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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
FACULDADE INTEGRADA AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO FINANCEIRA PARA VIABILIDADE DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
AUTOR: LEONARDO FELIX DE LIMA ORIENTADORA: ANA CLAUDIA MORRISSY
RIO DE JANEIRO FEVEREIRO/ 2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
FACULDADE INTEGRADA AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO FINANCEIRA PARA VIABILIDADE DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
Esta publicação atende a complementação didático-pedagógica da disciplina de metodologia da pesquisa e a produção e desenvolvimento de monografia para os cursos de pós-graduação lato e stricto sensu.
RIO DE JANEIRO FEVEREIRO/ 2012
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por mais esta grande realização na minha vida, a minha irmã Fernanda que foi a minha grande incentivadora, a minha mãe Rosangela, a minha irmã Deise, a minha tia Eliane, ao meu irmão Nilton e a todos que de alguma forma contribuíram para este momento.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia primeiramente a “Deus” que me proporcionou a oportunidade de cursar esta pós- graduação e me deu forças para romper as barreiras e ultrapassar as dificuldades que vieram a ocorrer pelo caminho. Dedico esta monografia também a minha irmã “Fernanda do Espirito Santo Ribeiro (1973-2009)”, que foi a grande incentivadora e a pessoa responsável por eu ter cursado e conseqüentemente me formado nesta instituição de ensino. Minha irmã Fernanda; dedico esta monografia a sua memória, como eu queria que você estivesse presente aqui, agora e nesse momento, para ver esta grande realização na minha vida.
RESUMO
Esta pesquisa monográfica demonstra a importância da gestão financeira para viabilizar a abertura de um novo negócio, ou para assegurar a estabilidade financeira de uma pessoa, empresa e/ou organização. A importância está em, assegurar que a pessoa, empresa e/ou organização saiba de quanto dinheiro vai necessitar, como obter o dinheiro de que se necessita e como deve empregar esse dinheiro para alcançar os seus objetivos de forma honesta, ética, responsável e sustentável. Por isso resolvi ajudar a minha irmã Deise Maria que há mais de 16 anos trabalha como costureira e que não tem o mínimo conhecimento de administração básica, nem muito menos, de como gerir os seus recursos, sejam eles financeiros ou materiais, mas que mesmo assim de forma empírica consegue se sustentar do seu trabalho informal, na implementação de um plano de negócios, afim de, sair da informalidade e se tornar uma micro empresária. No capítulo 1 foi abordada a gestão financeira, através de seus objetivos, função, análise, atividades integradas e problemas causados pela falta de uma gestão financeira adequada. No capítulo 2 foi abordado a importância do gestor financeiro e seus desafios. No capítulo 3 foi abordado o plano de negócios para a criação da empresa Deise Confecções e Artes. Para tal a pesquisa utilizou como metodologia a pesquisa bibliográfica. Palavras chaves: A gestão financeira, a importância do gestor financeiro, o plano de negócios.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a realização desta monografia foi à
pesquisa bibliográfica, através da utilização de livros tais como:
● Administração financeira – de Stephen Ross;
● Finanças - de Bodie Ziv e Merton Robert;
● Gestão financeira das empresas: um modelo dinâmico - de Haroldo
Guimarães;
● Técnicas de análise financeira: um guia prático para medir o desempenho
dos negócios - de Erich Helfert;
● Uma introdução a ciência das finanças - de Aliomar Baleeiro;
● O gestor de resultados - de Ronald Carreteiro.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A GESTÃO FINANCEIRA 11
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DO GESTOR FINACEIRO 20
CAPÍTULO III
O PLANO DE NEGÓCIOS 31
CONCLUSÃO 52
BIBLIOGRAFIA 53
ANEXOS 54
ÍNDICE 67
ÍNDICE DE ANEXOS 69
ÍNDICE DE FIGURAS 70
8
INTRODUÇÃO
Hoje nos deparamos com um grande contingente de pessoas que
trabalham de forma informal no país, mas a grande maioria delas sente a
necessidade de legalizar o seu próprio negócio, mas não tem as oportunidades
necessárias e/ou o conhecimento necessário; seja este conhecimento
administrativo, seja financeiro para elaborar um plano de negócios, que possa
lhes auxiliar na prospecção de viabilidade de legalização do seu próprio
negócio.
Muitas dessas pessoas têm o conhecimento empírico das suas
próprias experiências de vida, mas só esse conhecimento não é necessário.
Pois será necessário adquirir, controlar e administrar recursos de formar
correta e com responsabilidade, além de, traçar metas, objetivos e decidir o
ramo de atuação e em que parte do mercado deseja atuar, o que chamamos
de segmentação.
Esta pesquisa mostrará qual a importância da gestão financeira para
viabilidade de um plano de negócios?
A razão mais importante para o estudo da gestão financeira, seja
para viabilizar a abertura de um novo negócio, ou para assegurar a estabilidade
financeira de uma pessoa, empresa e/ou organização, está em, assegurar que
a pessoa, empresa e/ou organização saiba de quanto dinheiro vai necessitar,
como obter o dinheiro de que se necessita e como deve empregar esse
dinheiro para alcançar os seus objetivos de forma honesta, ética, responsável e
sustentável.
Por isso resolvi ajudar a minha irmã Deise Maria que há mais de 16
anos trabalha como costureira e que não tem o mínimo conhecimento de
administração básica, nem muito menos, de como gerir os seus recursos,
sejam eles financeiros ou materiais, mas que mesmo assim de forma empírica
consegue se sustentar do seu trabalho informal, na implementação de um
plano de negócios, afim de, sair da informalidade e se tornar uma micro
empresária.
A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos
administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das
9
atividades financeiras que uma pessoa, empresa e/ou organização podem vir a
realizar. Uma boa gestão financeira é crucial para o futuro de qualquer negócio,
pois indica quanto dinheiro é necessário ter em mãos e quanto custará os
planos que tem para o futuro.
A gestão financeira está diretamente ligada a administração, pois
ambas envolvem planejamento (definição do que se quer alcançar através de
metas para atingir objetivos futuros e administrar recursos utilizando a própria
experiência e principalmente a inteligência), organização (estabelecimento de
mecanismos de integração e coordenação para o controle de recursos),
Direção/execução (Analise e realização das atividades planejadas em função
dos recursos e objetivos que foram disponibilizados ou organizados em um
planejamento) e controle (Analise e verificação dos recursos que foram
empregados e se o que foi planejado está sendo cumprido). Assim pode ser
constatado que a administração de recursos sejam eles: financeiros ou
materiais, são extremamente difíceis e para isso será necessário sempre uma
boa gestão financeira para o futuro de qualquer negócio.
A pesquisa tem como objetivo geral esclarecer o significado da
gestão financeira, através da compreensão do seu conceito, dos seus
objetivos, das suas atividades integradas e funções. Além de demonstrar a
importância de um gestar financeiro para viabilidade de um negócio.
Como objetivos específicos o trabalho se propôs a descrever os
problemas e os erros que a falta de uma gestão financeira adequada pode
causar em um negócio/empresa/organização, apresentar a importância do
gestor financeiro para aconselhamentos sobre viabilidade e rentabilidade de
um negócio, uma empresa e/ou organização e demonstrar a criação da
empresa Deise confecções e artes; apresentando o plano de negócios.
No capítulo 1 foi abordada a gestão financeira, através de seus
objetivos, função, análise, atividades integradas e problemas causados pela
falta de uma gestão financeira adequada.
No capítulo 2 foi abordado a importância do gestor financeiro e seus
desafios.
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No capítulo 3 foi abordado o plano de negócios para a criação da
empresa Deise Confecções e Artes. Para tal a pesquisa utilizou como
metodologia a pesquisa bibliográfica.
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CAPITULO I
A GESTÃO FINANCEIRA
A gestão financeira é uma das tradicionais áreas funcionais da
gestão de recursos, encontrada em qualquer organização/empresa e no qual
cabem as análises, decisões e atuações relacionadas com os meios
financeiros necessários, as atividades das organizações/empresas. Desta
forma a função financeira integra todas as tarefas e/ou atividades ligadas há
obtenção, utilização e controle de recursos financeiros, de forma a garantir por
um lado, a estabilidade das operações da organização e por outro a
rentabilidade.
A primeira decisão que uma firma precisa tomar é em que tipo de negócio deseja operar. Isso se denomina planejamento estratégico. Pelo fato de o planejamento estratégico envolver a avaliação de custos e benefícios ao longo do tempo, é em grande parte um processo de decisão financeira.1
A gestão financeira também pode ser claramente explicada como
um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem: o
planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. O
objetivo é projetar resultados financeiros para a entrada ou manutenção das
empresas e organizações no mercado. Além de melhorar os resultados
financeiros apresentados pelas empresas/organizações e aumentar o valor do
patrimônio por meio da geração de lucro líquido.
Pode-se dizer que a razão mais importante para o estudo da gestão
financeira em uma empresa/organização, está em assegurar que a
empresa/organização saiba de quanto dinheiro vai necessitar para iniciar as
suas atividades no mercado de negócios, como obter o dinheiro que necessita
e como deve empregar esse dinheiro para alcançar os seus objetivos de forma
ética, responsável e sustentável. É impossível uma organização sobreviver
sem uma gestão financeira apropriado.
1 BODIE, Zvi e MERTON, Robert C. Finanças; tradução de James Sudelland Cook. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. P. 29.
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A gestão financeira é uma tarefa que tem como responsabilidade a
analise do presente, do passado e do futuro das finanças das organizações.
Uma boa gestão financeira exige que seja mantido um registro de todo dinheiro
que a sua organização recebeu ou gastou, exige também, que o dinheiro
investido na posse ou na abertura da organização seja devidamente controlado
e não podemos deixar de ressaltar que a gestão financeira nos ajuda a tomar
decisões sobre o futuro da organização.
Uma gestão financeira eficiente ajuda a organização a se direcionar
e a se planejar para o futuro, pois é capaz de informar quanto dinheiro a
organização tem disponível, quanto dinheiro será necessário para realização
dos seus objetivos e metas e quanto custará os planos que a organização tem
para o futuro.
A gestão financeira tem na sua essência dois princípios que são de
extrema importância para quaisquer organização/empresa:
● Responsabilidade financeira - Integra e define veementemente que
os recursos financeiros devem ser geridos de forma responsável e sustentável,
a fim de, se manter o controle e a estabilidade das finanças da organização. As
organizações precisam de dinheiro para o alcance de seus objetivos, para a
sua sobrevivência no mundo globalizado e para se manter no mercado
consumidor cada dia mais exigente e competitivo.
As organizações devem se certificar, se o seu dinheiro está sendo
administrado sem riscos, ou seja, se o que se recebe e suficiente para cobrir os
gastos de forma a não prejudicar a existência futura da própria organização.
● Prestação de contas - Consiste em explicar de onde as
organizações/empresas recebem o seu dinheiro e como esse dinheiro é gasto.
Com a prestação de contas as organizações/empresas conseguem saber, o
que feito com o dinheiro e a esclarecer claramente as suas movimentações
financeiras às partes interessadas.
