trab benf zinco

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  • Universidade Federal do Par- UFPA

    Instituto de Tecnologia- ITEC

    Faculdade de Engenharia Mecnica- FEM

    Trabalho de Tecnologia Metalrgica sobre o beneficiamento do zinco

    Andr da Silva

    Diogo Castro

    Diogo Santos

    Jnathas Fagundes

    Luanna Costa

    Marcos Nascimento

    Rodolfo da Luz

    Maio de 2008

  • Sumrio:

    Introduo...................................................................................................................................1

    1-Aspectos gerais do zinco.........................................................................................................2

    1.1-Reservas do minrio de zinco.............................................................................3

    2- Produo do zinco.................................................................................................................3

    2.1-Extrao.............................................................................................................4

    2.2-Beneficiamento..................................................................................................5

    2.3-Flotao da Esfarelita........................................................................................6

    2.4-Filtragem da Esfarelita.......................................................................................7

    3-Ustulao de sulfetos..............................................................................................................8

    4-Processos de refino..................................................................................................................9

    4.1-Processo pirometalrgico....................................................................................9

    4.2-Processo hidrometalrgico................................................................................10

    5- Processo Integrado: Biolixiviao e lixiviao qumica na indstria do zinco....................12

    6- Utilizaes do zinco..............................................................................................................13

    7- Reciclagem do zinco.............................................................................................................14

    Concluso..................................................................................................................................15

    Bibliografia...............................................................................................................................16

  • Introduo

    Este trabalho apresenta as etapas de produo do zinco metlico, desde a extrao

    do minrio bruto, at o seu refino, enfocando a etapa de beneficiamento que se inicia no

    processo de britagem e finalizase com o processo de concentrao, denominado de flotao.

    Abordando de forma breve, aspectos gerais do zinco como: propriedades fsicas e qumicas,

    reservas minerais do metal, a utilizao industrial, a reciclagem e um processo diferenciado de

    extrao denominado de biolixiviao.

    1

  • 1-Aspectos gerais do zinco.

    O zinco um metal de cor branca-azulada,

    de forma cristalina hexagonal compacta, nmero

    atmico: 30; peso atmico:65,38g; densidade(a 25oc

    ):7,14; dureza: 2,5(escala de Mohs); ponto de fuso :

    419oc (a presso de 760mm de Hg) e ponto de

    ebulio :920C. H vestgios de peas de lato datadas de 1000-1400 a.C. na Palestina, e

    outros objetos com at 87% de zinco foram achados na antiga regio da Transilvnia.

    O zinco encontrado na natureza principalmente sobre a forma de sulfetos,

    associado ao Pb, Cu, Ag e Fe (galena, calcopirita, argentita e pirita, dentre outros). O minrio

    sulfetado de zinco est sujeito a grandes transformaes na zona de oxidao formando

    xidos, carbonatos e silicatos. As mineralizaes ocorrem, principalmente, nas rochas

    calcrias que so as hospedeiras usuais.

    Os principais minrios de zinco so: a blenda ou esfarelita (ZnFeS),

    willemita(Zn2SiO4), smithsonita(ZnCO3), calamina ou hemimorfita (Zn4Si2O7,(OH)2.H2O),

    wurtzita(ZnFeS), franklinita(ZnMnF2O4), hidrocincita[2ZnO3.3Zn(OH)2] e zincita(ZnO), com

    destaque no caso do Brasil para os minrios calamina, willemita e esfarelita, o qual o

    principal minrio extrado.

  • 2

    1.1-Reservas do minrio de zinco.

    O zinco o 23 elemento mais abundante na crosta terrestre. As jazidas mais ricas

    contm cerca de 10% de ferro e entre 40% e 50% de zinco. Os minerais dos quais se extrai o

    zinco so: xidos, sulfetos, carbonatos, silicatos etc.

    As reservas mundiais cuja explorao so economicamente viveis, ultrapassam a

    casa dos 220 milhes de toneladas, a maior parte nos Estados Unidos, Austrlia, China e

    Cazaquisto. As reservas mundiais (incluindo aquelas cuja extrao atualmente no vivel)

    so estimadas em 2000 milhes de toneladas.

    A produo mundial foi em 2003, segundo dados da Agncia de Prospeco

    Geolgica dos Estados Unidos (US Geological Survey) de 8,5 milhes de toneladas, liderada

    pela China com 20% e Austrlia com 19%. Estima-se que um tero do zinco consumido

    reciclado.

