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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
CURSO DE FISIOTERAPIA
Polliana Radtke dos Santos
OFICINAS DE PSICOMOTRICIDADE
E O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES
Santa Cruz do Sul
2015
Polliana Radtke dos Santos
OFICINAS DE PSICOMOTRICIDADE
E O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES
Artigo Científico apresentado à Disciplina de Trabalho
de Curso II, do Curso de Fisioterapia da Universidade de
Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.
Orientador (a): Profª. MsC. Valéria Neves Kroeff Mayer
Santa Cruz do Sul
2015
OFICINAS DE PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES
PSYCHOMOTRICITY WORKSHOPS AND STUDENTS MOTOR DEVELOPMENT
Polliana Radtke dos Santos1; Valéria Neves Kroeff Mayer
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RESUMO
Contextualização: A infância é o período em que o desenvolvimento motor acontece de maneira mais
acelerada. No qual a maturação do sistema nervoso é intensa e profundamente entrelaçada com as experiências
sensoriomotoras. Objetivo: Verificar se há diferença no desenvolvimento motor e na percepção corporal de
escolares, numa fase inicial e outra mais adiantada à introdução dos jogos motores com regras e também, antes e
após a realização de oficinas com atividades psicomotoras. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo
qualiquantitativo, observacional exploratório de grupos, com estudantes do 1º e 4º ano do ensino fundamental.
As dezesseis crianças foram avaliadas através da Escala do Desenvolvimento Motor (EDM) e da dinâmica
de autorretratos, antes e após as oficinas de psicomotricidade. Para a análise estatística, foram utilizados os testes
de Spearman e Wilcoxon. A percepção corporal foi analisada de forma visual comparativa, a partir do registro
fotográfico. Resultados: Todos os resultados obtidos após as oficinas evidenciaram um progresso no
desenvolvimento motor dos escolares. Observou-se correlação forte e significância estatística entre idade
cronológica e idade motora geral, tanto antes quanto após as oficinas. Os resultados da idade motora geral e
quociente motor geral também mostraram-se significantes. Na análise dos autorretratos, após as oficinas,
evidencia-se uma representação mais detalhada e simétrica da imagem corporal e uma melhor proporcionalidade
na representação dos membros em relação ao corpo, o que evidencia uma melhora da percepção corporal.
Conclusão: Verificou-se diferenças motoras entre os grupos do primeiro e quarto ano, bem como observou-se a
eficácia das Oficinas de Psicomotricidade.
Descritores: Desenvolvimento Infantil; Desempenho Psicomotor; Atividade Motora; Imagem Corporal;
Destreza Motora.
ABSTRACT
Background: Infancy is the period when motor development occurs more rapidly, in which the maturation of
the nervous system is intense and deeply intertwined with sensorimotor experiments. Objectives: Observe the
differences in motor development and body awareness in students at early and advanced stages, using the
introduction of motor games with rules, and before and after the workshops with psychomotor activities.
Materials and Methods: This is a quantitative and qualitative study of exploratory observational groups with
students from the 1st and 4th grades of elementary school. The sixteen children were evaluated by the Motor
Development Scale (MDS) and by the dynamics of self-portraits before and after the psychomotor workshops.
For statistical analysis, Spearman and Wilcoxon tests were used. Body perception was analyzed in a comparative
visual form from a photographic record. Results: All the results obtained after the workshops show progress in
motor development of the students. A strong correlation and a statistical significance between chronological age
and general motor age were both observed before and after the workshops. The results of general motor age and
general motor quotient also proved significant. In the analysis of self-portraits after the workshops, there was
evidence of a more detailed and balanced representation of body image and a better proportionality in
representation of members in relation to the body, which shows an improvement of body awareness.
Conclusions: Motor differences between the groups in the first grade and in the fourth were found, as well as the
effectiveness of the Psychomotor Workshops.
Keywords: Child Development; Psychomotor Performance; Motor Activity; Body Image; Motor Skills.
1Graduanda no Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS,
Brasil. E-mail: [email protected].
2 Fisioterapeuta, Docente do Curso de Fisioterapia da Unisc; Especialista em Educação Especial; Mestre em
Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC); Mestre em Educação pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: [email protected].
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1 INTRODUÇÃO
A infância é marcada como um período de grande desenvolvimento do ser humano, no
qual muitas descobertas estão associadas a um adequado crescimento e amadurecimento
neuromotor, emocional, orgânico e social. Cada faixa etária apresenta suas características e
estas vão aprimorando-se com o passar dos anos. A integridade e inter-relação dos sistemas
cognitivo, sensorial e motor permitem ao indivíduo a capacidade de aprender e complexificar
aprendizagens (FERNANI et al., 2011; DUARTE, 2013).
É através do movimento que a criança começa a se relacionar com o mundo. A partir de
novas experiências é que ela adquire habilidades distintas, bem como a concepção de corpo e
a compreensão do mesmo no espaço. Esta percepção inicia com as habilidades motoras mais
amplas e grosseiras e aperfeiçoa-se com o refinamento e especialização dos movimentos
voluntários (GODTSFRIEDT, 2010; LEIVAS; SILVA, 2012; FERNANDES et al., 2013).
Na infância a motricidade voluntária possibilita conhecer o desconhecido. Por esta
razão, quanto mais a criança explorar o ambiente e seus recursos, melhor se desenvolverá.
Com o amadurecimento e o desenvolvimento físico e cognitivo, os processos de
aprendizagem vão se complexificando e dessa forma a motricidade fina vai também se
desenvolvendo a aprimorando (GODTSFRIEDT, 2010; LEIVAS; SILVA, 2012;
FERNANDES et al., 2013).
A percepção corporal, por sua vez, se dá na relação. Isto é, o sujeito, desde bebê,
percebe seu corpo na relação com o outro, com o ambiente, com os objetos, animais,
brinquedos e até mesmo com seu próprio corpo, através do toque ou da descoberta de si no
espelho. Deste modo, todas as atividades cotidianas que proporcionem distintas
experimentações corporais, oportunizam à criança a percepção do próprio corpo, tanto
intrínseca quanto extrinsecamente (VENÂNCIO et al., 2011; CORREIA, 2011).
Nesta perspectiva, as atividades psicomotoras são instrumentos que podem contribuir
para uma melhor conscientização do corpo, uma vez que a psicomotricidade é uma ciência
que aborda a relação do ser humano com seu corpo e com o ambiente. É através do brincar e
do gesto motor espontâneo, que observamos as atitudes naturais que a criança apresenta, e a
partir destas surge o autoconhecimento intrínseco e extrínseco, que será primordial para o seu
desenvolvimento e suas múltiplas aprendizagens (CASTILHO-WEINERT; SANTOS;
BUENO, 2011; DORNELES; BENETTI, 2012).
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A partir do exposto, o objetivo deste estudo foi verificar se há diferença no
desenvolvimento motor de escolares e na percepção corporal destes, durante um período em
que a motricidade é mais espontânea e outro em que há maior regramento dos gestos motores.
Para tanto, o estudo foi realizado com dois grupos de crianças que frequentavam
respectivamente o primeiro e o quarto ano do ensino fundamental, antes e depois de uma
proposta de atividades psicomotoras.
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa caracteriza-se como qualiquantitativa, de delineamento
observacional exploratório de grupos (GOLDIM, 2000). A coleta de dados, bem como as
Oficinas de Psicomotricidade, foram realizadas durante o período de abril a setembro de 2015,
após a obtenção do Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC
(CEP UNISC) (Anexo A), sob no1.061.426, seguindo os preceitos de ética em pesquisa com
seres humanos, de acordo com a Resolução CNS/MS 466/12.
O estudo ocorreu nas dependências de uma Escola de Ensino Fundamental e Médio do
município de Vera Cruz – RS, mediante autorização concedida através de Carta de Aceite
assinada pela Direção Escolar e sob supervisão da professora orientadora.
Foram definidos como critérios de inclusão: alunos matriculados nas turmas do primeiro
e quarto anos do ensino fundamental, que frequentassem o turno integral da escola, que
apresentassem ou não algum atraso leve ou prejuízo do desenvolvimento neuropsicomotor
(DNPM), sem diagnóstico de afecções orgânicas ou comportamentais e cujos pais ou
responsáveis autorizassem participar da Pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE) (Anexo B) e o Termo de Autorização de Uso de Imagem – Menores de
Idade (Anexo C), bem como o Termo de Assentimento do Menor (Anexo D). Foram
excluídos os alunos matriculados em outras turmas do ensino fundamental, que não as do
primeiro e quarto ano, ou que apresentassem algum atraso ou prejuízo do DNPM de origem
orgânica ou distúrbios do comportamento, ou caso não retornassem os Termos acima citados.
Inicialmente foi realizado um encontro com pais ou responsáveis dos 21 alunos
previamente selecionados, conforme os critérios de inclusão, com a finalidade de explicar as
etapas da pesquisa e esclarecer que tanto a avaliação quanto as Oficinas de Psicomotricidade
seriam ofertadas às sextas-feiras, no turno da manhã, não coincidindo com o horário de aula.
E também que não haveriam custos aos participantes. Neste encontro foram entregues o
TCLE e o Termo de Autorização de Uso de Imagem e os responsáveis tiveram um prazo de
três dias para a devolução dos mesmos, permanecendo após este período dezesseis alunos
para o presente estudo.
