trabalho geologia

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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CARLOS MARTINS DE OLIVEIRA EDRWINS HANMSES NETO PEREIRA CARLOS MARCEL PERGENTINO DE MOURA EVERTON ANDRE RODRIGUES DE OLIVEIRA RILDSON SEABRA DE FIGUEIREDO ELISEU DE ANDRADE SILVA A IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS E SEDIMENTOS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

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Page 1: Trabalho Geologia

UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnPPRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CARLOS MARTINS DE OLIVEIRA EDRWINS HANMSES NETO PEREIRA

CARLOS MARCEL PERGENTINO DE MOURAEVERTON ANDRE RODRIGUES DE OLIVEIRA

RILDSON SEABRA DE FIGUEIREDOELISEU DE ANDRADE SILVA

A IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS E SEDIMENTOS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

NATAL2012

Page 2: Trabalho Geologia

CARLOS MARTINS DE OLIVEIRA EDRWINS HANMSES NETO PEREIRA

CARLOS MARCEL PERGENTINO DE MOURAEVERTON ANDRE RODRIGUES DE OLIVEIRA

RILDSON SEABRA DE FIGUEIREDOELISEU DE ANDRADE SILVA

A IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS E SEDIMENTOS COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Resumo submetido à disciplina de Estudos Geotécnicos como título de obtenção da nota do trabalho realizado, conforme título citado no escopo do trabalho.

PROFESSORA: REGINA CELIA DE OLIVEIRA BRASIL DELGADO

NATAL2012

Page 3: Trabalho Geologia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 3

2 ROCHAS MAGMÁTICAS...................................................................... 4

3 ROCHAS SEDIMENTARES.................................................................. 12

4 ROCHAS METAMORFICAS................................................................. 21

5 SEDIMENTOS............................................................................... 28

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 34

REFERÊNCIAS..................................................................................... 35

ANEXO – CICLO DAS ROCHAS.......................................................... 36

Page 4: Trabalho Geologia

3

1 INTRODUÇÃO

Rocha é um agregado de um ou vários minerais, formando as grandes

massas da crosta terrestre. Em certos casos a rocha pode ser formada de uma só

espécie mineral, como é o caso do calcário, constituído unicamente por calcita,

folhelhos, formados por argila, ou quartzito, formado predominantemente por

quartzo. Mais comumente as rochas são constituídas por mais de uma espécie

mineral, alguns mais abundantes, chamados de essenciais, outros em pequena

proporção constituindo os minerais acessórios.

As rochas são divididas em três grandes grupos: Ígneas ou Magmáticas;

Sedimentares; Metamórficas. A classificação das rochas baseia-se na sua origem

(conforme o anexo desse trabalho, o ciclo das rochas), isto é, no processo de

formação, sendo por isto chamada de classificação genética. Há outras

classificações, de uso mais restrito aos especialistas.

Os conhecimentos das rochas são importantes para a Engenharia Civil,

particularmente na solução de problemas de engenharia, na abertura de túneis e

canais, implantação de barragens, construção de estradas, obtenção de água

subterrânea, projetos de fundações, taludes, etc.

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma breve apresentação das

características das rochas e sedimentos e da importância que as mesmas tem para

as construções.

Fig. 01 – Rochas Ignea, Sedimentar e metamórfica

Page 5: Trabalho Geologia

4

2 ROCHAS MAGMÁTICAS

As rochas magmáticas são aquelas provenientes da consolidação do magma,

sendo consideradas, portanto rochas primárias. O magma pode ser definido como

“fluidos superaquecidos compostos de silicatos, fosfatos, água e gases, com

temperaturas variando entre 500 e 1.200°C e que tem sua origem nas camadas

profundas da terra”. Como magmatismo entende-se o conjunto de fenômenos

relacionados à atividade do magma. A composição mineralógica das rochas ígneas

depende do tipo de atividades magmática da qual elas derivam e das condições de

cristalização do magma que lhe deu origem. Com relação à este segundo aspecto

existe uma sequência de cristalização dos minerais que varia de acordo com sua

complexidade estrutural e a disponibilidade de sílica (Si O2) no magma.

2.1 TIPOS DE ATIVIDADE ÍGNEA

As modalidades de atividades magmáticas são diferenciadas de acordo com a

posição na qual se dá o resfriamento e a consolidação do magma. Esta atividade

pode se dar de duas maneiras básicas:

(1) a consolidação do magma se dá à superfície, neste caso as rochas ígneas

apresentam uma posição subhorizontal, sendo denominadas vulcânicas ou

extrusivas (Fig. 02), podendo ainda ser subdivididas de acordo com o tipo de

atividade vulcânica explosiva;

(2) quando a consolidação do magma se dá em profundidade (no interior do

planeta) as rochas são denominadas intrusivas (Fig. 02) ou plutônicas e neste caso

podem-se ter três tipos básicos de corpos instrutivos: Sills ou Soleiras – de formato

tabular e comportamento subhorizontal, geralmente pouco espessos, provenientes

da consolidação do magma em zonas de fraqueza; diques – formato tabular,

comportamento vertical ou inclinado, espessuras variáveis; batólitos – grandes

corpos intrusivos de formatos semicirculares, consolidados à grandes profundidades.

Fig.02- Rochas ígneas extrusiva e intrusiva

Page 6: Trabalho Geologia

5

2.2 CARACTERIZAÇÕES DAS ROCHAS ÍGNEAS

Dentre as diversas formas possíveis de caracterização das rochas ígneas

deve-se dar preferência àquelas que possibilitem uma caracterização mais rápida,

podendo de esta forma ser úteis a uma identificação expedida. Neste caso é comum

que se opte pelas características de textura e composição das rochas.

2.2.1 Textura

A textura de uma rocha pode ser definida como a sua organização interna,

sendo definida a partir do arranjo dos grãos minerais que integram a rocha. No caso

das rochas magmáticas existem cinco tipos de texturas mais comuns:

(1) porfirítica – caracterizada pela presença de grãos menores;

(2) fanerítica – caracterizada pela uniformidade de tamanho entre os grãos

da rocha;

(3) afanítica – apresenta uniformidade no tamanho dos grãos, porém estes

possuem dimensões tão pequenas que não são visíveis a olho nu;

(4) vítrea – textura caracterizada por um aspecto brilhante, devido a altas

percentagens de vidro vulcânico em sua composição;

(5) vesicular – presença de espaços vazios na rocha decorrentes da

volatilização dos gases presentes no magma quando de seu rápido resfriamento,

quando estas vesículas encontram-se preenchidas a textura é denominada

“amigdalóide”.

Enquanto as texturas porfirítica e fanerítica são comuns em rochas intrusivas

ou plutônicas (devido ao resfriamento mais lento do magma) as texturas afaníticas,

vítrea e vesicular são típicas de rochas vulcânicas (nas quais o resfriamento do

magma se dá mais rapidamente devido ao contato com a atmosfera).

