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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Departamento de Tecnologia Colegiado do Curso de Engenharia Civil Jader Luís dos Santos Lustosa ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA DE FEIRA DE SANTANA Feira de Santana 2014

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Análise comparativa entre dois orçamentos discriminados, relacionados a uma obra do MCMV

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Page 1: TCC Jader Lustosa Final

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Departamento de Tecnologia

Colegiado do Curso de Engenharia Civil

Jader Luís dos Santos Lustosa

ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS

UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO

E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA

DE FEIRA DE SANTANA

Feira de Santana

2014

Page 2: TCC Jader Lustosa Final

Jader Luís Dos Santos Lustosa

ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS

UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO

E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA

DE FEIRA DE SANTANA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de

Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de

Santana como parte dos requisitos para a obtenção do

título de Bacharel em Engenharia Civil

Orientação:

Prof. Dr. Élvio Antonino Guimarães

Feira de Santana

2014

Page 3: TCC Jader Lustosa Final

ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS

UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO

E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA

DE FEIRA DE SANTANA

Jader Luís Dos Santos Lustosa

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Engenharia Civil da

Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção

do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Examinado por:

_______________________________________ Prof. Dr. Elvio Antonino Guimarães (Orientador)

(Universidade Estadual de Feira de Santana)

_______________________________________ Prof. Esp. Carlos Antônio Alves Queirós

(Universidade Estadual de Feira de Santana)

_______________________________________ Prof. Msc. Antonio Freitas da Silva Filho

(Universidade Estadual de Feira de Santana)

Feira de Santana

2014

Page 4: TCC Jader Lustosa Final

AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me dado saúde e força de vontade para realizar o sonho de me

tornar um engenheiro.

Aos meus pais, Joanice dos Santos Lustosa e José Monteiro da Hora Lustosa,

que me ensinaram que somente através dos estudos eu seria alguém digno de mim

mesmo.

À minha namorada Márcia Danielle Muniz, que foi paciente, atenciosa, gentil, e

me ajudou nesta caminhada difícil.

Ao prof. Dr. Elvio Antonino Guimarães, por gentilmente ter me orientado na

elaboração deste trabalho científico.

À empresa que disponibilizou os dados para a realização do trabalho.

Aos meus amigos de todas as horas, Henrique Tibúrcio, Naan Souza e Sammir

Moreira por sempre fazerem o melhor e me incentivarem a fazer o mesmo.

Aos demais amigos e parentes que influenciaram direta ou indiretamente nesse

sonho concretizado, o meu muito obrigado.

Page 5: TCC Jader Lustosa Final

RESUMO

Em nosso país, muitas empresas negligenciam os processos de orçamentação de

seus empreendimentos, custeando-os de maneira ineficiente. Usualmente, são

aplicados dados de serviços e insumos levantados por instituições consagradas que,

apesar de serem feitos de maneira profissional, são de um contexto ambiental,

econômico e cultural muitas vezes diferentes que levam a distorções de custos

indesejáveis. Diante do fato, esse trabalho de conclusão de curso objetiva comparar

em que aspectos dois orçamentos, um feito usando dados personalizados e outro

usando composições de serviços do TCPO e de custos do SINAPI, divergem entre si.

Para tanto, foi feito levantamento bibliográfico que apresenta a teoria pertinente à

temática, como classificação dos orçamentos, tipos de custos, metodologia de

orçamentação, e etc., e um estudo de caso em um empreendimento habitacional no

município de Feira de Santana, na Bahia.

Palavras-Chave: Orçamento, Orçamento discriminado, Custos Diretos, Custos

Indiretos, TCPO, SINAPI.

Page 6: TCC Jader Lustosa Final

ABSTRACT

In our country, companies neglect essential processes of budget planning in relation

to their enterprises. The data used by those companies are provided by relied

institutions, in addition, the data is obtained in a professional and an accurate way.

However, those data are often based on different economic, environmental and cultural

parameters. Consequently, the application of this data generates unwanted errors on

final results of budget. Thus, this thesis has as objective, to compare two different

budgets. The first one is based on personalized data and the second one is based on

services compositions of TCPO and costs of SINAPI. To accomplish this, it was made

a literature presenting the theory related to budget classification, types of cost and

budget methodology. Furthermore, it was made a study case in a housing building

located at Feira de Santana county, at state of Bahia.

Key-words: Budgets, Detailed Budget, Indirect Costs, Direct Costs, TCPO, SINAPI.

Page 7: TCC Jader Lustosa Final

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Custos Fixos .................................................................................... 18

Figura 2 - Custos Variáveis .............................................................................. 19

Figura 3 - Custos Semi - Variáveis ................................................................... 19

Figura 4 - Custos Totais. .................................................................................. 20

Figura 5 - Etapas do processo de orçamentação ............................................. 28

Figura 6 - EAP de uma Casa sob forma de organograma ............................... 31

Figura 7 - Esquema de componentes do preço final de venda ........................ 44

Figura 8 - Gráfico de comparação dos preços de venda .................................. 66

Figura 9 - Gráfico comparativo de custos diretos totais ................................... 67

Figura 10 - Gráfico comparativo das etapas construtivas ................................ 68

Figura 11 - Gráfico comparativo dos custos de Serviços ................................. 68

Page 8: TCC Jader Lustosa Final

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela do SINAPI para preços de Insumos em Salvador no mês de

Junho/2014....................................................................................................... 25

Tabela 2 - Valores do coeficiente K para cálculo dos custos de manutenção de

equipamentos ................................................................................................... 43

Page 9: TCC Jader Lustosa Final

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tabela referente ao CUB/m² do estado da Bahia para residencias de

baixo padrão referente ao mês de novembro de 2014 ..................................... 23

Quadro 2 - Quadro do SINAPI para preços de serviços em Salvador no mês de

Junho/2014....................................................................................................... 25

Quadro 3 - Referência para composições de custos unitários. ....................... 34

Quadro 4 - Planilha de encargos sociais da mão de obra da construção civil no

estado da Bahia ............................................................................................... 39

Quadro 5 - Resumo dos tributos incidentes sobre os preços de venda ........... 47

Quadro 6 - Composição do Serviço Locação da Obra: execução de gabarito . 52

Quadro 7 - Composição do Serviço de Levante de alvenaria Estrutural com blocos

de concreto do TCPO ....................................................................................... 55

Quadro 8 - Composição do Serviço de Levante de Alvenaria Estrutural com blocos

de concreto adaptado do TCPO ....................................................................... 56

Quadro 9 - Tabela Salarial de trabalhadores da Construção Civil ajustada em Março

de 2014. ........................................................................................................... 57

Quadro 10 - Composição do Serviço de Assentamento de Janela de Alumínio de 1,2

x 1,6 m. ............................................................................................................ 58

Quadro 11 - Composição do serviço de assentamento de Janela de alumínio de 1,2

x 1,2 m. ............................................................................................................ 59

Quadro 12 - Tabela resumo dos custos do orçamento de base ....................... 63

Quadro 13 - Tabela resumo dos custos do Orçamento de Comparação ......... 65

Quadro 14 - Diferença percentual entre os custos unitários dos serviços do

orçamento de comparação em relação ao orçamento de base........................ 69

Quadro 15 - Comparativo de Mão de Obra e Materiais .................................... 71

Quadro 16 - Composição do serviço de estrutura de madeira para telha ondulada do

orçamento de comparação. .............................................................................. 73

Quadro 17 - Composição do serviço de Madeiramento para telha ondulada do

orçamento de base ........................................................................................... 73

Quadro 18 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação com bloco

de concreto do orçamento de comparação. ..................................................... 74

Quadro 19 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação do

orçamento de base ........................................................................................... 75

Page 10: TCC Jader Lustosa Final

LISTA DE SIGLAS

BNH – Banco Nacional de Habitação

BDI – Benefícios e Despesas Indiretas

CLT – Convenção Coletiva do Trabalho

COHAB – Companhia de Habitação Popular

CUB – Custo Unitário Básico

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INOCOOP – Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

MCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI – Serviço Social da Indústria

SINTRACOM-BA – Sindicato Dos Trabalhadores Na Industria da Construção Civil e

Da Madeira No Estado Da Bahia

SINDUSCON – Sindicatos Estaduais da Indústria da Construção Civil

SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da construção Civil

TCPO – Tabelas de Composições de Preços Orçamentários

Page 11: TCC Jader Lustosa Final

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12

1.1. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 13

1.2. OBJETIVO ............................................................................................. 14

1.2.1. Geral ................................................................................................ 14

1.2.2. Específico ........................................................................................ 14

1.3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .......................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16

2.1. HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO .................................. 16

2.2. CUSTOS ................................................................................................ 17

2.2.1. Classificação dos Custos ................................................................. 17

2.3. PROPRIEDADES DOS ORÇAMENTOS ............................................... 20

2.4. TIPOS DE ORÇAMENTO ...................................................................... 21

2.4.1. Estimativa de Custo ......................................................................... 22

2.4.2. Orçamento Preliminar ...................................................................... 26

2.4.3. Orçamento Discriminado ................................................................. 26

2.5. ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO ........................................................... 27

2.5.1. Estudo das Condicionantes ............................................................. 29

2.5.2. Identificação dos Serviços ............................................................... 30

2.5.3. Levantamento das Quantidades ...................................................... 32

2.5.4. Custos Diretos de Produção ............................................................ 33

2.6. FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA ............................................... 44

2.6.1. BDI ................................................................................................... 45

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 49

3.1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ........................................................ 49

Page 12: TCC Jader Lustosa Final

3.2. ESTRATÉGIA ........................................................................................ 49

3.3. DELINEAMENTO DO TRABALHO ........................................................ 50

3.3.1. Descrição do Empreendimento ........................................................ 50

3.3.2. Processo de Orçamentação Adotado .............................................. 51

3.3.3. Considerações Feitas para Compatibilização .................................. 54

3.3.4. Comparação Entre os Orçamentos.................................................. 61

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................. 62

4.1. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE BASE ............................................ 62

4.2. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE COMPARAÇÃO ............................ 63

4.3. ORÇAMENTO DE BASE X ORÇAMENTO DE COMPARAÇÃO ........... 65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 77

5.1. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS....................................... 78

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79

ANEXO A – PLANILHA DE CUSTOS DIRETOS ORÇAMENTO DE B ASE….83

ANEXO B – PLANILHA DE CUSTOS DIRETOS ORÇAMENTO DE

COMPARAÇÃO ................................................................................................87

ANEXO C – PLANILHA DE DESPESAS INDIRETAS .....................................94

ANEXO D – PROJETOS ARQUITETONICOS ................................................100

ANEXO E – PROJETOS ESTRUTURAIS .......................................................107

ANEXO F – PROJETOS ELÉTRICOS .............................................................113

ANEXO G – PROJETOS HIDRÁULICOS .......................................................115

ANEXO H – PROJETOS SANITÁRIOS ...........................................................117

Page 13: TCC Jader Lustosa Final

12

1 INTRODUÇÃO

Durante os anos 80 do século passado, o Brasil atravessava um momento de

crise econômica gerada pelo endividamento externo, em função dos investimentos

com dinheiro estrangeiro para incentivos em políticas industriais na década anterior.

Na “década perdida”, a Construção Civil praticamente parou, e o setor de habitação

era alentado quase que exclusivamente por construções de COHABs e INOCOOPs.

No final do século XX e início do século XXI, no entanto, o mercado brasileiro voltou

a se desenvolver devido a sua reinserção no processo de globalização da economia

(CARDOSO, 2000; CAMPOS JÚNIOR, 2005).

Mais recentemente, em 2007, o governo federal lançou o Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) com intuito de planejar, para os quatro anos

seguintes, políticas públicas para o desenvolvimento da economia através de

investimentos nas indústrias da construção civil, transporte e energia. O setor de

habitação foi um dos mais atingidos, incentivado pelo aumento do crédito com a

criação do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que ampliou a atuação dos

bancos públicos no setor. O resultado foi um crescimento elevado no número de

construtoras e o desenvolvimento de outras tantas (MINISTÉRIO DO

PLANEJAMENTO, 2014).

Dentro desse panorama, estratégias empresariais com objetivo de reduzir

custos e aumentar a produtividade ganharam força, visando aumentar a atuação das

empresas em um mercado competitivo.

Esse pensamento, todavia, ainda não atingiu completamente todos os

empresários da construção civil. Um orçamento adequado à realidade é

imprescindível para garantir, por um lado, que não haja prejuízos com um projeto e,

por outro, que os custos sejam competitivos: não podem haver desvios muito grandes

em relação ao custo real. Uma prática comum, no entanto, é usar composições de

bancos de dados de organizações consagradas que, embora elaboradas de maneira

profissional, são incompatíveis com especificidades regionais e particularidades de

cada empresa.

Page 14: TCC Jader Lustosa Final

13

1.1. JUSTIFICATIVA

Ainda é comum encontrar empresas do ramo da construção civil que se valem

de conhecimentos previamente adquiridos para estimar ordens de grandeza dos

custos de seus empreendimentos, não usando essa experiência de maneira racional

para chegar a valores mais precisos.

Esse pensamento é incompatível com os requisitos do mundo contemporâneo,

globalizado e competitivo, que exige cada vez mais do empresário que pretende

manter-se competitivo, investimento na aplicação consciente de princípios da

engenharia de custos.

Segundo Dias (2006), é de grande responsabilidade das empresas e dos

profissionais orçamentistas a preparação adequada de um orçamento, em função do

aumento da competitividade da área de engenharia civil, com surgimento de novas

empresas e especialização de outras tantas.

O orçamento discriminado é um instrumento comumente usado. Todavia, um

orçamento é adequado apenas quando os custos nele discriminados são compatíveis

com a realidade.

Uma prática comum é o uso de bancos de dados externos à empresa para a

orçamentação dos custos diretos, operados por bancos governamentais ou empresas

especializadas, como as Tabelas de Composições de Preços Orçamentários (TCPO)

da PINI e as tabelas de referência de insumos do Sistema Nacional de Pesquisa de

Custos e Índices da construção Civil (SINAPI) que, mesmo sendo amplamente

difundidas e consagradas, são construídas em um contexto ambiental, cultural e

econômico diferente, levando a distorções nos custos parciais e finais dos

empreendimentos quando usadas de forma indiscriminada.

Desta maneira, escolheu-se analisar qual o impacto do uso das Tabelas de

Composições de Custos Unitários da PINI e tabelas de referência de insumos do

SINAPI no orçamento de uma obra.

Page 15: TCC Jader Lustosa Final

14

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Geral

Analisar comparativamente dois preços de venda de um empreendimento

imobiliário obtidos por orçamentação discriminada fazendo-se uso de dados

apropriados e dados de bancos de dados externos.

1.2.2. Específicos

• Identificar os critérios para levantamento de custos através de orçamentação

discriminada;

• Comparar os orçamentos discriminados e apresentar os aspectos relevantes

do comparativo.

1.3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Para alcançar os objetivos propostos, o presente trabalho foi estruturado em

cinco capítulos, sintetizados a seguir.

O presente capítulo introduz o trabalho, contextualizando-o e justificando-o,

além de listar os objetivos a serem perseguidos.

No capítulo dois é feito o referencial teórico, abordando os principais conceitos

e conteúdos necessários para realizar a pesquisa.

O capítulo três descreve a metodologia utilizada e apresenta as características

do empreendimento objeto de estudo.

