tecnologia da informação verde para o segmento corporativo

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO CAETANO DO SUL FERNANDO BARBOSA ROMANO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE PARA O SEGMENTO CORPORATIVO São Caetano do Sul / SP 2010

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Trabalho de Conclusão de Curso - Fernando Barbosa Romano - FATEC São Caetano do Sul / SP - 2010

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Page 1: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DE SÃO CAETANO DO SUL

FERNANDO BARBOSA ROMANO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE PARA O SEGMENTO CORPORATIVO

São Caetano do Sul / SP

2010

Page 2: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

FACULDADE DE TECNOLOGIA

DE SÃO CAETANO DO SUL

FERNANDO BARBOSA ROMANO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE PARA O SEGMENTO CORPORATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Tecnologia de

São Caetano do Sul, sob a orientação do

Professor Dr. Rodrigo Amorim Motta

Carvalho, como requisito parcial para a

obtenção do diploma de Graduação no

Curso de Tecnologia em Segurança da

Informação.

São Caetano do Sul / SP

2010

Page 3: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

Nome: ROMANO, Fernando Barbosa.

Título: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São

Caetano do Sul para obtenção do diploma de Graduação. Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. ou MSc. _________________ Instituição: _______________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________

Prof. Dr. ou MSc. _________________ Instituição: _______________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________

Prof. Dr. ou MSc. _________________ Instituição: _______________

Julgamento: __________________ Assinatura: ___________________

Page 4: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

A Deus, a minha família, Valdir, Matilde, Luciana e Mel

e a todas as pessoas que acreditaram no meu sucesso.

Mais um obstáculo foi superado!

Page 5: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me fazer capaz de executar mais uma tarefa.

A minha família por serem a minha base para o sucesso.

Aos meus amigos que sempre estão ao meu lado não importando a situação.

Ao meu orientador Rodrigo Amorim, pela dedicação, paciência e disposição quando

precisei.

A todos os professores que ao longo deste período sempre me ajudaram no meu

crescimento pessoal e profissional.

A todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma na elaboração deste

trabalho.

Page 6: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

"Quando agredida, a natureza não se defende.

Apenas se vinga."

Albert Einstein

Page 7: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

ROMANO, F. B. Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo.

43 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia de São

Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2010.

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre a Tecnologia da Informação Verde

(T.I. Verde) no ramo corporativo. Será abordado a parte conceitual da Tecnologia da

Informação, os problemas que atualmente enfrenta-se no mundo devido a omissão

das empresas nos processos de fabricação, utilização e descarte dos seus produtos

de uma forma correta e não prejudicial ao meio ambiente, as tecnologias que estão

reduzindo gastos financeiros e os meios corretos para o descarte de

eletroeletrônicos, tornando cada vez mais a T.I. uma área sustentável. Na parte

governamental, será comentada a legislação do Brasil e do exterior, ação do

Greenpeace cobrando medidas sustentáveis das maiores empresas de T.I. e sobre

a certificação para empresas da área ambiental (ISO 14001).

Palavras-chave: T.I. Verde; Sustentabilidade; Tecnologia da Informação;

Page 8: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

ROMANO, F. B. Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo.

43 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia de São

Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2010.

ABSTRACT

This paper introduces a case study about Green Information Technology (Green I.T.)

in the corporate trade. It will approach the concept of Information Technology, the

problems the world is facing due to the negligence of companies in the processes of

manufacturing, usage and disposal of their products in a way that does not cause

environmental harm, the technologies that are reducing financials expenditures, and

the proper means for electronic equipment disposal, making Information Technology

(I.T.) a more sustainable area. In the governmental part, there will be comments

about legislation in Brazil and abroad, the Greenpeace action by demanding

sustainable measures from the largest I.T. companies, and the certification for

companies on the environmental area (ISO 14001).

Key-words: Green I.T.; Sustainability; Information Technology.

Page 9: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição física de um computador ........................................................4

Tabela 2. Os vilões dos eletroeletrônicos....................................................................5

Tabela 3. Consumo de energia de um datacenter ......................................................6

Tabela 4. Notas e observações feitas pelo Greenpeace das empresas avaliadas ...22

Page 10: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Gráfico da distribuição estimada do uso de energia na T.I ..........................7

Figura 2. Exemplo de consolidação de servidores ......................................................9

Figura 3. Exemplo do funcionamento de um thin client.............................................14

Figura 4. Imagem do sistema e-lixo maps após uma consulta de locais de

recolhimento de baterias de celular...........................................................................20

Figura 5. Imagem do ranking feito pelo Greenpeace com as dezoito empresas

avaliadas em janeiro de 2010....................................................................................22

Page 11: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

LISTA DE SIGLAS

ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

RoHS – Restriction of Hazardous Substances

ERWA – Electronic Waste Recycling Act

Page 12: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

LISTA DE ABREVIATURAS

CPD – Centro de Processamento de Dados

T.I. – Tecnologia da Informação

GPL – General Public License

Page 13: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

1 CONCEITO .............................................................................................................2

