trabalho de psicologia...

23
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: P S I C O L O G I A J U R Í D I C A Professora Alacir Cruces Curso de Psicologia Organizado por: Ana Paula Sampaio Valera RA 2135001778 Cristiane de Oliveira Souza RA 2001764971 Damaris Lima de Oliveira RA 2120208661 Meire de Lima Araújo RA 2135001818 Renata Alves RA 2135006468 Thiago da Silva Garcia RA 2158239365 Valdirene Espíndola de Sousa RA 2121214174 Maio/2011

Upload: lylien

Post on 28-Sep-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA:

P S I C O L O G I A J U R Í D I C A

Professora Alacir Cruces

Curso de Psicologia

Organizado por:

Ana Paula Sampaio Valera RA 2135001778

Cristiane de Oliveira Souza RA 2001764971

Damaris Lima de Oliveira RA 2120208661

Meire de Lima Araújo RA 2135001818

Renata Alves RA 2135006468

Thiago da Silva Garcia RA 2158239365

Valdirene Espíndola de Sousa RA 2121214174

Maio/2011

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

Organizado por:

Ana Paula Sampaio Valera RA 2135001778

Cristiane de Oliveira Souza RA 2001764971

Damaris Lima de Oliveira RA 2120208661

Meire de Lima Araújo RA 2135001818

Renata Alves RA 2135006468

Thiago da Silva Garcia RA 2158239365

Valdirene Espíndola de Sousa RA 2121214174

Trabalho sobre:

PSICOLOGIA JURÍDICA

Trabalho da disciplina de

História da Psicologia do

curso de Psicologia.

Professora Alacir Cruces

Maio/2011

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4

VISÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA E A JUSTIÇA ....................................... 5

A PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL ........................................................... 8

RAMOS DE ATUAÇÃO ................................................................................... 10

I – SETORES MAIS TRADICIONAIS DA PSICOLOGIA JURÍDICA: .............. 10

Psicologia Criminal e Psicologia Penitenciária ou Carcerária .................... 10

Psicologia Jurídica e as questões da infância e juventude ........................ 10

Psicologia Jurídica: investigação, formação e ética ................................... 11

Psicologia Jurídica e Direito de Família ..................................................... 12

Psicologia do Testemunho ......................................................................... 15

Psicologia Jurídica e Direito Civil ............................................................... 15

Psicologia Policial/Militar ............................................................................ 16

II – SETORES MAIS RECENTES DA PSICOLOGIA JURÍDICA: ................... 17

Mediação ................................................................................................... 17

Psicologia Jurídica e Direitos Humanos..................................................... 17

Vitimologia ................................................................................................. 18

Proteção a testemunhas ............................................................................ 19

MERCADO DE TRABALHO PARA O PROFISSIONAL HOJE ...................... 21

CONCLUSÃO .................................................................................................. 22

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 23

INTRODUÇÃO

Este trabalho possui o objetivo principal de desenvolver conhecimentos

essenciais direcionados a uma área emergente da psicologia: a psicologia

jurídica.

Os aspectos a serem desenvolvidos estão relacionados com a história

da psicologia jurídica (como surgiu, principais nomes, terminologia e objeto de

estudo), o desenvolvimento no Brasil, os diversos ramos de atuação e o

mercado de trabalho atualmente.

Esperamos transmitir através deste trabalho informações de forma clara

e objetiva para acrescentar conhecimentos na vida pessoal e, principalmente,

profissional.

VISÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA E A JUSTIÇA

Nos mais diversos meios de comunicação, seja folheando um jornal, ou

assistindo ao noticiário na TV, sempre é apresentada uma notícia de alguma

ação criminosa aparentemente sem razão e que também não é causada por

indivíduos que apresente transtornos mentais.

Esses tipos de ações criminosas sem razão aparente e que “não foram

causados por indivíduos que apresente características que encaixem nos

quadros clássicos da loucura” são questionadas antes da década de 1960 do

século XX.