Após aceitarem participar da pesquisa, os alunos assinaram o Termo de Assentimento
do Menor e foi iniciada a coleta de dados. Num primeiro momento foi realizada avaliação do
desenvolvimento motor, tendo como instrumento a Escala do Desenvolvimento Motor (EDM)
proposta por Rosa Neto (1996) (Anexo E), a qual é composta por uma série de testes que
avaliam o desenvolvimento motor de crianças dos dois aos onze anos de idade, permitindo
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medir determinada característica motora e comparar os resultados entre os sujeitos (ROSA
NETO, 2002).
A EDM compreende testes motores nos seguintes componentes: motricidade fina (IM1),
motricidade global (IM2), equilíbrio (IM3), esquema corporal (IM4), organização espacial
(IM5) e temporal (IM6) e lateralidade (Anexo F). Se a criança apresenta êxito em uma prova
(ex: habilidade com lado direito e esquerdo), o resultado é positivo e registra-se a pontuação
igual a um. Se o resultado for positivo com apenas um dos membros (direito ou esquerdo), a
pontuação é ½. E caso o resultado seja negativo, é registrado zero (ROSA NETO, 2002).
Os testes foram aplicados conforme a idade cronológica (IC) da criança, dessa forma
foram utilizadas as tarefas a partir dos seis anos de idade, organizadas progressivamente em
grau de complexidade, sendo atribuído para cada tarefa, em caso de êxito, um valor
correspondente a idade motora (IM), expressa em meses. O teste era interrompido somente
quando a criança não concluía a tarefa com êxito, conforme protocolo. Ao final da aplicação,
conforme o desempenho individual em cada teste, foi atribuída à criança uma determinada
IM, em cada uma das áreas referidas anteriormente (IM1, IM2, IM3, IM4, IM5 e IM6), sendo
após, calculada a idade motora geral (IMG) (I G I 1 I 2 I 3 I 4 I 5 I 6
6), e o quociente
motor geral (QMG) (Q G I G
IC 100 ) da criança. Esses valores foram quantificados e
categorizados, permitindo classificar as habilidades analisadas em padrões: muito superior
(130 ou mais), superior (120-129), normal alto (110-119), normal médio (90-109), normal
baixo (80-89), inferior (70-79) e muito inferior (69 ou menos) (ROSA NETO, 2002).
Para realizar a avaliação cada criança deve permanecer com a sua roupa usual, tirando
apenas aquelas vestimentas que possam dificultar seus movimentos. O tempo para a avaliação
de cada criança é de aproximadamente 30 a 45 minutos. Além disso, o local para a aplicação
do exame deve ser silencioso, bem iluminado, ventilado, livre de ruídos e interrupções
exteriores (ROSA NETO, 2002).
Após a avaliação da motricidade foi realizada uma série de Oficinas de
Psicomotricidade com oito encontros, sendo um encontro por semana, a partir de atividades
pré-programadas pela pesquisadora, tendo duração de 45 minutos cada sessão. As atividades
desenvolvidas foram bastante diversificadas, incluindo brincadeiras com o corpo, atividades
de motricidade fina e global, equilíbrio, entre outras (Anexo G).
Para a avaliação da percepção corporal utilizou-se a dinâmica de autorretratos, na qual
cada participante foi orientado a se retratar em massa de modelar, primeiramente com os
olhos abertos e posteriormente com os olhos fechados. Para a realização desta tarefa o
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comando emitido pela pesquisadora foi: eu quero que você se desenhe como você se percebe.
A dinâmica foi realizada no primeiro e no último encontro, com o propósito de verificar e
registrar a percepção corporal de cada participante, sendo a atividade registrada através de
fotografias (SILVA, SILVA e MAYER, 2012). Ao término das Oficinas de Psicomotricidade
foi realizada uma nova avaliação do desenvolvimento motor, utilizado a EDM.
Os dados coletados foram inseridos no programa Statistical Package for Social Sciences
for Windows (SPSS – versão 20.0), sendo realizada uma análise estatística de forma descritiva
através de frequência, percentual e tendência central e dispersão. E a partir dos dados
quantitativos, foram realizados os testes de Spearman, para correlacionar IC e IMG, e
Wilcoxon, para comparar IMG e QMG pré e pós-oficina.
Quanto aos dados qualitativos, ou seja, para a avaliação dos autorretratos, foi realizada
uma análise visual comparativa, a partir do registro fotográfico, para verificar se houve ou não
modificação na imagem corporal construída internamente (percepção corporal).
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3 RESULTADOS
Dos dezesseis alunos avaliados, nove pertenciam à turma do primeiro ano e sete à do
quarto ano, sendo que em ambas as turmas a distribuição dos sexos permaneceu de forma
semelhante, sendo que o sexo masculino teve um integrante a mais nas duas turmas. Além
disso, é possível observar que todos os resultados obtidos após as oficinas, se comparados
com os anteriores, mostraram-se satisfatórios, evidenciando um progresso no
desenvolvimento motor dos escolares (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização dos alunos Pré-oficina Pós-oficina
Características 1o ano n (%) 4
o ano n (%) 1
o ano n (%) 4
o ano n (%)
Sexo
Feminino 4 (44) 3 (43) 4 (44) 3 (43)
Masculino 5 (56) 4 (57) 5 (56) 4 (57)
IC (meses)* 77,6 (3,5) 116,3 (2,7) 81,1 (3,6) 120,0 (2,6)
IMG (meses)* 83,1 (10,2) 109,6 (12,4) 94,3 (10,5) 121,0 (9,9)
QMG* 107,1 (11,3) 94,1 (9,5) 116,4 (13,3) 100,7 (6,7)
EDM
Superior 1 (11) - 4 (44) 1 (14)
Normal Alto 4 (44) - 3 (33) -
Normal Médio 3 (33) 5 (71) 1 (11) 5 (71)
Normal Baixo 1 (11) 1 (14) 1 (11) -
Inferior - 1 (14) - 1 (14)
Motricidade Fina (meses)* 78,7 (16,5) 99,4 (3,2) 94,0 (12,7) 122,6 (14,2)
Motricidade Global (meses)* 88,0 (16,7) 110,6 (6,8) 94,7 (16,1) 117,4 (11,9)
Equilíbrio (meses)* 81,3 (24,4) 117,4 (13,8) 98,0 (27,0) 117,4 (12,4)
Esquema Corporal (meses)* 68,0 (19,9) 108,0 (24,0) 84,0 (13,4) 118,3 (17,6)
Organização Espacial (meses)* 77,3 (22,5) 114,9 (16,8) 87,3 (21,9) 120,0 (13,8)
Organização Temporal (meses)* 105,3 (13,1) 121,7 (12,8) 108,0 (15,9) 130,3 (4,5)
* x (Desvio Padrão); -: representação do valor de zero; IC: Idade Cronológica; IMG: Idade Motora Geral;
QMG: Quociente Motor Geral; EDM: Escala do Desenvolvimento Motor.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Pode-se verificar na Tabela 1, através das aptidões avaliadas por meio da EDM, que as
habilidades motoras dos alunos melhoraram, visto que na avaliação anterior ao início das
oficinas um aluno foi classificado como normal baixo, oito em normal médio, quatro em
normal alto e somente um em superior. Após o término das oficinas, entretanto, observou-se
que a classificação “superior” obteve n aumentado, e as “médias” e “baixas” diminuíram o n.
Além disso, ao analisar os testes motores nota-se que a turma do primeiro ano
apresentou maior discrepância nos resultados antes do início das oficinas, apresentando as
menores médias no esquema corporal, organização espacial e motricidade fina. Após as
oficinas, porém, todas as médias, além de apresentarem melhora, tornaram-se mais
homogêneas. Fato este que também ocorreu com a turma do quarto ano, após as oficinas.
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Ressalta-se que a organização temporal destacou-se tanto antes quanto após as oficinas em
ambas as turmas (Tabela 1).
Na Tabela 2, ao correlacionar os dados IC com a IMG, tanto antes quanto após as
oficinas, nota-se que não há correlação nem significância entre as variáveis, quando a amostra
é separada por turmas. No entanto, analisando a totalidade percebe-se forte correlação e
significância estatística nas duas fases da pesquisa.
Tabela 2. Correlação entre a idade cronológica e a idade motora geral pré e pós-oficina IMG (meses)
Pré-oficina Pós-oficina
Variável R p R P
IC
1o ano 0,509 0,162 0,080 0,838
4o ano 0,236 0,610 0,655 0,111
Geral 0,825 <0,001 0,811 <0,001
IC: Idade Cronológica; IMG: Idade Motora Geral; R: Coeficiente de Correlação; Significância: p<0,05.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Com relação à Tabela 3, quando analisada a comparação entre a IMG obtida antes e
após as oficinas, observa-se diferença estatística em todas as análises, seja dividida por turma
ou de forma geral. O mesmo achado foi encontrado para o QMG, apresentado na Tabela 4, em
que também se verificou diferenças estatísticas. Através das médias, em ambas as análises
percebe-se que há diferença entre os alunos do primeiro e do quarto ano, uma vez que
apresentam uma idade cronológica distinta, sendo que a diferença também é vista nas
avaliações antes e após as oficinas, demonstrando a eficácia das atividades propostas.
