trabalho de economia

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Ciências Econômicas - Universidade de Sorocaba, 14 de junho – 1º semestre de 2013 UNIVERSIDADE DE SOROCABA Engenharia de Produção Ciências Econômicas Moeda social André Dos santos (00068824 /Eng. Produção) Leandro Siqueira (00065794/ Eng. Produção) André Yoiti Oikawa (00068362 /Eng.Produção) Anderson Oliveira (00069275/Eng.Produção) Gedson Silva (00057565/ Eng.Produção) Cleberson Miranda (00067039/ Eng.Produção) Thiago Luiz Carli (00062915/ Eng.Produção)

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Conceito sobre Moeda Social

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Cincias Econmicas - Universidade de Sorocaba, 14 de junho 1 semestre de 2013

UNIVERSIDADE DE SOROCABAEngenharia de ProduoCincias Econmicas

Moeda social

Andr Dos santos (00068824 /Eng. Produo)Leandro Siqueira (00065794/ Eng. Produo) Andr Yoiti Oikawa (00068362 /Eng.Produo) Anderson Oliveira (00069275/Eng.Produo) Gedson Silva (00057565/ Eng.Produo) Cleberson Miranda (00067039/ Eng.Produo)Thiago Luiz Carli (00062915/ Eng.Produo)

Prof. Thiago Carbonari

Sorocaba/SP20131. IntroduoA moeda socialsurge naeconomia solidriacomo alternativa aoescambo, e possui caractersticas prprias. considerada um instrumento de desenvolvimento local, destinada a beneficiar o mercado de trabalho dos grupos que participam da economia da localidade. Seu uso restrito, e a sua circulao beneficia a redistribuio dos recursos na esfera da prpriacomunidade. O aumento da quantidade de moeda social corresponde ao aumento das transaes realizadas pelos participantes da economia local. Sempre observando o lastro (para cada moeda social uma moeda oficial do mesmo valor).Sua criao se inspira nos conceitos da economia solidria de articulao e trocas da economia, na produo e comercializao de produtos que vai alm da lgica capitalista, por beneficiar a comunidade local e trazer desenvolvimento. A moeda social, por sua circulao restrita, auxilia a diminuir o poder centralizador da economiacapitalistaglobalizada, e promove a incluso social.

2. Moeda social

2.1 ConceitoMoeda social um bnus que se utiliza em transaes entre grupos de pessoas ou empreendimentos dispostos a cultivar a confiana, cooperao, solidariedade, transparncia e a distribuio da riqueza entre todos os participantes do jogo da vida, em vez da especulao, competitividade e concentrao da riqueza em poucas mos. Em eventos da Economia Solidria vem-se utilizando distintas moedas sociais: em janeiro de 2005, no Frum Social Mundial de Porto Alegre, o TXAI foi utilizado por primeira vez. TXAI uma palavra que significa companheiro, amanh e metade preciosa de mim, metade de mim em voc para a tribo kaxinaw, da floresta tropical do Peru e do Brasil; ela foi escolhida como homenagem s primeiras naes do continente, em razo de seu significado, que evoca compromisso e reciprocidade nas relaes sociais. Tambm existe o ECO SAMPA criado em So Paulo e a moeda MATE, no Rio Grande do Sul, para uso em eventos massivos.A moeda social funciona como uma moeda complementar similar a outras existentes na atualidade, em pases de todas as regies do mundo. Os exemplos mais conhecidos so os pioneiros LETS do Canad, Europa e Austrlia, os SELs provenientes da Frana, e os milhares de grupos/clubes de trocas solidrias na Amrica Latina, alm de mltiplos sistemas no Japo e Coria. Uma caracterstica particular que a moeda social no tem juros nem valor de reserva, isto , no pode ser depositada nos bancos para produzir mais dinheiro. Em outras palavras, moeda social favorece a produo e no a especulao. Como so produzidas para ativar as economias locais, as moedas sociais devem ser utilizadas num mbito restringido, durante um perodo de tempo tambm restringido: ao final do evento devem voltar ao lugar de origem e assim forar as pessoas que as usam a comprar tanto quanto venderam, respeitando um princpio bsico das trocas solidrias: no acumular a moeda, que um simples instrumento de intercambio e no uma mercadoria, como a moeda oficial. As moedas sociais podem ser obtidas de vrias maneiras:-A partir do depsito de produtos levados pelo participante ao ECOBANCO, que entrega ao produtor uma quantidade de unidades de moeda social, correspondente a uma tabela de valores pr-fixados. O conjunto de produtos depositados por todos formar o lastro do ECOBANCO, que o respaldo que permite colocar em circulao a moeda social. -A partir da aquisio em moeda oficial de uma cartilha pedaggica de divulgao da iniciativa, que traz algumas moedas sociais como brinde de finalidade pedaggica; -Se algum quiser participar da experincia e no tiver produtos prprios, poder adquirir, com moeda oficial, produtos da Economia Solidria e troc-los por unidades de moeda social no ECOBANCO. Ao final do evento, ser feita a destroca das moedas sociais que estiverem nas mos dos participantes por produtos do lastro.

