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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA PARA O SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO Ana Paula Maia Marques Corrêa ORIENTADOR: Prof.ª Luciana Madeira Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA PARA O

SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO

Ana Paula Maia Marques Corrêa

ORIENTADOR: Prof.ª Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO P

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LEID

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UTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Auditoria Interna e Controladoria Por: Ana Paula Maia Marques Corrêa

AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA PARA O

SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO

Rio de Janeiro

2016

3

AGRADECIMENTOS

... A Deus que representa tudo em minha vida, aos

meus pais Manoel José e Iza responsáveis pela

minha formação educacional e a todos que de

alguma maneira contribuíram para meu

crescimento.

4

DEDICATÓRIA

Dedico ao meu marido Paulo Damasceno que

esteve sempre ao meu lado em todos os momentos

e a minha amiga Vanessa Tota que sempre me deu

muita força para não desistir.

5

RESUMO

O trabalho tem por objetivo demonstrar a importância da auditoria interna

nas organizações. Foram abordados conceitos, finalidades, objetivos,

processos, controles internos e gestão de pessoas.

A auditoria interna consiste na melhoria do processo e unificação da

linguagem interna, buscando avaliar as informações no sentido de que sejam

confiáveis, adequadas, totais e seguras, e também se apresenta como uma

atividade que busca avaliar as ameaças e oportunidades.

Verificou-se que administrar bem os recursos humanos que são

considerados a energia que move as organizações tornou-se imprescindível,

visto que as relações trabalhistas não se limitam apenas aos relacionamentos

interpessoais, mas se somam a uma administração estratégica na condução

do seu capital intelectual.

Ao finalizar este estudo, constatou-se que a auditoria interna aliada a

gestão de pessoas tende a ser uma maneira eficiente de encontrar soluções

confiáveis para minimização, controle e prevenção de riscos e,

consequentemente, evitar desgastes e prejuízos às organizações.

6

METODOLOGIA

O trabalho se baseou em pesquisas bibliográficas nas áreas:

Administração, Economia e Contábeis. Quanto à abordagem do problema

este estudo teve como objetivo demonstrar a eficiência dos controles

Internos na Auditoria Interna. A pesquisa bibliográfica foi constituída

basicamente de livros, revistas, publicações avulsas e outros.

Os principais autores pesquisados foram: Willian Attie nos temas Auditoria

e Idalberto Chiavenato em Gestão de Pessoas.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

AUDITORIA 10

CAPÍTULO II

NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS 20

CAPÍTULO III

AUDITORIA INTERNA APLICADA À GESTÃO DE PESSOAS 32

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS 40

ÍNDICE 41

ÍNDICE DE FIGURAS 43

INDICE DE QUADROS 44

8

INTRODUÇÃO

Por que a Auditoria Interna pode ser usada como ferramenta de crescimento,

competitividade, confiança, motivação interna dos colaboradores e excelência no

serviço prestado?

A proposta dessa pesquisa consiste em demonstrar a importância da auditoria

interna no processo decisório das empresas, de que forma a empresa pode alcançar

um resultado desejado, com a garantia de maior controle, a ausência de controles

expõe a empresa a inúmeros riscos, frequentes erros e desperdícios.

Compreender os procedimentos da auditoria interna; relatar as atribuições do

auditor; analisar quais os riscos e principais fontes de erros inerentes à atividade de

auditoria interna. Os procedimentos são direcionados para que as demonstrações

contábeis estejam apresentadas de acordo com os princípios de contabilidade e a

legislação vigente no país.

A auditoria surgiu da necessidade por parte dos investidores e proprietários

obter informações corretas da situação patrimonial e financeira para poder captar

recursos juntos a terceiros, como empréstimos bancários ou abrir o capital para

novos investidores nacionais ou internacionais.

Desta forma, independentemente do tamanho da empresa, as constantes

mudanças de natureza econômica, social, tecnológica geram a necessidade de se

investir em capital humano como diferencial para competitividade. O conhecimento é

uma nova fonte de riqueza e deve ser muito bem administrada. Torna-se, então, um

desafio captar e manter funcionários com conhecimento, visto que a utilização

adequada das habilidades permitirá desenvolver serviços e produtos que tenham

maior qualidade. Portanto, a empresa que conseguir usar desta ferramenta, terá um

diferencial em um mercado tão competitivo como o atual.

9

Nos capítulos I, II e III será abordada a importância dos controles internos,

mostrando como a Auditoria Interna auxilia a empresa alcançar seus objetivos

através de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da

eficácia dos processos de riscos, controle e governança corporativa.

10

CAPÍTULO I

AUDITORIA

Segundo Uhl e Fernandes (1974, p. 17), “a auditoria é definida como um

controle administrativo, cuja função é medir e avaliar a eficácia de outros

controles”. Surgiu em consequência da necessidade de buscar informações

claras e objetivas em relação aos dados contábeis.

Diante de tantos conceitos quanto a sua origem e a dificuldade dos

estudiosos entrarem em um consenso, pode-se afirmar que a auditoria está

presente desde o inicio da atividade econômica do homem.

Hoog e Carlin afirmam que:

No Brasil, os registros oficiais têm por data o ano de 1972, quando o Banco Central criou normas oficiais de auditoria para o segmento do mercado financeiro, e a obrigatoriedade da aplicação da auditoria também teve inicio na Bolsa de Valores, através da Lei 6.385/76, logo após a regulamentação da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), contudo, na prática, o que temos observado é o que o mercado como um todo adota a auditoria como meio de validação de resultados, comprovando a tendência de que a auditoria não deve ser aplicada apenas por imposição legal, e sim, por ser uma das ferramentas de gestão de risco dentro das organizações empresariais. (2008, p. 52).