No quarto capítulo são apresentados os resultados bem como as análises dos

dados obtidos.

Page 16: TCC Jader Lustosa Final

15

Por fim, no capítulo cinco, são feitas considerações finais e proposta para

pesquisas futuras.

Page 17: TCC Jader Lustosa Final

16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO

O orçamento surgiu como fruto da insatisfação do povo com a cobrança

aleatória de impostos e gastos arbitrários de governantes durante o século XVII,

período de intensos questionamentos e anseios por mudanças de paradigmas na

sociedade que culminaram em movimentos como a Revolução Francesa e

Independência Americana. No Brasil, o descontentamento com os tributos impostos

pela Corte Portuguesa foram importantes motivos para incentivar o movimento da

independência durante o século XIX. Desde então, mecanismos de proteção do

dinheiro público foram sendo paulatinamente instalados para fiscalizar os gastos,

prever receitas e programar despesas (ÁVILA, 2001).

A orçamentação, depois de consagrada na administração pública, estendeu-

se à empresa privada, que precisava suprir a necessidade de tornar-se competitiva

frente ao surgimento contínuo de novas organizações. Para atender essas exigências

de mercado, os gastos precisaram ser enxugados e então o sucesso ou fracasso das

atividades profissionais passaram a depender, de maneira mais intensa, da forma

como são estabelecidas as cobranças dos serviços prestados. O orçamento então

passou a ser um dos fatores primordiais para um resultado lucrativo (MATTOS, 2006).

O termo orçamento possui sentidos diversos em função do alcance de sua

aplicação. No âmbito da Engenharia Civil, o orçamento pode ser definido como a

previsão dos gastos para execução dos serviços de um empreendimento desde a sua

concepção até a entrega. Portanto, um orçamento eficiente é essencial para o

sucesso financeiro do projeto e, quando mal feito, fatalmente ocorrem frustrações de

custo e prazo (MATTOS, 2006; GIAMUSSO, 1991). Entretanto, a importância do

orçamento para um empreendimento vai além da função de estabelecer os custos de

execução dos serviços: o orçamento atende a outras necessidades que vão desde a

formalização do projeto até o planejamento das atividades. De acordo com Limmer

Page 18: TCC Jader Lustosa Final

17

(1997) e Ávila (2001), o orçamento precisa ser direcionado a alcançar os seguintes

objetivos:

• Prever, com precisão, os custos de execução do empreendimento afim de obter

um orçamento competitivo;

• Constituir-se em documento contratual, servindo de base para o faturamento

da empresa executora e para esclarecer dúvidas ou omissões quanto a

pagamentos.

• Ser instrumento balizador do planejamento, fornecendo dados para execução

de cronogramas, histograma de recursos, curvas ABC, etc.

2.2. CUSTOS

Um orçamento é constituído em termos de custos da execução do

empreendimento. Os custos são definidos como os bens e serviços gastos para a

realização de outros bens e serviços (CABRAL, 1988).

2.2.1. Classificação dos Custos

Dentre as diversas categorizações de custos incorridos em uma obra,

aparecem com mais frequência na literatura as classificações segundo a facilidade de

atribuição e variabilidade, por serem as bases conceituais para a definição dos

métodos de custeio (ANDRADE E SOUZA, 2003).

A facilidade de atribuição diz respeito a facilidade com que um custo é atribuído

a um produto e são diferidos em custos diretos e custos indiretos: (CABRAL, 1988)

• Custos Diretos: São facilmente atribuíveis a um produto, sendo quantificáveis

para execução dos serviços. Para a execução de uma parede de alvenaria, por

Page 19: TCC Jader Lustosa Final

18

exemplo, podemos quantificar o material necessário para fazê-la, o tempo de

mão-de-obra e de equipamento requerido.

• Custos Indiretos: São custos de difícil atribuição aos serviços, sendo, por

conveniência, rateados. Como exemplo, pode-se citar a difícil atribuição do

serviço do engenheiro ao levante de uma parede de alvenaria.

A classificação quanto a variabilidade ou volume de produção refere-se à

variação do custo em relação à variação do volume de produção. São agrupados, de

acordo com Limmer (1997), em custos fixos, custos variáveis, custos semi-variáveis e

custos totais.

• Custos Fixos: Dentro de uma faixa de volume de produção, são os custos que

praticamente não variam com a quantidade produzida, como mostra a Figura

1. Os gastos com equipe técnica, de suporte, e administração permanecem

inalteradas com o aumento do volume de produção.

Figura 1 - Custos Fixos

• Custos Variáveis: São custos que variam de forma diretamente proporcional ao

volume de produção, como mostra a Figura 2. O gasto mensal com blocos, por

exemplo, varia com a velocidade de execução de alvenaria.

Adaptado de: Limmer, 1997

Page 20: TCC Jader Lustosa Final

19

Figura 2 - Custos Variáveis

• Custos Semi-variáveis: Variam de maneira não diretamente proporcional com

a variação da quantidade produzida, como mostra a Figura 3. Salário de

operários trabalhando na produção é fixo até que alcancem uma determinada

meta; a partir de então, passam a receber proporcionalmente ao volume

produzido.

Figura 3 - Custos Semi - Variáveis

Adaptado de: Limmer, 1997

Adaptado de: Limmer, 1997

Page 21: TCC Jader Lustosa Final

20

• Custos totais: Variação total de custos em função da quantidade produzida,

como mostra a Figura 4. Resulta da soma dos custos fixos, variáveis e semi -

variáveis.

Figura 4 - Custos Totais.

2.3. PROPRIEDADES DOS ORÇAMENTOS

A metodologia de elaboração de orçamentos é universal e sistemática, sendo

igualmente aplicável a qualquer local, obra e construtora. Todavia, uma obra é função

de várias variáveis que interagem de maneira complexa, tornado cada projeto, e, por

consequência, cada orçamento, único. As propriedades dos orçamentos que surgem

dessa interação de fatores são a aproximação, especificidade e temporalidade

(GODOI, 2009; MATTOS, 2006).

• A aproximação refere-se ao caráter estimativo do orçamento, uma vez que os

custos das variáveis envolvidas são aproximados, baseados em dados

estatísticos. Portanto, não se espera que um orçamento seja exato, porém,

quanto mais criteriosa for a orçamentação, mas preciso é o orçamento. A

aproximação está embutida em diversos itens, como os índices de

Adaptado de: Limmer, 1997

Page 22: TCC Jader Lustosa Final

21

produtividade, encargos sociais e trabalhistas, custo horário de equipamento,

preço e perda de insumos, etc.

• Cada empreendimento possui suas especificidades e, portanto, duas obras

idênticas, quando executadas sob condições diferentes, apresentam custos

diferentes. Como exemplos, pode-se citar que nível técnico influencia na

racionalidade do uso da mão-de-obra e dos materiais e o clima da região

influencia nos dias efetivamente trabalhados.

• A temporalidade diz que o custo de um empreendimento depende do momento

em que este é realizado, uma vez que flutuações de preço no mercado são

constantes. Um orçamento muito antigo apresenta, portanto, quantitativos

coerentes, porém deve apresentar preços defasados.

2.4. TIPOS DE ORÇAMENTO

O orçamento é uma das primeiras informações requisitadas pelo

empreendedor, uma vez que um projeto de construção implica em gastos

consideráveis que precisam ser planejados e controlados adequadamente. A precisão

é desejável, uma vez que ela torna o levantamento confiável.

A precisão de um orçamento é função das informações disponíveis para a sua

execução e critério com que é executado. Um orçamento seguro e funcional advém

de uma orçamentação responsável baseado em informações completas, com projetos

principais, complementares e especificações técnicas rígidas de serviços e materiais

(LIMMER, 1997).

Por outro lado, o orçamento é uma importante ferramenta de análise de

viabilidade do empreendimento quando da sua concepção. Durante esta fase, o nível

de confiabilidade de um orçamento é baixo, uma vez que as informações são

escassas para a sua execução. Existem, portanto, níveis de detalhamento de

orçamentos que atendem às necessidades de cada estágio do projeto. Estes níveis

são classificados em estimativa de custo, orçamento preliminar ou orçamento

discriminado (DIAS, 2006; GOLDMAN, 1997).

Page 23: TCC Jader Lustosa Final

22

2.4.1. Estimativa de Custo

É um orçamento expedito que pretende avaliar o custo global da construção

durante a fase de anteprojeto e, em função da baixa informação disponível e do tempo

requerido para desenvolvê-lo, é de baixa precisão. Este orçamento, porém, é

imprescindível, uma vez que é através dele que se executa o estudo de viabilidade

econômica do empreendimento. Para o cálculo de estimativas de custos, existem

algumas referências disponíveis. Entre as mais utilizadas estão o Custo Unitário

Básico (CUB) e índices do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices na

Construção Civil (SINAPI) (SCHMITT, 1987; GOLDMAN, 1997).

2.4.1.1. CUB

O CUB surgiu através da lei 4591/64, artigos 53 e 54, legislação esta que obriga

aos Sindicatos Estaduais da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON) a divulgar,

mensalmente, o custo por metro quadrado construído em concordância com os

padrões para cálculo estabelecidos pela NBR 12721/05, com o objetivo de disciplinar

o mercado de incorporação imobiliária, servindo de parâmetro para o estabelecimento

de preços de venda de imóveis (SIDUSCON-MG, 2007).

Desde a sua origem na NB-140/65, a referência normativa evoluiu,

incorporando novos projetos-padrão, novos lotes de insumos e atualizando-se com a

realidade do mercado, ganhando representatividade no setor de incorporação e

construção. Desta maneira, o CUB passou a ser também um indicador

macroeconômico dos custos da construção civil (SIDUSCON-MG, 2007).

Para o cálculo do CUB, a SINDUSCON obtém junto às empresas da sua região

jurisdicional o preço dos materiais. A mão-de-obra é calculada de acordo com o

percentual de encargos sociais e trabalhistas incendes sobre o salário em coerência

com a legislação local e a Convenção Coletiva do Trabalho (CLT). O CUB é, portanto,

Page 24: TCC Jader Lustosa Final

23

o preço mediano do metro quadrado construído em determinada região. (MATTOS,

2006).

Para o cálculo do custo estimado de um empreendimento usando o CUB como

referencial, multiplica-se a área equivalente pelo custo unitário do metro quadrado

referente ao tipo e padrão de construção a ser executada. A área equivalente é a “área

virtual cujo custo de construção é equivalente ao custo da respectiva área real,

utilizada quando este custo é diferente do custo unitário básico da construção adotado

como referência” e a metodologia para a sua obtenção está padronizada pela NBR

12721/05 (NBR 12721/05, 2005).

O Quadro 1 refere-se aos CUB do estado da Bahia no mês de junho/2014 para

projetos de padrão residencial baixo.

Quadro 1 - Tabela referente ao CUB do estado da Bahia para residências de baixo padrão referente ao mês de novembro de 2014

Fonte: Sinduscon – Ba, 2014.

Onde:

• R - 1 refere-se a residências unifamiliares;

• PP - 4 a prédios populares;

• R - 8 a edifícios com oito pavimentos tipo;

• R - 16 a edifícios com 16 pavimentos tipo.

Page 25: TCC Jader Lustosa Final

24

2.4.1.2. SINAPI

O SINAPI é um sistema gerido pela CAIXA (Caixa Econômica Federal) e IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a pesquisa de custos e índices da

construção civil. Criado em 1969 pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), o SINAPI

surgiu para preencher as lacunas relativas à indisponibilidade de custos e índices,

considerados importantes para análise, atualização e avaliação de orçamentos para

a programação de investimentos. Implantado, o SINAPI divulgava mensalmente o

preço dos insumos para o setor de habitação, contemplando apenas em 1997 os

setores de saneamento e infraestrutura urbana, em conformidade com resolução

nº161/94 do Conselho Curador do FGTS, que exigiam a inclusão destes setores no

programa (IBGE, 2014; CEF, 2014).

Diferente do CUB, o SINAPI possui uma abordagem microeconômica dos

custos de uma obra, sendo constituído dos preços dos insumos, dos índices de

produtividade e do custo final do serviço.

Para a obtenção dos custos e índices, cabe ao IBGE coletar mensalmente o

preço de materiais, equipamentos e salários das categoriais profissionais junto aos

estabelecimentos comerciais, industriais e sindicatos da construção civil em todas as

capitais do país. À CAIXA, cabe gerir o setor técnico do sistema, mantendo a base

cadastral de coleta, os projetos, as relações de serviços, especificações, composições

de custo e os métodos de produção (CEF, 2014).

A Tabela 1 e o Quadro 2 referem-se, respectivamente, a trechos das relações

de preços de insumos e serviços do SINAPI para a cidade de Salvador divulgadas no

mês de junho de 2014.

Page 26: TCC Jader Lustosa Final

25

Fonte:

CEF, 2014.

Fonte: CEF, 2014.

Tabela 1 - Tabela do SINAPI para preços de Insumos em Salvador no mês de Junho/2014

Quadro 2 - Quadro do SINAPI para preços de serviços em Salvador no mês de Junho/2014.

Page 27: TCC Jader Lustosa Final

26

2.4.2. Orçamento Preliminar

Executado com a função de estudar a viabilidade financeira, o orçamento

preliminar leva a resultados menos distorcidos do que a estimativa de custos, uma vez

que se baseia em um número maior de indicadores, tratando o empreendimento não

em caráter global, mas dividindo-o em elementos construtivos (SCHMITT, 1987).

O orçamento preliminar pelo custeamento dos elementos construtivos

decompõe a edificação em itens de fácil identificação, pormenorizados de acordo com

a importância que esse item representa para o custo global. Para balizar os

parâmetros a serem estabelecidos, utilizam-se dados de serviços de porte e natureza

semelhantes encontrados em publicações especializadas, como taxas corriqueiras de

armadura, espessura média de lajes, dimensões de pilares, deslocamento de terra,

etc. (MATTOS, 2006; SCHMIT, 1987).

Uma outra abordagem comum é o uso de dados históricos para determinar o

percentual de participação das diversas etapas da obra no custo total do projeto. Essa

metodologia, porém, é aplicável somente para obras semelhantes. Projetos que fogem

ao corriqueiro possuem peculiaridades que podem tornar os dados inconsistentes

(SCHMITT, 1987).

Tisaka (2006) alerta para o fato de que é importante utilizar métodos diferentes

para orçamentos preliminares e analisar os resultados obtidos de forma criteriosa

como forma de reduzir o risco de erros orçamentários.

2.4.3. Orçamento Discriminado

O orçamento discriminado busca estimar o custo final do projeto através do

detalhamento e determinação do custo de cada recurso exigido para a execução dos

serviços. Esses recursos traduzem-se em custos diretos, determinados através de

composições de custos: fórmulas empíricas que relacionam às quantidades a serem

Page 28: TCC Jader Lustosa Final

27

executadas, os índices de mão-de-obra, materiais e equipamentos mobilizados por

unidade de serviço, e em custos indiretos, como as equipes técnicas, administrativas

e de suporte da obra, custos de manutenção do canteiro, manutenção da sede da

empresa, lucro, etc., essenciais para o andamento dos serviços e saúde do

empreendimento (GONZALEZ, 2008; VALENTINI, 2009).

