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Factos e Tendências no Emprego e Desemprego: Implicações de Política
Francisco Lima IST, Universidade de Lisboa
Verifica-se uma segmentação no mercado de trabalho: uma parte dos trabalhadores não conseguem sair de uma situação precária, com efeitos negativos sobre a estabilidade do seu rendimento e a aquisição de capital humano Aumentar a flexibilidade? De que forma? Proteger o emprego ou proteger o rendimento? O que afecta a evolução estrutural do emprego e desemprego? Qual os principais determinantes? A legislação laboral e demais instituições do mercado de trabalho? Objectivos
Mostrar qual a evolução do desemprego e emprego, mas procurando os sinais das tendências que afectam e vão afectar a estrutura da economia; Retirar implicações de política
Fonte: Comissão Europeia e OCDE
Rigidez Estrutural e PIB per capita (em Paridade do Poder de Compra; UE28=100)
The OECD product market regulation (PMR) indicators cover formal regulations in state control of business enterprises, legal and administrative barriers to entrepreneurship, and barriers to international trade and investment. The larger the value, the more rigid the regulations.
The OECD employment protection legislation (EPL) indicators are synthetic indicators of the strictness of protection against individual and collective dismissals for workers with a regular contract.
A Economia Nacional
Fonte: Comissão Europeia, Banco de Portugal.
Nota: UE15 refere-se aos 15 Estados-membros iniciais da União Europeia.
PIB per capita a preços correntes e corrigido de paridades de poder de compra Portugal em percentagem da União Europeia (UE15)
Apesar das exportações já representarem 40% do PIB, ainda existe espaço para crescer, como demonstra a comparação com outros países Descontando o conteúdo importado incorporado, as exportações representam cerca de 25% A exportação de bens por intensidade tecnológica evidência uma diminuição dos bens de baixa tecnologia – de 50% em 1995 para menos de 40% em 2010
Fonte: BCE, Eurostat e Banco de Portugal.
Peso das exportações no PIB (%, 2011)
Desemprego
30
40
50
60
70
long-t
erm
unem
plo
ym
en
t (%
)
510
15
un
em
plo
ym
ent ra
te (
%)
1986 1993 2000 2007 2014
unemployment rate (%) long-term unemployment (%)
Fonte: INE
Taxa de Desemprego e Desemprego de Longa-duração
Elevado desemprego de longa duração (desempregados à procura de emprego à mais de 1 ano) Proporção de desempregados de longa-duração acima dos 60% em 2014 Mesmo em 2000, quando a taxa de desemprego estava abaixo de 4%, a proporção de desempregados de longa-duração superou os 40% As estimativas para o desemprego estrutural apontam para um crescimento ao longo da última década
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60
Fonte: INE, Inquérito ao Emprego (2013)
Desempregados: duração da procura de emprego
Meses
%
Ao fim de 12 meses, 60% dos desempregados procura emprego; ao fim de 24 meses, 40%
Duração da procura de emprego por sector de actividade na indústria do último emprego
0,01 0
0,01 0,01
0,03 0,03 0,04
0,05 0,04
0,05 0,05 0,06
0,11 0,12
0,14
0,17
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
Empregados Desemp. (<1ano) Desemp. (1-2anos) Desemp. (>2anos)
High-tech
Medium-high-tech
Medium-low-tech
Low-tech
Sectores low-tech com maior peso no desemprego e que aumenta com a duração do desemprego: representam 11% do emprego, mas 17% do desemprego de muita longa-duração (> 2 anos)
Duração da procura de emprego por sector de actividade nos serviços do último emprego
0,4
0,3 0,28 0,25
0,4
0,5 0,49 0,47
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
Empregados Desemp. (<1ano) Desemp. (1-2anos) Desemp. (>2anos)
Knowledge-intensive services
Less knowledge-intensive service
Sectores menos intensivos em conhecimento com maior peso no desemprego – são sectores que representam 40% do emprego, mas próximo dos 50% do desemprego (em qualquer uma das durações da procura de emprego)
Emprego e Empresas
-.4
-.2
0.2
.4
ch
an
ge
in lo
g e
mplo
ym
ent
sha
re (
%)
0 20 40 60 80 100
skill percentile
Education Rank
-.2
0.2
.4.6
ch
an
ge
in lo
g e
mplo
ym
ent
sha
re (
%)
0 20 40 60 80 100
skill percentile
Wage Rank
1986-1994 1995-2007
Mudança no emprego por nível de qualificações
1º período: aumento do emprego para os mais qualificados (Skill Biased Technological Change) 2º período: aumento do emprego para os mais qualificados e para o menos qualificados, i.e., perda de peso das qualificações intermédias (Polarização)
Fonte: Quadros de Pessoal
Abstract
Routine
Manual
010
20
30
40
50
Em
plo
ym
en
t sh
are
(%
)
1995 1999 2003 2007 2011
Empresas classificadas pelas profissões que empregam – aqui representadas aquelas com >50% dos RH em actividades Abstract, Routine ou Manual Diminuição das empresas com actividades mais repetitivas (Routine) Aumento das empresas com actividades mais cognitivas e complexas (Abstract) Estimativas para a Produtividade Total dos Factores indicam que as empresas Abstract detém a maior produtividade Mais, as empresa que transitam de Routine ou Manual para Abstract experimentam um maior acréscimo de produtividade (em 2004-2009)
Emprego por tipo de empresa: Abstract, Routine, Manual
O que concluir? O potencial de crescimento e de consequente mudança estrutural é significativo O desemprego estrutural é elevado – a economia não consegue gerar empregos que requeiram as qualificações que estão disponíveis no mercado de trabalho – e pode ser atribuído, em parte, a desemprego tecnológico
A mudança tecnológica permite substituir RH cada vez mais qualificados ou especializados por computer capital As alterações já são visíveis ao nível do emprego, salários e organização interna das empresas
Quais as implicações de política? Algumas ideias: Distribuição do rendimento – a classe média corre o risco diminuir – desenhar o sistema para uma maior garantia do rendimento Determinar o encontro ou desencontro entre as qualificações disponíveis e as pedidas pelas empresas – IEFP – antever as necessidades de formação em articulação com entidades públicas e privadas Dirigir a formação em especial para os grupos em maior desvantagem – desempregados de longa duração e inactivos que desistiram de procurar emprego; e alguns grupos populacionais (e.g., jovens com menor escolaridade – evitar os jovens NEEF) A avaliação de políticas de formação de adultos indicam que as formações mais intensivas no uso de tecnologia e conhecimento (e modulares) são as que maior impacto têm na capacidade de encontrar um emprego e no rendimento do trabalho
Anexos
Exportações de bens por intensidade tecnológica
Fonte: INE e Banco de Portugal.