Tabela 3. Comparação entre a idade motora geral obtida pré e pós-oficina IMG (meses)
p Pré-oficina x (DP) Pós-oficina x (DP)
1 o ano 83,1 (10,2) 94,3 (10,5) 0,008
4 o ano 109,6 (12,4) 121,0 (9,9) 0,018
Geral 94,7 (17,3) 106,0 (16,8) <0,001
x : média; DP: Desvio Padrão; IMG: Idade Motora Geral; Significância: p<0,05.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Tabela 4. Comparação entre o quociente motor geral obtido pré e pós-oficina QMG
p Pré-oficina x (DP) Pós-oficina x (DP)
1 o ano 107,1 (11,3) 116,4 (13,3) 0,011
4 o ano 94,1 (9,5) 100,7 (6,7) 0,043
Geral 101,4 (12,2) 109,6 (13,3) 0,001
x : média; DP: Desvio Padrão; QMG: Quociente Motor Geral; Significância: p<0,05.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Ao analisar a percepção corporal através dos registros fotográficos dos autorretratos,
observam-se dois aspectos após as oficinasna turma do primeiro ano, antes do início das
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oficinas algumas crianças ainda projetavam-se sem tronco ou com a cabeça separada do
corpo, ou apenas uma cabeça sem corpo. Após as oficinas as construções da imagem corporal
mostravam-se mais completas e também mais simétricas (Figura 1). E na turma do quarto
ano, verificou-se após a realização das oficinas uma melhora na representação da
proporcionalidade entre o tamanho dos membros em relação ao corpo (Figura 2).
Figura 1. Autorretratos da turma do 1º ano pré e pós-oficina
Figura 2. Autorretratos da turma do 4º ano pré e pós-oficina
PRÉ-OFICINA PRÉ-OFICINA PRÉ-OFICINA
PÓS-OFICINA PÓS-OFICINA PÓS-OFICINA
PRÉ-OFICINA
PÓS-OFICINA
PRÉ-OFICINA
PÓS-OFICINA
PRÉ-OFICINA
PÓS-OFICINA
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4 DISCUSSÃO
Através das avaliações realizadas pode-se observar que em ambas as turmas houve
uma média do QMG ideal, ou superior, para as IC analisadas. Estes resultados reforçam os
dados encontrados no estudo de Rosa Neto et al. (2010), em que foi analisado o perfil motor
de escolares de seis a dez anos, sem queixas de dificuldades na aprendizagem. Neste estudo os
autores verificaram parâmetros da normalidade em 96% da amostra analisada. Tal
classificação de normalidade, também foi encontrada por Félix e Rocha (2009), que avaliaram
a IMG e o QMG de trinta pré-escolares, com idade entre cinco e seis anos, participantes de
aulas de recreação.
Além disso, percebe-se que as médias do esquema corporal, tanto no primeiro quanto
no quarto ano, apresentavam-se inferiores a IC, antes da realização das atividades
psicomotoras. Estes dados vão ao encontro dos achados de Rosa Neto et al. (2011) que
avaliaram o esquema corporal de 39 crianças, de seis a dez anos de idade e observaram que
este componente apresentava valores menores que a IC dos sujeitos investigados. Conforme
análise destes autores, quanto maior a IC, maior era a distância entre esta e o esquema
corporal. Por esta razão é que acreditam que crianças mais velhas apresentam maior
dificuldade em executar tarefas que abordem o controle e reconhecimento do próprio corpo
em relação ao esperado para sua idade, provavelmente em decorrência da diminuição de
situações cotidianas em que a criança explore seu próprio corpo e o espaço a sua volta. Em
virtude disto é que sugerem atividades que desafiem as crianças de modo a promover novas
aprendizagens motoras, principalmente relacionadas ao esquema corporal, deste modo se
estará promovendo um melhor desenvolvimento de habilidades essenciais. A pesquisa aqui
apresentada acolheu a sugestão de Rosa Neto et al. (2011) e demonstrou que promover
experiências motoras diversificadas de fato contribui para a melhora das habilidades motoras
e do esquema corporal.
Verificou-se também que somente a turma do quarto ano apresentou a média da IMG
abaixo da média da IC, antes da realização das oficinas. Apesar de alguns valores ainda
estarem abaixo da IC após a conclusão das oficinas nesta turma, ao comparar os resultados
com a primeira avaliação pode-se verificar uma melhora nas habilidades das crianças,
permanecendo muito próximo da normalidade. Este fato pode ser um indicativo de que as
habilidades motoras das crianças modificam-se na medida em que estas vão ocupando menos
tempo com brincadeiras espontâneas e mais com os jogos de regras. O mesmo instrumento de
avaliação (EDM) utilizado nesta pesquisa foi também utilizado por Silveira, Cardoso e Souza
12
(2014), num estudo onde o avaliaram 172 escolares, com idades entre nove e dez anos. Os
autores verificaram que a IMG das crianças ficou abaixo da IC, o que demonstra déficit no
desenvolvimento motor geral. O mesmo foi observado em vinte alunos com faixa etária de
oito e nove anos no estudo de Fonseca Filho, Santos e Silva (2013).
Ao analisar os testes que a EDM abrange, nota-se que na turma do primeiro ano os
componentes de menor desempenho e abaixo da IC, antes da oficina programada, foram o
esquema corporal e organização espacial. Já na turma do quarto ano, apenas a organização
temporal permaneceu com valor médio acima da IC, entretanto a motricidade fina e o
esquema corporal foram os testes que apresentaram menores índices. Fonseca Filho, Santos e
Silva (2013), contrapõem os resultados do presente estudo, uma vez que os autores
observaram em seus estudos o pior desempenho na variável organização temporal, sendo o
teste que apresentou os melhores resultados neste estudo. Já Silveira, Cardoso e Souza (2014),
encontraram na organização temporal o melhor resultado, sendo a organização espacial o
desempenho mais fraco em seus estudos. Segundo os autores, a organização temporal abrange
testes que possibilitam perceber problemas da permanência e da sucessão de acontecimentos,
duração e intervalos de tempo, resultado este que corrobora com os achados do presente
estudo, visto que também houve grande destaque desta variável em ambas as turmas. O
mesmo foi observado por Rosa Neto et al. (2010) em que a organização espacial obteve baixo
índice, o que talvez possa ser justificado por este teste necessitar de uma boa noção de
lateralidade (direita e esquerda), habilidade que se estabelece por volta dos seis anos de idade.
Além disso, ao analisar a classificação da EDM nota-se que a principal classificação
obtida no primeiro ano foi “superior” e “normal alto” e no quarto ano foi a “normal médio”
ficando evidente que após as Oficinas de Psicomotricidade houve um ganho significativo no
desenvolvimento motor. Silva e Dounis (2014), através da EDM, verificaram que o perfil do
desenvolvimento motor em crianças com baixo rendimento escolar classificou-se como
“normal médio” e “normal baixo”, para os alunos de nove anos de idade e a maioria das
crianças de dez anos apresentaram perfil “normal baixo”, demonstrando que a motricidade
fina e a organização espacial apresentavam-se com os menores índices e organização
temporal enquadrava-se dentre as melhores classificações, dessa forma, ressaltaram a
importância de atividades psicomotoras para a maturação de padrões motores mais
complexos.
Arantes et al. (2014), constataram que crianças que realizaram atividades psicomotoras
orientadas apresentaram melhor desempenho na EDM comparado ao grupo controle, que não
recebeu nenhum tipo de intervenção. Demonstrando a influência positiva das atividades
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psicomotoras no desenvolvimento motor em seu estudo. Através dos dados obtidos neste
estudo, é possível notar que as atividades desenvolvidas influenciaram no resultado final dos
achados, uma vez que houve melhora significativa da IMG e do QMG, além da melhor
classificação geral dos escolares na EDM. No entanto, contrapondo os achados aqui
apresentados, na pesquisa de Arruda e Silva (2009) não houve diferenças significativas no
QMG após uma intervenção didática de trinta sessões de atividades lúdicas, com exceção do
teste de organização temporal.
Segundo Rosa Neto et al.(2010), há evidências da alta correlação entre as variáveis IC
e IMG, uma vez que as tarefas propostas para cada idade na escala, refletiram as mudanças
esperadas quanto ao desenvolvimento motor. Desta maneira, demonstra-se aos profissionais
da área da saúde e educação que a EDM é um instrumento de diagnóstico eficaz.
Quanto aos resultados obtidos nos autorretratos, a partir das massinhas de modelar,
verificou-se melhora na percepção corporal em ambas as turmas, o que também corrobora
com a eficácia das Oficinas de Psicomotricidade realizadas, uma vez que esta análise permite
interpretar a imagem corporal que os alunos têm de si mesmos. Shilder (1981), citado por
Faria (2010), relata que a imagem corporal baseia-se no “visual, na impressão tátil, térmica,
de dor ou na sensibilidade, porém não só a partir do registro de dados fornecidos pelas vias
sensoriais e cinestésicas, mas permeadas de significados afetivos e cognitivos”. aeda
(2000), citado por Faria (2010), reforça a ideia de que a plasticidade da organização postural
está intimamente relacionada com a imagem coporal do sujeito, pois novas experiências
corporais são vividas a todo momento e estas influenciam no modelo postural do indivíduo.
Dessa forma, ressalta-se a importância das atividades psicomotoras na percepção corporal,
pois cada atividade realizada proporciona uma nova vivência e aprendizagem, contribuindo
para a construção da imagem do próprio corpo.
