trabalho comercialização

38
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL JOSÉ LUCAS DE CAMARGOS JOSE WALTER DE LIMA MOTA JÚLIA BEATRICY LUCAS BRITO TAMIRES MOUSSLECH ANDRADE PENIDO PROCESSO PRODUTIVO E COMERCIALIZAÇÃO DA RESINA DE PINUS, NO BRASIL

Upload: tamires-penido

Post on 22-Sep-2015

247 views

Category:

Documents


18 download

DESCRIPTION

Trabalho de comercialização florestal sobre a produção de resina de Pinus no Brasil. Trabalho entregue à disciplina de Comercialização e Marketing Florestal

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURIFACULDADE DE CINCIAS AGRRIASCURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

JOS LUCAS DE CAMARGOSJOSE WALTER DE LIMA MOTAJLIA BEATRICY LUCAS BRITOTAMIRES MOUSSLECH ANDRADE PENIDO

PROCESSO PRODUTIVO E COMERCIALIZAO DA RESINA DE PINUS, NO BRASIL

DIAMANTINAMINAS GERAIS BRASIL2014

JOS LUCAS DE CAMARGOSJOSE WALTER DE LIMA MOTAJLIA BEATRICY LUCAS BRITOTAMIRES MOUSSLECH ANDRADE PENIDO

PROCESSO PRODUTIVO E COMERCIALIZAO DA RESINA DE PINUS, NO BRASIL

Trabalho de curso apresentado Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte das exigncias da disciplina de Comercializao e Marketing de Produtos e Subprodutos Florestais do DEF.

Professor: Dr. Sidney Arajo Cordeiro

DIAMANTINAMINAS GERAIS BRASIL2014Sumrio1INTRODUO32REVISO DE LITERATURA42.1CARACTERSTICAS GERAIS DO PRODUTO42.2CARACTERSTICAS DO PROCESSO PRODUTIVO42.3CARACTERSTICAS DO MERCADO73DESAFIOS NA PRODUO E COMERCIALIZAO DO PRODUTO83.1MELHORAMENTO GENTICO PARA POTENCIALIZAR A EXTRAO DE RESINAS93.2PLANTIO DE PINUS EM REAS ADVERSAS93.3ESPCIES INDICADAS PARA EXTRAO DE RESINA NO BRASIL E PRECIPITAO MDIA ANUAL MNIMA EXIGIDAS PARA CADA ESPCIE103.4DOENAS E PRAGAS INCIDENTES SOBRE O CULTIVO E SANGRIA DOS PINUS123.5FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUO133.6CONDIES CLIMTICAS IDEAIS DURANTE A SANGRIA143.7ERGONOMIA DURANTE O PROCESSO DE RESINAGEM143.7.1Equipamentos De Proteo Individual (EPI)153.7.2Classificao Dos Riscos153.8ASPECTOS ECONMICOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DA RESINAGEM153.8.1TAXAS, IMPOSTOS E CONTRIBUIES INCIDENTES NO PROCESSO DE RESINAGEM EM PINUS............173.9DIFICULDADES SETORIAIS184CONSIDERAES FINAIS205REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS20

ii

INTRODUO

A resinagem uma atividade que consiste na extrao de goma resina, em rvores vivas do gnero pinus. considerada por muitos como uma forma de antecipar receitas de uma floresta implantada com outros objetivos, que no a produo da goma resina. Esta caracterstica um dos principais fatores responsveis pelo grande interesse na prtica.A goma resina de Pinus j era utilizada, segundo HOMA (1983), desde o Egito antigo, com fins religiosos e para a mumificao de corpos. Ela foi tambm muito utilizada, desde a poca colonial norte-americana, na construo naval, com o objetivo de calafetar peas de madeira (GURGEL, 1972), que eram usadas nos barcos da Marinha Real Inglesa. Hoje, a goma resina de Pinus, tem sido utilizada na obteno de breu (fase slida) e terebintina (fase liquida), com grande importncia nas indstrias de: tintas e vernizes, cola para papel, borrachas e adesivos, entre outros. No Brasil, a extrao de goma resina uma atividade relativamente recente, tendo iniciado a partir da dcada de 70, em rvores de Pinus elliottii implantadas atravs de incentivos fiscais nos anos 60 e 70. A grande maioria das florestas, onde se faz resinagem, ainda oriunda daquela poca do incentivo fiscal. Essas rvores foram plantadas em sistema adensado, visando apenas a produo de matria prima para indstrias de celulose e papel. medida que foram se desenvolvendo, foram sendo feitos desbastes, deixando-as com espaamento maior, havendo um maior desenvolvimento do tronco e da copa. Isto viabilizou a extrao de goma resina, que apesar de ser uma atividade secundria na floresta, levou o Brasil da condio de importador, para exportador, na dcada de 80 (ARESB, 2000). Hoje, o Pas o 2 maior produtor mundial, ao lado da Indonsia e abaixo apenas da China. Segundo ARESB (Associao dos Resinadores do Brasil), a produo brasileira de goma resina est estimada em aproximadamente 90 mil toneladas ano.A falta de incentivos ao setor florestal e a baixa oferta de mo-de-obra especializada - devido migrao do home do campo, constituram fatores suficientes para desacelerar o crescimento da prtica de resinagem. Crescimento este que retoma fora com a disponibilidade de auxlio fiscal destinado ao reflorestamento, e a constatao da viabilidade econmica da atividade. A atividade de resinagem pode ser adequada a pequenas reas e no necessita de um nvel tecnolgico elevado, constituindo, assim, uma alternativa de gerao de renda complementar na agricultura familiar.Justifica-se a escolha deste tema pela importncia que o negcio tem para a economia brasileira, tanto pelos volumes monetrios envolvidos em todo o processo, quanto pela criao de postos de trabalho. Essas caractersticas da atividade de resinagem garantem a prtica como uma alternativa ao desenvolvimento sustentvel do setor florestal brasileiro.O presente trabalho tem como objetivo estudar o processo produtivo e a comercializao da resina de pinus, no Brasil.