1.1 O QUE É T.I.?...................................................................................................2

1.2 O QUE É T.I. VERDE? .....................................................................................3

2 PROBLEMAS OCASIONADOS PELA T.I. ..............................................................3

2.1 PROBLEMAS CAUSADOS NA FABRICAÇÃO ................................................3

2.2 PROBLEMAS CAUSADOS NA UTILIZAÇÃO ..................................................5

2.3 PROBLEMAS CAUSADOS NO DESCARTE....................................................7

3 MUDANÇAS NA T.I. VISANDO A SUSTENTABILIDADE.......................................9

3.1 CONSOLIDAÇÃO DE SERVIDORES...............................................................9

3.2 VIRTUALIZAÇÃO ...........................................................................................10

3.3 THIN CLIENTS ...............................................................................................13

3.4 CONSUMO DE ENERGIA EM DATACENTERS............................................14

3.5 PRODUTOS ECOLÓGICAMENTE CORRETOS ...........................................16

3.6 DESCARTE CORRETO .................................................................................19

4 LEGISLAÇÃO........................................................................................................20

5 CERTIFICAÇÃO....................................................................................................24

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................25

7 REFERÊNCIAS.....................................................................................................26

Page 14: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

1

INTRODUÇÃO

Vive-se em uma sociedade que em primeiro instante o caráter é medido pelo o

que se possui (bens materiais, dinheiro, status) e não pelo que representam-se

como pessoas.

Para alcançar um status de destaque perante a sociedade, as pessoas adquirem

equipamentos recém lançados no mercado apenas para serrem os primeiros a

possuir a nova tecnologia.

Atualmente compra-se novos equipamentos hoje, mas amanhã eles já estão

ultrapassados porque nesse tempo outras empresas lançaram aparelhos celulares

com TV digital, câmeras com melhor resolução e/ou novas funções, processadores

menores e mais rápidos, discos rígidos com maiores capacidades, televisores

maiores, mais finos e de alta definição, iPods, iPads, notebooks menores, mais leves

e coloridos e isso se repete todo dia com qualquer equipamento eletrônico.

“Um dos fatores perversos que contribui para o aumento crescente do e-lixo é a

velocidade da troca de versões dos computadores (inclui celulares) e dos

programas” (AFFONSO, 2008).

Quando se adquire algo novo é comum querer se desfazer rapidamente do

antigo. Entretanto, com aparelhos eletroeletrônicos não é simplesmente descartá-lo

no lixo comum e achar que a partir deste ponto as pessoas que fazem a separação

do lixo nos aterros irão tomar as devidas providências para reciclagem.

“Cerca de três quilos de lixo eletrônico são gerados a partir da fabricação de cada quilo

de computador. Além disso, o processo de fabricação desses equipamentos envolve grande

quantidade de elementos químicos e gases tóxicos.” (JORNAL DA MÍDIA, 2008).

Segundo estudo feito pela a Organização das Nações Unidas (ONU, 2010), a

geração de lixo eletrônico cresce cerca de 40 milhões de toneladas por ano e até

2020 o lixo eletrônico proveniente de computadores crescerá cerca de 400% na

China e África do Sul comparado com a medição de 2007.

Neste relatório divulgado pela ONU destaca-se que países como China, Brasil,

México, índia e outros poderão enfrentar danos ambientais e problemas de saúde

Page 15: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

2

caso não tomem medidas de reciclagem eficientes e eficazes para esses

equipamentos (STEINER, 2010).

Este trabalho tem como foco a análise da T.I. Verde para a visão corporativa,

mostrando o que a negligência das empresas ocasionou no mundo, o que pode ser

feito para corrigir esses problemas, e as medidas que os governos tomaram.

Para a sua realização foi necessário o levantamento de estudos e pesquisas de

corporações e especialistas no assunto, trabalhos acadêmicos e livros que abordam

o tema. Ele está dividido da seguinte forma:

1. Conceituar T.I. e T.I. Verde

2. Descrever os problemas que os eletroeletrônicos causam junto com os

fabricantes omissos

3. Demonstrar algumas medidas que podem ser seguidas pelas empresas

visando a sustentabilidade

4. Apresentar leis adotadas pelos governos e ações de organizações

5. Apresentar certificação da área T.I. Verde

1 CONCEITO

1.1 O QUE É T.I.?

Atualmente não temos uma definição muito clara sobre T.I., ocorrendo que cada

pessoa que atua no ramo ou não defina a abrangência desta sigla.

De acordo com o consultor de Tecnologia de Informação da Schlumberger, Claude

Baudoin (s.d.):

A Tecnologia da Informação (TI) consiste em todas as “coisas” baseadas em computadores e que nos permite registrar, comunicar e obter resultados a partir de uma informação. A TI compreende:

- computadores (incluindo seus componentes, como por exemplo discos e telas)

- softwares rodados em computadores - a rede pela qual esses computadores "conversam" entre si

Page 16: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

3

- a segurança que (às vezes) previne que esses computadores sejam invadidos por vírus e que controla o acesso somente de pessoas autorizadas à informação pertencente a eles

1.2 O QUE É T.I. VERDE?

A cada dia ouve-se mais sobre T.I. Verde, sustentabilidade, algumas empresas

fazendo campanhas de recebimento de pilhas, celulares e baterias. A sociedade não

tem uma ampla visão desta sigla, achando que T.I. Verde é somente doar os

eletroeletrônicos para estas empresas efetuarem o descarte correto.