Na França, no princípio do século XIX, Os juízes da época solicitaram

aos médicos que tentassem explicar, desvendar o “enigma” que apresentavam

certos crimes.

O médico francês Prosper Despine, publicou em 1868 o livro Naturalle,

no qual discorria sobre estudos de casos de grandes criminosos, que ao final

concluiria que o delinqüente, com exceção de poucos casos, não possui

enfermidade física nem mental e que, segundo ele, as anomalias que os

delinqüentes apresentam estão situadas em suas tendências e seu

comportamento moral sem que isso afetasse sua capacidade intelectual.

Em 1875, a criminologia surge no cenário das ciências humanas, sendo

apresentada como o saber que daria conta do estudo referente relação entre o

criminoso e o crime, sendo o seu campo de pesquisa “à criminalidade, a

personalidade e a conduta do delinqüente e a maneira de ressocializá-lo”

Passando assim, a destacar-se como uma ciência que viria a contribuir

para a compreensão da personalidade e da conduta do criminoso.

A partir do final do século XIX, a psicologia criminal começou a ter

autonomia e suas investigações realizaram-se com mais freqüência e com

mais rigor metodológico.

O crime começa a ser enxergando não apenas como um problema do

“criminoso”, mas também, do Juiz, advogado, psiquiatra, do psicólogo e

sociólogo.

E é nesse contexto que a psicologia surge como uma das ciências que

auxiliam a justiça, no qual o psicólogo, assessora o Juiz em aspectos

relevantes para determinadas ações judiciais, colocando seus conhecimentos a

disposição do mesmo.

O psicólogo traz aos autos uma realidade psicológica dos agentes

envolvidos; trata-se, pois de uma análise mais aprofundada do contexto em

que essas pessoas estão inseridas.

Em 1950, o termo Psicologia Jurídica é utilizado pela primeira vez por

Emílio Myra Y Lopez, sociólogo, médico psiquiatra, psicólogo, professor de

psicologia e psiquiatria, ao publicar o Manual de Psicologia Jurídica, no qual

discorre sobre o papel da psicologia no campo do Direito, oferecendo

conhecimentos sobre comportamento humano com o intuito de auxiliar os

juristas em suas decisões.

Enquanto ciência autônoma, a psicologia jurídica produz conhecimento

que está relacionado com o conhecimento produzido pelo Direito, ocorrendo aí

uma interação, da mesma maneira que haverá com outros saberes como a

criminologia, a sociologia, entre outros.

Seu objetivo encontra-se no estudo dos comportamentos que ocorrem

ou que possam vir a ocorrer nos casos onde se faz necessária uma inter-

relação entre o Direito e a Psicologia, de maneira que o problema deva ser

observado do ponto de vista psicológico, respondendo todas as perguntas que

lhes são feitas na tentativa de esclarecimento do ato humano anti-social,

preocupando-se com a sua prevenção.

No princípio de sua atuação, época marcada pela inauguração do uso

dos testes psicológicos, o profissional apenas formulava laudos baseado em

diagnósticos, exames e testes psicológicos, com o intuito de ajudar a instituição

judiciária a tomar uma decisão, porém trabalhos empíricos - experimentais

impulsionaram mudanças, surgindo à necessidade de se buscar novas formas

de intervenção.

Mas o interesse pela psicologia jurídica poderia ser explicado ao menos

por dois motivos.

A Oportunidade de Mercado, em que com o aumento de causas

envolvendo situações de cunho psicológico, como a doença mental na justiça,

possibilitando assim uma maior procura por profissionais especializados.

Outro motivo seria a própria Sociedade, que com a crescente

inquietação com a violência, principalmente em países com altos índices de

violência como o Brasil, é crescente a busca de respostas por meio de estudos

interdisciplinares como o Direito, Sociologia, Antropologia e Filosofia que se

unem à Psiquiatria e à Psicologia para tentar explicar a gênese da violência e

buscar formas de combatê-las.

A PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL

A psicologia jurídica é uma área que está se desenvolvendo

gradativamente, portanto podem ocorrer atualizações dentro dos conceitos já

que é um campo emergente.

Através de colaborações dos psicólogos e psiquiatras no ramo judiciário,

a psicologia jurídica foi sendo inserida no Brasil de maneira informal, eram

realizados trabalhos voluntários.

As primeiras análises foram direcionadas para adultos criminosos e

adolescentes transgressores da lei que, como objetos de estudo, realizaram

grande contribuição para a psicologia jurídica.

Somente em 1960, o campo de atuação foi reconhecido como profissão

com a instituição da Lei da Execução Penal (Lei Federal nº 7.210/84), assim o

psicólogo passou a ter mais importância nessa área.

Houve uma crescente inquietação relacionada com a avaliação dos

criminosos que demonstravam algum aspecto de desequilíbrio mental.

Portanto, psicólogos clínicos e psiquiatras trabalharam em conjunto e, com a

Psicanálise, os criminosos, dentro deste panorama, passaram a ser analisados

de maneira mais compreensiva ratificando o psicodiagnóstico e, assim, esta

avaliação ganhou um novo papel: fornecer informações para auxiliar os

profissionais do Direito.

O psicodiagnóstico consiste na utilização de testes psicológicos

individuais ou coletivos para compreender os problemas do indivíduo, no caso,

do criminoso. Portanto, é possível perceber a importância ao aproximar a

Psicologia do Direito com a implantação desses testes no âmbito criminal,

enfatizando, assim, a relevância na avaliação psicológica.

O psicólogo na área jurídica trabalha em conjunto com os profissionais

do Direito para suprir os aspectos emocionais de todos os envolvidos como,

por exemplo, em uma separação que gera variados sentimentos negativos

(angústia, raiva e outros), o psicólogo pode encaminhar para um operador

jurídico, colaborando para que ele entenda com maior facilidade o ocorrido, já

que as pessoas envolvidas podem misturar os fatos e até mesmo confundi-los,

pois estão envolvidos emocionalmente.

Em São Paulo, o psicólogo jurídico iniciou sua atuação através de

trabalhos voluntários com famílias carentes em 1979 e, passou a ser

reconhecida com o primeiro concurso público dentro do Direito Civil em 1985,

destacando o Direito da Infância e Juventude.

Com o tempo, houve a ampliação da atuação do psicólogo na área

jurídica com o aumento de cargos com a realização de concursos públicos.

RAMOS DE ATUAÇÃO

I – SETORES MAIS TRADICIONAIS DA PSICOLOGIA JURÍDICA:

Psicologia Criminal e Psicologia Penitenciária ou Carcerária

A psicologia criminal possui como objeto de estudo o criminoso e a

psicologia penitenciária ou carcerária as ações desses criminosos: seus

comportamentos, seus pensamentos, suas intenções e suas reações.

Estudos procuram identificar quais são os aspectos que levam um

indivíduo a cometer algum crime, sendo uma área que estuda, também, os

desejos relacionados ao ato de cometer delitos, além de buscar entender as

atitudes dessas pessoas após cometer o crime.

Os psicólogos que trabalham nessas áreas são constantemente

testemunhas em muitos processos jurídicos para auxiliar os profissionais do

Direito (e o júri) a entender a maneira que o criminoso pensa.

Psicologia Jurídica e as questões da infância e juventude

O psicólogo jurídico trabalha junto aos processos de adoção, destituição

do poder familiar e, também, na aplicação de medidas sócio-educativas nos

adolescentes infratores da lei.

No processo de adoção, o psicólogo atua constantemente na família

auxiliando antes, durante e depois da adoção.