Além disso, Rosa Neto et al. (2010), lembram que a criança ao explorar o ambiente,
através de atividades motoras, provoca alterações em seu desenvolvimento físico, perceptivo,
motor, moral e afetivo. Fiates (2001) citado por Silveira, Cardoso e Souza (2014), destaca que
Wallon, Piaget, Vayer, Le Boulch e Fonseca comprovam a existência da relação que há entre
o movimento e o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança. Lembram ainda
que a psicomotricidade tem papel importante nas discussões sobre o desenvolvimento
humano.
14
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo aqui apresentado buscou verificar se haveria diferença no desenvolvimento
motor de escolares e na percepção corporal destes, durante um período em que a motricidade
é mais espontânea e outro em que há maior regramento dos gestos motores. O estudo foi
realizado com dois grupos de crianças que frequentavam respectivamente o primeiro e o
quarto ano do ensino fundamental, antes e depois de uma proposta de atividades
psicomotoras.
Após analisar as avaliações que foram realizadas antes e após a realização das
atividades psicomotoras propostas nas oficinas, foi possível constatar que há diferença no
desenvolvimento motor de escolares e na percepção corporal entre os alunos do primeiro e do
quarto ano do ensino fundamental. Verificou-se também que houveram ganhos nas
habilidades motoras e na percepção corporal, quando comparados os resultados da última
avaliação com os da primeira, o que aponta para a eficácia das Oficinas de Psicomotricidade
oferecidas aos alunos em questão.
A fim de entrelaçar os achados desta pesquisa com a clínica fisioterapêutica é que
destacamos os estudos de Castilho-Weinert, Santos e Bueno (2011), que apontam para a
importância da abordagem psicomotora nas intervenções fisioterapêuticas, uma vez que a
psicomotricidade está profundamente entrelaçada com o desenvolvimento humano de forma
integral.
Nesta mesma perspectiva, Bernardi (2007) citado por Santos, Lara e Folmer (2015),
lembra que a partir de uma visão global e de seus conhecimentos sobre o Desenvolvimento
Neuropsicomotor (DNPM) o fisioterapeuta pode contribuir para facilitar a aquisição ou
aperfeiçoaras habilidades e conceitos necessários para o processo de aprendizado motor e
cognitivo.
Destaca-se ainda que através da avaliação das aptidões motoras é possível detectar, de
forma preventiva e diagnóstica, as potencialidades e limitações da criança. Sendo assim, a
fisioterapia insere-se neste contexto na medida em que, através de instrumentos específicos de
avaliação consegue identificar possíveis atrasos do DNPM e intervir, utilizando atividades
que envolvam distintos aspectos da motricidade e da corporeidade.
15
REFERÊNCIAS
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17
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2014.
18
ANEXOS
19
ANEXO A –Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC (CEP
UNISC)
20
21
22
23
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
A EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA NO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM ESCOLARES
Nós, Valéria Neves Kroeff Mayer e Polliana Radtke dos Santos, responsáveis pela
pesquisa “A eficácia de uma intervenção psicomotora no desenvolvimento neuropsicomotor
em escolares”, convidamos por meio deste seu/sua filho(a) para participar como voluntário do
presente estudo.
Esta pesquisa pretende verificar se há diferença no desenvolvimento motor de escolares,
durante um período onde este se dá de modo mais espontâneo e noutro onde há maior
regramento dos gestos motores, com grupos de crianças que frequentam o primeiro e o quarto
ano escolar respectivamente, antes e depois de uma proposta de atividades psicomotoras.
Acreditamos ser este um estudo importante, pois através da avaliação da aptidão
motora, é possível detectar, de forma preventiva e diagnóstica, as potencialidades e limitações
da criança. E dessa forma contribuir para seu melhor desenvolvimento motor, uma vez que a
presente pesquisa apresenta também como proposta a realização de uma oficina de
psicomotricidade, que visa uma melhor percepção do corpo e de si.
Para sua realização os seguintes passos serão seguidos: primeiramente será realizada
uma avaliação do desenvolvimento motor tendo como instrumento a Escala do
Desenvolvimento Motor (EDM) proposta por Rosa Neto (1996), a qual é composta por uma
série de testes que avaliam o desenvolvimento motor de crianças dos dois aos onze anos de
idade, permitindo verificar determinadas características motoras e comparar os resultados
antes e após a oficina de psicomotricidade. Será realizada também avaliação da percepção
corporal, através da dinâmica de autorretratos, onde cada participante será orientado a se
retratar em massa de modelar, primeiramente com os olhos abertos e depois com os olhos
vendados. Após estas avaliações será proposta uma oficina de psicomotricidade com oito
encontros, a partir de atividades pré-programadas pelas pesquisadoras, tendo duração média
de 45 minutos cada encontro. As atividades a serem desenvolvidas constam de jogos teatrais,
danças circulares e dinâmicas corporais. Ao término da oficina será realizada nova avaliação
do desenvolvimento motor.
Os benefícios que esperamos com este estudo são: a comprovação da diferença do
desenvolvimento motor infantil em diferentes idades e a importância de jogos livres e
brincadeiras com o corpo para a formação de uma boa consciência corporal. É importante
24
salientar que riscos existem, embora sejam pequenos e pouco prováveis, que são os riscos
presentes em qualquer brincadeira infantil cotidiana. As atividades propostas na oficina são
dinâmicas, mas muito tranquilas.
Durante todo o período da pesquisa você tem o direito de elucidar qualquer dúvida ou
pedir qualquer outro esclarecimento, bastando para isso entrar em contato, com algum dos
pesquisadores ou com o Conselho de Ética em Pesquisa.
Você tem garantido o seu direito de não aceitar que seu filho participe ou de retirar sua
permissão a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo ou retaliação, pela sua decisão
(a participação de seu/ sua filho(a) é voluntária).
As informações desta pesquisa serão confidencias, e serão divulgadas apenas em
eventos ou publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser entre
os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo sobre a participação de seu/sua
filho(a). Durante e realização do estudo serão realizadas imagens fotográficas para análise dos
dados, estas imagens poderão ser utilizadas na apresentação do estudo em eventos científicos,
mas sempre será respeitada a confidencialidade, não havendo a identificação de nenhum
participante da pesquisa, sendo sempre assegurado o sigilo.
Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que autorizo a
participação de meu/minha filho(a) nesta pesquisa, pois fui informado(a), de forma clara e
detalhada, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da
justificativa, dos procedimentos que meu/minha filho(a) será submetido(a), dos riscos,
desconfortos e benefícios, todos acima listados.
Fui, igualmente, informado:
da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida a
cerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a
pesquisa;
da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, sem que isto traga
prejuízo à meu/minha filho(a);
da garantia de que meu/minha filho(a) não será identificado(a) quando da divulgação dos
resultados e que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos
vinculados ao presente projeto de pesquisa;
do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda
que esta possa afetar a minha vontade de que meu/minha filho(a) continue participando;
25
de que os gastos estão previstos no orçamento da pesquisa.
A Pesquisadora Responsável por este Projeto de Pesquisa é Valéria Neves Kroeff Mayer,
(Fone: (051) 96443760) e a acadêmica pesquisadora Polliana Radtke dos Santos (Fone: (051)
96559281).
O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o voluntário
da pesquisa ou seu representante legal e outra com a pesquisadora responsável.
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul- CEP UNISC é o
responsável pela apreciação do projeto, pode ser consultado, para fins de esclarecimento,
através do telefone: 051 3717 7680.
Data __ / __ / ____
________________________________ Valéria Neves Kroeff Mayer
Nome do Responsável Legal Nome da Pesquisadora Responsável
________________________________ _______________________________
Assinatura do Responsável Legal Assinatura da Pesquisadora
pela obtenção do presente consentimento Responsável
26
ANEXO C - Termo de Autorização de Uso de Imagem – Menores de Idade
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
A EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA NO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM ESCOLARES
Eu, _________________________________________________, portador(a) de
cédula de identidade nº ______________________, responsável legal pelo(a) menor
_____________________________________________________, portador(a) de cédula de
identidade nº ______________________, autorizo a realização de imagens fotográficas do(a)
menor supracitado(a) durante as avaliações e intervenções da pesquisa “A eficácia de uma
intervenção psicomotora no desenvolvimento neuropsicomotor em escolares”, bem como a
veiculação de sua imagem para fins didáticos, de pesquisa e divulgação de conhecimento
científico, sem quaisquer ônus e restrições. Vale ressaltar que será respeitada a
confidencialidade, não havendo a identificação de nenhum participante da pesquisa, sendo
sempre assegurado o sigilo.
Fica ainda autorizada, de livre e espontânea vontade, para os mesmos fins, a cessão
de direitos da veiculação das imagens do(a) menor supracitado(a), não recebendo para tanto
qualquer tipo de remuneração.
Santa Cruz do Sul, ____de _________de 2015.
________________________________ ________________________________
Nome do menor Assinatura do menor
________________________________ Valéria Neves Kroeff Mayer
Nome do Responsável Legal Nome da Pesquisadora Responsável
________________________________ _______________________________
Assinatura do Responsável Legal Assinatura da Pesquisadora
Responsável
Telefones das pesquisadoras:
Valéria Neves Kroeff Mayer - Fone: (051) 96443760
Polliana Radtke dos Santos - Fone: (051) 96559281
27
ANEXO D - Termo de Assentimento do Menor
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC
A EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA NO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM ESCOLARES
Você está sendo convidado para participar da pesquisa “A eficácia de uma intervenção
psicomotora no desenvolvimento neuropsicomotor em escolares”. Seus pais permitiram que
você participasse.