O aspecto fundamental que se deve ter em conta na avaliação da
situação financeira de uma organização/empresa; está em descobrir se os
objetivos pretendidos, as estratégias de marketing, os investimentos e se as
fontes de financiamentos estão dentro dos limites que podem ser controlados.
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Cada organização/empresa deve ter definida uma missão que as
posicionem na competitividade do mercado que pretendem entrar e/ou atuar. A
estratégia concentra-se precisamente sobre este posicionamento.
Através de uma boa avaliação financeira, a organização/empresa
poderá traçar objetivos e metas, com relação ao dinheiro que possui; controlar
o gasto do dinheiro e verificar como e onde esse dinheiro foi gastos; realizar
projeções financeiras, para verificar se precisará de mais dinheiro e como fará
para conseguir o dinheiro que precisará. Este processo integra três atividades
chamadas de controle, monitoramento e planejamento:
● Controle - A organização deve decidir quais as normas e
procedimentos que devem ser seguidos para assegurar que o dinheiro seja
gasto com prudência, segurança e responsabilidade. É importante decidir
também qual pessoa e/ou departamento será responsável por captar, gastar e
controlar os recursos financeiros da organização.
● Monitoramento - Esta atividade envolve o registro das informações
financeiras (estes registros podem ser feitos pelo gestor financeiro,
departamento financeiro da organização/empresa, dentre outros.); devem ser
preparadas demonstrações financeiras e as respectivas análises e
acompanhamentos destas demonstrações.
● Planejamento – Este processo ajuda na identificação dos objetivos
e metas da organização/empresa para o futuro. Haroldo Brasil2, explica que o
planejamento deve amarrar-se, em nível econômico e financeiro, ao
crescimento equilibrado da empresa a curto e longo prazo.
Através de um planejamento adequado é possível traçar objetivos e
metas a serem alcançados pela organização/empresa visando a sua
manutenção, continuidade e estabilidade no mercado, ramo e/ou atividade de
atuação.
2 BRASIL, Haroldo Vinagre e BRASIL, Haroldo Guimarães. Gestão financeira das empresas: Um modelo dinâmico. 4. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. P. 77.
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1.1. Objetivos da Gestão Financeira
A Gestão financeira tem como objetivo principal a estabilidade do
ciclo produtivo de organizações/empresas. Na análise da área financeira de
organizações/empresas, a base de trabalho é constituída pelos dados
fornecidos pelo departamento de contabilidade, decorrentes das necessidades
de informações dos gestores como ponto de partida e base da tomada das
principais decisões estratégicas das organizações/empresas.
As demonstrações financeiras procuram fornecer informações sobre
o patrimônio e riqueza das organizações/empresas sobre diferentes
perspectivas, como o balanço patrimonial (contas do ativo e do passivo) e a
DRE (demonstração do resultado do exercício).
Os grandes objetivos das ações e decisões da gestão financeira
podem ser sintetizados da seguinte forma: Assegurar a empresa uma estrutura
financeira adequada, manter a integridade do capital e promover o seu esforço,
permitir a constante solvibilidade (aptidão da organização/empresa em pagar
as suas contas), assegurar a rentabilidade dos capitais. Podem ser sintetizados
também os seguintes objetivos:
● Assegurar a organização/empresa uma estrutura financeira
equilibrada, evitando a ocorrência de riscos financeiros no curto, médio e longo
prazo. Este equilíbrio pode ser medido pela comparação entre as aplicações de
capital efetuadas e pelas fontes estes mesmos capitais.
● Assegurar a rentabilidade dos capitais investidos, sejam estes
capitais próprios ou de terceiros. Esta rentabilidade pode ser verificada
comparando o valor dos resultados obtidos com o valor do próprio capital
investido.
● Garantir a estabilidade das organizações/empresas, assegurando
a existência dos capitais financeiros necessários na atividade corrente das
mesmas ou na realização de investimentos em capital fixo. A gestão financeira
tem o objetivo de estabilizar o ciclo produtivo da organização/empresa e desta
forma é necessário o entendimento da função financeira que possibilita a
análise dos recursos e valores que a organização/empresa tem para serem
administrados.
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1.2. Função Financeira
A função financeira consiste na análise dos recursos e/ou valores
que a organização/empresa tem para ser administrado internamente e também
dos recursos externos que a organização/empresa tenha a receber. A
organização/empresa integra nas suas funções: a obtenção e/ou venda de
bens e prestação de serviços, a produção e/ou transformação de produtos para
o mercado consumidor e também a venda de produtos e/ou prestação de
serviços para agentes financeiros.
Para que organizações/empresas se mantenham em atividade, ou
seja, para que comprem, produzam, vendam ou troquem produtos e serviços,
será sempre necessário obter meios de se obter recursos financeiros. A função
financeira procura assegurar que a soma dos recursos obtidos pelas
empresas/organizações sejam os mais elevados possíveis.
As primeiras providências que as organizações/empresas devem
tomar em relação a suas finanças são: Organizar os registros e conferir se
todos os documentos estão sendo devidamente controlados; acompanhar as
contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamento e recebimentos;
controlar os movimento de caixa e os controles bancários; classificar custos e
despesas em fixos e variáveis, realizar previsões de vendas e fluxo de caixa;
acompanhar a evolução do seu próprio patrimônio, nas questões da
lucratividade e rentabilidade.
1.2.1. Atividades Integradas na Função Financeira
A função financeira consiste na análise e controle das atividades
financeiras da organização/empresa, visando à maximização dos resultados
econômicos e financeiros decorrentes de suas atividades operacionais. Aliomar
Baleeiro3, explica que a atividade financeira consiste em obter, criar, gerir e
despender o dinheiro indispensável que a organização/empresa precisa, no
3 BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 16°ed. Rev. e atualizada por Djalma de Campos. Rio de Janeiro: Forense, 2004. P. 4.
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intuito de satisfazer as suas necessidades e de se manter o perante no seu
ramo e/ou mercado de atuação. De forma geral podem ser integradas na
função financeira as seguintes atividades:
● A determinação das necessidades em se adquirir recursos
financeiros com o devido e adequado planejamento, a inventário dos recursos
disponíveis, a provisão dos recursos libertos e o cálculo das necessidades de
recursos externos.
● A obtenção de financiamento para financiar atividades correntes
ou investimentos de forma mais vantajosa tendo em conta os fins do
financiamento, os custos, os prazos, as condições contratuais, as condições
fiscais e os impactos nas condições financeiras da empresa. A esta atividade
pode ser dado o nome da análise das fontes de financiamento.
● A aplicação criteriosa dos recursos financeiros, de forma a se
obter uma estrutura financeira equilibrada e adequados níveis de eficiência e
rentabilidade. As principais variáveis que devem ser levadas em conta na
aplicação dos recursos financeiros devem ser o retorno potencial dessa
aplicação, o seu grau de liquides e o risco que lhe está associado.
● A análise econômica e financeira, incluindo a coleta de
informações e a obtenção de respostas seguras sobre a situação econômica e
financeira da organização/empresa.
● A análise da viabilidade econômica e financeira dos investimentos
de forma a dar suporte às decisões sobre a utilização destes investimentos e
das suas execuções.
Além das atividades descritas acima, podem ainda consideradas
como parte integrante da gestão financeira: as atividades de âmbito
administrativo, as atividades de contabilidade, dentre outras. As atividades
integradas à função financeira permitem realizar uma análise detalhada e
específica das necessidades da empresa, mas o mais aconselhável é também
realizar comparações dos resultados obtidos em anos anteriores com o atual e
realizar previsões futuras, para isso, será necessária sempre a realização de
uma análise financeira.
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1.3. Análise Financeira
A análise financeira permite que as organizações/empresas realizem
comparações dos valores e da situação atual das mesmas em relação a sua
situação futura, comparando através de porcentagens os resultados obtidos no
ano atual em comparação com ano anterior e/ou previsões com o próximo.
Durante um processo de análise, são usados demonstrativos financeiros, análises especiais, bancos de dados e outras fontes de informação, a fim de inferir julgamentos razoáveis sobre o passado, as condições atuais, as perspectivas de uma empresa e a eficiência de sua administração.4
Outra forma de se realizar comparações seria através dos rácios. Os
rácios permitem realizar comparações através da divisão de um número/valor
por outro. As interpretações dos resultados são de suma importância para as
organizações/empresas, pois permite realizar uma análise específica dos
resultados que as organizações/empresas pretendem alcançar no futuro. As
principais funções da análise financeira são:
● Análise e planejamento financeiro - Analisar os resultados
financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias.
● Caixa - Efetuar os recebimentos e pagamentos controlando o
saldo de caixa.
● Captação, aplicação e boa utilização dos recursos financeiros -
Analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem
como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis.
● Contabilidade - Registrar as informações realizadas pela empresa
e emitir os relatórios.
● Contas a pagar - Controlara as contas a pagar relativas às
compras a prazos, impostos, despesas operacionais, etc.
● Contas a receber - Controlar as contas a receber relativas vendas
a prazo.
4 HELFERT, Erich A. Técnicas de análise financeira: Um guia prático pra medir desempenho dos negócios. Tradução: André Castro. 9. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. P. 39.
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● Crédito e cobrança - Analisar a concessão dos créditos aos
clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos.
A análise financeira também é extremamente importante na
avaliação de problemas que possam vir a acontecer, por falta de uma gestão
financeira adequada e responsável na organização/empresa.
1.4. Problemas Causados Pela Falta de uma Gestão
Financeira Adequada.
A inexistência de uma gestão financeira adequada nas
organizações/empresas provoca uma série de problemas de análise,
planejamento e controle financeiro das suas atividades operacionais, dentre as
quais podemos citar:
● Não ter as informações corretas sobre o saldo de caixa, sobre o
valor dos estoques das mercadorias, sobre os valores das contas a receber e
das contas a pagar, sobre os volumes das despesas fixas e variáveis, etc. Isso
ocorre por que as organizações/empresas não fazem os registros adequados e
precisos das transações/operações financeiras realizadas.
● Não saber se a organização/empresa está tendo lucro ou prejuízo
em relação as suas atividades operacionais, por que não foi elaborada
demonstração do resultado do exercício.
● Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos,
porque não conhecem os seus custos e despesas.
● Não conhecer corretamente o volume e a origem dos
recebimentos e o volume e o destino dos pagamentos, por que não elaboram o
fluxo de caixa.
● Não saber o valor patrimonial da organização/empresa, por que
não elaboram o balanço patrimonial.
● Não conhecer corretamente os custos das mercadorias vendidas,
porque não realizam um registro adequado dos estoques das mercadorias.
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● Não saber corretamente os valores das despesas fixas e variáveis,
devido a não realizar a separação das despesas pessoas em ralação as
despesas da organização/empresa.
● Não saber administrar corretamente o capital de giro da
organização/empresa, porque não conhecem o ciclo financeiro de suas
operações.
● Não realizar a análise e o planejamento financeiro da
organização/empresa, devido à falta de um sistema de informações gerenciais
(fluxo de caixa, demonstração do resultado do exercício e balanço patrimonial).
Muitas organizações/empresas do setor têxtil e do ramo de
confecções começam com pessoas que trabalham ou trabalharam em outras
empresas da área, ou que tenham habilidades e conhecimentos do setor de
produção; isso acontece também em outros setores da economia.
