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ILUMINAÇÃO
O que vai mudar em termos de projeção de shows com o uso detecnologia de LED no Brasil? Segundo os profissionais dosegmento, o LED vai ser cada vez mais utilizado, principalmentecomo recurso cenográfico.
Karyne [email protected]
A
Tecnologia de Ledé a tendência de iluminação no Brasil
tualmente, a tendência no mercado de iluminaçãono Brasil é cada vez mais a utilização de LEDs. Vári-as empresas adotaram o uso desta tecnologia e os
profissionais estão procurando soluções em LED não só noentretenimento (TV, show business, etc), mas também naarquitetura. Um exemplo é a Star, que utiliza o painel deLED Star Lighting visando a seguir a tendência de uso deLEDs nos equipamentos de iluminação para aplicações de-corativas e arquitetônicas em eventos, festas, lojas, casanoturnas, palco, etc.
Segundo João Alonso Álvares, diretor comercial da HotMachine, os refletores Ribalta e o modelo Palco 3 (ambos daSMG) também têm atendido ao segmento de arquitetura.Vicente Vitale, da empresa Novalite Iluminação, utiliza tubos
de LED (para efeito visual e cenografia) e refletores RGB Ri-balta com a tecnologia de LED (grande luminosidade e efei-to). O foco são os estúdios de TV.
Mudanças na projeçãoO uso do display de LED em shows praticamente inviabi-
liza a projeção, já que a luminosidade emitida pelo display émuitas vezes superior à luminosidade de um projetor refleti-da em uma tela. Acredita-se que a mudança em termos deprojeção de shows é a de se ter uma qualidade de imagensmuito maior.
“Temos novas tecnologias, mais inteligentes, leves e cada vezmais com qualidade e potência. Podemos ter como exemplo oque já aconteceu nos últimos dois anos. Utilizavam-se projetores
Cortina de LED de 80 metros quadrados da Drap Led, da Showdesign, utilizada na turnê do cantor Fábio Junior
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de 3 mil ansi lumens e hoje estamos em
15 mil, além, é claro, dos painéis de
LED”, disse Jesus Fernandez, empresário
e diretor da 2A Lighting, que representa
a Avolites, Pixelpar, Pixelrange e Osíris
no Brasil.
A chegada dos painéis ecortinas de LED no BrasilUm painel de LED é uma placa com
combinações de luzes vermelhas, azuis e
verdes (RGB), que formam pixels. Estes re-
cebem informações de um processador es-
pecífico, que transforma luzes em imagens.
A tecnologia dos displays de LED full-color
(aqueles que exibem todas as cores visíveis,
sendo próprios para exibição de vídeos de
alta resolução) se tornou possível após os
LEDs azuis terem se tornado comercial-
mente viáveis a partir de 1995.
Aqui no Brasil, um dos primeiros
shows a utilizar essa tecnologia foi a
turnê Voodoo Lounge, dos Rolling Stones,
em 1995, que usou o famoso Jumbotron.
A partir de então, os principais fabrican-
tes passaram a oferecer esses displays no
mercado, que não tardaram a ser adota-
dos pelas produções de médio e grande
porte. No Brasil, os primeiros modelos
começaram a ser utilizados em shows a
partir de 2001.
No segmento de cortinas de LED, o
mercado está cada vez mais consumindo
esta linha de produto em shows, eventos
corporativos e cenografias. O sistema pos-
sui vários Pixel Line possíveis de montar e
formatar de várias maneiras. A empresa
Showdesign fez a turnê do cantor Fábio
Junior utilizando cortina de LED de 80
metros quadrados da Drap Led (Produto
Nacional). A empresa também possui 40
tubos de LED da Chauvet e mais duas
cortinas de LED de 80 metros quadrados
da Drap Led.
A Oficina de Luz também dispõe de
cortinas. A empresa começou a utilizar
Cortina de LED Softled em 2002 e, vi-
sando a seguir a tendência do mercado
para shows musicais e eventos corpo-
rativos, já investiu em refletores tipo
Par 64 de LED e Element LABS ZIP
Tubos de LED.