2.2.2 Composição mineralógica

As rochas ígneas obedecem, como já vimos, à uma seqüência preferencial de

cristalização dos minerais (Série de Bowen). Esta por sua vez se caracteriza por

apresentar ordem crescente de complexidade estrutural e disponibilidade de sílica

no magma, o que equivale a dizer que os minerais formados no início da série

apresentam baixa complexidade estrutural e altas percentagens de Fe, Mg, Ca e Na,

Page 7: Trabalho Geologia

6

enquanto aqueles formados no final da série apresentam maior complexidade

estrutural (a maior entre os silicatos) e altas percentagens de Si e Al.

A caracterização das rochas magmáticas de acordo com sua composição

química e mineralógica depende da posição na qual a mesma se encontre na Série

de Crisrtalização de Bowen, ou seja, de suas condições fisioquímicas de formação.

Suas composições química permite caracterizá-las de acordo com a

percentagem de sílica (SiO2) uma vez que a maioria dos minerais presentes nas

rochas são silicatos.

No tocante à mineralogia as rochas ígneas não apresentam grandes

variações composicionais, por mais complexa que seja a constituição mineral de

uma rocha ígnea os minerais essenciais são geralmente feldspatos, quartzo,

piroxênios, anfibólios e micas.

2.3 CLASSIFICAÇÕES DAS ROCHAS MAGMÁTICAS

Uma vez que as formas de caracterização das rochas ígneas mais utilizadas

estejam baseadas em suas composições químicas e textura é de se esperar que os

critérios utilizados para sua classificação sejam os mesmos. A prática mostra porém

que a textura não é um bom critério de classificação, desta forma costuma-se utilizar

para esta classificação os critérios mineralogia e composição química.

2.3.1 Classificação baseada na mineralogia

Este tipo de classificação divide as rochas magmáticas em três grupos de

acordo com sua mineralogia básica (tendo como base a cor da rocha):

(1) leucocráticas – rochas claras, ricas em silicatos de cores claras como

feldspatos, quartzo e micas brancas;

(2) melanocráticas – rochas que apresentam uma composição rica em

minerais de cores escuras como piroxênios, anfibólios e micas escuras; (3)

Page 8: Trabalho Geologia

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mesocráticas – rochas que apresentam uma composição rica em minerais de cores

escuras como piroxênios, anfíbios e micas escuras;

(3) mesocráticas – rochas com composição mineralógica e cores

intermediárias a estes dois grupos.

2.3.2 Classificação baseada na composição química

Com relação à composição química o critério de classificação utilização para as

rochas magmáticas é a percentagem em sílica, que possibilita evidência razoável

com relação à origem da rocha. Dentro deste enfoque as rochas ígneas podem ser

classificadas conforme a tabela 01.

CLASSIFICAÇÃO % de Si O2

Ácidas > 65%

Intermediárias 52 – 65%

Básicas 45 – 52%

Ultrabásicas > 45%

2.4 IDENTIFICAÇÕES DAS ROCHAS MAGMÁTICAS

As rochas magmáticas se caracterizam por uma mineralogia típica. Isto faz

com que a composição mineralógica seja melhor critério para se identificar esta

rocha. A associação deste critério com as características textuais proporciona uma

modalidade bastante segura de identificação das rochas ígneas. Este tipo de

associação mineralogia versus textura possibilita a confecção de tabelas de

identificação de rochas magmáticas que podem ser bastante úteis quando se

pretende uma identificação rápida da rocha.

Como o grupo de rochas ígneas que nos interessa (apenas aquelas mais

comuns) é bastante restrito não lançaremos mão de tabelas para sua identificação,

organizando apenas uma lista destas rochas de maior interesse com suas

características diagnósticas.

2.5 ROCHAS MAGMÁTICAS MAIS COMUNS

Tabela 01: Classificação

Page 9: Trabalho Geologia

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Granito – composto principalmente por feldspato, quartzo e micas, é a rocha

magmática mais comum, sendo o constituinte rochoso mais comum da crosta

terrestre, apresenta texturas fanerítica e porfirítica. Conforme indica sua mineralogia

é uma rocha ácida utilizada normalmente como material de revestimento, possuindo

cores variadas.

Sienito – composto de feldspatos, anfibólios, piroxênios e micas, o sienito é

classificado é classificado como rocha intermediária, ocorrendo em regiões de

vulcanismo antigo e apresentado textura porfirítica ou fanerítica. Assim como o

granito, o sieito é freqüentemente utilizado como material de revestimento, devido à

beleza de suas cores amarelas ou avermelhadas.

Gabro – rochas básicas plutônicas compostas por piroxênios e feldspatos,

podendo ainda apresentar olivina e anfibólios em sua composição, apresenta

normalmente textura fanerítica. Suas cores escuras (verdes à pretas) fazem com

que o gabro seja bastante utilizado para revestimento, podendo também ser usado

como agregado para pavimento asfáltico.

Peridotito – intrusiva ultrabásica composta de olivina e piroxênios (podendo

conter percentagens apreciáveis de magnetita) possuem normalmente textura

fanerítica.

Diabásio – instrusiva básica constituída essencialmente por piroxênios e

feldspatos de Ca, apresentam predominantemente textura fanerítica fina e são muito

utilizados como agregados.

Basalto – vulcânica básica, típica de derrames, apresenta textura

normalmente afanítica, e composição rica em feldspatos de Fe e Mg. Além da

textura afanítica são freqüentes as texturas vesiculares e amigdaloide, sendo muito

utilizado como agregado.

2.6 UTILIZAÇÕES DAS ROCHAS ÍGNEAS EM CONSTRUÇÕES

- Construção Civil - Edificações

O Granito é a rocha mais empregada na construção civil. Podem ser citados

diversos usos e aplicações do granito: blocos para pedestal de monumentos,

alicerce, muros e meios-fios, paralelepípedos e pedras irregulares para

Page 10: Trabalho Geologia

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pavimentação, brita para concreto e pavimentação, placas para revestimentos. Em

função da decomposição mineralógica, nas áreas de ocorrência de granitos pode-se

encontrar, especialmente nas curvas dos rios que as atravessam, depósitos de areia

para construção, o que não ocorre em zonas de ocorrência de rochas basálticas. o

basalto tem utilização maior como brita.

- Aterros

Solos graníticos são constituídos de grãos de quartzo e argila. Com isso, são

excelentes materiais para construção de aterros, pois aliam as duas componentes

de resistência dos solos: ângulo de atrito devido aos grãos e coesão derivada das

argilas. Esses solos têm pouca deformabilidade e média permeabilidade.

Solos basálticos são mais argilosos e não oferecem as mesmas

características de resistência embora tenham baixa permeabilidade. Isso origina a

execução de aterros com paredes de menor verticalidade, taludes mais inclinados

aumentando seu custo.

- Estradas

Rochas graníticas fornecem brita de forma cubóide, ideal para uso em base

de estradas devido a sua elevada resistência a compressão e ao desgaste. As

restrições ficam por conta da pouca adesividade do asfalto em relação ao quartzo

sendo necessária a adição de aditivos químicos para superar esse inconveniente.