2.2 A experincia brasileira A experincia contempornea com moeda social no Brasil est concentrada nas experincias dos clubes de troca, embora existam tambm casos independentes desse tipo de organizao. De fato, partindo-se de uma anlise mais rigorosa, poucos grupos de troca se autonomeiam clube de troca, embora funcionem dessa forma. No existe apenas um modelo de clube e, de fato, principalmente no Brasil de hoje, as formas so mltiplas, como mltiplos so os interesses que levaram as pessoas formarem grupos e juntarem suas histrias de vida. Entretanto a existncia de uma carta de princpios que inclua os objetivos e algumas regras bsicas , quase sempre, encontrada e recomendada nos diversos manuais de formao que circulam pelo pas.Uma grande parte das experincias com maior expresso nacional esto conectadas com movimentos da chamada economia solidria, tambm chamada de economia popular ou socioeconmia solidria. Para alm dos clubes de trocas, as experincias ligadas s empresas e ao exerccio da chamada responsabilidade social tambm se fazem presentes no Brasil. Normalmente nesses casos procura-se trazer voluntrios para participar dos projetos sociais promovidos pelas empresas, estimular participao das pessoas que se pretende auxiliar ou mesmo equacionar de maneira mais prxima a frmula do mercado convencional os fluxos de doao e necessidades atravs da utilizao de algum bnus que sirva de intermedirio entre as aes.

2.3 Vantagens da moeda social em relao moeda oficial (Real) A moeda social permite mostrar, na prtica, como se constroem novas relaes sociais a partir de Instrumentos monetrios administrados pelos prprios usurios, como protagonistas de processos de desenvolvimento local integral e sustentvel. Alm de eficiente ferramenta financeira, um instrumento de construo de cidadania, que permite redefinir os conceitos de riqueza, solidariedade e responsabilidade social.

3. Objetivos da implantao da moeda socialVariados so os objetivos da moeda social, porm o foco fazer com que o dinheiro circule dentro da comunidade. A prtica aumenta as vendas e geram mais empregos nessas regies, promovendo o desenvolvimento local.Seguem abaixo benefcios e objetivos alados com a implantao da moeda social.-Proteo do meio ambiente, da cultura e de outros valores caractersticos dos espaos locais contra os efeitos perversos da globalizao no processo de desenvolvimento.-Transformao do prprio sistema de trocas, onde se observa a priorizao dos interesses da eficincia econmica em detrimento das necessidades de justia social.-Represamento de recursos na economia local (circuito fechado) em funo de um mercado de trabalho local. (Os recursos que circulam na economia local beneficiam primeiro as pessoas da economia local).-Organizao (ou reorganizao) da produo, circulao, distribuio e consumo locais. (RECURSOS locais subtilizados so direcionados para atender s necessidades locais no atendidas).-Criao de riqueza a partir de recursos que se encontram disponveis na economia real. (O aumento da quantidade de moeda social corresponde ao aumento das transaes realizadas pelos participantes na economia real).-Aumento do potencial de arrecadao tributria dos municpios (ISS, taxas e contribuies de melhorias). -Redistribuio de recursos por meio do comrcio local interlocal-Restrio CirculaoA grande lgica inerente s moedas sociais est ligada ao fechamento da comunidade promovido pela circulao de uma moeda local. Em sntese, a moeda oficial pode ser gasta fora da regio, o que contribui para um escoamento da riqueza gerada na comunidade. A partir da emisso de uma moeda social, consegue-se inverter este processo, j que a moeda s aceita localmente. Assegura-se, assim, que o dinheiro circule na e enriquea apenas a prpria comunidade. A ideia de circulao permeia sempre as medidas relacionadas s moedas sociais e , no fundo, o principal objetivo da sua emisso. A possibilidade de controle do destino da riqueza produzida internamente sendo possvel direcion-la somada restrio circulao da moeda oficial gera um interessante fenmeno econmico, qual seja, a existncia de duas realidades monetrias distintas: uma que oferece incentivos acumulao, por meio de juros e investimentos no mercado especulativo, e outra que preza apenas pela circulao, pelas trocas, pela movimentao do dinheiro.