A partir desse conceito pode-se concluir que as empresas hoje buscam

a auditoria não só pela obrigatoriedade de auditar suas demonstrações contábeis,

mais sim pela segurança das informações que a auditoria proporciona aos seus

administradores e investidores.

11

Segue alguns conceitos:

Para Willian Attie (1998, p.25) a Auditoria é uma especialização contábil

voltado a testar a eficiência do controle patrimonial implantado com o objetivo

de expressar uma opinião sobre determinado dado.

Assim define Cavalcanti (2007, p.25), A Auditoria é uma especialização

contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial

implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado.

Vale ressaltar o conceito de Crepaldi (2010, p.03), que ensina, a

Auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos

técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre sua adequação,

consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e pertinente à

legislação específica.

Dessa maneira, a auditoria é um ramo de estudo das ciências de

negócios, que avalia determinadas informações com o objetivo de trazer

maior eficácia e eficiência, seguindo princípios e normas com aplicações

próprias e direcionando a empresa a melhores resultados.

1.1 OBJETIVOS

O principal objetivo é o exame das demonstrações financeiras e dos controles

internos a fim de averiguar se estes foram elaborados dentro dos princípios

contábeis.

12

Conforme Hoog e Carlin:

O objetivo principal da auditoria é o de proporcionar credibilidade às informações divulgadas através dos balanços e demais peças contábeis pelas sociedades empresariais em geral, fazendo com que os bens, direitos obrigações estejam demonstrados e valorizados dentro das práticas contábeis. (2008, p. 54).

1.2 AUDITORIA INTERNA

Um ponto fundamental para a auditoria interna é a desmistificação entre os

funcionários da empresa onde existe uma atividade de auditoria interna, em que a

sua atuação e participação se centra como um auxílio no desempenho das tarefas

dentro da filosofia da organização, e não como “dificultadora” que está presente

apenas para apontar erros, entendida como parceiros na procura de um resultado

comum, isto é, a nova cultura de auditoria interna.

A auditoria interna cumpre um papel muito importante na empresa, de

maneira a subsidiar a administração com dados e informações qualitativas tais

como:

Adequação e eficácia do controle interno:

Confiabilidade das informações;

Integridade do sistema contábil e de controle interno;

Compatibilidade das operações e programas, com os devidos

objetivos, planos e meios de execução estabelecidos;

Para que não se esqueça de fazer os devidos desdobramentos sem

perder a linha de raciocínio podem ser criados outros subtítulos.

A pessoa responsável pela auditoria é conhecida como auditor interno,

é um funcionário da empresa.

O auditor interno deve manter sua autonomia profissional no

desempenho de suas atividades, agindo de forma ética nos processos

de revisão e avaliação das políticas, procedimentos, normas,

13

operações e registros. Essa atitude é de fundamental importância para

que o trabalho executado tenha a credibilidade necessária.

De acordo com Almeida (1996, p.25) A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase à norma de procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador ou em alguns casos, o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades.

1.3 CONTROLES INTERNOS

Em países como o Brasil, em que apenas recentemente se deu a devida

importância aos sistemas de controle, ainda não é bem difundido o verdadeiro

significado de controle interno. Às vezes, imagina-se ser o controle interno sinônimo

de auditoria interna. É uma idéia totalmente equivocada, pois a auditoria interna

equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação dos controles internos,

normalmente executados por um departamento especializado, ao passo que o

controle interno se refere a procedimentos de organização adotados como planos

permanentes da empresa. (Attie, 1998).

O controle interno é essencial para efeito de todo o trabalho de auditoria e,

assim, a existência de um satisfatório sistema de controle interno reduz a

possibilidade de erros e irregularidades. Essa indicação está incorporada nas

normas de auditoria e reforça a importância do estudo e da avaliação do sistema de

controle das empresas, pelo auditor, com base na determinação da natureza,

extensão e oportunidade dos exames a serem aplicados. Note-se que a suposição é

de que a probabilidade de erros e irregularidades é reduzida, não eliminada. Dado

esse fato, procedimentos de auditoria podem ser restringidos, mas nunca eliminados

pela confiança que se tenha no sistema de controles internos.

14

1.4 OBJETIVOS CONTROLES INTERNOS

A importância do controle interno envolve imensa gama de procedimentos e

práticas que, em conjunto, possibilitam a consecução de determinado fim, ou seja,

controlar.

De acordo com Attie (1988, p.204), o controle interno tem cinco objetivos

básicos:

A salvaguarda dos interesses da empresa;

A precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis,

financeiros e operacionais;

Propiciar uma estrutura operacional eficiente para que se

alcance a eficácia das organizações;

O estímulo à eficiência operacional; e

A aderência às políticas existentes.

15

1.5 ORGANOGRAMA DE POSICIONAMENTO DA AUDITORIA

INTERNA

Figura 1. Fonte: adaptado de Almeida (1996, p. 26).

Conforme apresentado acima, é possível perceber que a auditoria interna é

um órgão de assessoramento da alta administração. O objetivo da auditoria interna,

em especial é a formação de opinião a respeito de critérios, procedimentos, métodos

e quantificação, racionalização de custos e fornecer subsídios para que as decisões

da alta administração sejam embasadas em informações seguras.