Poucas pessoas têm experiência em gestão financeira e isso
interfere nos resultados do negócio. Muitas vezes, as atividades são iniciadas
com pequena dimensão e conforme os negócios se desenvolvem, a gestão
financeira não acompanha o crescimento da organização/empresa, porque os
gestores da organização/empresa não têm conhecimento sobre esta área de
gestão e se envolvem excessivamente com a produção, por isso, que o
conhecimento sobre a gestão financeira e/ou aconselhamentos financeiros de
um gestor; será importante para sobrevivência da organização/empresa em
seu ramo/área de atuação.
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CAPITULO II
A IMPORTÂNCIA DO GESTOR FINANCEIRO
A gestão financeira de uma organização/empresa deve ser a mais
correta, transparente e rentável possível e para que isso aconteça será sempre
necessário levar em conta aconselhamentos de um gestor financeiro.
O objetivo do gestor financeiro é aumentar o valor do patrimônio
liquido da organização/empresa, por meio da geração de lucro líquido,
decorrente das atividades operacionais da organização/empresa. Para realizar
esta tarefa, o gestor financeiro precisa ter um sistema de informações
gerenciais que lhe permita conhecer o sistema financeiro da
organização/empresa e tomar as decisões mais adequadas, maximizando os
seus resultados.
O gestor financeiro tem a importância inestimável para a
organização/empresa, além do papel de pagador e recebedor, ele se ocupa da
gestão dos processos econômicos financeiros, interpretando dados contábeis,
utilizando ferramentas financeiras cabíveis, auxiliando na tomada de decisões,
proporcionando assim, geração de caixa e lucro para organização/empresa.
As escolhas que a empresa faz em todas as áreas de decisões financeiras – investimentos, financiamentos e administração do capital de giro – dependem da sua tecnologia, da regulamentação governamental e do ambiente tributário e competitivo específico em que opera. As políticas de escolha também são altamente interdependentes.5
Além de dados contábeis, outros fatores críticos influenciam o gestor
financeiro na tomada de decisões como: políticas econômicas governamentais,
inflação, câmbio, taxas de juros e mudança constante da legislação tributária,
fatores esses, que interferem nos resultados financeiros das
organizações/empresas, tanto no curto quanto no longo prazo.
5 BODIE, Zvi e MERTON, Robert C. Finanças; tradução de James Sudelland Cook. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. P. 30.
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Possuir uma visão global da organização/empresa é de suma
importância, devido às constantes mudanças no mundo globalizado, pois o
ambiente interno (atividades, processos, pessoas e outros), interage de
maneira muito ativa com o ambiente externo, que envolve (recursos
financeiros, recursos humanos, entre outros), gerando produtos e ou serviços
para seu mercado destino. Segundo Ross6, a análise financeira de uma
organização/empresa consiste na extração de informações consistentes,
precisas e atuais do negócio e/ou ramo de atividade em relação aos ambientes
internos e externos, ao mercado e a economia do país.
Quando se efetua a análise econômico/financeira em uma empresa,
o gestor, tem como objetivo primordial, extrair informações das demonstrações
contábeis, interpretá-las e gerar dados confiáveis para o processo de tomada
de decisão dos usuários internos, avaliando os pontos fortes e fracos,
englobando ainda conhecimentos da concorrência e do mercado em si. De
acordo com Haroldo Brasil7, uma organização/empresa considerada uma
instituição socioeconômica, pode ser avaliada de forma mais objetiva pela via
econômico-financeira, porque isso envolve os pontos passíveis de serem
quantificados e permite a realização da análise de viabilidade da
organização/empresa em relação aos fatores econômicos e financeiros do
mercado.
Toda organização/empresa, não importa seu porte, ramo de
atividade e/ou tamanho. Realizando corretas interpretações de seus dados
contábeis, tributários e analisando mesmo que superficialmente as variáveis
econômicas do país podem gerar caixa e lucro para a completa continuidade
de suas operações, visando assim, um constante crescimento.
O gestor financeiro precisa conhecer as principais características
financeiras dos participantes do mercado no qual a organização/empresa atua,
envolvendo clientes, fornecedores e concorrentes. Como:
6 ROSS, Stephen A. et all. Administração financeira; tradução Antonio Zorato Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995. P 54. 7 BRASIL, Haroldo Vinagre e BRASIL, Haroldo Guimarães. Gestão financeira das empresas: Um modelo dinâmico. 4. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. P 83.
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● Cliente - Definir a quantidade de clientes/consumidores que a
organização/empresa pretende atingir por região e geral; prospectar o volume
médio de vendas por cliente, em relação a tipo de produto e geral.
● Fornecedores - Definir a quantidade de fornecedores por tipo de
produto, o volume médio de compras por fornecedores e o prazo médio de
pagamento das compras.
● Concorrentes - Verificar a quantidade de concorrentes por região e
por tipo de produto; o preço médio por tipo de produto; o prazo médio e a forma
de pagamento das vendas.
O gestor financeiro tem a responsabilidade de definir as decisões
financeiras da empresa. A função financeira, contrariamente a outras funções
da organização/empresa, implica na previsão de acontecimentos futuros, visto
que as decisões financeiras dizem respeito ao futuro.
Este fato torna imprescindível a integração das dimensões tempo e
risco na função financeira e são normalmente classificadas em função da
duração da operação.
O gesto financeiro em curto prazo tem como função a gestão de
tesouraria da empresa. Esta consiste no processo de regulação dos
pagamentos e recebimentos da empresa de forma a fazer face, sem falhas, às
responsabilidades que assumiu e obter os meios financeiros adicionais nos
casos em que há déficit de tesouraria, ao menor custo possível, ou de aplicar
os excedentes criados para obter a melhor remuneração possível.
As decisões financeiras em curto prazo são dependentes das
decisões de longo prazo, onde se procura ajustar ao menor custo, todas as
aplicações e recursos da empresa, através de ações sobre os ativos
financeiros e sobre os débitos em curto prazo. As principais decisões são:
● Decisões de investimento, ou seja, decisões relativas à aquisição
de ativos corpóreos (edifícios, equipamentos), ativos incorpóreos (alvarás,
licenças) e ativos financeiros (ações, títulos);
● Decisões de financiamento, ou seja, decisões relativas ao
financiamento de ativos e de ações de investimentos.
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As decisões de investimento e financiamento estão intimamente
ligadas e por esse motivo, o gestor financeiro deve considerá-las sempre em
simultâneo.
Em médio e longo prazo, o gestor financeiro é responsável por
definir e implementar a estratégia de financiamento da empresa visando
precaver a sua estabilidade e ao mesmo tempo maximizar os resultados
líquidos da empresa, em uma constante relação entre o risco e o retorno da
operação.
2.1. Desafios de Um Gestor Financeiro
O gestor financeiro tem como desafio, o alcance da estabilidade
econômica e financeira da organização/empresa e para realizar o alcance
deste objetivo, não bastam apenas os seus conhecimentos de finanças,
contabilidade, matemática financeira, etc. O gestor também deve ter o mínimo
de conhecimento que seja sobre outras áreas, como: administração, economia,
tributária (impostos e taxas), recursos humanos/relações humanas, dentre
outras.
O gestor financeiro deve ter uma visão atual e detalhada da
organização/empresa, para que passa ter um parâmetro dos setores que a
organização/empresa comporta; a interatividade entre os mesmos, e criar
controles internos efetivos, eficientes e eficazes, no intuito de se antecipar a
futuros problemas que possam vir a acontecer.
A característica de resolver problemas inicia-se na definição do que é um problema, aqui conceituado como sendo algo que surge quando o que se deseja não é o que se tem ou o que se planejou. Pelo reconhecimento da discrepância entre situação atual e a situação desejada, aplicam-se meios e conhecimentos para neutralizá-la.8
Nesta profissão de gestão financeira, o gestor nunca deve agir como
um bombeiro, ou seja, resolvendo os problemas depois que eles surgem, deve-
se criar controles internos, afim de, se antecipar aos problemas antes que eles
8 CARRETEIRO, Ronald. O gestor de resultados. Rio de Janeiro: Impetus, 2003. P 67.
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surjam e/ou quando estes problemas surgirem; não se tornem tão complexos, a
ponto de não poderem ser resolvidos em um curto espaço de tempo.
Entre as várias atividades exercidas pelo gestor financeiro,
destacam-se: a gestão de tributos, a formação do preço de venda, o controle
das contas a pagar e a receber, a administração do fluxo de caixa, a análise
das demonstrações financeiras, o gerenciamento de pessoas e várias outras
atividades que também são importantes e que não foram citadas.
2.1.1. Gestão de Tributos
O gestor financeiro deve ter conhecimento sobre as legislações dos
tributos que incidem sobre as operações da organização/empresa. O estudo da
gestão de tributos propicia ao gestor financeiro realizar determinadas
operações licitas de forma menos onerosa possível para empresa. Um bom
exemplo seria uma empresa que passasse a utilizar para embalar os seus
produtos, sacolas/embalagens feitas com TNT (tecido não tecido), que não
agride ao meio ambiente, ao invés de plástico que demora mais de 100 anos
para se deteriorar em contato com o solo.
Esta simples troca de embalagens poderia acarretar em uma
significativa redução da carga tributária da organização/empresa, podendo a
até gerar incentivos fiscais para a mesma em seu Município e/ou Estado de
atuação. Este estudo sobre a troca de embalagens caberia ao setor financeiro
da empresa, de forma a calcular inclusive o custo e o retorno do investimento.
Outro desafio seria o de decidir qual a melhor forma de tributação
para organização/empresa, ou seja:
● Lucro Real - De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o
lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal.
Essa opção deve ser adotada quando o Lucro efetivo (Receitas
menos Despesas efetivamente comprovadas) é inferior a 32% do Faturamento
do período e pode ser apurado trimestral ou anualmente. As alíquotas dos
tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:
25
- IRPJ: 15% para Lucro até R$ 20.000,00/mês;
- IRPJ: 25% para Lucro acima de R$ 20.000,00/mês;
- CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado.
Em resumo, no Lucro Real os dois tributos variam de 24% (9% +
15%) a 34% (9% + 25%), aplicados sobre o Lucro e não sobre o faturamento.
● Lucro presumido - As alíquotas dos tributos são aplicadas sobre
um lucro que se presume, que constitui a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Para as empresas de prestação de serviços, de modo geral, a base de cálculo
do Lucro Presumido é de 32% do faturamento mensal. Essas alíquotas são:
- IRPJ: 15% para faturamento trimestral até R$ 187.500,00;
- IRPJ: 25% sobre a parcela do faturamento trimestral superior a R$
187.500,00;
- CSLL: 9% sobre qualquer valor de faturamento.
Tais alíquotas são aplicáveis sobre a base de cálculo presumida de
32%. Portanto, 15% X 32% é igual a 4,8% do Faturamento mensal e 25% X
32% é igual a 8% do valor acima de R$ 187.500,00.
● Simples Nacional - O Simples Nacional é um regime tributário
diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de
14.12.2006, aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a
partir de 01.07.2007.