3.1 Evitando possveis falhasLidar com falhas estruturais dos sistemas financeiros essencial, e para isso trs regras devem ser seguidas:-No permitir a criao da moeda com base em dvida pblica, que no introduz nenhum produto adicional no mercado.-No permitir a criao da moeda para financiar compras de consumidores que retiram produtos do mercado; e-No permitir a criao da moeda para financiar a formao da moeda no longo-prazo, que no resulta na disponibilidade imediata ou quase imediata de produtos e servios no mercado.

3.2 Reciprocidade como principio e causa maior

Manter o princpio de reciprocidade,trocar valores recprocos.

As moedas sociais devem ser criadas para desempenhar exclusivamente a funo de meio de troca, na base da estrita equivalncia com os produtos e servios prontos para serem comercializados no mercado, e a venda desses produtos no circuito econmico comunitrio. O poder para emitir as moedas sociais deve ser alocado entre os empreendimentos da comunidade que participam do sistema e tambm a moeda, preferencialmente entre aqueles que ofertam produtos e servios que os participantes do sistema desejam ou necessitam adquirir.Grande flexibilidade e multiplicidade de formas, do escambo a sofisticadas mobilidades de moeda eletrnica. O grande desafio pensar estrategicamente em meios:-Para convencer as pessoas de que existem mais vantagens do que riscos com a sua utilizao.-Para assegurar a facilidade de acesso ao crdito a custos reduzidos.-Para manter conformidade com a Constituio, leis e regulamentos que regem a matria.

4. Caractersticas da moeda social

4.1FunesA moeda oficial possui trs principais: unidade de conta, meio de troca e reserva de valor, enquanto a moeda social apenas presta-se como meio de troca.

4.2Regulada por disposies contratuais e no pelo BACEN;A moeda social uma prtica monetria alternativa (t na moda!), ou complementar experimentada pelas comunidades, e, portanto, no deve ser equiparada ao real, que fruto da poltica monetria nacional, regulada exclusivamente pelo Banco Central (BACEN).

4.3No possui Curso ForadoNo possui o atributo da moeda nacional que faz dela um meio irrecusvel de pagamento. Ser aceita em todos os lugares, dentro do territrio nacional uma caracterstica da moeda oficial, ao passo que a moeda social s aceita em nvel local, ou seja, dentro da prpria comunidade, e nenhum empreendedor ou cliente pode ser obrigado a participar de tal sistema de trocas.

4.4 Fins SociaisAs moedas sociais devem ser entendidas como uma ao voltada democratizao do crdito, que se torna especialmente relevante quando envolve indivduos historicamente excludos do sistema bancrio tradicional na cadeia produtiva, os dotando de capacidade de produo, interao e protagonismos dentro da comunidade.

4.5 Valores lastreada em real, o que significa que para cada moeda social emprestada, o Banco Comunitrio deve ter o mesmo equivalente em moeda oficial em caixa, para garantir a converso do dinheiro alternativo em moeda oficial e facilitar o resgate pelos clientes.

4.6 Categorias bsicas Podemos identificar cinco categorias bsicas de moeda social, descritas como:

-Complementar(I): a moeda social virada para o mercado.No geral permeada por uma noo econmica baseada no conceito de gesto de escassez e frequentemente no solicita a emisso fsica da moeda, sua gesto gerenciada por uma central de contas ou grupo gestor. A linha graduada de atuao almejada de mdia para grande. Nessa categoria encontram-se basicamente os clubes de troca empresariais. Tambm boa parte dos clubes de troca de classe mdia empobrecida que promoveram a exploso Argentina do trueque pode a ser includo.

-Includente(II): a moeda social voltada para a incluso social e a recuperao da auto-estima e desenvolvimento pessoal dos participantes. Seus objetivos possuem um carter complementar, na medida em que procuram criar um mercado que permita a valorizao de produtos e relaes normalmente no aceitas nos mercados habituais. Geralmente existe a emisso de bnus e a prtica de encontros presenciais estimulada. A analogia com a moeda nacional nem sempre relevante, no entanto quando existem preos, eles so similares aos praticados no mercado externo. Por vezes existem interaes com outros grupos no necessariamente complementares, mas com necessidades parecidas. Nessa categoria esto contidos os Bancos de tempo, alguns clubes de troca orientados por ONGs e outras experincias ligadas ao exerccio da responsabilidade social.