1.6 AUDITOR

Segundo Attie (2011, p.07), “A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar)”. Logo se pode perceber que a denominação do termo “Auditor” é antiga e tinha como função averiguar as contas para que os possíveis infratores viessem a receber algum tipo de punição.

CONSELHO DE

ADMINISTRAÇÃO

DIRETORIA

TÉCNICA

DIRETORIA

FINANCEIRA

DIRETORIA

ADMINISTRATIVA

AUDITORIA

INTERNA

16

A complexidade do seu trabalho exige que o auditor se aprimore

continuamente, buscando acompanhar as mudanças sociais e econômicas, a fim de

desempenhar o seu trabalho de forma eficaz.

1.7 AUDITOR INTERNO

O auditor interno é um empregado da empresa e não deve se subordinado

aqueles cujo trabalho ele examina. Para alcançar seus objetivos ele deve obedecer

a ás normas de auditoria usualmente aceitas e aplicar procedimentos necessários,

para atestar a exatidão e a veracidade das demonstrações contábeis.

Quanto às vantagens e desvantagens da auditoria interna na empresa,

Franco e Marra (2001, p.219) dizem que “a vantagem da auditoria interna é a

existência dentro da própria organização, de um departamento que exerce o

permanente controle – prévio, concomitante e consequentemente de todos os atos

da administração”. Já a respeito da desvantagem da mesma, descrevem:

A desvantagem da auditoria interna é o risco de que os funcionários do departamento de auditoria sejam envolvidos pela rotina do trabalho e só examinem aquilo que lhe é oferecido para exame. Além disso, os laços de amizade e o coleguismo que podem advir entre os funcionários desse departamento e dos demais setores da empresa poderão provocar um arrefecimento no rigor dos controles e na fiscalização dos serviços. Essa situação poderá gerar desvirtuamento da função e contribuir para a perda de força moral que os auditores internos devem ter em relação a todos os demais elementos que atuam na empresa, inclusive aos administradores. (2001, p219).

Os auditores internos têm a responsabilidade de observar as normas de

conduta estabelecidas para a profissão. O Código de Ética do Instituto de Auditores

Internos estabelece normas de conduta e fornece bases para reforço das mesmas

17

junto aos membros desse Instituto. O Código exige alto padrão de honestidade,

objetividade, diligência e lealdade a ser mantido pelos auditores internos.

Os auditores necessitam possuir conhecimento, capacidade e instrução

essenciais à realização dos exames de auditoria interna. (Attie, 2007, p.38).

O auditor interno, dependendo obviamente de onde se encontre na escala

hierárquica, precisa conhecer em maior profundidade determinados itens e

especializações.

Independente disso, todo auditor precisa dos seguintes quesitos:

Capacidade para aplicação das normas, procedimentos e

técnicas, na execução das auditorias internas. Significa enfrentar

situações que possam ocorrer, sem necessitar recorrer a outras

fontes para assessoria ou pesquisa técnica;

Conhecimento dos princípios de administração, para reconhecer

e avaliar a relevância e significado dos eventuais desvios em

relação às boas práticas empresariais;

Esse conhecimento pressupõe capacidade de resolver situações

que possam ocorrer reconhecer eventuais desvios relevantes e

efetuar a pesquisa necessária para chegar a soluções viáveis;

Conhecimento dos fundamentos de contabilidade, economia,

direito comercial, impostos, finanças, métodos quantitativos e

sistema de processamento eletrônico de dados. Esse

reconhecimento pressupõe capacidade de identificar a

existência de problemas ou a possibilidade de estes ocorrerem e

de determinar o que é mais necessário em termo de pesquisa e

assessoria.

18

De acordo com Attie (2007, p.38). Os auditores internos devem ter habilidades

no trato com as pessoas e em comunicar-se de maneira eficaz, devem entender de

relações humanas e tentar manter um bom relacionamento com os setores

submetidos a exame.

O auditor interno deve demonstrar zelo no desempenho das incumbências de

auditoria interna.

O zelo profissional implica cuidado e competência razoáveis, não infalibilidade ou desempenho excepcionalmente bom. Não se exige do auditor zeloso que faça auditorias pormenorizadas de todas as transações, mas que realize exames e verificações em grau e extensão razoáveis. Por esses motivos, o auditor interno não pode garantir com absoluta segurança que não haja irregularidades ou inobservância de normas e princípios. (ATTIE, 2007, p.39).

Quando os auditores internos têm motivos razoáveis para suspeitar de

deturpações ou irregularidades intencionais, deve informar a quem de direito, na

organização sobre a situação. Além do mais devem fazer recomendações para que

se investigue o que for necessário nas circunstâncias. Após tudo isso, requer-se o

acompanhamento do desenrolar dos fatos para se certificar de que suas

responsabilidades foram efetivamente cumpridas.

Conforme Attie (2007, p. 41), o dirigente da auditoria interna deve procurar

obter aprovação desse documento pela pessoa a quem ele se reporta e, também,

deve solicitar que a alta administração manifeste sua aceitação com relação a esse

documento. A constituição de auditoria interna deve estabelecer:

a) A posição do dirigente da auditoria interna na organização;

b) Autorizar o acesso a todos os registros, pessoal e auditoria;

c) Definir o âmbito das atividades de auditoria interna.

