easier to propel and maneuver the wheelchair. Although the results indicate good adaptation of the hand to the ergonomic pushrim, with comfort and ease of locomotion reported by patients, there is a need for better assessment of the equipment, through studies that explore the kinetic and kinematic aspects of manual wheelchair propulsion with the ergonomic pushrim. Still, there is a need to understand the effects of prolonged use of the ergonomic pushrim, with the users using it in their environment, making their activities and facing the difficulties of locomotion with a wheelchair. The use of innovative concepts in the design of assistive technology products, a characteristic that defines the essence of this study, indicates the trend of developing products and solutions increasingly advanced and customized for people with special needs. Keywords: Wheelchairs, Rehabilitation, Human Engineering

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1: Imagem de cadeira de rodas em sarcófago chinês.............................................................20 Figura 3.2: Trono adaptado com rodas.................................................................................................20 Figura 3.3: Cadeira alemã com dispositivo para propulsão...................................................................21 Figura 3.4 Cadeira do séc. XVIII com possibilidade de ajustes.............................................................21 Figura 3.5: Cadeira de rodas com assento feito em palha da Índia......................................................22 Figura 3.6: Cadeira de rodas dobrável em aço.....................................................................................23 Figura 3.7: Cadeira de rodas esportiva (1986)......................................................................................24 Figura 3.8: Cadeira de rodas com dispositivo para ortostatismo...........................................................24 Figura 3.9: Cadeira de rodas dobrável em X.........................................................................................25 Figura 3.10: Cadeira de rodas com assento antropomórfico.................................................................25 Figura 3.11: Cadeira de rodas motorizadas com controle manual........................................................26 Figura 3.12: Cadeira de rodas Tilt & Recline.........................................................................................26 Figura 3.13: Cadeira de rodas com elevação do assento.....................................................................27 Figura 3.14: Cadeira de carro do futuro.................................................................................................27 Figura 3.15: Padrões de propulsão manual...........................................................................................31 Figura 3.16: Componentes de força durante a propulsão manual........................................................32 Figura 3.17: Aro duplo com membrana de borracha, Baldwin (2001)...................................................37 Figura 3.18: Aro flexível, Richter (2007)................................................................................................38 Figura 3.19: Natural-fit, Willems (2009).................................................................................................39 Figura 3.20: Disposição dos arcos da mão...........................................................................................41 Figura 3.21: Os movimentos funcionais da mão...................................................................................41 Figura 3.22: Posições de preensão funcional........................................................................................42 Figura 3.23: Medidas Antropométricas das mãos.................................................................................45 Figura 3.24: Preensão com componente de precisão...........................................................................49 Figura 3.25: Acoplamento da mão ao aro convencional.......................................................................50 Figura 3.26: Aumento do diâmetro vertical do aro.................................................................................51 Figura 4.1: Acoplamento da mão ao aro...............................................................................................57 Figura 4.2: Dimensões padronizadas de uma roda...............................................................................58 Figura 4.3: Circuito de cadeira de rodas: propulsão em forma de “8”...................................................63 Figura 4.4: Sprint de 15 metros.............................................................................................................63 Figura 4.5: A atividade de empinar........................................................................................................64 Figura 5.1: Medidas antropométricas no design do equipamento.........................................................68 Figura 5.2: Design da seção transversal...............................................................................................69 Figura 5.3: Imagem da seção transversa do aro no software Solid Edge ST2.....................................70 Figura 5.4: Imagem digitalizada do aro em toda a circunferência.........................................................71 Figura 5.5: Imagem de segmento 1/8 do aro.........................................................................................72 Figura 5.6: Imagem da peça de encaixe interno...................................................................................72 Figura 5.7: Acoplamento entre segmento e peça de encaixe...............................................................73 Figura 5.8: Conexão entre dois segmentos do aro................................................................................73 Figura 5.9: Preparo com gesso – Impressora Z PRINT........................................................................74 Figura 5.10: Protótipos de segmento e peça de encaixe em gesso......................................................74 Figura 5.11: Sistema de encaixe para montagem do aro......................................................................74 Figura 5.12: Confecção do molde: recipientes e protótipos..................................................................83 Figura 5.13: Sistema de vácuo e preparo dos moldes..........................................................................83 Figura 5.14: Projeto, molde e peça produzida.......................................................................................84 Figura 5.15: Usinagem da peça.............................................................................................................85 Figura 5.16: Encaixe da mão ao aro......................................................................................................85 Figura 5.17: Acoplamento das peças para montagem do aro...............................................................87 Figura 5.18: Forma circular para posicionamento durante a montagem...............................................87 Figura 5.19: Aro completo produzido.....................................................................................................88 Figura 5.20: Sistema de instalação do aro convencional......................................................................90 Figura 5.21: Aro ergonômico instalado na roda.....................................................................................90 Figura 5.22: Aspecto final do aro ergonômico na cadeira de rodas......................................................91 Figura 5.23: Encaixe da mão ao aro......................................................................................................91 Figura 5.24: Postura da mão nos aros- vista lateral..............................................................................93

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1: Medidas de antropometria estática das mãos....................................................................44 Tabela 3.2: Dados antropométricos das mãos......................................................................................45 Tabela 5.1: Características relevantes na seleção do material para o aro............................................81 Tabela 5.2: Quantidade dos materiais e custo de aquisição.................................................................82 Tabela 5.3: Caracterização dos participantes do estudo.......................................................................94 Tabela 5.4: Percepção de qualidade de aspectos do aro ergonômico.................................................95 Tabela 5.5: Comparação do conforto, encaixe e aparência do aro ergonômico em relação ao convencional..........................................................................................................................................97

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................13

2 OBJETIVOS.......................................................................................................................................16

2.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................................................16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................................................16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................................17

3.1 UMA VISÃO SOBRE A DEFICIÊNCIA............................................................................................17

3.2 A CADEIRA DE RODAS..................................................................................................................19

3.2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A CADEIRA DE RODAS...............................................................19

3.2.2 O EQUIPAMENTO CADEIRA DE RODAS...................................................................................28

3.3 A PROPULSÃO MANUAL DE CADEIRA DE RODAS..................................................................30

3.3.1 DEFINIÇÃO E ANÁLISE DO MOVIMENTO.................................................................................30

3.3.2 PROBLEMAS RELACIONADOS À PROPULSÃO MANUAL.......................................................34

3.4 O ARO DE PROPULSÃO MANUAL...............................................................................................35

3.4.1 APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO E LIMITAÇÕES............................................................35

3.4.2 O ARO DE PROPULSÃO: SOLUÇÕES PROPOSTAS...............................................................36

3.5 A MÃO............................................................................................................................................4O

3.5.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO............................................................................................................40

3.5.2 AMTROPOMETRIA DA MÃO......................................................................................................43

3.6 DESIGN ERGONÔMICO................................................................................................................46

3.6.1 FERRAMENTAS MANUAIS.........................................................................................................46

3.6.2 DESIGN ERGONÔMICO NO DESENVOLVIMENTO DO ARO .................................................48

3.6.3 DESIGNE ERGONÔMICO: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PRODUTO.......................51

3.6.4 AVALIAÇÃO DO CONFORTO.....................................................................................................52

3.7 A TÉCNICA DE PROTOTIPAGEM RÁPIDA..................................................................................54

4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................................57

4.1 IDEALIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO...............................................................................................57

4.2 PLANEJAMENTO DE ETAPAS......................................................................................................59

4.2.1CONCEITO...................................................................................................................................59

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4.2.2 CONFECÇÃO...............................................................................................................................59

4.2.3 AVALIAÇÃO DO PRODUTO........................................................................................................60

4.2.3.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO...........................................................................................65

4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.........................................................................................66

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................................67

5.1 DESIGN DA SEÇÃO TRANSVERSAL............................................................................................67

5.2 CONFECÇÃO DE UM PROTÓTIPO...............................................................................................71

5.3 SELEÇÃO DOS MATERIAIS...........................................................................................................75

5.3.1 MATERIAL PARA O MOLDE.......................................................................................................75

5.3.2 MATERIAL PARA AS PEÇAS COMPONENTES DO ARO..........................................................76

5.3.2.1 POLÍMEROS.............................................................................................................................76

5.3.2.1.1 POLIURETANO......................................................................................................................78

5.3.2.1.2 RESINA EPÓXI......................................................................................................................79

5.3.2.2 MATERIAIS SELECIONADOS..................................................................................................80

5.3.2.3 CUSTOS....................................................................................................................................82

5.4 MANUFATURA................................................................................................................................82

5.4.1 CONFECÇÃO DOS MOLDES NEGATIVOS................................................................................82

5.4.2 MOLDAGEM DOS COMPONENTES DO ARO............................................................................84

5.5 ENCAIXE DA MÃO AO ARO: UMA ANÁLISE PRELIMINAR..........................................................85

5.6 MONTAGEM DO EQUIPAMENTO..................................................................................................87

5.7 PINTURA.........................................................................................................................................89

5.8 INSTALAÇÃO DO ARO NA RODA.................................................................................................89

5.9 ENCAIXE DA MÃO AO ARO...........................................................................................................91

5.10 EXPERIMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO...................................................................................93

5.10.1 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE O EQUIPAMENTO....................................................94

5.10.2 COMPARAÇÃO DA QUALIDADE ENTRE O ARO ERGONÔMICO E O CONVENCIONAL.....96

6. CONCLUSÕES...............................................................................................................................101

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................103

REFERÊNCIAS...................................................................................................................................106

ANEXOS..............................................................................................................................................117

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1 INTRODUÇÃO

A propulsão manual de cadeira de rodas é a fonte primária de mobilidade para

muitas pessoas com deficiências, e tem sido associada com alta prevalência de

lesões nos membros superiores, que pode ser explicada pela combinação de

movimentos repetitivos com altas cargas impostas às extremidades superiores

durante esta atividade (DESROCHES et al., 2008). A dor em membros superiores

tem sido relacionada com piora na qualidade de vida e maior dependência de

cuidadores (BONINGER et al., 2004). Afecção dos nervos mediano (síndrome do

túnel do carpo) e ulnar têm sido comumente diagnosticada em pessoas que utilizam

cadeira de rodas manual (TUN e UPTON, 1988; BURNHAM e STEADWARD, 1994).

Diversos fatores podem afetar o desempenho durante a propulsão manual de

cadeira de rodas. Estes incluem a altura do assento e posição do eixo das rodas

(WEI et al., 2003; VAN DER WOUDE, 1989; MASSE et al., 1992; HUGHES et al.,

1992), diâmetro do aro de propulsão (VAN DER WOUDE et al., 1988), diâmetro do

tubo do aro de propulsão (VAN DER LINDEN et al., 1996), design da cadeira de

rodas (RUDINS et al., 1997) e peso (RUGGLES et al., 1994). Estudos tem

examinado a influência destas variáveis sobre fatores cardiorrespiratórios e gasto

energético (VAN DER WOUDE et al., 1988; VAN DER WOUDE et al., 1989),

cinemática e cinética (RUGGLES et al., 1994; MASSE et al., 1992).

O tubo circular de metal ligado às rodas traseiras da cadeira de rodas manual tem

sido o padrão para a propulsão por mais de 50 anos, o que pode ser explicado, em

partes, pelo seu design simples, facilidade de utilização, baixo custo e manutenção

(KOONTZ et al., 2006). No entanto, muitos usuários relatam que o padrão do aro

não satisfaz suas necessidades de propulsão. Em um levantamento com 117

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usuários de cadeira de rodas, foi encontrado que apenas 39% utilizam apenas o aro

para a propulsão, 54% seguram o aro e o pneu juntos, e 7% usam apenas o pneu, o

que sugere que mais de 60% estão insatisfeitos em utilizar apenas o aro para

propulsão (PERKS et al., 1994).

Os aros disponíveis atualmente são feitos de alumínio ou aço pela calandragem de

tubo com diâmetro de 19 mm, obtendo aro com 530 mm de diâmetro, e posicionados

a uma distância de 12 mm ou 19 mm da roda (BALDWIN et al., 2001). Os diâmetros

dos tubos de aros convencionais são muito pequenos para proporcionar preensão

ideal entre a palma da mão e os dedos, o que leva a uma série de problemas.

Primeiro, reduz a área de contato entre a mão e o aro, o que aumenta a pressão nos

pontos de contato da mão, e aumenta as forças transmitidas a estruturas delicadas

da mão. Ainda, a inabilidade em agarrar o aro com a palma inteira e os dedos reduz

a eficiência mecânica por recrutar musculatura para estabilização da mão no aro ao

invés de promover potência à propulsão da cadeira. Desta forma, a redução da

eficiência mecânica e o aumento das forças quando se utilizam os aros

convencionais podem contribuir para o desenvolvimento de lesões secundárias de

membros superiores (WILLEMS et al., 2009). Conseqüentemente, este equipamento

é um local para modificações que possam aliviar a dor em membros superiores e

prolongar o uso independente da cadeira de rodas manual (DIERUF et al., 2008).

Woodson (1981) considera que alterações simples, mas significativas no desenho

de equipamentos manuais, dentre os quais se inclui o aro de propulsão manual,

podem diminuir a potencialidade de doenças relacionadas às atividades manuais. A

usabilidade, cujo conceito relaciona-se com o conforto e eficiência dos produtos,

depende de fatores que envolvem, com destaque, a ergonomia, os aspectos

fisiológicos das mãos dos indivíduos e o próprio design – ou processo de projeto –

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especialmente quando considerado como elemento de qualidade do produto

(PASCHOARELLI, 2000).

Iida (1990) afirma que, para o desenho de instrumentos e ferramentas manuais,

existem duas possibilidades: o desenho geométrico, que se assemelha a uma figura

geométrica regular (como cilindros, esferas, cones, entre outras), e por ser diferente

da anatomia humana, oferece relativamente pouca superfície de contato com as

mãos; e o desenho antropomorfo (ou “anatômico”), que geralmente apresenta uma

superfície que se conforma com a anatomia das mãos, com depressões ou

saliências para o encaixe destas, e por esta razão oferece maior superfície de

contato, permite pega com maior firmeza, transmissão de maiores forças com

concentração menor de tensões em relação ao manejo geométrico. O manejo

antropomorfo é necessário quando há necessidade de transmitir grandes forças; não

há necessidade de variações de pega, nem de velocidade e precisão dos

movimentos. Portanto, observa-se que o desenho antropomorfo representa a melhor

opção para um aro de cadeira de rodas, pois oferece maior superfície de contato

com concentração menor de pressões nas estruturas das mãos. Além disso, durante

a propulsão manual há aplicação de diferentes intensidades de força no aro, sem

variações na pega nem tampouco necessidade de precisão de movimentos, pois a

propulsão manual da cadeira não exige movimentos finos das mãos.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um aro de propulsão ergonômico adequado ao sistema aro-mão.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.2.1 Conhecer o estado atual das soluções em tecnologia relacionadas ao aro de

propulsão manual de cadeira de rodas.

2.2.2 Avaliar a viabilidade no desenvolvimento do equipamento, que proponha

maior superfície de contato com atrito adequado, ofereça facilidade e conforto na

propulsão manual da cadeira de rodas.

2.2.3 Avaliar a percepção do usuário sobre a qualidade do equipamento

desenvolvido em relação ao equipamento já utilizado usualmente.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 UMA VISÃO SOBRE A DEFICIÊNCIA

O Censo do ano 2000 indica que o Brasil possui 24,5 milhões de pessoas

portadoras de deficiência, o que representa 14,5% de sua população, sendo que,

destes, 27% possuem deficiência física ou motora, classificadas como tetraplegia,

paraplegia ou hemiplegia (IBGE, 2008). Boa parte desta população ainda não tem

acesso ao esporte, lazer e educação, particularmente, os usuários de cadeiras de

rodas, o que se deve tanto à inadequada configuração dos espaços físicos como,

principalmente, à falta de conscientização de profissionais, planejadores e gestores

sobre as reais necessidades e peculiaridades de acesso, materializadas na forma de

barreiras ao acesso (DUARTE, 2006). A Associação Brasileira de Normas Técnicas

define barreiras arquitetônicas como “Qualquer elemento natural, instalado ou

edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação do espaço,

mobiliário ou equipamento urbano” (ABNT, 2004).

Os usuários de cadeiras de rodas freqüentemente enfrentam dificuldades nas

funções de mobilidade, realização de tarefas diárias e participação comunitária, além

de comprometimentos na qualidade de vida e bem-estar geral (CHAN; CHAN 2007).

As dificuldades com a mobilidade podem ser exacerbadas por barreiras ambientais e

atitudinais, que podem restringir a capacidade de uma pessoa acessar o mundo ao

seu redor (KIRCHNER et al, 2008). Estudos apontam a necessidade da redução das

barreiras arquitetônicas para promover a integração de pessoas com deficiência em

todos os ambientes, e demonstram que na presença de barreiras a qualidade dos

serviços prestados está comprometida e a legislação brasileira desrespeitada, sendo

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necessário reconhecer os direitos legítimos e legais da acessibilidade e integração

social das pessoas e promover mudanças (LAMONICA, 2008; PAGLIUCA, 2007;

LEONI, 2006). Sassaki (1997) considera fundamental para a inclusão social que as

oportunidades sejam equiparadas para que todas as pessoas, incluindo aquelas

com deficiência, possam ter acesso a todos os serviços, bens, ambientes

construídos e ambientes naturais, em busca da realização de seus sonhos e

objetivos.