No caso das microempresas - ME, o empresário, a pessoa jurídica,
ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou
inferior a R$240.000,00 anuais, o que corresponde a uma receita bruta que não
pode ultrapassar R$20.000 ao mês. Já no caso das Empresas de Pequeno
Porte - EPP, em cada ano-calendário a receita bruta pode ser superior a
R$240.000,00 ao mês e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 anuais.
O Simples Nacional foi criado com o objetivo de unificar a
arrecadação dos tributos e contribuições devidos pelas micro e pequenas
26
empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, estaduais e
municipais. O Simples consiste, basicamente, em permitir que as empresas
optantes recolham os tributos e contribuições devidos, calculados sobre a
receita bruta, mediante a aplicação de alíquota única, em um único documento
de arrecadação, chamado DAS-SIMPLES (Documento de Arrecadação do
Simples nacional).
A data de vencimento do DAS é o dia 20 de cada mês. O DAS é
impresso, necessariamente, com código de barras e pode ser pago em
qualquer canal financeiro (banco). Os documentos cuja "data de validade"
estiverem ultrapassados, não podem ser acatados pelo Banco. É vedada a
emissão de DAS com valor total inferior a R$ 10,00 (dez reais).
Para a formalização e para a primeira declaração anual existe uma
rede de empresas de contabilidade que são optantes do Simples Nacional que
realizam essa tarefa e serviços contábeis sem cobrar nada no primeiro ano.
Você pagará imposto “zero” para o Governo Federal. E apenas valores
simbólicos para o município (R$ 5,00 de ISS) e para o estado (R$ 1,00 de
ICMS). Já o INSS será reduzido A 5% do salário mínimo (R$ 27,25). Com isso,
o Empreendedor Individual terá direitos aos benefícios previdenciários.
O regime especial de arrecadação não é um tributo ou um sistema
tributário, mas uma forma de arrecadação unificada dos seguintes tributos e
contribuições:
- Tributos da Competência Federal
- Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;
- Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
COFINS;
- Contribuição para o PIS;
- Contribuição para a Seguridade Social - INSS, a cargo da pessoa
jurídica (empresas com certas atividades devem recolher a contribuição em
separado).
27
- Tributo da Competência Estadual
- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação – ICMS
- Tributo da Competência Municipal
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.
A empresa optante pelo Simples Nacional deve recolher o imposto
conforme a Receita Bruta, variando as alíquotas de acordo com a atividade
desempenhada, como por exemplo:
- Comércio: de 4% à 11,61%
- Indústria: de 4,5% à 12,11%
- Serviços: de 4,5% à 17,42%
2.1.2. A Formação do Preço de venda
Saber precificar corretamente é transferir toda a estrutura
operacional da empresa, toda carga tributária e mais a margem de lucro
desejada para o preço de venda do produto e/ou serviço. Às vezes acontece da
organização/empresa vender um determinado produto pelo preço de mercado
e este produto gera prejuízo porque a mesma tem uma estrutura operacional
muito pesada e caso a repassasse, o preço ficaria bem acima ao do mercado.
Caso não se tenha conhecimento da correta precificação, a
organização/empresa ficará operando no prejuízo. Se for uma política
desenvolvida pelo gesto/departamento financeiro da organização/empresa,
com o objetivo de atrair clientes, sabendo o quanto está se deixando de ganhar
num produto para ganhar em outros, tudo bem, mas se a política de
precificação não for desenvolvida pelo gestor/departamento financeiro o
resultado será desastroso. O que se percebe muito no mercado varejista é que
a precificação é feita da seguinte forma; dobra-se o preço de custo da nota
fiscal para obter-se o preço de venda; uma política suicida.
A política de descontos e promoções, também deve passar pela
analise do gestor financeiro, para que se saiba até quanto à
28
organização/empresa poderá chegar em termos de % de descontos e
promoções. É muito comum entrarmos em lojas e sermos atendidos pelo
vendedor que traz consigo uma calculadora que tem atrás uma tabela de
descontos que ele poderá barganhar com o cliente para não perdê-lo. Esta
tabela quem desenvolveu foi o financeiro.
2.1.3. O Controle das Contas a Pagar
O controle das contas a receber merece a total atenção do gestor
financeiro, pois se trata de uma programação de pagamentos, cujos, foram
negociados com fornecedores, bancos e outros credores, e que devem ser
honrados conforme o prazo estipulado. Caso o setor financeiro da
organização/empresa falte com o compromisso, à credibilidade da
organização/empresa ficará em cheque.
Outro detalhe muito importante é que o gestor financeiro deverá
calcular o ciclo operacional da empresa, através do prazo médio de
pagamentos a fornecedores e compará-lo com o prazo médio de recebimento
de duplicatas que é o concedido aos clientes nas vendas a prazo mais o giro
do estoque. O ciclo operacional mostrará se a organização/empresa está
ganhando ou perdendo nos prazos.
2.1.4. O Controle das Contas a receber
O controle das contas a receber é a verdadeira fonte de estabilidade
e/ou de declínio do departamento financeiro da organização/empresa, porque
as finanças da empresa são movidas pelas vendas e estas se traduzem em
vendas à vista e a prazo.
Vivemos em um mercado alucinado que busca cada vez mais a
competitividade. De um lado os concorrentes e do outro os clientes. Na briga
pelos clientes os concorrentes fazem de tudo para conquistá-los e o Financeiro
deve estar preparado para entrar nesta briga com promoções, descontos,
concessão de crédito, prazos elásticos, juros menores, brindes etc.
29
O grande problema das concessões de crédito e de parcelamentos
é geralmente o alto nível de inadimplência no pagamento pelos clientes e da
dificuldade de recebimento das organizações/empresas.
2.1.5. A Administração do Fluxo de Caixa
A correta administração do fluxo de caixa por parte do gestor
financeiro se traduzirá num controle altamente eficiente para se administrar as
entradas e saídas de recursos. Através deste mecanismo o gestor financeiro
poderá visualizar, por datas, todas as entradas projetadas bem com as saídas
de recursos da empresa.
Esta visualização mostrará quando a empresa ficará com o saldo
negativo e com isso, o gestor financeiro poderá se antecipar e tomar as
medidas cabíveis para que naquela data o saldo esteja positivo. Dentre as
medidas que podem ser tomadas destacam-se: a venda de um imobilizado,
injeção de capital próprio, prorrogação do prazo de pagamento de
fornecedores, promoções que visem arrecadação de recursos ou empréstimos
bancários, dentre outras.
2.1.6. A Análise das Demonstrações Financeiras
A análise das demonstrações financeiras é uma tarefa fundamental
do gestor financeiro. Através desta análise que é feita em cima de índices de
solvência, endividamento, rentabilidade e lucratividade, este profissional
interpreta os resultados obtidos pela organização/empresa.
Neste momento ele diz onde foi que esteve mal ou bem, onde deve
melhorar, diz se o esforço que a empresa fez operacionalmente teve o retorno
esperado, etc. Sem dúvida a análise das demonstrações financeiras dará uma
visão ampla da saúde financeira do empreendimento podendo, inclusive, os
resultados obtidos serem comparados aos resultados de mercado.
30
2.1.7. O Gerenciamento de Pessoas
É através do gerenciamento de pessoas que o departamento
financeiro consegue atingir suas metas e objetivos. Gerenciar pessoas é uma
arte e somente o líder a detém. Líder é aquele que administra pessoas e
chama para si a responsabilidade, conseguindo atingir os objetivos traçados,
mesmo sob condições adversas. A liderança não é para qualquer um, e para
se ser um líder tem que se ter talento. Este é um dos mais difíceis desafios do
gestor financeiro como também de qualquer outro profissional que administre
pessoas. Outro desafio do gestor financeiro e a elaboração e montagem de um
plano de negócios de forma a alcançar as expectativas do seu cliente e a sua
satisfação.
31
CAPITULO III
O PLANO DE NEGÓCIOS
Com o intuito de oferecer matéria-prima de qualidade a preço baixo
para aplicações no ramo de confecções, a indústria desenvolveu o que se
chama de Tecido Não Tecido (TNT). Este material tem as mesmas
características dos tecidos trançados que são vendidos para as empresas de
confecção, mas com a diferença de que estes são obtidos através de uma liga
de fibras de um polímero chamado polipropileno (PP), dispostas aleatoriamente
e coladas por calor ou pressão.
A mudança nos processos produtivos e linhas ecológicas garantem
vantagem competitiva no mercado. A preocupação com o meio ambiente e o
destino dos produtos, além dos materiais que os compõem criou uma
conscientização ambiental que fez os consumidores exigirem produtos que não
agridem o meio ambiente.
Existem vários materiais com esse propósito, entre eles o Tecido
Não Tecido (TNT). A lista de produtos que podem ser feitos com TNT
ultrapassa os 400 itens e não pára de crescer. Parece tecido, mas não é. Misto
de papel e pano, o material permite fabricar uma gama enorme de produtos.
Entre os mais fabricados estão bolsas e sacolas.
Em função de ser um material barato e apropriado para uso na área
de saúde, cada vez mais negócios e aplicações vêm sendo criados. Os setores
de embalagem e médico hospitalares são os maiores compradores de produtos
a base de TNT.
Segundo a ABINT (Associação das Indústrias de Não Tecido) afirma
que nos últimos anos o setor vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano. E só
no mercado sul-americano são vendidas cerca de 200 mil toneladas/ ano de
TNT.
Outro motivo para essa maior procura por esses produtos é uma lei
criada pelo Estado do Rio de Janeiro, a qual responsabiliza os
estabelecimentos que ofereçam sacolas plásticas pelo seu recolhimento e
destino. Esse custo é repassado diretamente para o consumidor.
32
Vários estabelecimentos, na maioria do varejo, procurando
alternativas, passaram a vender por um preço baixo, sacolas feitas de tecidos
(entre eles o TNT) para que o consumidor as utilize em detrimento das feitas
com material plástico.
Como se trata de um setor em franco crescimento, no qual o Brasil
ainda é considerado emergente por especialistas da área, quem abrir uma
confecção pode fabricar inicialmente um ou dois produtos e depois ampliar o
leque, conforme as necessidades detectadas a partir do relacionamento com o
cliente.
Devido a essas razões encontrou-se a oportunidade para a abertura
de uma empresa voltada à confecção de produtos cuja matéria-prima seja o
TNT.
Com essa proposta, inicialmente a DEISE CONFECÇÕES & ARTES
produziria sacolas, bolsas e embalagens confeccionadas em TNT. Esses
produtos seriam padronizados ou personalizados conforme solicitação dos
clientes.
3.1. Sobre a Deise Confecções e Artes
A proprietária da DEISE CONFECÇÕES & ARTES é Deise Maria do
Espirito Santo Ribeiro, 33 anos, costureira com mais de 16 anos de
experiência, trabalhando com produção de roupas em geral por conta própria.
Com visão de futuro, iniciou há cerca de 2 anos o trabalho com o
TNT quando o mesmo ainda não era popularizado, o mercado considerado
muito pequeno e essa atividade não ser atraente. Faltavam para Deise
oportunidades para a regularização de seu negócio, por na época, não existir
as facilidades atuais para a abertura de uma empresa, muito menos a
assessoria específica para tal.