19

O dirigente da auditoria interna necessita apresentar á administração e à

diretoria, em base recorrente se necessário, relatórios sobre as atividades do setor.

Esses relatórios devem estabelecer as descobertas significativas feitas pelos

auditores internos, assim como as recomendações.

Segundo Attie (2007, p.49), a auditoria interna deve certificar-se de que foram

tomadas providências e alcançados os resultados esperados ou, então, de que a

administração assumiu o risco de não tomar providências a respeito das descobertas

feitas pelos auditores.

No II capítulo pesquisamos as normas de execução dos trabalhos da Auditoria

Interna na Organização, a importância do planejamento para a execução dos

trabalhos, e como poderemos utilizá-la como redutor de riscos para Auditoria

Externa.

20

CAPÍTULO II

NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

2.1 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA

O planejamento do trabalho de auditoria interna compreende os exames

preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e

a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela

administração da organização.

De acordo com as Normas brasileiras de contabilidade: auditoria interna: NBC

TI 01 e NBC PI 01/ Conselho Federal de Contabilidade. – Brasília: Conselho Federal

de Contabilidade, 2012:

O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalho

formalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à compreensão dos

procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade,

extensão, equipe técnica e uso de especialistas.

O planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos

trabalhos, especialmente os seguintes:

O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de

gestão de riscos da organização;

21

A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de

auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de

gestão de riscos da organização;

O uso do trabalho de especialistas;

O risco de auditoria quer pelo volume ou pela complexidade das

transações e operações;

O conhecimento do resultado e das providências tomadas em

relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;

As orientações e as expectativas externadas pela administração

aos auditores internos;

O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da

organização.

2.1.1 Riscos da Auditoria Interna

A análise dos riscos da auditoria interna deve ser feita na fase de

planejamento dos trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se atingir, de

forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados,

principalmente, os seguintes aspectos:

A verificação e a comunicação de eventuais limitações ao

alcance dos procedimentos da auditoria interna, a serem

aplicados, considerando o volume ou a complexidade das

transações e das operações;

22

A extensão da responsabilidade do auditor interno no uso

dos trabalhos de especialistas.

2.1.2 Procedimentos da Auditoria Interna

Os procedimentos da auditoria interna constituem exames e investigações,

incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor

interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e

recomendações à administração da organização.

Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os

controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento,

inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da

organização. Na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes

procedimentos:

Inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;

Observação – acompanhamento de processo ou procedimento

quando de sua execução;

Investigação e confirmação – obtenção de informações perante

pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das

operações, dentro ou fora da organização.

Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à

suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos

sistemas de informação da entidade.

23

As informações que fundamentam os resultados da auditoria interna são

denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e

úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à

administração da organização.

O processo de obtenção e avaliação das informações compreende:

I – a obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos objetivos e

ao alcance da auditoria interna, devendo ser observado que:

A informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de

tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-

la da mesma forma que o auditor interno;

A informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia

a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das

técnicas de auditoria interna;

A informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às

recomendações da auditoria interna;

A informação útil é a que auxilia a organização a atingir suas

metas.

24

II – a avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a aplicação

de procedimentos da auditoria interna, incluindo testes substantivos, se as

circunstâncias assim o exigirem.

O processo dever ser supervisionado para alcançar razoável segurança de

que o objetivo do trabalho da auditoria interna está sendo atingido.

Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar que as

contigências ativas e passivas relevantes – decorrentes de processos judiciais e

extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e

de contribuições em disputa, - foram identificadas e são do conhecimento da

administração da organização.

No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser examinada a

observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, das Normas Brasileiras

de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e societária, bem como o

cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a organização.

2.1.3 Quando usar testes de Observância e Substantivos?

O equilíbrio a ser atingido na combinação dos testes de observância com os

testes substantivos depende de diversos fatores e circunstâncias. Entretanto, as

seguintes generalizações são apropriadas na maioria dos casos.

Se os controles internos são fortes, a combinação dos

procedimentos normalmente deve favorecer os testes de

observância e os testes substantivos analíticos;

25

Se os controles internos são fracos, a combinação dos

procedimentos deve normalmente favorecer os testes

substantivos mais extensos, tanto os analíticos como os de

detalhes;

O tamanho da amostragem de todos os testes normalmente

deve ser maior quando os controles internos são fracos.

Concluímos que com a sofisticação atual das operações das

organizações, e considerando o custo que uma auditoria

representa, é normalmente inviável o exame da totalidade das

operações que ocorrem nas empresas.

Para suprir a ausência da totalidade dos exames, e mesmo assim

poder emitir opinião com segurança, o auditor realiza testes de auditoria,

dependendo das circunstâncias do momento.

Os testes de auditoria proporcionam ganho de tempo, e ao mesmo

tempo garantem ao auditor uma avaliação global das informações e sistema

de controles internos da organização.

São através dos resultados dos testes de auditoria é que haverá um

maior ou menor segurança na opinião expressa no parecer, motivo pelos

quais estes conceitos e aplicações práticas são de extrema importância.

26

2.1.4 Erros e Fraudes

Os relatórios gerenciais fracos e inconsistentes que apresentam falta de

exatidão e confiabilidade nas informações, as causa podem ser: erro de

interpretação, má aplicação das normas ou procedimentos, fraudes, falta de controle

de alguns setores considerados área de risco, instrução inadequada dos

colaboradores, negligência na execução de tarefas, retrabalha e desperdícios

aumentando custos e despesas. O controle interno pode ser implantado em todos os

setores da empresa a fim de atingir o resultado esperado e diminuir os desperdícios,

associando confiabilidade e qualidade nos processos.