Cuidados para não locar um LED
de má qualidade
Os pontos cruciais ao escolher um
fornecedor de display de LED são: sa-
ber a origem dos LEDs (há LEDs de to-
dos os tipos e qualidades, sendo que os
LEDs de qualidade inferior apresenta-
rão uma imagem sem uniformidade), sa-
ber o tipo de processamento de cor
(quanto maior o número de bits de
processamento de cor, mais fiéis serão
as cores e os detalhes da imagem) e sa-
ber a taxa de refresh do display (quanto
mais alta, melhor será a imagem capta-
da pelas câmeras).
Silvio enfatizou que por existirem pou-
cas empresas que oferecem esse servi-
ço, fica fácil identificar qual é a melhor
para determinado projeto. “Não é difícil
obter informações e exemplos de utiliza-
ção, pois nosso mercado ainda é muito
concentrado”, opinou.
Locação de Leds
“No segmento de cortinas de LED, o mercado estácada vez mais consumindo esta linha de produtoem shows, eventos corporativos e cenografias.
O sistema possui vários Pixel Line possíveis de montare formatar de várias maneiras”
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O cliente sabe utilizaressa tecnologia?A principal dúvida dos clientes é sa-
ber como essa tecnologia pode se encai-xar no seu show ou evento. Se o clientenão pede, a empresa que dispõe destatecnologia sugere. “Algumas pessoaspensam no painel de LED somente comoum substituto de projeção e não comorecurso cenográfico e suporte para ilumi-nação. No entanto, os clientes mais sin-tonizados com as novidades da tecno-logia não dispensam o display de LED emsuas produções. Sugerimos a melhor op-ção para atender ao projeto e ao orçamen-to do cliente”, disse Nelson Baumgratz,gerente de enge-nharia da On Pro-jeções, que possuidisplays de LEDda TecnoVISION.“O uso do LED éuma tendência domercado. Quan-do vamos fazer umprojeto sempre su-gerimos o uso deLED e há momen-tos em que algunsclientes tambémpedem”, enfati-zou Rogério Fer-nandez, o Cario-ca, sócio-proprie-tário e designerda Showdesign.
Vicente Vitale ressalta que no momen-to o Brasil está criando demanda dessesprodutos, pois o mercado ainda não co-nhece bem, mas acredita que nos próxi-mos anos serão muito utilizados no Brasilpor ser uma tendência mundial.
Custo e avaliaçãoda qualidade“O LED progrediu muito em termos
de qualidade, resolução e em termos depreço. Apesar de ser ainda absurdamen-te caro, é muito mais barato do que hácinco anos, e agora com muito mais reso-lução”, avalia Wagner, diretor da PontoMídia Projeções, que trabalha com o pa-
inel AVP LED Tech utilizado nas turnêsde Adriana Calcanhotto e Titãs.
Hoje, existem vários produtos de LED,como painéis de LED de alta resolução,cortinas de LED, tubos de LED, painéisde LED com transparência e alguns re-fletores, que têm um bom aproveitamen-to para iluminar cenários. Segundo osentrevistados, com relação à qualidadedos painéis de LED de alta resolução, to-dos os disponíveis têm boa tecnologia e amaioria deles é importada.
Para avaliação da qualidade de um pa-inel existem vários fatores. A linguagemutilizada é a distância em milímetros entre ospixels. Existem muitos outros parâmetros tão
importantes quan-to esse para avalia-ção de um painel,como, por exem-plo, qualidade e pro-cedência do LED,modelo de proces-sador de imagem,etc. No mercadobrasileiro há dispo-níveis para loca-ção opções de 23até 5 milímetros.O preço do LEDembute muitas va-riáveis: forma deimportar, proce-dência, modeloindoor ou outdoor,resolução, etc.