Para se compreender as origens da exclusão social das pessoas com deficiência, há

a necessidade de uma abordagem multidimensional. Ao longo da historia, os

conceitos de deficiência e suas denominações sofreram modificações em

decorrência das influências sociais, culturais e políticas (SASSAKI, 1997). Durante o

século XX, houve evolução das terminologias, passando desde inválidos,

incapacitados, defeituosos, deficientes ou excepcionais, a pessoas portadoras de

deficiência, portadores de necessidades especiais e pessoas com necessidades

especiais. Atualmente, vigora a expressão pessoa com deficiência, por destacar a

pessoa humana, definindo com precisão sua desvantagem, tornando-a uma

denominação viável a representação reivindicatória civil e política desta população,

em busca dos ideais da inclusão social (COSTA, 2009).

Silva (2006) considera que o preconceito às pessoas com deficiência configura-se

como um mecanismo de negação social, uma vez que suas diferenças são

ressaltadas como uma falta, carência ou impossibilidade de realização. Amaral

(1998, p. 16-17) descreve três versões do preconceito dirigido a essas pessoas:

chama de “generalização indevida” o juízo que transforma a condição de limitação

específica de uma pessoa em totalidade, ou seja, ela torna-se deficiente por ter uma

deficiência; “correlação linear” é a disposição para elaborar relações do tipo

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“se...então”, simplificando de forma demasiada o raciocínio, consolidando o

preconceito pela economia do esforço intelectual. E o “contágio osmótico” é o temor

do contato e do convívio, numa espécie de recusa em ser visto como um deficiente.

Inúmeras são as formas pelas quais o preconceito às pessoas com deficiência se

constitui e é reforçado: pela educação escolar, pela mídia, nas relações familiares,

pelo trabalho, pela literatura, entre outras.

Segundo Vivarta (2003), não há preocupação em divulgar serviços relacionados à

melhora da qualidade de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos com

deficiência. O enfoque dado pela mídia às notícias que envolvem pessoas com

deficiência as coloca numa posição de vítima, com ênfase na impotência e

dependência, revigorando a discriminação (SILVA, 2006). Ora retratados como

heróis, ora como vítimas, é secular a idéia de que essas pessoas sejam inválidas e

sem competências profissionais. Num mundo que demanda o uso excessivo do

corpo, a sua fragilidade as tornou insuficientes e elas foram classificadas como um

peso morto para a sociedade (VIEIRA, 2010).

3.2 A CADEIRA DE RODAS 3.2.1 BREVE HISTÓRICO DA CADEIRA DE RODAS Através de uma análise histórica, podemos compreender a evolução dos

equipamentos de mobilidade sentada e compreender suas adequações e inovações

frente às necessidades individuais ou de toda uma época. Os primeiros registros de

imagem de um dispositivo de mobilidade sentada datam do ano de 525 d.C., em um

sarcófago chinês (FIGURA 3.1).

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Figura 3.1. Imagem de cadeira com rodas em sarcófago chinês (525 d.C.). Fonte: Sawatzky, 2000.

Uma cadeira de rodas mais elaborada, com apoio para os pés, foi desenvolvida para

o Rei de Phillip da Espanha no século XVI, em virtude de doença reumática, como

adaptação para seu trono (FIGURA 3.2).

Figura 3.2. Trono adaptado com rodas, para Rei Philip da Espanha (séc. XVI). Fonte Sawatzky, 2000.

Em 1655, o alemão Stephen Farfler, paraplégico, construiu uma cadeira de rodas na

qual ele próprio propulsionava a cadeira. Ainda que diferente das cadeiras de rodas

atuais, isto representou importante avanço no sentido de possibilitar ao usuário o

controle de sua locomoção, possibilitando sua reintegração à sociedade (FIGURA

3.3).

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Figura 3.3. Stephen Farfler e sua cadeira de rodas com sistema de auto-propulsão. Fonte:

Sawatzky, 2000.

A preocupação com o conforto na cadeira de rodas foi primeiramente observada no

século XVIII. A Figura 3.4 mostra a representação de uma cadeira da época com

encosto reclinável e apoio para os pés ajustável.

Figura 3.4. Cadeira do século XVIII com possibilidade de ajustes. Fonte: Sawatzky, 2000.

Em 1916 foi criada uma cadeira de rodas feita de palha da índia (FIGURA 3.5). Sua

importância reside no peso muito inferior às anteriores, devido ao material mais leve,

e a configuração da cadeira com as rodas grandes posteriorizadas, e as rodas

pequenas em posição anterior.

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Figura 3.5. Cadeira de rodas com assento feito em palha da Índia (1916). Fonte: Sawatzky, 2000.

No mesmo período, o americano Herbert A. Everest foi acometido por uma doença e

ficou paraplégico. A necessidade de ter mobilidade associada a conforto e

segurança levou-o a desenvolver em 1933, junto com o engenheiro Harry C.

Jennings, a cadeira de rodas com assento flexível, construída em tubo de aço,

dobrável, com aro de propulsão fixo nas rodas traseiras, e rodas pequenas na frente

(FIGURA 3.6). Surgia a E&J Company, a maior representante da indústria de

cadeira de rodas do século passado. Tais inovações acompanharam o design de

cadeiras de rodas por todo o século passado, e ainda é presente na atualidade. A

E&J foi precursora também da cadeira de rodas extremamente leve, denominada

ultra-leve (ultralight), e do desenvolvimento de cadeiras de rodas elétricas.

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Figura 3.6. Cadeira de rodas dobrável com estrutura em aço (1933). Fonte: Sawatzky, 2000.

Sawatzky (2000) apresenta alguns aspectos determinantes para as mudanças no

design de cadeiras de rodas, dentre eles a introdução do automóvel e sua

popularização, fazendo com que o número de vítimas de acidente automobilístico

com consequente condição dependente de cadeira de rodas aumentasse, além de

exigir transporte facilitado das cadeiras de rodas nos automóveis. Ainda, o

desenvolvimento de programas de reabilitação e as melhorias dos serviços médicos,

além da crescente demanda de deficientes e o advindo do esporte adaptado,

favoreceram o progresso no desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados,

que melhor servissem a necessidade da população de usuários de cadeira de rodas.

Entre os anos de 1937 a 1948, foram introduzidas as denominadas peças

removíveis no projeto da cadeira de rodas, para facilitar o seu transporte, a

manutenção e, principalmente, a troca de elementos com menor vida útil, como os

apoios para os pés, as pequenas rodas dianteiras e os apoios para os braços

(CARRIEL, 2007). Depois das Para-olimpíadas de 1948 ocorridas na Inglaterra, a

preocupação foi buscar, através de novos materiais, uma maior leveza e atender

requisitos de versatilidade e usabilidade para garantir um melhor desempenho

(FIGURA 3.7).

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Figura 3.7. “Champion 3000”, cadeira de rodas esportiva desenvolvida na Suíça (1986). Fonte:

Carriel, 2007.

A partir da década de 80, novas alternativas de produtos foram sendo desenvolvidas

(CARRIEL, 2007). A Figura 3.8 apresenta a cadeira de rodas ortoestática da Rede

Sarah de Hospitais de Reabilitação.

Figura 3.8. Cadeira de rodas com dispositivo para ortostatismo. Fonte: Carriel, 2007.

Em âmbito nacional, algumas empresas estão oferecendo alternativas de

equipamentos que proporcionam uma melhor interface tecnológica. Oferecer cadeira

de rodas específica para uma determinada condição física e que considere as

características antropométricas de seus usuários contribui para que a empresa

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consiga atingir suas metas de qualidade e satisfação de seus clientes (FIGURAS 3.9

e 3.10).

Figura 3.9. Cadeira de rodas dobrável em “X”, amplamente utilizada atualmente. Fonte: Carriel, 2007.

Figura 3.10. Cadeira com assento antropométrico. Carriel, 2007.

Na atualidade, observamos a tendência de produtos cada vez mais específicos para

cada situação e usuário. Desta forma, soluções criativas tais como a cadeira de

rodas para higiene pessoal e a cadeira de rodas para praia já são realidade, e

atendem uma demanda cada vez mais específica de produto. Ainda, existem as

cadeiras de rodas elétricas como alternativas para a independência de pessoas com

graus elevados de deficiência, ou condição motora insuficiente para a auto-populsão

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manual. Os modelos de cadeira de rodas motorizadas objetivam oferecer

independência, conforto e segurança em sua utilização (FIGURA 3.11).

Figura 3.11. Cadeiras de rodas motorizadas com controle manual. Fonte: SCHMELER, 2008.

A criação da cadeira com possibilidade de inclinação do encosto e assento

fundamenta-se no fato de o corpo humano não ter sido projetado para manter-se

sentado permanentemente na posição de 90º de flexão de quadril, joelho e tornozelo

(SCHMELER et al., 2008). Desta forma, diferentes posições podem ser obtidas para

diversas atividades (FIGURA 3.12).

Figura 3.12. Cadeira de rodas ‘Tilt & Recline’. Fonte: Schmeler, 2008.

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A cadeira com elevação do assento permite facilidade para transferências para

diversos níveis, e também maior alcance funcional, possibilitando o manuseio de

objetos a uma altura elevada (FIGURA 3.13).

Figura 3.13. Cadeira com elevação do assento. Fonte: Schmeler, 2008.

Carriel (2007) sugere como perspectiva futura que as inovações nos modelos de

automóveis possam ser consideradas no design das cadeiras de rodas, tomando

como exemplo o protótipo ‘I-Unit’ da Toyota, apresentado no Internationale

Automobil-Ausstellung, em 2005 (FIGURA 3.14).

Figura 3.14. Protótipo de carro do futuro da Toyota. Fonte: Carriel, 2005.

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A recente evolução no design de cadeira de rodas demonstra a preocupação em

oferecer maior qualidade nos produtos, buscando ergonomia, eficiência, praticidade,

conforto, durabilidade e acessibilidade.

3.2.2 O EQUIPAMENTO CADEIRA DE RODAS

As cadeiras de rodas são utilizadas para melhorar a função e a independência, e

capacitar uma pessoa para viver em casa e na comunidade (SCHERER;

CUSHMAN, 2001). Por outro lado, uma cadeira de rodas pode ser percebida como

impacto negativo na vida de uma pessoa se não permitir a esta participação

completa em atividades sociais e comunitárias (MANN et al., 1996). De fato, o

estudo de Chaves et al. (2004) mostrou que a cadeira de rodas, ainda que seja a

principal tecnologia de mobilidade para indivíduos com lesão da medula espinhal

(LME), é citado pela maioria destes como o principal fator de limitação na

participação social e comunitária.

As cadeiras de rodas são parte integral da vida de pessoas com LME, e a habilidade

destas em reintegrar-se de forma bem-sucedida à sociedade depende muito do

acesso à tecnologia assitiva (TA) apropriada, tais como a cadeira de rodas

(SCHERER; CUSHMAN, 2001). A cadeira de rodas adequada e em boa condição é

vital para a independência do usuário, sendo essencial para uma vida social ativa

(SMITH et al., 1995). Oferecer cadeira de rodas adequada com design customizado

ao ambiente do usuário, suas necessidades e preferências é parte importante da

reabilitação (SCHERER, 2002). No entanto, nem todas as cadeiras de rodas são

semelhantes, e diferem em design, características, peso, durabilidade, e custo. As

cadeiras de rodas tradicionais são inapropriadas para uso pessoal em ambiente

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comunitário. (COOPER et al., 1996). Boninger et al. (1999) argumentam que as

cadeiras de rodas devem ser personalizadas e muito leves devido ao risco de lesões

de membros superiores. Outros autores também recomendam a cadeira de rodas

personalizada devido ao custo-benefício ao longo da vida da cadeira (COOPER et

al., 1999), e ao conforto (DIGIOVINE et al., 2000). Trefler et al. (2004) afirmam que

as cadeiras de rodas prescritas individualmente proporcionam aumento em sua

utilização com independência, maior alcance funcional, sensação de bem-estar e

satisfação.

A cadeira de rodas faz parte do rol dos equipamentos de tecnologia assistiva. A

Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) aborda a tecnologia assistiva

como produtos e tecnologia de assistência sendo definidos como “qualquer produto,

instrumento, equipamento ou tecnologia adaptada ou especialmente projetado para

melhorar a funcionalidade de uma pessoa incapacitada”, organizados em quatorze

categorias, sendo a cadeira de rodas inserida na categoria dos produtos para

mobilidade pessoal (CIF, 2003 p. 201).

A cadeira de rodas é geralmente comercializada em lojas de produtos ortopédicos e

hospitalares, muitas vezes adquirida sem a correta prescrição terapêutica. A demora

para aquisição deste equipamento pode trazer prejuízos como a estruturação de

deformidades corporais, privação social e outras restrições as pessoas que

dependem da cadeira de rodas para se locomoverem (GALVÃO, 2006).

Bertoncello e Gomes (2002) consideram que a cadeira de rodas continua sendo um

aparelho que, socialmente, indicia a incapacidade e passa a idéia de inaptidão e

fraqueza, conceitos nem sempre reais. Apesar de avanços importantes nos últimos

anos, continua prevalecendo o caráter obsoleto e estigmatizante na maioria desses

produtos disponíveis no mercado (Bertoncello; Gomes, 2002). Nota-se que o atraso

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projetual nos produtos direcionados a pessoas portadoras de deficiência está

vinculado ao atraso no tratamento de políticas públicas voltadas aos idosos e

pessoas com mobilidade reduzida no Brasil. O descaso brasileiro com esse grupo de

consumidores justifica os poucos investimentos no setor e o atual estágio qualitativo

projetual dos produtos existentes (Bertoncello; Gomes, 2002).

3.3 A PROPULSÃO MANUAL DE CADEIRA DE RODAS

3.3.1 DEFINIÇÃO E ANÁLISE DO MOVIMENTO

A propulsão manual da cadeira de rodas compreende duas etapas separadas: a

fase de propulsão (ou de impulsão) e a fase de recuperação (BONINGER et al.,

2000). A fase de propulsão é iniciada quando a mão entra em contato com o aro, e

continua até o momento em que este contato é removido ao final do curso da mão

sobre o aro. A fase de recuperação envolve o movimento quando as mãos se soltam

do aro, até que as extremidades superiores oscilam para trás para entrar em contato

com o aro novamente (BONINGER et al., 2000).

Como resultado de anos de propulsão manual da cadeira de rodas, acredita-se que

os músculos ativos durante a fase de impulsão se tornam mais fortes, enquanto os

músculos envolvidos na fase de recuperação mantêm-se com a mesma força

(AMBROSIO et al., 2005). Os componentes de estabilização do ombro (manguito

rotador, deltóide e cabeça longa do bíceps braquial) podem estar alterados devido à

natureza repetitiva da propulsão da cadeira (BURNHAM et al., 1993; MIYAHARA et

al., 1998). Os músculos ativos durante a fase de propulsão (rotadores internos,

adutores e flexores) (MULROY et al., 1996) podem tornar-se mais fortes, criando um

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desequilíbrio muscular na articulação do ombro. Os padrões de movimento podem

então ser alterados, causando compressão do músculo supra-espinhoso entre a

cabeça umeral e o acrômio, causando dor e inflamação (HAWKINS; KENNEDY,

1980).

O padrão de propulsão é normalmente estudado colocando-se marcadores na mão

e acompanhando o movimento do marcador durante todo o curso de propulsão

(SANDERSON; SOMMER, 1985). Boninger (2002) identificou quatro padrões

cinemáticos comuns na propulsão manual, e os definiu como a seguir:

• Semicircular, reconhecido pelas mãos oscilando abaixo do aro durante a fase

de recuperação;

• Volta única (Single Looping Over Propulsion), na qual o usuário lenvanta as

mãos acima do aro durante a fase de recuperação;

• Volta dupla, (Double Looping Over Propulsion) que começa com as mãos

subindo acima do aro, para em seguida cruzarem e descerem abaixo do aro

durante a fase de recuperação;

• Arco, quando a mão segue um arco ao longo do aro durante a fase de

recuperação.

A Figura 3.15 apresenta os quatro padrões de propulsão manual da cadeira de

rodas.

Figura 3.15. Padrões de Propulsão. a: semicircular; b: volta única; c: volta dupla; arcde: Carriel, 2007.

d

c b a

o. Adaptado

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No estudo de Boninger et al. (2002), o padrão de propulsão de volta única foi o mais

utilizado entre os usuários de cadeira de rodas. No entanto, o padrão semicircular

parece ser o mais adequado, pois é associado com menor cadência e mais tempo

gasto na fase de impulsão a uma determinada velocidade. Os autores ainda

consideram interessante treinar os usuários de cadeira de rodas a utilizar este

padrão de propulsão, com leves e longos toques, para que seja diminuída a

freqüência de toques e a força de contato aplicada ao aro.

Indivíduos que propulsionam a cadeira de rodas com grandes forças nos ombros

são mais comumente acometidos por patologias do arco córaco-acromial (MERCER

et al., 2006). Boninger et al. (2003) sugerem que a direção ou a efetividade da força

resultante no aro podem influenciar a carga nos ombros. As forças exercidas pelas

mãos no aro durante a propulsão manual da cadeira de rodas podem ser

decompostas em componentes radial, axial e tangencial (FIGURA 3.16).