Motivada pelo sonho de regularizar o seu negócio e observando a
excelente oportunidade de investimento, Deise se propõe agora a regularizar
definitivamente sua situação como microempresária individual e abrir sua
empresa de artes e confecções. Desta forma, por meio do CNPJ, ela poderá
emitir nota fiscal, comprar insumos em grandes quantidades, aumentar suas
33
vendas, obter financiamento para pessoa jurídica, deduzir o imposto de renda e
sair da informalidade.
3.2. Plano Jurídico de Abertura da Empresa
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES utilizou como plano de abertura
o programa do portal do empreendedor na forma de empresária individual
microemprendedora.
Existem três tipos de organização para uma empresa: firma individual, sociedade por cotas (limitada) e sociedades anônimas. A firma individual é uma organização de propriedade de um só individuo ou família, na qual o ativo e o passivo da firma são o ativo e o passivo pessoal do proprietário. O proprietário individual tem responsabilidade ilimitada para com o passivo e outros débitos da firma. Isso significa que, se a firma não puder honrar os seus débitos, os bens do proprietário podem ser arrastados para satisfazer às exigências dos credores.9
Para realização da aberturada empresa foram necessários o
estabelecimento dos seguintes critérios:
● Que a solicitante (Deise) optou pelo regime de ser empresária
individual micro-empreendedora, optante do sistema SIMPLES;
● Foi feita consulta prévia do local junto á subprefeitura de seu
município ou através do site da própria prefeitura (www.rio.rj.gov.br), onde
funcionaria a confecção, para obtenção de registro.
● Após aprovação de subprefeitura, obteve-se o número de registro
e cadastro no portal de empreendedor (www.portaldoempreendedor.com.br)
para solicitação do seu CNPJ- Prazo máximo de 30 dias.
● Com a criação do CNPJ e obtenção do Alvará definitivo de
funcionamento, pode-se realizar o início das atividades da confecção.
9 BODIE, Zvi e MERTON, Robert C. Finanças; tradução de James Sudelland Cook. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. P.30.
34
3.3. Missão
“A DEISE CONFECÇÕES & ARTES tem como missão a qualidade
de seus produtos investindo nos processos industriais e comerciais, propondo-
se essencialmente à satisfação de seus clientes”.
3.4. Visão
“Conseguir se estabilizar no segmento de vendas e confecções de
produtos produzidos com TNT em 4 anos”.
3.5. Principais Diferenciais Competitivos
Os empresários devem ter em mente que fatores como qualidade
(item obrigatório), prazo e preços são condições mínimas para que uma
empresa permaneça no mercado. O diferencial a ser oferecido é fator
determinante na preferência do cliente o qual agrega valor ao negócio,
chegando ao ponto do consumidor estar disposto a pagar mais caro pelo
produto, em relação a outras marcas. Outro fator que representa grande
diferencial consiste da oferta de produtos customizados, desenvolvidos
especialmente de acordo com o gosto do cliente.
Os principais diferenciais competitivos da empresa DEISE
CONFECÇÕES & ARTES são:
• Agregar valor
• Entrega
• Mix de produtos
• Customização
35
3.6. Localização
A localização escolhida inicialmente pela proprietária Deise Maria do
Espirito Santo Ribeiro foi o bairro de Jardim Leal, baixada fluminense de Duque
de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, que apresenta uma série de vantagens
e uma desvantagem.
Em relação às vantagens podemos destacar alguns pontos, por
exemplo: a proximidade dos mercados consumidores, fornecedores e de
matéria prima; malha viária de fácil acesso; local com rede de abastecimento
de água, energia elétrica e comunicação.
A desvantagem está na pequena capacidade de armazenamento de
mercadorias devido o tamanho do local escolhido.
3.7. O Plano Operacional
3.7.1. A Principal Matéria-Prima
Mais conhecido como TNT, "tecido não tecido” é um material
confeccionado em tecido a base de prolipopileno e viscose que apresentam
entre suas principais características o fato de serem atóxicas e
semipermeáveis, impedindo a passagem de partículas ou gotas de fluidos
contaminados, obedecendo assim os rígidos padrões de qualidade.
O TNT é um produto constituído com polímero 100% em
polipropileno que permite fácil transformação no processo de fabricação
(Spunbond) com filamentos contínuos termossoldados. Em outras palavras é
um tecido produzido em processo semelhante ao de fazer papel. Fibras de
polímero são prensadas na temperatura certa se fundindo e dando origem ao
tecido fibroso. Também podem ser feitos com ligas de outros tecidos.
O TNT é um produto biodegradável e aprovado pelos órgãos que
regem e ditam a proteção da ecologia mundial.
Comparada à roupa convencional de tecido de algodão, o TNT é
muitíssimo mais leve, e seu contato com a pele é suave e não irritante. Seu
36
tratamento antiestático impede a atração à pele, não retém o calor do corpo,
tornando o uso agradável.
Por ser descartável, suas maiores aplicações atualmente estão em
hospitais, como toucas, jalecos, máscaras, forros de colchão, lençóis, onde a
aplicações de produtos não descartáveis reteriam bactérias. Sendo
descartável, é um material mais barato, reduzindo bastante o custo das
empresas que o utilizam.
Pode ser utilizado para proteger sua mercadoria, como por exemplo,
embalagem para bolsas de couro, evitando arranhões no transporte da
mercadoria.
O TNT pode ser encontrado nas mais variadas espessuras,
tamanhos e cores. Com gramaturas que variam de 16 a 100 g/m2, além de
apresentar 23 cores diferentes, para produção de:
• Fabricação de sacos e sacolas;
• Decoração de espaços, eventos e lojas;
• Material promocional para campanha política, jalecos,
bandeiras, faixas;
• Forro em geral: como bolsas e malas, calçados, moveis
estofados, studio fotográfico, vitrines de lojas, protetor para elevadores,
capas de banco de veículos;
• Viés em TNT, e cós para bermudas;
• Toalhas de mesa, decoração de festas;
• Fabricação de aventais, lençóis, toucas, e demais
acessórios para clinicas, hospitais e salões de beleza.
Pelos produtos que serão fabricados pela DEISE CONFECÇÕES &
ARTES serão necessários colas especiais, linhas, elásticos e bainhas.
As principais aplicações do TNT encontram-se descritos no quadro a
seguir:
37
PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO TNT
Higiene Pessoal Fraldas descartáveis; Absorventes, Protetor de fraldas de pano.
Medicina Toucas; Máscaras; Bandagens; Roupas hospitalares; Faixa para depilação.
Vestuário e Calçados Roupas de proteção; Aventais; Entretelas; Bonés; Jaquetas; Reforço para calçados.
Aplicações Domésticas
Artigos de cama e mesa; Conjunto para banheiro; Jogo Americano; Capa para sofá; Capas para travesseiros; etc.
Estofaria Revestimento e forração de estofados; Cadeiras e poltronas de escritórios; Capas para estofamento de carros.
Indústria Automobilística
Revestimento interno de tetos; Protetores Solares (quebra-sol); Capa para carro.
Agricultura e Horticultura Esteiras capilares; Proteção de estufas; Plantações e mudas.
Embalagens e Substâncias de Proteção
Embalagens para presentes; Sacos; Bolsas para viagem; Forração de bolsas; Sacolas; Pastas; Capas para máquinas; Fax e computadores; Invólucros para sabonetes e calçados; Protetores de roupas.
Diversos Telas para artistas; Artigos de propaganda; Faixas; Painéis e bandeiras; Barracas; Porta CD; Saches; Decoração de salão de festas.
Quadro 1. Principais Aplicações do TNT, adaptação (Fonte: ABINT, 2012)
3.7.2. Principais Produtos Produzidos
As bolsas e sacolas serão nossos principais produtos
confeccionados em diversos modelos e gramaturas. Personalizamos o produto
final de acordo com interesses do cliente.
Desenvolvemos e aplicamos logomarcas em silk screen em
diversas cores. Nossas sacolas em TNT podem ter acabamento em nylon, fitas
de cetim ou do próprio tecido.
Com o tempo investiremos em telas para artistas; artigos de
propaganda; faixas; painéis e bandeiras; barracas; porta cd; saches; e
decoração de salão de festas.
3.7.3. Principais Elementos Envolvidos na produção
O relacionamento com os fornecedores se baseará na adoção do
sistema Just-in-Time para a produção destinada ao atacado e ao varejo.
38
Mudanças nos procedimentos de entrega, como maior proximidade, são muitas
vezes necessárias para que o fornecedor seja perfeitamente integrado ao
sistema JIT. Dos fornecedores também se requer que entreguem itens de
qualidade perfeita. É uma mudança radical na maneira como usualmente
vemos os fornecedores. Eles são nossos parceiros e não adversários.
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES aplicará o sistema JIT na
compra dos insumos (TNT e aviamento) e na produção por encomenda.
Tentaremos a aplicação de aproximação de um estoque zero e a máxima
integração com nossos fornecedores.
Os equipamentos essenciais para a instalação de uma fábrica de
produtos em TNT são os seguintes:
• Prensa semi-automática ou manual;
• Cortadeira;
• Máquina de costura overloque;
• Máquina de costura reta;
• Mesas e equipamentos de apoio;
• Prateleiras para estoques.
Para as mesas, prateleiras e equipamentos serão gastos R$
1600.00.
3.7.4. As Máquinas e Insumos
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES já possui todas as máquinas
necessárias à costura dos produtos. Desta forma não serão compradas, por
enquanto, qualquer outra máquina de costura ou corte. Abaixo se encontra
uma tabela com o quantitativo das máquinas na empresa.
MÁQUINAS
TIPO MARCA POTÊNCIA QUANTIDADE UNITÁRIA
Reta Columbia 450.2 Industrial 1 Reta e zig-zag Singer Industrial 1 Reta zig-zag Singer Doméstica Portátil 3 Overloque Gemy Gm 1-6 Semi-industrial 1 Colaret Kansai Special Portátil 1
Quadro 2. Inventário das Máquinas da Empresa.
39
O processo de confecção dos produtos em TNT será realizado por
meio de dois tipos de máquinas: Overloque e Reta.
A máquina overloque tem a capacidade de produzir entre 500 e 700
peças por dia e costura 7.500 pontos por minuto. O modelo da DEISE
CONFECÇÕES é fabricado pela Gemy Gm 1-6.
A máquina reta possui capacidade de costura ilimitada e será
necessária para pregar e/ou costurar as alças das bolsas. Os cinco modelos
adotados pela empresa foram fabricados pela Columbia e Singer. Serão gastos
aproximadamente R$ 1780,00 na compra de 2000 m de TNT, R$ 800,00 em
aviamento e R$ 200,00 em materiais decorativos.
Os principais insumos utilizados na produção serão o TNT, as linhas
e fios de costura (aviamento).
O Tecido não tecido, que custa entre R$ 0,89 e R$ 1,89 o metro
linear dependendo da cor escolhida na (Loja Caçula).
A Linha (Chick Poliester), que custa R$ 2,05 a bobina com 2.000
jardas e R$ 5,02 a bobina com 5.000 jardas na (Loja Caçula).
O fio, que custa R$ 1,80 cada bobina com 70 gramas na (Loja
Caçula).
