um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · um quinto dos cursos tem...

5
Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego acima da média A taxa de desemprego entre os alunos de 172 licenciaturas e mestrados integrados supera a média nacional. Politécnicos têm os piores resultados. - ps

Upload: others

Post on 21-Aug-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas

Um quinto doscursos tem taxade desempregoacima da médiaA taxa de desemprego entre os alunosde 172 licenciaturas e mestrados

integrados supera a média nacional.Politécnicos têm os piores resultados. - ps

Page 2: Um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas

Um quinto dos cursostem taxa de desempregosuperior à média nacional

Ensino superior Há 172 licenciaturas e mestrados integrados que registam taxas de desempregoiguais ou superiores a 15,1%. Instituições pedem mais incentivos para as regiões do interior.

Ana Petronilhoe João Pedro [email protected]

Há 172 licenciaturas e mestra-dos integrados com taxas de de-semprego superiores à médianacional. Os valores constamde um documento elaboradopela Direcção -Geral do Ensino

Superior (DGES) - a que o Eco-nómico teve acesso - que está aservir de base para a decisãodas novas vagas a abrir nas uni-versidades e politécnicos nopróximo ano lectivo. No docu-mento, são apresentados os nú-meros de diplomados de 919cursos superiores entre2006/2007 e 2011/2012, regista-dos nos centros de emprego até31 de Dezembro de 2013. Contasfeitas, uma em cada cinco des-sas formações apresenta níveisde desemprego iguais ou supe-riores aos 15,1% registados peloInstituto Nacional de Estatísticapara o total do país no primeirotrimestre deste ano.

É a partir destes dados, for-necidos pelo lEFP, que a tutelaactualiza o retrato da emprega-bilidade dos cursos superiores.No geral, a taxa de desempregofica-se nos 8,3%, bem abaixoda média nacional. O ensinopolitécnico é o que apresentapiores resultados, com 9,2% de

desemprego entre os alunos di-plomados há mais de um ano,enquanto nas universidadesesse valor cai para os 7, 2% .

Os números da DGES desta-cam duas áreas de formação: os

Serviços de Saúde Pública -onde se reúnem os cursos seSaúde Ambiental - com 17,8%de desemprego, e o TrabalhoSocial e Orientação - Animaçãoe Intervenção Sociocultural,Serviço Social, Gerontologia -com 15,170. Em sentido oposto,sobressaem Medicina, com de-semprego virtualmente inexis-tente (há um registado entre1697 diplomados) e a Engenha-ria e Técnicas Afins, com 0,3%.

Entre instituições, a Univer-sidade de Trás-os-Montes e

Alto Douro (UTAD) ocupa o pri-meiro lugar na tabela, com15,7% de diplomados no de-semprego. Em segundo surge oInstituto Politécnico de Bragan-ça, com 13,4% (ver tabelas) .

Números que não surpreen-dem os responsáveis destasduas instituições e que, subli-nha o reitor da UTAD, Fontaí-nhas Fernandes, tornam evi-dente que "temos um país a

duas velocidades". Para o rei-tor, este indicador é resultadoda "quebra demográfica assus-tadora" que se sente no interiordo país a que se soma""a falta deinvestimento e de incentivospara abrir empresas". Fontai-nhas Fernandes diz mesmo nãoter dúvidas de que, caso não se-

jam tomadas medidas, "estesnúmeros vão-se agravar". E re-fere que as universidades estão

disponíveis para trabalhar como Governo em soluções que evi-tem a desertificação do interior,defendendo, desde já, a criaçãode um programa de empreen-dedorismo "para fixar alunosno interior" que complementeo programa de bolsas + Superiorpara os alunos que escolham es-tudar nestas regiões e que vaiarrancar no próximo ano. Outrasolução sugerida passa por in-centivos fiscais e uma majora-ção de fundos comunitáriospara quem quer abrir empresasno interior. Porque "é vital cap-tar emprego", alerta o reitor.