-Complementar-pedaggica (III): voltada para uma performance complementar ao mercado, ao mesmo tempo questiona sistematicamente os valores normalmente estimulados nele, ainda que despose de uma perspectiva econmica baseada na gesto da escassez. Pode existir ou no emisso fsica de bnus, contudo sua gesto tende a ser mais participativa e autnoma. Habitualmente a relao de similaridade com a moeda nacional apenas uma referncia, surgindo internamente nveis de preos e preos relativos bastante diferentes dos praticados no mercado externo. A escala de atuao costuma ser reduzida e so instigadas parcerias com outros grupos afins. Muitos participantes so oriundos da classe mdia, prestadores de servio e artistas. Encontram-se aqui muitos LETS, e clubes de troca nacionais e espalhados por todo o mundo, alm da experincia sua com os TALENTOS.

-Pedaggica (IV): dirigida para se tornar uma alternativa ao mercado. Tem uma viso sobre a economia fundamentada na sustentao da vida em organicidade prpria, que deve, no entanto, responder aos objetivos socialmente determinados. Pode ter ou no emisso fsica de bnus, mas a gesto sempre participativa e autnoma. Os parmetros de medida utilizados normalmente no esto diretamente associados moeda nacional e a escala de atuao pequena ou mista; sendo as interaes com grupos complementares e afins buscadas com intensidade. Alguns clubes de troca e LETS podem aqui ser includos.

-Alternativa(V): intensamente orientada pela ideologia, buscando fechar o ciclo produo - consumo- distribuio internamente experincia. No mbito geral contam com um grupo seguramente determinado e unido por uma viso de mundo comum. Normalmente no existe paridade com a moeda nacional e a unidade de conta s faz sentido dentro do prprio circuito. Procuram ter relaes com outras experincias com afinidades ideolgicas, ou compatveis e complementares. Algumas moedas sociais de comunidades alternativas e de uns poucos clubes de troca mais radicais se permitem classificar aqui.

5. Desenvolvimento nacional5.1 Tendncias da experincia brasileira de moeda socialUma grande quantidade de prticas nacionais de moeda social estconcentrada nas experincias inclusivas (tipo II), embora existam representantes em nmero significativo tambm nas de tipo complementar/pedaggicas (III). As de tipo IV, pedaggicas, renem um menor nmero de participantes, mas com grande diversidade de estilos e nem as de tipo complementar nem alternativo (I e V respectivamente) tem at o momento alguma experincia registrada no pas.As de tipo II e III so as que mais tm se multiplicado e tambm tm apresentado um grau de permanncia maior, embora existam casos como o dos grupos de Ponta Grossa no Paran que na ausncia do apoio prestado pela prefeitura local acabaram se desarticulando rapidamente. Por outro lado, com elevado grau de entradas e sadas, as experincias de tipo IV tm apresentado no s dinamismo, como tambm um grau significativo de diversidade, o que tem enriquecido muito as discusses nos momentos de encontro.Na escala das experincias atuais nacionais, dificilmente a moeda social est sendo percebida como concorrente moeda nacional. Para alcanar tal escala era preciso haver j alguma experincia mais madura e completa, ou seja, algum projeto alternativo que abrangesse um circuito completo entre produtores e consumidores cruzados (prossumidores) em andamento e utilizando uma moeda social, o que no se tem notcia.

5.2 Inspirao para o modelo brasileiroEm New York, podemos citar um modelo que influenciou pases como Brasil e Argentina na implantao na moeda social, por exemplo:-Em 1991 surgiu a primeira moeda social contempornea, as horas de Ithaca, como so conhecidas, em Ithaca, no estado de New York, nos EUA. A inovao que Paul Glover trouxe no foi apenas na forma de circulao, via papel-moeda, mas tambm na maneira de valorizar a produo, uma vez que a unidade de medida utilizada foi a hora de trabalho.O sistema se prope a ser mais que um simples instrumento de troca. Por um lado representa valores monetrios palpveis, pois so perfilhados pelas prprias leis norte-americanas (que autorizam a emisso de notas locais desde que sejam menores que as oficias, tenham uma equivalncia fixa com o dinheiro nacional e sejam tributados), mas por outro deseja reinventar o dinheiro: recoloc-lo a servio da comunidade, trazendo uma nova perspectiva para o ato de produzir e consumir, relembrando as responsabilidades para com os outros membros da comunidade.

