trinta anos, trinta açõescriança vai comer o que os pais comem. não adianta falar que comida...

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Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano IX - nº 44 - novembro/dezembro de 2008 1. A compra de sua pequena sede na rua Brigadeiro Tobias, 247, cj. 1.116. 2. O início dos cursos de programação de com- putador para deficientes visuais em 1979. 3. A participação da ADEVA na criação do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Deficiente e do Conselho Municipal da Pessoa Deficiente em 1984 e 1985. 4. A colocação de deficientes visuais como programadores de computador no Banespa, na Cesp, na Eletropaulo e no Serpro. 5. O início do trabalho de ampliação de livros didáticos para alunos com baixa visão da rede oficial de ensino. 6. O início do trabalho de gravação em fita magnética de livros didáticos para os alunos com deficiência da rede oficial de ensino. 7. O envio de sugestões à Assembléia Geral Constituinte, em 1987, a fim de garantir direitos aos deficientes visuais. 8. O convênio com a Associação de Profissionais de Processamento de Dados e com a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp), que resultou em um curso de programação de computador para deficientes visuais alunos da rede estadual de ensino e a colocação de três deles na Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam). 9. O início de palestras de conscientização sobre a questão da deficiência visual em esco- las, faculdades, comunidades religiosas, entre outros locais. 10. O início dos cursos de microinformática em 1995. 11. A criação do jornal CONVIVA em 1997. 12. A parceria com a Cesp em 1996 e a utilização de suas salas de treinamento para ministrar cursos de informática para deficientes visuais no período noturno. 13. A sugestão de projeto de lei, transformado na Lei nº 9.919, de março de 1998, que dispõe sobre o aproveitamento de pessoas deficien- tes em empresas sob o controle do Programa Estadual de Desestatização. 14. A criação do site da ADEVA em 1998. 15. A compra da primeira impressora braille, iniciando a montagem de uma gráfica. 16. A parceria, em 2000, com a Fundação Vitae, no projeto Desenvolvendo Talentos, para a oferta de cursos de informática e telemarketing de forma continuada para deficientes visuais, em imóvel alugado na praça da Bandeira, 61, cj. 61. 17. A capacitação de instrutores em parceria com a Fundação Bradesco. 18. A assinatura, pelo então governador Mário Covas, do Decreto nº 45.272, de 6 de outubro de 2000, autorizando o uso de salas da EE Profª Marina Cintra (Consolação), para ministrar os cursos do projeto Desenvolvendo Talentos, em parceria com a Cteep, a Prodesp, a Secretaria Estadual da Educação e o Governo do Estado de São Paulo. 19. O convênio com a Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, em 2001, que permitiu o atendimento a 190 deficientes visuais. 20. A parceria com o Bar Brahma, que tem possibilitado a realização do tradicional jantar anual de aniversário da ADEVA. 21. A parceria com o Hospital Santa Catarina, com a Micropower e com a Microsoft. 22. A criação do primeiro Infocentro para deficientes visuais, do Programa Acessa São Paulo, em março de 2002. 23. A nova parceria com a Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, em 2002, possibilitando o atendimento a 552 deficientes visuais. 24. A parceria com a Associação Beneficente Alzira Denise Hertz da Silva (Abadhs), que beneficiou mais de 600 deficientes visuais. 25. O início, em 2004, da oficina de dança de salão, e, em 2006, do coral, em conjunto com o Projeto Talentos Especiais, da Secretaria Estadual da Cultura. 26. A parceria com o Senai/SP e a criação de tele-salas para os cursos de ensino fundamental e ensino médio para deficientes visuais, com 100% de aprovação dos alunos; e o fortaleci- mento da parceria com a Cesp. 27. O início da arrecadação de fundos para a aquisição de uma nova sede, em parceria com o Banco Real. 28. A parceria com as empresas CPM Braxis e TMS Call Center na colocação de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho. 29. A mudança do centro de treinamento Mário Covas para a EE Lasar Segall (Vila Clementino) e a ampliação do trabalho de capacitação pro- fissional e de impressão braille. 30. A obtenção dos títulos de entidade de utilidade pública nos âmbitos federal, esta- dual e municipal, além do título de entidade beneficente. Mas a coisa não para por aí. Esta é apenas uma parte da nossa história. Continuamos nosso trabalho com a ajuda de parceiros e amigos, para que as ações se multipliquem e, assim, a inclusão do deficiente visual na sociedade, cada vez mais, se fortaleça e se torne um fato concreto. Markiano Charan Filho Diretor-presidente da ADEVA Trinta anos, trinta ações Ao comemorar os trinta anos da ADEVA, pensei no que dizer sobre a data. Depois de conversar com meus botões, me veio a idéia de escrever sobre o trabalho realizado ao longo desse tempo. Afinal, nada melhor do que fatos para se festejar tão importante ocasião. Me ocorreu também utilizar o número trinta. Juntei as duas idéias e, então, decidi enumerar trinta ações realizadas pela entidade, uma maneira de relembrar o que foi feito durante a sua existência. Não como algo acabado, mas como parte de um processo dinâmico, onde ainda há muito por fazer. As trinta ações não estão em ordem de importância, pois tudo é relevante quando se fala de inclusão, integração, inserção. Nem significam que se deva associar trinta anos com trinta ações. Se assim fosse, cometeria injustiças, uma vez que, durante 365 dias, tantas são as realizações que não cabem neste espaço de editorial. A ordem abaixo é minha, particular. Ao selecioná-las, me preocupei apenas com o impacto que provocaram na vida das pessoas com deficiência visual e em como contribuíram para minorar a desinformação, a discriminação e o preconceito que envolvem o cego e a cegueira.