    As reservas brasileiras do minrio de zinco, oficialmente aprovadas, so da ordem

    102 milhes de toneladas (ano-base 2000), com uma participao 33% de reservas medidas,

    33,1% indicadas e 33,9% inferidas. Quanto a distribuio espacial, 51,6% esto localizadas no

    estado de Minas Gerais (municpios de Vazantes e Paracatu), 32,2% no estado do Rio Grande

    do Sul (municpio So Sepe), 8,2% no estado do Par (municpio de Marab), 2,6% no estado

    da Bahia (municpios de Boquira e Irec) e 5,4% nos estado do Paran (municpios de

    Adrianpolis e Cerro Azul).

    2- Produo do zinco

    A produo do zinco comea com a extrao do mineral, que pode ser realizada

    tanto a cu aberto como em jazidas subterrneas. Os minerais extrados so triturados e,

    posteriormente, submetidos a um processo denominado flotao, para a obteno do mineral

    concentrado que logo depois passar para o processo de refino, gerando o zinco metlico que

    ir ser comercializado .

    3

  • 2.1- Extrao

    A extrao do minrio subterrnea, e o mtodo de extrao empregado o de

    cmaras e pilares, com galerias de acesso ao corpo mineralizado separadas entre si em nveis

    de, aproximadamente, 33m de profundidade. O acesso pessoal feito por uma rampa e a

    extrao de minrio e estril (ganga) feita por um poo com profundidade de 300m, em um

    skip com capacidade de 10 toneladas.

    O minrio e o estril so desmontados utilizando-se explosivos e, em seguida,

    carregados em carregadeiras frontais e transportados por caminhes at as passagens de

    minrio ou estril, equipadas com uma grelha com abertura de 500mm, na alimentao. Cada

    passagem possui um silo, com capacidade de 1400 toneladas para o minrio e de 1000

    toneladas para o estril. Os silos esto situados no nvel de 283m e desses, o minrio ou o

    estril, alimentam o skip por meio de uma correia transportadora.

    O material transportado pelo skip descarregado em uma calha com a finalidade

    de direcion-lo, se minrio ou estril, para as etapas posteriores. O estril segue para o silo,

    onde posteriormente carregado com carregadeira frontal e transportado em caminhes para

    o bota fora; caso o material seja o minrio, esse descarregado em um alimentador

    vibratrio e em seguida submetido ao beneficiamento.

    4

  • 2.2- Beneficiamento

    As principais etapas de beneficiamento do minrio sulfetado de chumbo e zinco

    da Mina Morro Agudo so: britagem, homogeneizao, moagem, flotao da galena (minrio

    de Pb), flotao da esfarelita (minrio de Zn), filtragem do concentrado final de chumbo e

    filtragem do concentrado final de zinco.

    O minrio extrado, aps ser descarregado e transportado em um alimentador

    vibratrio, sofre uma britagem primria em um britador de madbulas com capacidade de 170

    t/h para abertura de sadas de 76 a 89mm. O produto da britagem apresenta uma

    granulometria menor que 89mm. Por correia transportadora, esse produto submetido a uma

    britagem secundria, num britador cnico com capacidade de 170t/h. O produto com

    granulometria menor que 21mm conduzido por correia transportadora at uma peneira

    vibratria de 3 deques com abertura de 20, 12.7 e 10mm, com capacidade de 200t/h.

    As fraes de tamanhos maiores que 10, 12.7 e 20mm so transportadas para uma

    pilha pulmo com capacidade de 600t. Dessa pilha pulmo o minrio sofre uma britagem

    terciria com capacidade de 240t/h, cujo o produto est em circuito fechado com a peneira

    vibratria. A frao de tamanho menor que 10mm conduzida por correia transportadora at

    a pilha de homogeneizao, que formada com o auxlio de um carro de translao, e tem

    capacidade para estocar at 10 000t. Sob a pilha h 5 alimentadores vibratrios, com

    capacidade mxima de 25t/h cada um. Esses so calibrados de forma a alimentar, por correia

    transportadora, a etapa de moagem a uma taxa de 75t/h de minrio.

    A moagem do minrio realizada em um moinho de bolas, com dimenes de

    4,2m de dimetro 6,1m de comprimento, operando com uma taxa de alimentao de 75t/h. O

    moinho possui revestimento de borragem e um fator de enchimento de bolas de 37%. Na

    alimentao do moinho adicionada gua na razo de 0,58m/t de minrio, de modo a se

    obter uma percentagem de slidos, em peso, de cerca de 60%. O consumo de bolas de cerca

    de 380g/t de minrio. A moagem est em um circuito fechado com uma batera de 12 ciclones

    (hidrociclones) de cermica com 57,2mm de dimetro, apex tambm de cermica com

    44,5mm de dimetro e ngulo de 10. O dimedtro de 44 micrmetros(325 malhas); o

    produto underflow retorna para o moinho e o overflow conduzido s etapas de flotao.