T.I. Verde é um conjunto de boas práticas que deve ser adotada pela sociedade

desde a produção de um eletroeletrônico, utilização e descarte, tornando o tempo de

vida deste equipamento cada vez prejudicial ao meio ambiente.

De acordo com Pablo Hess (2009), T.I. Verde e suas práticas significam:

TI verde é um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação. [...] As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores "no meio do caminho".

“Green IT pretende estar presente em todas as etapas, da produção da tecnologia à

maneira como essa tecnologia é usada.” (LUCAS, s.d.)

2 PROBLEMAS OCASIONADOS PELA T.I.

2.1 PROBLEMAS CAUSADOS NA FABRICAÇÃO

Na tecnologia da informação gasta-se energia na fabricação de equipamentos

eletroeletrônicos, em sua utilização e no seu descarte. (FERREIRA, 2009).

Page 17: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

4

Segundo a Universidade das Nações Unidas: “Na fabricação de um desktop com

monitor de 17 polegadas são utilizados cerca de 1800 quilos de componentes,

sendo 240 quilos de combustíveis fósseis (petróleo, gás, etc.), 22 quilos de produtos

químicos e 1500 quilos de água potável.” (FERREIRA e FERREIRA, 2008).

Grande parte dos materiais utilizados na produção de eletroeletrônicos são

químicos e/ou tóxicos, conforme tabela 1.

Tabela 1. Composição física de um computador

Material % em relação ao

peso total

Localização

Alumínio 14,172 Circuito integrado, solda, bateria

Chumbo 6,298 Semicondutor

Ferro 20,471 Estrutura, encaixes

Estanho 1,007 Circuito integrado

Cobre 6,928 Condutivo

Bário 0,031 Válvula eletrônica

Níquel 0,850 Estrutura, encaixes

Zinco 2,204 Bateria

Berílio 0,015 Condutivo térmico, conectores

Ouro 0,016 Conexão, condutivo

Manganês 0,031 Estrutura, encaixes

Prata 0,018 Condutivo

Cromo 0,006 Decoração, proteção contra corrosão

Cádmio 0,009 Bateria, chip, semicondutor, estabilizadores

Mercúrio 0,002 Baterias, ligamentos, termostatos, sensores

Sílica 24,880 Vidro

Fonte: Microelectronics and Computer Technology Corporation, 2000 apud Ferreira

e Ferreira

Page 18: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

5

Quando as substâncias utilizadas para a fabricação de eletroeletrônicos são

descartadas de forma incorreta podem causar diversos danos a saúde, conforme a

tabela 2.

Tabela 2. Os vilões dos eletroeletrônicos

Mercúrio Computador, monitor e TV de

tela plana

Danos no cérebro e fígado

Cádmio Computador, monitores de tubo

e baterias de laptops

Envenenamento, problemas nos

ossos, rins e pulmões

Arsênio Celulares Pode causar câncer no pulmão,

doenças de pelo e prejudicar o

sistema nervoso

Berílio Computadores e celulares Causa câncer no pulmão

Retardantes de

chamas (BRT)

Usado para prevenir incêndios

em diversos eletrônicos

Problemas hormonais, no

sistema nervoso e reprodutivo

Chumbo Computador, celular e televisão Causa danos ao sistema nervoso

e sanguíneo

Bário Lâmpadas fluorescentes e

tubos

Edema cerebral, fraqueza

muscular, danos ao coração,

fígado e baço

PVC Usado em fios para isolar

corrente

Se inalado, pode causar

problemas respiratórios

Fonte: (BAIO, 2008)

2.2 PROBLEMAS CAUSADOS NA UTILIZAÇÃO

Um dos principais consumidores de energia na área de tecnologia da informação

são os datacenters, antigamente chamados de CPD. Nesses centros de dados

encontram-se servidores de organizações que necessitam de uma disponibilidade

Page 19: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

6

de 24 horas por dia em todos os dias do ano por possuírem informações ou serviços

vitais para a organização. Além dos equipamentos, em datacenters existem outros

grandes consumidores de energia como o ar-condicionado para a refrigeração dos

equipamentos, no-breaks e geradores de energia caso seja necessário, iluminação e

outros.

“Segundo relatório produzido para a Agência Nacional de Energia dos Estados

Unidos, o consumo de energia elétrica por centrais de datacenters dobraram nos

últimos sete anos.” (ZMOGINSKI, 2007).

Segundo dados da Gartner (empresa de consultoria fundada em 1979 no

Estados Unidos), um rack que há três anos consumia entre 2 mil e 3 mil watts de

energia, hoje pode chegar a 30 mil watts, dependendo da quantidade de

equipamentos empilhados. Satudi apud Ferreira (2009).

Atualmente o consumo de energia dos datacenters aumentou

consideravelmente. Os principais consumidores de energia nos datacenters são:

Tabela 3. Consumo de energia de um datacenter

33% Refrigeração

30% Equipamentos computacionais

18% Suprimento de energia ininterrupta, bateria

19% Outro, como iluminação, equipamento de rede

Fonte: APC (American Power Conversion) apud Ferreira(2009)

Ainda segundo a Gatner, os datacenters consomem cerca de 23% de energia na

área de tecnologia da informação.