Queremos saber se existe diferença no desenvolvimento motor das crianças que
estudam no primeiro ano e das que já estudam no quarto ano da escola. Você não precisa
participar da pesquisa se não quiser, é um direito seu e não terá nenhum problema se desistir.
A pesquisa será feita na sua escola, onde você e seus colegas irão realizar algumas
atividades para ver como estão as suas habilidades motoras. Depois destas atividades, uma
vez por semana, durante oito semanas, será realizada uma oficina com brincadeiras, danças e
jogos de improviso. Ao final destas oito semanas, as mesmas atividades realizadas no início
serão repetidas. Além disso, no primeiro e no último dia da oficina será feita uma atividade
que você terá que fechar os olhos e fazer uma escultura - como se fosse uma estátua - sua com
massinha de modelar. As atividades são consideradas seguras, mas é possível ocorrer algum
tropeço ou tombo durante as danças ou atividades de saltos. Caso aconteça algo errado, que
você se sinta chateado, você pode desistir de participar, retirando-se do grupo.
Mas muitas coisas boas poderão acontecer como você poder aprender novos
movimentos e realizar as atividades com mais facilidade e talento.
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa, não falaremos a outras pessoas,
nem daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser
publicados, mas sem identificar quem participou da pesquisa. Quando terminarmos a pesquisa
vamos fazer uma reunião com vocês, seus pais, os professores e a diretora da escola para dizer
o que encontramos na pesquisa.
Se você tiver alguma dúvida, você pode nos perguntar ou ligar para os telefones que
estão listados a seguir, mais adiante.
Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisa “A eficácia de
uma intervenção psicomotora no desenvolvimento neuropsicomotor em escolares”, que tem o
objetivo de saber se existe diferença nas habilidades de crianças que estudam no primeiro ano
da escola com as crianças que estudam no quarto ano da escola. Entendi tudo que pode
28
acontecer durante a pesquisa e também que posso dizer “sim” e participar, mas que, a
qualquer momento, posso dizer “não” e desistir e que ninguém vai ficar triste nem brabo. As
pesquisadoras tiraram minhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma
cópia deste termo de assentimento, li e concordo em participar da pesquisa.
Santa Cruz do Sul, ____de _________de 2015.
________________________________ Valéria Neves Kroeff Mayer
Nome do menor Nome da Pesquisadora Responsável
________________________________ _______________________________
Assinatura do menor Assinatura da Pesquisadora
Responsável
Telefones das pesquisadoras:
Valéria Neves Kroeff Mayer - Fone: (051) 96443760
Polliana Radtke dos Santos - Fone: (051) 96559281
29
ANEXO E - Escala do Desenvolvimento Motor (Rosa Neto, 1996)
Nome Sexo
Nascimento Idade
Outros dados Exame
RESULTADOS
TESTES/ANOS 5 6 7 8 9 10 11
Motricidade Fina
Motricidade Global
Equilíbrio
Esquema Corporal
Organização Espacial
Organização Temporal
RESUMO DE PONTOS
Idade Motora Geral (IMG) Idade positiva (+)
Idade Cronológica (IC) Idade negativa (-)
Quociente Motor Geral
(QMG) Escala de Desenvolvimento
Idade Motora (IM) Quociente Motor (QM)
IM1 IM4 QM1 QM4
IM2 IM5 QM2 QM5
IM3 IM6 QM3 QM6
Lateralidade Mãos
Olhos Pés
PERFIL MOTOR
Idade
obtida
Idade
Cronológica
Motricidade
Fina
Motricidade
Global Equilíbrio
Esquema
Corporal
Organização
Espacial
Organização
Temporal
11 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
10 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
9 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
8 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
7 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
6 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
5 anos ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪
Fonte: ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
30
ANEXO F - Resumo das Provas Motoras da Escala do Desenvolvimento Motor
I – MOTRICIDADE FINA
5 anos – Fazer um nó
aterial: Um par de cordões de sapatos de 45 cm e um lápis. “Preste atenção no que faço”.
Fazer um nó simples em um lápis (Figura 1). “Com este cordão, você irá fazer um nó em meu
dedo como fiz no lápis”. Aceita-se qualquer tipo de nó, desde que não se desmanche.
Figura 1
6 anos – Labirinto
Criança sentada numa mesa escolar diante de um lápis e uma folha contendo os labirintos
(Figura 2). Traçar com um lápis uma linha contínua desde a entrada até a saída do primeiro
labirinto e imediatamente iniciar o segundo. Após 30 segundos de repouso, começar o mesmo
exercício com a mão esquerda (Figura 3).
Figura 2 Figura 3
Erros: A linha ultrapassa o labirinto mais de duas vezes com a mão dominante, e mais de três
vezes com a mão não dominante; tempo limite ultrapassado; levantar mais que uma vez o
lápis do papel. Duração: 1 minuto e 20 segundos para a mão dominante (direita ou esquerda) e
1 minuto e 25 segundos para a mão não dominante (direita ou esquerda). Nº de tentativas:
duas para cada mão.
31
7 anos – Bolinhas de Papel
Fazer uma bolinha compacta com um pedaço de papel de seda (5cm x 5cm) com uma só mão;
a palma deve estar para baixo e é proibida a ajuda da outra mão. Após 15segundos de
repouso, o mesmo exercício deve ser realizado com a outra mão. Erros: tempo máximo
ultrapassado; bolinha ser pouco compacta. Duração: 15 segundos para a mão dominante e 20
segundos para a mão não dominante. Tentativas: duas para cada mão. Observar se
há sincinesias (movimentos involuntários).
8 anos – Ponta do Polegar
Com a ponta do polegar, tocar com a máxima velocidade possível os dedos da mão, um após
o outro, sem repetir a seqüência. Inicia-se do dedo menor para o polegar, retornando para o
menor (Figura 4).
Figura 4
O mesmo exercício com a outra mão. Erros: Tocar várias vezes o mesmo dedo; tocar dois
dedos ao mesmo tempo; esquecer de um dedo; ultrapassar o tempo máximo. Duração: cinco
segundos. Tentativas: duas para cada mão.
9 anos – Lançamento com uma Bola
Arremessar uma bola (6 cm de diâmetro), num alvo de 25 x 25, situado na altura do peito,
1,50m de distância (lançamento a partir do braço flexionado, mão próxima do ombro, pés
juntos). Erros: deslocamento exagerado do braço; cotovelo não ficar fixo ao corpo durante o
arremesso; acertar menos de duas vezes sobre três com a mão dominante e uma sobre três
com a mão não dominante. Tentativas: três para cada mão (Figura 5).
32
Figura 5
10 anos – Círculo com o Polegar
A ponta do polegar esquerdo deve estar sobre a ponta do índice direito e, depois ao contrário.
O índice direito deixa a ponta do polegar esquerdo e desenhando uma circunferência ao redor
do índice esquerdo e vai buscar a ponta do polegar esquerdo; entretanto, permanece o contato
do índice esquerdo com o polegar direito. Movimentos sucessivos e regulares devem ser
feitos com a maior velocidade possível. Em torno de 10 segundos, acriança fecha os olhos e
continua assim por espaço de mais 10 segundos. Erros: movimento mal executado; haver
menos de 10 círculos; executar o procedimento com os olhos abertos (Figura 6). Tentativas:
três.
7/
11 anos – Agarrar uma Bola
Agarrar com uma mão uma bola (6 cm de diâmetro), lançada desde 3 metros de distância. A
criança deve manter o braço relaxado ao longo do corpo até que se diga "agarre". Após 30
segundos de repouso, o mesmo exercício com a outra mão. Erros: agarrar menos de três vezes
sobre cinco com a mão dominante; menos de duas vezes sobre cinco com a mão não
dominante. Tentativas: cinco para cada mão (Figura 7).
Figura 7
33
II– MOTRICIDADE GLOBAL
5anos – Saltar uma Altura de 20 cm
Com os pés juntos: saltar sem impulso uma altura de 20 cm (Figura 8). Material: dois suportes
com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, altura: 20cm. Erros: tocar no
elástico; cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos. Tentativas:
três, sendo que duas deverão ser positivas.
Figura 8
6anos – Caminhar em Linha Reta
Com os olhos abertos, percorrer 2 metros em linha reta, posicionando alternadamente o
calcanhar de um pé contra a ponta do outro (Figura 9). Erros: afastar-se da linha; balanceios;
afastar um pé do outro; execução de forma incorreta. Tentativas: três.
Figura 9
7 anos – Pé Manco
Com os olhos abertos, saltar ao longo de uma distância de 5 metros com aperna esquerda, a
direita flexionada em ângulo reto com o joelho, os braços relaxados ao longo do corpo (Figura
10). Após um descanso de 30 segundos, o mesmo exercício deve ser feito com a outra perna.
Erros: distanciar-se mais de 50cm da linha; tocar no chão com a outra perna; balançar os
braços. Tentativas: duas para cada perna. Tempo indeterminado.
34
Figura 10
8 anos – Saltar uma Altura de 40 cm
Com os pés juntos, saltar sem impulso uma altura de 40 cm (Figura 11). Material: dois
suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, altura: 40cm. Erros:
tocar no elástico; cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos.