2.5. ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO

A orçamentação é um processo inerente a cada empresa, que aplica taxas,

valores e metodologias próprias para a previsão dos custos. O trabalho de elaboração

de orçamento respeita, porém, uma sequência bem definida de três grandes etapas

de trabalho: o estudo das condicionantes, a determinação dos custos diretos e

indiretos, e o estabelecimento do preço global (ÁVILA, 2001).

Durante a fase de estudo das condicionantes, o empreendimento será

estudado para conhecer-se os padrões e dificuldades. Na fase de composição de

custos, a estrutura da obra é desmembrada para que os serviços sejam

individualmente orçados e os custos indiretos planejados, formando o custo global da

obra. Na fase final, determina-se o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), levando em

conta os tributos, lucro almejado, e custos indiretos para estabelecer a planilha de

preços final (ÁVILLA, 2001; MATTOS, 2006).

A Figura 5 sintetiza o processo de orçamentação.

Page 29: TCC Jader Lustosa Final

28

Fonte: Mattos, 2006

Figura 5 - Etapas do processo de orçamentação

Page 30: TCC Jader Lustosa Final

29

2.5.1. Estudo das Condicionantes

A realização de um empreendimento é função de uma grande quantidade de

variáveis, o que torna essencial para precisar os valores do orçamento e sucesso

financeiro do projeto a análise das condições de contorno. De acordo com Dias (2006),

cabe ao engenheiro de custos considerar, quando do início da orçamentação, os

pontos:

• Analisar os dados disponíveis;

• Fazer visitação técnica ao local de execução do empreendimento;

• Em licitações, verificar a prioridade de vencer a licitação.

Os dados disponíveis no início do processo de orçamentação, a depender da

modalidade do empreendimento (incorporação, licitação, etc.), são comumente os

projetos, os cadernos de encargos e os editais de licitação.

Os projetos são informações visuais e o caderno de encargos traz informações

textuais qualitativas que fornecem as especificações técnicas dos materiais,

tolerâncias dimensionais, qualidade e ensaios requeridos; características do projeto

finalizado e dificuldades executivas; permitem quantificar os serviços, materiais e

mão-de-obra. Os editais, quando o processo é licitatório, estabelece os parâmetros

requisitos para a participação da licitação, tais como o prazo da obra, critérios de

medição, penalidades sujeitas, documentação requeridas, seguros exigidos, etc. A

análise desses dados permitem conhecer o nível de complexidade do

empreendimento, o padrão de qualidade e a especialização requerida para a mão-de-

obra (MATTOS, 2006; TISAKA, 2006).

A visitação técnica é importante para complementar a análise dos dados,

estudando-se as implicações da localização da obra, tais como a disponibilidade de

mão-de-obra especializada na região; a distância para jazidas de materiais,

fornecedores e da sede da empresa; disponibilidade de infraestrutura; as dificuldades

executivas impostas pelo terreno, condições de acesso aos serviços e a implantação

da estrutura do canteiro (DIAS 2006).

Page 31: TCC Jader Lustosa Final

30

2.5.2.Identificação dos Serviços

Após os dados reunidos e estudados e a visita técnica feita ao local da obra, o

orçamentista possui as informações necessárias para estabelecer a estrutura do

projeto em fases, etapas, subetapas e serviços convenientemente às necessidades

de visualização e controle do orçamento (ÁVILA, 2001).

A estrutura analítica de projeto (EAP), conhecida também pela expressão Work

Breakdown Strutucture (WBS) ou “Estrutura de Decomposição de Trabalho”, é a

estrutura hierarquizada resultante da decomposição de um projeto em unidades mais

simples e de manuseio mais fácil. Organizada em organogramas, sob forma de

listagem analítica ou ainda como mapa mental, cada nível estabelece um grupo de

itens que formam o projeto com maior ou menor detalhamento a depender da posição

no conjunto, sendo o 1º nível o próprio projeto, e o último, os pacotes mais simples de

trabalho convenientes às necessidades (MATTOS, 2010).

Apesar de ser tradicionalmente uma ferramenta de planejamento, a estrutura

analítica de projeto pode ser adaptada ao processo de orçamentação, sendo

importante ponte entre as duas áreas. Estruturando o projeto em níveis de

detalhamento e orçando-se os pacotes mais elementares da EAP, que são os serviços

orçados nas composições de custo, forma-se um importante parâmetro para balizar

os custos reais de execução. O trabalho de aferir os dados reais e confrontar com os

dados do orçamento por sua vez, retroalimenta os bancos de informação do setor de

orçamentário, que revê os coeficientes adotados na elaboração do orçamento

(GIAMUSSO, 1991; KNOLSEISEN, 2003).

Page 32: TCC Jader Lustosa Final

31

Figura 6 - EAP de uma Casa sob forma de organograma

Page 33: TCC Jader Lustosa Final

32

2.5.3. Levantamento das Quantidades

A fase de levantamento de quantidades merece atenção especial, uma vez que

é nela que se definirão as quantidades adquiridas para a execução e é com base nelas

que se dimensionarão as equipes de produção para os prazos estabelecidos.

Por ser uma fase que exige discernimento do orçamentista e por faltar

padronizações completas de materiais de construção civil e de processos de

quantificação, o processo de levantamento de quantidades é feito manualmente e

requer atenção redobrada, uma vez que um erro simples de medida ou de cálculo

pode gerar custos adicionais desnecessários (GODOI, 2009).

Assim como se recomenda para a listagem de serviços, o quantitativo só pode,

a rigor, ser executado após a conclusão do projeto, quando todos os dados técnicos

(memoriais, caderno de encargos, projetos gráficos) estão disponíveis para o

orçamentista. Para efetuar o processo, é preciso ter estes dados a mão pois eles irão

dizer quando, como e onde serão usados cada material. O levantamento a partir de

anteprojetos é permeado de um fator de incerteza, que é refletido no orçamento,

causando elevação nos custos e discrepâncias entre planejado e orçado (GODOI,

2009; GONZALEZ, 2008; ÁVILA; LIBRELLOTO; LOPPES, 2003).

Em relação à medição das quantidades de serviços, os procedimentos são

simples na maioria dos casos. Alguns serviços e materiais todavia, possuem

peculiaridades que levam a estimativas menos precisas ou que dão margem a

diferentes formas de quantificação, levando a valorações diferentes. Um exemplo são

as escavações: a depender da resistência e tipo de solo, este pode ter volumes de

bota-fora maiores ou menores, podem exigir maior ou menor tempo de trabalho,

requerer taludamento ou escoramento, o que dificulta a orçamentação desse tipo de

serviço. Outro exemplo são as alvenarias que, aos serem quantificadas, podem ser

levados em conta ou não os vãos, os só os vãos maiores, descontada a massa, etc.

(GONZALEZ, 2008).

O trabalho de quantificação é, na maioria das empresas, feito manualmente e,

portanto, passível de erro. Desta forma, recomenda-se que o processo seja executado

por uma pessoa e verificado por outra. Para a verificação dos resultados, bem como

Page 34: TCC Jader Lustosa Final

33

a leitura de terceiros envolvidos, recomenda-se disponibilizar o memorial de cálculo e

as padronizações de medição (GODOI, 2009).

2.5.4. Custos Diretos de Produção

Define-se como custo direto de produção de uma obra a somatória dos custos

de todos os insumos que a ela se incorporam, sendo facilmente mesuráveis e

relacionáveis ao produto. Estes insumos podem ser classificados em mão-de-obra,

material ou equipamento (LIMMER,1997; TISAKA, 2006).

No orçamento discriminado, a obra é desdobrada nos diversos serviços que a

compõe e, cada serviço, por sua vez, é desdobrado nos seus insumos constituintes.

O custo de cada serviço é então estabelecido pela composição de custos: processo

de estabelecimento do custo de cada atividade individualizada por insumos, de acordo

com a quantidade gasta de cada um desses insumos para a realização do volume

requerido (GIAMUSSO, 1991; MATTOS, 2006).

2.5.4.1. Composição Unitária dos Serviços

Os custos unitários são os custos incorridos para a execução de uma unidade

do serviço. Na composição de custos unitários, esse custo é detalhado em termos da

quantidade de cada insumo aplicado para a execução da unidade da atividade

multiplicado pelo custo unitário do insumo (TISAKA, 2006).

Os custos unitários são detalhados em uma ficha, como a apresentada no

Quadro 3.

Page 35: TCC Jader Lustosa Final

34

Quadro 3 - Referência para composições de custos unitários.

CÓDIGO DESCRIÇÃO CLASS UNID. COEF. PREÇO UNIT

PREÇO TOTAL

Nos títulos estão designados a coluna Código, para localização e identificação

dos itens nos bancos de dados; a coluna Descrição, onde entram o nome do serviço

ou dos insumos; a coluna Classe, que classifica o item descrito em termos da

categoria de insumo em que ele se encaixa; Unidade, onde entram as unidades de

medida do item a qual se refere; a coluna Coeficiente, a quantidade gasta daquele

insumo para a realização de uma unidade de serviço; a coluna Preço Unitário, custo

de uma unidade de insumo e a coluna Preço Total, que é o custo do insumo para

realizar uma unidade do serviço. Geralmente, as composições trazem os percentuais

de perdas embutidas no coeficiente, mas há quem prefira separá-los. Nessa variante,

as tabelas trazem uma nova coluna, denominada Fator. Na coluna de fator estão os

percentuais de perda de materiais e, no caso da mão-de-obra, a taxa de encargo

social que incidirá sobre o custo horário dos operários.

2.5.4.2. Custo dos Materiais

A determinação dos custos dos materiais em um orçamento perpassa pelos

processos de identificação dos materiais e conhecimento e negociação dos preços

ofertados no mercado. A identificação dos materiais é feita em sequência à

identificação dos serviços, tendo-se posse de todas as informações técnicas. Os

preços ofertados pelo mercado são pesquisados através da cotação de insumos

(MATTOS, 2006).

A tarefa de cotação de insumos consiste em pesquisa das melhores ofertas de

materiais praticadas no mercado. Essa pesquisa porém requer cuidado, uma vez que

Page 36: TCC Jader Lustosa Final

35

diversos fatores influem no custo de um insumo e, é preciso prestar atenção a quais

desses fatores são contemplados no preço ofertado pelo fornecedor (MATTOS, 2006;

DIAS, 2006).

Durante o processo de cotação, os principais fatores que influenciam, segundo

Mattos (2006) e Dias (2006), no preço dos insumos são:

• Especificações técnicas

• Unidade e embalagem;

• Quantidade;

• Prazo de Entrega;

• Condições de Pagamento;

• Validade da proposta;

• Local e condições de entrega;

• Despesas complementares.

Ao ser cotado, o material a ser entregue deve ser caracterizado livre de

ambiguidades e, para isso, o responsável pela cotação deve fornecer todas as

especificações técnicas necessárias e o fornecedor, o escopo do produto que ele pode

entregar. Estabelecida a proposta, deve-se prestar atenção a unidade e embalagem

de entrega. A quantidade requerida é outra informação importante a ser informada já

que pode ser usada como ferramenta de negociação de preço. O local, condições de

entrega e despesas complementares influenciam diretamente no preço final. O preço

final é composto de, além do preço do produto em si, custos com frete, seguros,

montagem, taxas alfandegárias e etc. É preciso verificar, portanto, quais desses

custos finais são contemplados no preço ofertado e, os não inclusos precisam ser

adicionados pelo encarregado de cotações para análise das propostas.

Além da preocupação com o escopo e com o preço, o cronograma deve ser

levado em consideração em termos de entrega e de desembolso. As condições de

pagamento oferecidas são diversas – a prazo, à vista, com ou sem entrada, com ou

sem desconto – e, dentre as diversas opções, deve-se calcular a viabilidade do

pagamento. O desembolso à vista para o pagamento por vezes não é interessante,

Page 37: TCC Jader Lustosa Final

36

uma vez que esse valor, aplicado, poderia compensar um produto mais caro pago a

prazo. Além disso, o prazo de entrega deve satisfazer o andamento das atividades

durante a fase executiva.

Quanto ao alcance da cotação, deve ser realizada pesquisa na região onde se

desenvolverão os serviços visando reduzir os custos com transporte de materiais. A

pesquisa deve também ser realizada em outras regiões a título de comparação,

quando o volume de compra não é atendido na localidade ou compensar o custo com

o deslocamento. Alguns materiais de disponibilidade restrita ou especializados tais

como explosivos, elevadores, betume, etc., requerem um raio de atuação maior,

buscando preços em grandes centros urbanos ou diretamente em fontes

fornecedoras. A cotação deve ser feita junto a pelo menos três fornecedores

diferentes. Em caso de preços muito diferentes, é preciso ampliar a amostragem a fim

de garantir a validade pesquisa (DIAS, 2006; MATTOS, 2006).

Apesar da atração gerada pelos preços mais baixos, o profissional responsável

pela cotação deve verificar a idoneidade da empresa fornecedora. A qualidade do

produto e a garantia de entrega do que foi acordado perpassam pela competência e

pela conduta do fornecedor.

2.5.4.3. Custo da Mão-de-obra

Ao contratar um funcionário, o custo incorrido ao empregador não se resume

ao salário-base do empregado. A este valor somam-se os encargos sociais e

trabalhistas: custos demandados pela contratação de mão-de-obra que extrapolam a

remuneração relacionada ao tempo efetivo dispendido por esta mão-de-obra no

trabalho (SINDUSCON-DF, 2005).

A rigor, os encargos sociais e trabalhistas são de natureza compulsória, com

origem na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), na Constituição Federal de

1988, em leis específicas e nas convenções coletivas do trabalho. Em contrapartida,

os encargos, por conveniência dos processos orçamentários, podem ter significado

ampliado, adicionando-se às taxas compulsórias, itens inerentes à realização das

Page 38: TCC Jader Lustosa Final

37

funções e manutenção dos trabalhadores, tais como ferramentas, EPI’s, almoço e etc.

(CEF, 2014; MATTOS, 2006).

A taxa dos encargos em seu sentido restrito é composta por diversos itens,

estabelecidos por lei ou determinados estatisticamente, organizados em quatro

categorias diferentes: Encargos Sociais Básicos (Grupo A), Encargos Trabalhistas

(Grupo B), Encargos Indenizatórios (Grupo C) e as Incidências Cumulativas (Grupo

D) (SINDUSCON- DF, 2005).

• Os Encargos Sociais Básicos são taxas fixas estabelecidas por lei incidentes

sobre a remuneração do trabalhador, tais como INSS (Instituto Nacional do

Seguro Social), FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), Salário-

Educação, SESI (Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial), SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária) e Seguro contra acidentes de trabalho.

• Os Encargos Trabalhistas correspondem às remunerações recebidas pelos

dias em que não há prestação de serviços, tais como férias, repouso semanal

remunerado, feriados, auxilio-enfermidade, acidente de trabalho, licença

paternidade e maternidade, faltas justificadas, 13º salário.

• Os Encargos Indenizatórios são amparos ao trabalhador quando este é

demitido antes do fim do contrato de trabalho e sem aviso com antecedência.

As taxas da categoria são o aviso prévio, multa por rescisão do contrato de

trabalho e indenização adicional em caso de demissão 30 dias antes do

dissídio.

• As Incidências Cumulativas correspondem a incidência dos encargos sociais

básicos sobre os encargos trabalhistas e incidência das férias, FGTS e 13º

sobre o aviso prévio.