Page 20: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

7

Figura 1. Gráfico da distribuição estimada do uso de energia na T.I

Fonte: Gartner Group apud Ferreira (2009)

2.3 PROBLEMAS CAUSADOS NO DESCARTE

De acordo com o site Portal Aprendiz (2006):

Mais duráveis e econômicas do que as tradicionais, as lâmpadas fluorescentes caíram em cheio no gosto dos brasileiros, sobretudo a partir da imposta redução no consumo de energia em 2001, por conta da crise energética que assolou o país.

Page 21: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

8

“No Brasil são consumidas cerca de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes por

ano. Desse total, 94% são descartadas em aterros sanitários, sem nenhum tipo de

tratamento, contaminando o solo e a água com metais pesados.” (ROMERO, 2006).

Quando uma única lâmpada fluorescente se quebra e o mercúrio existente nela

(aproximadamente 20mg) é liberado no solo, temos um impacto desprezível no

ambiente, porém quando multiplicamos pelo consumo do Brasil em 2004 (cerca de

50 milhões de lâmpadas) os resíduos dessas lâmpadas causam um grande impacto,

contaminando o solo e as águas, atingindo as cadeias alimentares. (NAIME;

GARCIA, 2004).

Outro grande culpado pela contaminação do solo é o descarte incorreto de pilhas

e baterias.

Dados da ABINEE informam que são 800 milhões de pilhas e 17 milhões de

baterias são produzidas no país, sem contar as comercializadas clandestinamente e

aproximadamente 96% dos resíduos produzidos vão para o meio ambiente sem

nenhum cuidado. (PEREIRA, 2009).

Segundo Ana Paula Rezende Lima, quando as pilhas e baterias são

abandonadas em lixões, com isso elas enferrujam e vazam. Se essas substâncias

liberadas contaminarem o solo e a água, as pessoas que tiverem contato com a

água, seja bebendo, tomando banho ou ingerindo alimentos que foram regados por

esta água estarão contaminados. Os animais também estão sujeitos a

contaminação. Se no caso vacas ingiram pasto contaminado elas terão sua carne e

leite afetados.

Segundo Roberto Naime e Ana Cristina Garcia (2004):

A principal via de intoxicação dos seres humanos, quando a contaminação atinge a cadeia alimentar, ocorre através do consumo de peixes contaminados. O fenômeno ficou evidente após os estudos desenvolvidos desde 1955, quando foi registrado o acidente ecológico de Minamata no Japão. Neste, alguns milhares de pessoas ingeriram peixes contaminados com Mercúrio e desenvolveram doenças neurológicas graves, com seqüelas por várias gerações, como danos irreversíveis no organismo e doenças teratogênicas. (p. 3)

Page 22: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

9

3 MUDANÇAS NA T.I. VISANDO A SUSTENTABILIDADE

3.1 CONSOLIDAÇÃO DE SERVIDORES

Uma medida utilizada visando economia de espaço físico, diminuição no

consumo de energia e a melhor utilização do hardware que os servidores possuem

atualmente, deixando-os cada vez menos ociosos.

“Tipicamente, as cargas de trabalho de servidor utilizam menos de dez por cento

da capacidade total do servidor físico, desperdiçando hardware, espaço e

eletricidade.” (MICROSOFT, s.d.)

Na consolidação de servidores, servidores físicos (1)

são convertidos em arquivos de Máquina Virtual (VM),

que podem ser armazenados e gerenciados

centralmente (2) e implantados dinamicamente com base

em carga e recursos disponíveis (3). Isso reduz o

número de máquinas físicas necessárias, ao mesmo

tempo que melhora sensivelmente a utilização do

servidor e a agilidade comercial.

Figura 2. Exemplo de consolidação de servidores

Fonte: Microsoft (s.d.)

Page 23: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

10

Segundo o Diogo Mattos (s.d.), para saber se consolidar dois servidores ou mais

será vantajoso deve-se efetuar a seguinte expressão: n . x < 100%

n – quantidade de servidores que se pretende consolidar

x – somatória da taxa de utilização dos servidores que se pretende consolidar

Caso a multiplicação de n . x seja menor que 100%, pode-se fazer a

consolidação dos servidores, mas se for maior, a consolidação será um fracasso

porque os servidores consolidados necessitarão de mais processamento do que a

máquina pode suportar, ocorrendo gargalo no processamento dos dados.

3.2 VIRTUALIZAÇÃO

Técnica que surgiu na década de 60 para os mainframes da IBM, porém seu uso

foi difundido na década de 80 para e resolução de problemas a um custo

relativamente baixo. (MACAGNANI, 2009).

Virtualização é um processo onde se emula um ou mais sistemas operacionais

independentes sobre um sistema operacional ativo, utilizando o mesmo hardware

que o sistema operacional principal utiliza o processamento e armazenamento dos

dados.

“O uso da virtualização representa a ilusão de várias máquinas virtuais (VMs)

independentes, cada uma rodando uma instância de um sistema operacional

virtualizado.” (SMITH, 2005).

Quanto mais servidores são virtualizados, menor será o número de servidores

reais, ocasionando em economia de energia, diminuição de espaço em datacenters,

gerenciamento centralizado, migração do servidor virtualizado para outro servidor

real caso a necessidade de processamento da máquina virtual aumente, execução

de backups, entre outros.