Tentativas: três no total, sendo que duas deverão ser positivas.
Figura 11
9anos – Saltar Sobre o Ar
Para saltar no ar, deve-se flexionar os joelhos para tocar os calcanhares com as mãos (Figura
12). Erros: não tocar nos calcanhares. Tentativas: três.
Figura 12
10 anos – Pé Manco com uma Caixa de Fósforos
O joelho deve estar flexionado em ângulo reto, e os braços relaxados ao longo do corpo. A 25
cm do pé que repousa no solo se coloca uma caixa de fósforos. A criança deve levá-la
impulsionando-a com o pé até o ponto situado a 5 metros (Figura 13). Erros: tocar no chão
(ainda que uma só vez) com o outro pé; movimentos exagerados com os braços; a caixa
35
ultrapassar em mais de 50 cm do ponto fixado; falhar no deslocamento da caixa.
Tentativas: três.
Figura 13
11 anos – Saltar Sobre uma Cadeira
Saltar sobre uma cadeira de 45cm a 50cm com uma distância de 50cm da mesma. O encosto
será sustentado pelo examinador (Figura 14). Erros: perder o equilíbrio e cair, agarrar-se no
encosto da cadeira. Tentativas: três.
Figura 14
III – EQUILÍBRIO
5anos - Equilíbrio nas Pontas dos Pés
Manter-se sobre a ponta dos pés, com os olhos abertos e com os braços ao longo do corpo,
estando os pés e pernas juntos (Figura 15). Duração: 10 segundos. Tentativas: três.
Figura 15
6anos – Pé Manco Estático
Com os olhos abertos, manter-se sobre a perna direita, enquanto a outra permanecerá
flexionada em ângulo reto, coxa paralela à direita e ligeiramente em abdução e com os braços
36
ao longo do corpo (Figura 16). Fazer um descanso de 30 segundos, e após fazer o mesmo
exercício com a outra perna. Erros: baixar mais de três vezes a perna levantada; tocar com o
outro pé no chão; saltar; elevar-se sobre a ponta do pé; balanceios. Duração: 10 segundos.
Tentativas: três.
Figura 16
7 anos - Equilíbrio de Cócoras
De cócoras, com os braços estendidos lateralmente, com os olhos fechados e com os
calcanhares e pés junto (Figura 17). Erros: cair; sentar-se sobre os calcanhares; tocar no chão
com as mãos; deslizar-se; baixar os braços três vezes. Duração: 10segundos. Tentativas: três.
Figura 17
8 anos - Equilíbrio com o Tronco Flexionado
Com os olhos abertos, com as mãos nas costas, elevar-se sobre as pontas dos pés e flexionar o
tronco em ângulo reto (pernas retas) (Figura 18). Erros: flexionar as pernas mais de duas
vezes; mover-se do lugar; tocar o chão com os calcanhares. Duração: 10 segundos. Tentativas:
duas.
Figura 18
37
9anos - Fazer um Quatro
Manter-se sobre o pé esquerdo com a planta do pé direito apoiada na face interna do joelho
esquerdo, com as mãos fixadas nas coxas e com os olhos abertos (Figura 19). Após um
descanso de 30 segundos, executar o mesmo movimento com a outra perna. Erros: deixar cair
uma perna; perder o equilíbrio; elevar-se sobre aponta dos pés. Duração: 15 segundos.
Tentativas: duas para cada perna.
Figura 19
10 anos - Equilíbrio na Ponta dos Pés - Olhos Fechados
Manter-se sobre a ponta dos pés, olhos fechados, com os braços ao longo do corpo e com os
pés e pernas juntas (Figura 20). Erros: mover-se do lugar; tocar o chão com os calcanhares;
balançar o corpo (permite-se ligeira oscilação). Duração: 15segundos. Tentativas: três.
Figura 20
11 anos – Pé Manco Estático - Olhos Fechados
Com os olhos fechados, manter-se sobre a perna direita, com o joelho esquerdo flexionado em
ângulo reto, com a coxa esquerda paralela à direita e em ligeira abdução e com os braços ao
longo do corpo (Figura 21). Após 30 segundos de descanso, repetir o mesmo exercício com a
outra perna. Erros: baixar mais de três vezes a perna; tocar o chão com a perna levantada;
mover-se do lugar; saltar. Duração: 10 segundos. Tentativas: duas para cada perna.
38
Figura 21
IV – ESQUEMA CORPORAL
Controle do próprio corpo (2 a 5 anos)
Prova de Imitação dos Gestos Simples (Movimentos das Mãos)
A criança, de pé diante do examinador, imitará os movimentos de mãos e dos braços que este
realiza; o examinador ficará sentado próximo à criança para poder pôr suas mãos em posição
neutra entre cada um destes gestos (Figuras 22 e 23).
Figura 22
1) Imitação de gestos simples: movimentos das mãos
1 2
3 4
6
8
10 9
7
5
39
"Faça como eu, com as mãos; olhe bem e repita o movimento. Vamos, ânimo! Faça como eu;
preste atenção". Material: quadro com itens e símbolos.
Item 1 O examinador apresenta suas mãos abertas, com as palmas para face do sujeito (40 cm de
distância entre as mãos, a 20 cm do peito).
Item 2 O mesmo procedimento com os punhos fechados.
Item 3 Mão esquerda aberta, mão direita fechada.
Item 4 Posição inversa à anterior.
Item 5 Mão esquerda na vertical, mão direita na horizontal, tocando a mão esquerda em ângulo reto
Item 6 Posição inversa.
Item 7 Mão esquerda em posição plana, com o polegar em nível do esterno, mão e braço direitos
inclinados, distância de 30 cm entre as mãos, mão direita por cima da mão esquerda
Item 8 Posição inversa.
Item 9
As mãos estão paralelas, a mão esquerda está diante da mão direita a uma distância de 20 cm, a
mão esquerda está por cima da direita, desviada uns 10 cm. Previamente, pede-se à criança que
feche os olhos; a profundidade pode deduzir-se do movimento das mãos do examinador.
Item 10 Posição inversa.
Prova de Imitação de Gestos Simples (Movimentos dos Braços)
Figura 23
2) Imitação de gestos simples: movimentos dos braços
1 2
3 4
6
8
10 9
7
5
40
Material: quadro com itens e símbolos. Item 1 O examinador estende o braço esquerdo, horizontalmente para a esquerda, com a mão aberta.
Item 2 O mesmo movimento, porém com o braço direito para a direita.
Item 3 Levantar o braço esquerdo
Item 4 Levantar o braço direito.
Item 5 Levantar o braço esquerdo e estender o direito para a direita.
Item 6 Posição inversa.
Item 7 Estender o braço esquerdo para diante e levantar o direito.
Item 8 Posição inversa.
Item 9 Com os braços estendidos obliquamente, mão esquerda no alto, mão direita abaixo, com o tronco
erguido.
Item 10 Posição inversa.
PONTUAÇÃO Idade Cronológica Pontos
3 anos 7 - 12 acertos
4 anos 13 - 16 acertos
5 anos 17 - 20 acertos
Prova De Rapidez (6 a 11 anos)
Material: folha de papel quadriculado com 25 x 18 cm quadrados (quadro de 1cmde lado),
lápis preto nº 2 e cronômetro (Figura 24). A folha quadriculada se apresenta em sentido
longitudinal. "Pegue o lápis. Vê estes quadrados? Faça um risco em cada um, o mais rápido
que puder. Faça os riscos como desejar, mas apenas um risco em cada quadrado. Preste muita
atenção e não salte nenhum quadrado, porque não poderá voltar atrás”. A criança toma o lápis
com a mão que preferir (mão dominante).
Figura 24
Iniciar o mais rápido que puder até completar o tempo da prova. Estimular várias vezes:
"Mais rápido". Tempo: 1 minuto.
Critérios da prova:
⇒Caso os traços forem lentos e precisos ou em forma de desenhos geométricos, repetir
uma vez mais a prova, mostrando claramente os critérios;
⇒Observar, durante a prova, se o examinando apresenta dificuldades na coordenação
motora, na instabilidade, na ansiedade e nas sincinesias.
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PONTUAÇÃO Idade Número de Traços
6 anos 57 – 73
7 anos 74 – 90
8 anos 91 – 99
9 anos 100 – 106
10 anos 107 – 114
11 anos 115 ou mais
V - ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
5anos - Jogo de Paciência
Colocar um retângulo de cartolina de 14cm x 10cm e em sentido longitudinal, diante da
criança. Ao seu lado e um pouco mais próximo do sujeito, são colocadas as duas metades do
outro retângulo, cortado pela diagonal, com as hipotenusas para o exterior, separadas alguns
centímetros (Figura 25). "Pegue estes triângulos e junte-os de maneira que saia algo parecido
a este retângulo". Tentativas: três em 1 minuto. Número de tentativas: duas, sendo que cada
tentativa não deverá ultrapassar um minuto.
Figura 25
6anos - Direita / Esquerda - Conhecimento Sobre Si
Identificar em si mesmo a noção de direita e esquerda (Figura 26).
O examinador não executará nenhum movimento, apenas o examinando. Total de três
perguntas e todas deverão ser respondidas corretamente. Ex.: “ ostre-me sua mão direita...”.
Êxito: Três acertos sobre três tentativas.