    5

  • 2.3-Flotao da Esfarelita

    Na alimentao do circuito de flotao da esfarelita, h, inicialmente, o

    condicionamento da polpa em dois condicionadores. No primeiro, com uma capacidade de

    40m, na polpa proveniente do circuito de flotao de chumbo adicionado o sulfato de

    cobre, para ativar a esfarelita, e cal, para modificar o pH para uma faixa de 12,6 12,8. A

    seguir, essa polpa juntamente com o rejeito da etapa cleaner 1 (etapa na qual so empregadas

    duas clulas, com capacidade de 2,8m cada), so codicionados em um segundo

    condicionador de 8,5m onde adicionado isobutil xantato, como coletor da esfarelita. 6

  • O processo de flotao da esfarelita envolve as etapas roughter, scaverger,

    cleaner1 , cleaner2 e cleaner3. A etapa rougher realizada em 3 clulas, a scavenger em 5

    clulas e a etapa cleaner1 em 2 clulas, cada clula tem capacidade de 14,2m. Na etapa

    cleaner2 so empregadas 5 clulas com capacidade de 2,8m cada, e, na etapa cleaner3 , uma

    clula com 9,4m de capacidade.

    Na primeira clula roughter adicinado o espumante mibcole na terceira clula

    novamente o ativador de esferelita, sulfato de cobre. Na primeira clula da etapa scavenger

    adicionado o coletor da esfarelita, isobutil xantato; na segunda clula o ativador, sulfato de

    cobre; na terceira e quarta clulas novamente o coletor, isobutil xantato. O rejeito rougher

    alimenta as clulas scavenger, cujo concentrado retorna para a alimentao da etapa rougher.

    O rejeito scanvenger o rejeito final da usina e conduzido para a bacia de decantao. O

    concentrado rougher classificado em uma bateria de 8 ciclones com dimetro de 32,3mm,

    apex com 12,7mm e um ngulo de 90 , resultando em um produto com dimetro de corte

    30micrmetros. O underflow dessa bateria de ciclones modo em dois moinhos de bolas em

    srie com dimensses de 2,1m de dimetros e 1,5m de comprimento, operando a uma taxa de

    11,8t/h cada um. O primeiro moinho possui revestimento de borracha e o segundo de ao,

    ambos com um fator de enchimento de 38%. O produto moido juntamente com o rejeito

    cleaner2 e o overflow da bateria de ciclones alimentam a etapa cleaner1 . O concentrado da

    etapa cleaner1 alimenta em contracorrente a cleaner2, cujo o concentrado alimenta a etapa

    cleaner3. O rejeito dessa etapa alimenta tambm a etapa cleaner2. O concentrado do cleaner3

    o concentrado final da flotao de esfarelita, com um teor mdio de 48% de zinco, um teor

    2,5% de chumbo e uma recuperao mdia de 89% de zinco. Este concentrado conduzido

    para a etapa de filtragem.

    2.4-Filtragem da Esfarelita

    Nas operaes que utilizam polpa mida, como o caso da flotao, torna-se

    necessrio a posterior separao dos fragmentos slidos concentrados em suspenso de gua,

    por este motivo utilizada a filtragem, porm necessrio preced-la de uma operao

    preliminar denomida espessamento da polpa a ser filtrada, ou seja, retirar preliminarmente

    certa quantidade de gua, de modo a deixa-l com pelo menos 50% de polpa .

    7

  • Assim, o concentrado final da galena, obtido na etapa cleaner3, estocado em um

    tanque que, a seguir, alimenta o filtro prensa com capacidade de filtragem de 5,8t/h a uma

    presso de trabalho de 10kgf.

    E o concentrado final da flotao da esfarelita, obtido na etapa cleaner3,

    estocado em um tanque que alimenta dois filtros prensa, com uma capacidade de filtragem de

    4,8 e 5,8t/h uma presso de trabalho de 10kgf em cada um deles. A produo mdia de

    concentrado de zinco de 4.785 t.