“A eliminação de um servidor significa cerca de 200 a 400 watts, dependendo da

tecnologia de virtualização.” (SOUZA; KRETTLE, 2008)

As ferramentas mais conhecidas atualmente para virtualização são o Virtual PC,

VirtualBOX, VMware e Xen.

Page 24: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

11

Abaixo algumas informações e características sobre as ferramentas.

Virtual PC

• Ferramenta desenvolvida pela Microsoft lançada em 2 de dezembro de 2003

• Funciona em sistemas operacionais Windows e MAC

• Licença gratuita para uso

• Pré-configurado para versões domésticas do Windows 98, Windows NT

Workstation, Windows 2000, Windows XP, Windows Vista, IBM OS/2 e para

servidores do Windows NT Server, Windows 2000 Server e Windows Server

2003

• Atualmente na versão 2007

VirtualBOX

Page 25: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

12

• Ferramenta desenvolvida pela Sun Microsystems

• Funciona em sistemas operacionais Windows, Linux, Solaris, Mac OS e

outros

• Licença GPL (GNU – General Public License)

• Pré-configurado para todas as versões do Windows, versões mais populares

do Linux como Ubuntu, Debian, Mandriva, Red Hat e outras distribuições,

Solaris e OpenSolaris, BSD, IBM OS/2 e outras versões, DOS, Netware e

também tem a opção que o usuário configura a máquina de acordo com o

sistema que ira utilizar, caso o sistema não esteja na lista

• Atualmente na versão 3.1.6

VMware

• Ferramenta desenvolvida pela VMware Inc.

• Funciona em sistemas operacionais Windows, Linux, Mac OS/X (Produto

VMware Fusion) e outros

• Licença proprietária e algumas aplicações gratuitas

• Possui versões para desktop, datacenter, cloud computing, aplicações e

outros

Xen

Page 26: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

13

• Ferramenta desenvolvida pela XenSource, Inc. e em 2007 foi adquirida pela

Citrix System Inc.

• Teve sua primeira versão lançada em 2003

• Funciona em sistemas operacionais com Linux, Unix, BSD, OpenSolaris e

Windows

• Licença GPL v2 (GNU - General Public License) e algumas aplicações

proprietárias

• Xen hypervisor encontra-se na versão 4.0.0 lançada em 7 de abril de 2010

Analisando estas ferramentas, percebe-se que existem ferramentas para

diversas configurações de servidores ou para micros comuns, que podem ser

utilizadas no ramo corporativo ou caseiro, que necessitam de licenças ou são

gratuitos e funcionam em diversos sistemas operacionais.

3.3 THIN CLIENTS

Também conhecidos como terminais diskless (computadores sem disco rígido) é

uma espécie de terminais burros que utilizam a arquitetura cliente/servidor, ou seja,

todo o processamento que é requisitado pelo aparelho o servidor que irá processar e

depois enviar para o aparelho novamente pela rede.

As suas principais vantagens é o baixo consumo de energia comparado com um

desktop, baixo custo de manutenção dos aparelhos, gerenciamento centralizado e

caso seja necessário executar aplicações que exigem mais processamento, basta

aumentar a capacidade do servidor já que todo processamento ocorre nele e o thin

client apenas apresenta a interface gráfica do sistema.

“A economia gerada por um equipamento thin client gira em torno de 95% a

menos da energia gasta por um computador comum.” (PROPUS, 2009).

Page 27: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

14

“Estimamos uma vida útil de pelo menos 10 anos para cada terminal. Isso reduz

drasticamente o custo de renovação das máquinas, sem falar na questão do lixo

eletrônico” (DUTRA, 2009).

1. O cliente solicita um IP via DHCP

2. O cliente recebe um IP e carrega o kernel enviado pelo servidor

3. Dispositivos de hardware são detectados e as unidades de disco são montadas

4. A interface gráfica é carregada, podendo carregar uma tela de login, um terminal remoto (Remote Desktop), ou uma aplicação customizada.

Figura 3. Exemplo do funcionamento de um thin client

Fonte: (GETECH, s.d.)

3.4 CONSUMO DE ENERGIA EM DATACENTERS

Atualmente um dos principais consumidores de energia na área de T.I. são os

datacenters devido a grande quantidade de equipamentos e estes estarem sempre

em funcionamento, porém, a refrigeração e iluminação são responsáveis por grande

parte desta energia utilizada.

“Por vezes, se gasta mais energia elétrica com a refrigeração do que com os

equipamentos tecnológicos em si.” (LUCAS, s.d.)

Segundo Valdir Antonelli (2008), cerca de 35% a 50% da energia consumida em

um datacenter convencional é com refrigeração. Por esses motivos a Gartner

identificou as onze melhores práticas para redução do consumo de energia.