A contabilidade é mais precisa quando a empresa possui um controle interno

eficiente. O processo de controle produz e usa informações que permitem manter

uma organização orientada para seus objetivos.

Alguns pontos estratégicos do controle interno são: precisão, rapidez,

objetividade, economia, aceitação, ênfase na exceção. O controle interno por si só

não basta para prevenir a ocorrência de erros e fraudes. O sistema funciona como

um detector de erros cometidos pelos colaboradores, que muitas vezes não estão

capacitados para realização de suas tarefas, tais erros podem ser intencionais,

omissão por não aplicar um procedimento e má aplicação de uma norma ou

procedimento; e não intencionais erros de interpretação e aplicação errônea dos

princípios contábeis.

Segundo Attie (2006), a fraude tem diversas modalidades: não encobertas: o

autor não mascara a fraude, porque o controle interno é fraco; encobertas

temporariamente: não afetam os registros contábeis; encobertas permanentemente:

as informações dos registros e outros arquivos são alterados, a fim de encobrir a

fraude. Logo, um bom sistema de controle interno deve possibilitar a detecção de

27

irregularidades prontamente para a devida correção, entretanto a ação humana

ainda pode violar o melhor sistema de controle interno dentre de uma organização.

2.1.5 Normas relativas ao relatório da auditoria interna

O relatório é o documento pelo qual a auditoria interna apresenta o resultado

dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade de

forma expressar, claramente suas conclusões, recomendações e providências a

serem tomadas pela administração. O relatório da auditoria deve abordar, no

mínimo, os seguintes aspectos:

a) Objetividade e a extensão dos trabalhos;

b) A metodologia adotada;

c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;

d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e) A descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) Os riscos associados aos fatos constatados;

g) As conclusões e recomendações resultantes dos fatos constatados.

O relatório de auditoria interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado

o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do

seu conteúdo.

28

A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial,

na hipótese de constatar impropriedades/irregularidades/ilegalidades que

necessitem providências imediatas da administração da organização, e que não

possam aguardar o final dos exames.

2.1.6 Comparação entre Auditoria Externa e Interna

A principal comparação entre a auditoria externa e a interna é a

independência de ação e julgamento que a primeira tem características essas que

não podem ser levadas em consideração em um trabalho interno. Os serviços de

auditoria interna, se conduzidos adequadamente, são um suporte muito interessante

para a administração de qualquer organização, pois eles acontecem de forma

permanente e envolvem integralmente as suas operações, podendo e devendo

descer a detalhes que, muitas vezes, na auditoria externa, não são relevantes do

ponto de vista de se obter uma opinião sobre o que está sendo auditado.

QUADRO I – COMPARAÇÃO ENTRE AUDITORIA EXTERNA E

INTERNA

ITENS AUDITORIA EXTERNA AUDITORIA INTERNA

OBJETIVO Opinar sobre as demonstrações financeiras Assessorar a administração da empresa

PROFISSIONAL Independente Relação de dependência com

responsabilidade trabalhista

EXISTÊNCIA Obrigatória entre determinadas empresas,

determinadas por lei 6.404/76.

Facultativa, exceto nas empresas estatais.

A QUEM

INTERESSA

Acionistas, empresa, órgãos governamentais, credores

e investidores em geral.

Empresa

PRODUTO FINAL Parecer sobre demonstrações financeiras Relatório de recomendações/sugestões à

administração

Fonte: Apostila do Curso de Formação de Auditores do Banco do Brasil – BB, (97/98).

29

No quadro acima, a principal comparação entre a auditoria externa e a interna

é a independência de ação e julgamento que a primeira tem características essas

que não podem ser levadas em consideração em um trabalho interno.

2.1.7 Inter-Relacionamento entre Auditoria Interna e Auditoria Externa

É recomendável que haja integração permanente entre as duas auditorias

para se determinar que todas as áreas consideradas prioritárias sejam examinadas a

intervalos de tempo regulares e com extensão adequada.

A função da auditoria interna repousa em atividades detalhadas da empresa,

relacionadas, de maneira intensa, com o andamento de cada função, área,

departamento, setor e operação. A auditoria interna, por orientação gerencial da alta

administração da empresa, tem de examinar cada ramificação e os segmentos, em

períodos regulares de tempo, para observar a legislação, a eficiência operacional e

os aspectos tradicionais de controle da empresa.

Por outro lado, as funções da auditoria externa são diferentes, muito embora

existam áreas similares, como as de salvaguarda de ativos, precisão e confiabilidade

dos livros da empresa. À auditoria externa cabe, como regra geral, a revisão global

das atividades e, por conseqüência, esta é conduzida de maneira menos detalhada.

Segundo Attie (1992, p.35),

A existência de auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria

interna e tampouco a recíproca é verdadeira, pois cada uma delas dispõe de

uma função e tem diferentes objetivos. O trabalho conjugado entre ambas

deve ser incentivado como forma de evitar duplicidade de trabalho, assim

como promover à redução de custos de ambas as partes.