    O rejeito final da usina de beneficiamento, proviniente da etapa scaveneger da

    flotao da esfarelita bombeado para uma bacia de decantao com capacidade de

    1.800.000m de material. Devido a presena de CuSO4, apenas a gua (overflow da bacia de

    decantao) e recirculada para a usina e o decanto, por ser rico em calcrio dolomtico (21%

    de CaO e 16% de MgO), comercializado como corretivo de solo na agricultura.

    3- Ustulao de sulfetos

    A ustulao efetuada sempre que o minrio sulfeto, seja na via pirometalgica seja na hidrometalrgica. No entanto a condio da ustulao diferente, tendo em vista as peculiaridades de cada caso.

    Na pirometalurgia a ustulao deve produzir o mximo de xidos, ou seja, deixar o mnimo de sulfeto, uma vez que a sua volatilizao posterior na reduo volatilizante do zinco, presena suplementares de gases significa uma contra presso a mais a ser vencida custa de calor e combustvel.

    Por isso, a ustulao completa ou ustulao a morto imposta. No caso da hidrometalurgia, h de se evitar a formao de composto insolveis de zinco como o ferrito (ZnO e Fe2O3 ), devido ao ferro est sempre presente nos minrios de zinco.

    A granulometria da carga tem certa influncia sobre a temperatura de ustulao. Assim, para a esfarelita com 1mm de dimetro, a temperatura inicial de ustulao de 647C, ao passo que, para o mesmo mineral, com 2mm de dimetro, tal temperatura de 810C. Logo, o concentrado deve ser o mais fino possvel, requisito geralmente atendido por minrios tratados por flotao (dimetro mximo 48mesh). Por outro lado, o ZnO, durante a ustulao se forma na superfcie dos gros do sulfeto, de certo modo retardando o aprofundamento da oxidao; com partculas mais finas, oferece uma maior superfcie de contato para o oxignio.

    8

  • 2 ZnS + 3 O2 2 ZnO + 2 SO2 H= -220200 cal

    Apesar da reao ser fortemente exotrmica, a sua realizao difcil pelos seguintes motivos:

    1) O xido forma-se superfcie do sulfeto, onde constitui camada porosa, mas cuja o crescimento dificulta progressivamente o contato do oxignio com o sulfeto residual.

    2) A medida que a reao prossegue, aumenta o teor de dixido de enxofre (SO2) nos gases e diminui correspondentemente oxignio, significando menor atividade da oxidao.

    Solues:

    - Alimentar o minrio em estado frio para aumentar a superfcie de contato; geralmente os concentrados por flutuao j satisfazem a est condio. Mas os concentrados hidromecnicos necessitam geralmente de moagem a frio, com tamanho limite de 14mesh.

    - Utilizao de fornos especiais: FORNO HEGELER, ustulao em MQUINA DWIGHT-LLOUD, ustulao em FOCO, ustulao em LEITO SLIDO FLUIDIFICADO.

    4-Processos de Refino

    Os processos de refino tm como objetivo o aprimoramento do minrio,

    submetendo este a operaes qumicas ou fsico-qumicas. No caso da esfarelita so utilizados

    os processos: pirometalrgicos e hidrometalrgicos.

    4.1-Processo pirometalrgico

    O metal de baixo ponto de fuso (419) e volatiliza-se a 905C, enquanto que

    seu xido ZnO s se reduz a temperatura da ordem de 1100C a 1200C. Por tanto, a reduo

    do xido produz o metal em estado de vapor que poder ser condensado. Quanto ao sulfeto,

    ZnS, sublima-se a cerca de 1900C e qualquer tentativa para englob-lo em matte no fugiria

    do fato da volatilizao do metal a temperatura inferior a fuso dos mattes. Assim, a

    pirometalurgia do zinco no outro, se no a volatilizao e condensao do metal.

    A pirometalurgia atual do zinco baseia-se no tratamento dos concentrados de

    blenda e marmatita, provenientes dos processos de concentrao (flotao), transformados em

    9

  • xidos por ustulao, e na reduo do xido pelo carbono, reduo est que importa

    invariavelmente na volatilizao.

    4.2-Processo hidrometalurgico

    O mtodo geral da hidrometalrgia aplica-se tambm aos minrios de zinco. Se

    forem sulfetos, convertem-se a xidos e os oxidados so lixivados diretamente pelo cido

    sulfrico, obtendo-se sulfato de zinco que ento eletrolisado. Se forem minrios complexos

    de sulfatos e oxidados, o mais recomendado tem sido o tratamento hidrometalurgico.