O papel desse psicólogo é fazer com que a criança se sinta segura em

seu novo lar e também assessorar esses pais para que eles tenham a

capacidade de satisfazer as necessidades de um filho adotado.

Existem também os psicólogos que trabalham em abrigos e fundações

de proteção especiais. Essas instituições possuem como objetivo, fazer com

que as crianças e os adolescentes se sintam integrados o máximo possível em

um lar e, assim, podendo a adaptação para estes jovens em uma nova família

ser mais fácil.

Na destituição do poder familiar, a responsabilidade do psicólogo jurídico

é muito importante. Retirar uma criança de sua casa, sua família, não é uma

tarefa fácil de ser tratada, pois a estrutura desta criança pode ser toda

comprometida, por isso, essa retirada só pode ser feita após um levantamento

de dados que o juiz pode ou não tomar a decisão de levá-los a abrigos e

instituições, por exemplo. Tal decisão pode ser tomada devido a maus-tratos,

pais usuários de drogas, etc.

Adolescentes transgressores da lei, no Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), se prevê algumas medidas sócio-educativas para reabilitar

este adolescente. O psicólogo jurídico atua junto a este adolescente com

medidas de responsabilidades direcionadas a ele e, também, tratando dele

para que possa superar a sua condição de exclusão e reabilitar seus valores

positivos na participação de sua vida social.

Psicologia Jurídica: investigação, formação e ética

A formação do psicólogo jurídico inclui supervisão, estágio, questões

sociais e legais, relação entre direito e psicologia Jurídica, pesquisa em

psicologia jurídica, Psicologia Jurídica e Ética.

Muitas pessoas que estão envolvidas em processos jurídicos possuem

danos psíquicos que foram desencadeados por danos morais, este fato acorre

em alguns casos que chegam à justiça como, por exemplo, o abuso infantil.

O psicólogo precisa ter uma boa formação para compreender o

comportamento e para sustentar seus argumentos em decisões que possam

afetar a vida dos indivíduos envolvidos.

A violência está crescendo cada dia mais e, consequentemente, os

crimes acompanham esse crescimento e os profissionais, tanto da área da

Psicologia como do Direito, precisam estar preparados para esta questão.

Psicologia Jurídica e Direito de Família

O Direito de Família, com o advento da Constituição Federal de 1988,

adquiriu, abrigando novas entidades familiares, maiores atenções e exigências

de uma abordagem multidisciplinar.

Não há como negar a extrema importância do auxílio e da intervenção

do psicólogo (clínico/jurídico) na área do Direito relacionada com a família. A

atuação desse psicólogo tem sido institucional judiciária com a instalação de

serviços psicossociais forenses, como a utilização de quadros próprios para as

suas atribuições específicas.

A prática tem revelado o quanto significativo se apresenta o desfecho

judicial se há a intervenção de um psicólogo jurídico, que enriquece o processo

com a avaliação técnica do caso.

A aplicação da psicologia nas questões judiciais procura atender às

necessidades biopsicossociais dos envolvidos nos processos de guarda,

adoção e interdição.

O poder judiciário procura obter e manter todas as informações

pertinentes à origem e história de vida dos sujeitos, tanto requerentes tanto

requeridos. Contudo torna-se indispensável o trabalho de profissionais

especializados para procederem aos estudos e investigações necessárias que

irão possibilitar ao Estado defender e atender aos interesses dos sujeitos.

O psicólogo, dentre outros profissionais, desenvolve um trabalho

relevante para juízo cível, especialmente nos processos de guarda, adoção e

interdição.

Através de estudos psicológicos é possível detectar situações que

estejam encobertas pela família ou pelas pessoas envolvidas no processo,

auxiliando os profissionais a evitarem erros que possam desencadear grandes

sofrimentos e maiores transtornos, podendo dificultar a reversão no processo.

Portanto, o acompanhamento psicológico proporciona mais tranquilidade e

segurança nos processos em questão.