Figura 3.16. Componentes da força na propulsão manual. Fz: axial; Ft: tangencial; Fr: radial; Mp: momento fora do plano da roda.

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A relação entre a força tangente e a força resultante ao aro fornece uma indicação

da efetividade da propulsão sob um ponto de vista mecânico. Esta relação varia

entre a população de usuários de cadeira de rodas. Para uma população de jovens

com lesão da medula espinhal e atletas em cadeira de rodas, o componente

tangente representa entre 50% e 80% da força resultante (VAN DER WOUDE,

2001), enquanto entre idosos não ultrapassa 50% (AISSAOUI, 2002).

A eficiência com baixa força durante a propulsão manual seria o mais adequado,

considerando as limitações impostas pela configuração da cadeira de rodas

(ROZENDAAL et al., 2003; VEEGER et al., 1991). Durante a fase de impulsão, as

mãos dos usuários têm que seguir o caminho circular do aro. As forças exercidas

pelas mãos não influenciam a trajetória das mãos, o que torna possível a aplicação

de forças não tangentes ao aro, resultando em baixa eficiência da propulsão

(VEEGER et al., 1991). Um maior componente tangente para a mesma magnitude

de força aumentaria o momento em torno do eixo, e teoricamente diminuiria o

trabalho necessário para a mesma potência externa. Por outro lado, a eficiência

dependente de maior força tem sido associada com maior custo fisiológico e

também maiores cargas ao ombro (GROOT et al., 2002).

Estudos de Veeger et al (2002) e Mulroy et al (1996) mostraram que os músculos do

manguito rotador poderiam atingir 30% de sua força isométrica máxima durante a

fase de impulsão da cadeira. Mulroy et al. (1996) sugerem que os músculos do

manguito rotador são mais susceptíveis à fadiga e lesão devido ao seus menores

volume quando comparados com outros músculos que atuam na propulsão, como o

peitoral maior e o deltóide. Além disso, consideram que uma força resultante

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aplicada ao aro com um grande componente radial poderia aumentar o impacto das

estruturas subacromiais do ombro.

3.3.2 PROBLEMAS RELACIONADOS À PROPULSÃO MANUAL

A propulsão manual de cadeira de rodas é a fonte primária de mobilidade para

muitas pessoas com deficiências. No entanto, as extremidades superiores servem

originalmente não como membros de suporte de peso, mas para o desenvolvimento

de tarefas de manuseio, porém os usuários de cadeira de rodas submetem as mãos

e punhos a um estresse particularmente alto (WEI et al., 2003). A propulsão manual

de cadeira de rodas tem sido associada com alta prevalência de dor e com um

aumento de risco (31% a 73%) de desenvolvimento de lesões nos membros

superiores. Esta elevada prevalência pode ser explicada em parte pela combinação

de atividades repetitivas com altas cargas impostas às extremidades superiores de

indivíduos usuários de cadeiras de rodas (DESROCHES et al., 2008). A dor em

ombro e punho é altamente prevalente em pessoas com lesão da medula espinhal

que utilizam cadeira de rodas manual (KOONTZ et al., 2007).

A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) tem sido comumente diagnosticada em

pessoas que utilizam cadeira de rodas manual como principal meio de locomoção. A

incidência de STC nesta população varia de 49% a 63% (ALIURE et al., 1985;

GELLMAN, 1988; TUN e UPTON, 1988; DAVIDOFF et al., 1991; BURNHAM e

STEADWARD, 1994; SIE et al., 1992). Além disso, a lesão do nervo ulnar tem sido

relatada por vários pesquisadores (TUN e UPTON, 1988; BURNHAM e

STEADWARD, 1994). Tais lesões podem trazer conseqüências importantes porque

os usuários de cadeira de rodas dependem de seus membros superiores para a

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mobilidade, transferências e a maioria das atividades de vida diárias. Foi

demonstrada uma correlação entre a função do nervo mediano e a cadência de

propulsão (freqüência de toques). Maiores cadência e maiores forças aplicadas ao

aro estão correlacionadas com pior função do nervo mediano (BONINGER et al.,

2004).

3.4 O ARO DE PROPULSÃO MANUAL

3.4.1 APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO E LIMITAÇÕES

O aro de propulsão é um tubo circular feito de aço inoxidável ou alumínio, usado

para a autopropulsão manual da cadeira de rodas. Estes aros são padronizados e

disponíveis nas cadeiras de rodas encontradas no mercado, e também vendidos

para substituição de aros de cadeiras usadas. São presos às rodas através de

expansões laterais (de quatro a oito expansões), normalmente por parafusos ou

rebites. Porém, não possuem características ergonômicas e não foram

desenvolvidos para variações na função de membros superiores ou para prevenir ou

tratar as dores associadas com as patologias de membros superiores.

Uma parte significativa das forças aplicadas ao aro de propulsão não contribuem

para transmitir movimento, mas são necessários para fornecer atrito entre a mão e

aro. Shimada et al. (1997) sugerem que a utilização de luvas durante a propulsão da

cadeira aumenta as forças tangenciais, sem aumentar a força resultante, diminuindo

assim proporcionalmente as forças que têm sido associadas a lesões, o que pode

ser explicado devido ao aumento do atrito que a luva promove entre a mão e o aro.

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Baldwin et al. (1999) investigaram as diferenças nas forças aplicadas ao aro de

propulsão e na atividade eletromiográfica de músculos do antebraço entre dois

modelos de aro de propulsão: o convencional e o ergonômico. Como resultado,

enquanto a atividade eletromiográfica dos músculos do antebraço não mostrou

diferença significante, muitas das forças aplicadas ao aro de propulsão foram

significativamente aumentadas com o modelo ergonômico. Segundo os autores, a

maior área de contato no aro ergonômico permitiu maior aplicação de força sem, no

entanto, aumentar a atividade muscular, o que pode ter um efeito positivo na

transmissão de força durante a propulsão da cadeira, podendo reduzir os efeitos

prejudiciais que causam lesões secundárias a longo-prazo.

3.4.2 O ARO DE PROPULSÃO: SOLUÇÕES PROPOSTAS

Ao avaliar o efeito de dois diâmetros (18mm e 25-30mm) do tubo do aro de

propulsão de uma cadeira de rodas, Van Der Linden et al (1996) encontraram

melhor eficiência mecânica e menores valores de parâmetros fisiológicos no aro com

tubo de maior diâmetro, e sugeriram que tais resultados podem ser explicados pelo

melhor contato da mão no aro, exigindo menor estabilização por parte dos músculos

do cotovelo e do ombro.

Devido à alta prevalência de lesões por movimentos repetitivos dentro da população

de usuários de cadeira de rodas manual, tem sido dada importante atenção no

desenvolvimento de melhorias na biomecânica da propulsão. É importante a

investigação minuciosa de novos produtos para validar seus reais efeitos antes de

serem implementados (BALDWIN et al., 1999).

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O aro feito de metal ou alumínio tem características de transferência de calor

relativamente altas, o que provoca desconforto em temperaturas frias. Do outro lado,

os revestimentos de borracha, que oferecem bom atrito, aumentam muito a

temperatura nas frenagens, o que torna desconfortável (RICHTER et al., 2007).

Baldwin et al. (2001) propuseram um aro que reduza as forças nele aplicadas,

diminua a freqüência de propulsão e aumente a eficiência mecânica por oferecer

melhor ajuste da mão ao aro, composto por 2 tubos de alumínio, um sobre o outro.

Desta forma, o peso total do aro torna-se aumentado e de maior custo, o que leva a

maior resistência à propulsão da cadeira. Ainda, há uma membrana côncava de

borracha entre o aro de propulsão e a roda, que proporciona melhor apoio para a

mão. O aro possui como revestimento uma fina camada de borracha em sua parte

superior com o objetivo de oferecer maior atrito para as mãos, o que diminui a

necessidade de estabilização por parte dos músculos, fazendo com que a força seja

direcionada ao deslocamento da cadeira, o que proporciona maior eficiência na

propulsão (FIGURA 3.17).

Figura 3.17. Baldwin et al, 2001. Sistema de aro duplo com membrana côncava de borracha.

Apesar das vantagens citadas acima, há a desvantagem do peso aumentado pelo

fato da utilização de dois aros de alumínio a fim de oferecer melhor ajuste da mão no

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aro durante a preensão. A utilização de uma fina camada de borracha na parte

superior do aro oferece maior atrito durante a propulsão da cadeira, porém deixa

desconfortável sua utilização durante a frenagem. Assim, o autor sugere que a

impulsão da cadeira seja feita utilizando a parte de cima do aro (com o revestimento

de borracha e maior atrito), e a frenagem seja feita utilizando a parte lateral do aro,

que não possui o revestimento. Isto exige do cadeirante mudança na técnica de

propulsão e frenagem da cadeira, o que demanda treinamento e orientação.

Richter et al. (2007) propuseram um equipamento que possui uma superfície de

contorno elastomérico ligada à porção superior de um aro tubular feito de alumínio e

à roda da cadeira. Esta interface deforma-se quando recebe carga, diminuindo o

pico de pressão sobre as mãos. Dessa forma, substitui o mecanismo de

acoplamento rígido entre o aro e a roda. Quando propulsiona, o usuário segura no

aro e na superfície elastomérica. Durante a frenagem, o usuário segura apenas o

aro tubular, dessa forma prevenindo aumento de temperatura e lesão nas mãos. O

autor afirma que devido ao maior atrito, o usuário não precisa agarrar com muita

força o aro quando está propulsionando (FIGURA 3.18).

(a) (b) Figura 3.18. Richter et al, 2007. (a): acoplamento da mão ao aro durante a impulsão; (b) equipamento

instalado em um roda. O aro de aumínio é preso à roda através da membrana elastomérica.

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Apesar de oferecer melhor absorção de impacto através da deformação da interface

elastomérica entre o aro e a roda, o equipamento não proporciona ajuste adequado

para os dedos, uma vez que o aro mantém-se nas dimensões usuais. Além disso,

necessita alterar a técnica de propulsão, já que a frenagem e propulsão utilizam

técnicas distintas, e pode ocorrer a não adaptação do usuário a esta técnica.

Willems et al. (2009) propuseram um aro com maior área de superfície e uma

inserção entre o aro e a roda feita de material elástico. O aprimoramento da

propulsão é proporcionado pela textura na superfície inserida entre o aro e a roda,

para promover maior atrito. A melhora na frenagem é proporcionada pela superfície

ampla e suave no aro (alumínio polido). A inserção entre a roda e o aro é feita de

alumínio coberto com neoprene. Esta inserção tem uma forma côncava para

acomodar o polegar, com largura direta de 22 mm (FIGURA 3.19). A secção

transversa do aro possui dimensões iguais em toda extensão do aro. A largura é de

19 mm, e a altura de 38 mm.

(a) (b)

Figura 3.19. Willems et al, 2009. Natural-fit. (a) Aro de tamanho maior e inserção elástica entre aro e a roda para apoio do polegar; (b) equipamento insatalado na cadeira de rodas. Adaptado de: Koontz et al., 2006.

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Apesar de este equipamento proporcionar conforto e eficiência por oferecer maior

superfície de contato e melhor ergonomia, ainda requer do usuário padrões distintos

de propulsão e frenagem.

3.5 A MÃO

3.5.1 ESTRUTURA E FUNÇÃO

A mão humana é uma das ferramentas mais completas, versáteis e sensíveis que se

conhece. Graças à grande mobilidade dos dedos e à oponência do polegar, pode-se

conseguir uma grande variedade de manejos, com variações de velocidade,

precisão e força dos movimentos (IIDA, 1990).

O complexo do punho e da mão é uma estrutura de alta complexidade que tem uma

ampla mobilidade e estabilização. Esta estrutura é constituída por 29 ossos, 26

articulações e um extenso sistema ligamentar e muscular que possibilitam a

preensão manual (GODOY, 2004). Considera-se mão, o complexo da articulação

carpometacárpica até os dedos, sendo muito importante para a adaptação aos

diversos formatos de objetos e para isto, são fundamentais seus três arcos:

transverso proximal, tranverso distal e arco longitudinal, conforme Figura 3.20

(FREITAS, 2005). Os arcos longitudinais têm como ápice as articulações

metacarpofalangeanas e o arco transverso distal passa pela cabeça dos

matacarpianos, é móvel e tem o ápice na cabeça dos 2º e 3º metacarpianos.

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Figura 3.20. Esquema de disposição dos arcos da mão. Fonte: FREITAS, 2005, p.13.

Couto (1995) classifica os movimentos funcionais da mão em seis, conforme a

Figura 3.21: pinça palmar, compressão digital, pinça lateral, pinça pulpar,

compressão palmar e preensão. Sendo que a característica principal da pinça é a

precisão do movimento, sem exigir muita força. Característica essa que difere da

função da preensão que dá às mãos maior capacidade de força.

Figura 3.21. Os movimentos funcionais da mão. Fonte: Couto (1995, p. 19).

A base dos movimentos da mão e dedos são as posições de preensão entre os

dedos e o polegar ou entre a palma da mão por um lado e movimentos de torção no

punho e no braço. Das muitas posições de preensão, as mais importantes, segundo

Grandjean (1998, p.101) são mostradas na Figura 3.22.

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Figura 3.22. Posições de preensão das mãos e dedos. a – ponta dos dedos; b – lateral; c – garra.

Adaptada de: Grandjean (1998, p. 101).

Outro fator importante para a preensão é a posição das mãos e punhos, pois a força

gerada na preensão é maior quando a mão está em posição neutra ou em pequena

extensão, e é reduzida quando o punho está flexionado ou lateralizado. O desvio

ulnar resulta em uma perda de 25% da força de preensão, e o desvio radial pode

estar associado a uma perda de 20% da força (PUTZ-ANDERSON, 1988). Segundo

o estudo clássico de Napier (1956) o ser humano apresenta apenas dois tipos

básicos de preensão: preensão de força e de precisão. A preensão de precisão é

uma forma mais delicada de preensão. Ela refere-se a segurar o objeto entre a face

palmar ou lateral dos dedos e o polegar. A preensão de força envolve segurar um

objeto entre os dedos parcialmente flexionados em oposição à contrapressão gerada

pela palma da mão, eminência tenar e o segmento distal do polegar, favorecendo o

uso total da força (MOREIRA et al., 2003).

O movimento de preensão provoca intensa atividade dos músculos flexor superficial

e profundo dos dedos, dos interrósseos e do 4° lumbrical, bem como nota-se

atividade dos músculos que realizam o movimento de contrapressão do polegar

(músculo flexor longo do polegar), tenares (oponente do polegar, adutor do polegar e

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flexor curto do polegar) e hipotenares (flexor curto do dedo mínimo) (MOREIRA et

al., 2001).

3.5.2 ANTROPOMETRIA DA MÃO

A antropometria – ciência que estuda as dimensões humanas – representa um

significativo parâmetro para a adequação do projeto de ferramentas ao usuário

(PASCHOARELLI; COURY, 2000).

Paschoarelli et al. (2008) consideram que muitos dos produtos de uso manual são

projetados sem que sejam consideradas as dimensões da mão humana, ora devido

aos processos de desenvolvimento de produto que desconsideram estas variáveis;

ora pela inexistência de estudos mais especializados, ou mesmo a pluralidade de

bancos de dados desta natureza, nos quais são abordados grupos populacionais

específicos. Paschoarelli e Coury (2000), numa revisão bibliográfica dos aspectos

ergonômicos e de usabilidade no design de pegas e empunhaduras, analisaram

várias tabelas antropométricas e observaram uma variação muito significativa entre

as dimensões de mãos masculinas e femininas.

A antropometria da mão é um tema discutido e pesquisado por vários autores.

Guimarães (2004) considera que as questões antropométricas (tais como tamanho

das mãos e dedos) e biomecânicas (tal como posição neutra de punho, antebraço e

mão) são básicas no projeto de controle, pegas ou empunhaduras. Na década de

80, o Laboratório Brasileiro de Desenho Industrial desenvolveu um levantamento

antropométrico junto a trabalhadores rurais brasileiros, resultando em 32 (trinta e

dois) parâmetros dimensionais para o projeto de cabos de ferramentas (LBDI, 1990).

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Gordon et al. (1989) apresentam 7 (sete) variáveis antropométricas, de uma amostra

populacional de 3982 indivíduos (2208 do gênero feminino e 1774 do gênero

masculino) norte-americanos. Cacha (1999 apud PASCHOARELLI, 2003, p. 25)

apresenta 75 (setenta e cinco) variáveis antropométricas das mãos desta mesma

população.

Analisando os diferentes dados, podem-se verificar diferenças entre os dados

antropométricos. Estas diferenças demonstram que, em circunstâncias distintas, o

projeto de instrumento manual deve considerar diferentes fontes de dados

(PASCHOARELLI, 2008). Segundo Iida (2005), uma das referências mais completas

de medidas antropométricas que se conhece é a norma alemã DIN 33402 de junho

de 1981, na qual são apresentadas 22 (vinte e duas) variáveis dimensionais da mão

(TABELA 3.1).

Tabela 3.1. Medidas de Antropometria Estática das mãos.

Fonte: Norma DIN33402 (1981 apud IIDA, 2005, p. 118).

