teorias críticas de currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas...

17
TEORIAS CRÍTICAS DE CURRÍCULO: CONTRIBUIÇÕES PRELIMINARES PARA REPENSAR A FORMAÇÃO NAS CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO Marielle Barros de Moraes Ariel Sánchez Espinoza

Upload: marielle-de-moraes

Post on 25-May-2015

166 views

Category:

Education


4 download

DESCRIPTION

Marielle Barros de Moraes Ariel Sánchez Espinoza

TRANSCRIPT

Page 1: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

TEORIAS CRÍTICAS DE CURRÍCULO: CONTRIBUIÇÕES PRELIMINARES PARA

REPENSAR A FORMAÇÃO NAS CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO

Marielle Barros de MoraesAriel Sánchez Espinoza

Page 2: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

CONTEXTO

Mudanças Educacionai

s

Mercado de

trabalho

Família

Aluno

Escola

Sociedade

Buscam dar conta do desenvolvimento técnico-científico

Mudanças do Mundo

Contemporâneo

Novos perfis profissionais

Novos perfis educacionais

Page 3: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

CONTEXTO

Tecnologias de Informação e de

Comunicação

Sociedade da Informação

São Parte do cotidiano

Brecha Digital

Necessidade dos sujeitos saberem usar os

equipamentos e as redes (WARSCHAUER, 2006: 11).

Informação tem papel central

Sociedade operando em redes de informação e de poder

Seus equipamentos propiciam uma maior reaproximação entre os sujeitos e as culturas, fato que também deságua nas ciências

Page 4: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

QUESTÃO

• Qual a importância das teorizações críticas de currículo para a formação dos profissionais da informação?

Page 5: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

OBJETIVOS

• Geral: analisar as contribuições das teorias críticas de currículo para a formação dos profissionais da informação.

• Específicos: a) estudar a história e o conceito de currículo; b) verificar em autores da teoria crítica de

currículo, alguns conceitos-chave para uma nova formação dos profissionais da informação.

Page 6: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

• Com base nos objetivos: Exploratória nos temas do “Currículo”; “Teoria Crítica”; “História do Ensino de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia no Brasil”.

• Com base nos procedimentos: Bibliográfica (uma vez que utilizamos basicamente livros disponíveis na Base de Dados da Biblioteca da Faculdade de Educação da USP e artigos buscados no Portal de Periódicos- CAPES).

Page 7: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

AGENDA DA PESQUISA

1 Currículo: tecendo algumas discussões em torno da história e do conceito;

2 Teorias de Currículo;

3 Teorias Críticas e Formação em CI

Page 8: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Currículo- História

Do latim Scurrere- correr, curso (ou carro de corrida) (Goodson, 2005).

Cursus passa a ser utilizado, com variedade semântica, a partir dos séculos XIV e XV, nas línguas, como o português, o francês, o inglês e outras, como linguagem universitária (Goodson, 2005).

Metáfora do atletismo clássico e o curso a pista onde os estudantes tinham que correr, ou seja, era uma ordem ou sistema de disciplinas (Burke, 2003).

O termo foi empregado num contexto acadêmico pelo humanista espanhol

Juan Luis Vives (Burke, 2003).

Disciplinas científicas: consideradas invenção de fins do século XVIII e princípios do XIX. Novidade: não as disciplinas, mas a sua institucionalização em forma de departamentos acadêmicos (termo usado pela primeira vez em inglês em 1832, segundo o Oxford English Dictionary).

A primeira menção ao termo currículo data de 1633, quando ele apareceu nos registros da Universidade de Glasgow referindo-se ao curso inteiro seguido pelos estudantes (Goodson, 2005).

Page 9: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Currículo- História

Século XX- tendência nos currículos para a especialização, uma vez que

novas disciplinas ganham autonomia apenas para fragmentar-se.

Com o início da industrialização americana, a palavra curriculum migra

da Europa para os Estados Unidos.