Silvio Francisco, lighting designer da empresa
Objeto de Luz Design
O diretor da Oficina de Luz, Naldo Bueno, investe em
LED desde 2002
Vicente Vitale, da Novalite, investe a tecnologia de
LED principalmente nos estúdios de TV
Mercado está cada vez mais consumindo cortinas de led em shows e cenografias
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Esse preço varia entre US$ 10 mil eUS$ 50 mil o metro quadrado. Casouma empresa se interesse por comprar,precisa ter bem definida qual a utiliza-ção do painel. Os modelos de melhorrelação custo-benefício são aquelesque têm pitch (a distância entre ospontos luminosos que formarão umaimagem) em torno de 13 milímetros e ocusto destes equipamentos gira em tor-no de 20 mil dólares por metro quadra-do de display.
“Um painel para o topo de um prédio,por exemplo, onde teremos lettering,pode ser um painel de 70 milímetroscom uma estrutura fixa. Já um painelpara uso indoor deve ter menos que 10milímetos. A diferença do preço entreeles é muito grande”, disse Sílvio Fran-cisco, diretor de eventos, l ightingdesigner e diretor de fotografia da Ob-jeto de Luz Design. Silvio diz aindaque essa decisão de compra dependemuito do capital disponível (que não épouco), bem como da estratégia daprópria empresa. Na opinião de Nelson,para uma produtora, a melhor opção éa locação, porque os altos custos inici-ais de importação, treinamento, e mes-mo a manutenção, não existirão. “Ado-tamos outra estratégia e estamos abrin-do aqui no Brasil uma filial da fábricaque nos fornece equipamentos, obten-do assim uma linha de fornecimentopróprio para atender também ao mer-cado em geral”.
“O investimento em LED é uma ten-dência que nós teremos que acompa-nhar, mas sempre com muita calma, poiso mercado de iluminação a cada dia serenova”, incentiva Caio Lima, lightingdesigner da LPL.
EconomiaDe acordo com os entrevistados, o
display de LED pode proporcionar umaenorme economia nos custos de manu-tenção, já que a vida útil do LED podechegar a 100 mil horas contra as cente-nas ou alguns poucos milhares de horasde vida útil de uma lâmpada de proje-tor. “Temos a economia de energia e adurabilidade do equipamento com pra-ticamente nada de manutenção, alémde não ter que ficar trocando e gastan-do com gelatina em determinados servi-ços. Claro que estamos falando de equi-pamentos confiáveis e de tecnologia”,opinou Jesus.
Ivo Moura, diretor da Prisma Even-tos, está pesquisando sobre as tendên-cias de mercado para o uso do LED emvárias produções e concorda que a par-
te mais forte e interessante em relaçãoa LED é a questão da economia. JáNaldo Bueno acha que não se trata sóde economia e vida útil maior para osequipamentos e lâmpadas e sim deeconomia de energia gasta com osequipamentos e calor.
O lighting designere os LEDsO lighting designer tem hoje nas mãos
o LED, um produto que possui uma infi-nidade de cores e situações para criar,muito mais do que com lâmpadas. Naopinião de Rogério, o LED não muda oconceito de trabalho do lighting designere sim ajuda a dar mais opções na formade iluminar um cenário e criar melhoresefeitos visuais.