No direito da família torna-se imprescindível à atuação do psicólogo, pois

as questões familiares são mais amplas e complexas. A psicologia, como

ciência do comportamento humano, vem através de seu aparato compreender

elementos e aspectos emocionais de cada indivíduo e da dinâmica familiar e,

assim, encontrar uma saída que atenda as necessidades daquela família, que

muitas vezes passam despercebidas nos litígios judiciais.

A perícia psicológica é importante para a compreensão da dinâmica

familiar e da comunicação verbal e não- verbal de cada um dos indivíduos

envolvidos.

O psicólogo perito deve ser neutro e imparcial para escutar as

mensagens conscientes e inconscientes do grupo familiar e, através de suas

análises, deve fornecer subsídios à decisão judicial, apresentando enfoques

que possam ajudar a amenizar o desgaste emocional das partes envolvidas e,

não menos importante, preservar a integridade física e psicológica dos

filhos menores.

Em processos em que ocorre disputa de guarda de filhos e programação

das visitas quando o casal se separa, a presença do psicólogo jurídico nessas

disputas é reconhecida, relevante e, até mesmo, obrigatória. É possível notar

que sua atuação tem sido institucionalizada na estrutura judiciária mediante a

instalação de serviços psicossociais forenses, como serventias de quadro

próprios, aparelhadas para as suas atribuições específicas.

A atuação do psicólogo na vara da família trata de questões como

separação, guarda e visita, sendo muito importante a necessidade de um

profissional com formação específica em relação ao desenvolvimento infantil,

pois, em grande parte, existe a presença das crianças e há dificuldade de

questioná-las diretamente e de saber o que se passa com elas.

A decisão quanto à guarda e as visitas não vêm do psicólogo, ele

apenas fornecerá dados que embasarão a decisão do juiz.

A psicologia contribui ao afirmar que existem duas pessoas que

personificam duas funções dentro da psicologia, a mãe e o pai, um não

substituí o outro, por isso a criança deve ter acesso aos dois.

Em casos de adoção, a intervenção da psicologia jurídica no direito da

família vai além das preocupações de moradia digna, alimentação, escola e

saúde.

O papel do psicólogo está em atender às necessidades biopsicossociais

das crianças e dos adolescentes, analisando os aspectos de adaptação,

aceitação e integração da criança dentro da família em relação aos filhos

biológicos e demais familiares, na reconstituição de sua nova história familiar.

É preciso ter a consciência que antes de uma história de adoção existe

uma história de abandono. A instituição de abandono de famílias originárias, o

desamparo, o grande sofrimento físico e psíquico das crianças e dos

adolescentes, o motivo das adoções, as características da família adotiva, seus

anseios, seus medos, suas dificuldades e vulnerabilidade são alguns aspectos

que precisam ser trabalhados antes e durante o processo.

A psicologia permite uma análise sobre a importância dos métodos

psicológicos em especial para o atendimento das famílias e das crianças,

podendo gerar mudanças significativas em suas vidas. Objetivando defender

interesses e os direitos do adotado numa tentativa de restituir dos danos até

então sofridos, com o estabelecimento de uma relação familiar estável e

benéfica.

Dentre os métodos do psicólogo estão às entrevistas, investigações e

análise dos dados coletados, valores e crenças dos sujeitos e aspectos

relevantes que possam interferir no processo de adoção.

A interdição judicial de um cidadão, no Estado de Direito, está prevista

como medida de exceção da cidadania, ao mesmo tempo em que priva de

responsabilidades o cidadão, sendo regulada por lei, transfere a gestão por

contra própria (por si mesma) sem a necessidade de um representante legal.

Para a ocorrência de uma interdição, faz-se necessário que o indivíduo

perca a capacidade de gerir seus próprios bens e sua própria pessoa. Esta

situação judicial apresenta-se como a mais frequente nas perícias psiquiátricas,

que incidem constantemente na incapacidade total e definitiva, a qual se

configura pela perda da autodeterminação da pessoa.