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Page 1: Trinta anos, trinta açõescriança vai comer o que os pais comem. Não adianta falar que comida gordurosa faz mal se o pai e a mãe comem; é a mesma coisa que um pai fumante falar

Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano IX - nº 44 - novembro/dezembro de 2008

1. A compra de sua pequena sede na rua Brigadeiro Tobias, 247, cj. 1.116.

2. O início dos cursos de programação de com-putador para deficientes visuais em 1979.

3. A participação da ADEVA na criação do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Deficiente e do Conselho Municipal da Pessoa Deficiente em 1984 e 1985.

4. A colocação de deficientes visuais como programadores de computador no Banespa, na Cesp, na Eletropaulo e no Serpro.

5. O início do trabalho de ampliação de livros didáticos para alunos com baixa visão da rede oficial de ensino.

6. O início do trabalho de gravação em fita magnética de livros didáticos para os alunos com deficiência da rede oficial de ensino.

7. O envio de sugestões à Assembléia Geral Constituinte, em 1987, a fim de garantir direitos aos deficientes visuais.

8. O convênio com a Associação de Profissionais de Processamento de Dados e com a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp), que resultou em um curso de programação de computador para deficientes visuais alunos da rede estadual de ensino e a colocação de três deles na Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam).

9. O início de palestras de conscientização sobre a questão da deficiência visual em esco-las, faculdades, comunidades religiosas, entre outros locais.

10. O início dos cursos de microinformática em 1995.

11. A criação do jornal CONVIVA em 1997.

12. A parceria com a Cesp em 1996 e a utilização de suas salas de treinamento para ministrar

cursos de informática para deficientes visuais no período noturno.

13. A sugestão de projeto de lei, transformado na Lei nº 9.919, de março de 1998, que dispõe sobre o aproveitamento de pessoas deficien-tes em empresas sob o controle do Programa Estadual de Desestatização.

14. A criação do site da ADEVA em 1998.

15. A compra da primeira impressora braille, iniciando a montagem de uma gráfica.

16. A parceria, em 2000, com a Fundação Vitae, no projeto Desenvolvendo Talentos, para a oferta de cursos de informática e telemarketing de forma continuada para deficientes visuais, em imóvel alugado na praça da Bandeira, 61, cj. 61.

17. A capacitação de instrutores em parceria com a Fundação Bradesco.

18. A assinatura, pelo então governador Mário Covas, do Decreto nº 45.272, de 6 de outubro de 2000, autorizando o uso de salas da EE Profª Marina Cintra (Consolação), para ministrar os cursos do projeto Desenvolvendo Talentos, em parceria com a Cteep, a Prodesp, a Secretaria Estadual da Educação e o Governo do Estado de São Paulo.

19. O convênio com a Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, em 2001, que permitiu o atendimento a 190 deficientes visuais.

20. A parceria com o Bar Brahma, que tem possibilitado a realização do tradicional jantar anual de aniversário da ADEVA.

21. A parceria com o Hospital Santa Catarina, com a Micropower e com a Microsoft.

22. A criação do primeiro Infocentro para deficientes visuais, do Programa Acessa São Paulo, em março de 2002.

23. A nova parceria com a Secretaria Estadual

do Emprego e Relações do Trabalho, em 2002, possibilitando o atendimento a 552 deficientes visuais.

24. A parceria com a Associação Beneficente Alzira Denise Hertz da Silva (Abadhs), que beneficiou mais de 600 deficientes visuais.

25. O início, em 2004, da oficina de dança de salão, e, em 2006, do coral, em conjunto com o Projeto Talentos Especiais, da Secretaria Estadual da Cultura.

26. A parceria com o Senai/SP e a criação de tele-salas para os cursos de ensino fundamental e ensino médio para deficientes visuais, com 100% de aprovação dos alunos; e o fortaleci-mento da parceria com a Cesp.

27. O início da arrecadação de fundos para a aquisição de uma nova sede, em parceria com o Banco Real.

28. A parceria com as empresas CPM Braxis e TMS Call Center na colocação de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho.

29. A mudança do centro de treinamento Mário Covas para a EE Lasar Segall (Vila Clementino) e a ampliação do trabalho de capacitação pro-fissional e de impressão braille.

30. A obtenção dos títulos de entidade de utilidade pública nos âmbitos federal, esta-dual e municipal, além do título de entidade beneficente.

Mas a coisa não para por aí. Esta é apenas uma parte da nossa história. Continuamos nosso trabalho com a ajuda de parceiros e amigos, para que as ações se multipliquem e, assim, a inclusão do deficiente visual na sociedade, cada vez mais, se fortaleça e se torne um fato concreto.

Markiano Charan FilhoDiretor-presidente da ADEVA

Trinta anos, trinta ações

Ao comemorar os trinta anos da ADEVA, pensei no que dizer sobre a data. Depois de conversar com meus botões, me veio a idéia de escrever sobre o trabalho realizado ao longo desse tempo. Afinal, nada melhor do que fatos para se festejar tão importante ocasião.

Me ocorreu também utilizar o número trinta. Juntei as duas idéias e, então, decidi enumerar trinta ações realizadas pela entidade, uma maneira de relembrar o que foi feito durante a sua existência. Não como algo acabado, mas como parte de um processo dinâmico, onde ainda há muito por fazer.

As trinta ações não estão em ordem de importância, pois tudo é relevante quando se fala de inclusão, integração, inserção. Nem significam que se deva associar trinta anos com trinta ações. Se assim fosse, cometeria injustiças, uma vez que, durante 365 dias, tantas são as realizações que não cabem neste espaço de editorial.

A ordem abaixo é minha, particular. Ao selecioná-las, me preocupei apenas com o impacto que provocaram na vida das pessoas com deficiência visual e em como contribuíram para minorar a desinformação, a discriminação e o preconceito que envolvem o cego e a cegueira.