A quantidade de insumos consumidos pela produção da DEISE
CONFECÇÕES & ARTES é detalhada na tabela abaixo tendo como referência
a produção de 100 unidades de determinado produto se confeccionadas por
apenas uma pessoa.
PRODUÇÃO DA DEISE CONFECÇÕES & ARTES
TIPO DE PRODUTO
METROS DE TNT CONSUMIDO (em
metros)
QUANTIDADE PRODUZIDA (em
unidades)
TEMPO DE PRODUÇÃO (em
horas)
Embalagem Padrão 12 m 100 unidades 13,50 h
Embalagem com visor 12 m 100 unidades 15,50 h
Bolsa Padrão 18 m 100 unidades 13,50 h
Bolsa detalhada
18 metros na cor dominante e 5 metros na (s) cor (es) secundária (s)
100 unidades 14,50 h
Quadro 3. Capacidade Produtiva Atual da Empresa.
40
3.7.5. Outros Materiais
Para o funcionamento da empresa, será necessária a aquisição de 1
computador, 1 impressora multifuncional com fax, Internet banda larga, telefone
e diversos materiais de escritório, assim como prateleiras e mesas de apoio. O
investimento será de R$ 3.400,00.
3.7.6. Organização do Processo Produtivo
A primeira etapa do processo produtivo consiste do posicionamento
da bobina de TNT no cavalete de apoio. Este cavalete deve estar posicionado
no início do processo, em frente à mesa de corte, onde é realizada a operação
de infesto do tecido para formar várias camadas que depois serão moldadas e
cortadas.
Após o corte, as peças seguem para as máquinas de costura e
colagem, dependendo do tipo de produtos a produzir.
Por último as peças cortadas seguem para o setor de acabamento,
onde assumem a forma final.
Para cada tipo de peça existe uma embalagem diferente. Deve-se
ter cuidado com a higiene do ambiente, assim como do manuseio das peças
para impedir a contaminação e conseqüente perda dos produtos.
3.7.7. O Processo de Produção
No caso das bolsas, por exemplo, após o corte do TNT no tamanho
desejado para efetuar a costura dos produtos, é realizada a junção das partes,
mais precisamente o fundo da bolsa e as laterais; através da máquina
overloque deixando apenas a alça que poderá ser feita do mesmo material de
TNT cortado em tiras menores e costurados na máquina reta.
Utiliza-se a máquina Overloque para fechamento de bolsas e
especialmente embalagens com gramatura e cores de TNT iguais. Em seguida
são feitos orifícios para colocação de cadarços e fechos.
41
Para embalagens com visor, utiliza-se primeiramente a máquina reta
industrial e finaliza-se o fechamento com a overloque, e conclui-se com
pequenos furos para passagem do cadarço de ajuste.
Algumas bolsas passam por processo de Silk screen e
seqüencialmente pelos mesmos processos anteriores.
3.7.8. O Método de Produção e Layout Utilizado
A produção será feita através do Layout10 linear, ou seja, será
necessária a entrada e a posterior saída da peça em uma máquina, para ser
realizada a entrada e a posterior saída da mesma peça em outra máquina.
O layout da de produção é muito diferente com o sistema Just-in-
Time, já que o estoque é mantido nas prateleiras entre as estações de trabalho
e não em almoxarifados. É mantido em recinto aberto, de modo a facilitar seu
uso nas estações seguintes, sendo normalmente baixo e apenas o suficiente
para manter o fluxo produtivo por poucas horas. Isso leva a uma substancial
redução nos espaços.
3.7.9. Controle dos Estoques
No caso das vendas indiretas (atacado e varejo), o controle do
estoque será realizado por meio da técnica de produção Just-in-Time. Serão
produzidas apenas as remessas de bolsas por encomendas, ou seja, a
produção será baseada na proporção da demanda. Desta maneira, reduz-se a
necessidade de manter grandes quantidades de peças estocadas.
Este método facilitará produzir com qualidade, tempo e quantidades
determinadas, diminuindo o inventário ocioso de peças produzidas
desnecessariamente e minimizando o desperdício de tempo, mão-de-obra,
materiais, energia elétrica e equipamentos, de modo a otimizar a produção.
10 Anexo 12.
42
3.8. Gestão da Qualidade
Todos os produtos produzidos serão revistos um por um, afins de
não deixar que sejam incluídos para vendas produtos que não apresentarem
conformidade. Os produtos em conformidade receberão uma etiqueta com a
letra ® de revisado para comprovar que está dentro dos padrões de qualidade.
A qualidade é absolutamente essencial. Não só os defeitos
constituem desperdício como custos desnecessários. O sistema Just-in-Time
facilita muito a obtenção da qualidade, pois os defeitos são descobertos no
próximo passo do processo produtivo. O sistema é projetado para expor os
erros e não os encobrir com os estoques.
A péssima qualidade aumenta os custos de retrabalho e
substituição, interrompe as operações manufatureiras e faz com que as
entregas sejam reprogramadas. Ela também aumenta o estoque quando
aplicamos o “estoque de segurança, previsões de refugo, eficiências, etc.”.
3.8.1. O Impacto Ambiental Resultante da Produção
O material TNT não é tóxico e nem corrosivo; além disso, os outros
materiais a serem usados na produção como linha e fio também não
representam nenhum tipo de risco para o meio ambiente.
A produção será constantemente avaliada para eliminar
desperdícios de materiais e energia elétrica. Os funcionários também serão
conscientizados quanto à eliminação de desperdícios de água, materiais e
energia elétrica.
3.8.2. Responsabilidade Social
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES será uma empresa engajada em
movimentos sociais. E empresa se organizará com fornecedores de tecidos e
outras empresas no auxílio às campanhas de coleta de roupas, agasalhos e
cobertores para serem distribuídos às pessoas carentes.
43
A empresa também será engajada na reciclagem de insumos e
estimulará a comunidade onde atua a optar por materiais que não agridem o
meio ambiente.
3.9. Recursos Humanos
3.9.1. Contratações
Por se tratar de atividade basicamente manufatureira, e que absorve
muitas pessoas com baixo grau de instrução, torna-se um negócio com alta
taxa de rotatividade, ou seja, as pessoas começam a trabalhar e desistem com
muita facilidade. Este fato gera grandes problemas de continuidade do
trabalho, garantia de qualidade e cumprimento aos prazos contratados. Neste
sentido, a DEISE CONFECÇÕES & ARTES tomará especial atenção para a
seleção de pessoas a serem contratadas futuramente. No momento nenhuma
pessoa será contratada.
Como estimativa para analisar a operação de uma fábrica de
produtos em TNT, com capacidade para a produção de variados itens,
considera-se a necessidade inicial de um funcionário na produção (Deise) e um
vendedor autônomo (não contratado pela empresa) para compor a equipe de
trabalho, além da presença em tempo integral da empresária.
3.9.2 Processos Terceirizados
O serviço de um técnico para fazer a manutenção das máquinas
será terceirizado. Serão adotados esquemas de manutenção preventiva e
preditiva para reduzir e/ou eliminar possíveis ocorrências de falhas nas
máquinas.
O uso da manutenção preventiva está relacionado à programação
da manutenção, com foco nas periodicidades de cada manutenção, (ex: trocar
o óleo das máquinas a cada 3 meses) visando assim o melhor aproveitamento
do valor imobilizado em maquinários, ou seja, aproveitar ao máximo a vida útil
de cada equipamento e deixar sempre o mesmo em perfeito estado produtivo.
44
A manutenção preditiva é a manutenção realizada com a intenção
de reduzir ou evitar a quebra ou a queda no desempenho do equipamento.
Para isso, utiliza-se um plano antecipado com intervalos de tempo definidos.
Aqui, os cuidados preventivos servem para evitar quebras ou falhas.
Outro processo terceirizado será o das entregas dos produtos
acabados em grandes quantidades por meio da contratação de fretes, ou no
caso de solicitação pelo cliente, a entrega pode ocorrer por meio de serviços
dos Correios.
3.10. O Plano de Marketing
3.10.1. Análise do Mercado e Segmentação
Entre os principais fatores identificados que influenciam o
comportamento do cliente está a preocupação com o meio ambiente, a nova
legislação do Estado do Rio de Janeiro, que limita o repasse de sacolas
plásticas e o preço do produto final, que é barato.
O perfil dos nossos clientes baseia-se na procura por preços mais
baixos, diversificação dos produtos e suas aplicações. Este cliente também
está atento à nova legislação e se preocupa com o meio ambiente.
Destinaremos a produção às pessoas físicas (das classes C, D e
E) e às pessoas jurídicas (pequenos e médios compradores) localizados no
Estado do Rio de Janeiro.
Identificamos como os segmentos mais atrativos as redes de
supermercados, salões de beleza, restaurantes e revendedores (varejo e
atacado). Temos também como plano futuro atender às demandas de hospitais
e clínicas particulares.
Segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Não
Tecido (ABINT), a taxa de crescimento do mercado está em 10 % a.a.,
movimentando 200 mil toneladas de TNT/ano e o faturamento médio das
empresas giram por volta de R$ 20.000,00 mensais.
Os principais concorrentes da DEISE CONFECÇÕES são a ALFA
EMBALAGENS e a TEMASI CONFECÇÕES, ambas localizadas no Estado do
45
Rio de Janeiro, sendo a segunda a que possui o maior número de clientes
(entre eles Lojas Americanas e Mc Donalds).
Realizei uma análise SWOT que permitiu identificar as principais
potencialidades e ameaças do mercado assim como as principais forças e
fraquezas da DEISE CONFECÇÕES. Ela se encontra no quadro a seguir.
ANÁLISE SWOT
AMBIENTE INTERNO
FORÇAS FRAQUEZAS • Novos produtos; • Administração competente; • Estratégias definidas • Linha de produtos
• Imagem de mercado fraca; • Falta de experiência; • Baixo poder de barganha; • Desvantagem no custo (curva de experiência); • Necessidade de capital
AMBIENTE EXTERNO OPORTUNIDADES AMEAÇAS • Novo segmento; • Crescimento do mercado; • Legislação favorável
• Poder de barganha dos fornecedores; • Pressão da concorrência (retaliação esperada); • Entrada de novos concorrentes; • Concentração de fornecedores; • Alta rotatividade da mão-de-obra
Quadro 4. Análise SWOT, adaptação da criação de (Kenneth Andrews & Roland Chirstensen,
professores de Harvard).
3.10.2. Estratégias
A DEISE CONFECÇÕES adotará a estratégia de Desenvolvimento
de Produto, uma vez que a aplicação do TNT na confecção é relativamente
nova, porém está em um mercado tradicional, conforme a figura a seguir.
Quadro 5. Estratégias, adaptação (Fonte: Kotler, 2006).
46
3.10.3. Mix de Marketing
As principais características dos nossos produtos são: a
durabilidade, a estética (aparência), a qualidade percebida (subjetividade) e a
excelência. Os nossos preços estão de acordo com os custos de produção,
levando em conta também as percepções dos consumidores e a concorrência.
Quadro 6. Mix de Marketing, adaptação (Fonte: Kotler, 2006).