Basaltos fornecem britas de formato lamelar devido ao intenso diaclasamento

dessas rochas diminuindo sua resistência, porém apresentam excelente adesividade

ao betume.

- Túneis

Na construção de túneis, o aspecto mais importante são as estruturas

presentes no maciço. Para derrames basálticos existem características distintas em

relação à zona do derrame que será projetado o túnel, mas se puder ser realizada a

opção, o engenheiro deve preferir a zona maciça, ou na impossibilidade, a zona com

diaclasamento vertical considerando que as obras de suporte são menos onerosas

nessas duas regiões.

- Barragens

Page 11: Trabalho Geologia

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Em regiões de rochas basálticas muito diaclasadas pode haver problemas

de permeabilidade resultando em fuga de água do reservatório e problemas na

barragem. nesses casos se faz uma cortina de cimento (calda de cimento injetado)

para “impermeabilizar” as fraturas abertas.

- Fundações

Tanto as rochas graníticas como as rochas basálticas são excelentes

materiais para substrato de fundações. os problemas de fundação, nesses casos,

relacionam-se, principalmente, aos solos derivados das rochas ígneas. os solos

graníticos são mais resistentes que os argilosos solos basálticos. porém a existência

de matacos em solos graníticos é maior.

- Taludes

Taludes em regiões graníticas podem ser mais íngremes devido a maior

estabilidade dessas em relação aos basaltos.

2.7 IMPORTÂNCIAS PARA A ENGENHARIA CIVIL

Com relação à composição mineralógica as rochas ígneas normalmente não

apresentam grandes problemas para a engenharia civil quando não alteradas.

Quando alternadas ou em estágio inicial de alteração, é preciso que se tome

cuidado com os produtos de alteração dos minerais ferro-magnesianos, presentes

principalmente nas rochas básicas, que podem dar origem à argilominerais

expansivos.

No que diz respeito a textura é importante que se tenha cuidado com as

rochas de texturas porfiríticas (devido à menor resistência dos profiroblastos) e

vesicular (pois as vesículas podem estar preenchidas por minerais plásticos ou

expansíveis). Com relação às estruturas (descontinuidades provocadas por esforços

sofridos pela rocha) é necessário um bom conhecimento de sua orientação já que as

mesmas podem representar superfícies potenciais de instabilidade.

Page 12: Trabalho Geologia

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3 ROCHAS SEDIMENTARES

As rochas sedimentares (Fig. 03) podem ser definidas como “tipo rochoso

derivado de outras rochas, depositado na forma de fragmentos ou precipitado

quimicamente, que devido a seu lento processo de deposição pode apresentar

estruturas planares horizontais”.

Estas rochas têm sua origem baseada na fragmentação ou dissolução de outros

tipos rochosos, transporte destes fragmentos ou íons por meio de soluções, e sua

deposição ou precipitação em ambientes favoráveis. Assim como as rochas

magmáticas, as rochas sedimentares necessitam de condições especificas para sua

formação.

Estes ambientes normalmente incluem a existência de água e de condições

fisioquímicas particulares. Grosseiramente podem-se dividir os ambientes de

posicionais (de formação) das rochas sedimentares em: fluvial, lacustre, marinho,

litorâneo, lagunar, desértico, deltaico, de talus e de plataforma.

Page 13: Trabalho Geologia

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3.1 PROCESSOS SEDIMENTARES

Os processos de gênese das rochas sedimentares estão intimamente ligados

aos processos de dinâmica externa do planeta, ao contrário das atividades ígneas e

metamórficas que estão associadas aos processos de dinâmica interna da terra. O

conjunto de processos que tem lugar quando da origem das rochas sedimentares

são:

(1) processos de intemperismo (fragmentação das rochas e alteração de sua

composição química);

(2) processos de retirada destes materiais alterados; (3) processos de transporte

destes materiais;

(4) processos de deposição dos mesmos sob condições fisioquímicas

favoráveis;

(5) processos de litificação (transformação destes materiais soltos em rochas).

3.2 MINERALOGIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Como as rochas sedimentares são, na maioria dos casos formados a partir de

fragmentos de outras rochas, seria de se esperar que elas apresentassem uma

mineralogia bastante variada, porém os minerais essenciais das rochas

sedimentares são em numero bastante reduzidos. Como os minerais presentes nas

rochas sedimentares passam por processos de fragmentação e alteração química,

Fig. 03 - Rocha sedimentar

Page 14: Trabalho Geologia

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apenas os mais resistentes escapam da destruição total, daí o pequeno número de

espécies minerais presentes nas rochas sedimentares.

Desta forma o número de minerais que resistem com sua estrutura e

composição química intactas é bastante pequeno. Os outros minerais quando

sujeitos a estes processos se modificam e passam a constituir novos minerais

denominados “neoformados”, os quais são estáveis sob as novas condições

reinantes.

Pode-se diferenciar a mineralogia das rochas sedimentares de acordo com os

processos que lhes deram origem. Se a rocha tem sua gênese associada à

deposição de fragmentos transportados podemos ter duas possibilidades:

(1) se o transporte se deu por tração em meio fluido a rocha deve apresentar

grãos maiores e uma mineralogia rica em minerais primários (vindos da rocha

original e que resistiram aos processos de alteração);

(2) se o transporte predominante for a suspensão em meio fluido a rocha deve

apresentar grão de menor tamanho e riqueza em minerais neoformados

(secundários – criados durante o processo de alteração).

Por outro lado, se a rocha foi formada pela precipitação de soluções químicas

ela deve apresentar uma estrutura maciça (onde é praticamente impossível a

diferenciação entre grãos) e uma composição rica em carbonatos e/ou fosfatos. A

mineralogia básica das rochas sedimentares pode ser assim descrita: quartzo,

fragmentos de rochas, feldspato, micas, argilominerais, clorita, hematita, magnetita,

calcita, apatita e dolomita.

3.3 ESTRUTURAS SEDIMENTARES

Uma característica diagnostica das rochas sedimentares é a existência de

estruturas típicas deste grupo de rochas. Estas estruturas podem ser geradas tanto

durante o processo de diagênese (conjunto de processos responsáveis pela origem

das rochas sedimentares) como posteriormente.

Os estudos da sedimentologia (ramo da geologia que estudas os processos

sedimentares) possibilitam o reconhecimento e descrição de um numero muito

grande de estruturas sedimentares, porém muitas delas ocorrem apenas raramente,

as mais frequentes são em número muito pequeno. Desta forma nosso estudo ficará

restritas à apenas aquelas estruturas mais comum. Estratificação – arranjo dos

Page 15: Trabalho Geologia

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grãos em camadas superpostas de acordo com o ritmo de deposição, podendo ser

de diversas formas de acordo com a posição das camadas (plano-paralelas,

acanalada, e cruzada, entre outras).