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www.blindtube.com – Este site, no ar desde outubro, é uma iniciativa de empresas nacionais, e pioneira no mundo. Oferece filmes de curta metragem com audiodescrição, legendagem caption (símbolos indicam tudo o que se refere a sons) e navegação apenas pelo teclado (sem precisar do mouse), que atendem as necessidades de pessoas com deficiências ou limitações físicas.

http://www.radiolegal.org – O trabalho volun-tário de quatro rapazes cegos, lá de Florianópolis (SC), leva ao ar, desde julho de 2007, a Rádio Legal. Seu compromisso é boa música, cultura e informação a favor da inclusão social. Toda segunda-feira tem uma programação nova.

www.academia.org.br – Nestes tempos de acordo ortográfico, para escrever corretamente uma palavra é bom recorrer a quem entende do assunto. O site da Academia Brasileira de Letras (ABL) oferece sistema de busca no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, com todos os verbetes e suas respectivas classificações gra-maticais.

DA PLANTA AO JARDIM – Livro da bió-loga Assucena Tupiassú, professora na Escola de Jardinagem do Parque Ibirapuera (São Paulo-SP) e coordenadora técnica do Projeto Crer-Ser, curso de capacitação profissional em jardinagem para jovens em vulnerabilidade social. Em páginas com muita ilustração, oferece um guia prático para jardineiros amadores e profissionais, baseado nos cursos que ministra. Ed. Nobel, 2008, 158 p. À venda nas livrarias.

ORQUESTRA DOS MENINOS – Baseado em uma história real, o filme conta a história do maestro Mozart Vieira (Murilo Rosa) e da orquestra criada por ele com jovens da pequena São Caetano, cidade do agreste pernambucano. Priscila Fantim, Othon Bastos, Lais Corrêa, Gustavo Gasparani também compõem o elenco. Drama, Brasil, 2008. Nas locadoras.

TESOUROS DA ÓPERA – Coleção de CDs com gravações históricas remasterizadas das mais importantes óperas de todos os tempos, selecio-nadas para agradar iniciantes e quem já aprecia o gênero. Cada número é acompanhado da sinopse do enredo e do libreto completo (em português e no idioma original em que foi escrito), com indicações de cena e das faixas correspondentes. Traz também um capítulo cronológico sobre a história da ópera nos seus 400 anos e um ensaio sobre cada compositor e sua criação. Disponível nas bancas e revistarias a cada quinze dias (desde outubro), a coleção tem 25 volumes de livros com dois a quatro CDs incluídos em cada um.

Obesidade infantilAntigamente, uma criança gordinha e comilona era saudável. Hoje,

a ciência dá sua contribuição ao bem-estar da sociedade e se reconhece que comer demais não tem nada a ver com saúde, ao contrário, pode ter a ver com doença.

Mas embora se tenha desvendado essa realidade, muitas crianças ainda se alimentam em excesso, ingerem muitas gorduras e acabam acima do peso.

Para evitar a obesidade infantil, o caminho é a prevenção e deve começar no útero da mãe, por meio de uma alimentação balanceada para não prejudicar a saúde de nenhum dos dois. Nos seis primeiros meses de vida, a criança precisa somente do leite materno. “Do ponto de vista nutricional, o bebê não precisa de mais nada”, afirma o médico pediatra Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista no assunto.

A partir dos seis meses, o bebê pode ser alimentado também com papinhas, frutas e continuar mamando no peito. “O leite materno é importante na prevenção da obesidade”, ele completa. Os cuidados com a alimentação devem continuar durante o crescimento da criança. E, para isso, o exemplo dos pais é o primeiro item a se levar em conta. “A criança vai comer o que os pais comem. Não adianta falar que comida gordurosa faz mal se o pai e a mãe comem; é a mesma coisa que um pai fumante falar para o filho que o cigarro faz mal; a criança segue exemplos”, ele esclarece.

Na escola, é importante enfatizar a hora do recreio. “A função da escola é educar, inclusive nesse aspecto. As cantinas devem oferecer opções saudáveis, o que, porém, é muito raro. A criança acaba comendo salgadinhos industrializados, frituras e tomando refrigerante. O melhor é incluir frutas e barrinhas de cereais no lanche”, recomenda.

Além da alimentação, os exercícios físicos têm fundamental impor-tância. As crianças vivem plugadas em computadores e videogames, não têm mais a cultura das brincadeiras ao ar livre e, muitas vezes, não têm condições de praticar esportes. “Mas deveriam”, ele alerta. Ele orienta os pais a matricularem os filhos em escolas que ofereçam atividades físicas que eles gostem, pois não adianta forçar a praticar um esporte por obrigação; é importante escolher algo que agrade a criança e alternativas não faltam.

A prevenção, portanto, é simples. Deve ser feita com algumas modi-ficações no estilo de vida das crianças, incluindo a prática de atividade

física e a mudança de hábitos alimentares, princi-palmente com a diminuição de gorduras, de

sal, açúcar simples e guloseimas.

A dica é criar uma rotina para as crianças seguirem, pois o ócio provoca a vontade de comer (normalmente, “porca-rias”). Seguindo uma agenda, o organismo equilibra o sistema de consumo e gasto de energia, mantendo o peso em ordem e a saúde em dia.

Para saber mais sobre o assunto, acesse <www.nutrociencia.com.br> ou leia Uma medida de peso: manual de orientação para crianças e adolescentes obesos e seus pais (ed. Rideel, 2002. 118 p.) e A dieta do bem viver (ed. Abril, 2007, 186 p.), do dr. Mauro Fisberg.

Mara Alves

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Nas comemorações dos 30 anos da ADEVA, o Conviva homenageia o programador e advogado Cláudio Teixeira (60), um dos fundadores dessa asso-ciação. Ao lado da Sandra Maciel, vice-presidente, e de outros companheiros, ele a construiu e, pelo seu intermédio, venceu no mercado de trabalho.