    A via hidrometalurgica, quando aplicada aos silicados ou mesmo quando

    aplicadas a outros minrios ricos em slica, solvel apresenta certos problemas particulares.

    Pelo ataque do cido sulfrico (H2SO4), forma-se cido silcico o qual precipita SiO2 coloidal;

    como a soluo de ZnSO4 deve ser purificada antes da eletrolise, a presena de SiO2 coloidal

    indesejvel, por no se conseguir meio filtrante capaz de reter colides. Tal problema foi

    resolvido, tornando a via hidrometalurgica aplicvel as calaminas o que outrora era julgado

    impossvel.

    10

  • O sulfato de zinco se apresenta na forma heptahidratada (ZnSO4.7H2O) e

    produzido a partir do zinco eletroltico, por lixiviao sulfrica de minrios de zinco

    calcinados ou atravs de resduos de zinco devidamente selecionados como gerados nos

    processos de galvanizao. Aps a lixiviao, a mistura filtrada e ao lquido claro se

    adiciona p de zinco para eliminar os metais pesados, como cdmio. Em seguida, depois de

    filtrado novamente, o lquido evaporado para que cristalize o sulfato de zinco que utilizado

    em vrios seguimentos industriais e como micro-nutriente na agricultura. A matria-prima

    usada nos estudos foi um resduo industrial na forma de p cuja caracterstica qumica que

    demonstra ser de alto teor de zinco e baixos valores de alumnio e cdmio, sendo estes dois

    ltimos indesejveis na agricultura.

    O processo de obteno do sulfato de zinco, a partir do resduo obedeceu ao

    seguinte procedimento:

    Dissoluo do resduo com soluo diluda de cido sulfrico (1 parte de cido para 1 parte

    de gua). Nesse processo, cuidados especiais devem ser tomados tais como: agitao

    constante da mistura, adio do resduo pouco a pouco soluo cida e manter o local

    ventilado ou utilizar sistema de exausto caso seja utilizada grande quantidade de resduo. 11

  • Isto, porque a reao de zinco com cido sulfrico se processa vigorosamente com

    desprendimento de calor e evoluo de hidrognio que, em mistura com o ar extremamente

    explosivo. A equao qumica da reao e a seguinte:

    Zn (sido) + H2SO4 (aq.) ZnSO4 (aq.) + H2 (gs)

    Filtrao da mistura para retirada de material insolvel;

    Evaporao da soluo;

    Cristalizao do sulfato de zinco;

    Aps a evaporao do extrato obteve-se o sulfato de zinco cristalizado com 98,7 % de

    pureza.

    5-Processo Integrado: Biolixiviao e lixiviao qumica na indstria do zinco.

    Na etapa de biolixiviao, foram estudados os efeitos de concentraes de ferro

    total, ferroso e frrico, granulometria e tempo de residncia em ensaios contnuos sobre o

    concentrado de esfalerita de zinco, com 51,42% Zn; 1,87% Pb; 31,84% S e 8,95% Fe,

    empregando microrganismos do gnero Acidithiobacillus sp. Observou-se que praticamente

    todo o ferro (II) era oxidado a ferro (III) pelo microorganismo. Houve uma tendncia ao

    aumento global de extrao de zinco com a elevao da concentrao de ferro total,

    predominantemente ferro (III). A mesma tendncia de aumento da extrao de zinco era

    tambm observada com remoagem do concentrado de 85 para 93% passante em 20m. Foi

    possvel obter uma extrao mnima de zinco de 25% aps 50 horas de tempo de residncia e

    a recuperao de zinco cresceu 10% ao se aumentar o tempo de residncia para 70 horas.

    Na etapa de lixiviao qumica posterior, foram estudados os efeitos de diferentes

    concentraes de ferro total, ferro (II) e ferro (III), acidez, tempo de residncia, percentual de

    slidos, como tambm a influncia do reagente lignosulfonato de sdio sobre o concentrado

    biolixiviado. Os resultados indicaram que, de modo semelhante tendncia observada nos

    ensaios de biolixiviao, a concentrao de ferro total, predominantemente ferro (III), influiu

    na extrao de zinco, mas a partir da adio de 12g/L em ferro (III), no houve mais aumento

    significativo de extrao. Na relao entre concentraes de ferro (II) e ferro (III),observou-se

    que a concentrao de ferro (III) era menor que 3,0g/L durante quase todo o perodo de 12