As formas de fazer chegar os produtos ao consumidor final são
extremamente importantes, e dividem-se em duas categorias básicas: a
primeira, onde o empresário promove a venda diretamente aos clientes finais,
mantendo para isto um vendedor que percorre periodicamente os clientes
tirando pedidos, e a segunda, onde o empresário opta por trabalhar com
distribuidores, sendo neste caso os responsáveis por realizar a venda e a
entrega dos produtos.
A distribuição ocorrerá por meio da venda direta (de modo a também
criar identidade de marca com o cliente) e por meio da venda a atacadistas e
varejistas (para cobrir maior mercado e diminuir os custos).
A promoção dos produtos ocorrerá com propagandas no rádio
(principalmente a comunitária da região), jornal e revistas, por serem meios que
estão em maior contato com os consumidores, potencializando o alcance de
mais clientes e através de representante de vendas da empresa. Serão
investidos R$ 1000,00 na promoção dos produtos e da empresa.
Produto Preço Praça Promoção
Qualidade; Segurança; Aplicações; Diferenciação; Marca.
Estratégia de preço; Desconto p/ grandes volumes; Preços sazonais. Produtos sazonais.
Venda direta (encomenda); Distribuidores; Administração de pedidos; Transporte.
Estratégia de promoção; Força de vendas; Promoções de vendas; Propaganda.
47
Será também desenvolvido um catálogo com amostras de tecido e
fotos dos produtos, para que o cliente tenha contato com o material e possa
visualizar o produto acabado.
Adotaremos como estratégia de promoção e ofertas promocionais,
tais como cupons em jornais e revistas, assim como descontos para
quantidade de produtos e volume etc.
Para pequenos volumes e empresas de pequeno porte, trabalhar
com distribuidores acaba sendo inviável, pois as margens de negociação de
preços e obtenção de lucro são pequenas e geralmente não se mostram
interessantes. A saída neste caso consiste em montar uma boa equipe de
venda que consulte os clientes, avalie a receptividade dos produtos e serviços,
ouça sugestões, reclamações e tirem pedidos.
48
3.10.4. Análises Estratégicas: O Balanced Scorecard
As nossas principais estratégias, a partir da análise do Balanced
Scorecard destinam-se a:
Figura 1. O Balanced Scorecard da Empresa, adaptação
(Fonte: Chiavenato & Sapiro, 2004).
VISÃO Ser a melhor empresa do
segmento de confecções em TNT em 10 anos.
ESTRATÉGIAS
• Manter elevado o nível de satisfação dos clientes; • Assegurar a qualidade de seus produtos; • Expandir e diversificar a linha dos produtos ofertados; • Fortalecer a imagem organizacional e criar identidade de marca; • Buscar permanente desenvolvimento organizacional e diminuir a rotatividade da
mão-de-obra; • Garantir o equilíbrio econômico-financeiro da empresa.
Aprendizado Crescimento
Processos Internos
Financeira Cliente
Receita Operacional Liquida; Lucro Líquido.
Ótimo Atendimento; Oferecer serviços pós-venda; Satisfação Clientes.
Redução de Custos; Redução de Despesas; Eliminação de Desperdícios.
Clima Organizacional; Novos Processos; Desenvolvimento Organizacional.
Concorrência
Benchmarking; Ganhar Marketshare; Incrementar vendas; Conquistar clientes.
49
3.10.5. Análise das 5 Forças de Porter
Analisamos, de acordo com o estudo de Porter, as 5 forças as quais
as empresas estão sujeitas a lidar, em menor, médio ou maior grau.
O mais alto grau estaria na competição na indústria, onde as
empresas se atacam para conquistar clientes umas das outras, além de
procurar inovar antes das outras.
Os fornecedores e clientes teriam médio poder de barganha. Os
fornecedores, apesar da concentração no setor, o que creditaria uma maior
capacidade de pressão lidam com o baixo custo to TNT, o que acaba por
diminuir seu poder de barganha.
O mesmo ocorre em relação aos clientes. Apesar de a DEISE
CONFECÇÕES & ARTES ser uma iniciante no mercado, à procura de
consumidores em potencial, o que daria ao cliente maior poder de barganha,
tem como diferencial o baixo custo do TNT, situando o preço final do produto
muito próximo aos dos concorrentes, diminuindo a capacidade de pressão dos
clientes.
As forças mais baixas estariam na entrada de novos concorrentes,
uma vez que o produto e suas aplicações são novos e considerados fatores
que diminuem a entrada de novos concorrentes, assim como não há no
mercado ainda, produtos que possam substituir o TNT. Na verdade, o próprio
TNT é um produto substituto. O esquema se encontra na figura a seguir.
Figura 2. Análise das Forças de Porter, adaptação da Matriz de Porter (Michael E. Porter).
50
3.10.6. Análise da General Eletric
A carteira multifatorial da GE permite analisar a atratividade do
negócio comparando a posição da empresa em relação ao mercado.
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES, por ser uma empresa iniciante
no mercado, está em uma posição baixa. A análise do mercado e as
informações sobre a indústria indicam que a atratividade da indústria de
confecção em TNT é alta.
A DEISE CONFECÇÕES & ARTES situa-se no 1º quadrante,
conforme visto abaixo, o que indica que a empresa deve se especializar em
alguns produtos e procurar nichos não atendidos pelas outras empresas, de
modo a incrementar sua posição de mercado futuramente. Apresentamos o
esquema da análise da GE na figura a seguir.
Figura 3. Análise da Matriz da GE (Fonte: General Eletric, 2010).
3.11. O Plano Financeiro - Análise de Viabilidade
O Plano financeiro demonstrará a análise de viabilidade do negócio,
através do cálculo das estimativas dos investimentos fixo, das estimativas dos
investimentos financeiros, das estimativas dos investimentos pré-operacionais,
da estimativa do faturamento mensal, das estimativas com os custos de
materiais/insumos, da apuração com os custos e materiais e/ou mercadorias
51
vendidas, da estimativa dos custos com mão de obra (neste caso não haverá
custos com mão de obra no primeiro momento), das estimativas dos custos
com depreciação, das estimativas dos custos fixos mensais. Demonstrará
também a demonstração de resultado do exercício e principalmente os
indicadores de viabilidade financeira. Tudo isso poderá ser verificado nos
anexos, que estão expostos nas páginas 54 até 64.
52
CONCLUSÃO
Esta monografia demonstra o quanto à gestão financeira e
principalmente, o auxilio de um gestor financeiro são imprescindíveis para a
elaboração de um plano de negócios, seja para o auxilio há uma pessoa física
que queira legalizar o seu negócio e verificar a viabilidade do mesmo e/ou
pessoa jurídica. Pois será necessária a realização da análise da viabilidade dos
recursos financeiros matérias e humanos que serão empregados no negócio,
além das prospecções de objetivos e metas que poderão ser almejados e
alcançados no futuro.
O estudo da gestão financeira é importante para demonstrar que
através da análise financeira se consegue realizar objetivos maiores, como o
de conseguir estabilidade no seu negócio e/ou no seu ramo de atuação,
através do planejamento, organização, direção e controle das finanças e das
atividades financeiras da empresa.
Toda instituição, organização/empresa precisa de uma gestão
financeira responsável, eficaz, eficiente para o alcance dos seus objetivos,
metas e resultados almejados. Porque é muito difícil imaginar a sobrevivência
de uma organização/empresa sem uma gestão financeira adequada. A gestão
financeira é essencial para que organizações/empresas consigam realizar os
seus objetivos, principalmente nas questões de rentabilidade, crescimento e
participação de mercado e estabilidade no seu ramo de atuação.
53
BIBLIOGRÁFIA
● BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 16°ed.
Rev. e atualizada por Djalma de Campos. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
● BODIE, Zvi e MERTON, Robert C. Finanças; tradução de James Sudelland
Cook. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
● BRASIL, Haroldo Vinagre e BRASIL, Haroldo Guimarães. Gestão financeira
das empresas: Um modelo dinâmico. 4. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2002.
● CARRETEIRO, Ronald. O gestor de resultados. Rio de Janeiro: Impetus,
2003.
● HELFERT, Erich A. Técnicas de análise financeira: Um guia prático pra
medir desempenho dos negócios. Tradução: André Castro. 9. Ed. Porto
Alegre: Bookman, 2000.
● ROSS, Stephen A. et all. Administração financeira; tradução Antonio Zorato
Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995.