Cláudio estava lá quando tudo começou e dá seu testemunho. “Na década de 70, na efervescência do debate filosófico sobre o conceito de entidades para e de deficientes, um grupo, na sua maioria, univer-sitários recém-formados, depois de muitas reuniões, discussões, marchas e contramarchas, lideradas pela Sandra, resolveu fundar a ADEVA, com a intenção de integrar o deficiente visual na sociedade, em seus diversos segmentos: social, educacional, econômico e cultural. Ninguém melhor que o deficiente para dimensionar seus problemas; mas abrimos para a participação de várias pessoas não deficientes, sen-síveis aos obstáculos que enfrentamos. No início, enfrentamos dificuldades financeiras, operacionais, estruturais, de pessoal, mas, passo a passo, a ADEVA foi se firmando, crescendo e se impondo por seu trabalho. Sinto que aquela semente lançada há 30 anos germinou e frutificou”, declara.

Paulistano, o filho de Antônio Teixeira, já fale-cido, e de Domingas Margarida Contino Teixeira, nasceu em 9 de maio de 1948, na Maternidade São Paulo, na capital paulista. Perdeu a visão com sete anos, por conta de uma queimadura com cal. Na época, cursava o primeiro ano primário e teve de interromper os estudos, retomando-os com 11 anos. “Dos 7 até essa idade, passei vários períodos no hos-pital sofrendo cirurgias, chegando a ficar, em uma ocasião, internado por cinco meses.”

Ao lado de mais quatro irmãos, dois homens e duas mulheres, ele passou sua infância na Bela Vista, no bairro do Bexiga, rodando pião, batendo figurinha, brincando de pega-pega, esconde-esconde e, princi-

palmente, jogando bola, “mesmo com as desvantagens e limitações causadas pela cegueira”, recorda.

Fez o primário no Grupo Escolar Maria José, próximo de sua casa, onde era o único deficiente visual. Contava com a ajuda de uma professora de braille, itinerante, que aparecia por lá quinzenalmente. Depois, estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos, onde cursou o ginásio e o clássico. “Lá tinha sala de recurso e foi onde passei a conviver com outros deficientes, que se tornaram meus amigos para toda a vida, entre eles, a Sandra Maciel”, ele lembra. Embora formado em Direito pela Faculdade São Francisco, da USP, e inscrito na OAB, Cláudio nunca exerceu a advocacia. Foi estudar na Escola Municipal de Música, escolheu a f lauta como companheira e cursou até o segundo ano de harmonia. Trabalhou, na década de 70, em teatros e casas noturnas.

Paralelamente a sua vida de artista, com o f lores-cimento da informática no Brasil, fez um curso no Instituto Brasileiro de Incentivo Social (Ibis), em São Paulo. Abandonou o aprendizado no final da década de 70 e só retornou por meio da Sandra Maciel, que lhe ensinou fundamentos de sistema de numeração usado na informática, lógica e a linguagem de computação Cobol (COmmon Business Oriented Language ou Linguagem Orientada aos Negócios). Mais tarde, fez outro curso em uma escola da Data Byte, tendo como instrutor o Ronaldo Cassares, amigo e associado da ADEVA, também deficiente visual. Em 1980, com o apoio da entidade, e depois de aprovado em um teste de aptidão, foi admitido no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), onde trabalha na área de desenvolvimento de sistemas. Nas horas vagas, é um dos integrantes do Guyrá, grupo de música de raiz, junto com os amigos Álvaro Gregório, Laercio Sant’Anna e Lothar Bazanella.

Lúcia Nascimento

Signo – Touro.Cor – Vermelha.Hobby – Música

Um filme – Guerra e Paz (baseado na obra de Leon Tolstoi),

1956, USA/Itália, produção de Dino De Laurentis e Carlo Ponti.Um livro – Cem anos de solidão,

de Gabriel Garcia Márquez (Record, 2000, 394 p.).

Estilo de música – Boa música (sou eclético).

Uma música – Canto latino,

do Milton Nascimento.Cantora preferida –

Gloria Estefan.Cantor – Milton Nascimento.

Sobre a deficiência – Reconhecer suas limitações,

mas tentar superá-las.Religião – Não tenho.Deus – Sou agnóstico.

Amigos – Imprescindíveis.Amor – Mola propulsora da vida.

Esporte preferido – Futebol.Time de futebol – Lusa.

Família – Base segura.Seu sonho – Uma sociedade mais justa, mais equilibrada

e mais tolerante.O que fazer para viver

melhor? – Preservar o meio ambiente, ser mais tolerante, mais cooperativo e buscar a harmonia pessoal e coletiva.

Uma frase – A humanidade está longe de atingir a maturidade, mas espero que ela consiga num futuro não tão distante.

O número 1 da ADEVA

Jogo rápido

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São SebastiãoNo litoral norte de São Paulo, a 204 km da capital, São

Sebastião, com suas inúmeras praias, muitas delas recortadas pela serra da Boiçucanga, é uma verdadeira obra de arte. Talvez por isso seu símbolo turístico é a obra O Peixe, da artista plástica Leslie do Amaral.

Em São Sebastião há uma grande extensão de área pre-servada coberta pela Mata Atlântica. Fazer uma de suas inú-meras trilhas até uma cachoeira, contemplando a exuberante fauna e f lora local, é, no mínimo, revigorante. Fiz três dessas trilhas. Uma é a que leva à praia Brava, entre Boiçucanga e Maresias. É na verdade um enorme morro para subir e, consequentemente, para descer até a praia. Embora a trilha seja arborizada, se o sol estiver forte, é bastante cansativo. Mas vale o esforço, pois a praia é isolada e, se não for pela trilha, só se chega nela de barco.