REVISO DE LITERATURA

CARACTERSTICAS GERAIS DO PRODUTO

A goma resina do Pinus elliottii composta de 68% de breu, 17% de terebintina, 10% de umidade e 5% de impurezas slidas e gua das chuvas, enquanto que a goma resina do pinus tropical possui 68% de breu e de 4 a 9% apenas de terebintina (ORLANDINI, 2000). Em termos industriais a resina separada em dois componentes, obreue a terebintina.A frao voltil da terebintina constituda de hidrocarbonetos cclicos (monoterpenos), sendo que quase sempre existe uma mistura de sesquiterpenos, e por vezes de substncias no terpnicas.A formao do breu na sua maior parte por cidos resnicos, mas tambm por cidos graxos, steres desses cidos, esteris, alcois, alm de sesquiterpenos e diterpenos. Os principais constituintes da resina possuem estreita afinidade qumica entre si. Incluem-se dentre os terpenides, um grupo de substncias naturais que tem em comum o fato de poderem ser considerados como derivados do isopreno, um composto de 5 carbonos. O3-isopentenil pirofosfatoparece ser uma molcula chave na produo desses compostos.

CARACTERSTICAS DO PROCESSO PRODUTIVO

Segundo Lacerda (2003), a resinagem a extrao da resina do gnero Pinus, considerando-se a rvore em p. Se a resina extrada de cavacos de madeira, o processo denominado de destilao.De acordo com Ferreira (2002), os produtos resinosos podem ser obtidos de trs maneiras: a resina natural, ou goma resina, a partir do processo de resinagem; o tall oil, subproduto da transformao da madeira em celulose pelo processo sulfatado (Kraft); e a resina de madeira, atravs de um processo tecnolgico de secagem e extrao dos componentes resnicos presentes na madeira e realizado fora da floresta.A goma resina, fonte mais utilizada no Brasil, extrada das espcies Pinus elliottii var. elliotti e Pinus caribaea de variedades caribaea, hondurensis e bahamensis (FERREIRA, 2002). Posteriormente, via lavagem e destilao, obtm-se o breu e a terebintina.O processo de obteno dos produtos resinosos pode ser resumido na figura 1.

Figura 1: Fases de obteno dos produtos resinosos. Fonte: FERREIRA, 2002.

O fator determinante para a produo de resina a espcie, sendo que as espcies Pinus caribaea var. caribaea e Pinus elliottii var. elliotii apresentam as melhores produtividades, sendo estas 2,85 e 2,10 kg/rvore/ano, respectivamente (FERREIRA, 2002). Alm disso, a constituio gentica, idade da planta, sanidade das rvores, dimenses da planta, fatores climticos, solo, sistema silvicultural e sistema operacional interferem na produo.Segundo Marcelino (2004), a resinagem tem incio na primavera, variando de setembro a outubro, e prolonga-se por todo o perodo de desenvolvimento da rvore que normalmente vai at o outono (maio/junho). Assim, o perodo de resinagem se estende por nove meses. O perodo restante de trs meses serve como descanso para a rvore.O sistema de resinagem consiste, basicamente, de seis etapas (FERREIRA, 2002): Escolha da rvore no povoamento: o dimetro altura do peito deve ser igual ou superior a 15 cm. rvores de dimetros inferiores no so resinadas. Limpeza do tronco: utilizando um instrumento raspador do tronco deve-se nivelar as cascas da rvore, deixando a superfcie lisa. Confeco do bigode: inciso em redor da rvore para a posterior fixao do recipiente coletor. Colocao do recipiente coletor: geralmente so sacos de plstico fixos por arames. importante uma boa fixao do coletor para evitar derrames ou vazamentos de resina. Estriagem: inciso atravs de um instrumento chamado ferro estriador at a regio do cmbio vascular e dos canais resinferos. O corte em faixa, chamado de estria, de dois a trs centmetros de altura e largura predeterminada para todas as rvores de acordo com o dimetro mdio do povoamento ou de acordo com o DAP da rvore. As estrias no Brasil so realizadas, regra geral, a cada quinze dias fazendo-se a nova estria em cima da anterior, e constituindo no final da safra um painel de aproximadamente quarenta centmetros de altura. Estimulao qumica: aplicao de uma pasta cida atravs de uma bisnaga ou pisseta com a finalidade de destruir as paredes celulsicas dos canais resinferos, e deste modo aumentar a exsudao de resina.Os intervalos de limpeza e coleta de coleta da resina e limpeza das estrias vo variar com as condies climticas do pas em questo. No Brasil, o recipiente coletor chega a demorar nove dias para encher, enquanto que em outros pases demora no mnimo quinze dias.O breu e a terebintina so matrias primas obtidos a partir do processamento da resina bruta na fbrica, pela lavagem e destilao (FERREIRA, 2002). O processo constitudo dos seguintes passos: A resina natural depositada em um tanque reservatrio, que por sua vez alimenta um tanque pr-aquecedor, sendo aquecida com vapor direto e indireto. adicionado cido oxlico pra a precipitao do ferro contido na resina e terra diatomcea que vai como auxiliar de filtrao. Atingida uma determinada temperatura, a resina transferida para outro tanque. Neste tanque chamado de tanque de fuso acrescentada terebintina (30 a 35% do total) para diluio da resina. A soluo aquecida e filtrada a quente com auxilio da presso de vapor. O filtrado recolhido num tanque de lavagem onde deixado a descansar por quatro a oito horas a uma temperatura de aproximadamente 80C. Uma vez acabado o tempo de decantao, a soluo lavada e filtrada bombeada atravs de um pr-aquecedor tubular e introduzida no topo da coluna de filtrao. Na coluna de destilao que contm anis de Raschig, a soluo vai descer, em contra corrente com os vapores ascendentes. Desta forma, a terebintina separada do breu, saindo do topo da coluna e passando por um separador, para que sejam retiradas partculas de breu que tenham sido arrastadas. Os vapores efluentes da coluna passam por um condensador refrigerado a gua e o condensado recolhido num separador onde se efetua a separao da gua e da terebintina. A terebintina passa por um desidratador contendo sal de rocha. O breu escoa pela base da coluna.Quando separados pelo processo de lavagem e destilao, os derivados do breu e terebintina variam em propores consoantes espcie (MARCELINO, 2004). Essas propores esto nos intervalos de 60 a 85%, para o breu, e 15 a 30%, para a terebintina.