54
ANEXO 1
Estimativa dos Investimentos Fixos
Investimentos Fixos
A) Máquinas e Equipamentos
Descrição Quantidade Valor Unitário Total 1 Máquina Reta Columbia 450.2 1 R$ 800,00 R$ 800,00 2 Máquina Reta e Zig Zag Singer 1 R$ 700,00 R$ 700,00 3 Máquina Reta e Zig Zag Singer Doméstica 3 R$ 650,00 R$ 1.950,00 4 Máquina Overloque 1 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 5 Máquina Colaret 1 R$ 1.350,00 R$ 1.350,00
Subtotal (A) R$ 6.000,00
B) Móveis e Utensílios
Descrição Quantidade Valor Unitário Total 1 Computador 1 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 2 Prateleiras 5 R$ 200,00 R$ 1.000,00 3 Impressora 1 R$ 500,00 R$ 500,00 4 Telefones e Fax 2 R$ 50,00 R$ 100,00 5 Mesas e Equipamentos de Apoio 1 R$ 600,00 R$ 600,00
Subtotal (B) R$ 3.400,00
C) Veículos
Descrição Quantidade Valor Unitário Total 1 R$ - 2 R$ - 3 R$ - 4 R$ - 5 R$ - 6 R$ -
Subtotal (B) R$ -
Total de Investimentos Fixos (A+B+C) R$ 9.400,00
55
ANEXO 2
Estimativa dos Investimentos Financeiros
A - Estimativa do Estoque Inicial
Descrição Quantidade Valor Unit Total 1 Estoque de TNT (em metros) 2000 R$ 0,89 R$ 1.780,00 2 Aviamento (itens de costura) 1 R$ 800,00 R$ 800,00 3 Materiais Decorativos (adornos) 1 R$ 200,00 R$ 200,00
Total de A R$ 2.780,00
B- Estimativa de Capital de Giro
Descrição Total B Reserva de Caixa (Cobertura de Caixa) R$ 500,00
B- Estimativa dos Investimentos Financeiros
Descrição Total A Estoque Inicial R$ 2.780,00 B Reserva de Caixa (Cobertura de Caixa) R$ 500,00
Total das Estimativas dos Investimentos Financeiros R$ 3.280,00
56
ANEXO 3
Estimativa dos Investimentos Pré-operacionais
Investimentos Pré-operacionais
Descrição Total 1 Divulgação R$ 1.000,00 2 Registro Logomarca e Abertura da Empresa R$ 300,00
Total dos Investimentos Pré-operacionais R$ 1.300,00
Estimativa do Investimento Total
1 Estimativa dos Investimentos Fixos R$ 9.400,00 2 Estimativa dos Investimentos Financeiros R$ 3.280,00 3 Estimativa dos Investimentos Pré-Operacionais R$ 1.300,00
Total Estimativa dos Investimentos R$ 13.980,00
57
ANEXO 4
Estimativa do Faturamento Mensal
A - Estimativa do Faturamento Mensal
Estimativa de Preço Venda Faturamento
Produto so Serviço Venda
(Quantidade) Unitário Total
1 Bolsa Padrão 571 R$ 1,99 R$ 1.136,29
2 Bolsa Detalhada 140 R$ 2,99 R$ 418,60
3 Embalagem Padrão 500 R$ 1,99 R$ 995,00
4 Embalagem Detalhada 150 R$ 2,99 R$ 448,50
Total R$ 2.998,39
58
ANEXO 5
Estimativas com Custos de Materiais/Insumos
A) Bolsa TNT Padrão
Descrição Quantidade Custo Unitário(R$) Total
1 TNT 0,18 m R$ 0,16 R$ 0,18
2 Aviamento 1 m R$ 0,03 R$ 0,05
Total (Produto 1) R$ 0,23
A) Bolsa TNT Detalhada
Descrição Quantidade Custo Unitário(R$) Total
1 TNT 0,23 m R$ 0,20 R$ 0,25
2 Aviamento 1 m R$ 0,50 R$ 0,50
3 Adornos 0,2 m R$ - R$ 0,03
Total (Produto 2) R$ 0,78
A) Embalagem Padrão
Descrição Quantidade Custo Unitário(R$) Total
1 TNT 0,12 m R$ 0,11 R$ 0,16
2 Aviamento 0,5 m R$ 0,12 R$ 0,14
Total (Produto 3) R$ 0,30
A) Embalagem Detalhada
Descrição Quantidade Custo Unitário(R$) Total
1 TNT 0,23 m R$ 0,20 R$ 0,24
2 Aviamento 0,5 m R$ 0,66 R$ 0,66
3 Adornos 0,2 m R$ 0,02 R$ 0,02 Total (Produto 4) R$ 0,92
59
ANEXO 6
Apuração do Custo dos Materiais e/ou Mercadorias Vendidas
Estimativa de Custo Unitário CMV ou CPV
Produto so Serviço Venda
(Quantid) Mat / Aquisição Total
1 Bolsa TNT Padrão 571 R$ 0,23 R$ 131,33
2 Bolsa TNT Detalhada 140 R$ 0,78 R$ 109,20
3 Embalagem Padrão 500 R$ 0,30 R$ 150,00
4 Embalagem Detalhada 150 R$ 0,92 R$ 138,00
Total R$ 528,53
ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO
Descrição % Faturam. Estimado Custo Total
1 SIMPLES 0 R$ 2.998,39 R$ -
2 IRPJ 0 R$ 2.998,39 R$ -
3 PIS 0 R$ 2.998,39 R$ -
4 COFINS 0 R$ 2.998,39 R$ -
5 INSS 11 R$ 2.998,39 R$ 329,82
6 ICMS 0 R$ 2.998,39 R$ 1,00
7 ISS 0 R$ 2.998,39 R$ 5,00
SUBTOTAL 1 R$ 335,82
Descrição % Faturam. Estimado Custo Total
1 Comissões 10 R$ 2.998,39 R$ 299,84
2 Propaganda R$ 2.998,39 R$ -
3 Descontos Concedidos 2 R$ 2.998,39 R$ 59,97
SUBTOTAL 2 R$ 359,81
TOTAL (SUBTOTAL 1 + SUBTOTAL 2) R$ 695,63
60
ANEXO 7
Estimativa dos Custos com Mão de Obra
Cargo Quant. Empregados Salário Mensal Total
1
2 R$ -
3 R$ -
4 R$ -
5 R$ -
6 R$ -
7 R$ -
8 R$ -
9 R$ -
10 R$ -
11 R$ -
12 R$ -
13 R$ -
14 R$ -
15 R$ -
16 R$ -
17 R$ -
18 R$ -
19 R$ -
20 R$ -
21 R$ -
22 R$ -
23 R$ -
24 R$ -
25 R$ -
26 R$ -
Total de Salários R$ -
Encargos Sociais R$ -
Total Custo M.Obra R$ -
61
ANEXO 8
Estimativa dos Custos com Depreciação
Valor do Vida Útil Depreciação Depreciação Ativos Fixos Bem (R$) Anos Anual Mensal
A - Máquinas e equipamentos R$ 6.000,00 10 R$ 600,00 R$ 50,00
B - Móveis e utensílios R$ 3.400,00 10 R$ 340,00 R$ 28,33
C - R$ - - R$ - R$ -
Total R$ 78,33
62
ANEXO 9
Estimativa dos Custos Fixos Mensais
Descrição Custo Total Mensal ($) Custo Mensal
1 Energia elétrica R$ 200,00
2 Telefone R$ 90,00
3 Manutenção dos equipamentos R$ 100,00
4 Salários + encargos (anexo 7) R$ -
5 Material de limpeza R$ 50,00
6 Material de escritório R$ 100,00
7 Seguro R$ 100,00
8 Despesas correntes R$ 150,00
9 Depreciação (anexo 8) R$ 78,33
Total R$ 868,33
63
ANEXO 10
Demonstrativo de Resultados
Quadro Descrição R$ %
1. Receita Total com Vendas R$ 2.998,39 100
2. Custos Variáveis Totais
2.1. (-) Custos com materiais e/ou CMV(*) R$ 528,53 17,62712656
item 1 2.2. (-) Impostos sobre vendas R$ 335,82 11,20010739
item 2 2.3. (-) Gastos com vendas R$ 359,81 12
Subtotal de 2 (2.1+2.2+2.3) R$ 1.224,16 40,82723395
3. Margem de Contribuição (1 - 2) R$ 1.774,23 59,17276605
4. Custos Fixos Totais R$ 868,33 28,9599863
5. Lucro/Prejuízo Líquido (3 - 4) R$ 905,90 30,21277975
64
ANEXO 11
Indicadores de Viabilidade
Indicadores de Viabilidade
Ponto de Equilíbrio
Índice Margem = Receita Total - Custo Variável Total Contribuição Receita Total
Índice Margem = 1,449345457 Contribuição
P. de Equilíbrio= Custo Fixo Total
Índice da Margem de Contribuição
P. de Equilíbrio= 599,1210233 Obs: Valor de receita mínima para cobrir os custos da empresa.
Lucratividade
Lucratividade = Lucro Líquido x 100 Receita Total
Lucratividade = 30,21277975 Obs.:Expresso em %.
Rentabilidade
Rentabilidade = Lucro Líquido x 100 Investimento Total
Rentabilidade = 6,47994969
Obs: Isso significa que a cada ano o empreendedor recupera x% do valor investido através do lucro obtido Prazo de Retorno do Investimento
Prazo Retorno = Investimento Total Lucro Líquido
Prazo Retorno= 15,43221858 obs: tempo necessário para que o empreendedor consiga ter retorno de tudo o que investiu na montagem do negócio.
65
ANEXO 12
Layout de Produção
Máquinas
Entrada
Cavalete de apoio
Me
sa de
Co
rte
Máquinas de corte
Prateleiras
66
ANEXO 13
Sites Acessados
● http://www.abint.org.br, acessado em 08 de Janeiro de 2012.
●http://www.sebrae.com.br/atender/momento/quero-abrir-um-negocio,
acessado em 08 de Janeiro de 2012.
● http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional, acessado em 08 de
Janeiro de 2012.
● http://www.portaldoempreendedor.gov.br, acessado em 08 de Janeiro de
2012.
67
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I A GESTÃO FINANCEIRA 11 1.1. Objetivos da Gestão Financeira 14 1.2. Função Financeira 15 1.2.1. Atividades Integradas na função Financeira 15 1.3. Análise Financeira 17 1.4. Problemas Causados Pela Falta de uma Gestão Financeira Adequada 18
CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DO GESTOR FINANCEIRO 20 2.1. Desafios de um Gestor Financeiro 23 2.1.1. Gestão de Tributos 24 2.1.2. A Formação do Preço de Venda 27 2.1.3. O Controle das Contas a Pagar 28 2.1.4. O Controle das Contas a Receber 28 2.1.5. A Administração do Fluxo de Caixa 29 2.1.6. A Análise das Demonstrações Financeiras 29 2.1.7. O Gerenciamento de Pessoas 30
CAPÍTULO III O PLANO DE NEGÓCIOS 31 3.1. Sobre a Deise Confecções e Artes 32 3.2. Plano Jurídico de Abertura da Empresa 33 3.3. Missão 34 3.4. Visão 34 3.5. Principais Diferenciais Competitivos 34
68
3.6. Localização 35 3.7. O Plano Operacional 35 3.7.1. A Principal Matéria-Prima 35 3.7.2. Principais Produtos Produzidos 37 3.7.3. Principais Elementos Envolvidos na Produção 37 3.7.4. As Máquinas e Insumos 38 3.7.5. Outros Materiais 40 3.7.6. Organização do Processo Produtivo 40 3.7.7. O Processo de Produção 40 3.7.8. O Método de Produção e Layout Utilizado 41 3.7.9. Controle dos Estoques 41 3.8. Gestão da Qualidade 42 3.8.1. O Impacto Ambiental Resultante da Produção 42 3.8.2. Responsabilidade Social 42 3.9. Recurso Humanos 43 3.9.1. Contratações 43 3.9.2. Processos Terceirizados 43 3.10. O Plano de Marketing 44 3.10.1. Analise do Mercado e Segmentação 44 3.10.2. Estratégias 45 3.10.3. Mix de Marketing 46 3.10.4. Analises Estratégica: O Balanced Scorecard 48 3.10.5. Analise das 5 Forças de Porter 49 3.10.6. Análise da General Eletric 50 3.11. O Plano Financeiro – Análise da Viabilidade 50
CONCLUSÃO 52 BIBLIOGRAFIA 53 ANEXOS 54 ÍNDICE DE ANEXOS 69 ÍNDICE DE FIGURAS 70
69
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1 – Estimativa dos Investimentos Fixos 54
Anexo 2 – Estimativa dos Investimentos Financeiros 55
Anexo 3 – Estimativa dos Investimentos Pré-Operacionais 56
Anexo 4 – Estimativa do Faturamento Mensal 57
Anexo 5 – Estimativa com Custos de Materiais/insumos 58
Anexo 6 – Apuração dos Custos de Materiais 59
Anexo 7 – Estimativa dos Custos com Mão de Obra 60
Anexo 8 – Estimativa dos Custos com Depreciação 61
Anexo 9 – Estimativa dos Custos Fixos Mensais 62
Anexo 10 – Demonstrativo de Resultados 63
Anexo 11 – Indicadores de Viabilidade 64
Anexo 12 – Layout de Produção 65
Anexo 13 – Sites Acessados 66
70
ÍNDICE DE FIGURAS Quadro 1 – Principais Aplicações do TNT 37
Quadro 2 – Inventário das Máquinas da Empresa 38
Quadro 3 – Capacidade Produtiva Atual da Empresa 39
Quadro 4 – Análise Swot 45
Quadro 5 – Estratégias 45
Quadro 6 – Mix de Marketing 46
Figura 1 – O Balanced Scorecard da empresa 48
Figura 2 – Análise das forças de Porter 49
Figura 3– Análise da Matriz da GE 50