30

2.1.8 A Auditoria Interna como redutor de riscos para a Auditoria Externa

A necessidade de se manter um sistema de controle interno vem sendo

tratada com bastante interesse pelas empresas. A sua utilização tornou-se

imprescindível para o alcance das metas traçadas e para maior confiabilidade nos

serviços prestados. Com o passar do tempo, observou-se que a profissão de auditor

interno teve uma evolução apreciável e passou da simples fiscalização de pessoal

para um órgão de assessoria, cujo desempenho consiste em garantir e facilitar a

avaliação de normas, políticas internas e adequação dos controles internos,

inclusive, identificando a oportunidade para implantar melhorias, uma vez que as

inovações suscitaram a preocupação com o gerenciamento de riscos, quando foi

demonstrada a necessidade de uma estratégia ou ferramenta sólida, com a

capacidade de identificar, avaliar e administrar tais riscos. Tais receios justificam o

fato dos administradores das empresas conservarem uma unidade de Auditoria

Interna para garantir eficiência e eficácia das áreas organizacionais, inclusive, para

que estas áreas possam fornecer informações precisas e no tempo hábil, visando

munir os gestores da empresa para as tomadas de decisões. Além disso, a auditoria

interna fiscaliza a adequação e eficácia dos controles internos. Segundo Crepaldi, a

auditoria interna constitui uma função independente de avaliação, criada dentro da

organização para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço e essa

mesma organização. Ainda segundo o referido autor, a proposta da auditoria interna

é auxiliar os membros da administração e desincumbirem-se eficazmente de suas

responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise, avaliações,

recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinadas. Daí

observar-se que a atuação do auditor interno é de grande importância para a

redução de riscos para a auditoria externa, uma vez que, possibilita a produção de

relatórios e a geração de documentos fundamentais para o exercício eficaz da

auditoria independente, sobretudo em função das exigências necessárias para o

controle da fraude, no sentido de propiciar maior garantia e credibilidade às

demonstrações financeiras a serem avaliadas pelo auditor externo. Além disso, os

31

profissionais de auditoria interna ultimamente passaram a adquirir uma função

fundamental nas estruturas de gestão de riscos.

Nos dias atuais observa-se uma variedade de riscos, não apenas os riscos

financeiros, com impacto significativo no valor da organização. Este é um dos

grandes diferenciais que o conhecimento dos auditores internos apresenta ao

mercado. Nesse contexto, a nova auditoria interna apóia o Conselho de

Administração a dar conta de suas responsabilidades na supervisão dos processos,

coopera para que a alta administração atinja um modelo inteligente de

gerenciamento de riscos e é fator importante na estruturação do planejamento.

No III capítulo será abordada auditoria interna e gestão de pessoas, mostrando a

importância do capital humano para a empresa alcançar os seus objetivos,

minimizando os riscos.

32

CAPÍTULO III

AUDITORIA INTERNA APLICADA À GESTÃO DE PESSOAS

3.1 GESTÃO DE PESSOAS

As organizações são compostas de pessoas e delas dependerá os resultados

que serão alcançados. Seus conhecimentos e habilidades são indispensáveis para

que a empresa alcance crescimento e lucratividade. Podem ser o diferencial

competitivo que promovem e mantêm o sucesso organizacional.

Chiavenato (2008, p.09), assim denomina:

Gestão de pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto

integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o

elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso.

Entendeu-se dessa forma que as organizações modernas passaram a se

preocupar também com que está por trás de seus processos, com quem desenvolve

as atividades. Perceberam que este é o momento em investir em capital humano e

não ficar voltado apenas para o lado financeiro.

3.2. AUDITORIA INTERNA E GESTÃO DE PESSOAS

Segundo Castanheira (2007, p. 22), um novo paradigma está sendo

direcionado aos auditores internos e acrescenta que “no atual paradigma todo o

processo se baseia na gestão de risco, o que requer uma evolução técnica dos

33

auditores internos para alternar a orientação, objetivos e resultados dos seus

trabalhos”.

O auditor interno na gestão de risco precisa conhecer a atividade dos vários

níveis e saber identificar os riscos que podem ameaçar os objetivos estratégicos

empresariais. Sendo que para muitos, os recursos humanos de uma empresa são

considerados um de seus bens mais preciosos, o auditor interno, focalizando os

riscos na gestão de pessoas, contribui para assegurar que a operação seja realizada

eficazmente.

3.3 RISCOS NA GESTÃO DE PESSOAS

Destacam-se entre os riscos mais frequentes e impactantes no caixa das

organizações o absenteísmo, rotatividade e fraudes corporativas. Nesse sentido,

será ressaltada a importância da atuação da auditoria interna nesses pontos, assim

como quais as principais recomendações a serem seguidas pela gestão de pessoas.

Absenteísmo

Administrar ausências (atrasos e faltas) é uma cultura antiga em várias

empresas. Prêmios de assiduidade são utilizados com frequência por organizações

que prezam pela pontualidade e comprometimento por parte dos empregados.

O auditor interno pode verificar as causas do absenteísmo e se utilizar disso

como uma maneira de evitar esse risco. Poderão ser recomendados atos para

prevenção de barreiras à presença como doenças, acidentes e problemas de

transporte. Recompensas por assiduidade é um ato antigo e que já teve sua eficácia

comprovada.