CARACTERSTICAS DO MERCADO

Segundo Ferreira (2002), os produtos resinosos so considerados commodities agro-industriais. Assim, o que rege seus mercados so seus preos, mais do que propriamente a qualidade do produto. So produtos de grande importncia no contexto mundial na rea qumica, por ser componente bsico para uma infinidade de produtos essenciais atividade humana.De acordo com Marcelino (2004), o breu utilizado para diversos fins, tais como vernizes, cola para papel, colas termo-estabilizadas, lubrificantes, etc. A terebintina transformada em leo de pinho, resinas terpnicas, inseticidas, aromatizantes, solventes, etc.Segundo Cordeiro e Silva (2009), o Brasil tem participao recente no mercado internacional de produtos resinosos, porm o segundo maior produtor mundial da matria prima, com aproximadamente 90 mil ton/ano, atrs apenas da China com uma produo anual de 400 mil ton/ano.O preo da resina de Pinus no Brasil teve uma alta nos ltimos anos, chegando expressivos 1500 dlares por tonelada no ano de 2011, mais que trs vezes o seu valor em 2009 (470,22 dlares/ton). Atualmente, o preo da tonelada de resina de cerca de 700 dlares por tonelada, conforme a figura 2. O sbito aumento do preo da resina em 2011 pode ser explicado por fatores externos e aumento da demanda.

Figura 2: Preos da resina de Pinus (U$$/ton) praticados no Brasil. Fonte: CIFlorestas.

Atualmente, as importaes de produtos resinosos no Brasil so insignificantes quando comparadas com as exportaes. Porm, o consumo interno supera as exportaes (FERREIRA, 2002). Esses dados ficam evidentes na tabela 1, cujos dados datam at 1998. Porm este cenrio se mantm at os dias atuais.

Tabela 1: O mercado de resina no Brasil de 1992 a 1998 (em toneladas/ano). Fonte: Ferreira, 2002.

DESAFIOS NA PRODUO E COMERCIALIZAO DO PRODUTO

Os desafios na extrao de resina de pinus no Brasil tiveram incio na dcada de 1970, devido a mudanas ocorridas na economia. Pressionados, os empresrios do setor florestal procuraram outras alternativas rentveis financeiramente para suas florestas e, a partir de ento, iniciou-se o processo de resinagem no pas. Diante deste aspecto, verificou-se que a extrao de resina uma garantia de antecipao e reembolso do capital investido, sendo a atividade, responsvel pelo emprego direto e indireto de centenas de pessoas, favorecendo a fixao do homem no meio rural (OLIVEIRA, 1987).A resinagem uma prtica silvicultural que necessita de aperfeioamento tcnico, econmico e poltico. Dentre os desafios para a produo e comercializao de resina podemos citar o melhoramento gentico para potencializar a extrao de resinas, plantio de Pinus sp. em reas adversas, quais as espcies indicadas para extrao de resina no Brasil e quais as precipitaes mdias anuais exigida pelas espcies de Pinus sp., doenas e pragas incidentes sobre a cultura, as questes climticas versus a qualidade do produto, chuvas durante a sangria, ergonomia no processo de extrao, carga tributria incidente no processo de resinagem, cuidados durante a comercializao, transporte e divulgao do produto final.

MELHORAMENTO GENTICO PARA POTENCIALIZAR A EXTRAO DE RESINAS

A busca por materiais superiores e mais produtivos e em novas fronteiras, vem motivando produtores e empresas interessadas no breu e terebintina a investirem em ensaios experimentais. Algumas pesquisas obtiveram ganho significativo sobretudo em funo da melhoria das tcnicas de extrao, escolha do tipo de rvore e determinao da melhor poca para resinagem, entretanto, a explorao das espcies com alto potencial produtivo geneticamente ainda carece de estudos (FONSECA et al., 1978).rvores que apresentam crescimento mais vigoroso tendem a apresentar maiores rendimentos em resina (PETERS, 1971). Entretanto, importante salientar que alm da escolha das rvores mais vigorosas, a produtividade de resinas pode ser potencializada atravs da seleo individual dentro das procedncias. Segundo Squillace et al. (1972), 4% das rvores encontradas em condies naturais so geneticamente superiores em produtividade de resina, podendo superar em 100% a mdia populacional. Tal fato indica que a produo de resina um carter altamente herdvel e varivel, podendo produzir ganhos genticos de modo rpido, atravs de selees e cruzamentos entre matrizes de alta produo (SHIMIZU & SPIR, 1999).Atualmente h ensaios experimentais com o objetivo de criar novas fronteiras para o cultivo e extrao de resina de pinus. Segundo Moraes Neto (2011), o cerrado brasileiro apresenta perspectivas favorveis ao cultivo e explorao de resina de pinus.