Page 28: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

15

• Fechar brechas e vãos em ambientes com pisos elevados para evitar a saída

de ar frio. Só com este cuidado, as empresas economizam cerca de 10% de

energia;

• Utilizar painéis de isolamento para aperfeiçoar o sistema de arrefecimento de

racks;

• Coordenar o funcionamento dos condicionadores de ar com novos

equipamentos nas salas de computadores para que, ao mesmo tempo,

refrigerem e desumidifiquem o ambiente. A função de desumidificação não

pode ser atribuída unicamente aos condicionadores de ar;

• Melhorar o fluxo de retirada de ar quente e a entrada de ar fresco nos locais

embaixo dos pisos elevados dos datacenters, mantendo organizado este

espaço que, geralmente, é composto por um emaranhado de cabos que

prejudicam o funcionamento do sistema de refrigeração;

• Utilizar racks que dispõem de corredores independentes de ar quente e frio e

que possuem entradas de ar em diferentes direções, para melhor controle do

fluxo de ar

• Instalar sensores de temperatura em áreas em que há suspeita de problemas

com refrigeração;

• Implantar sistemas de contenção nos corredores de ar quente e frio para

aperfeiçoar a refrigeração dos servidores;

• Elevar e manter a temperatura no datacenter entre 24ºC e 25ºC;

• Instalar ventiladores com velocidades variáveis. Estes sistemas permitem o

funcionamento de ventiladores, motores, compressores e bombas a uma

velocidade adequada às necessidades. A simples redução de 10% da

velocidade resulta em uma economia de 27% do consumo de energia destes

equipamentos.

• Usar a técnica Free Cooling, que consiste na utilização do ar fresco de

ambientes exteriores para efetuar o arrefecimento;

• Desenvolver novos datacenters usando refrigeração modular. Trata-se de um

sistema de refrigeração mais eficiente.

Page 29: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

16

Ainda segundo Valdir Antonelli, implementando essas práticas nos datacenters, o

consumo com refrigeração pode ser reduzido para 15% de toda energia que é

utilizada em um datacenter, representando a economia de milhões de kWh

anualmente.

Outros pontos importantes para a diminuição no consumo de energia segundo

Anselmo Lucas (s.d.) que não foram citados são:

• Os cabos não precisam ser refrigerados;

• Usar a combinação de diferentes métodos de refrigeração (sistemas de

expansão com gás e sistemas de água gelada com fan coils e evaporadores,

por exemplo) e refrigeração individual de equipamentos;

• Lay-outs planejados por especialistas;

• Não é necessário manter as luzes acesas o tempo todo – lights off.

3.5 PRODUTOS ECOLÓGICAMENTE CORRETOS

Atualmente empresas de eletroeletrônicos estão cada vez mais preocupadas

com a sustentabilidade dos seus produtos.

A cada dia aparecem novos produtos que consomem menos energia que os

atuais, novos matérias utilizados na produção dos aparelhos ou até mesmo

aparelhos com soluções inovadoras, porém todos visam a diminuição de

substancias prejudiciais ao meio ambiente.

Alguns eletroeletrônicos se destacaram pela sua sustentabilidade e que podem

ser utilizados no meio corporativo, são eles:

Page 30: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

17

Dell – Studio Hybrid Desktop

Produzido pela empresa Dell Inc., o gabinete do Stdio

Hybrid é produzido com cerca de 95% de materiais

recicláveis e seu consumo é 70% menor comparado

com um desktop comum.

Samsung – E200 Eco

Produzido pela Samsung, E200 Eco tem uma

estrutura toda feita de bioplástico feito a partir de

plantas naturais, entre elas, o milho.

A Samsung irá ampliar a utilização de bioplástico na

produção de novos equipamentos visando a redução

de emissão carbono e o consumo de combustível

durante o processo. A cada tonelada utilizada de

bioplástico no E200 Eco, 2,16 toneladas de CO2

serão reduzidas, comparando com o uso do

policarbonato (plástico comum) que é produzido a

partir do petróleo.

O E200 Eco não é o primeiro aparelho produzido pela Samsung utilizando

bioplástico. O pioneiro foi o modelo W510 e na sua fabricação não foi utilizado

nenhum metal pesado como mercúrio, chumbo ou cádmio.

Page 31: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

18

ATP – EarthDrive

Primeiro pen drive do mundo reciclável é fabricado com a

quantidade máxima possível de materiais biodegráveis.

Tem capacidade de 1GB a 8GB, a prova d’água e um

tempo de utilização por 10 anos.

Asus – Ecobook

Notebook fabricado pela ASUSTeK Computer Inc.

tem o seu revestimento coberta por tiras de bambu

laminadas.

Lenovo – ThinkVision L193p LCD

Fabricado pela Lenovo Group Limited, este modelo possui o

símbolo da Energy Star o que garante que o produto

consome 30% menos que outros modelos.

Page 32: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

19

3.6 DESCARTE CORRETO

Nos dias de hoje, efetuar o descarte correto dos equipamentos eletroeletrônicos

é um grande problema para os consumidores. Alguns são preocupados no lugar que

irá parar os equipamentos descartados, já outros, por simples comodismo em

procurar as empresas fornecedoras ou instituições que fazem a reutilização dos

mesmos.

Com essa imensa falta de informação de como realizar o descartes dos

equipamentos, empresas conceituadas no ramo da T.I. criaram seus próprios

programas de reciclagem, que após doação dos equipamentos, as empresas ficam

com a obrigação da reciclagem ou encaminhar para alguma instituição que fará a

atividade.