Para a determinação das taxas da empresa, os cálculos devem ser feitos em

função da forma de contratação do profissional, que pode ser horista ou mensalista.

Os mensalistas possuem salário fixo mensal, o que inclui alguns encargos como o

descanso semanal remunerado e feriados, possuindo, portanto, percentual inferior

aos horistas, que não possuem nenhum encargo embutido no salário-hora.

Page 39: TCC Jader Lustosa Final

38

Face ao elevado percentual de encargos incidentes sobre os salários, é prudente

verificar periodicamente o seu valor, verificando principalmente os itens variáveis mais

significativos, a exemplo da rotatividade da mão-de-obra que implica em avisos

prévios e multa por rescisão do contrato de trabalho. O controle dos itens variáveis

implica em aumento da competitividade da empresa (DIAS, 2006).

O Quadro 4 refere-se à planilha de encargos sociais divulgada pelo SINAPI

para o estado da Bahia no mês de setembro de 2014.

Page 40: TCC Jader Lustosa Final

39

Fonte: CEF, 2014.

Quadro 4 - Planilha de encargos sociais da mão de obra da construção civil no estado da Bahia

Page 41: TCC Jader Lustosa Final

40

2.5.4.4. Custos dos Equipamentos

Ao adquirir um equipamento, a empresa está fazendo um investimento, e o que

se espera de um investimento é retorno. Ou seja, todos os custos envolvidos com o

maquinário precisam ser considerados no orçamento, sendo repassados aos serviços

que fazem uso deste maquinário. Esses custos com equipamentos de transporte e

movimentação de materiais e mão-de-obra, que podem ser alugados ou próprios, são

inúmeros. No caso de maquinário próprio, os diversos custos que compõem o valor

final são de três categorias diferentes: custos de propriedade, custos de manutenção

e custos de operação (TISAKA, 2006; LIMMER, 1997).

• Custos de Propriedade

Os equipamentos, do momento em que são adquiridos, passam a se

desvalorizar em função da idade, eficiência e da obsolescência. O custo de

propriedade é definido como custo resultante da aquisição e depreciação do

equipamento e a sua determinação é função, além do valor de desembolso na compra,

da vida útil e valor residual.

A vida útil é o valor estimado do tempo de funcionamento em que o

equipamento trabalha com produtividade e eficiência especificados para ele. No

cálculo do custo dos serviços realizados com o equipamento, o orçamentista deve

embutir as parcelas da depreciação de maneira que, ao fim da sua vida útil, todo o

investimento feito na compra tenha retornado. Ao valor da depreciação deve ser

abatido o valor residual: Após o término da vida útil, um equipamento ou o que tenha

restado dele pode ser vendido como usado ou como sucata. Esse valor é estimado

entre 10 e 20% do valor inicial, dependendo da qualidade da manutenção feita durante

a sua vida (LIMMER, 1997; MATTOS, 2006).

O método mais utilizado para o cálculo do custo horário de depreciação é o

método linear: Nesse método, assume-se que a taxa de decrescimento do valor do

equipamento é uniforme (LIMMER, 1997).

Page 42: TCC Jader Lustosa Final

41

A Equação (1), refere-se a expressão matemática para determinar o seu valor:

�ℎ =�� − �ℎ (1)

Fonte: Mattos, 2006

Onde:

• Vo é o valor de aquisição;

• R o valor residual;

• n a vida útil do equipamento em horas; e

• h o número de horas trabalhadas durante o ano.

É considerado ainda nos custos de propriedade, a remuneração que o capital

investido teria se fosse aplicado no mercado financeiro. Esses juros devem ser

levados em consideração para repor o poder de compra do capital investido e não

devem ser confundidos com lucro. Os juros horários são calculados aplicando a taxa

de juros anuais sobre o valor médio do equipamento divido pelas horas de utilização

do equipamento, como mostra a Equação (2):

�ℎ = ���� (2)

Fonte: Mattos, 2006.

Sendo:

• Im o valor médio do equipamento;

• I a taxa de juros; e

• A as horas trabalhadas do equipamento.

Page 43: TCC Jader Lustosa Final

42

O valor médio do equipamento é determinado pela Equação (3):

�� = (�� − �) ( + 1)2 + �(3)

Fonte: Mattos, 2006.

Sendo:

• Vo o valor de aquisição,

• R o valor residual; e

• n a vida útil em anos.

Deve-se, por fim, ser considerado os custos com tributos e seguros. Os custos

horários de propriedade são, em resumo, a soma dos custos horários de depreciação,

juros, obrigações tributárias e seguros (ÁVILLA, 2001).

• Custos de Operação

Os custos de operação, como diz o nome, são custos para manter a máquina

em condições de funcionar. São, comumente, gastos com pneus, combustível,

lubrificantes, filtros, energia elétrica, e operador. A determinação precisa desses

insumos é extremamente complexa, uma vez que várias variáveis influenciam no

processo, tais como o tipo, idade, estado de conservação da máquina, ambiente,

manutenção e etc. Lança-se mão então de dados experimentais tabelados (ÁVILLA,

2001).

• Custos de Manutenção

Os custos de manutenção englobam todos os gastos referentes a reparos,

incluindo os materiais requeridos, como peças de reposição e acessórios, mão-de-

Page 44: TCC Jader Lustosa Final

43

obra, além de revisões preventivas. Da mesma maneira que os custos de operação,

determinar os custos de manutenção com precisão mais apurada é um trabalho não

compensatório e difícil. Com aceitável precisão, os custos de manutenção podem ser

obtidos pela equação (4) (DIAS, 2006):

�ℎ = ��ℎ �(4)

Fonte: Mattos, 2006.

Onde:

• Vo é o valor de aquisição do equipamento;

• n a vida útil, em anos;

• h as horas trabalhadas por ano; e

• k um coeficiente de proporcionalidade.

O valor de k pode ser definido de acordo com a tabela a seguir:

Tabela 2 - Valores do coeficiente K para cálculo dos custos de manutenção de equipamentos

Fonte: Engenharia Compartilhada, 2012.

Tipo de Equipamento Coeficiente K

Moto niveladora 0,88

Moto scraper 0,85

Caminhão betoneira 0,88

Placa vibratória com motor diesel 0,56

Usina misturadora de solos 0,75

Espalhador de concreto 0,55

Trator de esteira acima de 200 KW 0,95

Bate estaca de gravidade 0,75

Caminhão basculante 0,90

Caminhão tanque 0,80

Carregadeira de pneus 0,75

Page 45: TCC Jader Lustosa Final

44

2.6. FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA

Preço é definido como o valor a ser cobrado dos clientes pela prestação dos

serviços e nele está englobado todas as despesas e lucro almejado pelo prestador do

serviço. Portanto, o estabelecimento do preço perpassa pela determinação, além dos

custos diretos e dos custos indiretos, da bonificação e dos impostos. Alguns desses

custos são de difícil aferição, ou não é do agrado das empresas revelá-los. Os custos

complementares são então costumeiramente compactados em um percentual,

chamado de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI), que, ao incidir sobre os custos

dos serviços, formam os preços dos serviços, como demonstra a Equação (5). A soma

de todos os preços dos serviços forma o preço global da obra (GONZALEZ, 2008).

�� = ��(1 + ���100)(5)

Esquematicamente:

Fonte: Própria.

Figura 7 - Esquema de componentes do preço final de venda

Page 46: TCC Jader Lustosa Final

45

2.6.1. BDI

Budget Difference Income ou Benefícios e Despesas Indiretas(BDI) é o termo

utilizado para designar o processo de rateio dos lucros e despesas de natureza

indireta sobre os custos diretos orçados de um empreendimento, estabelecendo assim

seu preço de venda (DIAS, 2007).

Compõem o BDI os custos indiretos, os tributos e o lucro ou bonificação.

A Equação (6) relaciona o BDI aos custos diretos, indiretos, impostos e lucro:

��� = �� + ��100 − (� + �)(6)

Onde:

• CD é o custo direto global;

• CI é o custo indireto global;

• I a taxa de impostos; e

• L a taxa de lucro almejada.

2.6.1.1. Custos Indiretos

Os custos indiretos não aparecem nas composições de custos, não integram

os serviços de campo, mas são inerentes ao processo, decorrentes da estrutura da

obra e da empresa (DIAS, 2006).

Compõem os custos indiretos: (Mattos, 2006; Dias, 2006; Tisaka, 2006)

• Mobilização e desmobilização: Custos de transporte dos recursos humanos,

equipamentos e instalações necessários para a realização do

empreendimento, desde a sua origem até o local de implantação do canteiro.

Page 47: TCC Jader Lustosa Final

46

• Administração local: São os custos relativos à estrutura administrativa local,

composta das equipes técnica (engenheiro, mestre, encarregados, estagiários,

etc.), de suporte (almoxarife, comprador, ferramenteiro, laboratorista, etc.), e

administrativa (auxiliares, secretário, copeira, porteiro, etc.).

• Administração Central: A sede não é geradora de receita, apenas de despesas,

portanto, é preciso fazer o rateio dessas despesas entre os contratos em

andamento.

• Taxas de despesas financeiras: Taxa para a reposição da perda monetária

decorrente da defasagem de tempo entre as despesas do mês, desembolsadas

pela construtora, e o pagamento da medição. Essa defasagem causa perda

monetária porque o dinheiro desembolsado pela construtora poderia estar

aplicado durante o período.

• Taxas de riscos de execução ou Margem de Incertezas: taxas para pagar

seguros contra imprevistos, uma vez que os orçamentos são feitos

considerando condições normais de trabalho. Podem ser imprevistos de força

maior (terremotos, criação de novos impostos, greves, guerras, etc.), de

previsibilidade relativa (atrasos no pagamento de medições, chuvas, acordos

judiciais, etc.) ou aleatórios (capotamento de caminhão, desabamento de muro

de arrimo, etc.).

• Despesas de comercialização: são gastos da empresa com tentativas sem

sucesso comercialmente ou com licitações públicas, rateadas entre os

empreendimentos em andamento.

Os custos diretos geralmente ficam em torno de 5 a 30% do custo total da

construção, a depender de aspectos que influenciam os componentes do seu valor,

tais como a estrutura da empresa e da obra, que influenciam no custo com a

administração local e global, a localização geográfica que influencia em custos com

mobilização e desmobilização, a complexidade da obra, que demanda maior

supervisão e suporte externo (consultoria), dentre outros. Portanto, o estabelecimento

das taxas de cada componente dos custos indiretos deve ser feito de forma criteriosa,

levando em consideração todas as condições de contorno (MATTOS, 2006).

Page 48: TCC Jader Lustosa Final

47

2.6.1.2.Tributos

Os impostos decorrentes de insumos – taxas de compra de materiais ou

manutenção de equipamentos, uso de mão de obra, etc – estão inclusos nos custos

diretos, dentro das composições de serviços. Porém, existem ainda impostos que

incidem sobre o preço de venda da obra, sem qualquer relação direta com um ou outro

serviço, e por isso é contabilizado como parcela do BDI. De origem nas diversas

esferas do poder – federal, estadual e municipal – os impostos mais comuns são:

(TISAKA, 2006; MATTOS, 2006).

. Quadro 5 - Resumo dos tributos incidentes sobre os preços de venda

Nome Sigla Competência Base de Cálculo

Alíquota

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

COFINS Federal Faturamento 3%

Programa de Integração Social

PIS Federal Faturamento 0,68%

Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transporte de e Valores de Créditos e de Direitos de Natureza Financeira

CPMF Federal Faturamento 0,38%

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

ISSQN Municipal Faturamento com deduções

Varia de 2 a 5%, estabelecida por critérios de cada município.

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Federal

Lucro Real ou Lucro Presumido (Opcional)

Lucro Real:15% + 25% sobre o que ultrapassar R$ 20.000,00

Lucro Presumido:1,2% sobre faturamento.

Contribuição Social sobre Lucro Líquido

CSLL Federal

Lucro Real ou Lucro Presumido (Opcional)

Lucro Real: 9%

Lucro Presumido:2,88% sobre faturamento

Page 49: TCC Jader Lustosa Final

48

2.6.1.3. Lucro

Toda atividade empresarial deve ser remunerada financeiramente através do

que costuma-se chamar lucro. O lucro pode ser definido como a diferença entre as

despesas (custos diretos, custos indiretos, impostos) e a receita.

A rentabilidade, relação entre o lucro e o investimento, depende de fatores

internos e fatores externos à empresa, e estes fatores devem ser levados em

consideração ao estabelecer o percentual (MATTOS, 2006).

Page 50: TCC Jader Lustosa Final

49

3 METODOLOGIA

3.1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho visa comparar dois preços de venda de um condomínio na

periferia do município de Feira de Santana, estado da Bahia, ambos obtidos por

orçamentação analítica discriminada, porém através de duas abordagens diferentes.

A primeira abordagem, que gerou o orçamento referenciado como orçamento

de base, faz uso de composições de custos unitários montadas com índices de mão-

de-obra aferidos localmente e consumos de materiais compatíveis com a tipologia do

empreendimento e com as metodologias praticadas na execução dos serviços,

obtidas junto a uma empresa de construção civil tradicional da cidade.

A segunda abordagem, a qual deu origem ao orçamento de comparação, usa

composições de serviços do TCPO com custos de insumos obtidos por tabela de

custos de referência do SINAPI no estado da Bahia atualizada no mês de setembro

de 2014.

Para dar andamento ao trabalho, os capítulos subsequentes apresentarão a

estratégia, o delineamento e resultados da pesquisa. Por fim, serão feitas algumas

considerações sobre os resultados.

3.2.ESTRATÉGIA

Existem vários tipos de estratégias para se fazer um trabalho científico e a

melhor abordagem depende de três condições básicas: 1) Tipo de questão da

pesquisa, 2) O controle que o pesquisador tem sobre o objeto de estudo e 3) O foco

em fenômenos contemporâneos em oposição a fenômenos históricos (YIN, 2005).

O estudo de caso é a melhor estratégia quando são colocados

questionamentos do tipo “como” ou “porque”, quando o pesquisador tem pouco

Page 51: TCC Jader Lustosa Final

50

controle sobre o objeto de estudo e quando a pesquisa está vinculada a fenômenos

contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real (YIN, 2005).

Essa estratégia foi julgada como mais adequada ao presente trabalho, uma vez

que a proposta é comparar orçamentos, que são amplamente afetados pelo tempo e

pelo local e sofrem baixa influência do pesquisador orçamentista.

3.3.DELINEAMENTO DO TRABALHO

3.3.1.Descrição do Empreendimento

O objeto de estudo da pesquisa é um projeto destinado à construção de

apartamentos na periferia da cidade de Feira de Santana para o programa de

interesse social do Governo Federal Minha Casa Minha Vida (MCMV), visando atingir

famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos.

Ao todo, o condomínio contará com 540 unidades distribuídas em 27 prédios

de 5 pavimentos e 20 apartamentos cada. Cada unidade conta com dois quartos, uma

sala, uma cozinha, um banheiro e área de serviço, somando ao todo 44,71 m² de área

construída e 39,04 m² úteis. O condomínio conta ainda com duas quadras, dois

quiosques e dois parques infantis, tento área de terreno total 11.795,90 m² e área

construída real total de14.685,55m².