PLANTIO DE PINUS EM REAS ADVERSAS

A adaptabilidade de determinada espcie est diretamente ligada s caractersticas ambientais do local natural de sua ocorrncia. Entretanto, tem-se notado que as espcies de Pinus possuem grande plasticidade, favorecendo seu estabelecimento em reas brasileiras (VASQUEZ et al., 2007).O estabelecimento de espcies de Pinus depende altamente da capacidade de armazenamento de gua no solo, sendo assim, no so tolerantes exposio excessiva ao dficit hdrico (SHIMIZU, 1986). Logo, cabe ressaltar que a produtividade de resina e desenvolvimento do Pinus tem alta afinidade sobretudo com solos que apresentam boa capacidade de reteno de gua e estrutura fsica adequadas ao desenvolvimento radicular, como solos argilosos com horizonte Bt. Em virtude da heterogeneidade de solos em reas extensas, importante salientar que a produtividade de resina pode variar de regio para regio, implicando em diferenciao da qualidade da resina produzida (SHIMIZU, 1986).Estudos tem sido desenvolvidos no Brasil para seleo de espcies mais resistentes perodos maiores de dficit hdrico e, alguns, tem aumentado as perspectivas de desenvolvimento de pinus em reas do cerrado brasileiro (MORAES NETO, 2011).As tcnicas de coleta de resina em plantios de Pinus tropical, difere das tcnicas adotadas, apenas no quesito temperatura mdia anual do sitio em que so inseridas, quando comparadas com as demais espcies de Pinus. As regies onde se plantam as espcies tropicais apresentam clima com temperaturas mdias anuais baixas durante o perodo do inverno. Tal fato viabiliza a extrao de resina mesmo no perodo do inverno.

ESPCIES INDICADAS PARA EXTRAO DE RESINA NO BRASIL E PRECIPITAO MDIA ANUAL MNIMA EXIGIDAS PARA CADA ESPCIE

Atualmente, segundo Neves et al. (2001) osPinusmais utilizados para a atividade resinfera so:Pinus caribaea Morelet Esta espcie e suas variedades so conhecidas como os pinheiros tropicais. Com origem na Amrica Central, so muito plantadas no Brasil, principalmente nas regies quentes. As variedades mais plantadas no Brasil para a resina so abahamensise ahondurensis. A variedade caribaea ocorre em menor freqncia. Os pinheiros tropicais, aps processo de destilao, produzem 68% de breu e de 4 a 9% de terebintina, todos produtos de boa qualidade comercial (Assuno apud Neves et al. 2001).P. elliottii- Originrio da Amrica do Norte, mais especificamente dos Estados Unidos,P. elliottii a maior fonte produtora de resina no Brasil, sendo muito utilizada em regies mais frias do pas, como Rio Grande do Sul, Paran, Santa Catarina e no sudoeste de So Paulo. Nos EUA tambm bastante plantada, principalmente na regio sudeste, sendo utilizado no apenas para a resina, mas para a serraria e para a indstria de celulose.Orlandini citado por Neves et al. (2001) afirma que, alm de produzir mais quantidade de resina,P. elliottiitem outravantagem em relao aos pinheiros tropicais: a sua resina no oxida em contato com a casca do pinheiro como ocorre nos pinheiros tropicais, o que dificulta a extrao do produto a campo.P. elliottiitambm possui a melhor qualidade de seus componentes extrados na destilao a vapor de gua: 68% de breu, 17% de terebintina, 10% de umidade e 5% de impurezas slidas e gua das chuvas (Assuno apud Neves et al. 2001).P. palustris- Pinheiro de origem norte americana, ainda muito cultivado nos EUA, principalmente nas zonas mais quentes, indo dos estados da Carolina do Norte ao Texas. No so plantados no Brasil.P. pinaster Pinheiro originrio da Europa, muito encontrado em regies martimas por se desenvolver bem em solos arenosos.P. sylvestris Pinheiro Europeu, encontrado na maioria dos pases; contudo, mais cultivado para fins econmicos na Alemanha, Finlndia, Turquia e Rssia.No Brasil, alm deP. elliottii, P. caribaeae suas trs variedades, tambm so extradas resinas deP. taeda, P. oocarpa, P. patulaeP. kesya, esses em menores propores. (Gurgel e Faria, 1978; Baena, 1994).Assuno apud Neves et al. (2001), avaliou a qualidade dos componentes da goma resina de diferentes espcies dePinusviveis para reflorestamento no Brasil. Como resultados,Pinus patulafoi a espcie pesquisada com pior qualidades de goma resina, possuindo teores de insaponificveis muito altos.Pinus oocarpano apresenta boa qualidade de breu, tambm possuindo alto teor de materiais insaponificveis. J o breu dePinus insalubrisfoi o de melhor qualidade pelos melhores valores para nmero de saponificao, nmero de acidez, teor de insaponificveis, cor e ponto de amolecimento.Pinus patulatambm apresentou a terebintina de pior qualidade, por ter baixos teores de alfa e beta-pineno.Brito et al. (1978) estudaram a variao de quantidade e qualidade de resinas de quatro espcies dePinus, relacionando-as tambm com a temperatura ambiente. Sobre essa ltima, os autores concluram que de modo geral a produo de resina afetada pela queda na temperatura. Os pinheiros tropicais (P. caribaeaeP. oocarpa), apresentaram uma queda brusca na produo com a queda na temperatura. J emP. elliottiieP. kesya, essa queda foi mais leve. Com o aumento da temperatura aps a queda, foiP. elliottiique passou a produzir maiores quantidades de resina, ao passo queP. caribaeafoi o que obteve menor produo neste perodo. A qualidade da terebintina doP. elliottiifoi superior das outras trs espcies por possuir maiores teores de alfa e beta-pineno, que so os componentes mais relevantes desse produto.P. kesyapossuiu a terebintina de pior qualidade.Migliorini et al. (1980), em estudos de qualidade dos produtos da goma resina em diferentes espcies dePinusem Minas Gerais, mostraram, no conjunto, a qualidade superior do breu para oP. caribaeavar.bahamensis, P. caribaeavar. caribaeaeP. elliottiivar.elliottii.JP. patulafoi a espcie que produziu breu de pior qualidade.