Woodson (1981) apresenta algumas variáveis antropométricas que considera

importante para o projeto de equipamentos manuais, conforme Tabela 3.2.

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Tabela 3.2 - Dados antropométricos da mão

Fonte: Woodson (1981, p. 730-732).

Para Iida (2005), as medidas brasileiras são ligeiramente menores, quando

comparadas com as estrangeiras. Percentualmente, essas diferenças estão

aproximadamente em torno de 4%, no máximo.

Em um recente estudo, Paschoarelli et al. (2008) realizaram um levantamento

antropométrico da mão de destros e canhotos de uma cidade do interior do estado

de São Paulo, e obteve resultados próximos aos estudos citados anteriormente,

como demonstra a Figura 3.23.

Figura 3.23. Medidas antropométricas das mãos. Fonte: Paschoarelli et al. (2008).

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As medidas apresentadas na figura acima podem ser aplicáveis ao presente estudo,

uma vez que fornecem informações importantes para o desenvolvimento do aro de

propulsão, como comprimento da mão e da palma da mão.

3.6 PRINCÍPIOS DO DESIGN ERGONÔMICO

3.6.1 FERRAMENTAS MANUAIS

O conceito de usabilidade relaciona-se com o conforto e a eficiência dos produtos

(IIDA, 2005). É um dos aspectos do desempenho e qualidade da interface

mão/instrumentos, cuja aplicação baseia-se em metodologias de design ergonômico.

Apesar da evolução tecnológica, alguns instrumentos manuais ainda não atendem

aos critérios da usabilidade e podem gerar problemas ergonômicos em seus

usuários (PASCHOARELLI, 2003).

Um dos critérios ergonômicos para o projeto de ferramentas manuais é minimizar

posturas extremas da mão, e maximizar as posturas neutras (SILVEIRA, 2008).

Paschoarelli (2003) considera que “... o stress biomecânico relacionado à ferramenta

manual não pode ser totalmente eliminado, mas deve ser ao menos controlado e

mantido a um mínimo”. Hall (1996) afirma que, em ferramentas manuais, a forma e

propriedades da superfície têm um importante efeito sobre a pressão produzida

sobre a mão, sendo esta pressão diretamente relacionada com a percepção de

desconforto.

No sentido de reduzir o esforço durante o uso de instrumentos manuais, a

Organização Internacional do Trabalho - OIT (2001) recomenda a preferência por

aqueles que exijam uso de músculos maiores, já que se utiliza com muita freqüência

pequenos músculos dos dedos e das mãos, gerando esforço demasiado e fadiga

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que podem reduzir o rendimento do trabalho. Freund et al. (2000) apontam que uma

ferramenta manual com um contorno de pega adequado à preensão e feito de

plástico ou borracha provê conforto e pode diminuir o esforço físico. Paschoarelli e

Coury (2000) recomendam que, para evitar o uso repetitivo dos dedos, as pegas e

empunhaduras dos equipamentos devem ser projetadas de forma a evitar o uso

freqüente do indicador ou polegar, distribuindo esta exigência física aos demais

dedos.

Ainda com respeito a ferramentas manuais, Sandvik (1997 apud Paschoarelli; Coury,

2000) recomenda: evitar cantos agudos e ressaltos, preservar a pele e toda a

estrutura da mão humana do recebimento de impactos e elevadas temperaturas,

oferecer boa aderência, ter peso equilibrado, minimizar o desenvolvimento de tensão

muscular, apresentar empunhadura ou pega tão extensa quanto possível, permitindo

distribuir as pressões através da superfície da mão e transmitir a maior força com

menor esforço possível. Couto (1995) sugere que as pegas e manoplas devem ser

feitas de um material de alguma compressibilidade, com alguma superfície de atrito,

de modo a evitar esforço excessivo das mãos para prendê-los; evitar cabos e

manoplas de metal por tais motivos: (1) compressão mecânica sobre os tecidos da

mão; (2) transmissão aumentada de frio ou calor; (3) transmissão aumentada de

vibração.

Guimarães et al (2004) avaliaram três facas usadas no processo de desossa de

frangos, com igual desenho de ponta e cabo, e praticamente mesmo peso, mas com

materiais diferentes de forração de cabo (um de Elvaloy®, um de borracha e um

convencional de polipropileno). Os resultados mostraram que o cabo emborrachado

aumenta a percepção de conforto dos usuários e reduz a dor nas mãos e punho.

Utilizando as mesmas três facas e outra de um concorrente, Albano et al (2005)

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avaliaram a preferência de vinte funcionários de um restaurante universitário em

relação a facas com cabos forrados com materiais diferentes (polipropileno,

emborrachada e elvaloy) e concluiu que a faca emborrachada era a que apresentava

maior conforto, firmeza e com dureza e textura mais agradável com relação aos

demais. O estudo de Tomazzoni (2004) comparou, com a técnica de eletromiografia

sensitiva da coluna cervical, a faca de polipropileno com a faca emborrachada e

concluiu que esta última gera menos tensão muscular na coluna cervical em

comparação com o protótipo com cabo de polipropileno, o que pode impactar na

sensação de maior conforto.

3.6.2 O DESIGN ERGONÔMICO NO DESENVOLVIMENTO DO ARO

Desta forma, fica claro que os princípios de ergonomia e design de ferramentas

manuais podem ser aplicados ao projeto de desenvolvimento de novo aro de

propulsão de cadeira de rodas, uma vez que este representa a interface entre

usuário e cadeira de rodas, através da qual se exerce o controle da função de

mobilidade. Do exposto acima, pode-se concluir que o aro deve oferecer tamanho,

forma e material adequado para melhorar a função e o conforto, e reduzir ao máximo

os esforços físicos. Deve ainda proporcionar a maior superfície de contato possível,

para diminuir a exigência de pequenos músculos da mão na estabilização desta no

aro, distribuir melhor as pressões por toda a mão, e transmitir maior força com

menor esforço possível.

Ainda, o design de ferramentas manuais fornece subsídios para a proposta de um

aro feito de material que ofereça alguma compressibilidade. A borracha, utilizada

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nas ferramentas manuais, proporciona maior conforto e melhor coeficiente de atrito,

e evita esforço excessivo para segurá-las.

O design de ferramentas manuais preconiza que o diâmetro de um cabo ou

empunhadura deve ser de 30 a 40 mm, com o objetivo de aumentar a força de

preensão (OIT, 2001, p.104). No entanto, na propulsão da cadeira de rodas, este

objetivo não se encaixa, pois a eficiência da propulsão não está relacionada com a

força de preensão aplicada ao aro, mas sim com a força tangencial nele aplicada,

que faz com que a cadeira de rodas se movimente para frente. Portanto, o aro deve

ter maior diâmetro, para que a maior parte da palma da mão e dedos esteja em

contato com o aro, distribuindo melhor a pressão por toda a mão, e, com bom

coeficiente de atrito, haverá menor necessidade de força de preensão para segurar

o aro, e a força assim aplicada ao aro será destinada a propulsão da cadeira.

Patkin (2001) apresenta 6 tipos de pegas com a mão, dentre elas a preensão com

força, que pode ser visualizado na Figura 3.24.

Figura 3.24. Preensão com força e variante com polegar ao longo da empunhadura (preensão com

componente de precisão). Fonte: Patkin, 2001. Este tipo de preensão apresentado como “preensão com componente de precisão”

é, dentre os apresentados até então, o que melhor representa o contato entre a mão

e um aro de propulsão convencional para cadeira de rodas. Também chamado de

preensão tangencial, preconiza-se para este um cabo de diâmetro de 30 a 55 mm

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(OIT, 2001 – p. 104). No entanto, como exposto anteriormente, caracteriza-se como

um tipo de preensão de força. Como afirma Patkin (2001), os músculos do

antebraço que agem na mão estão em suas posições mais eficientes para produzir

força muscular. Na propulsão da cadeira, o contato com o aro deve minimizar as

forças para estabilização da mão no aro (força de preensão), e favorecer a força

para o deslocamento da cadeira (força tangencial). Para isso, é necessário que seja

oferecido maior superfície de contato e melhor atrito para as mãos, pois ambos

auxiliam no posicionamento e estabilização da mão no aro de propulsão. Para este

objetivo, é necessário que o diâmetro do aro seja maior que os 20 mm normalmente

encontrados nos aros convencionais (RICHTER et al., 2007). O aro circular com

diâmetro de 20 mm (FIGURA 3.25) oferece como superfície de contato (perímetro da

circunferência) 62,8 mm, que é insuficiente para oferecer contato para toda a mão,

considerando o comprimento da mão de aproximadamente 185 mm, de acordo com

Woodson (1981) e IIDA (2005).

Figura 3.25. Acoplamento da mão a um aro convencional de 20 mm de diâmetro. Fonte: adaptado de

RICHTER et al. (2006).

O problema relativo à postura excessivamente flexora dos dedos e a pouca

superfície de contato para as mãos, observadas no aro convencional, são

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minimizadas quando é utilizado um aro de maior diâmetro. Na Figura 3.26, dois aros

convencionais são colocados juntos, um acima do outro, modificando de forma

importante o posicionamento da mão. Ainda, o apoio do polegar desloca-se

medialmente e afasta-se do ápice do aro, sendo apoiado em uma membrana não

visível na figura (KOONTZ et al., 2006).

Figura 3.26. Aumento do diâmetro vertical do aro ao agrupar dois aros convencionais, um acima do

outro. Adaptado de: KOONTZ et al. (2006).

3.6.3 DESIGN ERGONÔMICO: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PRODUTO

O design de ferramentas representa um importante papel no desenvolvimento de

problemas nas mãos e antebraços relacionados ao trabalho (KUIJT-EVERS et al.,

2007). Melhorando as propriedades ergonômicas das ferramentas manuais a saúde

dos usuários e sua satisfação podem ser positivamente afetadas (KADEFORS et al.,

1993).

Com o objetivo de reconhecer ferramentas manuais ergonomicamente bem

desenvolvidas, muitos estudos de avaliação de ferramentas manuais tem sido

conduzidos, a maioria deles combinando medidas objetivas (para avaliar a carga

física) e experiências subjetivas dos indivíduos, como o conforto ou desconforto

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(KLUTH et al., 2004; STRASSER et al., 1996; GROENESTEIJN et al., 2004; CHANG

et al., 1999; LI, 2003; FREUND et al., 2000). Porém, avaliações subjetivas têm

algumas desvantagens: requerem um grande número de sujeitos e por isso

demandam tempo (LEE et al., 1993), e ainda são influenciadas por preferências

pessoais, como o costume com determinada ferramenta (CHEN et al., 1994). Kuijt-

Evers et al (2007) citam algumas medidas objetivas utilizadas em adição às medidas

subjetivas, como: eletromiografia (EMG) (STRASSER et al., 1996), posturas da mão

e punho (KADEFORS et al., 1993), e distribuição da força de preensão (CHANG et

al., 1999).

3.6.4 A AVALIAÇÃO DO CONFORTO

Para Vink e Kuijt-evers (2004), o conforto é associado com sensação de

relaxamento e bem estar, e o desconforto é associado com dor, cansaço,

irritabilidade e dormência, e afirmam ainda que a dimensão física (funcionalidade e

fatores físicos) tem maior peso quando se estuda o conforto no uso de ferramentas

manuais, as quais estão são mais acompanhadas da sensação de desconforto. Em

uma pesquisa identificando os fatores de conforto na utilização de ferramentas

manuais, Kuijt-Evers et al (2004) observaram que o conforto e o desconforto podem

ser vistos como dois opostos em uma escala contínua, e pois foram encontrados os

mesmos descritores para ambos. Ademais, os resultados mostraram que

funcionalidade foi o termo mais relacionado ao conforto na utilização de ferramentas

manuais, seguido da interação física e aparência.

Kuijt-Evers et al. (2007) destacam 3 métodos de avaliar o desconforto: (1) avaliar a

intensidade do desconforto utilizando um mapa da face palmar da mão, (2)

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classificar o desconforto nas mãos, e (3) classificar o desconforto em todo o corpo e

mãos. Ainda, afirmam que as propriedades das ferramentas manuais podem ser

avaliadas pela praticidade geral e adequação para trabalhos longos, além do

conforto experimentado em sua utilização.

Kong et al. (2008) estudaram os formatos das empunhaduras de ferramentas

manuais e utilizaram uma avaliação subjetiva do desconforto utilizando uma escala

de 7 pontos(7: máximo desconfortável, 1: sem desconforto).

O questionário de conforto para ferramentas manuais utilizado por Kuijt-Evers et al.

(2007) é baseado nos resultados de um estudo anterior (KUIJT-EVERS et al., 2005)

no qual são identificados descritores associados com conforto na utilização de

ferramentas manuais pelos usuários, tais como: se a ferramenta se encaixa na mão,

se tem boa funcionailidade e alta performance. Ademais, 17 destes descritores

foram selecionados, e os indivíduos classificaram os itens em uma escala de 7

pontos (1 = discordo totalmente, 7 = concordo totalmente). Groenesteijn et al. (2004)

elaboraram um método de avaliação do desconforto na utilização de ferramentas

manuais que consiste em um mapa detalhado da mão e punho, com 23 regiões, e

um mapa do membro superior com 4 regiões. Sensações de dor, dormência,

pressão e cansaço sugerem desconforto. Uma escala de seis pontos foi utilizada

para avaliar o desconforto (variando de 0 = sem desconforto,..., até 5 = desconforto

extremo).

Em um trabalho que avaliou aspectos ergonômicos em um modelo de alicate, YOU

et al. (2005) associaram um mapa de desconforto da mão com a escala de Borg

CR-10 para avaliar o desconforto de 11 regiões da mão e punho devido ao uso do

alicate. O desconforto de cada região da mão foi determinado através da escala de

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Borg CR-10, que varia de ‘0’ para sem desconforto, até ‘10’ para extremo

desconforto.

Ainda, You et al. (2005) desenvolveram um modelo de questionário de satisfação

com escalas bipolares, que inclui sete importantes parâmetros de design da

ferramenta: comprimento do cabo, exigência de força de preensão, forma do cabo,

material da superfície, peso, orientação da empunhadura e espaço para encaixe da

mão.

Dieruf et al. (2008), com o objetivo de compreender os fatores relacionados à

melhora de sintomas e da função de membros superiores em usuários de cadeira de

rodas com o uso de um aro de propulsão ergonômico, elaboraram um questionário

no qual os indivíduos eram perguntados se notaram alguma mudança no conforto,

eficiência, fadiga, ou dificuldade na propulsão quando propulsionam a cadeira de

rodas com os novos aros, com as respostas variando de “muito pouco” (1) a “muito

diferente” (5).

3.7 A TÉCNICA DE PROTOTIPAGEM RÁPIDA

A prototipagem rápida (Rapid Prototyping) é uma tecnologia inovadora desenvolvida

nas últimas duas décadas, que visa produzir protótipos, a partir de um programa de

computador, de forma relativamente rápida para inspeção visual, avaliação

ergonômica, análise de forma/dimensional e como padrão mestre para a produção

de ferramentas para auxiliar na redução de tempo do processo de desenvolvimento

de produtos (CHOI; CHAN, 2004). A utilização da prototipagem rápida no processo

desenvolvimento de produtos apresenta, segundo Modeen (2005), os seguintes

pontos fortes: capacidade de produzir formas tridimensionais complexas e

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detalhadas; redução do tempo de processamento para peças únicas; possibilidade

de sua instalação em ambientes não industriais, devido à baixa geração de ruídos

ou desperdícios.

Estima-se que a economias de tempo e de custos proporcionada pela aplicação das

técnicas de prototipagem rápida na construção de modelos sejam da ordem de 70 a

90%. Esses modelos apresentam diversos usos, e constituem um auxílio visual

excelente durante a discussão prévia do projeto, além de permitir testes prévios.

Entretanto, Modeen (2005) cita alguns pontos fracos do processo de prototipagem

rápida: em tempo real, a velocidade de produção do protótipo é muito lenta, e

dependendo do nível de precisão requerido e do tamanho do objeto, o processo

pode levar algumas horas ou alguns dias; atualmente, a maioria dos equipamentos

somente pode fabricar itens de até 500 mm3 de volume; o número de materiais

disponíveis para a prototipagem rápida com adição de materiais é ainda limitado,

mas tem aumentado gradativamente; a qualidade final da superfície do protótipo

rápido gerado geralmente necessita de um acabamento secundário.

Para Gorni (2001), a prototipagem rápida é o melhor processo de manufatura

possível quando é necessário produzir pequenos lotes de peças e ou no caso de

componentes complicados. O termo "rápido" associado a esses processos é relativo.

A construção de alguns protótipos pode levar de 3 a 72 horas, dependendo do

tamanho e complexidade do objeto. Ainda assim esses processos são bem mais

rápidos que os métodos tradicionais, tais como usinagem, que podem requerer dias

ou mesmo meses para fabricar um único protótipo.

Segundo Gorni (2001), todos os processos de prototipagem rápida atualmente

existentes são constituídos por cinco etapas básicas:

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• Criação de um modelo CAD (Computer Aided Design – Projeto Assistido por

Computador) da peça que está sendo projetada;

• Conversão do arquivo CAD em formato STL, próprio para estereolitografia;

• Fatiamento do arquivo STL em finas camadas transversais;

• Construção física do modelo, empilhando-se uma camada sobre a outra;

• Limpeza e acabamento do protótipo.