Os edifícios possuem fundação em sapata corrida, estrutura em alvenaria auto-

portante e lajes pré-moldadas e simplesmente apoiadas na alvenaria. A cobertura é

em telha de fibrocimento fixada em madeiramento pontaletado sobre laje. O

revestimento externo é em textura acrílica sobre massa única. Internamente, os

apartamentos possuem pavimentação cerâmica e teto texturizado. As salas e quartos

possuem revestimento em gesso com pintura látex PVA e as cozinhas, revestimento

cerâmico. O banheiro possui forro em pvc. As portas são de madeira e as janelas e

basculantes, de alumínio.

Page 52: TCC Jader Lustosa Final

51

O Maquinário fixo usado para dar suporte à produção contempla

manipuladores, dumpers, mini-carregadeiras, plataformas motorizadas, betoneiras, e

máquina projetora de argamassa. Munks, guindastes, caminhões basculantes e

retroescavadeiras sobre rodas fazem serviços esporádicos.

3.3.2. Processo de Orçamentação Adotado

Os orçamentos discriminados foram feitos pelo autor do presente trabalho

amparado por bibliografia especializada e por profissionais experientes. Fazendo uso

dos documentos existentes – Caderno de encargos, projetos arquitetônicos,

estruturais e de instalações – foi montada uma estrutura de projeto com as dezenove

Etapas Construtivas listadas abaixo:

1) Gabarito e Locação

2) Fundação

3) Superestrutura

4) Fechamento

5) Instalação

6) Impermeabilização

7) Cobertura

8) Revestimento interno

9) Revestimento externo

10) Pavimentação

11) Arremates

12) Esquadrias de Madeira

13) Esquadrias de alumínio

14) Esquadrias de ferro

15) Forro

16) Pintura Interna

17) Pintura Externa

18) Diversos

Page 53: TCC Jader Lustosa Final

52

19) Limpeza

A partir de então foram escolhidas as composições de custos mais adequadas.

Para o orçamento de base, feito com composições personalizadas para os serviços

de tipologia construtiva e metodologias executivas praticadas em Feira de Santana,

bastou escolher as melhores composições disponíveis no banco de dados conseguido

junto à uma construtora tradicional da cidade.

Para o orçamento de comparação, foi preciso escolher as composições em

bancos de dados do TCPO e depois adicionar os custos unitários dos insumos, obtidos

com a tabela de custo de referência de insumos para o estado da Bahia, divulgada

para o mês de setembro de 2014 pelo SINAPI. Alguns serviços e insumos precisaram

ser adaptados por falta de dados e para isso foram feitas algumas considerações.

O Quadro 6 exemplifica uma composição de custos usada no orçamento de

comparação.

Quadro 6 - Composição do Serviço Locação da Obra: execução de gabarito

Componente Unid. Class Consumo Custo Unit

Custo Total

SERVIÇOS PRELIMINARES

Locação da obra: execução de gabarito M2 4,79

Carpinteiro M.O. h 0,13 12,61 1,64

Servente M.O. h 0,13 7,57 0,98

Arame galvanizado (bitola: 16 BWG) MAT. kg 0,02 9,90 0,20

Prego (tipo de prego: 18x27) MAT. kg 0,012 7,78 0,09

Pontalete 3a. construção (seção transversal: 3x3 " / tipo de madeira: cedro) MAT. m 0,04 7,00 0,28

Tábua 3a. construção (seção transversal: 1x9 " / tipo de madeira: cedrinho) MAT. m² 0,09 17,78 1,60

Legenda:

• M.O. é a mão-de-obra;

• MAT. é insumos do tipo Material.

Fonte: TCPO

Page 54: TCC Jader Lustosa Final

53

A composição mostrada refere-se ao serviço locação da obra: execução de

gabarito, que se encontra dentro do macro setor Serviços Preliminares. Segundo a

composição, para a execução de 1m² de gabarito são necessários 0,02 kg de arame

galvanizado, 0,012 kg de prego, 0,04 m de pontalete e 0,09 m² de tábua. São gastas

0,13h de mão-de-obra de carpinteiro e 0,13h de ajudante. O custo de cada insumo

para a realização de uma unidade do serviço, no caso exemplificado um m² de

gabarito, é obtido multiplicando o custo unitário do insumo pelo seu coeficiente. O

custo final, a soma desses valores, é mostrado no canto superior direito: R$ 4,79

(quatro reais e setenta e nove centavos) por m² de gabarito. Escolhida as

composições, foi feito o levantamento quantitativo dos serviços e montagem da

planilha de custos diretos.

O passo seguinte foi montar a planilha de despesas indiretas. Os custos indiretos

que a compõe foram organizados em 14 macro setores, mostrados abaixo:

1) Projetos

2) PCMAT E PCMSO

3) Instalações Provisórias

4) Corpo Administrativo

5) Equipe de Produção

6) Vigilância

7) Materiais de escritório

8) Equipamentos

9) Ferramentas

10) EPI’s

11) Consumos

12) Despesas com Pessoal

13) Controle tecnológico

14) Diversos e eventuais

Para fechar o preço de venda, foi considerado uma taxa de impostos igual a 1%,

taxa padrão para projetos do MCMV, taxa de manutenção da administração central

de 5% sobre o custo direto e indireto, e lucro de 13% sobre o preço de venda. Os

Page 55: TCC Jader Lustosa Final

54

serviços orçados aqui correspondem apenas ao setor de habitação do condomínio.

Foi considerado então que os custos diretos com habitação para um condomínio com

tal porte correspondem a 90% do custo direto total do empreendimento.

3.3.3.Considerações feitas para compatibilização

Para se chegar ao comparativo entre os dois orçamentos, inicialmente foi preciso

compatibilizar as duas abordagens através de considerações.

3.3.3.1.Classificação de alguns custos

A primeira consideração diz respeito à classificação de alguns custos entre

diretos ou indiretos. As composições de custo unitários do TCPO contemplam

insumos de mão-de-obra, materiais e equipamentos, enquanto que as composições

próprias da empresa apenas contemplam mão-de-obra e materiais, alocando os

equipamentos como custos indiretos no macro setor Equipamentos da planilha de

despesas indiretas. Essa abordagem convenientemente evita a mensuração do

maquinário para cada serviço, evitando distorções no custo final em função de índices

de consumo irreais, facilitando a crítica dos serviços, e é compatível com a realidade,

uma vez que os equipamentos atendem vários serviços ao mesmo tempo, sendo, na

prática, rateado o seu uso. O procedimento adotado foi retirar o maquinário de todas

as composições do TCPO, afim de manter como padrão o critério usado para o

orçamento de base.

O mesmo tipo de incompatibilidade é observado nos serviços onde um dos

insumos são traços de argamassa ou concreto: para o TCPO, a mão-de-obra para a

execução da argamassa é inclusa no custo total para a realização do serviço, como é

observado no Quadro 7:

Page 56: TCC Jader Lustosa Final

55

Quadro 7 - Composição do Serviço de Levante de alvenaria Estrutural com blocos de concreto do TCPO

O Quadro 7 mostra a composição do TCPO para o serviço de execução de

alvenaria estrutural com blocos de concreto. Em branco, é mostrado os insumos para

a realização do serviço. O insumo argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia

sem peneirar, com traço 1:0,25:3, é também um serviço, e a sua composição aparece

em laranja na tabela. Segundo a composição, para a execução de um metro cúbico

da argamassa são gastos 10 horas de mão-de-obra de servente, resultado em um

custo de R$ 75,70 (Setenta e cinco reais e setenta centavos) de mão-de-obra e total

de R$ 466,58 (Quatrocentos e sessenta e seis reais e cinquenta e oito centavos) por

metro cúbico de material.

Seguindo o mesmo raciocínio feito para o maquinário, a mão-de-obra para a

execução de traços de concreto e argamassa atendem a vários serviços ao mesmo

tempo, sendo conveniente alocá-la na planilha de despesas indiretas no macro setor

Equipe de Produção. A adaptação da composição do Quadro 7 usada no trabalho é

apresentada no Quadro 8:

Componente Class. Unid. Consumo

Custo Unit.

Custo Total

Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2 M2 50,37

Pedreiro M.O. h 0,80 12,61 10,09

Servente M.O. h 0,80 7,57 6,06

Bloco de concreto estrutural - bloco inteiro 14X19X39 MAT. un 12,91 2,25 29,05

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 SER.CG m² 0,01 466,58 4,99

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 M3 466,58

Servente M.O. h 10 7,57 75,70

Areia lavada tipo média MAT. m³ 1,22 58,00 70,53

Cal hidratada CH III MAT. kg 61,00 0,79 48,19

Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 486,00 0,56 272,16

Fonte: TCPO

Page 57: TCC Jader Lustosa Final

56

Quadro 8 - Composição do Serviço de Levante de Alvenaria Estrutural com blocos de concreto adaptado do TCPO

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2 M2 49,37

Pedreiro M.O. h 0,80 12,61 10,09

Servente M.O. h 0,80 7,57 6,06

Bloco de concreto estrutural - bloco inteiro 14X19X39 MAT. un 12,91 2,25 29,05

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 SER.CG m² 0,01 390,88 4,18

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 M3 390,88

Areia lavada tipo média MAT. m³ 1,22 58,00 70,53

Cal hidratada CH III MAT. kg 61,00 0,79 48,19

Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 486,00 0,56 272,16

A argamassa possui apenas insumos do tipo material e apresenta um custo de

R$ 390,88 (trezentos e noventa reais e oitenta e oito centavos).

3.3.3.2.Encargos sociais e Salário

A segunda consideração feita é com relação à taxa de encargos sociais e o

salário do trabalhador para se chegar ao custo horário da mão-de-obra. A taxa de

encargos sociais adotada tem caráter restrito, ou seja, contempla apenas as taxas de

origem compulsória. Os demais custos de manutenção dos funcionários – almoço,

Adaptado de: TCPO

Page 58: TCC Jader Lustosa Final

57

café da manhã, EPI’s, ferramentas, etc - foram inclusos na planilha de despesas

indiretas, nos macro setores Ferramentas, EPI’s e Despesas com Pessoal. A taxa

total de encargos adotada foi obtida do quadro 4, divulgada no site do CAIXA para o

estado da Bahia, no mês abril de 2014.

Os encargos não têm desoneração e o trabalhador é horista, o seja, a taxa

adotada é de 121,60 %. Os salários adotados referem-se aos pisos normativos

divulgados pelo Sindicato Dos Trabalhadores Na Industria da Construção Civil e Da

Madeira No Estado Da Bahia (SINTRACOM-BA) vigentes desde o mês de abril de

2014, como mostra o Quadro 9:

Quadro 9 - Tabela Salarial de trabalhadores da Construção Civil ajustada em Março de 2014.

O custo horário da mão-de-obra é obtida então através da Equação (7) :

� =!1 + "#$100% $�&á(��

� (7)

Onde:

• CH é o custo horário da mão-de-obra;

• TES é a taxa de encargos sociais, em porcentagem; e

• HM é a quantidade de horas da jornada de trabalho do mês, incluindo o

descanso semanal remunerado.

Fonte: SINTRACOM-BA, 2014.

Page 59: TCC Jader Lustosa Final

58

O custo considerado no presente trabalho será:

� (*+,(á(��-.�&�/�0�1�) =!1 + 121,60100 % 1252,22

220 = 3$56, 75/9

� ($,(:,;,���.�) =!1 + 121,60100 % 751,52

220 = 3$<, =</9

3.3.3.3.Serviços e Insumos não encontrados

A terceira consideração diz respeito a situações onde informações precisas de

composições de serviços ou custos de insumos não foram encontrados nas fontes

fornecedoras de dados. Esse problema aconteceu principalmente com serviços e

insumos com especificações bem detalhadas, como no caso do serviço de

assentamento de Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de

correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso, mostrada no Quadro

10.

Quadro 10 - Composição do Serviço de Assentamento de Janela de Alumínio de 1,2 x 1,6 m.

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Janela de alumínio padronizada, colocação e

acabamento, de correr, com duas folhas,

dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso UN 402,38

Pedreiro M.O. H 1,92 12,61 24,21

Servente M.O. H 0,87 7,57 6,56

Areia lavada tipo média MAT. m³ 0,00 58,00 0,26

Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. Kg 1,81 0,56 1,02

Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x160cm MAT. Um 1,00 370,33 370,33

Adaptado de: TCPO.

Page 60: TCC Jader Lustosa Final

59

A composição anterior não existia nas composições de custo do TCPO. A

solução adotada foi encontrar uma composição próxima e extrapolar os índices de

consumo por relação de proporção direta. No caso da composição em questão, ela foi

obtida baseada na composição do TCPO Janela de alumínio padronizada, colocação

e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,20m com vidro liso.

Quadro 11 - Composição do serviço de assentamento de Janela de alumínio de 1,2 x 1,2 m.

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Janela de alumínio padronizada, colocação e

acabamento, de correr, com duas folhas,

dimensões 1,20 x 1,20 m com vidro liso UN 317,81

Pedreiro M.O. h 1,44 12,61 18,16

Servente M.O. h 0,65 7,57 4,92

Areia lavada tipo média MAT. m³ 0,0034 58,00 0,20

Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 1,36 0,56 0,76

Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x120cm MAT un 1,00 173,17 293,77

Fonte: TCPO

Os consumos foram obtidos através da equação (8) abaixo:

��>. $2 = @>2@>1 ��>. $(8)

Onde:

• Cons.S2 é o consumo do insumo que se quer obter;

• Cons.S é o consumo obtido do TCPO para o serviço próximo de referência;

• As2 quantidade de serviço 2; e

• As1 é a quantidade de serviço 1.

Page 61: TCC Jader Lustosa Final

60

Para exemplificar, o consumo de pedreiro para assentar a janela de 1,20 x 1,60

é obtido a seguir:

��>. $2 = B1,201,601,201,20C 1,44 = 1,92ℎ.

Portanto, para o assentamento de uma janela de alumínio de 1,2 x 1,60 m são

necessárias 1,92 horas de pedreiro.

Além do problema dos consumos, o custo do insumo janela de correr em

alumínio c/ vidro 120 x 160m não foi encontrado na tabela de custos de referência de

insumos do estado da Bahia. O procedimento para tais situações foi encontrar um

insumo que se aproximasse do requerido e, a partir do custo encontrado, extrapolar o

valor através de proporção direta entre as dimensões, análogo ao que já foi exposto

anteriormente para consumos de insumos. O insumo que mais se aproximou foi

Janela alumínio de correr 1,20 x 1,50 m(AXL) com 2 folhas de vidro, incluso guarnição,

com custo unitário de R$ 347,18 (trezentos e quarenta e sete reais e dezoito

centavos). O preço da janela obtido, fazendo proporção direta das áreas, foi de R$

370,33 (trezentos e setenta reais e trinta e três centavos).

Alguns serviços não puderam ser adaptados por falta de composições próximas

disponíveis, como, por exemplo, os serviços de colocação da numeração do edifício

e dos apartamentos. O procedimento adotado foi usar as composições apropriadas

pela empresa, modificando apenas os custos dos insumos, quando encontrados na

tabela de custos de referência.

Page 62: TCC Jader Lustosa Final

61

3.3.4.Comparação Entre Os Orçamentos

Depois de obtidos os custos, os orçamentos foram comparados para analisar os

principais pontos de divergência entre as duas abordagens.