42
Figura 26
7 anos - Execução de Movimentos - Execução de Movimentos na Ordem
O examinador solicitará ao examinando que realize movimentos, de acordo com a sequência
abaixo. Ex.: “Agora você irá colocar a mão direita na orelha esquerda...”. Êxito: Cinco acertos
sobre seis tentativas.
1. Mão direita na orelha esquerda 2. Mão esquerda no olho direito 3. Mão direita no olho esquerdo 4. Mão esquerda na orelha direita 5. Mão direita no olho direito 6. Mão esquerda na orelha esquerda
8 anos - Direita / Esquerda - Reconhecimento Sobre Outro
O examinador se colocará de frente ao examinando e dirá: “Agora você irá identificar minha
mão direita...” (Figura 27).
Figura 27
O observador tem uma bola na mão direita. Êxito: Três acertos sobre três tentativas.
9 anos - Reprodução de Movimentos – Representação Humana
Frente a frente, o examinador irá executar alguns movimentos e o examinando irá prestar
muita atenção nos movimentos das mãos (Figura 28).
"Eu vou fazer certos movimentos que consistem em levar uma mão (direita ou esquerda) até
um olho ou uma orelha (direita ou esquerda), desta maneira" (demonstração rápida). "Você se
fixará no que estou fazendo e irá fazer o mesmo, mas não poderá realizar movimentos de
espelho". Se a criança entendeu o teste, através dos primeiros movimentos, ela deve
2. Levantar a mão esquerda 3. Indicar o olho direito 1. Levantar a mão direita
43
prosseguir; caso contrário, será necessária uma segunda explicação. Êxitos: Seis acertos sobre
oito tentativas.
Figura 28
10 anos - Reprodução de Movimentos – Figura Humana
Frente a frente, o examinador irá mostrar algumas figuras esquematizadas e o examinando
prestará muita atenção nos desenhos, pois deverá reproduzi-los (Figura 29). Estes são os
mesmos movimentos executados anteriormente (prova de 9 anos). "Você fará os mesmos
gestos e com a mesma mão do boneco esquematizado". Êxitos: Seis acertos sobre oito
tentativas.
Figura 29
11 Anos - Reconhecimento da Posição Relativa de Três Objetos
Sentados, frente a frente, o examinador fará algumas perguntas para o examinando que
permanecerá com os braços cruzados. MATERIAL: três cubos ligeiramente separados (15
cm) colocados da esquerda para a direita sobre a mesa, como segue: AZUL, AMARELO,
44
VER ELHO. “Você vê os três objetos (cubos) que estão aqui na sua frente. Você irá
responder rapidamente as perguntas que irei fazer". O examinando terá como orientação
espacial (ponto de referência) o examinador.
O cubo azul está à direita ou à esquerda do vermelho?
O cubo azul está à direita ou à esquerda do amarelo?
O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do azul?
O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do vermelho?
O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do amarelo?
O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do azul?
Êxitos: cinco acertos sobre seis tentativas.
PONTUAÇÃO - ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Anotar positivo (+), nas provas com bons resultados.
Anotar negativo (-), nas provas com objetivos não-atingidos.
AVALIAÇÃO – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Progredir, quando os resultados forem positivos, de acordo com o teste.
Parar, quando os resultados forem negativos, de acordo com o teste.
VI – ORGANIZAÇÃO TEMPORAL
2 a 5 anos - LINGUAGEM
5 ANOS
Lembrando as frases: “Bom, vamos continuar, você vai repetir”.
A) "JOÃO VAI FAZER UM CASTELO DE AREIA"
B) "LUIS SE DIVERTE JOGANDO FUTEBOL COM SEU IRMÃO"
6 a 11 Anos – Estruturas Temporais
ETAPA 1 - Estrutura Espaço-Temporal (Reprodução de Som)
Nesta etapa a criança irá reproduzir por meio de golpes 20 estruturastemporais, de acordo com
o quadro abaixo.
Material: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais e dois lápis.
45
Examinador e criança sentados frente a frente, com um lápis na mão cada um na posição
vertical. "Você irá escutar diferentes sons, e com o lápis irá repeti-los. Escute com atenção".
⇒Tempo curto: em torno de 1/4 de segundo (0 0), dado com o lápis sobre a mesa.
⇒ Tempo longo: em torno de 1 segundo (0 0 0), dado com o lápis sobre a mesa.
Ensaio: O examinador dará golpes (batidas sonoras com o lápis na mesa) da primeira
estrutura e a criança repetirá o som. Se a criança falha na estrutura realiza-se uma nova
demonstração. O examinador golpeia outra estrutura e acriança continuará repetindo. Após o
ensaio correto poderá iniciar os testes.
Teste: Os movimentos (golpes com um lápis) não poderão ser vistos pela criança. Parar
definitivamente quando a criança cometer três erros consecutivos. Estes períodos de tempo
são difíceis de apreciar; já que importa realmente é que a sucessão seja correta.
Tentativas: Parar quando a criança falhar três estruturas sucessivas.
Erros: O examinador repetir mais de uma vez as estruturas temporais; acriança não
diferenciar tempo curto de tempo longo.
ETAPA 2 - Simbolização (Desenho) de Estruturas Espaciais
Nesta etapa a criança irá desenhar as estruturas espaciais, num total de 10, de acordo com o
quadro abaixo.
Material: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais, folha embranco e lápis.
46
As estruturas podem ser representadas com círculos (diâmetro de 3 cm)colados em um cartão.
“Agora você irá desenhar umas esferas, aqui você tem um papel e um lápis, de acordo com as
figuras que irei mostrar”.
Ensaio: O examinador irá apresentar a primeira estrutura (movimento rápido com o cartão - 1
a 2 segundos) e a criança desenhará no papel a representação mental. Se a criança falha no
desenho realiza-se uma nova demonstração. O examinador mostrará o próximo cartão e a
criança continuará desenhando. Após o ensaio correto poderá iniciar os testes.
Teste: Apresenta-se, então, a primeira estrutura do teste, dando-lhe uma explicação se for
necessário. “ uito bem, vejo que já entendeu o exercício e agora você irá prestar bem a
atenção nas figuras que irei mostrar e as desenhará o mais rápido possível neste papel”. A
criança quase sempre e espontaneamente desenha já um círculo.
Tentativas: Parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
Erros: Não parar a prova quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; o examinador
ficar muito tempo com o cartão na mão (mais de 2 segundos) para mostrar as estruturas para a
criança.
ETAPA 3 - Simbolização de Estruturas Temporais
Nesta etapa a criança irá reproduzir por meio de golpes as estruturas representadas nos
cartões, num total de 5, de acordo com o quadro abaixo.
Material: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais e lápis.
47
Teste: As estruturas simbolizadas serão representadas exatamente da mesma maneira que as
estruturas espaciais (círculos colados sobre o cartão). “Vamos fazer algo melhor. Apresenta
outra vez os círculos no cartão e em vez da criança desenhá-los, ela dará pequenos golpes com
o lápis”.
Tentativas: Parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
Erros: Não parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; o examinador repetir
mais de uma vez os cartões; a criança não diferenciar tempo curto de tempo longo.
ETAPA 4 – Transcrição das Estruturas Temporais (Ditado)
Na última etapa a criança irá transcrever as estruturas temporais no papel, num total de cinco,
de acordo com o quadro abaixo.
Material: carteira escolar, cartões com as estruturas temporais, papel e lápis.
“Para finalizar as provas, serei eu quem dará os golpes com o lápis e você irá desenhá-los.
Parar após dois erros sucessivos”.
Ensaio: O examinador dará golpes (batidas sonoras com o lápis na mesa) da primeira
estrutura e a criança desenhará no papel. Se a criança falha na estrutura realiza-se uma nova
demonstração. O examinador golpeia outra estrutura e a criança continuará desenhando. Após
o ensaio correto poderá iniciar os testes.
48
Teste: As estruturas simbolizadas serão representadas por meio de golpes e acriança irá
reproduzi-las no papel (transcrição).
Tentativas: Parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas.
Erros: Não parar quando a criança falhar duas estruturas sucessivas; o examinador repetir
mais de uma vez os golpes; a criança não diferenciar tempo curto de tempo longo.
RESULTADOS
Entendemos por êxitos as reproduções e transcrições claramente estruturadas. Concedemos
um ponto por um golpe ou desenho bem resolvido e totalizamos os pontos obtidos nos
diversos aspectos da prova. Em todos os casos convém anotar:
Mão utilizada
Sentido das circunferências
Compreensão do simbolismo (com ou sem explicação)
Conduta da criança durante os testes (atenção, concentração, ansiedade, hiperatividade, etc.).
PONTUAÇÃO
Idade Pontos
6 anos 6 – 13 acertos
7 anos 14 – 18 acertos
8 anos 19 – 23 acertos
9 anos 24 – 26 acertos
10 anos 27 – 31 acertos
11 anos 32 – 40 acertos
VII - LATERALIDADE
Lateralidade das Mãos
A criança está na posição de pé, sem nenhum objeto ao alcance de sua mão. “Você irá
demonstrar como realiza tal movimento...”.
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Lateralidade dos Olhos
CARTÃO FURADO – cartão de 15 x 25 com um furo no centro de 0,5cm (de diâmetro). “Fixa
bem neste cartão, tem um furo e eu olho por ele”. Demonstração: o cartão sustentado
pelo braço estendido vai aproximando-se lentamente do rosto. “Faça você o mesmo”.