A necessidade da perícia psiquiátrica nos casos de interdição apresenta-

se hoje frequente na realidade brasileira. Este fato solicita deste profissional,

cada vez mais, uma especificidade para diagnóstico diferencial, cuja conduta

seja adequada a cada caso.

Psicologia do Testemunho

A atuação do psicólogo na psicologia do testemunho tem como objetivo

proteger psicologicamente crianças e adolescentes vitimas de abuso sexual e

outras infrações penais que deixam graves seqüelas no âmbito da estrutura da

personalidade do individuo, pois existe uma dificuldade em tomar depoimento

de crianças e adolescente.

Também avalia a pessoa designada pelo juiz verificando sua capacidade,

veracidade ou uma possível omissão e, também, alguma mentira que o

testemunho diz, pois este pode estar sobre a influência de outra pessoa.

Psicologia Jurídica e Direito Civil

O psicólogo atua fornecendo o laudo técnico que avalia o indivíduo.

Verifica se existe algum dano psicológico ou sua extensão, formulando este

laudo psicológico que será submetido apreciação do juiz que fixará a sentença.

O profissional, nesta área, poderá ser escolhido pelo juiz ou por uma ou

ambas as partes para auxiliar no processo em questão, sendo um atuante no

ramo da justiça.

Com a indústria de danos morais sendo cada vez mais ampliada, muitos

profissionais estão se especializando e formulando laudos como profissionais

liberais ou em empresas.

De regra ele pode ser um profissional concursado para esta área ficando

livre para avaliar sem nenhum vinculo com a pessoa, mas sim com a verdade.

Psicologia Policial/Militar

O psicólogo nessa área irá atuar no auxilio a policiais militares e seus

familiares, sendo muito importante o psicólogo conhecer o que um policial

militar deve fazer e o que ele vive como, por exemplo, ter que conviver com o

perigo todos os dias com tiros, graves acidentes, situações que envolvem

sangue e etc.

O policial militar possui a função de garantir ordem e segurança para a

população, porém, não há como ele se sentir sempre seguro, muitas vezes

trabalha esperando voltar com vida para sua família.

A profissão do policial militar é considerada pela Organização Mundial

de Saúde, desde 1998, a profissão de policial militar a segunda mais

estressante de todas.

II – SETORES MAIS RECENTES DA PSICOLOGIA JURÍDICA:

Mediação

Mediação é um processo no qual existe uma pessoa, não envolvida na

situação, que facilita a resolução do problema em questão.

O psicólogo precisa analisar vários aspectos dependendo do caso como,

por exemplo, a autonomia de todos os envolvidos, a situação financeira, o

tempo disponível, o emocional, entre outros.

A função do psicólogo mediador é acolher os envolvidos e os advogados

do processo, prestar esclarecimentos julgados necessários de maneira clara,

objetiva e correta em relação aos procedimentos e aos fins da mediação.

Precisa administrar a participação dos envolvidos e assegurar a integridade

física e emocional destes, formular perguntas de modo construtivo e buscar

clareza de todas as idéias. Assegurar o equilíbrio de poder entre os envolvidos,

neutralizar comportamentos repetitivos e facilitar a comunicação para todos.

Psicologia Jurídica e Direitos Humanos

Atua na defesa dos Direitos Humanos para que sejam efetivados.

Pode-se citar o exemplo de uma pessoa na terceira idade, além do

psicólogo avaliar os aspectos psicológicos e psicossociais, a influência da

atividade física na integração social do idoso. O psicólogo irá auxiliar o idoso

nas alterações psíquicas e psicológicas através de uma avaliação psicológica,

observando os aspectos que podem surgir como a depressão, doenças

degenerativas e outros, garantindo os Direitos Humanos dessa pessoa.