Page 63: TCC Jader Lustosa Final

62

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE BASE

Pelo orçamento discriminado de base, o empreendimento teve custo direto para

o setor de habitação previsto em R$ 15.082.902,35 (quinze milhões, oitenta e dois mil,

novecentos e dois reais e trinta e cinco centavos), discriminados no anexo A, e custo

direto total de R$ 16.758.780,39 (dezesseis milhões, setecentos e cinquenta e oito

mil, setecentos e oitenta reais e trinta e nove centavos). Dividindo este valor para as

540 unidades do condomínio, cada apartamento terá custo direto orçado em R$

31.034,78 (trinta e um mil, trinta e quatro reais e setenta e oito centavos).

O custo indireto final, discriminado na planilha de despesas indiretas no anexo

C, somado ao rateio da administração central, estimada em 5% da soma dos custos

diretos e indiretos, foi orçado em R$ 5.320.911,29 (cinco milhões, trezentos e vinte

mil, novecentos e onze reais e vinte e nove centavos) que rateados para cada unidade,

assume o valor de R$ 9.853,54 (nove mil, oitocentos e cinquenta e três reais e

cinquenta e quatro centavos).

Considerando a taxa-padrão de 1% de impostos para os empreendimentos do

MCMV e 13% de lucro estimado sobre o preço de venda total:

�� = (R$16.758.780,39 + R$5.320.911,29)100 − (1% + 13%)100

= G$6=. 7<H. I7I, 5I

Obtém-se preço de venda final do empreendimento igual a vinte e cinco milhões,

seiscentos e setenta e quatro mil, sessenta reais e dez centavos que, rateado entre

todas as unidades, resulta em um preço de R$ 47.544,56 (quarenta e sete mil,

quinhentos e quarenta e quatro mil e cinquenta e seis centavos) por apartamento.

Page 64: TCC Jader Lustosa Final

63

A partir do preço de venda e dos custos diretos, podemos calcular o BDI, em

conformidade com a Equação (6):

��� = R$25.674.060,10R$16.758.780,39− 1 = H7, JH%

Para avaliar esse valor, deve-se levar em consideração que, como esclarecido

anteriormente, alguns custos de produção e custos com equipamentos, que poderiam

vir nos custos diretos, foram inclusos, por conveniência, na planilha de custos

indiretos, elevando o valor do BDI.

O Quadro 12 resume os valores destrinchados nessa seção.

. Quadro 12 - Tabela resumo dos custos do orçamento de base

Total Por unidade

Custos diretos de habitação R$ 15.082.902,35

Custos diretos totais R$ 16.758.780,39 R$ 31.034,78

Custos indiretos totais R$ 5.320.911,29 R$ 9.853,54

Impostos (sobre valor de venda) 1,00%

Lucratividade 13,00%

Preço de venda orçamento base R$ 25.674.060,10 R$ 47.544,56

BDI 53,20%

Fonte: Dados da Pesquisa

4.2.ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE COMPARAÇÃO

Pelo orçamento discriminado de comparação, feito com índices de consumo do

TCPO e preços de insumos do SINAPI, o empreendimento obteve custo direto para a

habitação orçado em R$ 19.345.023,70 (dezenove milhões, trezentos e quarenta e

Page 65: TCC Jader Lustosa Final

64

cinco mil, vinte e três reais e setenta centavos), detalhado no anexo B, e custo direto

total de R$ 21.494.470,78 (vinte e um milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil,

quatrocentos e setenta reais e setenta e oito centavos). Dividindo este valor para as

540 unidades do condomínio, cada apartamento terá custo direto orçado em R$

39.804,58 (trinta e nove mil, oitocentos e quatro reais e cinquenta e oito centavos).

O custo indireto final foi orçado em R$ 5.557.695,81 (cinco milhões, quinhentos

e cinquenta e sete mil, seiscentos e noventa e cinco reais e oitenta e um centavos). A

planilha de despesas indiretas é a mesma para os dois orçamentos; o valor final dos

custos indiretos no entanto é diferente porque o custo de rateio da administração

central é função dos custos diretos, que é maior para o orçamento de comparação.

Essa metodologia é compatível com a realidade, uma vez que custos diretos mais

elevados indicam mais horas de mão-de-obra e maior volume de materiais, o que

implica em pedidos de compra mais números e volumosos, maior volume de contratos

e demissões, exigindo maior atenção de alguns setores como setor de equipamentos,

compras, de pessoal, diretoria e etc.

Rateando os custos indiretos para cada unidade residencial, obtém-se o valor

de R$ 10.292,03 (dez mil, duzentos e noventa e dois reais e três centavos).

Considerando taxa de 1% de impostos e 13% de lucro estimado sobre o preço de

venda total:

�� = (R$19.345.023,70 + R$5.557.695,81)100 − (1% + 13%)100

= G$J5. H=7. II<, 7<

Obtém-se preço de venda final do empreendimento igual a trinta e um milhões,

quatrocentos e cinquenta e seis mil, sete reais e sessenta e sete centavos que,

rateado entre todas as unidades, resulta em um preço de R$ 58.251,87 (cinquenta e

oito mil, duzentos e cinquenta e um reais e oitenta e sete centavos) por apartamento.

A partir do preço de venda e dos custos diretos, podemos calcular o BDI, em

conformidade com a Equação (6):

Page 66: TCC Jader Lustosa Final

65

��� = R$31.456.007,67R$21.494.470,78 − 1 = H7, JH%

O Quadro 13 resume os componentes do preço de venda do orçamento de

comparação.

Quadro 13 - Tabela resumo dos custos do Orçamento de Comparação

Fonte: Dados da pesquisa

4.3. ORÇAMENTO DE BASE X ORÇAMENTO DE COMPARAÇÃO

Comparando os dois orçamentos, a hipótese levantada no momento da

proposição da pesquisa foi confirmada: O orçamento executado fazendo-se uso de

composições de serviço do TCPO e custos de insumos retirados de tabelas do SINAPI

(orçamento de comparação) se mostrou consideravelmente mais caro do que o

orçamento feito usando índices de consumo e custos apropriados na cidade sede da

construção (orçamento de base). O gráfico na Figura 8 quantifica a situação:

Total Por unidade

Custos diretos de habitação R$ 19.345.023,70

Custos diretos totais R$ 21.494.470,78 R$ 39.804,58

Custos indiretos totais R$ 5.557.695,81 R$ 10.292,03

Impostos (sobre valor de venda) 1,00%

Lucratividade 13,00%

Preço de venda orçamento comparação R$ 31.456.007,67 R$ 58.251,87

BDI 46,34%

Page 67: TCC Jader Lustosa Final

66

Figura 8 - Gráfico de comparação dos preços de venda

Fonte: Dados da pesquisa.

Como pode-se observar no gráfico da Figura 8 acima, o orçamento de

comparação gerou um preço de venda maior R$ 5.781.947,57 (cinco milhões,

setecentos e oitenta e um mil, novecentos e quarenta e sete reais e cinquenta e sete

centavos). Em termos de percentuais, o preço de venda de comparação é 22,52 %

maior.

Quando se compara apenas o custo direto global, principal componente

responsável pelos valores divergentes, a diferença entre os dois orçamentos,

mostrada no gráfico da Figura 9 , é de R$ 4.735.690,38 (quatro milhões, setecentos e

trinta e cinco mil, seiscentos e noventa reais e trinta e oito centavos), o que equivale

a um custo direto total 28,26 % maior no orçamento de comparação do que no

orçamento da base.

R$ 25.674.060,10

R$ 31.456.007,67

R$ 0,00

R$ 5.000.000,00

R$ 10.000.000,00

R$ 15.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$ 25.000.000,00

R$ 30.000.000,00

R$ 35.000.000,00

PV orçamento de Base PV orçamento de Comparação

Comparativo entre os Preços de Venda Obtidos

Page 68: TCC Jader Lustosa Final

67

Figura 9 - Gráfico comparativo de custos diretos

Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando agora as etapas construtivas dos orçamentos no gráfico abaixo, o

orçamento de base foi mais barato em dezesseis dos dezenove setores: Serviços

Preliminares, Infraestrutura, Superestrutura, Fechamento, instalações,

impermeabilização, cobertura, revestimento interno, revestimento externo, arremates,

esquadrias de alumínio, esquadrias de madeira, serralheria, pintura interna, pintura

externa e diversos, que, juntos, representam 97,82% do custo direto de habitação total

no orçamento de Base e 99,08% no orçamento de Comparação. O orçamento de

comparação foi menos custoso em apenas dois macro setores: Forro de PVC e

Serviços Complementares, o que representa apenas 0,92% do seu custo direto total

de habitação.

R$ 16.758.780,39

R$ 21.494.470,78

R$ 0,00

R$ 5.000.000,00

R$ 10.000.000,00

R$ 15.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$ 25.000.000,00

Custo Direto Orçamento Base Custo Direto Orçamento deComparação

Comparativo entre Custos Diretos Totais

Page 69: TCC Jader Lustosa Final

68

Figura 10 - Gráfico comparativo dos Macro setores

Fonte: Dados da pesquisa.

Quando se compara os serviços, o orçamento de base é mais econômico em

85% deles e o de comparação em 15%, como é mostrado no gráfico da Figura 11:

Figura 11 - Gráfico comparativo dos custos de Serviços

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00

120.000,00

140.000,00

S. PR

ELIMIN

AR

ES

INFR

AESTR

UTU

RA

SUP

ERESTR

UTU

RA

FECH

AM

ENTO

INSTA

LAÇ

ÕES

IMP

ERM

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.

CO

BER

TUR

A

REV

EST. INT.

REV

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ESQ. D

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FOR

RO

PV

C

PIN

TUR

A IN

TERN

A

PIN

TUR

A EX

TERN

A

DIV

ERSO

S

S. CO

MP

LEMEN

T.

Comparativo etapas construtivas

Base Comparação

15%

85%

Serviços : Base x Comparação

Base Comparação

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 70: TCC Jader Lustosa Final

69

Os serviços em que o orçamento de comparação é mais econômico no entanto,

o são por uma margem percentual muito pequena ou são serviços que tem pouca

representatividade no custo total. Execução de rufo de concreto por exemplo é o

serviço com maior diferença percentual a favor do orçamento de comparação:

40,13%. Sua Representatividade no custo direto total é, no entanto, de apenas 0,01%.

O Forro de PVC vem logo em seguida, com margem a favor de 38,2% e

representatividade de 0,2%.

O Quadro 14 lista as diferenças percentuais de preços unitários de todos os itens

comparáveis, ou seja, serviços que possuem mesma unidade de referência nos dois

orçamentos e serviços agrupados para serem analisados. Por exemplo, as marcações

de alvenaria foram unidas aos levantes no orçamento de base para que fossem

confrontadas com os levantes de alvenaria do orçamento de comparação que já

incluem a marcação em sua composição. A locação de gabarito não pode ser

comparada uma vez que está referenciada ao metro no orçamento de base e ao metro

quadrado no orçamento de comparação.

Quadro 14 - Diferença percentual entre os custos unitários dos serviços do orçamento de comparação em relação ao orçamento de base

Serviços Diferença

percentual

Escavação manual até 2m 42,41% Transporte horizontal de materiais a granel c/ carrinho ou jerica até 30m 2,77% Lastro de concreto magro e=5cm -11,14% Fôrma de tábua (5 aproveitamentos) 136,15% Armadura CA-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm 31,60% Concreto usinado FCK = 20MPa 15,51% Lançamento e aplicação de concreto em fundação 133,37% Alvenaria de bloco concreto 14cm em fundação sapata corrida (6MPa) 45,16%

Reaterro compactado manual 19,02% Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa) 22,96% Concreto magro usinado e=6cm 0,78% Pista para fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural 8,93% Concreto usinado FCK=25MPa 12,49% Fabricação e montagem de laje pré-moldada 16,69%

Page 71: TCC Jader Lustosa Final

70

Serviços Diferença

percentual

Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa) 74,78% Alvenaria estrutural 12,06%

Alvenaria de vedação -18,45% Verga e contra–verga -1,47%

Combogó de cimento 20 x 20 cm -0,26% Instalações gerais (edifício c/ 20aptº) 23,92% Impermeabilização com cimento polimérico (2 demãos) 1,15%

Rufo em concreto -40,13%

Madeiramento pontaletado sobre laje para telha ondulada 303,57%

Cobertura com telha ondulada 6mm 38,94%

Chapisco interno -2,58% Massa única/ emboço 25,66%

Gesso corrido sobre bloco cimento 13,87%

Revestimento Cerâmico 30x30 cm -3,48%

Chapisco externo com embrechamento 167,29%

Massa única externa e=2,5cm 125,34%

Regularização de superfície em argamassa 4,58%

Piso cerâmico 30x30cm 33,07%

Passeio em placa de concreto pré-moldada largura=50cm 219,29%

Soleira em mármore branco 70x12 cm 129,35%

Soleira em mármore branco 80x 16cm 21,29%

Soleira em mármore branco 120x 16cm 85,57%

Peitoril em mármore branco 120x 19cm 74,00%

Peitoril em mármore branco 60x 19cm 70,78%

Peitoril em mármore branco 90x 19cm 72,91%

Filete em mármore branco 80x 3,5cm 205,65%

Filete em mármore branco 90x 3,5cm 208,56%

Cordão p/ box em mármore branco 3x3 cm 39,43%

Rodapé cerâmico 30x5 cm 195,87%

Kit porta pronta 80x210cm largura = 14, 15 ou 16 cm 6,83%

Porta em alumínio natural veneziana 70x150 cm 0,00%

Porta em alumínio natural veneziana com vidro 120x210 cm 0,00%

Janela de correr em alumínio natural com vidro 120x120 cm 66,50%

Janela de correr em alumínio com vidro 120x160 cm 17,49%

Basculante em alumínio natural com vidro 60x60 cm 6,40%

Basculante em alumínio natural com vidro 90x80 cm 0,61%

Corrimão em aço galvanizado 1" 33,88%

Alçapão 70x70 cm 0,19%

Portinhola de ferro 70x70 cm 0,19% Forro em PVC -38,20%

Pintura látex PVA (2 demãos) com massa sobre gesso 28,92%

Page 72: TCC Jader Lustosa Final

71

Serviços Diferença

percentual

Pintura com verniz esquadrias de madeira 37,81%

Pintura esmalte sintético em ferro 329,42%

Pintura texturizada acrílica interna 58,00%

Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto 111,45% Pintura texturizada acrílica externa -5,61%

Numeração dos prédios 0,05%

Numeração dos apartamentos 0,13%

Fonte: Dados da pesquisa.

A tendência dos itens do orçamento de base serem mais baratos é explicada

tanto por divergências entre os custos de mão-de-obra quanto de materiais. O Quadro

15 mostra dados comparativos entre as categorias de insumos dos orçamentos.

Quadro 15 - Comparativo de Mão-de-Obra e Materiais

Custo Direto Habitação

Horas Mão-de-Obra Custo Mão-de-Obra

Custo Materiais Profissional Ajudante

Orç. Base R$ 16.758.780,39 275571,6 314448,3

R$ 6.505.924,26

R$ 10.252.856,13

Orç. Comparação

R$ 21.494.470,78 333022,2 369243,2

R$ 7.771.756,20

R$ 13.722.714,58

Base x Comparação 28,26% 19,46% 33,84%

Fonte: Dados da pesquisa

Analisando o Quadro 15, podemos perceber que o orçamento de comparação

prevê 57450,6 horas ou 6528,47 diárias a mais de profissional e 54794,9 horas ou

6226,69 diárias a mais de ajudante, resultando em um gasto 19,46% superior ao

orçamento de base no quesito mão-de-obra. No quesito materiais, a diferença foi

ainda maior: 33,84%.