A presença destas estruturas se deve ao fato dos sedimentos (fragmentos que

dão origem as rochas sedimentares) se depositarem em camadas. Gradação

Granulométrica – arranjo dos grãos minerais em camadas de acordo com sua

dimensão, normalmente é função da diferença de peso ou de massa especifica entre

os diversos grãos e das condições de deposição.

A gradação pode ser normal (grãos maiores ou mais densos embaixo) inversa

(quando os grãos menores ou menos densos se encontram nas camadas inferiores

do pacote de sedimentos). Estruturas de Ressecamento – comuns nos sedimentos

mais finos (raramente sendo preservada nas rochas), constituiu-se de estruturas

retas de caráter vertical mostrando fragmentação e deslocamento entre os grãos

vizinhos quando da perda d’água por parte do sedimento.

3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Um primeiro critério de classificação das rochas sedimentares diz respeito à sua

origem. Segundo este critério as rochas sedimentares são classificadas em: lásticas

ou Detríticas – quando são provenientes do transporte e deposição dos sedimentos

na forma sólida, incluindo minerais primários; Química – originadas à partir da

cristalização de sais transportados em solução no seu estado dissociado e

precipitante em condições fisicoquímicas favoráveis; Orgânicas – formadas a partir

da acumulação de restos vegetais e animais.

Com relação às rochas químicas e orgânicas a classificação é relativamente fácil

uma vez que elas apresentam características mineralógicas facilmente distinguíveis.

As rochas clásticas ou detríticas porém, devido ao caráter de alteração e transporte

intensos dos minerais, apresentam uma mineralogia bastante semelhante entre os

diversos tipos, o que faz com que para as mesmas se necessite de outro critério de

classificação.

Nestes casos o critério utilizado é o tamanho dos grãos componentes da rocha.

Esta caracterização, denomina granulométrica (medida de tamanho dos grãos) é

feita a partir da definição de classes de tamanho de grãos presentes na rocha e de

suas proporções.

Page 16: Trabalho Geologia

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O conceito de granulometria diz respeito ao estabelecimento de classes de

tamanho baseado em intervalos de diâmetro das partículas. Para a utilização deste

conceito de diâmetro de partícula consideram-se os fragmentos presentes nas

rochas como esféricos, definindo assim o diâmetro equivalente àquela classe de

tamanho. As classes granulométricas assim definidas conforme a tabela 02.

CLASSE DIÂMETRO (mm)Matação > 256

Bloco 64 - 256Seixo 4 - 64

Grânulo 2 - 4Areia Grossa 1/4 - 2

Areia Fina 1/16 – 1/4Silte 1/256 – 1/16

Argila < 1/256

3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Outra característica das rochas sedimentares comumente utilizadas em suas

identificações é a textura. As texturas mais comuns presentes nas rochas

sedimentares são:

(1) detrítica – existe a possibilidade de identificação e individualização dos grãos

presentes na rocha, é característica das rochas clásticas;

(2) cristalina – textura típica das rochas sedimentos químicas se caracteriza pelo

aspecto brilhante pelo aspecto brilhante e pela dificuldade em se individualizar os

grãos minerais;

(3) Eferiodal – presença de partículas de formas circulares resultantes da

cristalização de substâncias num forma radial é característica das rochas químicas;

(4) orgânica – textura caracterizada pela presença de restos vegetais ou

animais.

Tabela 02: Classes Granulométricas

Page 17: Trabalho Geologia

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Ao contrário das rochas ígneas, o estabelecimento de quadros de classificação

para as rochas sedimentares é bastante difícil, porém isto não dificulta a sua

identificação uma vez que as rochas sedimentares costumam apresentar

características diagnósticas que tornam bastante fácil a identificação dos diversos

tipos.

3.6 ROCHAS SEDIMENTARES MAIS COMUNS

Argilito e Folhelho – rochas sedimentares detríticas nas quais predomina a

fração argila, apresentando normalmente colorações escuras devido à presença de

matérias orgânica. A diferenciação entre os dois tipos pode ser feitas através de

estruturas, enquanto o argilito apresenta estrutura maciça (designação utilizada para

a ausência de estrutura), o folhelho apresenta estratificação. Sua mineralogia é rica

em micas, clorita e argilominerias.

Siltito – rochas clástica que apresenta predominância da fração silte em sua

composição, os grãos podem ser observados apenas com a ajuda de uma lupa,

apresentado uma mineralogia rica em argilominerais e fragmentos diminutos de

quartzo e feldspato.

Arenito – rocha sedimentar detrítica na qual predomina a fração areia,

comumente apresenta estratificação ou gradação granulométrica, apresentando uma

composição rica em quartzo, micas, feldspato e pequenos fragmentos de rocha.

Conglomerado – rochas sedimentar clástica que apresenta alta percentagem

de grão de tamanho grosseiro (maior que grânulo) e uma mineralogia rica em

fragmentos de rochas.

Brecha – apresenta as mesmas características básicas do conglomerado,

porém difere-se deste por apresentar grãos angulosos (enquanto no conglomerado

eles são arredondados).

Calcário – rochas sedimentar química de textura cristalina e granulação fina,

rica em minerais CaCO3 e MgCO3 podendo conter quantidades apreciáveis de

argila.

Evaporito – rochas sedimentar química de textura comumente esferoidal ou

cristalina, rica em minerais halóides, proveniente da cristalização de sais marinhos.

Sílex – rochas sedimentar química, de textura cristalina, proveniente da

precipitação de sílica coloidal.

Page 18: Trabalho Geologia

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3.7 UTILIZAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES EM CONSTRUÇÕES

a) Construção Civil – Edificações

As rochas sedimentares bem cimentadas podem se constituírem em bom

material para blocos de fundação e de alvenaria, calçadas, meios fios, etc. ex:

arenito de botucatu. Quando poucos cimentados ou trabalhados por agentes

geológicos, as rochas sedimentares podem dar origem a depósitos de areias e

pedregulhos ou de lamitos, com imensa utilização na construção civil, os primeiros

no concreto e os últimos, na fabricação de tijolos e cerâmicas.

b) Aterros

Os solos originados de rochas sedimentares, especialmente as argilo-

arenosas, podem ser utilizados com certa tranquilidade em aterros, já que

combinando o atrito das areias com a coesão das argilas dão, como produto final,

um material com boa resistência e de relativamente fácil trabalhabilidade. Os

problemas surgem quando solos são predominantemente arenosos, pois são

vulneráveis à erosão pela água das chuvas e ventos.

c) Taludes

A estabilidade do talude está diretamente associada à direção do plano de

estratificação da rocha.

d) Túneis

A direção predominante do plano de estratificação da rocha é fundamental

para o comportamento do maciço na frente de escavação e dos possíveis tipos de

tratamento e escoramento ( Fig.04).

Page 19: Trabalho Geologia

18

- Situação 1: Túnel sempre nas mesmas camadas horizontais. Esta situação

é desfavorárel, pois pode ocorrer desplacamento do teto por ação de flexão.