Outra trilha que fiz liga a praia da Juréia com a praia do Engenho. Nessa, há duas opções: pelas pedras, avistando o mar, ou pela mata. Eu fui por um caminho e voltei pelo outro. Mas a trilha que mais gostei fica no parque da Serra do Mar, no fim da estrada do cascalho, em Boiçucanga. A trilha segue à margem de um riozinho em meio à mata. Fui até a segunda cachoeira, mas existem muitas outras subindo um pouco mais a serra.

O patrimônio histórico de São Sebastião é também muito bem conservado. São sete quarteirões e vários outros edi-fícios tombados isoladamente pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do estado de São Paulo (Condephaat).

Se você for até o centro, tire um tempinho para visitar, por exemplo, a Casa de Leis ou a Casa Esperança. Da segunda metade do século XVIII, a Casa Esperança é a construção histórica mais nobre do município, feita em pedra e cal, com argamassa de conchas, areia e óleo de baleia. A fachada também é típica do século XVIII, possui disposição simétrica e ornamentação em pedras portuguesas. A Casa de Leis ou Casa de Câmara e Cadeia de São Sebastião remonta ao século XVIII – edifício assobradado, em pedra e cal, de arquitetura típica de prédios públicos portugueses. No pavimento supe-rior, instalava-se a Câmara; já na parte térrea, a cadeia, onde ficava a Alcaidaria (Justiça).

Afastando-se um pouquinho do centro, é possível conhe-cer a fazenda Santana, um exemplo de engenho de açúcar. Construída em 1743, possui na propriedade um sobrado de pedra entaipada, um aqueduto de pedra, senzalas, um cana-vial, zonas da mata para lenha, pastos onde todo trabalho era feito por mão-de-obra escrava. É uma propriedade particular, mas, com permissão dos donos, pode-se visitar a casa grande e demais dependências da fazenda, inclusive a antiga Casa da Farinha, com o tombo d’água.

Em São Sebastião, na praia da Boracéia, está conservada também a Reserva Indígena do Rio Silveiras, onde vive a tribo

dos guaranis. O tradicional artesanato indígena é comer-cializado no local.

Falou em verão, falou em praia, e as de São Sebastião são um “show”.

Com crianças, recomendo a praia da Baleia, pois suas águas são calmas, tranquilas e a praia é plana, de longa extensão, com areias duras e brancas, perfeita para a prática de vários esportes, caminhadas e passeios de bicicleta. Aproveitei para dar uma corridinha. Mas você pode simplesmente relaxar, aproveitando o visual das ilhas próximas e da ilha dos Gatos, que, avistada da praia, tem o formato que lembra uma baleia. A praia da Baleia é rodeada por montanhas e muita vegetação ampla, que proporciona um clima agradável.

Bem próxima ao centro de São Sebastião, Barequeçaba é outra praia ótima para a criançada, pois suas águas são mansas, perfeitas para um banho de mar com segurança e tranquilidade. Possui uma larga faixa de areia dura e escura, ótima para a prática de esportes. No mar e no ar, também tem agitação com paraglider, kitesurf, mergulho, entre outras opções. Em Barequeçaba, enfrentei o mar a bordo de um imponente caiaque. E embora o mar parecesse uma piscina, não fui muito longe porque remar cansa, não é?!

Outra praia que não pode ficar de fora do roteiro é a praia da Juréia, um verdadeiro paraíso ecológico, onde a Mata Atlântica é muito preservada. O horizonte é desenhado pelas ilhas Montão de Trigo e Alcatrazes, que parecem se erguer das águas azuis que banham a praia de areia fina e clara. No canto norte da praia, além da trilha que eu fiz, há um lago de águas escuras que abriga diversas aves na época da migração. Mas cuidado! O mar é bravo e lá eu levei vários capotes. Não é à toa que a galera do surf curte o lugar.

Agora, surf irado é em Maresias. Essa praia é o point da galera jovem em busca de badalação, seja na praia ou em suas agitadas casas noturnas. Maresias é também referência mun-dial do surf, pela qualidade de suas ondas, sediando diversos campeonatos, incluindo etapas de mundiais. A praia é ótima, com cerca de cinco quilômetros de areia branca, fininha e água cristalina, especial para o banho ou um passeio de barco. Em seu horizonte, pode ser avistado o arquipélago de Alcatrazes. Ao sul, no Canto do Moreira, quebram as melhores ondas.

Acessibilidade: O site da cidade: <http://www.saose-bastiao.sp.gov.br> não é dos melhores, mas tem certa medida de acessibilidade. Os demais itens pararam no tempo. Não há intérpretes de libras, tampouco folhetos de informações turísticas em braille.

Como chegar: de carro, ir até a BR-101 (Rio-Santos), pela Mogi-Bertioga, ou pela rodovia Anchieta (SP 150), ou rodovia dos Imigrantes (SP 160), ambas pedagiadas.

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CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

As inscrições podem ser feitas pelos telefones: (11) 3667-5210,

(11) 3284-0560, com Sandra Maciel, e (11) 5084-6693 / 6695,

com Edvando.

Ofereça a outra faceQuando falou que se alguém nos batesse numa face, deveríamos oferecer a outra,

Jesus expressou um grandioso ensinamento que, se levado em conta, seria a solução para todas as situações desagradáveis que surgem em nossa vida.

Oferecer a outra face não quer dizer dar o rosto para bater. É uma metáfora sugerindo que, se a situação nos chega de forma desagradável, devemos mostrar a face oposta.

Dar a outra face é mudar a paisagem. É uma ação positiva diante de uma negativa.

Assim, quando todos atiram pedras, ofereça uma flor. Quando todos caminham para o lado errado, mostre o passo certo. Se tudo estiver escuro, se nada puder ser visto, acenda você uma luz, ilumine as trevas com uma pequena lâmpada.