Para entender a divergência foi preciso analisar as composições de custos,

chegando a conclusão de que as composições do TCPO comumente traziam índices

de produtividade superiores às composições apropriadas na cidade por causa,

primeiro, a fatores não identificados, entendidos como fatores ambientais, que são

Page 73: TCC Jader Lustosa Final

72

diferentes para o local onde os dados do TCPO são obtidos ( regiões sul e sudeste)

em relação ao local do estudo de caso ( região Nordeste, Estado da Bahia , cidade de

Feira de Santana) e segundo por diferenças entre os projetos de referência dos

serviços. Outro fator foram os preços de materiais extraídos da tabela de referência

de custos de insumos SINAPI que, apesar de ser montada com a média de preços do

estado, não forneceu valores satisfatórios para a realidade do local. Abaixo foram

analisadas algumas das composições usadas na pesquisa.

• Serviço de Madeiramento Pontaletado Sobre Laje para Telha ondulada

O serviço de madeiramento pontaletado sobre laje para telha ondulada do

orçamento base baseia-se em um projeto padrão onde os pontaletes suportam terças

e contra-ventamentos, todos em peças 10x6 cm, onde são parafusadas as telhas de

fibrocimento. Essas terças são espaçadas uma das outras em função das dimensões

das telhas que suportam, que possuem comprimentos usuais de 1,53m; 1,83m; 2,13m

e 2,44m, exigindo terças espaçadas de 1,5 a 1,7 m.

Na composição mais próxima retirada do TCPO, a estrutura de madeira é mais

robusta, contemplando, além dos pontaletes, terças e contra-ventamentos, a fixação

de caibros e ripas. Em função da carga das peças adicionais, as terças possuem

dimensões 6x12cm ou 6x16cm, maiores do que no projeto padrão de telhado

referência para o orçamento base. Os pontaletes, por outro lado, possuem dimensões

menores, porém representam um custo menor por solicitarem menos madeira. Isso

gera uma composição com índice de consumo de madeira e de produtividade de mão-

de-obra maiores, dado a maior complexidade e volume de trabalho, como pode-se

concluir comparando os Quadros 16 e 17.

Page 74: TCC Jader Lustosa Final

73

Quadro 16 - Composição do serviço de estrutura de madeira para telha ondulada do orçamento de comparação.

Fonte: TCPO

Quadro 17 - Composição do serviço de Madeiramento para telha ondulada do orçamento de base

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Madeiramento pontaletado sobre laje p/ telha ondulada

M2 10,94

Carpinteiro M.O. H 0,33 12,61 4,16

Servente M.O. H 0,33 7,57 2,50

Prego 2 1/2x10 (18x27) MAT. KG 0,10 3,82 0,38

Peça de Guajará 10 x 6cm MAT. M3 0,003 1.300,00 3,90

Fonte: Empresa de Feira de Santana- Ba, 2014.

Além disso, a composição do TCPO considera madeira do tipo peroba para

estrutura, enquanto que a prevista no orçamento de base e a realmente usada para o

serviço é do tipo Guajará, mais barata. Quanto aos custos dos insumos, o preço do

prego é 103,7% maior na tabela do SINAPI do que no banco de dados da empresa,

que apesar de não representar valor significativo nas composições referidas,

exemplifica a discrepância entre os custos de insumos do SINAPI e os custos para a

realidade de Feira de Santana. O resultado é uma composição de serviço 303% mais

cara no orçamento de comparação.

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Estrutura de madeira para telha ondulada de fibrocimento, alumínio ou plástica, ancorada em laje ou parede M2 44,16

Carpinteiro M.O. h 0,90 12,61 11,35

Ajudante M.O. h 0,90 7,57 6,81

Prego (tipo de prego: 18x27) MAT. kg 0,12 7,78 0,93

Madeira (tipo de madeira: peroba) MAT. m³ 0,01 2456,88 25,06

Page 75: TCC Jader Lustosa Final

74

• Levante de Alvenaria de Vedação com Bloco estrutural de 9x19x39 cm

O serviço de levante de alvenaria de vedação com blocos de concreto de 9 cm

é executado montando blocos de dimensões 9x19x39 cm sem função estrutural sobre

marcação previamente feita sobre laje, posteriormente ao levante de alvenaria

estrutural e montagem da laje subsequente. Na parede de vedação passam tubos de

queda, de gordura e tubulação da distribuição de água, sem uso de shafts.

A composição mais próxima retirada do TCPO para o orçamento de comparação

leva ainda em consideração o serviço de marcação de alvenaria, considerada em

separado no orçamento de base.

Apesar de contemplar um serviço a mais, a composição de serviço do TCPO tem

custo unitário orçado 35,61% menor, como é observado comparando os Quadros 18

e 19.

Quadro 18 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação com bloco de concreto do orçamento de comparação.

Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.

Custo Total

Alvenaria de vedação com bloco de concreto aparente, 9 x 19 x 39 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 – tipo 2 M2 36,03

Pedreiro M.O. h 0,66 12,61 10,97

Servente M.O. h 0,66 7,57 6,59

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 SER.CG m³ 0,01 208,79 1,44

Bloco de concreto aparente - bloco inteiro 9 x 19 x 39 cm MAT. un 13,10 1,30 17,03

Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 M3 208,79

Areia lavada tipo média 1,22 m³ 1,22 58,00 70,53

Cal hidratada CH III 46,00 kg 46,00 0,79 36,34

Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) 182,00 kg 182,00 0,56 101,92

Fonte: TCPO

Page 76: TCC Jader Lustosa Final

75

Quadro 19 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação do orçamento de base Componente Class. Unid. Consumo Custo

Unit. Custo Total

Alven aria de bloco de concreto 9cm (vedação) 42,17

Pedreiro M.O. h 1,25 12,61 15,76

Servente M.O. h 1,25 7,57 9,46

Argamassa de levante SER.CG m³ 0,01 122,85 1,23

Bloco de concreto 9x19x39 (2,5mpa) MAT. un 13,10 1,20 15,72

Argamassa de levante M3 122,85

Cimento MAT. KG 176,45 0,45 79,40

Areia fina MAT. M3 1,14 38,00 43,45

Fonte: Empresa de Feira de Santana- Ba

Como pode ser observado acima nos Quadros 18 e 19, a mão-de-obra é o

insumo que mais diverge entre as duas composições e representa a maior fatia do

custo do serviço. Tomando como baliza o índice de produtividade da mão-de-obra

para levante de alvenaria estrutural, igual a 0,8h/m² no orçamento de comparação e

0,95h/m² no orçamento de base, é lógico inferir que o índice da composição do TCPO

é mais realista, já que o índice de produtividade da mão-de-obra no levante de

alvenaria de vedação deve ser melhor do que no levante de alvenaria estrutural, dado

que o peso do bloco é menor em função do menor volume e massa específica,

facilitando o fluxo do serviço. O serviço de levante de alvenaria estrutural, todavia,

possui projeto de paginação, o que gera, pós processo de aprendizagem, um ganho

de velocidade de serviço, por ausência de cortes e ajustes no posicionamento das

peças. Na alvenaria de vedação há a necessidade de ajustes com cortes, o que

demanda um operário cortando os blocos no momento da execução que precisa ser

considerado no índice de produtividade, e enchimentos, que também demanda um

operário fechando os vãos deixados próximos aos tubos de queda. O serviço ainda é

executado em fases, o que prejudica o fluxo: levante até a fiada de posicionamento

da distribuição hidráulica, levante pós posicionamento de distribuição hidráulica;

enchimentos dos vãos.

Nos insumos do tipo material, a composição de base possui custo menor, em

função do traço com menor consumo de cimento e areia, além de não fazer uso da

Page 77: TCC Jader Lustosa Final

76

cal hidratada como aglomerante, por razões culturais da região e econômicos. Além

disso, os preços unitários dos materiais são menores no orçamento de base, o que dá

força a hipótese de que os custos de insumos do SINAPI não são coerentes com os

custos praticados no mercado de Feira de Santana. Apesar do ganho nos materiais,

o custo da mão-de-obra é mais representativo neste serviço, confirmando a

composição do orçamento de base como mais barata, porém menos coerente com a

realidade.

Page 78: TCC Jader Lustosa Final

77

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos concluir que um orçamento discriminado feito a

partir de composições de serviços do TCPO e valorado com custos de insumos de

tabelas de referência do SINAPI tende a ser consideravelmente mais alto do que um

orçamento discriminado feito a partir de composições com índices de consumos

apropriados e custos praticados no local de construção.

Essa tendência é confirmada observando que a maioria dos serviços aqui

orçados possuíam custos menores quando apropriados pela empresa, sendo

geralmente mais caros quando pesquisados nos bancos de dados do TCPO e SINAPI.

Esse comportamento é explicado tanto pelos índices de mão-de-obra das

composições do TCPO, distorcidos para a cidade de feira de Santana, primeiro, por

questões ambientais e segundo, por divergência entre os projeto-padrão e

metodologias executivas previstas e os projetos e metodologias reais, quanto pelos

custos de insumos do SINAPI, que, apesar de serem, a princípio, a média dos preços

praticados no mercado da Bahia, não tiveram boa aderência ao mercado da cidade.

Não pode-se afirmar, no entanto, que o orçamento de base é mais preciso do

que o orçamento de comparação sem confrontá-los com o custo real do

empreendimento. A expectativa, todavia, é que o orçamento de base seja mais

coerente, uma vez que os seus componentes são ajustados à realidade do

empreendimento orçado.

Outros estudos de caso com a mesma temática tenderão a obter o mesmo

diagnóstico, porém os comparativos deverão resultar em valores bem diferentes, já

não houve um padrão percentual de diferença entre os custos unitários dos serviços.

Esse panorama implica em um desvio-padrão elevado em relação à média de

diferença entre os custos unitários, levando a concluir que, mesmo projetos com os

mesmos parâmetros iniciais, ou seja, mesma tipologia construtiva, mesmas condições

ambientais e temporais, até mesmo a mesma empresa, mesma equipe, mesmo bairro,

etc, mas com valores quantitativos de serviços diferentes poderão levar a valores bem

maiores ou bem menores do que os obtidos neste trabalho.

Page 79: TCC Jader Lustosa Final

78

5.1. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Comparar orçamentos discriminados, feitos seguindo a mesma linha desse

trabalho, com o custo real final do empreendimento, a fim de confirmar a hipótese de

que um orçamento discriminado é mais preciso quando feito com composições de

serviços personalizadas.

.

Page 80: TCC Jader Lustosa Final

79

REFERÊNCIAS

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Page 81: TCC Jader Lustosa Final

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GONZALEZ, A. S. Noções de Orçamento e Planejamento de Obras . Notas de Aula.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IB GE). Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, 2014. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/sinapi/default.shtm>.

Acesso em: 22 jul. 2014

KNOLSEISEN, P. C. Compatibilização de Orçamento com o Planejamento do

Processo de Trabalho para Obras de Edificações . 2003. Dissertação de Mestrado.

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC, 2003.

LIMMER, C. V. Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras . 1ª

ed., Rio de Janeiro: LTC, 1997.

MATTOS, A. D. Como Preparar Orçamentos de Obra . 1ª ed., São Paulo: PINI, 2006.

MATTOS, A. D. Planejamento e Controle de Obras . São Paulo: PINI, 2010.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Programa de Aceleração do Crescimento. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/ministerio.asp?index=61&ler=s881>. Acesso em: 14 dez. 2014

SCHMITT, Carin Maria. Orçamento de Edificações Residenciais : Método

Sistematizado para Levantamento de Dados em Planta e Cálculo de Quantitativo.

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SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO DISTR ITO FEDERAL .

Estudo para o Cálculo dos Encargos Sociais. Brasília: SINDUSCON-DF, 2005.

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTAD O DE MINAS

GERAIS. Custo Unitário Básico (CUB/m²): principais aspectos. Belo Horizonte:

SINDUSCON-MG, 2007.

TISAKA, M. Orçamento na Construção Civil : consultoria, projeto e execução. 1ª ed.,

São Paulo: PINI, 2006.

Page 82: TCC Jader Lustosa Final

81

VALENTINI, J. Metodologia Para a Elaboração de Orçamentos de Obra s Civis .

Belo Horizonte: 2009.

YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 3ª ed., Porto Alegre: Bookman,

2005.

Page 83: TCC Jader Lustosa Final

82

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Departamento de Tecnologia

Colegiado do Curso de Engenharia Civil

Jader Luís dos Santos Lustosa

ANEXOS

Feira de Santana

2014

Page 84: TCC Jader Lustosa Final

83

ANEXO A

Quadro 1- Planilha de custos diretos do orçamento de base.

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

EDIFÍCIO

SERVIÇOS PRELIMINARES

Gabarito e locação Ser.cg M 74,46 4,89 363,84

363,84

INFRAESTRUTURA

Escavação manual até 2m Ser.cg M3 146,24 23,92 3.498,16

Transporte horizontal de materiais a granel c/ carrinho até 30m

Ser.cg M3 190,11 18,93 3.597,80

Lastro de concreto magro e=5cm Ser.cg M2 112,49 15,63 1.758,63

Fôrma de tábua (5 aproveitamentos)

Ser.cg M2 197,83 21,30 4.213,58

Armadura ca-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm

Ser.cg KG 823,12 5,64 4.643,80

Concreto usinado fck=20MPa Ser.cg M3 33,75 264,60 8.929,46

Lançamento e aplicação de concreto em fundação

Ser.cg M3 33,75 30,27 1.021,52

Marcação de alvenaria Ser.cg M 158,14 5,05 797,82

Alvenaria bloco concreto 14cm em fundação sapata corrida(6MPa)

Ser.cg M2 158,14 28,97 4.580,94

Reaterro compactado manual Ser.cg M3 83,60 25,97 2.171,09

Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa)

Ser.cg M 158,14 15,16 2.397,40

Concreto magro usinado e=6cm Ser.cg M2 194,84 16,54 3.222,93

40.833,12

Superestrutura

Armadura CA-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm

Ser.cg KG 3.020,06 5,64 17.038,27

Pista para fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural

Ser.cg M2 14,58 92,86 1.353,96

Concreto usinado fck=25MPa Ser.cg M3 78,75 281,40 22.160,25

Fabricação e montagem de laje pré-moldada

Ser.cg M2 984,40 27,76 27.323,51

Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa)

Ser.cg M 897,94 10,67 9.576,97

77.452,96

Page 85: TCC Jader Lustosa Final

84

Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação

Fechamento

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

Marcação de alvenaria Ser.cg M 898,95 5,05 4.535,20

Alvenaria de bloco concreto 14cm (4,5MPa)

Ser.cg M2 1.613,60 41,50 66.961,28

Alvenaria de bloco concreto 14cm (6,0 MPa)

Ser.cg M2 403,40 44,32 17.879,58

Alvenaria de vedação Ser.cg M2 203,00 42,17 8.561,22

Contraverga de bloco calha 14cm c/ 2ø6.3mm

Ser.cg M 138,00 17,87 2.465,39

Verga de bloco calha 14cm c/ 2ø8.0mm

Ser.cg M 277,10 19,45 5.388,53

Combogó de cimento 20x20cm Ser.cg M2 3,60 111,60 401,74

106.192,95

Instalações

Instalações gerais (edifício c/ 20aptº) - orc. 40/2010

Verba VB 1,00 78.991,03 78.991,03

78.991,03

Impermeabilização

Impermeab. c/ cimento polimérico (2 demãos)