- Situação 2: Túnel corta camadas diferentes, mergulhantes. Situação

desfavorável, pois com a escavação as placas de rochas tendem a ser

descalçadas, originando grandes desmoronamentos.

- Situação 3: Túnel atravessa camadas verticais diferentes. Esta é uma

situação favorável, pois não há descalçamento das placas de rocha na escavação.

- Situação 4: túnel atravessa as mesmas camadas mergulhantes. Situação

desfavorável no pé-direito do lado direito e favorável no pé-direito do lado

esquerdo. exigência de espessura assimétrica da abóboda de concreto armado.

- Situação 5: túnel atravessa as mesmas camadas verticais. Situação

desfavorável, pois as lajes são descalças durante a escavação. o desmoronamento

é menor do que quando são encontradas camadas horizontais.

- Situação 6: túnel atravessa camadas mergulhantes duas vezes. a situação

é desfavorável no teto do pé-direito esquerdo e favorável no pé-direito lado direito.

e) Barragens

O empuxo das águas provoca esforços horizontais que tendem a fazer com

que a barragem deslize, independente do tipo de rocha de fundação. o que vai

impedir o deslizamento será o atrito entre a base da barragem e a rocha. para

aumentar esse atrito é que se engasta a estrutura na rocha através da escavação de

dentes.

Em algumas situações desfavoráveis é comum a utilização de tirantes de

aço ancorados abaixo do último plano de estratificação. Esta medida garante a

estabilidade do maciço e aumenta a interligação da base da barragem com a rocha

de fundação (Fig. 05).

Fig. 04 - Túneis em relação à estratificação

Page 20: Trabalho Geologia

19

f ) Fundações

Os sedimentos recentes, atualmente concentrados nas planícies de

inundação dos cursos d’água (que estão em pleno processo de erosão-transporte-

deposição e que ainda não sofreram mais diagênese, senão a pressão do próprio

peso das camadas sobrepostas), mostram algumas características que influem nos

projetos de fundações: presença d’água (Fig.06) muito próxima da superfície e a

presença de camadas lenticulares de argila no perfil (argila mole). Outros problemas

estão associados a rochas calcárias (Fig.07) em contato com águas ácidas,

provocando erosão interna, e arenitos pouco cimentados que estão sujeitos a erosão

externa.

3.8 IMPORTÂNCIAS PARA A ENGENHARIA CIVIL

Com relação à estabilidade dos terrenos as rochas sedimentares só

representam problema quando se trata de sedimentos com forte contribuição de

matéria orgânica. Por apresentar uma mineralogia quase toda composta por

minerais estáveis e resistentes à alteração, estas rochas podem representar

problemas apenas quando se trata de argilominerais expansíveis.

Com relação às estruturas sedimentares é preciso que se tenha cuidado

principalmente com aquelas de comportamento planar (como a estratificação) que

podem ser planos de menor resistência da rocha e, por isso mesmo, planos

potenciais de ruptura.

Fig. 05 - Atrito entre a base da barragem e a rocha de fundação

Fig. 07 – Fundações – Rochas calcarias Fig. 06 – Fundações- presença dágua

Page 21: Trabalho Geologia

20

Um aspecto interessante com relação as rochas sedimentares diz respeito as

rochas químicas carbonáticas que quando sujeitas à ação de águas aciduladas

podem desenvolver grutas e cavernas cujas instabilidade natural pode vir a

comprometer obras situadas na superfície. Dois exemplos interessantes destes

fenômenos são as cidades de Cajamar (SP) e Sete Lagoas (MG).

Outro aspecto interessante das rochas sedimentares para a engenharia civil diz

respeito a materiais de construção (agregados, cimento, cal e pedra para

revestimento), dos quais as rochas sedimentares são boa fonte.

4 ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas podem ser definidas como “rochas geradas a partir das

variações das condições de pressão e temperatura de outros tipos rochosos,

condições estes diferentes daquelas nas quais as rochas foram geradas”.

A este conjunto de transformações sofridas pelas rochas dá-se o nome de

metamorfismo, englobando todo o conjunto de transformações sofridas pelas rochas

sob novas condições de Pressão (P) e Temperatura (T), sem que as mesmas

sofram fusão.

Como se pode verificar, as rochas metamórficas podem se originar de qualquer

outro tipo de rocha seja ela ígnea, sedimentar ou mesmo metamórfica, desde que as

mesmas sejam submetidas a novas condições de temperatura e pressão.

As modificações de P e T que as rochas sofrem para que se tornem rochas

metamórficas são devidas a processos naturais. Normalmente estas variações estão

associadas a processos de atividade magmática ou processos de deformação das

rochas.

Estas variáveis (pressão e temperatura) podem ter dois tipos de causa cada um

delas: a pressão pode ser proveniente de esforços de deformação das rochas ou da

ação de seu peso próprio; e a variação de temperatura pode ser provocada por

intrusões ou pela ação de fluidos quentes.

Page 22: Trabalho Geologia

21

4.1 MODIFICAÇÕES SOFRIDAS PELAS ROCHAS

O conjunto de transformações ocorridas nas rochas durante o processo de

metamorfismo visa das condições de estabilidade físico-químico sob as novas

condições reinantes.

Estas novas condições de equilíbrio podem ser obtidas através de dois

processos básicos: modificações nas texturas da rocha (arranjo interno dos cristais)

e modificações em sua mineralogia. Estes processos porém podem ocorrer os dois

ao mesmo tempo e se dar de diversas maneiras: Cristalização da Matéria Amorfa;

Retirada de Água da Composição dos Minerais; Coalescência de Pequenos Cristais;

Reação entre Minerais para Formar um Novo Mineral; Reorientação de Cristais das

Rochas; Ação de transportes de Ions e Elementos por Soluções.

4.2 TIPOS DE METAMORFISMO

Os tipos de modificações possíveis durante o processo de metamorfismo são

bastante variados, como já pudemos verificar. Esta diversidade de processos aliadas

às condições locais podem dar origem a categorias diferentes de metamorfismo. Os

tipos básicos de metamorfismo são:

Metamorfismo de Contato – ocorre apenas nas vizinhanças de pequenas

instruções, abrangendo, portanto, pequenas áreas. O comprovante principal é a

temperatura e as modificações sofridas são de caráter eminente mineralógico.

Metamorfismo Geotermal – também denominado “Burial” ou “de

Confinamento”, este tipo de metamorfismo decorre principalmente da ação do peso

dos sedimentos sobre as camadas inferiores, provocando principalmente alterações

texturais. A inclusão deste processo no campo do metamorfismo é bastante

discutível.

Fig. 08 - Rocha metamórfica

Page 23: Trabalho Geologia

22

Metamorfismo Cataclástico – decorrente da ação delatas pressões dirigidas

(em zonas de falha), este tipo de metamorfismo abrange pequenas áreas. Devido à

pequena participação da temperatura no processo, as rochas sofrem somente

reorientação mineral.