Nelson fala de duas possibilidadesde uso desta tecnologia pelo lightingdesigner. Uma será a tendência da ilu-minação de palco passar a ser feita comlâmpadas de LED, o que permitirá umcontrole de luminosidade e de cor mui-to melhores do que com as lâmpadasconvencionais, além de um consumode energia elétrica muito menor. Outrapossibilidade é de o lighting designerque souber aproveitar o recurso do bri-lho intenso do display de LED, aliadoaos equipamentos de iluminação tradi-cional, obter efeitos jamais imaginados.“Acho que por mais tecnologia que apare-ça, como aconteceu com os moving lightse agora o LED, o que acaba prevalecendo,no meu entender, é o bom gosto da utili-zação dessas ferramentas. O LED é luz
Nelson Baumgratz, gerente de engenharia da On
Projeções, que possui displays de LED da TecnoVISION
Ivan Moura e Rogério Fernandez, o Carioca, sóciosproprietários da Showdesign
“O investimento em LED é uma tendência quenós teremos que acompanhar, mas sempre com
muita calma, pois o mercado de iluminaçãoa cada dia se renova”
(Caio Lima, lightining designer da LPL)
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www.2alighting.com.br
www.star.ind.br
www.hotmachine.ind.br
www.lpl.com.br
www.novalite.com.br
www.onprojecoes.com.br
www.objetodeluz.com.br
www.oficinadeluz.com.br
www.pontomidia.com
www.prisma-eventos.com.br
www.showdesign.com.br
www.sgm.it
www.tecnovision.it
www.ledtronics.com
Para saber mais
e penso que todo lighting designer devesaber mais sobre esse assunto e ir testandosua utilização de forma não convencio-nal, pois a ‘popularização’ do LED, sejaem forma de painel ou de refletor, de-penderá muito da criatividade dos nossosprofissionais”, disse Silvio Francisco.
O futuroNovas tecnologias como as do LED
impulsionam as empresas a se voltaremcada vez mais para esta nova realidadedo segmento de iluminação. Nelsonlembrou que antes dos moving lights en-trarem no mercado utilizavam-se 200lâmpadas Par para um show básico ehoje se utiliza bem menos. “Acreditoque isso também deva acontecer com osLEDs. Temos vários refletores compe-tentes para substituir lâmpadas, alémdos sistemas de painéis, cortinas de LEDe variações destes sistemas transparen-tes para a cenografia. O LED é a lâmpa-da do futuro e já está chegando o diaem que lâmpadas incandescentes e flu-orescentes serão apenas peças de mu-seu”, opinou Nelson.
Silvio acredita que em aproximada-mente três anos a evolução dessatecnologia e a queda do preço farãocom que grande parte das empresas deiluminação consuma esses produtos,pois a durabilidade do LED aliada aoseu baixo consumo interessa a todas asempresas e os custos tendem a diminuirgradativamente. “Acho que o LEDchegou para ficar. Seja na iluminaçãoautomotiva, decoração, iluminação in-dustrial, na iluminação cênica (já te-mos mini bruit, moving light, refletorPar, que utilizam LED) e também nomercado de projeção de imagens.Como toda tecnologia nova chega comum preço muito alto e aos poucos vai sepopularizando, aconteceu com os mo-ving lights e será com o LED”, enfati-zou Silvio.
Naldo Bueno é cauteloso com o futurodesta tecnologia na iluminação, levandoem consideração custos e lucros das em-presas. “Tudo de LED que é de boa quali-dade ainda é muito caro para nosso mer-cado, que paga muito pouco em cada lo-cação. Por isso, imagino que quem com-
O gorvenador de São Paulo, Cláudio Lembo com
Painel de LED ao fundo em transmissão simultânea
Painel da Lightinghouse: exemplo da qualidade em
projeção e luminosidade da tecnologia de LED
prar os produtos com qualidade e carosnão conseguirá aumentar rapidamenteseu estoque. Penso que vai demorar umpouco mais para essa tecnologia fazer par-te do nosso dia-a-dia”.
“Na minha opinião, as aplicações dealta potência ainda não atendem comcusto satisfatório, porém, a utilização embaixa e média será mais rápida”, opinouEduardo José Orenes, diretor e enge-nheiro responsável pela área de desen-volvimento de produtos da Star.
João Álvares diz que investir emequipamentos de LED não é barato,mas ao contabilizar os custos, no final,acaba sendo um bom negócio. “Pode-mos notar que na área de show as ban-das de forró já estão utilizando essatecnologia, que em breve também vaiatender até a desfiles de moda”, co-mentou João.
“Acho que o LED chegou para ficar. Seja nailuminação automotiva, decoração, iluminação
cênica (já temos mini bruit, moving light, refletorPar, que utilizam LED) e também no mercado de
projeção de imagens” (Silvio)
Infocom 2006 em maio, em Orlando, painel da
marca Toshiba
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