DOENAS E PRAGAS INCIDENTES SOBRE O CULTIVO E SANGRIA DOS PINUS

Os plantios de pinus, por serem ambientes basicamente homogneos, com extensas reas de plantio, favorece operaes silviculturais, de transporte e diminuem gastos com deslocamento. Entretanto, esses ambientes propiciaram o aumento significante de pragas e doenas sobre as florestas de pinus. Arvores ss, normalmente garantem uma produo estvel de resina por perodos prolongados, entretanto, na presena de pragas e doenas, h quedas no rendimento, sendo necessrio a interveno, de modo a manter o plantio fora dos nveis de dano econmico. Pragas e doenas so fatores limitantes do crescimento e produo de resina de pinus. Dentre as espcies de pragas e doenas encontradas destacam-se sobretudo insetos, mamferos (Besouros do gnero Migdolus, Pulges do gnero Cinara, Vespa da madeira, Roedores como pacas, ourios, rato-de-espinho, macaco-prego) (IEDE, et al, 1988; ROCHA, 1999; PENTEADO et al, 2000; ANDREIV e FIRKOWSKI, 2006; PENTEADO, et al, 2002) e fungos como, Armillaria mellea, Botrytis cinerea,Cylindrocladium pteridis, Sphaeropsis sapinea, fumagina (presena de fungos sobre as excrees dos pulges,(AUER & GOMES, 2007; AUER, 2000) respectivamente.Para contornar a situao, recomendado criar mosaicos intercalando mata nativa e florestas de pinus, colocar armadilhas, criar inimigos naturais dentro dos povoamentos, adoo de defensivos qumicos, dentre outras.FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUO

Existem duas categorias de fatores que influenciam na produo da goma resina, estes so os fsicos ou externos e os intrnsecos ou genticos (Brito & Barrichelo apud Baena, 1994). Estes ltimos so considerados como base para o sucesso da produo de um projeto de reflorestamento. Os fatores intrnsecos ligados escolha da espcie e de suas caractersticas genticas devem ter premissa de importncia visto a potencialidade da produo de resina de algumas espcies em relao a outras (Remade, 2002).Dentre eles esto:Fatores Climticos - Nesse aspecto deve-se ressaltar a temperatura, a precipitao e a umidade relativa do ar. Foi observado que quando ocorre precipitao, a exsudao diria de resina diminui. As temperaturas baixas tornam a resina menos lquida, favorecendo a formao de raspa, chegando a impedir o escoamento da resina pelos canais resinferos. Entende-se por raspa a resina que se solidifica no tronco da rvore. A influncia da temperatura refere-se exclusivamente extrao de resina de Pinus elliottii var.elliottii, pois para Pinus tropicais, existem alguns trabalhos publicados que demonstraram resultados interessantes. Sanidade da planta - Plantio de mudas idneas dePinuscom gentica e condies fitossanitrias adequadas so essenciais para uma boa produo de goma resina (Remade, 2002).Idade da planta - Conforme j mencionado anteriormente, a resinagem deve obedecer ao desenvolvimento doPinus. Para P. elliottii a idade mnima para a atividade considerada ser a de oito anos (Gurgel e Faria, 1978).Espaamento - Altas densidades de uma rea resinfera dePinusconstitui em fator limitante de produo. Espcies dePinusem espaamentos reduzidos tem menores tamanhos de copa, menor DAP e consequentemente produziro menos resina (Baena, 1994).Dimenses da planta - rvores maiores dePinusso as mais recomendadas para a resinagem, obedecendo a um DAP mnimo de 16 cm (Baena, 1994).A altura da copa da rvore tambm influencia na quantidade de resina extrada. rvores com altura de copa superior a 40% de sua altura so as recomendadas para iniciar a resinagem (Baena, 1994).Os fatores externos que mais influem na produo da resina so aqueles que tm relao ao manejo e cuidados com as florestas e com a atividade de resinar. Estes so:poca do ano para a resinagem Geralmente inicia-se a resinagem no incio da primavera, indo at o final do outono. Considera-se que esta a poca de produo mxima de resina da rvore; contudo, so as condies climticas de umidade e temperatura, principalmente, que determinam a quantidade de resina produzida (Gurgel e Faria, 1978).Dimetro e largura do painel de resinagem - Novas tecnologias de uso de pastas cidas fizeram com que a largura do painel de resinagem diminusse, tendo ento menor relao com o DAP da rvore. Estas tcnicas j so utilizadas em Portugal (Baena, 1994).Fertilidade do solo - A fertilidade em condies ideais, contribui para o melhor desenvolvimento doPinus, influindo no seu metabolismo e na sua fisiologia e consequentemente aumentando a produo de goma resina (Gurgel e Faria, 1978).Operaes de resinagem - Todas as operaes que envolvem a resinagem devem ser feitas de forma adequada a fim de se otimizar a produo da goma resina. Logo, o treinamento dos operrios pratica que deve ser priorizada, habilitando-os desde a realizao das estrias, aplicao da pasta cida, coleta e transporte da goma resina (Gurgel e Faria, 1978).

CONDIES CLIMTICAS IDEAIS DURANTE A SANGRIA

O rpido desenvolvimento das tcnicas de resinagem se estabeleceu devido s condies ambientais do Brasil serem favorveis ao crescimento eficiente de espcies de pinus introduzidas no pas. Embora o clima atue diretamente sobre metabolismo dos vegetais, este se torna um fator decisivo sobre qual a poca ideal de se realizar a resinagem.Segundo Shimizu & Spir (1999), recomendado que a resinagem seja praticada em perodos de estiagem, preferencialmente com o ar seco e quente. Tais caractersticas interferem na composio fsica da resina, deixando-a mais lquida e como consequncia favorecendo o escoamento no tronco. importante salientar que em perodos de temperaturas baixas, a produo de resina reduz drasticamente, sendo assim, no recomendado a extrao de resinas em temperaturas iguais ou inferiores a 16C (BERZAGHI, 1972).