34

O auditor interno precisa utilizar sua experiência para perceber quando

determinado funcionário está agindo de má fé para com a empresa. É necessário

identificar a ocorrência de tais fatos e duas atitudes podem ser tomadas, sendo elas:

a) Dispensar o funcionário que não tem perfil de comprometimento exigido

pela empresa; ou

b) Procurar saber o que causa insatisfação ao funcionário e saná-las de

forma que sejam vantajoso para as duas partes.

Depois de tomada a atitude, é preciso encontrar o gargalo de tal situação para

que possam ser sanadas as falhas, procurando melhorar o processo de seleção e de

desenvolvimento de talentos.

Para casos mais extremos, advertências e punições também poderão ser

aplicadas, porém é importante que todas as regras estabelecidas sejam

comunicadas aos funcionários e disponibilizada sempre em local de fácil acesso,

para não ocorrer falta de comunicação entre as partes.

Rotatividade

Um dois riscos mais corriqueiros e que deve ser tratado com bastante

atenção. Rotatividade de pessoal, também conhecida como turnover, é o resultado

da saída de alguns funcionários e a entrada de outros para substituí-los no trabalho.

(CHIAVENATO, 2008).

35

Sendo os funcionários considerados a energia que move a organização,

quando se perde energia é preciso substituição. A cada desligamento geralmente

corresponde a um substituto para reposição. O problema principal que torna a

rotatividade tão prejudicial à empresa é que, há certas particularidades na realização

de tarefas que só se adquire com o tempo. Quando o desligamento acontece por

iniciativa do funcionário, aspectos externos devem ser observados pelo auditor

interno. Como faz parte dos objetivos da gestão de pessoas manterem talentos, o

auditor interno deve sempre observar e analisar esses aspectos para que seja

adequado, de forma a evitar essa perda e minimizar prejuízos que ocorrem quando

pessoas chaves deixam a organização.

Pode-se sugerir a utilização de uma entrevista de desligamento como meio

para a obtenção de dados que indiquem onde estão as falhas e oferecer meios para

ações corretivas ou preventivas no sentido de reduzir esse risco e auxiliar a gestão

de pessoas.

Indiscutivelmente rotatividade é um risco inerente que tem um custo elevado,

considerando desde os encargos trabalhistas a serem pagos, até os gastos com

recrutamento e seleção.

Fraudes Corporativas

Para Rasmussen (1988, p. 14), a fraude nas empresas significa perda

competitiva. Sendo sempre um fator negativo ao exercício da atividade, a tendência

de aumento e a cerrada competitividade em que as empresas estão inseridas, torna

a prevenção e detecção à fraude um fator estratégico.

36

A partir disso é necessário que se mantenha na empresa, um bom sistema de

controle interno, visto que se constitui em um aliado à gestão de pessoas, no

ambiente da organização.

Segundo Attie (1992, p. 215), a variedade de fraudes corporativas é ilimitada.

Ocorrem de acordo com a posição do empregado, suas atribuições, o setor de

atividades na empresa, sua imaginação, audácia e habilidade.

Diante dos fatos expostos, observa-se que não existem empresas totalmente

seguras ou livres de passarem por situações envolvendo fraudes e roubos. Uma

maneira de evitá-las, ou ao menos amenizá-las é através do auditor interno. Este

pode executar suas funções, de modo que possa orientar os demais funcionários

para adequação do sistema de controle interno, onde poderá verificar falhas

existentes e as informar, dando ênfase à segregação e rotação de funções,

estabelecendo limites físicos de acesso aos ativos e confronto destes com os seus

respectivos registros.

4.1 GESTÃO DE PESSOAS APLICANDO AS ORIENTAÇÕES DA

AUDITORIA INTERNA

Diante de tantos riscos que uma organização é exposta, há a necessidade de

investir em meios para evitar danos. Pode-se dizer que uma boa maneira de se

precaver é, além de aplicar processos eficientes de seleção e recrutamento, manter

os profissionais com talento na empresa.

Recrutamento e seleção

37

O recrutamento diferencia-se de seleção, pois o primeiro trata de atrair

candidatos e o segundo é o processo que tem por objetivo escolher o candidato que

melhor se aproxima dos critérios para o cargo.

Encontrar profissionais com a devida competência não é algo fácil,

principalmente se tiver a missão de encontrar esse funcionário pronto.

Uma empresa que deseja ser bem sucedida deve saber escolher funcionários

com talento, sabendo identificar suas habilidades, e o auditor interno tem um papel

importante na seleção: o auxílio ao gerente a identificar a fonte de riscos.

(CHIAVENATO, 2008).

Desenvolver e manter talentos

A estabilidade de emprego não e garantia para nenhum dos lados, há um

investimento por ambos. Além de outros gastos, a empresa oferece treinamentos e

altos salários, o funcionário oferece seu conhecimento, seu talento que gera um

diferencial.

O funcionário por ser um investimento apresenta riscos, custos e, obviamente,

retorno. A organização que conseguir manter sempre ativos os funcionários terá um

capital intelectual eficiente que consiga retribuir o investimento feito pela empresa.

O risco de perder todo o investimento aplicado e ainda entregá-lo de

“bandeja” para o concorrente, o auditor interno assume mais uma função: fazer uma

avaliação através do controle interno. Essa avaliação consiste, dentre outros, em

38

aplicar questionário aos funcionários, através disto, é possível verificar a opinião

pessoal sobre a empresa e posteriormente providenciar meios que satisfaçam e

estimulem os funcionários.