A Itautec é uma empresa que desde 2001 está preocupada com a reciclagem de

computadores. Segundo João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da

Itautec, em Jundiaí, São Paulo, os equipamentos são desmontados e segregados

em diversas partes e que 100% dos resíduos internos oriundos de equipamentos

eletroeletrônicos são reciclados, parte no Brasil por empresas especializadas e

outras partes em Cingapura, Alemanha e Bélgica.

A Dell Computadores possui um programa de reciclagem para os seus próprios

equipamentos. Nesse caso, após o preenchimento do formulário e enviado para a

empresa, a máquina é retirada na casa ou escritório do consumidor e encaminhado

para a reciclagem gratuitamente. Existe também uma parceria com a FPD

(Fundação Pensamento Digital) onde a Dell promove a doação de equipamentos

ainda em funcionamento.

Segundo o Anuário Brasileiro de serviços e infra-estrutura de T.I. cita a Lexmark,

empresa que atua no ramo de serviços de impressão e imagem também esta

fazendo a sua parte, reaproveitando 97% do material das carcaças e cartuchos de

suprimentos.

Uma parceria da Secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o

Instituto Sérgio Motta que resultou na criação do projeto chamado de e-lixo maps.

Este site associa a plataforma do Google Maps com um banco de dados dos pontos

Page 33: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

20

de coleta do e-lixo em São Paulo onde também podem ser inseridos novos pontos

de coleta no sistema. No sistema de busca o usuário digita o seu CEP e seleciona o

produto que será descartado, podendo ser descartado baterias de celulares,

lâmpadas, geladeiras entre outros equipamentos eletroeletrônicos e ele irá trazer no

mapa diversas empresas que efetuam o recolhimento do equipamento.

Figura 4. Imagem do sistema e-lixo maps após uma consulta de locais de

recolhimento de baterias de celular

Fonte: e-lixo maps

4 LEGISLAÇÃO

Devido falta de preocupação por parte das empresas na redução de substâncias

tóxicas na produção e no descarte correto de eletroeletrônicos produzidos por elas

Page 34: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

21

ser um processo oneroso, os governos tiveram a necessidade de criar-se leis que

obriguem as empresas a reverem os seus conceitos ecológicos.

No Japão existe uma lei de Incentivo a Utilização Eficaz de Recursos (Law for the

Promotion of Effective Utilization of Resources) que prevê que os fabricantes

informem aos consumidores os componentes químicos perigosos presentes nos

equipamentos eletrônicos.

No estado da Califórnia, no Estados Unidos, onde se concentra a maior parte de

empresas de T.I. do mundo criou-se a lei Electronic Waste Recycling Act of 2003

(EWRA). O foco principal desta lei é a obrigatoriedade dos fabricantes a respeitarem

os limites permitidos de substâncias perigosas na fabricação de monitores e

displays, incluindo LCDs. Já no estado do Texas, a preocupação com o desperdício

eletrônico levou a aprovação da lei estadual House Bill 2714. Esta lei penaliza o

fabricante pelo impacto ambiental, informando que os fabricantes são responsáveis

pela reciclagem e retorno dos seus equipamentos, e estes devem ser rotulados com

informações da empresa para o consumidor enviar quando eles estiverem obsoletos

ou forem descartados.

Restrição de Certas Substâncias Perigosas (RoHS), é uma legislação européia

que proíbe o uso de seis substancias na fabricação de produtos por serem perigosas

a saúde. Esta lei é conhecida como “a lei do sem chumbo”, mas além do chumbo,

ela restringe a utilização de mais cinco substâncias, entre elas o mercúrio, cádmio,

cromo hexavalente e dois retardantes de chamas em plásticos, o polibromato bifenil

éter difenil polibromato. O RoHS entrou em vigor em toda união européia em julho

de 2006 e é aplicada a qualquer aparelho eletrônico comercializado nesta região.

No Brasil, após 19 anos de tramitação no congresso, o presidente Luiz Inácio

Lula da Silva deverá sancionar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no

dia 05 de junho de 2010, dia do meio ambiente. Um ponto polêmico que foi bastante

contestado pelas empresas de eletroeletrônicos é sobre a logística reversa, que

prevê a coleta de lâmpadas fluorescentes, baterias e até eletroeletrônicos seja feita

pelos fabricantes. As empresas terão até o final de 2011 para estarem de acordo

com a PNRS.

Page 35: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

22

Junto com as leis de cada país, o Greenpeace, organização não-governamental

fundada em 15 de setembro de 1971 que luta principalmente pela preservação do

meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, divulga um ranking desde agosto

de 2006 com as maiores fabricantes de celulares, televisores, computadores e

vídeo-games para mostrar para o mundo o que estas empresas estão fazendo para

que o impacto ambiental de seus produtos seja cada vez menor, na fabricação e no

descarte.

Figura 5. Imagem do ranking feito pelo Greenpeace com as dezoito empresas

avaliadas em janeiro de 2010

Fonte: (GREENPEACE, 2010)

Tabela 4. Notas e observações feitas pelo Greenpeace das empresas avaliadas

Posição Nota Empresa Observação do Greenpeace

1 7,3 Nokia Fica em primeiro lugar e com boa pontuação

no aspecto da redução do uso de tóxicos,

mas perde pontos por não adotar uma

metodologia para restrições de substâncias

Page 36: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

23

perigosas.