5.2.1 Salrio e crditoOs bancos sociais no fazem apenas a emisso e o cmbio de moedas sociais. Segundo Joaquim, as instituies tambm emprestam de R$ 200 a R$ 10 mil aos membros da comunidade onde atua, com recursos captados no Banco do Brasil. Mas, de novo, a moeda social mais vantajosa: no Banco Palmas, emprstimos em Palmas saem com juro zero. J paratomar dinheiroem reais, o cliente paga entre 1,5% e 3,5% de juros ao ms.O banco criou at um carto de crdito, de uso no comrcio do bairro. O cliente do Palmacard comea com crdito de R$ 20, que pode ser aumentado se houver pontualidade nos pagamentos. Em alguns casos, de comum acordo entre as partes, os salrios dos trabalhadores so parcialmente pagos em moeda social.

5.3 Territrio nacionalLogo abaixo esto alguns dos principais exemplos nacionais que foram concretizados:5.3.1 Silva JardimSilva Jardim, municpio fluminense de 23 mil habitantes, deixou de fazer parte do noticirio pelas enchentes e tem lugar de destaque dentro da programao do 2 Congresso Fluminense de Municpios, graas chegada do Capivari, moeda social criada para utilizao na cidade que alavancou a economia regional.A inspirao do prefeito Marcello Zelo (PT) surgiu com base em um projeto renomado mundialmente, ocorrido em Bangladesh (sia) e implantado pela primeira vez no Brasil em Fortaleza, com a moeda Palma, em circulao h mais de dez anos no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza.- A ideia, inicialmente, era fazer com que a moeda social Capivari ajudasse o comrcio da cidade a se desenvolver. Conheci o projeto do Banco Palma, de Fortaleza, e hoje vejo que uma moeda prpria um grande incentivo para que a populao compre em Silva Jardim e no privilegie mais o comrcio das cidades vizinhas.A razo simples. Cada Capivari vale R$ 1, no entanto, quem realiza compras dentro de Silva Jardim com a moeda ganha descontos que varia de 5% a 30%, ou seja, pagam at R$ 0,70 por um produto que em real custaria R$ 1.Desta maneira, o mercado consumidor interno de Silva Jardim cresceu cerca de 30% desde o lanamento da moeda, no dia 8 de maio de 2011, de acordo com a Associao Comercial do municpio.

5.3.2 Banco Palmas- exemplo em economia solidriaA comunidade dos Palmeiras, em Fortaleza, inaugurou no ltimo ms sua primeira pousada, a Palma Tur. O estabelecimento, mais do que uma simples pousada, simboliza o desenvolvimento de uma comunidade transformada pelo microcrdito. No incio da dcada de 1990, a localidade de 32 mil habitantes no passava de uma regio pauprrima, com a populao vivendo em barracos, sem saneamento, escolas e eletricidade.Hoje, os moradores produzem l mesmo quase tudo o que consomem. Os nveis de criminalidade caram, a renda aumentou e j h tantos interessados em conhecer o exemplo que a pousada foi necessria. Esse o resultado dos esforos de toda uma comunidade que aprendeu a fazer a riqueza circular internamente, liderada pelo ex-seminarista Joaquim Melo. As pessoas vinham nos visitar e ficavam no centro de Fortaleza, o que no combinava com a nossa lgica de produo e consumo local, conta Melo. A diria da PalmaTur custa R$ 25 e inclui caf da manh, segundo o ex-seminarista. H 12 anos, em 1998, ele fundou o banco comunitrio Palmas, cujo objetivo era de conceder microcrdito para a populao local. Na ocasio, foi criada tambm uma moeda social, chamada de palmas, que s circula entre os moradores e comerciantes locais, de forma a for-los a consumir o que vendido ali e fazer a economia girar. Fui para o Palmeiras em uma misso de padres. Chegou uma hora em que eu estava to comprometido com as lutas do bairro, que achei que eu tinha muito mais forma de contribuir se ficasse aqui do que se me tornasse padre. No existe s uma forma de a gente servir a Deus, afirma.