Outro exemplo é a atuação com crianças que possuem alguma

deficiência. A atuação do psicólogo, além de garantir os Direitos Humanos

desta criança é auxiliar os familiares que sofrem devido a situação e os

preconceitos enfrentados.

Vitimologia

A Vitimologia é um setor da psicologia jurídica que presta assistência

psicológica às vitimas de crimes, sejam eles crimes diretos, que tenham

contato direto do criminoso com a vítima como, por exemplo, agressão,

sequestro, até crimes indiretos em termos físicos como furtos, assaltos de

residências, onde não há o contato do criminoso com a vítima.

O psicólogo jurídico avalia a vítima em aspectos biológicos, psicológicos

e sociais, analisando sua personalidade. Estuda o seu comportamento e sua

participação na ocorrência do crime (enquanto vítima).

A vitimologia tem como objetivo analisar possíveis traumas causados á

vítima com o objetivo de oferecer o tratamento adequado pós-trauma. A análise

é feita através de um psicólogo, sem a influência de terceiros, tais como

delegados, advogados e outros elementos do setor judicial.

O psicólogo é um profissional extremamente importante nesse setor

judicial, pois ele dará apoio psicológico ás vítimas de crimes.

Em casos menos severos pós-trauma, a vítima pode apresentar

comportamentos inadequados em relação á sociedade, tais como medo

exagerado de todos que não fazem parte de seu círculo social, isolamento da

sociedade, entre outros, esses comportamentos podem ser momentâneos ou

durarem muito tempo, a vítima que apresenta esse tipo de comportamento o vê

como uma forma de refúgio de possíveis repetições do crime ocorrido.

Em casos pós-trauma extremos podem levar a vítima a tornar-se um

criminoso, repetindo á terceiros o crime do qual sofreu.

Algumas vítimas podem cometer suicídio por não terem resistência

emocional para superar o episódio traumatizante.

Para que grandes traumas não ocorram, é indispensável que as vítimas

tenham um apoio psicológico e se necessário que sigam corretamente o

tratamento que lhe forem indicados, muitas vezes o tratamento de uma vítima

inclui medicamentos, desde calmantes a antidepressivos.

Proteção a testemunhas

Existe um Programa de Apoio ás Testemunhas que oferece proteção e

apoio psicológico às testemunhas de crimes muito graves e violentos, dos

quais podem colocar em risco a vida da testemunha. Possui como objetivo

principal proteger a testemunha de possíveis ameaças à sua vida e de seus

familiares.

O psicólogo tem grande função nesse processo de apoio a testemunhas,

pois será ele quem diagnosticará se a vítima realmente precisa de proteção ou

se apenas precisa de um apoio psicológico, além de facilitar a relação da

testemunha com seus protetores, monitorar o equilíbrio emocional, auxiliar na

superação do medo e na adaptação do ambiente e estimular o fortalecimento

dos laços familiares. Logo, precisa garantir a saúde mental da testemunha.

Geralmente a testemunha passa por análise de advogados que zelarão

pelo direito á proteção á testemunha caso seja necessário, os assistentes

sociais defenderão e ampliarão os direitos humanos e a justiça social, e o

psicólogo oferecerá apoio psicólogo á testemunha.

Desde o primeiro contato da testemunha com o Centro de Apoio ás

Testemunhas sempre haverá um psicólogo, que neste caso tem como objetivo

acalmar a testemunha e deixá-la livre do medo que poderá estar sentindo no

momento da busca pelo apoio ás testemunhas.

O trabalho do psicólogo se sintetiza em fazer com que a testemunha se

sinta bem, protegida e disposta a colaborar com as investigações do crime. A

proteção física da testemunha é feita por pessoas qualificadas para essa

tarefa, policiais treinados e preparados para tal função, o psicólogo zela

primeiramente pelo bom convívio entre testemunha e á quem o protege, pois é

fundamental que a testemunha se sinta livre de medo.