Atualmente há pelo menos sete diferentes técnicas de prototipagem rápida

disponíveis comercialmente. O sistema de prototipagem rápida utilizado neste

trabalho é o de impressão tridimensional por jato de tinta. Gorni (2001) descreve

desta forma este processo:

“Os protótipos são construídos sobre uma plataforma situada num recipiente preenchido com material pulverulento. Um cabeçote de impressão por jato de tinta imprime seletivamente um agente ligante que funde e aglomera o pó nas áreas desejadas. O pó que continua solto permanece na plataforma para dar suporte ao protótipo que vai sendo formado. A plataforma é ligeiramente abaixada, adiciona-se mais material pulverulento e o processo é repetido. Ao se terminar o processo a peça "verde" é retirada, removendo-se o pó que ficou solto. Podem ser usados pós de materiais poliméricos, cerâmicos e metálicos.”

Volpato et al (2007) apresentam como principais vantagens deste processo:

• não utilização do laser;

• alta velocidade: esta é a tecnologia mais rápida do mercado até o momento;

• não necessita de suportes, o material não processado ao redor da peça serve de

suporte natural durante a construção;

• não existe desperdício de material. O pó não processado pode ser novamente

reutilizado.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi realizado conjuntamente no Laboratório de Pesquisa e Inovação em

Tecnologia (LAPITEC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) – USP,

e no Laboratório de Tribologia e Compósitos (LTC) da Escola de Engenharia de São

Carlos – USP.

4.1 IDEALIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO

No Laboratório de Pesquisa e Inovação em Tecnologia – LAPITEC - USP, foram

feitos ensaios iniciais utilizando-se a cadeira de rodas com o aro convencional, nos

quais registros fotográficos foram obtidos, com a mão em contato com o aro de

propulsão, e também com adaptação feita em massa para obtenção de um aspecto

similar ao desejado pelos autores, de 4 cm de diâmetro vertical, que representa o

dobro do diâmetro do aro circular (FIGURA 4.1).

(a) (b)

Figura 4.1. Acoplamento da mão ao (a) aro convencional; (b) aro com diâmetro aumentado e apoio para eminência tênar e polegar.

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Como pode ser observado, o acoplamento da mão ao aro convencional exige maior

atividade flexora dos dedos, enquanto o aro com diâmetro maior proporciona apoio

para eminência tênar e polegar com maior superfície de contato, minimizando a

postura flexora dos dedos.

Esta observação inicial representa o primeiro passo para o desenvolvimento do

projeto do equipamento. A partir de então, procurou-se identificar o design mais

adequado para a função de propulsão manual, bem como o material a ser utilizado e

a metodologia adequada para confecção de um modelo de aro ergonômico.

Para o desenvolvimento deste projeto, foram consideradas as medidas das rodas

representativas da maioria das cadeiras de rodas. A roda possui diâmetro de 610

mm (24 polegadas); o aro da roda, sobre o qual está inserido o pneu, possui 55,5cm

de diâmetro externo, e 52,5cm de diâmetro interno. Neste aro será conectado o

equipamento desenvolvido neste trabalho. Portanto, o aro de propulsão ergonômico

estará no nível do limite externo do aro da roda, e sua fixação estará no limite

interno do aro da roda, com diâmetro de 52,5cm (FIGURA 4.2).

Figura 4.2. Dimensões padronizadas para a roda: limite inferior do aro: 525 mm; limite superior do

aro: 555 mm; limite externo do pneu: 610 mm.

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59

4.2 PLANEJAMENTO DE ETAPAS

Para a realização do estudo, foram propostas três etapas:

4.2.1 CONCEITO

Envolve a criação do design do produto, baseado em referencial científico. Desta

forma, o design do produto fundamentou-se em:

a) Estudos antropométricos das mãos de indivíduos adultos, com dados

referentes a medidas de comprimento das mãos, da palma e dedos das

mãos, e serviu como referência para o dimensionamento do produto;

b) Ergonomia, que introduziu conceitos de conforto, atrito, ampla superfície de

contato, redução das forças nos membros superiores;

c) Design de pegas e empunhaduras de ferramentas manuais, que apresentou

importantes considerações quanto aos materiais utilizados, a posição

funcional de preensão da mão, segurança e conforto.

d) Características dos produtos existentes,

O software de CAD Solid Edge ST2 foi utilizado para projetar um modelo virtual, no

qual as especificações de formato e dimensões foram estabelecidas. Obteve-se

assim a imagem digitalizada do equipamento.

4.2.2 CONFECÇÃO

Envolve a produção de um protótipo do equipamento. Para esta etapa, foi utilizada a

técnica de prototipagem rápida, que envolve a produção de peças a partir de um

projeto de computador através de impressão em gesso.

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O protótipo em gesso foi utilizado para a produção de um molde, para posterior

reprodução em série das peças.

A seleção do material para produção do aro foi realizada considerando-se os

seguintes aspectos:

a) Possibilidade de fundição em temperatura ambiente (casting) e reprodução

em molde negativo (processo de moldagem e desmoldagem);

b) Dureza: 70 a 90 shore D;

c) Elasticidade;

d) Condutividade térmica;

4.2.3 AVALIAÇÃO DO PRODUTO

Pretende-se aqui obter informação referente à percepção que usuários de cadeira

de rodas (em beneficio dos quais, em última análise, este trabalho se justifica) têm

sobre a qualidade do equipamento, em comparação ao aro convencional presente

em todas as cadeiras de rodas. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do HC-FMRP da USP, através do parecer 6507/2010 (ANEXO A).

O aro de propulsão ergonômico foi instalado em cada roda de uma cadeira de rodas,

em substituição aos aros originais desta. Foi utilizada a cadeira de rodas modelo

AGILE da empresa Jaguaribe&Baxmann, pertencente ao Instituto de Reabilitação

Lucy Montoro – Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

(HC -FMRP) – USP .

Para experimentação do equipamento desenvolvido, foram convidados a participar

do estudo seis indivíduos com diagnóstico de lesão da medula espinhal, pacientes

do Setor de Fisioterapia do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro – HC – FMRP –

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USP, com idade entre 18 e 65 anos, que realizam propulsão manual da cadeira de

rodas de forma independente há pelo menos um ano. Não serão incluídos no estudo

os pacientes que apresentarem queixas severas de dor em membros superiores,

coluna cervical e torácica, ou qualquer outra queixa que impeça a realização

independente e indolor da propulsão manual da cadeira de rodas. Os participantes

foram previamente esclarecidos sobre os objetivos, procedimentos e riscos, e

concordaram em participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, de acordo com a resolução CNS 196/96 (ANEXO B).

Os participantes foram submetidos a uma atividade com a cadeira de rodas

realizada em dois momentos: primeiramente com o aro convenional, e em seguida

com o aro ergonômico. Entre os dois momentos, houve um período de 20 minutos

de descanso, durante o qual foram substituídas as rodas da cadeira por duas outras

rodas, do mesmo modelo e com as mesmas características, mas com o aro

ergonômico. A atividade foi elaborada com base no Circuito de Cadeira de Rodas

(Wheelchair Circuit), proposto por Kilkens et al. (2004), e consta das seguintes

etapas, realizadas sequencialmente:

a) Propulsão em linha reta por 3 minutos: em uma superfície plana sem

obstáculos foi demarcado um percurso de 15 metros. Os participantes foram

orientados a propulsionar a cadeira de rodas utilizando este percurso a uma

velocidade confortável próxima daquela utilizada no dia-a-dia, e mantê-la

durante três minutos. A orientação verbal oferecida foi: “Impulsione a cadeira

utilizando todo o percurso, e procure manter uma velocidade próxima daquela

que você utiliza em seu dia-a-dia, nem muito rápido, nem muito devagar”.

Representa uma tarefa realizada diversas vezes ao dia, por aqueles que

fazem uso independente da cadeira de rodas manual. Esta atividade expõe o

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indivíduo ao contato repetitivo das mãos ao aro, e requer força e resistência

muscular necessários para manter a velocidade relativamente constante

durante os três minutos. Neste caso, a atividade dos membros superiores é

primariamente simétrica, uma vez que o percurso é realizado em linha reta,

com exceção apenas ao final de cada extremo dos quinze metros, quando o

giro é realizado para o retorno do percurso.

b) Propulsão em forma de 8 por 1 minutos: em uma superfície plana foram feitas

três marcações, como demonstrado abaixo:

0 ------------------------------ 1,5 m ------------------------------ 3,0 m

Nos pontos “1,5” e “3 metros” foram colocados dois pedestais pretos com

faixas amarelas, sendo um em cada ponto. Os participantes foram orientados

a, partindo do ponto “0”, locomover a cadeira por um percurso em torno dos

pedestais, a uma velocidade confortável, durante um minuto. A propulsão em

forma de “8” exige do individuo a realização de uma seqüência de curvas para

lados opostos, e durante quase toda a atividade é mantida atividade

assimétrica dos membros superiores, para que a cadeira faça os desvios

necessários. Desta forma, requer do usuário a habilidade para manobrar a

cadeira, com dificuldades semelhantes a se locomover em espaços restritos e

com obstáculos. As atividades de propulsão e frenagem podem ocorrer

simultaneamente nesta atividade, cada qual agindo em uma roda para

determinar o sentido do movimento (FIGURA 4.3).

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Figura 4.3. Circuito de cadeira de rodas: propulsão em forma de “8”.

c) Sprint de 15 metros: Em uma superfície plana sem obstáculos, utilizando a

demarcação do percurso de 15 metros, os participantes foram orientados a

realizar este percurso, partindo do ponto inicial com a cadeira parada até a

marcação de 15 metros, durante o menor tempo possível com a máxima

velocidade. O sprint em um percurso de quinze metros exige do indivíduo

explosão muscular, com maior força dos membros superiores e maior impacto

das mãos nos aros. A atividade, realizada em linha reta, caracterizou-se por

uma propulsão simétrica dos membros superiores, porém a uma cadência

aumentada. Ainda, foi solicitado aos indivíduos no final do percurso “frear a

cadeira no menor tempo possível”, com o objetivo de experimentarem a

frenagem da cadeira com os dois diferentes tipos de aro (FIGURA 4.4).

Figura 4.4. Sprint de 15 metros em trajetória reta, com frenagem ao final do percurso.

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d) Manobra com a cadeira: em uma superfície plana e livre de obstáculos, os

pacientes foram orientados a manobrar a cadeira no sentido de manter-se

equilibrado apenas nas rodas traseiras. Uma vez mantida esta posição, foi

orientado que impulsionassem a cadeira para frente, para trás e realizassem

giro de 180º. Todos os pacientes relataram previamente serem capazes de

realizar estas atividades. A habilidade de empinar é importante para a

independência do cadeirante, pois possibilita transpor obstáculos (degraus ou

pequenos desníveis, por exemplo), locomover-se em terreno demasiado

irregular, e descer rampas e desníveis com segurança. Exige do cadeirante

habilidade e equilíbrio, e as mãos mantém-se apoiadas ao aro durante a

maior parte do tempo, a fim de garantir o equilíbrio. Para locomover-se com a

cadeira empinada, o usuário deve manter sempre ao menos uma mão em

contato com o aro, para assegurar o controle da cadeira (FIGURA 4.5).

Figura 4.5. A atividade de empinar: equilíbrio com a cadeira apoiada apenas nas rodas traseiras.

Após os testes, o aro de propulsão ergonômico foi desinstalado da roda da cadeira,

e seu aro original foi reinstalado, utilizando o mesmo sistema de instalação,

mantendo a integridade do equipamento para sua perfeita utilização.

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4.2.3.1 Instrumentos de avaliação

Dois questionários foram elaborados com questões referentes à percepção da

qualidade do novo equipamento e sua comparação com o aro convencional,

especificando alguns aspectos de sua utilização. Os instrumentos de avaliação são

auto-aplicáveis e possuem uma explicação sucinta de seus objetivos, bem como as

orientações necessárias.

Questionário I: Instrumento de avaliação elaborado considerando dez aspectos do

equipamento capazes de influenciar a propulsão manual, o conforto e a satisfação

do usuário. Desta forma, utilizou-se uma escala visual (reta horizontal de 10 cm), na

qual foram identificados os extremos da escala, bem como seu ponto médio, e

nestes foram colocados qualificadores. Os pacientes foram orientados a marcar na

escala o ponto que melhor representa sua percepção com relação ao aspecto em

questão. Tem por objetivo avaliar a percepção de qualidade destes aspectos

unicamente do aro ergonômico, sem explicitar comparações (ANEXO C).

Questionário II: Instrumento de avaliação elaborado com o objetivo de avaliar a

percepção do usuário em relação à qualidade do aro ergonômico comparado ao aro

convencional. É composto de nove questões, nas quais as alternativas

qualificadoras vão de “a” para “muito melhor” até “e” para muito pior (ANEXO D).

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4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados são apresentados descritivamente, para melhor explanação de todo o

processo de desenvolvimento, confecção e montagem do equipamento. Para

apreciação dos resultados dos questionários, é apresentada análise descritiva dos

mesmos. Devido o reduzido tamanho da amostra, o estudo não apresenta análise

estatística dos dados, uma vez que o estudo se propõe a apresentar uma análise

preliminar da qualidade do equipamento percebida por uma amostra de usuários de

cadeira de rodas.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 DESIGN DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO ARO

Tomando por base os dados antropométricos da mão apresentados por Woodson

(1981), Iida (2005, p.108) e Paschoarelli et al. (2008), o comprimento da mão pode

ser representado pelo valor aproximado de 185 mm. Duas considerações se fazem

necessárias neste momento. Primeiro, que a mão, em contato com o aro, está em

uma posição funcional de preensão, na qual ocorre uma flexão das articulações dos

dedos em direção a palma da mão. Portanto, o comprimento da mão de 185 mm,

nesta posição de preensão, apresenta-se diminuído, devido à flexão dos dedos e a

conseqüente aproximação destes a palma da mão. Como o objetivo do equipamento

proposto é de oferecer ampla superfície de contato, sem exigir preensões com

elevada flexão dos dedos sobre a palma, e levando-se em conta a necessidade de

não aumentar as dimensões da cadeira de rodas e desta forma dificultar a

acessibilidade, considerou-se adequado o aro oferecer aproximadamente 130 mm

de contato para a mão, mais que o dobro dos insuficientes 62,8 mm do aro

convencional de 20 mm de diâmetro.

Segundo, o aro proposto não apresenta formato cilíndrico, pois é projetado

considerando a anatomia da mão e os aspectos ergonômicos da preensão funcional.

Desta forma, é dividido em três faces: superior, lateral e inferior. Na face superior do

aro apóia-se a região que compreende o polegar, a eminência tênar e uma parte da

eminência hipotenar, e pode ser representada pela região abaixo da linha imaginária

que passa pelo limite interno (medial) da base do polegar, e atravessa a palma da

mão em um sentido lateral-medial (polegar para dedo mínimo), desde o limite distal

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da articulação metacarpo-falangiana do polegar (base do polegar entre este e o

dedo indicador) até a região média do quinto metacarpo (linha tracejada), como

demonstrado na Figura 5.1.

Figura 5.1. Medidas representativas de: a – largura da região superior do aro para apoio do polegar, eminência tênar e base de eminência hipotenar; b – comprimento da região lateral e inferior do aro para apoio dos dedos e parte distal da palma da mão. Adaptada de: Paschoarelli et al., 2008.

A medida de “a” representa assim a largura que a face superior apresenta para

oferecer suporte ao polegar, eminência tenar e parte da eminência hipotenar. As

faces lateral e inferior do aro, utilizadas para apoiar a região distal da palma da mão

e os dedos indicador, médio, anular e mínimo, foram determinadas considerando-se

o comprimento de “b”.

Ainda, é necessário que o equipamento não proporcione aumento nas dimensões da

cadeira, pois isto pode levar a dificuldades de acesso. Dessa forma, baseado nas

análises das cadeiras convencionais e nos estudos de Baldwin et al. (2001), Richter

et. al. (2007) e Willems et al. (2009), a distância que o limite externo do aro excede

da roda não deve ser superior a 38 mm (1,5 polegadas), pois a distância do espaço

entre o aro e roda é de 19 mm (0,75 polegadas). A parte superior do aro, na qual o

polegar e a região da eminência tenar se apóiam, apresenta leve depressão em sua

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região medial, seguida de discreta elevação em sua porção lateral, produzindo um

desnível de 3 mm do fundo da depressão ao ápice da elevação lateral, com o

objetivo de promover maior estabilidade no acoplamento da mão ao aro, e assim

requisitar menor esforço muscular para estabilização. Esta depressão de 3 mm foi

determinada considerando-se este um valor adequado para proporcionar

estabilidade e contato para o aspecto curvo da eminência tenar, utilizada como

apoio na face superior do aro para a propulsão. O contorno lateral apresenta

discreta convexidade, proporcionando conforto para a preensão, e terá comprimento

(altura) de 50 mm. A região inferior do aro (largura de 2 mm) apresenta um contorno

arredondado nas laterais, que culmina em um curto segmento de 2 mm com direção

vertical e sentido superior, que serve de apoio para as falanges distais dos dedos,

com exceção do polegar. Pretende-se, com este curto segmento na região inferior,

reduzir o peso total do equipamento. A Figura 5.2 representa a seção transversa e

as dimensões do modelo proposto de aro.