ERGONOMIA DURANTE O PROCESSO DE RESINAGEM

Equipamentos De Proteo Individual (EPI)

A legislao vigente determina que, se as medidas de ordem geral no satisfizerem, obrigatrio o uso de EPIs adequados ao risco, isto , em havendo risco sade ou integridade fsica do trabalhador, este deve estar devidamente protegido com equipamentos de proteo individual. Para a atividade resineira, os EPIs indicados so: No preparo da pasta: Botas de borracha; Luvas em pvc (ou similar); Avental impermevel; culos de segurana.

Na resinagem: Botas; Capacete. Para o operrio que aplica o cido, mais: luvas em pvc; Se o cido for lquido, ainda: culos de segurana.

Classificao Dos Riscos

1. A atividade de resinagem classificada como de Grau de Risco 3.2. A insalubridade gerada pela resina e pelo cido de Grau Mximo, e o trabalhador faz jus ao adicional de 40% do salrio-base.3. Na usina, o Grau de Risco de Incndio Grande.4. Na usina: o fogo da Classe B.Na usina, tipo de extintor: espuma (mais indicado) ou p qumico.

ASPECTOS ECONMICOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DA RESINAGEM

Apesar da resinagem ser uma atividade recente no Brasil, comparada com o seu uso na histria, ela j alcanou destaques econmicos, passando o pas de importador no incio dos anos 80 para exportador em pouco menos de 10 anos. A goma resina passou a ser exportada no ano de 87 e j em 89 o pas alcanava o segundo lugar na produo mundial, passando a ser uma atividade florestal relevante. Logo, com o avano das atividades resinferas foi promulgada em 1982 a Portaria Normativa no. 465, a qual instituiu o plano de atividade da resinagem, normalizando a situao no pas (Neves et al. 2001).Baena (1994), em estudo sobre viabilidade da resinagem comP. elliottiino sul do Paran e sul e sudoeste de So Paulo, concluiu que a atividade rentvel e atrativa para as trs regies, no havendo diferenas estatsticas. O mesmo autor tambm apontou a superioridade de produo de goma resina em povoamentos com melhoramento gentico para esta finalidade.Figueiredo Filho et al. (1992) compararam a rentabilidade deP. elliottii resinado e no resinado em oito anos de estudos. Como resultados obtidos, a floresta resinada apresentou 18 % de renda superior no resinada. A atividade foi considerada lucrativa quando a produo por rvoreMarcelino e Fenner (2005), em estudo de viabilidade de custos na resinagem deP. elliottii, concluram que os custos de arrendamento de terra foram os maiores (53% do total), seguidos pelos de mo de obra e encargos sociais (18,37 %).Ferreira citado por Baena (1994), estimou que 70 % da produo de goma resina brasileira eram originados de So Paulo. Segundo a mesma pesquisa, das 70.000 toneladas da produo anual brasileira, cerca de 45.000 t so beneficiadas no prprio pas em 17 indstrias instaladas nas regies sudoeste e sul. Outras 25.000 t de resina bruta tem como destino a exportao para pases como Argentina, ndia, Portugal, entre outros.A resinagem uma atividade que cresceu no Brasil na dcadas de 80's e 90's. importante geradora de emprego no campo e ainda pode garantir renda antecipada da floresta, principalmente nas pequenas propriedades, que antes geraria lucro apenas com sua madeira (Capitani et al. 1980).Em 2002, a resinagem passou a gerar empregos diretos para mais de 12 mil pessoas, sem contar nos indiretos, responsveis pelo beneficiamento da resina. Nesta poca, foram mais de 45 milhes de rvores dePinusutilizadas para a resinagem em todo o pas, gerando produo que se aproxima a 100.000 toneladas, o que representa mais de 25 milhes de dlares circulando em movimentaes financeiras, oriundos principalmente de exportaes. (Brito apud Neves et al. 2001).Segundo estudo econmico em reas resinferas de So Paulo feito por Neves e colaboradores (2001), o investimento feito no reflorestamento dessas reas vivel economicamente. A taxa interna de retorno de reflorestamento resinfero foi de 27,13 % a.a., que superior taxa de projeto de reflorestamento sem a resinagem (16,70% a.a). Logo, os autores ressaltam que a resinagem uma tima alternativa de renda, melhorando o lucro da pequena propriedade agro-florestal.Uma recente safra nacional de goma resina registrada pela ARESB (2006/2007) produziu cerca de 106 mil toneladas, sendo o estado de So Paulo ainda o maior produtor (43.378 t de goma resina provindos deP. elliottiie 2.550 t dePinustropicais). Minas Gerais, com sua produo de 23.828 t de goma resina de pinheiros tropicais est em segundo lugar, seguido do Rio Grande do Sul (19.600 t deP. elliottii), Mato Grosso (8.990 t de pinheiros tropicais), Paran com uma produo de goma resina deP. elliottiide 4.920 t e ainda a Bahia que produziu 2.200 t de goma resina de pinheiros tropicais. O preo por tonelada da resina vem aumentando, sendo vendida sua tonelada a US$ 539,39 em 2006; contudo, a exportao total da resina bruta vem caindo, passando de 20.000 t em 2003 a pouco mais de 7.300 t em 2006. Nos dias de hoje, isso poderia ser explicado pela baixa do dlar frente a moeda brasileira.A relevncia social da atividade da resinagem alta, pois gera empregos diretos nas atividades de resinagem e indiretos nas indstrias de beneficiamento da resina. No Brasil, so mais de 10 mil pessoas trabalhando diretamente com a extrao da resina, o que contribui para o aumento de renda no campo e tambm diminui a migrao destes trabalhadores para as zonas urbanas (Neves et al. 2001).A atividade de resinagem demanda projetos de reflorestamentos, o que pode ajudar a preservao das reas de floresta nativa por ser nova fonte de madeira de qualidade, diminuindo o desmatamento em determinadas regies (Vale et al. apud Neves et al. 2001). As florestas dePinus, por serem implantadas em reas anteriormente degradadas pela agricultura, em reas muitas vezes ociosas, declivosas, ou que antes eram erroneamente usadas, no obedecendo a aptido agrcola, ajudam na recuperao das mesmas. Alm disso, osPinuspodem contribuir para o mercado do carbono, ajudando a retirada do CO2 da atmosfera e tendo grande importncia ambiental (Neves et al. 2001).TAXAS, IMPOSTOS E CONTRIBUIES INCIDENTES NO PROCESSO DE RESINAGEM EM PINUS