Cdulas de palma, a moeda social do Banco Palmas, do Cear.Com um primeiro apoio de R$ 2 mil, de uma organizao no governamental do Cear, o Banco Palmas comeou a emprestar dinheiro para os pobres, a exemplo do que fez em Bangladesh o banco Grameen, liderado por Muhammad Yunus, prmio Nobel da Paz em 2006 por seus esforos para o desenvolvimento social e econmico por meio do microcrdito. Em Palmeiras, antes da chegada de Joaquim Melo, a populao se dizia pobre e no via meios para se desenvolver. Uma tarde, ele chamou os moradores para a rua e mostrou a eles que, na verdade, no eram pobres, mas deixavam escoar para fora da comunidade todo o dinheiro que possuam.Peguei um balde furado, rolhas, bolinhas de isopor e uma caneta. Ento perguntei quem era pedinte, quem era aposentado, quem era guardador de carros. Conforme me respondiam, eu escrevia os nomes nas bolinhas de isopor e colocava no balde. Depois perguntei onde compravam cada coisa que consumiam, desde a pasta de dentes, alimentos, at as roupas. A medida que me diziam sempre locais fora da comunidade eu retirava as rolhas e as bolinhas caiam no cho e rolavam para longe. Foi com essa analogia que Melo conseguiu convencer as pessoas a produzir e consumir internamente, para no deixar as poupanas escaparem.Os primeiros recursos do Palmas foram emprestados a cinco pessoas: um peixeiro, uma fabricante de sandlias, uma artes, um comerciante de um mercadinho e uma costureira, que utilizaram os crditos para seus negcios. Depois comeamos a conseguir doaes de R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil. At 2005, caminhamos com a ajuda de fora, conta Melo. No entanto, h cinco anos o banco comeou a deslanchar, a partir de uma linha de crdito de R$ 1 milho fechada com o Banco do Brasil."Bancos comunitrios mostram que possvel um novo sistema financeiro baseado na cooperao e na solidariedade", diz Joaquim Melo, 48 anos, fundador do Banco Palmas.At 2009, cerca de R$ 5 milhes j haviam sido emprestados pelos 51 bancos comunitrios brasileiros, segundo levantamento do instituto. A maior parte pelo Palmas. Alm deste, todos os demais foram criados e certificados pelo Instituto Palmas, associao apoiadora dessas instituies e coordenada por Melo. Segundo ele, os outros bancos foram fundados porque o Palmas deu certo. Conseguimos recursos do Ministrio do Trabalho e fomos fundando os outros, ele conta. Na prtica, atendemos a pessoas que no teriam chances nos bancos de varejo oficiais, acrescenta.Hoje, alguns j so sustentveis, como o Banco dos Cocais, no Piau, e Banco Bem, no Esprito Santo. Eles mostram que, na prtica, possvel fazer um novo sistema financeiro baseado na cooperao e na solidariedade, afirma Melo.Os crditos concedidos por esses bancos podem ser para consumo em moedas sociais ou para produo geralmente em reais. Quando concedem crdito nas cdulas locais, muitos bancos no cobram juros. Em reais, preciso que a taxa seja a mais baixa possvel, segundo Melo. No caso do Palmas, o juro depende da captao e varia de 1,5% a 3% ao ms. a lgica de distribuio de renda, quem tem menos paga menos, quem tem mais paga mais. Essa a lgica do banco comunitrio, afirma.Outra caracterstica dos bancos comunitrios transparncia. Todos conseguem ver na internet o quanto cada morador tomou emprestado, e a anlise de crdito feita com base em pesquisas com quem pede o crdito e a vizinhana, conta Melo.Recentemente, o BNDES aprovou outros R$ 3 milhes ao Instituto Palmas, segundo Melo, que estima ser necessrio um investimento de R$ 60 mil para a criao de um banco comunitrio no Pas. A meta do ex-seminarista formado em teologia - de chegar a dois mil bancos comunitrios no Brasil. Outra conquista recente a ajuda da organizao indiana Mahiti, de Bangalore, que criar para um sofware livre para o microcrdito brasileiro. Ainda aguardado pelas instituies, outro incentivo a possibilidade de a Casa da Moeda do Brasil imprimir suas cdulas sociais, o que contribuiria para o corte dos custos.