2 6,9 Sony Ericsson Foi considerado fraco no aspecto da

reciclagem, mas obteve a melhor pontuação

em relação à redução do uso de tóxicos.

3 5,3 Toshiba Boa pontuação na eliminação de tóxicos, mas

ainda precisa cumprir as outras metas para

março de 2010.

4 5,3 Philips Perde pontos por falta de lobby relacionadas

ao uso de substâncias perigosas na

legislação.

5 5,1 Apple Vem melhorando seu desempenho, obteve a

melhor pontuação na eliminação de produtos

químicos, tóxicos e lixos eletrônicos.

6 5,1 LG Electronics Melhora a pontuação, mas ainda é penalizada

por não se preocupar e adiar o aspecto de

tóxicos.

7 5,1 Sony Mantém pontuação global com maior energia

total, mas precisa de um lobby mais eficaz

relacionada à legislação de substâncias

químicas.

8 5,1 Motorola Pontuação ligeiramente reduzida, devido à

falta de um lobby mais eficaz relacionada à

legislação de substâncias químicas.

9 5,1 Samsung Teve uma grande queda devido à

penalização pelo não-cumprimento de

redução de substâncias perigosas.

10 4,9 Panasonic Pontuação inalterada, o mais eficaz em

energia, mas pobre nos aspectos de

reciclagem e lixo eletrônico.

11 4,7 HP Melhor posição graças ao apoio de redução

Page 37: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

24

global de emissões, mas necessita de um

melhor lobby relacionada à legislação de

substâncias químicas.

12 4,5 Acer Pontuação inalterada, mas está fazendo

lobby para uma maior legislação sobre

substâncias químicas.

13 4,5 Sharp Perde pontos devido a má informação sobre a

eliminação de substâncias tóxicas e não tem

uma eficaz legislação sobre substâncias

químicas.

14 3,9 Dell Pontuação reduzida pelos critérios de energia

e penalidade pelo atraso da eliminação de

tóxicos até 2011.

15 3,5 Fujitsu Melhoria da pontuação devido ao apoio para

a redução das emissões globais de carbono,

reduzindo assim, as suas próprias emissões.

16 2,5 Lenovo Pontuação inalterada, com pontos de

penalização por atraso de tempo

indeterminado relacionados a eliminação de

tóxicos.

17 2,4 Microsoft Pontuação reduzida, não obtém uma eficaz

legislação química.

18 1,4 Nintendo Pontuação inalterada, o mais eficaz em

energia, mas pobre nos aspectos de

reciclagem e lixo eletrônico.

Fonte: (GREENPEACE, 2010)

5 CERTIFICAÇÃO

Atualmente, obter certificações é muito importante para empresas quanto para as

pessoas, porque ela é uma prova física de que a empresa ou profissional que se

Page 38: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

25

comprometeu a fazer determinada função está seguindo as melhores práticas que

foram estudadas por especialistas ou possuem conhecimento para executar aquela

função.

Na área de T.I. Verde existem certificações garantindo que as empresas estão

seguindo as melhores práticas na produção e descarte de eletroeletrônicos, como as

normas da família ISO 14000 (Internacional Standardization for Organization).

A Organização Internacional para Padronização (ISO) é uma organização não-

governamental fundada em 1947 em Genebra, na Suíça, que está presente em 161

países com o principal objetivo de criar normas internacionais.

A norma ISO 14001 pertence à série de normas ISO 14000 criada pela

organização, que estabelece requisitos para as empresas gerenciarem os seus

produtos e processos para não agredirem o meio ambiente.

Para obter-se uma certificação ISO 14001, a empresa deve cumprir alguns

requisitos como ter a ciência e controle dos resíduos que ela gera na produção e

utilização do produto, treinamento para funcionários para que eles estejam

conscientes da importância do cumprimento da norma, procedimentos de controle

da documentação, situações de emergências, não conformidade, ações corretivas e

preventivas, entre outras.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A preocupação com o meio ambiente não vem de agora, porém ainda algumas

empresas não estão preocupadas com a sociedade, mas somente com a sua

lucratividade.

O mundo em que vivemos é consumista, onde troca-se de aparelhos

eletroeletrônicos rapidamente somente porque os mais atuais possuem novas

funções, design mais arrojado e outras qualidades, e os antigos aparelhos, quando

não conseguimos comercializados, os guardamos ou descartamos no lixo comum

por falta de informações sobre o descarte correto ou até por falta de projetos de

recolhimento desses aparelhos por parte dos fabricantes.

Page 39: Tecnologia da Informação Verde para o segmento corporativo

26

O governo está tentando fazer a parte dele, criando leis que restringe o uso de

certas substâncias na fabricação, medidas que reduzem o uso de energia na

utilização e o descarte correto dos eletroeletrônicos junto com algumas organizações

como o Greenpeace que cobram e muito as empresas sobre esse descaso com o

meio ambiente.

Novas tecnologias e projetos estão surgindo com o pensamento Verde já

incorporado, porém, a sociedade também tem que se conscientizar e realizar os

procedimentos corretos para que possamos agredir cada vez menos a saúde do

meio ambiente.

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