O Brasil possui seu sistema tributrio composto por impostos, taxas e contribuies de melhoria, definido segundo a Constituio Federal e em legislaes complementares e ordinrias, nos trs nveis de governo.Segundo Ferreira (2002), muitas so as cargas tributrias incidentes sobre o processo de resinagem (Tabela 02), dificultando a competio dos produtores a nveis internacionais.Tabela 02 Cargas tributrias incidentes no processo de resinagem

Fonte: Ferreira, 2002.

DIFICULDADES SETORIAIS

Existem dois grupos de problemas associados ao mercado interno e ao mercado externo. Para o mercado interno: previso de reduo das reas de explorao de resina; previso de crescimento dos custos de produo; falta de incentivos oficiais; concorrncia com resinas sintticas de tal oil; poucos esforos em P&D e baixa assimilao da tecnologia existente.Para o mercado interno, verifica-se que as florestas de pnus foram plantadas na poca do incentivo fiscal ao reflorestamento, e ao chegarem ao limite de produo, podem desaparecer. Com o fim dos incentivos fiscais da legislao federal, no tem havido iniciativa de reposio dessas reas, a no ser pelas empresas verticalizadas de base florestal, visando autossuficincia. Isso afeta diretamente a explorao da goma-resina e, indiretamente, a sociedade e o meio ambiente. As resinas e seus derivados no esto includos no programa de reposio obrigatria em que se inserem outras utilizaes de lenho florestal.Quanto aos problemas associados ao mercado externo, ocorre a produo brasileira no pode influenciar diretamente os preos dos seus derivados, j que a China, enquanto lder do setor, quem determina os preos externos com base nos preos baixos que pratica. Outros pases asiticos tambm ameaam a expanso brasileira ameaam a expanso brasileira, porque tm disponibilidade de florestas e mo de obra abundante.Verifica-se a inexistncia de polticas pblicas e programas de incentivos para reflorestamentos, a exemplo do ocorrido na dcada de 1960, Lei 5.106 de 26/09/66, voltada para orientar e capacitar pequenos investidores e os pequenos produtores rurais que contam com reas de terras ociosas e indicadas para a implantao de florestas para resinagem e extrao de madeiras. Para isto, seria necessrio adequar o atual sistema de crdito agrcola silvicultura, que exige longo perodo de carncia e de maturao do investimento.Quando se pensa em reflorestamentos no Brasil, naturalmente a atividade associada a grandes empreendimentos e a grandes proprietrios; normalmente vinculados a projetos ligados produo de celulose de grandes empresas, ou a investidores de grande porte e a instituies financeiras. Este modelo, adotado equivocadamente atravs de programas de incentivos fiscais a partir de 1966, Lei 5.106, no proporcionou aos pequenos proprietrios de terras, brasileiros, a mesma oportunidade dada aos grandes investidores, alijando-os do processo de desenvolvimento experimentado por paises como o Canad, a Sucia, a Finlndia e Noruega, que possuem os maiores ndices de desenvolvimento socioeconmico e qualidade de vida, atribuda em grande parte a programas semelhantes ao brasileiro.Os pequenos proprietrios teriam uma renda bruta significativa, o que por si s pode at no representar lucratividade, mas se analisarmos que a produo florestal, em pequenas reas, muitas vezes feita com baixos custos, por no ser considerada investimento nico no imvel, ou em parcerias com grandes empresas, teramos eventualmente muitas situaes em que o lucro estaria muito prximo da receita bruta. Alm disto, deve-se considerar que o empreendimento no feito em solos de grande aptido agrcola, podendo ser distribuda por reas de pouco valor no mercado e de baixa fertilidade, portanto, sem competir com outras atividades pelo recurso da terra.Como recomendaes surge o consrcio com pecuria e outras culturas.Com o espaamento largo de 3,30 por 2,80 metros e como o retorno do reflorestamento se d a partir do oitavo ano, quando h o primeiro desbaste e comea a colher a resina, a rea poder ser usada neste perodo, para culturas como feijo, milho ou at mesmo para a criao de gado de corte.O consrcio favorece o pequeno produtor, interessado em formar florestas para a produo de resina e madeira, pois gera receita e otimiza a mo de obra tambm nas grandes propriedades, onde o Pinus pode ser plantado em pequenos mdulos, aproveitando reas degradadas, marginais e inclusive nas margens de matas ciliares, protegendo-as contra vrias aes de degradao.

CONSIDERAES FINAIS

As florestas de Pinus so de grande importncia para a economia do pas. A atividade de resinagem surgiu como alternativa aos empresrios, na dcada de 1970, de modo a antecipar receitas e promover a produo de matrias-primas como breu e terebintina.Embora as condies climticas do Brasil no sejam to similares s condies climticas dos locais de ocorrncia natural, o pinus apresenta boa plasticidade, viabilizando o processo de resinagem no pas. A resinagem, uma atividade que carece de estudos logo, importante salientar que, pesquisas envolvendo melhoramento das tcnicas de silvicultura e manejo das reas plantadas com pinus so imprescindveis para o aumento da produtividade da floresta, sem incorrer impactos negativos para o seu crescimento e estado fitossanitrio.Outros aspectos de grande importncia no processo produtivo so aqueles relacionados poltica florestal do Brasil. Cabe ao governo criar mecanismos para promover o processo de resinagem, bem como incentivar a produo florestal, uma vez que o reflorestamento considerado como um empreendimento de alto valor estratgico para o Brasil, sendo considerado de interesse nacional.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Ameaas e oportunidades.Remade Revista da Madeira n 68. (2002). Disponvel em:http://www.remade.com.br/pt/revista_materia.php?edicao=68&id=260

Anlise econmico-financeira da explorao de pinus resinfero em pequenos mdulos rurais. Disponvel em: http://www.ecoplant.com.br/monografia%20bb%20usp.pdf

ANDREIV, J.; FIRKOWSKI, C. Tcnicas de reduo de danos causados por roedores em povoamentos de pinus. FLORESTA, Curitiba, PR, v. 36, n. 2, 5 p., 2006.