Quando todos estiverem chorando, dê o primeiro sorriso, não com lábios sorridentes, mas com um coração que compreenda, com braços que confortem.

Quando ninguém souber coisa alguma e você souber um pouquinho, ensine, começando por aprender, corrigindo-se a si mesmo. Quando alguém estiver

angustiado, mostre-lhe a face do conforto. Se encontrar alguém em desespero, acene com a esperança, mesmo que isso seja um desafio para você mesmo.

Quando a terra dos corações estiver seca, que sua mão possa regá-la. Quando a flor do afeto estiver sufocada pelos espinhos da incompreensão,

que sua mão saiba arrancar a praga, afagar a pétala, acariciar a flor.

Onde houver portas fechadas para o entendimento, leve a chave da concórdia e da compreensão. Onde o vento sopra, frio, enregelando

corações, que o calor de sua alma seja proteção e abrigo.

Se alguém caminha sem rumo, mostre-lhe as pegadas que conduzem a um porto seguro.

Onde a crítica azeda for o assunto principal, ofereça uma palavra de otimismo, um raio de esperança, uma luz que rompe as trevas e clareia o ambiente mental.

Quando todos parecerem perdidos, mostre o caminho de volta. Quando a face da solidão se mostrar como única alternativa na vida de alguém, seja

uma presença que conforta, ainda que uma presença silenciosa.

Onde o manto escuro da morte se apresenta como um beco sem saída, fale da vida exuberante que aguarda os seres que fazem a passagem pela porta estreita do túmulo.

Seja você a oferecer a face sorridente e otimista da vida, onde a tristeza e o pessimismo marcam presença.

Num dia, que não vai muito distante, um homem especial nasceu na região da Úmbria, na Itália. Ele ficou conhecido como Francisco de

Assis, pois foi em Assis que ele nasceu. Aquele homem singular sabia o que Jesus quis dizer quando falou sobre oferecer a outra face.

Sua vida foi um hino de paz e sua oração ficou imortalizada nas páginas da história.

“Faça de mim um instrumento da tua paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que

eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erros, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde

houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.”

Minimizando o lixoVivemos hoje em uma sociedade

global onde impera a produção em série e a distribuição massiva de produtos e serviços. As agressões ao meio ambiente constituem uma constante e os indiví-duos, em geral, acabam por perceber a natureza como uma série de objetos a serem consumidos, não relacionando seu ato com as consequências que ele causa ao meio ambiente, não se ques-tionando a respeito dos impactos dos processos extrativos e produtivos.

O crescimento e a concentração populacional, vinculados ao processo de industrialização, são fatores que con-correm para um expressivo aumento de resíduos sólidos (lixo) em todo o mundo. A crescente geração desses materiais, cada vez mais complexa e heterogênea, é uma contrapartida do desenvolvimento urbano econômico e social.

O lixo é, basicamente, todo e qual-quer resíduo sólido proveniente das ati-vidades humanas. O ser humano se livra dele jogando-o fora de seu alcance, mas não do ambiente em que vive. Porém, estamos nos conscientizando que o lugar “lá fora” não existe.

Face à gravidade do problema sur-gido pela má gestão e pelo aumento da geração de resíduos, o mais racional seria minimizar sua produção, incen-tivar sua reutilização e promover a reciclagem.

O princípio dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) é aplicável facil-mente na vida cotidiana e se faz cada vez mais necessário para viabilizar o futuro das próximas gerações.

Não jogue no lixo o seu papel de cidadão! Acesse nosso site: <www.institutorecicle.org.br>.

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AS ELEIÇÕES 2.0Neste ano, cerca de 380 mil candidatos a prefeito em todo

o Brasil (para 5.563 vagas) e um não sei quantos postulantes às 52.137 vagas de vereador pelo país lançaram mão de inúmeras estratégias de marketing para ganhar o eleitor. No entanto, ref letindo um pouco no desenvolvimento tecnológico dos últimos 20 anos, a campanha eleitoral foi, em formato e con-teúdo, ultrapassada, unilateral, não-interativa e igualzinha a tantas outras que aconteceram nos últimos doze anos.

Em contrapartida, a brilhante campanha de Barack Obama deve-se, em grande parte, ao bom uso das ferramentas Web 2.0 . O presidente norte-americano recém-eleito tem a com-preensão de que o uso desses recursos significa alta interati-vidade e não simplesmente mais um meio de comunicação para propaganda de mão única. Aliás, quem busca conhecer com mais profundidade os apelos tecnológicos usados por Obama, tem uma verdadeira aula sobre o uso da Internet como meio a serviço da interação entre os organizadores, militantes, voluntários e os eleitores.

Desde site de adesão à campanha, além do oficial do Senado americano, um wiki bem redigido, f lickr enorme, papel de parede e toques para celulares, um canal no Youtube, RSS e releases e outros tantos endereços e recursos da Web 2.0 foram usados para atrair o eleitor. Talvez estejamos falando de alguns recursos de Internet ainda desconhecidos por muitos de nossos leitores, mas, aos poucos, iremos desvendando esse mundo que não para de crescer.

É interessante observar que Obama conseguiu, por meio dos recursos mais modernos da informática, fazer não só mais de 1,2 milhões de novos eleitores inscreverem-se para votar (nos EUA, o voto não é obrigatório), mas com que o povo expressasse o desejo de mudança.

Para se ter uma idéia, ele arrecadou próximo de 270 milhões de dólares pela Internet, sendo que 50% das doações não ultrapassavam US$ 100 e 30% iam até US$ 25. Esse montante era usado na aquisição de espaço nas outras mídias.