Através de diálogos entre o psicólogo e a testemunha é criado um laço

de confiança, para que a partir disso a testemunha se sinta segura para contar

o que sabe e testemunhar a partir de informações corretas sem nenhum abalo

psicológico que possa alterar seu depoimento.

Nesse setor da psicologia jurídica o psicólogo tem uma função bastante

complexa, pois muitas vezes além de interagir sobre a proteção às

testemunhas. Com frequência, essas testemunhas também precisam de apoio

da vitimologia, o que torna esse processo lento, variando de acordo com o

trauma da vítima que também é testemunha.

O psicólogo interagirá junto com a família da testemunha e seu círculo

social, lhe proporcionando o acolhimento afetivo familiar com o intuito de

fornecer segurança emocional, para que desta maneira além de se sentir

melhor consigo mesma possa colaborar com o cumprimento da lei através de

seu depoimento.

Necessitar do apoio do programa de proteção ás testemunhas pode ser

algo bem traumatizante para um ser humano, pois além de ter presenciado o

acontecimento de um crime violento, estará consciente que sua vida está em

perigo em função disso.

Após a assistência dada pelo Programa de Apoio ás Testemunhas e

finalização deste processo há ainda uma continuidade do trabalho do psicólogo

referente à testemunha, pois esse também terá como tarefa desenvolver

alguns aspectos de reintegração da testemunha á sociedade aprimorando sua

criatividade e dedicação ás tarefas de seu cotidiano, a estimulação da família e

dos amigos á reinserção á sociedade da testemunha é de suma importância

para que o indivíduo não acabe se tornando ocioso, ou até mesmo depressivo.

MERCADO DE TRABALHO PARA O PROFISSIONAL HOJE

No momento é crescente a procura para a atuação em Psicologia

Jurídica. Apesar de ser crescente ainda existe uma ausência de profissionais

que procuram se especializar neste ramo, tendo em vista que os cursos de

especialização são muito voltados para as áreas tradicionais como a clínica, a

organizacional e a escolar.

Em processos na Varas da Família, raramente o juiz dá sua decisão sem

antes solicitar uma perícia psicológica, sendo, essa, uma das razões que faz

com que haja uma grande demanda para os profissionais que se especializam

em Psicologia Jurídica.

Outra grande oportunidade que surge nesse novo campo são os

concursos públicos que, na sua grande maioria trazem questões relacionadas à

Psicologia Jurídica. O salário de um concursado em Psicologia Jurídica pode

chegar a R$6.400,00

CONCLUSÃO

Concluímos ao realizar este trabalho que a psicologia jurídica é uma

área muito abrangente que desenvolve variados aspectos, auxiliando tanto os

operadores do Direito quanto as pessoas envolvidas em algum processo.

O papel do psicólogo jurídico é muito importante, pois precisa estar

sempre atualizado em seus conhecimentos biopsicossociais. Ele auxilia as

pessoas em questões muito delicadas como o abandono, o medo, a

superação, o arrependimento, a comunicação e muitos outros.

O mercado de trabalho para a psicologia jurídica está sendo ampliado

devido o aumento da violência e, consequentemente das questões judiciárias.

O trabalho possui informações importantes a serem analisadas para

quem desejar seguir a área da psicologia jurídica, porém é preciso ter a

consciência que a área abordada é recente e poderá sofrer alterações futuras.

Entretanto, os dados fornecidos através deste trabalho nos auxiliarão em nosso

futuro profissional.

BIBLIOGRAFIA

SITES

• http://mosaicodapsicologia.blogspot.com/2008/05/contribuio-da-psicologia-

na-proteo-s.html

• http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/138/frames/fr_ciencia

_profissao.aspx

• http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-

36872004000100006&script=sci_arttext

• http://www.formapsi.com/formacao_psicologia_juridica

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_jur%C3%ADdica

• http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/psicologia-juridica

• http://www.psicologiananet.com.br/campo-profissional-do-psicologo-forense-

psicologia-juridica/346/