TELESCÓPIO (tubo longo de cartão) – Você sabe para que serve um telescópio?
”Serve para visualizar um objeto (demonstração). Toma, olha você mesmo...” (indicar-
lhe um objeto).
Lateralidade dos Pés
CHUTAR UMA BOLA - (bola de 6cm de diâmetro) “Você irá segurar esta bola com
uma das mãos, depois soltará a mesma e dará um chute, sem deixá-la tocar no chão”.
Número de tentativas: duas.
RESULTADOS
LATERALIDADE MÃOS OLHOS PÉS
D (direito) 3 provas com a mão direita 2 provas com o olho direito 2 chutes com o pé direito
E (esquerdo) 3 provas com a mão
esquerda
2 provas com o olho
esquerdo 2 chutes com o pé esquerdo
I (indefinido) 1 ou 2 provas com a mão
direita ou esquerda
1 prova com o olho direito
ou esquerdo
1 chute com o pé direito ou
esquerdo
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PONTUAÇÃO GERAL DDD Destro Completo
EEE Sinistro Completo
D E D / E D E / D D E Lateralidade Cruzada
D D I / E E I / E I D Lateralidade Indefinida
Fonte:ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
51
ANEXO G - Atividades Desenvolvidas nas Oficinas de Psicomotricidade
Reconhecendo as partes essenciais do corpo
O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços,
pernas, pés, explorando uma parte por vez. As crianças mostram em si mesmas a parte
mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. As crianças deverem
reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca, queixo, sobrancelhas e dedos.
Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados.
Olhos abertos: Aprendizado. Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo.
*Realizar com velocidade, você fala rápido e eles identificam rápido. Assim você irá
identificar as dificuldades e limitações.
Morto-vivo (jogo)
Fazer a brincadeira do morto vivo (primeiro de olhos abertos e depois de olhos fechados)
Automatizando a noção de direita e esquerda
Perguntar se os alunos sabem identificar qual a mão esquerda e qual a mão direita e depois
mostrar as crianças qual é a mão direita e qual é a mão esquerda. Dominando este conceito,
realizar o exercício em etapas:
- fechar com força a mão direita;
- fechar com força a mão esquerda;
- Levantar o braço direito;
- Levantar o braço esquerdo;
- bater o pé esquerdo;
- bater o pé direito;
- mostrar o olho direito;
- mostrar o olho esquerdo;
- mostrar a orelha direita;
- mostrar a orelha esquerda;
- levantar a perna esquerda;
- levantar a perna direita.
* Trabalhar com os olhos abertos, e quando as crianças estiverem dominando o exercício
trabalhar com os olhos fechados.
Localizando elementos na sala de aula.
As crianças deverão dizer de que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc em
relação a si mesmas. Durante a realização do exercício, não deixar as crianças cruzarem os
braços, pois isso dificulta a orientação espacial.
Motricidade fina
Separar objetos pequenos (milho, feijão, pérolas, lentilha, amendoim..) em uma caixa de ovos
(cada em cada compartimento vai um “objeto”) trabalhar o movimento pinça fina com o dedo
indicador e polegar (primeiro com a mão dominante depois com a não-dominante)
Motricidade ampla e equilíbrio
Andar de lado (passos laterais)
Andar de lado (passos cruzados)
52
Correr com as mãos na cabeça
Correr com as mãos nos quadris
Correr com as mãos nas costas
Saltitar com 2 pés
Saltitar em um pé só
Saltitar pra frente
Saltitar pra trás
Saltitar pra direita
Saltitar pra esquerda
Motricidade fina - Trabalhando só com os braços
Este exercício tem como objetivo desenvolver a independência segmentar do braço em
relação ao tronco, o que beneficia e facilita o trabalho da mão no ato de escrever.
Apresentamos uma série de gráficos (traçados) que o professor deverá reproduzir em tamanho
grande no quadro de giz ou programá-los em cartões. As crianças por sua vez deverão
reproduzílos com gestos executados no ar. (OBS: irei usar os 4 gráficos que usarei na próxima
atividade de motricidade fina)
Motricidade fina
1 cartela com 4 gráficos pontilhados (repete duas vezes o mesmo desenho) (passar a canetinha
nos pontilhados, no primeiro com a mão dominante e no segundo com a mão não dominante)
Andando, saltando e equilibrando-se.
Quem alcança ? O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um lápis,
uma bola ) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o exercício em pé,
depois de cócoras.
Atividades com Bolas
* A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas mãos, e depois ora
com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança deverá trabalhar livremente.
Numa segunda etapa a pesquisadora determinará previamente com qual das mãos a criança
deverá apanhar a bola.
* A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas mãos
também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a com uma só mão
também. Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda.
* Andando, chegar a um ponto determinado na sala, equilibrando a bola na mão dominante e
depois na não dominante.
* Em pé, ficar de na posição de saci (um pé no chão e o outro elevado com flexão de 90 graus
de joelho), primeiro segurando a bola na frente com as duas mãos, depois deixar a bola
somente na palma de uma mão e depois na outra.
* Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco. As crianças
deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativamente a distância. Variar jogando
a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do círculo.
* Dividir os alunos em duas equipes e em fila um atrás do outro as equipes ficam paralelas,
distancia de um braço de um aluno a outro. A bola fica com o primeiro da fila e ao sinal do
53
Professor ele vai passa a bola por cima da cabeça para o aluno de trás, na hora que a bola
chegar no ultimo, todos da fila irão abaixar (deitar no chão) e o ultimo carregando a bola deve
chegar a frente da fila pulando os alunos.
Variações: Bola também pode ser passada do lado do corpo ou debaixo das pernas, sendo que
debaixo das pernas ela não pode rolar no chão e sim passar em mão em mão. Antes dos alunos
deitarem no chão pode estipular que eles sentem e o ultimo vá fazendo zig-zag.
* Realizar alongamentos utilizando a bola.
Coordenação Dinâmica Global:
Arremessar bolas para um colega, um de frente para o outro, primeiro com as duas mãos e
depois utilizando primeiro a mão dominante, seguido da mão não dominante.
Em seguida, em duplas, um de costas para o outro, cada aluno deverá passar para o seu colega
a bola, sem virar-se, seja pelos lados, por baixo ou por cima acelerando a atividade assim que
os alunos compreenderem a dinâmica.
Formas com o corpo
Dividir a turma em grupos com o mesmo número de componentes e pedir que se espalhem
pela quadra. Após ouvir uma palavra dita pelo professor, cada grupo deverá compor com seus
corpos, sem falar, uma imagem correspondente à palavra dita. O professor deve dar um tempo
para a criação das formas antes de dizer uma nova palavra. Sugestões de palavras: casa -
coração - avião - cama - carro, etc.
Motricidade fina
Colar lantejoulas “contornando” desenhos geométricos (triângulo, quadrado e círculo).
Conhecendo o corpo humano
Cada criança irá receber duas imagens do corpo humano, com setas indicando as partes do
corpo. A criança deverá escrever qual parte do corpo a seta está indicando. O primeiro
desenho representa as partes do corpo de forma física (cabeça, braço, mão, etc) e o no
segundo desenho constam os órgãos vitais (cérebro, estômago, etc). Ao final elas poderão
pintar o desenho.
Dança Circular
Música: Alma (Zélia Duncan)
Coreografia: Adaptação de Shephard’s Dance
Posição: Em círculo e de mãos dadas
Passos: No oitavo tempo da música inicia-se a dança.
Passo 1: descolamento lateral para a direita em movimentos de abre a perna direita e fecha a
perna esquerda aproximando-se da direita. Assim segue o deslocamento lateral em
movimentos de abre a fecha com as pernas para a direita, totalizando oito passos/ marcações.
Passo 2 (estrela): Com a perna direita faz um movimento de tocar o chão com a ponta do pé
em quatro tempos (frente, lado, atrás e fecha ao lado da perna esquerda). Repete o movimento
com a perna esquerda tocando o chão com a ponta do pé em quatro tempos (frente, lado, atrás
e fecha ao lado da perna direita).
Os passos um e dois se repetem alternadamente até o fim da música.
54
Jogo de apresentação
Cada participante diz o seu nome e faz um gesto, todos os participantes repetem o nome e o
gesto de todos os participantes e não apenas do último que falou.
Depois, a partir dos gestos inventados o dinamizador cria uma história narrada em tempo real,
ficando no meio da roda e observando apenas o gesto de cada participante.
Dinâmica do Encontro
Música da dinâmica
(CD João Bello e Susi Monte Serrat)
Põe a mão na boca, na cabeça, na orelha, no dedão do pé
Dá uma voltinha, três pulinhos e ... (uma cosquinha no vizinho, um cafuné no vizinho, um
abraço no vizinho – o dinamizador pode criar a ordem que desejar).
* Durante a música os participantes tocam a parte do corpo citada e depois executa o
comando final do dinamizador.
Temas de Casa: Motricidade Fina
Ao longo das oficinas, foram entregues vários temas de casa em que as crianças deveriam
pintar com lápis de cor e/ou giz de cera desenhos que os mesmo gostavam.
Dinâmica da Teia
Ao final das oficinas, em círculo, foi realizada a dinâmica da teia, em que foi utilizado um
novelo de lã que passou por cada criança, formando uma “teia”. Cada aluno deveria dizer se
gostou ou não das atividades propostas, bem como qual das oficinas que mais gostou.