Figura 5.2. Design da seção transversal. Fonte: autor.

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A partir das dimensões propostas no projeto inicial, foi desenvolvido um projeto

técnico utilizando-se o software de CAD (Computer Aided Design – Projeto Assistido

por Computador) Solid Edge ST2 (FIGURA 5.3). Foi elaborado ainda um sistema

para instalação do aro ergonômico na roda da cadeira, que resultou na adição de um

segmento de 30 mm dirigido medialmente, com o objetivo de apoiar-se na face

inferior do aro da roda e neste ser parafusado. Na face superior, foi projetada uma

depressão de 3,1mm cuja concavidade foi obtida através de um raio de curvatura de

17,3mm, com o propósito de proporcionar apoio e estabilidade para a eminência

tenar e polegar. Para apoio dos outros quatro dedos e região distal da palma da

mão, a face lateral do equipamento apresenta uma convexidade com raio de

curvatura de 60 mm.

Figura 5.3. Imagem bi-dimensional da seção transversa do aro no software SolidEdge ST2 (medidas

em milímetros). Fonte: autor.

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A Figura 5.4 representa a composição do aro em toda sua circunferência, com as

medidas estabelecidas acima. Em uma imagem aproximada, pode-se visualizar o

formato anatômico do aro para o apoio das mãos.

(a) (b)

Figura 5.4. Vista antero-lateral do aro: (a) em toda a sua circunferência; (b) detalhe do formato do aro

para apoio das mãos.

5.2 CONFECÇÃO DE UM PROTÓTIPO

Para a obtenção de um protótipo do aro, foi utilizada a técnica de prototipagem

rápida por impressão a jato de tinta em gesso. Porém, a impressão tridimensional do

aro completo como peça única não é possível, devido o tamanho da peça exceder a

capacidade de impressão e armazenamento da impressora Z PRINTER 310 – Z

CORPORATION. Desta forma, o projeto do aro no software de CAD foi dividido em

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oito segmentos de corda, cada qual representando 45º da circunferência completa

(FIGURA 5.5).

Figura 5.5. Representação de um dos oito segmentos de corda do aro (Sofware Solid Edge ST2).

Fonte: autor.

Assim, surgiu a necessidade de elaboração de um sistema de montagem das peças

para obtenção do aro completo. Para a junção das oito partes do aro, foi

desenvolvido um sistema de encaixe interno seqüencial, através de uma peça que,

posicionada no interior dos segmentos, faz a união da extremidade inicial de uma

parte do aro à extremidade final de outra parte do aro (FIGURA 5.6 e 5.7).

Figura 5.6. Imagem da peça de encaixe interno entre os segmentos do aro. (Sofware Solid Edge

ST2). Fonte: autor.

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Figura 5.7. Acoplamento entre segmento e peça de encaixe interno.

Figura 5.8. Conexão seqüencial entre dois segmentos do aro e as peças de encaixe. (Sofware Solid

Edge ST2)

O sistema de encaixe proposto para montagem do aro oferece maior resistência ao

equipamento frente às pressões exercidas pelos membros superiores dos usuários

durante a propulsão manual da cadeira de rodas, uma vez que reforça seu interior

nas regiões de encaixe das peças. Desta forma, para cada aro de propulsão, foram

necessários oito segmentos do aro e oito peças de encaixe interno.

A partir dos projetos em CAD, do segmento do aro e das peças de encaixe, foram

obtidos, através do processo de prototipagem rápida pela impressão tridimensional

com jato de tinta (FIGURA 5.9), dois protótipos em gesso: um segmento do aro e

uma peça de encaixe interno (FIGURA 5.10).

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Figura 5.9. Preparo com gesso para prototipagem. Impressora Z PRINTER 310 – Z CORPORATION.

Fonte: autor.

(a) (b) Figura 5.10. Protótipos do segmento do aro e da peça de encaixe impressos em gesso. (a): vista

lateral; (b) vista medial.

O encaixe dos protótipos em gesso demonstra acoplamento adequado, capaz de

oferecer conexão seqüencial das peças, com estabilidade na montagem do aro

completo (FIGURA 5.11).

(a) (b)

Figura 5.11. Sistema de encaixe das peças para montagem do aro. (a): vista medial; (b): vista lateral.

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Os protótipos em gesso receberam um revestimento de cianoacrilato (adesivo

instantâneo) em toda superfície, com o objetivo de aumentar a resistência mecânica

da peça. Uma vez prontos os protótipos em gesso, foi realizada pesquisa para a

seleção dos materiais a serem utilizados na confecção do molde e das peças do aro.

5.3 SELEÇÃO DOS MATERIAIS

5.3.1 MATERIAL PARA O MOLDE

Para a confecção do molde negativo pela moldagem do protótipo de gesso, os

materiais sugeridos foram: borracha de silicone, resina epóxi e poliuretano. Apesar

das características reprodutivas e durabilidade do molde adequados para este

estudo, a resina epóxi e o poliuretano possuem elevado custo, se comparado à

borracha de silicone. O molde em borracha de silicone possui as vantagens de fácil

preparo, resistência ao rasgo, reprodutibilidade adequada da peça, além da

utilização freqüente nas atividades do LTC – USP. No entanto, apresenta como

desvantagem o desgaste quanto utilizado para confecção de número elevado de

peças. Porém neste estudo foi necessária a confecção de apenas 16 peças (8 para

cada aro da cadeira de rodas), o que minimiza esta desvantagem do desgaste do

molde. Por estas razões, optou-se pela utilização da borracha de silicone por seu

custo acessível e suas propriedades contemplarem as necessidades do estudo. Foi

adquirido o produto BORRACHA BRANCA DE SILICONE POLI e o CATALIZADOR

POLI, da empresa MAXEPOXI.

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5.3.2 MATERIAL PARA AS PEÇAS COMPONENTES DO ARO

A escolha do material foi pautada nos seguintes aspectos:

ü Características do material informadas pelo fabricante: dureza, tempo

de preparo – Pot life, tempo de endurecimento, tempo de cura;

ü Técnica de produção das peças: possibilidade de fundição a

temperatura ambiente – casting;

ü Características da peça confeccionada com o material: resistência

mecânica com certa flexibilidade.

Considerou-se ainda importante que o material pudesse proporcionar empunhadura

com firmeza para as mãos, resistência as cargas impostas pelos membros

superiores durante a impulsão da cadeira e conforto térmico (atrito adequado) para a

propulsão e frenagem. Polímeros de alta dureza (dureza Shore 70-90 D) parecem

atender a demanda, baseado no conceito dos revestimentos de volantes de

automóveis. Ainda, o polímero para este ensaio deve apresentar a possibilidade de

fundição em temperatura ambiente (casting). Dentre os candidatos encontram-se as

resinas termofixas, a exemplo da resina Epóxi, e o Poliuretano.

5.3.2.1 Polímeros

O termo polímero se origina das palavras gregas poli (muitos) e meros (parte), e

significa “muitas partes”. Os polímeros são materiais constituídos de

macromoléculas orgânicas, sintéticas ou naturais, e utilizados em uma ampla

variedade de aplicações, desde materiais de construção até o processamento de

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microeletrônicos. A seda, o algodão e a lã são polímeros naturais utilizados pelo

homem há muito tempo; os plásticos e as borrachas são exemplos de polímeros

sintéticos comumente observados no dia-a-dia. Átomos de carbono, hidrogênio,

nitrogênio, oxigênio e flúor, entre outros, são os principais constituintes deste

material (LEITE, 2007).

Em 1960, a indústria dos materiais poliméricos atingiu sua maturidade, e a partir daí

houve crescimento exponencial na utilização dos polímeros. Tal evolução, somada

as inovações ocorridas na reumatologia, fez com que o mercado de materiais para

reabilitação crescesse significativamente nos anos 70 e 80. Desde então, os

polímeros representam uma revolução para a área da reabilitação, destacando-se a

confecção de órteses, principalmente pela facilidade na manipulação, elevado grau

de moldagem e curto tempo de endurecimento (LEITE, 2007).

Shackelford (1996) classifica os polímeros em termoplásticos e termofixos, e mostra

que a diferença principal entre os dois está no comportamento característico quando

aquecidos, ou seja, os termoplásticos se fundem em um líquido viscoso capaz de

sofrer processo de extrusão, enquanto os termofixos ao invés de sofrerem processo

de fusão, começam a se decompor termicamente. As resinas termofixas passam por

uma reação química irreversível durante a polimerização, conhecida como processo

de cura, que resulta em solidificação. O processo de cura pode ser acelerado pela

aplicação de calor e pressão, ou ainda pela adição de um catalisador adequado,

conhecido como agente de cura (hardener, “endurecedor”), na proporção certa para

cada tipo de resina. Quando se solidificam, assim permanecem e mesmo

reaquecidas não se refundem. Diferentemente, as resinas termoplásticas podem

amolecer seguidamente sobre a aplicação de calor e pressão e endurecer

novamente quando resfriadas.

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De um modo geral, conforme SMITH (1993), as vantagens dos polímeros termofixos

para aplicações em projetos de engenharia são as seguintes:

ü Alta estabilidade térmica;

ü Alta rigidez;

ü Alta estabilidade dimensional;

ü Resistência a fluência e a deformação sob carregamento;

ü Baixo peso específico;

ü Altas propriedades de isolamento térmico e elétrico.

5.3.2.1.1 Poliuretano

O termo poliuretano se aplica a classe de polímeros que contem ligação uretana,

mesmo que existam outras ligações presentes. Diferentes de outros polímeros, que

possuem unidades monoméricas, os poliuretanos não contem unidades uretanas

repetidas de modo regular e não tem uma formula empírica que seja representativa

de um todo. No poliuretano, duas estruturas básicas podem ser diferenciadas:

segmentos poliéster ou poliéter longos e moderadamente flexíveis, e segmentos

curtos e relativamente rígidos compreendendo os grupos uretano e aromáticos. A

razão entre estes dois segmentos pode ser variada dentro de amplos limites,

alterando significativamente as propriedades dos poliuretanos obtidos. Ainda que os

poliuretanos tenham se desenvolvido recentemente, se comparados a outros

polímeros, sua versatilidade em se obter materiais com propriedades diferentes fez

com que esses se tornassem um dos principais polímeros deste século (SILVESTRE

FILHO, 2001).

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Os poliuretanos (PU’s) foram desenvolvidos por Otto Bayer, em 1937, tornando-se

uma fantástica história de sucesso no mundo atual, e possuem uma variedade

estrutural que possibilita a obtenção de materiais com diferentes propriedades

físicas e químicas, o que faz com que os PU’s ocupem posição importante no

mercado mundial de polímeros sintéticos de alto desempenho. É possível obter

infinitas variações de produtos pela combinação de diferentes tipos de matérias-

primas como polióis, isocianatos e aditivos. Centenas de aplicações foram

desenvolvidas para atender diversos segmentos de mercado. Na área de espumas

flexíveis os PU’s se popularizaram nos segmentos de colchões, estofados e

assentos automotivos; os semi-rígidos na indústria automotiva na forma de

descansa-braços, painéis, pára-choques, etc; os micro-celulares em calçados; e os

rígidos no isolamento térmico de geladeiras, “freezers” e caminhões frigoríficos, na

construção civil em painéis divisórios, entre outros (VILAR, 2002).

5.3.2.1.2 Resina Epóxi

A palavra epóxi vem do grego ep (sobre ou entre) e do inglês oxi (oxigênio),

significando literalmente “oxigênio entre carbonos”. Em um sentido geral, o termo

refere-se a um grupo constituído por um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de

carbono (VIEIRA, 2006). Nos principais campos da moderna tecnologia industrial, a

aplicação das resinas epóxi vem sofrendo um grande aumento. Sua versatilidade é

devida a grande reatividade do anel epóxi, pois um considerável número de

compostos químicos pode ser empregado, e desse modo diversos sistemas epóxi

podem ser produzidos, com diferentes propriedades mecânicas, físicas e químicas

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em função do tipo do composto, ou seja, do endurecedor empregado (MENEZES et

al., 2004).

Em geral, o termo “resina epóxi” é empregado para denominar substâncias líquidas

ou sólidas que possuam elevada massa molecular e que possam ser polimerizadas

através de agentes de reticulação a fim de obterem-se polímeros termofixos. Depois

de serem submetidas ao processo de cura, as resinas adquirem características

como: baixa viscosidade, baixa contração, baixa permeabilidade, alto poder adesivo,

alta resistência a agentes químicos e a corrosão, mas talvez a característica mais

conhecida das resinas seja a sua excepcional adesão as mais variadas superfícies.

Devido a tais características, as resinas epóxi são consideradas materiais

poliméricos de grande importância, possuindo um vasto campo de aplicação, como

por exemplo: confecção de ferramentas, setor automotivo, isoladores elétricos,

tintas, adesivos e revestimentos. A confecção de broches, etiquetas resinadas,

medalhas e demais produtos do tipo são realizadas amplamente pela simplicidade

do processo de cura realizado a temperatura ambiente (COSTA, 2001).

5.3.2.2 Materiais selecionados

Através de consultas telefônicas e nos endereços eletrônicos da internet de

empresas de materiais poliméricos, foram obtidas informações técnicas e dos

produtos e orçamentos de compra. Dentre os materiais, foram selecionados dois

tipos de resina epóxi pura (empresa MAXEPOXI), e a resina de poliuretano da

empresa OLIGOM-TEC. A Tabela 5.1 apresenta as principais características dos

materiais fornecidas pelas empresas.

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Tabela 5.1 – Características relevantes na seleção dos materiais para o aro.

Material Ren Lam LY 1553 Araldite F Poliuretano RP50 A / B

Endurecedor

Ren Hy 956 Ren Hy 956 RP 50 A

Pot Life (minutos)

30 – 40 20 – 40 40

Tempo de Endurecimento

(horas) 10 – 14 8 – 12 4

Tempo de Cura (dias) 3 a 5 3 a 5 1

Dureza Shore D 80 75 – 85 83

Pelas semelhanças no preparo e características dos materiais, optou-se por adquirir

os três produtos. Em um primeiro momento, foram adquiridos os sistemas epóxi

RENLAM 1553 e ARALDITE F (ambos da empresa MAXEPOXI). Quando da

utilização destes, constatou-se que não apresentavam características adequadas

para modelação em silicone, pois houve reação do material ao molde e aderências a

partir da segunda desmoldagem, dificultando a retirada da peça e comprometendo a

qualidade do molde para as reproduções seguintes. Ainda, as peças produzidas com

estas resinas demonstraram aspecto vítreo, não aceitando deformação e facilmente

quebrável.

Houve então a experimentação da Resina de Poliuretano RP-50 (empresa OLIGOM-

TEC), e foi observada boa adequação deste material ao molde de silicone, com fácil

retirada da peça, sem aderência ao molde e desta forma preservando-o, o que

tornou possível a reprodução seriada de muitas peças. Além disso, a peça produzida

com a resina de poliuretano apresentou resistência mecânica e elasticidade

adequadas para o equipamento proposto. Por estes motivos foi utilizado este

material para a produção das peças no processo de confecção do aro ergonômico.

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5.3.2.3 Custos

A tabela C apresenta a quantidade dos materiais utilizados e os custos relativos à

aquisição destes. Foi adquirida maior quantidade dos materiais para confecção de

corpos de prova e avaliação dos mesmos antes de sua utilização na confecção das

peças do aro.

Tabela 5.2 – Quantidade dos materiais e custo de aquisição.

Produto Endurecedor Empresa Relação mistura (KG) Custo

Resina Epóxi Araldite F Ren Lan HY 956 MAXEPOXI 4 / 1 R$152,00

Resina Epóxi RenLan LY553 Ren Lan HY 956 MAXEPOXI 4 / 0,8 R$88,80

Borracha silicone branco POLI Catalisador Poli MAXEPOXI 8 / 0,24 R$172,00

Poliuretano RP50 RP50 A / B OLIGOM-TEC 2 / 1 R$191,30

VALOR TOTAL R$604,10

5.4 MANUFATURA

5.4.1 CONFECÇÃO DOS MOLDES NEGATIVOS

Os protótipos foram utilizados para a confecção dos moldes negativos, feitos de

borracha de silicone. Para isso, foi elaborado um sistema com dois recipientes,

vedados em suas bases, dentro dos quais foram colocados os dois protótipos em

gesso, como demonstrado na Figura 5.12.

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(a) (b) Figura 5.12. (a) recipientes e os protótipos em gesso; (b) sistema preparado para confecção dos

moldes.

Após preparo do silicone acrescido de seu catalisador, foi utilizado um sistema de

vácuo para retirada das bolhas de ar da mistura. Em seguida, os dois recipientes

foram preenchidos com silicone, ainda em seu estado líquido, até que os protótipos

ficassem envolvidos completamente, e então foram deixados em repouso por um

período de 24 horas (FIGURA 5.13).

(a) (b) Figura 5.13. (a): Sistema de vácuo para retirada das bolhas; (b): Preparo dos moldes com borracha

de silicone.

Após isto, os moldes de silicone foram retirados de seus recipientes, e manipulados

até a retirada dos protótipos em gesso, resultando nos moldes negativos para a

reprodução dos segmentos e peças componentes do aro.