O sistema de sala de aula introduziu uma série de horários e de aulas

compartimentalizadas; a manifestação curricular dessa

mudança sistemática foi a matéria escolar introduzida na década de

1850.Este sistema curricular só chegou à situação atual em 1904, com a definição dos Regulamentos Secundários que, em 1917, elencaram as matérias principais, aceitas como matérias básicas de um Certificado Escolar.

Page 10: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

TEORIAS DE CURRÍCULOTradicionais Críticas Pós-Críticas

Ensino Ideologia Identidade, alteridade, diferença

Aprendizagem Reprodução cultural e social Subjetividade

Avaliação Poder Significação e discurso

Metodologia Classe social Saber

Didática Capitalismo Representação

Organização Relações sociais de produção Cultura

Planejamento Conscientização Gênero, raça, etnia

Eficiência Emancipação e libertação Poder

Objetivos Currículo oculto Sexualidade

Resistência Multiculturalismo

Page 11: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

MARCOS DA TEORIA CRÍTICAANO AUTOR OBRA

1970 Paulo Freire A pedagogia do oprimido

1970 Althusser A ideologia e os aparelhos ideológicos de estado

1971 Baudelot e Establet

L’école capitaliste en France

1971 Bernstein Class, codes and control

1971 Young Knowledge and control: new directions for the sociology of education

1976 Bowles e Gintis Schooling in capitalist America

1976 Pinar e Grumet Toward a poor curriculum

1979 Apple Ideologia e currículo

Page 12: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Young (2011)

Page 13: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Currículo por acatamento

Disciplinas como parte de um cânone fixo definido pela tradição

Conteúdos e métodos imutáveis

Separações curriculares como se fossem naturais e imutáveis

Biblioteconomia, Arquivologia, e Museologia possuem atualmente esta conformação curricular

Currículo por engajamento

Disciplinas possuem uma historicidade

Disciplinas conferem identidade aos profissionais

Disciplinas podem se articular, mas respeitando as diferentes histórias,

tradições e modos de trabalhar

Disciplinas possibilitam o acesso ao conhecimento mais confiável

Young (2011)

Page 14: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

BERNSTEIN(1988)

1) Classificação fraca: há um baixo nível de isolamento entre a Arquivologia, a

Biblioteconomia e a Museologia

3) Conteúdos e métodos imutáveis Biblioteconomia possui a voz da

Arquivologia e da Museologia, mas não possui a mensagem de cada disciplina e este

fato é visível nos currículos.

2) As categorias que esclarecem onde começa e termina as diferenças entre

essas disciplinas são bastante confusas

4) Necessidade de alteração nos códigos de organização curricular,

visando alterar as relações de poder e controle dos currículos.

Page 15: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Bourdieu(2004, 2012)

Objeto legítimo, legitimável e indigno

É necessário que as ciências saiam desse purismo e deixe de

lado a servidão sujeita a todas as demandas políticas e econômicas

As áreas possuem uma história, uma tradição e o seu

desenvolvimento se perpetua como uma espécie de

partenogênese

Surgimento de cursos com o nome de Ciência da Informação, ou Gestão da

Informação como forma de a Biblioteconomia deixar de ser

considerada objeto indigno para se tornar legítimo.

A Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia são campos

científicos, haja vista possuir leis próprias, permanentes, duráveis e se transformam com o tempo.

Page 16: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Resultados ParciaisContribuições das Teorias Críticas para repensar o currículo

Page 17: Teorias Críticas de Currículo: contribuições preliminares para repensar a formação nas ciências da informação

Msc. Marielle Barros de MoraesBibliotecária CRB-3/1064

Mestre em Ciência da Informação (USP)Doutoranda em Ciência da Informação (USP)

[email protected](11)9-8397-0470

Dr. Ariel Sánchez EspinozaLicenciado em Bibliotecología por la UAEMéx

Maestro en Ciéncias de la Información DocumentalDoutor em Ciência da Informação pela UNAM