  • lixiviao qumica, indicando que a oxidao do ZnS do concentrado biolixiviado era mais

    rpida que a oxidao do ferro(II) a ferro(III), ou seja, a demanda de oxidante no era

    satisfeita pelo processo de adio de oxignio gasoso. Tambm o aumento de acidez

    contribuiu para a elevao da extrao de zinco, nos ensaios, at o nvel de 181g/L de cido

    sulfrico de adio inicial. O tempo de residncia para rendimentos atrativos de recuperao

    de zinco (acima de 95%) era ainda elevado (72 horas), devido inadequao dos

    equipamentos utilizados, no sendo obtida a eficcia desejada no sistema de reao do

    oxignio gasoso. A extrao de zinco decresceu acentuadamente com o aumento do

    percentual de slidos de 10 para 15%. No houve influncia da adio de lignosulfonato de

    sdio, para aumentar a recuperao de zinco durante a lixiviao qumica com oxignio.

    Os resultados demonstraram que era possvel propor um novo processo para

    produo de zinco, utilizando biolixiviao e lixiviao qumica, obtendo-se extrao de zinco

    de at 97,5% sem passar pelos processos convencionais completos de ustulao-lixiviao,

    lixiviao sob presso, ou lixiviao atmosfrica; processos estes de maiores custos

    operacionais e de investimentos. O melhor rendimento foi obtido quando se trabalhou com

    polpas com elevada acidez (181g/L de cido sulfrico inicial) e granulometria do concentrado

    de at 93% passante em 20m.

    Foi possvel gerar um balano de massa consistente, quando se integrou o novo

    processo ao RLE (ustulao-lixiviao-eletrlise, em ingls), para obter solues de zinco

    com concentraes admissveis (mnimo de 95g/L de zinco), para alimentao de eletrlises

    industriais.

    6- Utilizaes do zinco

    Por sua propriedade anti-corrosiva o zinco tem larga aplicao na construo civil,

    nas indstrias automobilstica e de eletrodomsticos, destacando-se o seu uso na galvanizao

    como revestimento protetor de aos estruturais, folha, chapas, tubos e fios por meio da

    imerso ou eletro-deposio. As ligas para fundio (zamac) so utilizadas em peas fundidas

    em eletrodomsticos, indstria de material blico e automobilstico. Os lates e bronzes (ligas

    cobre-zinco com teores de zinco entre 5 e 40%) so usados em acessrios eltricos e vrias

    outras aplicaes. Os laminados tm com principal campo de aplicao s pilhas e 13

  • baterias. O xido e o p de zinco so usados em produtos qumicos e farmacuticos,

    cosmticos, borrachas, explosivos, tintas e papel. O zinco tambm utilizado como nodo

    para a proteo catdica do ao ou ferro.

    7-Reciclagem do zinco

    O zinco secundrio o reciclado e representa 20% do total produzido atualmente.

    Atravs do processo de reciclagem do zinco, incluindo a quebra de partculas em moinho, a

    peneirao e a fundio do material, damos origem a vrios tipos de xidos, mais comumente

    de cinzas ou terras de zinco. Dependo da riqueza de zinco destes materiais a serem reciclado,

    provenientes em sua maior parte de processos de galvanizao a quente, damos origem a

    xidos que variam de 70% a mais de 90% de teor de zinco. Estes xidos so bastante

    utilizados nas indstrias fabricantes de rao animal e formulao de micronutrientes para

    agricultura. Dependendo do processo de origem, peneirao ou fundio, temos terras de

    zinco com granulometrias (tamanho das partculas) menores e maiores, respectivamente.

    14

  • Concluso

    O zinco no encontrado na sua forma natural, mas sim em formas de xidos e

    sulfetos, tendo como seu principal representante o minrio esfarelita, que apresenta 67% de

    zinco. Sua extrao se processa em minas com profundidade de at 300m, aps ser extrado o

    minrio ir passar pelo processo de britagem com a utilizao de britadores cnicos e de

    mandbulas que reduzem a granulometria da esfarelita, posteriormente submetido a um

    processo de classificao denominado de peneiramento, no qual se classifica o minrio quanto

    a sua forma e tamanho. Logo depois de classificado ser destinado a tanques de flotao onde

    ser concentrado o minrio principal. Aps esses processos o minrio concentrado passar

    para a etapa de refino utilizando processos piro e hidrometalrgico chegando a seu produto

    final, o zinco metlico.

    Em virtude do aumento do consumo mundial de metais e da crescente ameaa de

    exausto dos metais vlido dar importncia aos processos de reciclagem.

    15

  • Bibliografia

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