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5.4.2 MOLDAGEM DOS COMPONENTES DO ARO

Para a produção dos componentes do aro (segmentos e peças de encaixe), os

moldes negativos de silicone receberam uma camada de silicone liquido em seu

interior, para evitar a aderência da peça ao molde e facilitar sua retirada,

preservando assim o molde.

A resina de poliuretano foi preparada com o respectivo endurecedor, na proporção

estabelecida pelo fabricante, e a mistura foi colocada no sistema de vácuo para

retirada de bolhas de ar. Após este procedimento, os moldes receberam o material

em estado liquido, e foram deixados por 24 horas até o endurecimento das peças,

quando então estas foram retiradas do molde. Este procedimento foi repetido por 16

vezes, para a produção de oito segmentos e oito peças de encaixe de cada aro.

A Figura 5.14 apresenta a imagem digital de um segmento do aro, seu molde e a

imagem da peça produzida, demonstrando que a metodologia utilizada produziu

peça idêntica àquela projetada e, portanto, foi adequada para este trabalho.

(a) (b) (c)

Figura 5.14. A metodologia desenvolvida produziu peças idênticas ao projeto em computador. (a) imagem software CAD; (b) moldagem em silicone; (c) peça em poliuretano extraída do molde. Fonte:

autor.

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Com o objetivo de se obter segmentos idênticos, foi realizado processo de usinagem

das peças, para correção de pequenas irregularidades oriundas do processo de

modelação (FIGURA 5.15).

Figura 5.15. Usinagem para correção de irregularidades na peça.

5.5 ENCAIXE DA MÃO AO ARO: UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Com um segmento do aro pronto, foi possível obter visualização da postura da mão

em uma seção transversal. O equipamento desenvolvido apresentou acoplamento

satisfatório com as mãos, e proporcionou pega com maior firmeza, maior superfície

de contato e postura menos flexora dos dedos, em comparação ao aro convencional

(Figura 5.16).

Figura 5.16. Encaixe da mão ao aro. Vista em corte transversal.

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Observa-se que o aro ergonômico induz a uma preensão mais funcional, uma vez

que a articulação do punho mantém-se em discreta extensão, deixando os músculos

flexores superficial e profundo dos dedos em condição favorável a flexão. Este

sinergismo entre flexores dos dedos e extensores do carpo é essencial para

preensão funcional. A extensão do punho é considerada funcionalmente mais

importante que a flexão, pois potencializa a ação dos tendões flexores dos dedos,

aumentando a força de preensão (KAPANDJI, 2000).

O diâmetro de 20 mm do aro convencional não possibilita contato para a maior parte

da mão. Sem contato para a palma da mão, a preensão ocorre entre o polegar e os

dedos, que realizam a tarefa de segurar o aro e empurrá-lo para movimentar a

cadeira de rodas. Oferecer apoio tão extenso quanto possível permitindo distribuir as

pressões através da superfície das mãos contribui para minimizar os esforços e

transmitir maior força com menor esforço (PASCHOARELLI; COURY, 2000). A OIT

(2001), no sentido de reduzir os esforços durante o uso de ferramentas manuais,

recomenda a preferência por aquelas que exijam a atividade dos músculos maiores,

já que o uso demasiado freqüente dos músculos intrínsecos das mãos gera fadiga e

redução na eficiência da atividade. Na propulsão da cadeira, o contato com o aro

deve minimizar as forças para estabilização da mão no aro (força de preensão), e

favorecer a força tangencial de deslocamento da cadeira (WILLEMS et al., 2009).

Ressalta-se ainda que a melhor distribuição de pressão através da maior superfície

de contato do aro está relacionada com menores pontos de pressão nas regiões de

contato com a mão, e desta forma com maior conforto.

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5.6 MONTAGEM DO EQUIPAMENTO

Para montagem do aro completo, foi necessário o encaixe seqüencial dos oito

segmentos, através da utilização das peças de encaixe interno. O encaixe das peças

mostrou-se adequado e com estabilidade satisfatória (FIGURA 5.17).

(a) (b)

Figura 5.17. Acoplamento entre segmentos do aro e peças de encaixe interno. (a) alinhamento das peças; (b) dois segmentos de aro unidos.

Para a montagem do aro completo, foi elaborado um sistema de suporte

confeccionado em madeira, com o diâmetro exato para a instalação do aro na roda

da cadeira. Para isso, uma circunferência de 525 mm de diâmetro (mesma medida

do diâmetro referente limite inferior do aro da roda no qual será instalado o aro

ergonômico) foi obtida utilizando-se uma placa de madeira (FIGURA 5.18). Desta

forma, garantiu-se o caráter circular do equipamento, bem como seu encaixe sem

folgas e instalação correta na roda.

Figura 5.18. Forma circular de madeira para alinhamento correto das peças.

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Os segmentos do aro foram unidos seqüencialmente, através da aplicação de

massa plástica (empresa CARPLAST) nas peças de encaixe entre os dois

segmentos, que em seguida foram acoplados manualmente, com especial atenção

para a estabilidade do sistema e a não ocorrência de desníveis na superfície do

equipamento. Durante este processo, foi feito um forramento com malha de algodão

colada com resina epóxi na face interna do aro, com o objetivo de reforçar a

segurança na utilização do equipamento durante os ensaios com os pacientes.

Assim, no caso de quebra do equipamento, a malha impede que o material se

quebre em diversos fragmentos potencialmente lesivos ao usuário. Na ocorrência

de irregularidades, novas aplicações de massa plástica e lixamento foram feitas para

corrigi-las. Após duas horas, a estrutura apresentava estabilidade no encaixe das

peças, e as medidas previamente estabelecidas para a correta instalação nas rodas

foram confirmadas, demonstrando que a metodologia utilizada para confecção das

peças e a montagem do aro foi adequada (FIGURA 5.19).

FIGURA 5.19. Aro completo, peças unidas com massa plástica.

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5.7 PINTURA

Como próximo passo, foi realizado a pintura dos dois aros. Inicialmente, foi realizado

o tratamento da superfície, com lixamento e limpeza do equipamento, para preparo

da pintura. Após isto, com a utilização de um compressor, aplicou-se a pintura

primer, um sistema para nivelamento da superfície e melhor aderência da tinta,

aplicado antes da pintura final. Segundo Pierozan (2001), a pintura primer é

essencial para durabilidade e aparência da pintura final, sendo utilizada para

proteção contra corrosão, nivelamento de superfície e promover adesão para a

aplicação da camada final de tinta. Após isto, foi realizada a pintura com

compressor, utilizando o esmalte sintético SELF-COLOR (SULVINIL) cor marfim.

Optou-se por esta cor por representar uma cor neutra e agradável, com melhor

visualização devido ao destaque na cadeira de rodas, cujos componentes em sua

maioria são de cor preta.

5.8 INSTALAÇÃO DO ARO NA RODA

A instalação do aro ergonômico na roda da cadeira foi realizada aproveitando-se o

sistema de instalação do aro original, através de quatro fixações com parafuso

(FIGURA 5.20). O pneu maciço foi retirado da roda, os parafusos foram soltos e o

aro convencional foi retirado.

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Figura 5.20. Instalação de aro de propulsão convencional na roda da cadeira.

Para obter-se o correto alinhamento das abas laterais do aro com os furos para

instalação com parafusos, foi necessário posicionar o aro sobre a roda e ajustar a

posição das abas. Após a correta marcação das posições, foram feitos orifícios nas

quatro abas alinhadas com os locais de colocação dos parafusos na roda. Ainda,

foram necessárias adequações nas outras quatro abas, na forma de sulcos

serrados, que encaixavam-se aos raios da roda (FIGURA 5.21).

(a) (b)

Figura 5.21. (a): aro ergonômico instalado na roda; (b): instalação com parafuso e adaptação da aba para encaixe nos raios da roda.

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Finalmente, pode-se observar o aspecto do aro instalado. A figura 5.22 apresenta o

aro em destaque na cadeira de rodas.

Figura 5.22. Aspecto final do aro ergonômico instalado na cadeira de rodas.

5.9 ENCAIXE DA MÃO AO ARO

A Figura 5.23 possibilita a observação das diferenças com relação ao encaixe da

mão nos dois diferentes aros: o convencional e o ergonômico.

(a) (b)

Figura 5.23. Encaixe da mão ao aro: (a) aro ergonômico; (b) aro convencional.

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A região superior do aro ergonômico elimina o espaço sem suporte entre o aro de

propulsão e a roda, oferecendo apoio e segurança para o polegar. Com o apoio das

mãos em toda a extensão do aro, diminui-se o risco de traumatizar os dedos na roda

da cadeira.

A observação da postura das mãos nos dois diferentes aros sugere que, no aro

convencional, o polegar apresenta atividade flexora, com o objetivo de segurar o aro.

De outra forma, no aro ergonômico, o polegar repousa sobre a face superior, sem

exercer força. A preensão, neste caso, apresenta o componente de precisão,

também chamada de preensão tangencial (PATKIN, 2001). Paschoarelli e Coury

(2000) recomendam que as pegas e empunhaduras dos equipamentos manuais

devem ser projetadas de forma a evitar o uso freqüente do indicador ou polegar,

distribuindo esta exigência física aos demais dedos. A distribuição de pressão em

toda a palma e dedos da mão diminui a necessidade de esforços em pontos

específicos, em especial o polegar. Desta forma, a atividade muscular dos pequenos

músculos da mão pode estar diminuída. Tais observações são corroboradas pelo

estudo de Richter et al. (2006), no qual, através da eletromiografia de superfície,

encontrou-se menor atividade nos músculos flexores do punho e dos dedos (no

caso: flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo, palmar longo, flexor superficial dos

dedos, flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar) durante a propulsão

manual de cadeira de rodas utilizando um aro flexível, em comparação ao aro

convencional. Os autores sugeriram que os resultados podem ser explicados pela

característica deformável sob carga, e ao maior atrito do aro flexível. A Figura 5.24

possibilita a comparação, através de uma vista lateral, da postura do polegar nos

dois aros.

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(a) (b)

Figura 5.24. Postura da mão nos dois aros: (a) polegar “prende” o aro convencional; (b) polegar “repousa” sobre a face superior do aro ergonômico.

De acordo com Shimada et al. (1997), uma parte significativa das forças aplicadas

ao aro de propulsão não contribuem para transmitir movimento, mas são

necessárias para fornecer atrito entre a mão e o aro, o que explica a utilização de

luvas por parte dos usuários de cadeira de rodas. A maior superfície de contato para

as mãos parece estar relacionada à menor exigência de força nos músculos para

segurar o aro, o que culmina em menor trabalho muscular com a mesma eficiência.

De fato, os estudos Baldwin et al. (1999) e Van der Linden et al. (1996) encontraram

eficiência na propulsão com menor atividade dos músculos do antebraço em aros

com maior superfície de contato, e sugeriram que o melhor contato da mão ao aro

exige menor estabilização por parte dos músculos dos membros superiores, o que

leva a um menor trabalho muscular e conseqüentemente maior eficiência mecânica.

5.10 EXPERIMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Dos seis indivíduos cadeirantes convidados a participar da experimentação do aro

desenvolvido, apenas quatro compareceram. Todos utilizam a cadeira de rodas de

forma independente para locomoção. Durante a coleta de dados, um participante

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necessitou ausentar-se do local, alegando compromissos particulares, e não

completou o estudo, sendo então excluído. Os dados de caracterização da amostra

são apresentados na tabela 5.3.

Tabela 5.3 - Caracterização dos participantes do estudo.

Voluntário Idade Diagnóstico Etiologia Tempo de lesão

Nível de lesão

Tempo de uso de C.R.

1 26 Paraplegia Acidente motociclístico 2 anos T6

1 ano

2 29 Tetraparesia Acidente automobilístico 9 anos C5

incompleta

5 anos

3 44 paraplegia Queda 1 ano T3 6 meses

Os três pacientes completaram as atividades propostas no circuito utilizando a

mesma cadeira de rodas com os dois aros. Para todas as atividades de todos os

pacientes, foi utilizada a mesma cadeira de rodas, trocando-se apenas as rodas com

os pares de aro, convencional pelo ergonômico, respectivamente. Nenhum paciente

referiu dor, desconforto ou alguma queixa durante as atividades.

5.10.1 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE O EQUIPAMENTO

A entrevista com aplicação do questionário I (ANEXO C) possibilitou a análise da

percepção dos usuários com relação à qualidade de alguns aspectos do aro

ergonômico

Com relação à posição das mãos, os pacientes indicaram “satisfatória”, marcando o

ponto médio (5 cm) da escala que possui os pontos extremos em “muito abertas” na

esquerda e “muito fechadas” na direita. Com relação à dureza do aro, os três

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pacientes indicaram “satisfatório”, marcando o ponto de 5 cm na escala que tem os

extremos “muito macio” (0 cm) e “muito duro” (10 cm). Este achado revela uma

qualidade importante do equipamento, já que o aro metálico apresenta dureza

elevada que pode estar relacionada ao desconforto, e que, em parte, justifica o uso

de luvas por alguns usuários de cadeira de rodas.

A tabela 5.4 apresenta os resultados referentes à aparência, encaixe da mão ao aro,

formato e conforto na impulsão e frenagem.

Tabela 5.4 – Percepção de qualidade de aspectos do aro ergonômico

Observa-se que a percepção de qualidade referente ao encaixe das mãos no aro e

seu formato foi positiva, com escores localizados em uma região entre “satisfatório”

e “muito bom”. A aparência também recebeu avaliação positiva. Dois aspectos de

alta relevância no desenvolvimento deste equipamento, o conforto na impulsão e

frenagem da cadeira, apresentaram resultados positivos, com os resultados

localizados entre “satisfatório” e “muito bom”.

A exigência de força percebida pelos usuários para tocar a cadeira foi pontuada na

média de 6 cm, entre os pontos “razoável” (5 cm) e “pouca força” (10 cm). Desta

forma, localiza-se em uma área de avaliação positiva deste aspecto, e pode estar

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relacionada ao bom encaixe das mãos ao aro, bem como a ampla superfície de

contato.

A facilidade em manobrar a cadeira foi classificada em uma área entre “muito fácil”

(10 cm) e “razoável” (5 cm), especificamente no ponto 7,5 cm, e indica percepção

positiva com relação a facilidade em realizar manobras (equilibrar-se sob as rodas

traseiras, ou seja, empinar) com cadeira com aro ergonômico.

Por fim, a avaliação geral que os pacientes fizeram com relação ao aro ergonômico

foi altamente positiva, sendo marcada no ponto “9,2 cm”, muito próximo do limite “10

cm” (muito bom). A avaliação geral, por não estar relacionada diretamente a um

aspecto específico, representa a percepção de qualidade, e desta forma evidencia a

satisfação dos usuários com o aro ergonômico. Este achado se reveste de grande

importância, uma vez que a adesão, utilização e não abandono de qualquer

equipamento de tecnologia assistiva requer a satisfação do usuário. A elevada

aprovação do aro ergonômico indica a aceitação dos conceitos aplicados ao

equipamento, e abre a possibilidade de maiores investigações com relação a seus

benefícios, assim como a proposta de melhorias no produto e sua confecção em

diferentes tamanhos, para diferentes populações.

5.10.2 COMPARAÇÃO DA QUALIDADE ENTRE OS DOIS AROS

A aplicação deste instrumento de avaliação (ANEXO D) possibilita uma análise

comparativa entre o aro ergonômico e o aro convencional, baseada na percepção de

qualidade dos usuários após experimentação dos dois aros nas atividades do

circuito.

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As questões 1, 2 e 4 são focadas na percepção de conforto comparando-se os dois

aros, e referem-se, respectivamente, ao conforto para impulsionar, frear e manobrar

a cadeira de rodas. Os resultados demonstram melhor avaliação do aro ergonômico

em relação ao aro convencional (TABELA 5.5).

Tabela 5.5 – Comparação do conforto, encaixe e aparência do aro ergonômico em relação ao convencional

Aspecto Muito melhor Um pouco melhor Igual Um pouco pior Muito pior

Conforto para impulsionar 1 2 - - -

Conforto para frear 2 1 - - -

Conforto para manobrar 2 1 - - -

Encaixe com as mãos 2 1 - - -

Aparência 1 1 1 - -

A força utilizada para segurar o aro e também para impulsionar o aro também foi

avaliada. Dois pacientes consideraram ter utilizado menos força (uma indicação de

“muito menos força” e outra indicação de “um pouco menos força”), e um paciente

indicou não haver diferença entre os dois aros neste aspecto.

A percepção com relação à aparência do equipamento também foi verificada. Dois

pacientes consideraram a aparência do novo aro melhor (uma indicação de “muito

melhor” e outra indicação de “um pouco melhor”), e um paciente referiu “igual”, ou

seja, não considerou um equipamento com melhor aparência que o outro. A

preocupação com a aparência do equipamento revela a busca por um design menos

estigmatizante e obsoleto, característicos do modelo clássico e pouco variável

utilizado há anos nas cadeiras de rodas. Este design acaba por não considerar a

individualidade, e fortalece a continuidade da representação da cadeira como

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símbolo negativo de doença, incapacidade e deficiência. Assim, o design

ergonômico de equipamentos para cadeira de rodas deve ser norteado não apenas

por aspectos funcionais, mas também por características inovadoras que minimizem

as limitações da pessoa e fortaleçam suas potencialidades, e isto envolve

importantes mudanças dos conceitos visuais do equipamento até então aplicados.