ARESB Associao dos Resinadores do Brasil. OPERAES DE RESINAGEM. Disponvel em : Acesso em: 10/07/2014.

AUER, C. G. Doenas em Pinus no Brasil. Anais do 1 Simpsio do Cone Sul sobre Manejo de Pragas e Doenas de Pinus. SRIE TCNICA IPEF, v. 13, n. 33, 5 p., 2000.

AUER, C. G.; GOMES, N. S. B.; Armilariose em Pinus elliottii var. Elliottii: Etiologia, determinao de danos e medidas de controle nos estados de Santa Catarina e Paran. BOLETIM DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA EMBRAPA FLORESTAS, v.34, 12p., 2007.

BERZAGHI, C. Pinus spp. and resin-tapping. BOLETIM TCNICO DO INSTITUTO FLORESTAL DE SO PAULO, n.2, 37 p., 1972.

CORDEIRO, S. A. SILVA, M. L. Avaliao econmica de floresta de Pinus para produo de madeira e resina. Revista Agrogeoambiental, 4 p., Agosto de 2009.

FERREIRA, J. P. R. J.Anlise da cadeia produtiva e estrutura de custos do setor brasileiro de produtos resinosos. 2002. Dissertao (Mestrado em Economia Aplicada) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, University of So Paulo, Piracicaba, 105 p., 2002.

FONSECA, S. M.; KAGEYAMA, P. Y.; FERREIRA, M. & JACOB, W. S. Sntese do programa de melhoramento gentico de Pinus spp. que vem sendo conduzido sob a coordenao do IPEF, na regio sul do Brasil. BOLETIM INFORMATIVO DO IPEF, Piracicaba, v.6, n 8, 15 p., 1978.

IEDE, E. T.; PENTEADO, S. D. R.C.; BISOL, J. C. Primeiro registro de ataque de Sirex noctilio em Pinus taeda no Brasil. CIRCULAR TCNICA, n. 20, p. 12 1988.

IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. O Pinus elliottii, A GOMA RESINA E SEUS DERIVADOS. ESALQ-USP: Seo de Qumica, Celulose e Papel, Piracicaba SP, 11 e 12 de maio de 1978.

LACERDA, E. Gesto do abastecimento florestal resinagem. Curitiba: UFPR. Setor de Cincias Agrrias. Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal, 39 p. 2003.

MARCELINO, F. A. Anlise tcnica e econmica da resinagem de Pinus elliottii Engelm. var. elliottii na regio de Manduri, SP. 2004. Dissertao (Mestrado) Faculdade de Cincias Agronmicas da UNESP, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 80 p., 2004.

MORAES NETO, S. P.Perspectivas de Melhoramento dePinussp. no Cerrado Brasileiro e Esquema Conduzido em Cooperativa dos EUA. EMBRAPA CERRADOS, Planaltina, DF, 16 p., 2011.

OLIVEIRA, J. G.Avaliao da produo de resina em prognies de Pinus elliottii em idade juvenil. 1987. Dissertao (Mestrado em Cincias Florestais) Universidade Federal do Paran, Paran, 104 p., 1987.

PENTEADO, S. D. R.C.; TRENTINI, R. D. F.; IEDE, E. T.; REIS FILHO, W. Ocorrncia, distribuio, danos e controle de pulges do gnero Cinara em Pinus spp. no Brasil. FLORESTA, v. 30, n1, 9 p., 2000.

PENTEADO, S. R. C.; IEDE, E. T.; REIS FILHO, W. Manual para o controle da vespa-da-madeira em plantios de pinus. EMBRAPA FLORESTAS, Documentos, n. 76, 38 p., 2002.

PETERS, W. J. Variation in oleoresin yielding potencial of selected slash pine. FOREST SCIENCE, Washington, D.C., 17(3):306-7, 1978. PinusLetter. Disponvel em: http://www.eucalyptus.com.br/pinus_03.html.

ROCHA, V. J. Macaco prego, como controlar essa nova praga florestal? FLORESTA, v. 30, n.1, 4 p., 1999.SHIMIZU, J. Y. Estabilidade genotpica e adaptabilidade como critrios para seleo de Pinus elliottii. BOLETIM DE PESQUISA FLORESTAL, Curitiba, n. 13, 7 p., dez. 1986. SHIMIZU, J. Y.; SPIR, I. H. Z. Seleco de Pinus elliottii pelo valor gentico para alta produo de resina. BOLETIM DE PESQUISA FLORESTAL, Colombo, n. 38, 14 p., Jan./Jun. 1999.

SQUILLACE, A. E.; DORMAN, K.W. & McNEES, R.E. Breeding slash pine in Florida: a success story. AGR. SCIENCE REVIEW, v. 10, n 3, 7 p., 1972.

VASQUEZ, A. G.; NOGUEIRA, A. S.; KIRCHNER, F. F.; BERGER, R. Uma sntese da contribuio do gnero Pinus para o desenvolvimento sustentvel no sul do Brasil. FLORESTA, Curitiba, v. 37, n. 3, 5 p, set./dez. 2007.

21