Metamorfismo Regional ou Dinamotermal – caracterizado pela ação intensa

de pressão e temperatura, podendo levar até à fusão parcial das rochas. Abrange

grandes áreas.

Metamorfismo Hidrotermal – causado pela percolação de intrusões fluidas

quentes, este metamorfismo provoca principalmente modificações mineralógicas nas

rochas.

4.3 TEXTURAS OU ESTRUTURAS

Comumente (nas rochas ígneas e sedimentos) as feições textura e estruturas

são bastante distintas e tem significados diferentes, porém nas rochas metamórficas

elas se confundem uma vez que a textura (arranjo mineral interno) se reflete nas

estruturas (feições de orientação mineral que são distinguíveis a olho nu).

Desta forma é comum que se encontre a alguma confusão na denominação destas

feições, ora denominadas texturas ora estruturas. Utilizaremos para denominar estas

feições o termo estrutura, englobando os seguintes tipos básicos:

Foliação – qualquer tipo de orientação mineral em planos ou superfícies de

rochas metamórficas. Ex: Granito metaforizado se transformou num Gnaiss.

Xistosidade – superfície gerada pela orientação de minerais planares

(principalmente as micas). Ex: Xisto.

Clivagem – orientação de pequenas partículas minerais de formas planares ou

asciculares, de caráter eminentemente plano. Sua característica principal é a

regularidade de seu comportamento plano. Ex: Grafita xisto.

4.4 MINERALOGIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas podem apresentar uma mineralogia bastante variada

uma vez que podem se formar a partir de todo tipo de rocha, porém seus minerais

essenciais formam um grupo bastante restrito assim como no caso das rochas

Page 24: Trabalho Geologia

23

magmáticas e sedimentares. Existe, porém um grupo de minerais de ocorrência

mais restrita que são típicos de rochas metamórficas.

Desta forma os minerais presentes nas rochas metamórficas podem ser

dividodos em dois grandes grupos: Minerais Essenciais – feldspatos, piroxênios,

anfibólios, quartzo, carbonatos e micas; Minerais Típicos – granada, epidoto,

turmalina, cianita, estautolita, andaluzita, serpentina e talco.

4.5 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

Normalmente as rochas metamórficas apresentam feições bastante

diferenciadas uma das outras, não constituindo grupos de rochas com mineralogias

e estruturas típicas.

Desta forma uma classificação coerente destas rochas (principalmente no que

diz respeito ao interesse para a engenharia civil) é bastante difícil, existindo porém

algumas tentativas de classificação baseadas em diferentes critérios:

(1) Classificação baseada na Presença de Foliação;

(2) Classificação Baseada na Presença de Xistosidade;

(3) Classificação baseada no Fácies Metamórficos; e

(4) Classificação baseada no Tipo de Metamorfismo. Como nenhuma destas

classificações acima descritas apresenta interesse para as finalidades da

engenharia civil, optou-se no presente texto por não recomendar o uso de nenhuma

delas.

4.6 ROCHAS METAMÓRFICAS MAIS COMUNS

Gnaisse – resultante do matamorfismo de granitos e granodioritos, os gnaisses

apresentam como característica mais marcante um bandeamento com alternância

de cores claras e escuras (denominado foliação gnássica) e, em alguns casos, a

presença de granada.

Filitos – caracterização principalmente por uma xistosidade muito bem

desenvolvida

e alta pasticidade, os filitos são derivados de matamorfismo de folhelhos e argilitos.

Xistos – formado a partir do metamorfismo de rochas ígneas básicas, os xistos

apresentam xistosidade muito bem desenvolvida, normalmente ondulada.

Page 25: Trabalho Geologia

24

Mármores – rochas metamórficas derivada de calcários, os mármores

raramente exibem xistosidade e possuem uma composição rica em carbonatos.

Quartzo – derivado de arenito, o quartzo é muito rico em quartzo pode

apresentar boa xistosidade quando apresenta boa percentagem de mica.

Itabirito – rico em hematita, exibe alternância de leitos claros e escuros, quando

alterado apresenta crosta ferruginosa pronunciada.

Serpentinito – rico em piroxênios, anfibólios e olivina, o serpentinito costuma

apresentar cores verdes e xistosidade bem desenvolvida.

Talco – decorrente do metamorfismo de rochas ígneas básicas e ultrabásicas, o

talco apresenta cores escuras (esverdeadas principalmente), xistosidade muito

desenvolvida e presença freqüente do mineral talco.

4.7 IDENTIFICAÇÃO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS

Apesar de haverem tentativas de utilização de chaves de identificação para as

rochas metamórficas, estas normalmente dependem de uma caracterização

mineralógica precisa da rocha, a qual as vezes só é possível com o uso de

microscópio.

Como cada tipo de rocha metamórfica apresenta feições típicas, o seu

reconhecimento é bem mais fácil que o das rochas ígneas e sedimentares. Uma

tentativa de sistematização desta identificação rápida da rocha em questão. Uma

árvore-lógica desenvolvida para tal finalidade é apresentada na página seguinte.

4.8 UTILIZAÇÕES DAS ROCHAS METAMORFICAS EM CONSTRUÇÕES

 

a) Materiais de Construção

A utilização de rochas metamórficas na construção civil dependerá de sua

composição mineralógica e grau de metamorfismo.

- Pedra britada – aproveitam-se os gnaisses, quartzitos e os mármores.

as rochas xistosas, devido a tendência de formar fragmentos lamelares, não são

apropriadas para material de brita, seja para concreto, seja para asfalto.

- Revestimento de pisos e paredes – o mármore, por sua beleza quando

polido e pelo seu preço acessível é sempre bastante requisitado. Os engenheiros

devem estar atentos para o fato de que, em pisos de prédios públicos, o mármore

(dureza 2) em pouco tempo estará totalmente riscado pelos fragmentos de areia

Page 26: Trabalho Geologia

25

(dureza 7). a presença de micas na grande maioria das rochas metamórficas

confere-lhes um brilho de grande beleza que, combinado com a imensa variedade

de cores e a facilidade com que desagregam em plaquetas, fazem delas

requisitados materiais de revestimento de fachadas e paredes internas.

- Coberturas – a facilidade de separar-se em placas confere às ardósias a

possibilidade de serem utilizadas como telhas ou como lajotas de revestimento de

calçadas.

b) taludes

Valem as mesmas considerações apresentadas em relação às rochas

sedimentares, com um agravante: além dos planos de xistosidade, via de regra,

serem mais instáveis do que os planos de estratificação, dentro do pacote de rochas

metamórficas mergulhantes podem existir camadas com baixíssima resistência,

especialmente devido às micas.

c) Túnel

A estabilidade dos túneis e o processo de escoramento e tratamento deverão

obedecer à direção do plano de xistosidade e a composição mineralógica do maciço

rochoso.