Duas questões abordaram de forma conjunta quase todos os aspectos acima

verificados. Para todos os pacientes, o aro ergonômico foi considerado, de uma

maneira geral, muito melhor que o convencional. Ainda, a locomoção em cadeira de

rodas com o aro ergonômico foi considerada mais fácil (duas indicações de “muito

mais fácil” e uma indicação de “um pouco mais fácil”. Estes importantes resultados

revelam a aceitação inicial do equipamento, e sugerem maior eficiência da propulsão

manual com o aro ergonômico. No entanto, não permitem conclusões definitivas,

consideradas as limitações metodológicas do estudo. Para isto, faz-se necessária

investigação através de ensaios com avaliação cinética, cinemática e fisiológica.

Os resultados indicam que o aro ergonômico obteve boa aceitação entre os

cadeirantes, facilita a locomoção e foi considerado melhor que o aro de propulsão

convencional. Diversos fatores devem ser considerados para compreender estes

achados. Como demonstrado anteriormente, o aro ergonômico proporcionou

superfície de contato ampla para mãos e dedos, que apresentaram postura

adequada, sem sobrecarga em pontos específicos de contato com o aro, uma vez

que toda a palma da mão e dedos estava apoiada. No desenvolvimento do

equipamento, os conceitos ergonômicos, associados às características

antropométricas e antropomórficas da mão nortearam o processo de design do

produto. Como resultado, o aro ergonômico proporcionou conforto e facilidade na

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propulsão manual de cadeira de rodas, conforme referiram os pacientes, e se

adéqua ao conceito de usabilidade (IIDA, 2005).

Outro aspecto que pode ter influenciado positivamente na avaliação do equipamento

foi sua constituição de poliuretano. Couto (1995) sugeriu que, para a confecção de

empunhaduras e manoplas, deve ser evitado o uso de materiais metálicos, pelos

seguintes motivos: compressão mecânica sobre os tecidos da mão; transmissão

aumentada de frio ou calor; transmissão aumentada de vibração. Sob esta visão, o

aro feito em poliuretano representa uma opção de melhor conforto térmico e

mecânico em relação ao aro metálico.

Ao final dos questionários, foi aberto um espaço críticas, sugestões, elogios ou

qualquer tipo de comentário. As colocações de cada paciente referentes ao são

transcritas a seguir:

“A pegada mais aberta do aro vai facilitar em situações de força e frenagem”.

“Gostei. Confortável”.

“Tudo o que vem de melhoria para o deficiente é muito bom”.

Apesar dos bons resultados obtidos com o aro ergonômico, algumas limitações

impedem conclusões definitivas. O tamanho limitado da amostra, com apenas três

pacientes, não possibilita análise estatística que fortaleça os achados. Não houve

análise das forças envolvidas na propulsão, de parâmetros fisiológicos de atividade

muscular (eletromiografia), e análise cinemática do movimento. Um ensaio com

todos estes fatores envolve estrutura complexa, da qual não dispomos neste

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momento. Porém, este ensaio com usuários de cadeira de rodas foi proposto com

objetivo de obter, de forma preliminar, a percepção subjetiva da qualidade do

equipamento. Neste sentido, os resultados deste trabalho fundamentam uma análise

apurada e criteriosa, capaz de gerar conclusões mais definitivas, e a partir destas

nortear projetos de inovação tecnológica de equipamentos para a propulsão manual

de cadeira de rodas, capazes de proporcionar eficiência, conforto, variabilidade e

aparência agradável.

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6. CONCLUSÕES

A necessidade de melhora no equipamento através da qual o usuário dirige sua

cadeira de rodas gerou um aro de propulsão manual, cujo projeto fundamentou-se

em conceitos ergonômicos e medidas antropométricas das mãos de indivíduos

adultos. A metodologia utilizada de prototipagem rápida e reprodução em molde de

silicone possibilitou a confecção de peças idênticas às projetadas no software de

CAD. O sistema de encaixe das peças elaborado proporcionou a montagem e

instalação do aro na roda da cadeira, sem necessidade de alterar nem danificar sua

estrutura.

O equipamento produzido apresentou as seguintes características inovadoras:

ü Encaixe adequado e confortável para as mãos;

ü Postura das articulações do punho e mão que favorece a preensão funcional;

ü Maior superfície de contato para as mãos;

ü Menor coeficiente de transferência de calor: conforto térmico;

Estas características do equipamento são consideradas como determinantes para a

alta aceitação e percepção de qualidade do equipamento referida pelos usuários de

cadeira de rodas. A experimentação do aro pelos cadeirantes permitiu as seguintes

conclusões ao compará-lo ao aro de propulsão convencional:

ü Melhor conforto para propulsão, frenagem e manobra da cadeira;

ü Melhor encaixe das mãos com menor necessidade de força para segurar o

aro;

ü Mais facilidade e menor exigência de força na locomoção com a cadeira;

ü Melhor aparência;

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Ressalta-se que o aro ergonômico, diferente das soluções propostas até então, não

exigiu do usuário alteração na técnica de propulsão e frenagem, uma vez que toda

sua superfície apresenta exatamente as mesmas características, apenas alterando-

se o seu formato. Além disso, os usuários consideraram confortáveis tanto a

impulsão quanto a frenagem da cadeira de rodas.

Há a necessidade de melhor investigação dos aspectos cinéticos e cinemáticos da

propulsão manual com o aro ergonômico, bem como a realização de estudos que

abordem a aceitação e satisfação com o equipamento com maior número de

participantes, para que assim seja possível oferecer resultados mais conclusivos que

fundamentem a produção e indicação do equipamento.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Deste projeto, cujo referencial de criação fundamenta-se em um conceito inovador, e

como resultado apresenta um equipamento original, pretende-se obter o registro de

patente. Por tratar-se de um estudo original, com uma metodologia específica para a

criação de um modelo de equipamento, não foi possível obter variação quanto ao

tamanho, forma, textura e material. Portanto, foi desenvolvido um produto para uma

população especifica. Cria-se, todavia, um novo conceito, que pode representar o

gatilho para o desenvolvimento de equipamentos específicos para todas as pessoas

que destes necessitam, e que possam minimizar as dificuldades e desenvolver as

potencialidades.

Considerando a possibilidade de produção em série deste equipamento, novas

alternativas de confecção devem ser analisadas, com o objetivo de reduzir o tempo

de produção, minimizar a possibilidade de falhas, e oferecer variabilidade nas

características do produto. A rotomoldagem, processo através do qual se obtém

peças simples ou com alto nível de complexidade, parece ser a alternativa viável

para contemplar estes objetivos, se comparada aos demais processos

convencionais (injeção, sopro, vácuo) de transformação industrial de polímeros

termoplásticos. Através deste processo, poder-se-á obter o aro em peça única com

um tempo reduzido de produção, eliminando os possíveis erros inerentes a qualquer

processo de montagem. Com um tempo reduzido de produção, pode-se avaliar a

viabilidade de diversos modelos projetados em computador de forma relativamente

rápida, levando a conclusões com relação aos erros e acertos do projeto, bem como

as adequações necessárias, até a obtenção do modelo ideal.

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Ainda que os resultados indiquem boa adequação da mão ao aro ergonômico, com

conforto e facilidade na locomoção referidos pelos pacientes, há a necessidade de

melhor avaliação do equipamento, através de estudos que explorem os aspectos

cinéticos e cinemáticos da propulsão manual com o aro ergonômico, a fim de se

confirmar se os benefícios indicados neste estudo são fundamentados

biomecanicamente. Para isso, podem ser realizados estudos da atividade

eletromiográfica dos músculos dos membros superiores durante a propulsão,

associado à análise cinesiológica por imagens e goniometria eletrônica para

mensuração dos ângulos das articulações durante a atividade. Outra possibilidade é

a utilização de luvas com sensores para avaliação da distribuição de forças na

superfície palmar, que registram as cargas durante atividades de preensão. Ainda,

há a necessidade de compreender os efeitos do uso prolongado do aro ergonômico,

com o usuário utilizando-o em seu ambiente, realizando suas atividades e

enfrentando as dificuldades rotineiras de locomoção com a cadeira de rodas. Desta

forma, poder-se-á obter conclusões acerca da aceitação, do uso e da percepção de

qualidade do equipamento por parte daqueles que o utilizam. Por fim, o seguimento

prolongado de usuários que utilizam o aro ergonômico poderá fornecer informações

com relação à melhora dos quadros de dor e menor incidência de lesões em

membros superiores relacionadas à propulsão manual da cadeira de rodas.

A utilização de conceitos inovadores no design de produtos de tecnologia assistiva,

característica que define a essência deste trabalho, sinaliza a tendência de

desenvolvimento de produtos e soluções cada vez mais avançados e personalizados

para pessoas com necessidades especiais. Mais que isso, colabora para a ruptura

com o paradigma “negativista” em prol do “positivista”, que enfoca as

potencialidades da pessoa. Neste sentido, o equipamento deve não apenas suprir as

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necessidades e superar as dificuldades, mas também maximizar as potencialidades

e proporcionar oportunidades. O desafio, desta forma, é direcionado não mais a uma

doença ou incapacidade, mas a uma condição que, como tal, constitui-se não

somente de dificuldades, mas também de virtudes e capacidades. Fechar os olhos a

esta condição representa, em última instância, retroceder no processo de inclusão

social com igualdade de oportunidades a todos.

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ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos você, que é seguido no Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP- USP) a participar do projeto intitulado “Desenvolvimento de novo aro de propulsão manual para cadeira de rodas”. Este projeto, de autoria de Fausto Orsi Medola, desenvolvido como parte da dissertação de mestrado pelo “Programa de Pós-graduação Interunidades em Bioengenharia – USP”, refere-se ao desenvolvimento de um novo aro de propulsão manual para a cadeira de rodas, com o objetivo de oferecer-lhe maior conforto e eficiência, e reduzir as lesões em membros superiores. O equipamento desenvolvido terá forma e material diferentes do convencional presente em sua cadeira de rodas, que será substituído pelo novo aro, para que você o experimente em sua própria cadeira de rodas, a qual você já está acostumado. Você então realizará algumas atividades comuns ao seu dia-a-dia com sua cadeira de rodas, como tocá-la, freá-la, e manobrá-la. Estas atividades serão realizadas em um único dia, com duração prevista de aproximadamente 1 hora, no Instituto de Reabilitação ou nas proximidades do mesmo. Com isso, buscaremos compreender qual a sua percepção com relação ao novo aro, através da realização de uma entrevista após a experimentação do equipamento, composta de perguntas relacionadas à utilização do aro nas atividades desenvolvidas com a cadeira de rodas. Possíveis Benefícios: Este trabalho de pesquisa não trará nenhum benefício específico a você. Mas esta pesquisa poderá auxiliar a ter uma nova opção de aro de propulsão de cadeira de rodas, podendo até dar condições a pessoas com mais dificuldade de, com este novo equipamento, tocar a cadeira de forma independente. Desconforto e Risco: Este experimento não trará nenhum tipo de desconforto ou risco à sua saúde e sua identidade será mantida em sigilo absoluto. Seguro de Saúde ou de Vida: Não existirá nenhum tipo de benefício, seguro de saúde ou de vida que possa a vir a beneficiá-lo em função de sua participação neste estudo. Também não haverá nenhum auxílio em dinheiro pela sua participação e isto não trará nenhum tipo de custo adicional a você por participar desta. Liberdade de Participação: Sua participação neste estudo é voluntária. É seu direito interrompê-la a qualquer momento sem que isso incorra em qualquer penalidade ou prejuízo à sua pessoa. O pesquisador tem o direito de excluir seus dados deste estudo no caso de coleta incompleta ou não adequação dos dados ao objetivo desse trabalho.

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Sigilo de Identidade: As informações obtidas nesta pesquisa não serão de maneira alguma associadas à sua identidade e não poderão ser consultadas por pessoas leigas sem sua autorização oficial. Estas informações poderão ser utilizadas para fins de estudo e poderão ser divulgados e publicados, desde que sua identidade seja mantida em segredo. Durante a participação na pesquisa, podem ser tiradas fotos para fins de documentação, sem identificar o seu rosto. Em caso de dúvidas, você poderá fazer todas as perguntas que achar necessário para o perfeito esclarecimento de suas dúvidas, assim como críticas e sugestões para o estudo, a qualquer momento. Caso haja alguma dúvida em relação à sua cadeira de rodas, nos comprometemos a encaminhar para a equipe que prescreve cadeira de rodas no Centro de Reabilitação do HC-FMRP-USP. Eu,_______________________________________________________________, Portador do RG nº____________, residente à _______________________ ________________nº_____ complemento_________bairro___________________ cidade:_______________________ Estado __________________________ após ter sido informado, declaro que tenho_________anos de idade e que concordo em participar, voluntariamente, da pesquisa conduzida pelo pesquisador responsável e por sua respectiva orientadora. Para questões relacionadas a este estudo contate: Profa. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui Curso de Terapia Ocupacional – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP-USP Fone: (0XX16) 3602 – 4417 e-mail: [email protected] Ou Pós-graduando: Fausto Orsi Medola e-mail: [email protected] Caso deseje saber mais sobre este estudo entre em contato com os seus idealizadores. Sua participação deve ser livre e espontânea. É seu direito manter uma cópia deste consentimento de participação. Ribeirão Preto ,__________de _________________de 2010. Nome do Voluntário:_________________________________________ Assinatura do voluntário:______________________________________ _________________________________________________________ Pesquisador: Fausto Orsi Medola _________________________________________________________ Orientadora: Profa. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui

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ANEXO C

QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO ARO DE PROPULSÃO ERGONÔMICO

Nome:_____________________________________________data: __/__/___ Estimado voluntário, este questionário tem por objetivo conhecer qual a sua avaliação com relação à experimentação do novo aro de propulsão manual da cadeira de rodas. Sua opinião é muito importante para nosso estudo. Com relação aos itens listados abaixo, marque na reta o ponto que melhor representa sua avaliação quanto à satisfação com o equipamento experimentado.

1. Posição das mãos

Muito abertas Satisfatório Muito fechadas

4. Dureza e maciez

Muito macio Muito duro Satisfatório

3. Formato

Muito bom Razoável Muito ruim

Razoável Pouca Força Muita força

5. Exigência de força

2. Encaixe com a mão

Muito bom Satisfatória Muito ruim

Muito confortável Satisfatório Muito desconfortável

6. Conforto para tocar

Muito confortável Satisfatório Muito desconfortável

7. Conforto na frenagem

8. Manobrar a cadeira

Muito fácil Razoável Muito difícIl

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10. Avaliação geral

Muito bom Razoável Muito ruim

9. Aparência

Muito boa Razoável Muito ruim

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ANEXO D

QUESTIONÁRIO COMPARATIVO DO ARO DE PROPULSÃO ERGONÔMICO COM O ARO CONVENCIONAL

Nome:_____________________________________________data: __/__/___ Idade: Tempo de lesão: ___________ Tempo de uso independente da cadeira de rodas: ____________________ Estimado voluntário, este questionário tem por objetivo conhecer qual a sua percepção com relação à qualidade do novo aro em comparação ao aro convencional de sua cadeira de rodas. Sua opinião é muito importante para nosso estudo. Ao final, sinta-se à vontade para fazer críticas, sugestões, elogios ou qualquer tipo de comentário. Muito obrigado! 1. Com relação ao conforto para impulsionar sua cadeira, você considera o novo aro (em comparação ao aro convencional): a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior e) Muito pior 2. Com relação ao conforto para frear sua cadeira, você considera o novo aro (em comparação ao aro convencional): a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior e) Muito pior 3. Em sua opinião, o encaixe para as mãos do novo aro, em relação ao aro convencional de sua cadeira, é: a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior e) Muito pior 4. Para manobrar sua cadeira e transpor alguns obstáculos (como pequenos degraus, por exemplo), você considera o aro novo, em relação ao convencional de sua cadeira: a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior

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e) Muito pior 5. Considerando o aro novo em relação ao aro de sua cadeira de rodas, qual a sua opinião com relação à força que você tem que fazer para propulsionar a cadeira? a) Muito menos força b) Um pouco menos força c) Igual d) Um pouco mais força e) Muito mais força 6. Para segurar o aro novo, em comparação ao aro de sua cadeira de rodas, o quanto de força você considera que precisou fazer? a) Muito menos força b) Um pouco menos força c) Igual d) Um pouco mais força e) Muito mais força 7. Qual a sua percepção com relação à aparência do novo aro em sua cadeira, comparando com o aro convencional? a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior e) Muito pior 8. Você considera que a locomoção com o novo aro, em comparação ao aro convencional, tornou-se: a) Muito mais fácil b) Um pouco mais fácil c) Igual d) Um pouco mais difícil e) Muito mais difícil 9. Qual a sua avaliação geral do novo aro em comparação com o aro convencional? a) Muito melhor b) Um pouco melhor c) Igual d) Um pouco pior e) Muito pior

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Você tem algum comentário, crítica, sugestão ou elogio a fazer, além do que foi colocado nas questões acima? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________