Na verdade, a quebra de paradigma no uso da Internet está na percepção da convergência das mídias. A exploração da televisão, quando da sua chegada, ainda era carregada do jeitão de se fazer rádio. Somente depois de algum tempo é que ganhou seu próprio processo e maturidade. Podemos perceber que a chegada do mundo virtual, em relação à televisão, não foi diferente desta para com o rádio. Somente agora é que

o potencial da interatividade, característica peculiar desse novo meio de comunicação, está sendo melhor compreendido. Afinal, mais difícil do que romper velhos paradigmas no uso das novas tecnologias é usá-las com novos padrões.

Foi fácil notar que Obama tinha muita clareza sobre isso quando, ainda como senador, em 2007, convidou Marc Andreessen (criador do navegador Netscape) e o portal de rede social Ning justamente para aprender sobre ferramentas sociais. Esse encontro é relatado por Andreessen em seu blog: <http://blog.pmarca.com/2008/03/an-hour-and-a-h.html>. Vale a pena lembrar também que o guru da campanha on-line foi um jovem de 24 anos chamado Chris Hughes, um dos fundadores do FaceBook, concorrente do Orkut.

Tradicionalmente, os concorrentes sempre lançavam suas candidaturas no rádio e TV. Nesta eleição, Hillary Clinton e Obama iniciaram as caminhadas rumo ao poder por meio de seus sites, mostrando que as estratégias de marketing estão mudando. Para aqueles que se cadastraram no de Barack Obama, e-mails do próprio, de sua esposa, de seu vice, ou mesmo dos responsáveis pela campanha eram enviados nominalmente, com periodicidade de no máximo seis dias, informando onde estariam acontecendo comícios e incentivando o encaminha-mento de suas idéias e propostas aos amigos e parentes.

Sempre que Obama chegava a uma cidade, para aqueles que haviam cadastrado seu celular no site, mensagens informando o local e o horário do comício eram enviadas, inclusive avisando que haveria surpresa para quem comparecesse. Normalmente eram sorteados ingressos para shows, jogos, etc.

Com isso, podemos notar claramente o quanto Obama soube usar recursos que melhoraria sua comunicação, prin-cipalmente com os jovens, para os quais as novas tecnologias já fazem parte da vida.

A revista americana Newsweek <http://www.newsweek.com/id/167582?tid=relatedcl> tem publicada, on-line, uma enorme reportagem em sete partes, contando os bastidores da campanha.

Nas eleições brasileiras, o caderno Link, do jornal O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, de 29 de setembro, que pode ser acessado em <http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=14668>, trouxe, na reportagem de capa, o tema Tecnologia também é Política. Na matéria são apresentadas as propostas de e-gov dos candidatos a prefeito da cidade de São Paulo. É muito interessante ver as diferentes percepções sobre o assunto por cada candidato, que iam desde visões mínimas de desburocratização pela informatização até a efetividade de

Inaugurada no final de agosto, a Biblioteca Digital e Sonora (BDS) da Universidade de Brasília (UnB) é a primeira biblioteca virtual a disponibilizar cerca de 600 títulos pela Internet. Com um destino bem definido – pessoas com deficiência visual – o acervo é adaptado, com leitura de sinais, pontuação e notas de rodapé. O acesso ao conteúdo da BDS pode ser via Internet, pessoalmente, nas cabines disponíveis na BCE, e também por meio de empréstimo domiciliar de CDs. Para tanto, deve-se preencher o termo de compromisso e a ficha de cadastro, disponível no site <http://bds.bce.unb.br>, e apresentar cópias autenticadas do RG, CPF e um documento médico que ateste a deficiência visual. Essa documentação pode ser entregue pessoalmente ou enviada para a Biblioteca Central Campus Universitário Darcy Ribeiro, gleba “A” BCE, caixa postal 04501, CEP 70910-900, Brasília (DF). O usuário cadastrado recebe então um login e uma senha para realizar suas pesquisas e também a cópia das obras, com o amparo da legislação de direitos autorais, que permite a digitação apenas em casos específicos como esse.

BDSBiblioteca Digital

e Sonora

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novos e integrados serviços públicos on-line. Em comum, dois pontos: todos pretendiam conectar a cidade em banda larga; em contrapartida, nenhum tinha como proposta uma política de tecnologia de informação e inovação em governo. Quer dizer, entenderam que deve ser usado, mas ainda não sabem como nem porquê. Um excelente blog americano, que se concentrou em apresentar “Como os candidatos estão usando a web e como são usados por ela”, pode ser acessado em <http://www.techpresident.com/>.

Depois de ter publicado o site The White House 2 <http://www.whitehouse2.org/>, que colheu adesões às propostas para os primeiros 100 dias de governo Obama, onde o cidadão votou as prioridades que devem ser cuidadas pelo presi-dente, foi posto no ar o site de transição The Obama-Biden Transition Project <http://change.gov/>. Neste endereço, além de apresentar a evolução da nova administração, a agenda de prioridades do novo governo, as nomeações e ocupações de cargo, convida a interação do povo americano com duas frases-chave: “Conte-nos sua história” e “Compartilhe suas idéias”. Ambas propõem ao usuário participar ativamente desse momento histórico.

Pelo vulto que tomaram nessas eleições os temas Internet, serviços eletrônicos e estratégia em tecnologia de informação, finalmente o assunto passa ao primeiro grupo de propostas (e promessas) de gestão pública eficiente e de qualidade. Ter um projeto de conexão à rede, de criação de novos ser-viços públicos digitais e de socialização de ferramentas de comunicação está ficando tão importante (ou vinculado) quanto criar soluções de infra-estrutura urbana. Em curtas palavras, levar conexão à Internet passa a ser tão fundamental quanto levar eletricidade.

Laercio Sant’Anna (com autorização de uso de textos de Álvaro Gregório)

(1) Termo que aparece em 2004 para designar uma segunda geração de comunidades e serviços baseados na plataforma Web.