Também o presidente do Po-litécnico de Bragança, SobrinhoTeixeira, assume que este "é umcampeonato que ninguém gostade ganhar", e diz que este indi-cador é resultado do investi-mento e da centralização das

políticas do Governo na regiãode Lisboa. "O emprego qualifi-cado está muito concentradoem Lisboa. E as políticas adop-tadas resultam num definha-mento do Norte". O presidentedo politécnico diz ainda temerque os estudantes associem es-tes dados à qualidade das insti-tuições e frisa: "O que estes da-dos reflectem é a situação eco-

Page 3: Um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas

nómica dé cada região. Não é

um indicador de qualidade". ¦

O reitor da UTAD,FontalnhasFernandes, diz

que é vital criaremprego noInterior do* País

para evitar queesta tendênciavenha, de futuro,a agravar-se.

Sobrinho Teixeira,presidente doPolitécnico deBragança frisa queeste é um Indicador

que resulta daeconomia dasregiões não reflec-tindo a qualidadedas instituições.

16 licenciaturasarriscam encerrarno próximo anopor falta de alunos

Engenharia e Física são

as áreas em que há maiscursos com menosde dez alunos colocadosnos dois últimos anos.

Ana Petronilho

[email protected]

Há 16 cursos em risco de nãopoder abrir vagas no próximoano lectivo. É este o universo delicenciaturas e mestrados inte-grados que nos dois últimosanos lectivos tiveram menos dedez alunos colocados. Nesta si-tuação há 15 licenciaturas e ummestrado integrado, e as áreas

da Engenharia e da Física asmais afectadas. Não se incluemaqui as formações em artes do

espectáculo, que são excepção à

regra segundo a qual os cursoscom este nível de procura ficamimpedidos de abrir novas vagasno ano seguinte.

Esta é uma das conclusões

Page 4: Um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas

do levantamento realizado pelaDirecção Geral do Ensino Su-perior (DGES) e já enviado às

instituições - a que o Econó-mico teve acesso - para com-plementar o despacho em quese definem as regras que asuniversidades e politécnicosterão de seguir na fixação daoferta para o próximo concur-so nacional de acesso.

A regra que impede a aber-tura de vagas nos cursos commenos de dez colocados nosdois anos anteriores já foi apli-cada em 2013/2014, tendo re-sultado - revela agora o estudoda DGES - no encerramento de24 ciclos de ensino. Dois terços(16) estavam em funcionamen-to em politécnicos e os oito res-tantes em universidades. Asáreas de Engenharia Civil e deGestão e Administração foramas mais afectadas.

Os dados, que deverão serpublicados no 'site' de estatísti-cas do Ministério da Educação eCiência (DGEEC) em Junho, re-velam ainda que houve um cur-so - o de Engenharia de Biossis-

temas do Instituto Politécnicode Viseu - que não colocou umúnico aluno nas 45 vagas aber-tas em 2012/13 e 2013/14 .

O despacho de vagas foiapresentado no final da semanapassada pelo ministro da Edu-cação, Nuno Crato, e pelo se-cretário de Estado do EnsinoSuperior, José Ferreira Gomes,e as instituições têm agora cerca

de um mês para o adoptar, a

tempo do arranque do concursonacional de acesso, agendadopara 17 de Julho. Para o reitor daUniversidade de Trás-os-Mon-tes (UTAD), Fontaínhas Fer-nandes, as regras foram apre-sentadas num prazo que, paraas instituições, é "impossível de

gerir internamente", defen-dendo que o ministro deveriacomeçar a trabalhar neste as-sunto "atempadamente, desdeSetembro ou Outubro" . ¦Comissão europeialança novo rankingde universidades0 primeiro ranking mundial de uni-

versidades da Comissão Europeiainclui três universidades portugue-sas entre as melhores na ligação às

empresas, empregabilidade e

transferência de conhecimento.Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboasão as três instituições mais bem

classificadas, conseguindo cincoexcelentes (Nota A) em 11 critérios.0 estudo inédito, divulgado ontem,avalia 850 universidades de 70 paí-ses. Disponibiliza uma ferramentaonline que permite comparar o de-

sempenho de várias universidades

e faculdades, em campos como a

percentagem de diplomados queconseguem trabalho; percentagemde investimento privado captado,número de patentes e número de

'spin offs'. Na lista, com quatro ex-celentes (A) surgem a Universidadedo Porto e o Instituto Politécnicode Coimbra. M.Q.

Page 5: Um quinto dos cursos tem de desemprego acima da média · 2016. 7. 8. · Um quinto dos cursos tem taxa de desemprego superior à média nacional Ensino superior Há 172 licenciaturas