As observações feitas para as rochas sedimentares são também válidas para

as rochas metamórficas em obras de túneis. vale novamente a ressalva: os planos

de xistosidade são, em geral, menos resistentes que os planos de estratificação.

d) Barragens

De uma maneira geral, as rochas metamórficas são pouco permeáveis,

apresentando espessuras de solos que justificam a opção por barragens

homogêneas de terra. o grande problema é a atitude da xistosidade!

e) As rochas mais utilizadas

- Gnaisse: é uma das rochas mais comumente empregadas em construção

com largo emprego em pavimentação na forma de paralelepípedos ou mesmo sub-

base de rodovias; é usada também em leitos de ferrovias. 

 - Quartzitos: muito utilizado em lajes, aparelhadas manualmente ou

serradas, tanto em fachadas como em pisos, polidos ou não. O uso para tais fins

tem sido muito grande, não só pela beleza que apresentam como também pela

extraordinária resistência aos desgastes físico e químico. 

Page 27: Trabalho Geologia

26

 - Mármores: é de conhecimento geral a utilização dos mais variados tipos

de mármores, tanto em revestimento interiores e exteriores, quanto em pisos e

ornamentos. Deve-se considerar que os mármores coloridos e sulcados de veias,

geralmente não dão pavimentos duráveis e econômicos, principalmente quando

expostos ao tempo; apresentam melhores resultados quando aplicados em

revestimentos de paredes. Para uso em pisos, deve-se escolher um tipo de

mármores que tenha granulação fina e compacta.

4.9 IMPORTÂNCIAS PARA A ENGENHARIA CIVIL

No que diz respeito à mineralogia das rochas metamórficas verifica-se que parte

dos minerais que participam de sua composição (típicos do metamorfismo) é estável

apenas nas suas condições de formação e quando submetidos a novas condições

físico-químicas se alteram facilmente. Assim, o estudo da mineralogia das rochas

metamórficas pode ter dois enfoques distintos:

(1) mineralogia das rochas – que quando alteradas podem dar origem a

produtos altamente plásticos e de baixa resistência, muitas vezes orientados, o que

torna o problema maior ainda;

(2) mineralogia dos Produtos Residuais – como os minerais presentes nas

rochas metamórficas são, na maioria das vezes, silicatos de Ca, Na e Mg, sua

alteração pode proporcionar a presença no solo de argilominerais expansíveis. Com

relação às estruturas, as rochas metamórficas podem apresentar dois tipos básicos

de problemas, como decorrência do fato de exibirem uma orientação dos minerais

em superfície:

(1) estes planos são planos potenciais de instabilidade mesmo quando a rocha

não está alternada;

(2) estas superfícies podem se tornar caminhos preferências de percolação da

água podendo gerar grande perda de resistência.

Page 28: Trabalho Geologia

27

5. SEDIMENTOS

Os Sedimentos são o resultado da deposição de detritos de rochas, ou do

acúmulo de detritos orgânicos ou da precipitação química. Este acúmulo de

sedimentos constitui o que se chama de depósito sedimentar, que ocorre em

camadas separadas por juntas de estratificação, que também podem ser chamadas

de fraturas de acabamento, ou de diáclases horizontais que são os interstícios

existentes entre as camadas.

Os sedimentos de origem clástica ou detrítica ocorrem por meio de

fragmentação de rochas, as quais são principalmente as eruptivas (também

chamadas magmáticas ou ígneas) que são produzidas pelo resfriamento do material

ígneo do interior da terra ou metamórficas que são produzidas pela transformação

de rochas preexistente.

Page 29: Trabalho Geologia

28

No processo de sedimentação se verifica a deposição de sedimentos (Fig. 09)

ou de substâncias que virão a ser mineralizadas, portanto, é o resultado da

deposição proveniente da desagregação ou da decomposição de rochas primárias

(rochas ígneas, formadas através da consolidação do magma ou rochas antigas da

era Primária ou Paleozóica). Vários fatores determinam o processo de

sedimentação: o clima, o tipo de rocha, a base morfológica, a atividade tectônica e

outros. Existem dois tipos principais de cobertura sedimentar: transgressiva e

regressiva.

5.1 CLASSIFICAÇÃO

Existem vários tipos de classificações, vamos falar apenas daquele de interesse

as construções:

a. Quanto à coerência dos elementos:

- Coerente: arenitos, conglomerados e argilas calcárias;

- Incoerente: areia e cascalho.

b. Quanto à textura e o tamanho dos seus elementos:

- Psifitos: grãos maiores que de areia grossa, cimentada com grãos menores.

- Psamitas: grãos pequenos, às vezes, quase microscópicos.

- Pelitas: grãos finíssimos, como pó ou farinha de rocha, que são as argilas,

os xistos argilosos, as margas e o limo.

c. Quanto ao tipo de rocha:

- Rocha grosseiramente detrítica

– não consolidadas: areia grossa, seixos e blocos;

Fig. 09 - Ambientes sedimentares mais comuns

Page 30: Trabalho Geologia

29

– consolidadas: conglomerados, poundingues e brechas.

- Rocha silicosa:

– detrítica não consolidada: areia, saibro, areias micáceas e areias vasosas;

– consolidadas: arenitos;

– de origem química e orgânica: sílex e certos tipos de calcário.

- Rocha argilosa-caulim, argila, margas e xistos argilosos.

- Rocha calcária:

– calcário de água doce-estalactite e estalagmite;

– calcário lacustre;

– calcário marinho.

- Rocha salina

– Cloreto de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de potássio e gipso.

- Depósitos continentais de origem orgânica

– turfa, linhito, hulha e petróleo.

5.2 PRINCIPAIS SEDIMENTOS PARA AS CONSTRUÇÕES

a. Areia (Fig.10 )

A areia é produto da desintegração mecânica através de agentes exteriores

sobre rochas, que emergiram. O vento, a água, as geadas, a vegetação entre

outros, provocam nas rochas erosão e desgaste ao longo do tempo, transformando-

as em pedregulhos e areias, solos de partículas grossas, siltes partículas

intermediárias e por último, as argilas, que são as partículas finas e formadas

normalmente, pela decomposição química.

A areia é formada, principalmente pôr quartzo(SiO2), mas dependendo da

composição da rocha da qual é originária, pode agregar outros minerais como:

feldspato, mica, zircão, magnetita, ilmenita, mônazita, cassiterita, entre outros. E em

função dessa variedade, tem aplicações, também variadas. Quase todos minerais de

grande resistência física e estabilidade química.

Page 31: Trabalho Geologia

30

Quanto a sua composição química a areia é classificada como silicato, já que

é constituída de quartzo, feldspato e mica.

b. Seixo (Fig. 11)

Seixo rolado ou cascalho: também denominado pedregulho, é um sedimento

fluvial de rocha ígnea, inconsolidado, formado de grãos de diâmetro em geral

superior a 5 mm, podendo os grãos maiores alcançar diâmetros até superiores a

cerca de 100 mm. O cascalho também pode ser de origem litorânea marítima. O

seixo também pode ser de origem litorânea marítima.

c. Argilas (Fig. 12)

A argila é uma rocha granular com grãos de dimensões muito reduzidas.

um produto da alteração de rochas silicatadas, sendo uma mistura de vários minerai

s: caulinite, ilite e montemorilonite.