(2) Páginas comunitárias na internet que podem ser alteradas por todos os usuários que têm direitos de acesso.

(3) Site da Web de hospedagem, partilha imagens fotográficas e, even-tualmente, outros tipos de documentos gráficos, como desenhos e ilustrações.

(4) Really simple syndication (distribuição realmente simples) é uma maneira de distribuir informação por meio da Internet. É uma poderosa combinação de tecnologias pull, com as quais o usuário da web solicita as informações que deseja, e tecnologias push, com as quais informações são enviadas a um usuário automaticamente.

PRONTO-SOCORRO DO TEXTO

Elaboração e revisão de textos em língua portuguesa.

Informações com Egle, pelos telefones:

(11) 8160-1830 / 5572-5933

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Para quem quer ser atendido com cortesia e hora marcada, fazer o melhor trajeto, viagens, levar o filho à escola ou ir às compras, ligue: (11) 9683-9040 e fale com o Manuel.

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Talentos especiaisO Projeto Talentos Especiais, criado em 2001 pela Secretaria

de Estado da Cultura, mantém parceria com instituições que atendem pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação. Suas ações são voltadas para a programação e a prática de oficinas artístico-culturais gratuitas direcionadas a esse público.

É gerenciado pela Associação Amigos das Oficinas Culturais do estado de São Paulo (Assaoc), sob a coordenação de Gisele Caram Sakavicius e a supervisão técnico-cultural de Patrícia Zuvia.

Segundo Gisele, “as oficinas promovem o desenvolvimento físico-sensório-motor dos seus participantes, favorecendo o desenvolvimento das potencialidades humanas e a inclusão por meio de diversas linguagens artísticas”.

Atualmente, o Talentos Especiais trabalha com 36 insti-tuições e, neste ano que se encerra, contabiliza 2.000 bene-ficiados, participantes das oficinas e dos eventos resultantes delas.

Com a ADEVA, “estabelecemos uma parceria muito rica a partir do segundo semestre de 2004, com a oficina de dança de salão, sob a responsabilidade de Selma Regina Gabriel Silvestre, e a de canto coral, iniciada em 2006, que está sob a direção do maestro Júlio de Britto Battesti”, ela esclarece.

Indicados pela entidade, esses arte-educadores são contratados e remunerados pelo Projeto. As atividades que desenvolvem, nas dependências da entidade (à rua São Samuel, 174, Vila Mariana), têm como orientação promo-ver a mobilidade, a percepção corporal, o desembaraço em atividades cotidianas, o entrosamento e a integração grupal dos participantes.

Para Gisele, “o Talentos Especiais-Adeva tem represen-tado um aprendizado”. E acrescenta, “portanto, só temos a agradecer a valorização e o destaque que a entidade atribui à nossa ação conjunta”.

Campanha pela nova Sede da ADEVA

Banco Real -agência 0196C/C 3729443

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Expediente - Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Celso de Oliveira, Cezar Yamanaka (MTb 16.969), Laercio Sant’Anna, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Mara Alves, Márcio Spoladore, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: Praça da Bandeira, 61, cj. 61- CEP 01007-020 - São Paulo (SP) - Telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - Fax: 11 5084-6298 - E-mail: [email protected] Site: http://www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e Impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - Tel.: 11 2696-3288 - E-mail: [email protected] - Tiragem: 1.000 exemplares. Distribuição gratuita.

Nossos parceiros

Aniversário de 30 anos

Na companhia dos amigos – parceiros, colaboradores, associados,

simpatizantes – a ADEVA comemorou, no dia 29 de outubro, os trinta anos de

sua fundação com um jantar no Bar Brahma, em São Paulo.

Cerca de 250 pessoas prestigiaram o evento e aplaudiram os alunos

diplomados pela entidade em cursos contratados pela empresa CPM Braxis.

Para encerrar a festa, Jair Rodrigues cantou e fez todos cantarem grandes

sucessos de sua carreira.

Fim de semana na fazendaGráfica braille

A ADEVA conta com uma gráfica e oferece a impressão de textos em Braille e em caracteres ampliados. Todos os recursos obtidos com a produção desse serviço são revertidos para a manutenção da entidade. Os valores pagos podem ser deduzidos do imposto de renda de pessoas jurídicas. Mais informações pelos telefones: (11) 3824-0560 ou 3667-5210, com Márcio ou Sandra.

PalestrasCom o objetivo de promover o desen-

volvimento pessoal e profissional de empre-gados e empregadores, e conscientizar a sociedade sobre o potencial da pessoa com deficiência, a ADEVA oferece palestras sobre temas como estresse, etiqueta empresarial, o trabalho e o valor do trabalhador, mitos e realidades sobre o deficiente. Para agendar dia e horário, entre em contato com Sandra Maciel ou Márcio Spoladore, pelo telefone (11) 3824-0560 ou pelo E-mail: [email protected]. As palestras podem ser

Onde: Hotel Fazenda Casa Velha, em Porto Feliz, região de Itu, a 99 km de São Paulo.

Quando: de 24 (6ª feira) a 26 de abril (domingo); ida e retorno às 17h.

Quanto: R$ 250, em cinco parcelas de R$ 50, a partir de dezembro de 2008.

Inclusos: transporte de ida e volta e as refei-ções (café da manhã, almoço e jantar).

Não inclusos: bebidas, fichas de jogos e pesqueiro pesque e pague.

Atrações: complexo poliesportivo e aquá-tico, bocha, malha, trilhas, salão de jogos e de eventos, videokê, passeio a cavalo, de

charrete e de trenzinho, tirolesa, pedalinho, sala para descanso com TV, lago para pesca esportiva (trazer equipamento) e monitoria.

Informações: com Sandra Maciel, tel.: 11 3824-0560, ou com Anna Maria,

tel: 11 3864-2783.