5.3.3 Cear com cerca de 28 bancos que trabalham com moeda socialImagine morar em um bairro que possui moeda prpria, diferente do real? Isso j ocorre em 28 locais, incluindo bairros e municpios, do Cear. Quem mora no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, por exemplo, tem a opo de utilizar a moeda Palmas, que d desconto no comrcio local.O Brasil possui 82 bancos comunitrios, que emitem as moedas alternativas; destes, 28 so cearenses. Dentre os municpios que possuem bancos alternativos esto: Maracana, cuja moeda o Maracan; Ocara, que tem a moeda Tupi; Ibaretama, com a moeda Ibar, e Palhano, cuja moeda a Castanha.De acordo com o fundador do Banco Palmas, pioneiro no Cear, Joaquim Melo, a moeda social uma ferramenta para o desenvolvimento econmico local: o objetivo fazer com que as pessoas consumam na prpria regio onde moram, para aumentar as vendas.As vantagens so os emprstimos sem juros concedidos pelos bancos comunitrios e os descontos ofertados pelos comerciantes para quem usa a moeda. bom tanto para quem vende como para quem compra. Os comerciantes so beneficiados porque o comrcio local est em constante crescimento, e os clientes ganham descontos por usar a moeda, afirma.Alm de estimular a compra local, a implantao do servio tem um sentido pedaggico, de valorizao do dinheiro e da regio. O banco comunitrio estimula a produo da economia solidria e do consumo consciente, alm disso, uma forma de valorizar o bairro ou o municpio, explica Melo.

5.3.3.1 A troca da moedaO funcionamento simples: no banco social, o consumidor troca reais pela moeda social em circulao no bairro ou cidade. Algumas empresas pagam uma parcela do salrio com a moeda alternativa, representando uma segunda forma de obt-las. Caso haja a necessidade de efetuar compras fora da comunidade, pode desfazer a troca. Uma moeda Palmas custa exatamente R$ 1, assim a troca fica mais fcil.

6. Comparativo entre moeda social e moeda nacional

6.1 Moeda oficial-Moeda fiduciria oficial.- Possui trs funes: unidade de conta, meio de troca e reserva de valor.-Curso legal e uso obrigatrio por lei, garantida e monopolizada pelo Estado. - Conectada diretamente com as finanas pblicas (dvida pblica e direito pblico).-95% - moeda bancria privada (propriedade privada e dvida privada): Depsitos bancrios; juros compostos; crescimento exponencial.- Excluso social: Pessoas no bancarizadas; Custo do crdito; Concentrao financeira.

6.2 Moeda social- Complementar moeda fiduciria oficial.- No cumpre todas as funes da moeda: meio de troca.- Ningum (ou pode ser) obrigado a aceitar uma moeda social ou a participar de um sistema de moedas sociais.-Direito dos contratos e direito das obrigaes (obrigaes privadas e direito privado).- Promove: Reciprocidade, mutualismo (propriedade comunitria) diversos tipos de incentivos circulao evita juros compostos crescimento similar ao da economia real.-Incluso Social: A atividade do sistema funciona de maneira anticclica nvel de emprego na economia formal.Poltica monetria.Desconcentrao financeira.