Para as empresas a pesquisa contribuiu para que seja analisada como

melhorar o tratamento dado a gestão de pessoas que, sem dúvida, é hoje um

diferencial para as organizações e dessa forma atingirem seus objetivos.

Em relação à sociedade em geral, a pesquisa colaborou para estimular a

constante procura por novos conhecimentos e a cultura pelo desenvolvimento de

talentos com o objetivo de atender as variadas exigências do mercado. (HANDY,

1994).

39

CONCLUSÃO

Ao término desse trabalho concluiu-se que a auditoria interna pode ser usada

como ferramenta de crescimento, competitividade, confiança, motivação interna dos

colaboradores e excelência no serviço prestado.

Considerando que o objetivo da empresa é alcançar, medir e melhorar a

eficácia dos processos de gestão, visando reduzir a probabilidade de erros e

fraudes, fica evidenciado a importância da auditoria interna no processo decisório da

empresa.

A Auditoria junto ao controle interno permite que a empresa se mantenha

orientada para seus objetivos e deve ser utilizado como uma ferramenta, gerando

informações confiáveis nas tomadas de decisões. Podendo ser implantado em todos

os setores da empresa, através da criação de manuais de procedimentos,

organogramas, fluxogramas, delegação de tarefas, criando um ambiente de

comprometimento de todos os envolvidos no processo.

Neste sentido, é de fundamental importância a auditoria interna aplicada à

gestão de pessoas, tendo em vista que ela é uma ferramenta de otimização das

relações entre a empresa e o capital intelectual, auxiliando com eficiência e

minimizando os riscos.

40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso moderno e completo. 5ª Edição

São Paulo: Atlas, 1996.

______. Figura 1 – 1996.

______. Auditoria: Um curso moderno e completo. 6ª Edição São Paulo: Atlas, 2007.

Apostila do curso de formação dos Auditores do Banco do Brasil – BB (97/98).

ATTIE, Willian. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1988.

______. Auditoria Interna. 2ª Edição São Paulo: Atlas, 1992.

______. Auditoria: conceitos e aplicações. 3ª Edição São Paulo: Atlas, 1998.

______. Auditoria Interna, São Paulo: Atlas, 2006.

______. Auditoria Interna, São Paulo: Atlas, 2007.

______. Auditoria: conceitos e aplicações. 6ª Edição São Paulo: Atlas, 2011.

CASTANHEIRA, Nuno Miguel Caeiro. Auditoria interna baseada no risco. Caso

português. 2007. 137 f. Tese de mestrado em contabilidade e auditoria, Universidade

do Minho – Escola de Economia e Gestão.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos

nas organizações. 3ª Edição Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CREPALDI, Silvio Aparecido, Auditoria Contábil, teoria e prática. 2ª Edição São

Paulo: Atlas, 2010.

FRANCO, H. Marra, Auditoria Contábil. 4ª Edição São Paulo: Atlas 2001.

HANDY, C., A era do paradoxo: dando um sentido para o futuro. São Paulo: Makron

Books, 1994.·.

41

HOOG, Wilson Alberto Zappa e CARLIN, Everson Luiz Breda. Manual de auditoria

contábil das sociedades empresariais: de acordo com o novo Código Civil – Lei

10.406/02. 2ª Edição Curitiba: Juruá, 2008.

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE: auditoria interna: NBC TI 01 e NBC

PI 01 – Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012.

RASMUSSEN, U.W. Desvios, desfalques e fraudes nas transações de compras nas

empresas: uma análise transacional da aplicação dos controles internos na atividade

de administração de materiais. São Paulo: Aduaneiras, 1988.

UHL, Franz. Et Al. Auditoria Interna. 2ª Edição – 3ª tiragem. – São Paulo: Atlas,

1974.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

AUDITORIA 10

1.1 Objetivos 11

1.2 Auditoria Interna 12

1.3 Controles Internos 13

1.4 Objetivos Controles Internos 14

1.5 Organograma posicionamento 15

1.6 Auditor 15

1.7 Auditor Interno 16

CAPÍTULO II

NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS 20

2.1 Planejamento da Auditoria Interna 20

2.1.1 Riscos da Auditoria Interna 21

2.1.2 Procedimentos da Auditoria Interna 22

2.1.3 Quando usar testes de observância e substantivo 24

43

2.1.4 Erros e fraudes 26

2.1.5 Normas relativas ao relatório da auditoria interna 27

2.1.6 Comparação entre Auditoria externa e interna 28

2.1.7 Inter-relacionamento entre auditoria interna e externa 29

2.1.8 Auditoria Interna como redutor de risco para auditoria externa 30

CAPÍTULO III

AUDITORIA INTERNA APLICADA À GESTÃO DE PESSOAS 32

3.1 Gestão de pessoas 32

3.2 Auditoria Interna e Gestão de pessoas 32

3.3 Riscos na Gestão de pessoas 33

Absenteísmo 33

Rotatividade 34

Fraudes corporativas 35

4.1 Gestão de pessoas aplicando as orientações da Auditoria Interna 36

Recrutamento e seleção 36

Desenvolver e manter talentos 37

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS 40

ÍNDICE 42

ÍNDICE DE FIGURAS 44

INDICE DE QUADROS 45

44

ÍNDICE DE FIGURAS

Organograma de posicionamento da Auditoria Interna - Figura 1.

Fonte: Adaptado de Almeida (1996, p. 26) 15

45

ÍNDICE DE QUADRO

Quadro I – Comparação entre Auditoria Externa e Interna 28