As suas principais características são a sua coerência, a sua secura e o s

eu estado plástico quando entra em contato com a água.

Devido às suas reduzidíssimas dimensões, e também porque apresentam 

em geral a forma laminar, as suas partículasapresentam superfícies específicas muit

o grandes (massa proporcional ao volume, variando na razão inversa dasdimensões 

da partícula). Apresenta capacidade de se deformar sem apresentar variações

volumétricas e elevada resistência quando seca.

5.2 CLASSIFICAÇÃO

- Tamanho Das Partículas

- Pedregulhos (Seixos): De acordo com uma norma da ABNT, a NBR 6502

sobre Rochas e solos - Terminologia de 1995, define-se pedregulho como: solos

formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre

Fig.12 - SeixosFig. 10 - Areia Fig. 13 - Argila

Page 32: Trabalho Geologia

31

2,0 mm até 60 mm quando arredondados ou semi-arredondados, são denominados

de cascalho ou seixo.

- Areias: Segundo a ABNT, quanto a granulometria, a areia pode ser

classificada em:

- fina 0,15 a 0,6 mm;

- média 0,6 a 2,4 mm;

- grossa 2,4 a 4,8 mm

- Siltes: granulação fina, pouca ou nenhuma plasticidade e baixa

resistência quando seco.

- Argilas:

Podemos classificar as argilas segundo vários critérios. De acordo com a geologia,

as argilas classificam-se em:

a. Argilas residuais

São assim denominadas porque são formadas no mesmo local da rocha que

lhe deu origem. O principal agente formador destas argilas é a água

subterrânea que percola a rocha, provocando reações químicas que vão

desgastando a rocha. A pureza da argila residual depende da natureza da rocha

que lhe deu origem, da quantidade de impurezas removidas, etc.

b. Argilas sedimentares

Estas argilas são provenientes de materiais transportados por ações

naturais: ventos, chuvas, ações glaciais, etc. Ex: Folhelho argiloso e silicoso, Silte

argiloso, Caulim sedimentar, Argila glacial, limoargilo-arenoso etc. Segundo sua

aplicação em cerâmica, as argilas são classificadas em:

a) Cerâmica branca: Caulins residuais e sedimentares. 

b ) Materiais refratários com fusão acima de 1600ºC: Caulim sedimentar,

Argilas refratárias – Sílica plástica.

c ) Argilas para cerâmica vermelha (de baixa plasticidade, porem

contendofundentes): Ladrilhos, manilhas, telhas e tijolos furados – argilas e

folhelhos.

d) Argilas para louça de pó de pedra (plástica, contendo fundentes).

Page 33: Trabalho Geologia

32

e ) Argilas para tijolos (plástica, contendo óxido de ferro); argilas

paraterracotas, argilas para tijolos comuns.

f ) Argilas fundentes contendo mais óxido de ferro.

5.3 APLICAÇÕES DOS SEDIMENTOS MAIS IMPORTÂNTES PARA AS

CONSTRUÇÕES

- Argilas - A argila é a principal matéria-prima da indústria cerâmica,

é usada também, quando granulada artificialmente, como isolante térmico e absorve

nte acústico. Apresentam plasticidade, quando molhadas e rigidez, depois de

submetidas a aquecimento adequado.

- Areias - A areia é um elemento fundamental em qualquer construção. É

usada em várias partes, desde as fundações até as coberturas passando pela

estrutura, vedações e acabamentos. Para cada finalidade deve ser escolhido um

tipo, variando a granulometria e a pureza do material.

- Cascalhos - O cascalho é destinado para o setor da construção civil em

aplicações na fabricação de concreto, revestimento de leito de estradas de terra,

concreto ciclópico, ornamentação de jardins, etc.

- O concreto executado com pedregulho é menos resistente ao desgaste e à

tração do que aquele fabricado com brita, na proporção 1 para mais ou menos 1,20.

- O pedregulho deve ser limpo, quer dizer, lavado antes de ser fornecido.

Deve ser de granulação diversa, já que o ideal é que os miúdos ocupem os vãos

entre os graúdos.

5.4 SEDIMENTOS E SOLOS COMO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Com relação ao uso de produtos derivados das rochas como materiais de

construção deve-se incluir não só os solos, mas também os sedimentos. Na maioria

das vezes este materiais apresentam utilização direta ou semi-direta como materiais

de construção e sua caracterização diz respeito basicamente à presença de

Page 34: Trabalho Geologia

33

materiais que possam considerados “indesejáveis”, seja por características

mineralógicas ou granulométricas.

Este tipo de utilização dos materiais como “produtos não processados” podem

levar à divisão dos mesmos em dois grandes grupos: o daqueles utilizados como

agregados (cascalho e areia) e aqueles utilizados como matérias primas (argilas

para cerâmicas, por exemplo). Este segundo grupo (matérias primas) é assunto de

outras disciplinas como “Materiais de Construção”.

O grupo dos materiais usados como agregados apresentam como característica

mais importante a sua granulometria, que devem ser mais homogênea possível

(para evitar aumento com os custos de beneficiamento) uma vez que se trata de

materiais de preços de mercado relativamente baixos e de ocorrência bastante

comum. Um fator importante com relação a estes materiais é a alta taxa de impacto

ambiental que sua extração costuma acarretar.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O simples fato de que toda obra de engenharia civil estar sempre, no todo ou em

parte, em contato com rochas ou solos é argumento mais que suficiente para

mostrar a importância do conhecimento das rochas e sua utilização na Engenharia

Civil. O conhecimento das condições geológicas de uma área na qual se pretenda

implantar uma obra de engenharia possibilita redução de custos e prazos de entrega

facilita o acesso a materiais de construção, favorece a utilização de menores

coeficientes de segurança e cria a possibilidade de prevenção e correção de

quaisquer problemas de estabilidade que possam vir a ocorrer.

Page 35: Trabalho Geologia

34

Dentre as condições geológicas específicas de interesse para a engenharia civil

pode-se citar: composição e propriedade dos solos; composição e descontinuidades

das rochas; condições de águas subterrâneas; condições de relevo; materiais de

construção presentes e suas propriedades; características de estabilidade dos

terrenos; e condições de desmonte e escavação dos terrenos.

REFERÊNCIAS

BOLVER, L. A. F. Materiais de Construção: Livros técnicos e científicos. Rio de Janeiro: editora S.A.

CHIOSSI, Nivaldo José. Geologia Aplicada à Engenharia. 2 ed., São Paulo: USP – Grêmio Politécnico, 1979, 431 p.

LOLLO, José Augusto. Geologia para Engenheiros I. Ilha Solteira: Universidade Estadual Paulista, 2008, 41 p.

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35

PEROI, Rodrigo. Rochas Ígneas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003, 11 p.

SUGUIO, Kenitiro. Rochas Sedimentares. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1980, 499 p.

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ANEXO – CICLO DAS ROCHAS