6.3 Viso geralQuando se refere moeda social, por um lado os agentes envolvidos possuem uma enorme autonomia sobre a emisso daquilo que funcionar como equivalente universal de troca, alm de praticarem a descentralizao da emisso, atravs da promoo de vrios polos emissores em simultneo. Por outro lado, ao negar a reificao do dinheiro, assumem a responsabilidade de inserir a economia no social, da surgindo como essencial no fenmeno da moeda social, o fato de ser uma moeda cuja emisso gerida autonomamente pelo grupo diretamente envolvido, trazendo tambm toda a responsabilizao que se segue ao assumir esse poder at ento implcito. O grupo, nesse sentido, autnomo (apesar de existir em uma sociedade marcada por opresso e desigualdade estruturais como contexto), na medida em que d a si prprio a lei, ou a regra. possvel dizer que a moeda oficial vai contrapartida a todo esse idealismo imposto pela implantao da moeda social, pois esta visa estimular o crescimento de uma determinada regio, alm de ser extremamente descentralizada. Essencialmente a dinmica da moeda social, alm de descentralizada e autnoma, prope no permitir a usura, e com isso impossibilitar que o dinheiro se transforme em capital financeiro. Entretanto, as experincias tm sido pouco audazes no que tange a experimentos monetrios alm da criao e gesto muito cautelosa do circulante. Talvez porque a prpria emisso e distribuio da moeda social seja considerada em si mesma como um sistema de crdito social, um adiantamento e poder de compra para quem, em condies de mercado no teria acesso, de maneira que muitos grupos no aprofundam as potencialidades da experincia. De qualquer forma, no caso do sistema LETS e similares ligeiramente diferente, pois a emisso simultnea com a comercializao, no chegando a caracterizar a emisso de nenhum crdito, mas como nos casos anteriores, alguns acreditam que a abertura de mercado e a possibilidade de rentabilizar atividades at ento desvalorizadas so, por si mesmas, o escopo atingvel com a utilizao da moeda social. Ainda assim, alguns grupos realizam emprstimos em moeda social, evidentemente sem cobrana de juros.Como j extensamente comentado, sua utilizao tambm ajuda a desvelar os equvocos que esto por detrs da aceitao teoria do valor, ao promover a desreificao da moeda, neutralizando a relao de poder e coero violenta na qual se assenta a perspectiva de neutralidade da moeda global, ou seja, ela procura mesmo que parcialmente desvincular o capitalismo, a desigualdade e o poder abusivo consequentes no uso da moeda social em meios corporativos.Pois, alm de decentralizada ela controlada essencialmente pelos seus usurios, no tendo o comando principal imposto pelo Estado e governo, como acontece no outro caso. E mais, a grande maioria de seus usurios ainda quer recentralizar o crescimento econmico no e para o homem, sendo esse co-dependente do ambiente em que est inserido; e no se permite assumir uma dinmica monetria que favorea a espoliao do homem pelo homem nem to pouco do homem com o ambiente, no admitindo o encargo do juro, muito menos do juro sobre juro. Entretanto para se atingir esses objetivos no basta aumentar a quantidade de moeda circulando (mesmo sem o peso dos juros), preciso aumentar tambm a qualidade social dessa moeda e da gesto de sua emisso e distribuio. Ela precisa incorporar na sua dinmica os parmetros socialmente considerados fundamentais: a prtica da solidariedade, a busca da autonomia e o compromisso com a responsabilidade perante a sociedade e o meio ambiente e, se primeiros e importantes passos foram dados e boa parte do caminho aberto, muito ainda est para ser percorrido e construdo.

Quadro resumo: moeda social, moeda nacional e padro de desenvolvimento.

7. ConclusoCriada principalmente como forma de incentivar o crescimento e a autonomia de uma determinada regio, a moeda social nada mais do que um meio de troca, ou at mesmo um escambo, onde especificamente em tempos primrdios as pessoas trocavam valores entre si valores, que no eram necessariamente o dinheiro oficial. Mas diferentemente dos meios citados anteriormente e que foram utilizados em massa em tempo passado, a utilizao da moeda social no por conta da falta de opo de outros meios, muito menos com inteno de substituir integralmente a moeda oficial, mas sim para beneficiar uma determinada comunidade. Pois, por ser totalmente autnoma esta tende a sofrer menos o impacto econmico sofrido pela moeda oficial, e principalmente para que a populao obtenha retorno financeiro ao economizar pagando menos com a moeda local, e claro fortalecendo assim a economia e a produo local, j que o dinheiro utilizado ali no pode ser comercializado em outras regies.Dotada de diversos fins sociais, alm de ser uma forma de alcanar os menos desfavorecidos e aqueles que no possuem meios de ter uma conta bancaria, por exemplo. Falando em mbito nacional, ela pode ser um meio interessante de promover a democratizao financeira e simplificar a utilizao destes.Portanto, podemos concluir que o uso planejado e transparente da moeda social pode ser extremamente benfico para uma determinada regio, pois ela pode ser usada tanto para fins estritamente sociais, assim como para complementar a moeda oficial e at mesmo para suprir uma eventual escassez que esta pode enfrentar. Mas, importante ressaltar que ela no pode ser utilizada com a inteno de substituir a moeda oficial, mas essencialmente como meio de fortalecer a economia de uma determinada regio. Diante deste contexto podemos classifica-la como uma excelente ferramenta de combate desigualdade, a excluso social e principalmente ao descaso e abandono por parte das autoridades governamentais em relao a comunidades pobres e carentes.

Referencias http://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/89433http://web.tau.org.ar/upload/89f0c2b656ca02ff45ef61a4f2e5bf24/NESFI_Moeda_social.pdfhttp://www.bcb.gov.br/pre/microfinancas/arquivos/horario_arquivos/apres_116.pdfhttp://www.bcb.gov.br/Nor/relincfin/Palestra_Marusa_Vasconcelos_Freire_._Moedas_Sociais.pdf