Ser.cg M2 165,20 10,71 1.769,29

1.769,29

Cobertura

Rufo em concreto Ser.cg M 12,49 14,03 175,20

Madeiramento pontaletado sobre laje p/ telha ondulada

Ser.cg M2 256,59 10,94 2.807,45

Cob. Telha ondulada 6mm Ser.cg M2 256,59 19,79 5.078,69

8.061,34

Revestimento interno

Chapisco interno Ser.cg M2 1.995,73 3,97 7.928,34

Massa única interna e=2 cm Ser.cg M2 1.371,13 15,14 20.754,47

Gesso corrido sobre bloco cimento Ser.cg M2 2.008,44 8,12 18.040,84

Emboço p/ rev. cer. Interno e=1,5cm

Ser.cg M2 624,60 14,99 9.365,76

Rev. cer. 30x30cm Ser.cg M2 624,60 25,49 15.921,68

72.011,09

Revestimento externo

Chapisco externo c/ embrechamento

Ser.cg M2 1.072,19 2,14 2.298,54

Page 86: TCC Jader Lustosa Final

85

Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

Massa única externa e=2,5cm Ser.cg M2 1.072,19 10,39 11.138,00

13.436,54

Pavimentação

Regularização de superfície em argamassa

Ser.cg M2 854,10 11,77 10.049,38

Piso cer. 30x30cm Ser.cg M2 830,20 23,85 19.801,52

Passeio em placa de concreto pré- moldada l=50cm

Ser.cg M 76,72 14,19 1.088,67

30.939,56

Arremates

Soleira em mármore branco 70x12cm

Ser.cg UN 1,00 10,79 10,79

Soleira em mármore branco 80x16cm

Ser.cg UN 20,00 23,60 471,90

Soleira em mármore branco 120x16cm

Ser.cg UN 1,00 23,13 23,13

Peitoril em mármore branco 120x19cm

Ser.cg UN 60,00 44,61 2.676,57

Peitoril em mármore branco 60x19cm

Ser.cg UN 20,00 22,72 454,49

Peitoril em mármore branco 90x19cm

Ser.cg UN 20,00 33,67 673,34

Filete em mármore branco 80x3,5cm

Ser.cg UN 60,00 9,01 540,35

Filete em mármore branco 90x3,5cm

Ser.cg UN 20,00 10,02 200,47

Cordão p/ box em mármore branco 3x3cm

Ser.cg M 19,00 9,68 183,86

Rodapé cer. 30x5cm Ser.cg M 939,83 6,22 5.841,51

11.076,42

Esquadrias de madeira

Kit porta pronta 80x210cm p/ acab. Pintado l=14, 15 ou 16cm

Ser.cg UN 80,00 273,93 21.914,59

21.914,59

Esquadria de alumínio

Porta em alumínio natural veneziana 70x150cm

Ser.cg UN 1,00 246,73 246,73

Porta em alumínio natural veneziana c/ vidro 120x210cm

Ser.cg UN 1,00 514,38 514,38

Janela de correr em alumínio natural c/ vidro 120x120cm

Ser.cg UN 40,00 190,88 7.635,06

Page 87: TCC Jader Lustosa Final

86

Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL

(R$)

Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x160cm

Ser.cg UN 20,00 342,48 6.849,58

Basculante em alumínio natural c/ vidro 60x60cm

Ser.cg UN 20,00 66,43 1.328,53

Basculante em alumínio natural c/ vidro 90x80cm

Ser.cg UN 4,00 131,88 527,52

17.101,80

Serralheria

Corrimão em aço galvanizado 1" Ser.cg M 26,76 28,23 755,35

Alçapão 70x70cm Ser.cg UN 1,00 167,00 167,00

Portinhola de ferro 70x70cm Ser.cg UN 2,00 167,00 334,00

1.256,35

Forro

Forro em PVC Ser.cg M2 61,76 36,86 2.276,42

2.276,42

Pintura interna

Pintura látex PVA (2 demãos) Ser.cg M2 2.425,24 12,80 31.039,68

Pintura c/ verniz esquadrias Ser.cg M2 134,40 9,82 1.319,54

Pintura esmalte sintético em ferro Ser.cg M2 2,94 5,26 15,47

Pintura texturizada acrílica interna Ser.cg M2 324,32 15,48 5.020,83

Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto

Ser.cg M2 862,30 15,91 13.717,68

51.113,20

Pintura externa

Pintura texturizada acrílica externa Ser.cg M2 1.049,95 15,10 15.856,71

13.804,72

Diversos

Numeração dos prédios Ser.cg UN 1,00 17,74 17,75

Numeração dos apartamentos Ser.cg UN 20,00 5,94 118,99

136,74

Serviços complementares

Limpeza de vidros / esquadrias Ser.cg M2 214,50 3,86 828,51

Limpeza de pisos / revestimentos Ser.cg M2 1.485,34 2,97 4.414,43

Limpeza final Ser.cg M2 975,26 4,77 4.651,11

9.894,05

Page 88: TCC Jader Lustosa Final

87

ANEXO B

Quadro 1 - Planilha de custos diretos do orçamento de comparação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

EDIFÍCIO

SERVIÇOS PRELIMINARES

Locação da obra: execução de gabarito

SER.CG M2 195,96 4,79 939,62

939,62

INFRAESTRUTURA

Escavação manual de vala em solo de 1ª categoria, profundidade entre 2 e 4 m

SER.CG M3 146,24 34,07 4.981,56

Transporte horizontal de materiais a granel a 30 m de distância com carrinho ou gerica

SER.CG M3 190,11 19,45 3.697,60

Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento

SER.CG M3 5,62 277,84 1.561,48

Forma de madeira para fundação com tábua de 3ª, 5 reaproveitamentos

SER.CG M2 197,83 50,30 9.950,26

Armadura de aço para estruturas em geral, CA-50, diâmetro 8,0 mm, corte e dobra na obra

SER.CG KG 823,12 7,42 6.111,17

Concreto estrutural dosado em central, fck 20 MPa

SER.CG M3 33,75 305,64 10.314,53

Transporte, Lançamento, adensamento e acabamento do concreto em fundação.

SER.CG M3 33,75 70,64 2.383,89

Alvenaria estrutural para fundação em sapata corrida com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3

SER.CG M2 158,14 49,37 7.807,99

Reaterro manual de vala apiloado SER.CG M3 83,60 30,91 2.583,95

Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta

SER.CG M 158,14 18,64 2.947,92

Page 89: TCC Jader Lustosa Final

88

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento

SER.CG M3 11,75 277,84 3.264,66

Escavação manual de vala em solo de 1ª categoria, profundidade entre 2 e 4 m

SER.CG M3 146,24 34,07 4.981,56

55.605,01

Superestrutura

Armadura de aço para estruturas em geral, CA-50, diâmetro 8,0 mm, corte e dobra na obra

SER.CG KG 3.483,63 7,42 25.863,86

Pista para a fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural

SER.CG M2 14,58 101,16 1.475,29

Concreto Usinado fck=25Mpa SER.CG M3 78,75 316,56 24.928,86

Fabricação e Montagem de laje Pré-moldada

SER.CG M2 984,40 32,39 31.882,93

Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta

SER.CG M 897,94 18,64 16.738,68

100.889,62

Fechamento

Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2

SER.CG M2 2.017,00 49,37 99.587,15

Alvenaria de vedação com bloco de concreto aparente, 9 x 19 x 39 cm, espessura da parede 9 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneierar traço 1:0,5:8 - tipo 2 -

SER.CG M2 203,00 36,03 7.313,53

Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta

SER.CG M 415,10 18,64 7.737,96

Combogó de cimento 20cm x 20cm SER.CG M2 3,60 111,30 400,68

115.039,32

Instalações

Page 90: TCC Jader Lustosa Final

89

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Instalações gerais de edifício com 20 apartamentos

VERBA VB 1,00 97.882,63 97.882,63

97.882,63

Impermeabilização

Impermeabilização com pintura asfaltica viabit (3 demãos)

SER.CG M2 165,20 10,83 1.789,69

1.789,69

Cobertura

Rufo em concreto SER.CG M 12,49 8,40 104,90

Estrutura de madeira para telha cerâmica ou de concreto, ancorada em laje ou parede

SER.CG M2 256,59 44,16 11.329,93

Cobertura com telha de fibrocimento, perfil ondulado, e = 6 mm, altura 510 mm, largura útil 1.050 mm e largura nominal 1.100 mm, inclinação 27%

SER.CG M2 256,59 27,50 7.056,23

18.491,05

Revestimento interno

Emboço/massa única para parede interna com argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:3, e=20 mm

SER.CG M2 1.995,73 18,96 37.842,55

Gesso aplicado em parede ou teto interno - desempenado

SER.CG M2 2.008,44 9,25 18.571,04

Revestimento cerâmico esmaltado 30X30cm, assentado com argamassa pré-fabricada de cimento colante

SER.CG M2 624,60 24,60 15.367,78

Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco traço 1:4, e=7 mm

SER.CG M2 1.995,73 3,87 7.723,48

79.504,85

Revestimento externo

Emboço/massa única para parede externa com argamassa

SER.CG M2 1.072,19 23,41 25.098,20

Page 91: TCC Jader Lustosa Final

90

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco traço 1:4, e=7 mm

SER.CG M2 1.072,19 5,73 6.143,66

31.241,86

Pavimentação

Regularização sarrafeada de base para revestimento de piso com argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:4, e=3 cm

SER.CG M2 836,80 12,31 10.296,86

Piso cerâmico esmaltado 30 x 30 cm, assentado com argamassa pré-fabricada de cimento colante

SER.CG M2 836,80 31,74 26.560,12

Passeio em concreto, fck = 13,5 MPa, controle tipo "C", incluindo preparo de caixa, e=7 cm

SER.CG M2 43,36 45,31 1.964,52

38.821,50

Arremates

Soleira de granilite pré-moldada, 70 x 12 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

SER.CG UN 1,00 24,74 24,74

Soleira de granilite pré-moldada, 80 x 16 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

SER.CG UN 20,00 28,62 572,39

Soleira de granilite pré-moldada, 120 x 16 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

SER.CG UN 1,00 42,93 42,93

Peitoril de mármore natural 120 x 19 cm

SER.CG UN 60,00 77,62 4.657,18

Peitoril de mármore natural 60 x 19 cm

SER.CG UN 20,00 38,81 776,20

Peitoril de mármore natural 90 x 19 cm

SER.CG UN 20,00 58,21 1.164,30

Filete de granilite pré-moldada, 80 x 3,5cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal

SER.CG UN 60,00 27,53 1.651,56

Page 92: TCC Jader Lustosa Final

91

hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Filete de granilite pré-moldada, 90 x 3,5 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

SER.CG UN 20,00 30,93 618,57

Cordão de mármore 95 x 3 x 3 cm assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4

SER.CG M 19,00 13,49 256,36

Rodapé cerâmico assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, traço 1:2:8, altura 8 cm

SER.CG M 939,83 18,39 17.283,27

27.047,49

Esquadrias de madeira

Porta interna de madeira, colocação e acabamento, de uma folha com batente, guarnição e ferragem, 0,80 x 2,10 m

SER.CG UN 80,00 292,65 23.412,10

23.412,10

Esquadria de alumínio

Porta em alumínio natural veneziana 70x150 cm

SER.CG UN 1,00 246,74 246,74

Porta em alumínio natural veneziana 120x210 cm

SER.CG UN 1,00 514,39 514,39

Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,20 m com vidro liso

SER.CG UN 40,00 317,81 12.712,31

Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso

SER.CG UN 20,00 402,38 8.047,61

Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, basculante (vitrô) com uma seção, dimensões 0,60 x 0,60 m, com vidro canelado

SER.CG UN 20,00 70,68 1.413,54

Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento,

SER.CG UN 4,00 132,69 530,75

Page 93: TCC Jader Lustosa Final

92

basculante (vitrô) com uma seção, dimensões 0,80 x 0,80 m, com vidro canelado

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

23.465,32

Serralheria

Corrimão tubular 1" em ferro galvanizado

SER.CG M 26,76 37,79 1.011,26

Alçapão em ferro galvanizado 70x70cm

SER.CG UN 1,00 167,33 167,33

Portinhola em ferro galvanizado 70X70cm

SER.CG UN 2,00 167,33 334,65

1.513,24

Forro

Forro de PVC em painéis lineares encaixados entre si e fixados em estrutura de madeira, dimensões 100 x 6000 mm

SER.CG M2 61,76 22,78 1.406,90

1.406,90

Pintura interna

Látex PVA em parede interna com duas demãos

SER.CG M2 2.425,24 16,50 40.017,67

Verniz em esquadria de madeira com três demãos

SER.CG M2 134,40 13,53 1.818,51

Pintura com tinta esmalte em esquadria de ferro com duas demãos

SER.CG M2 2,94 22,60 66,44

Pintura texturizada acrílica interna SER.CG M2 324,32 24,46 7.932,93

Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto.

SER.CG M2 862,30 33,64 29.006,39

78.841,94

Pintura externa

Textura acrílica em parede externa com uma demão

SER.CG M2 1.072,19 14,25 15.283,75

15.283,75

Diversos

Page 94: TCC Jader Lustosa Final

93

Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Numeração dos prédios SER.CG UN 1,00 17,75 17,75

Numeração dos apartamentos SER.CG UN 20,00 5,95 118,99

136,74

Serviços complementares

Limpeza final SER.CG M2 975,60 5,30 5.169,70

5.169,70

TOTAL 716.482,36

Page 95: TCC Jader Lustosa Final

94

ANEXO C

Quadro 1 - Planilha de despesas indiretas

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

DESPESAS INDIRETAS

TERRENO

Terreno VERBA VB 1,000000 464.000,00 464.000,00

PROJETOS

Projetos Diver Vb 1,000000 148.200,00 148.200,00

Projeto arquitetônico Verba Vb 1,000000 27.000,00 27.000,00

Projeto Estrutural VERBA VB 1,000000 15.000,00 15.000,00

Projeto Elétrico e Hidro-Sanitário.

VERBA VB 1,000000 26.200,00 26.200,00

Projeto de Incêndio VERBA VB 1,000000 5.000,00 5.000,00

Alvará VERBA VB 1,000000 50.000,00 50.000,00

Seguros VERBA VB 1,000000 25.000,00 25.000,00

PCMAT E PCMSO

PCMAT e PCMSO VERBA VB 1,000000 2.000,00 2.000,00

Sondagem

Sondagem à percussão VERBA M 150,000000 40,00 6.000,00

Mobilização e equipamentos para sondagem

VERBA VB 1,000000 650,00 650,00

Levantamento Topográfico

Levantamento topográfico VERBA VB 1,000000 5.000,00 5.000,00

Instalações Provisórias

Instalações provisórias Diver Vb 1,000000 109.898,23 64.461,08

Page 96: TCC Jader Lustosa Final

95

Planilha de despesas indiretas - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Tapume em chapa de zinco h=2m

Ser.cg M 675,000000 40,00 27.000,00

Abrigo provisório de madeira executado na obra com dois pavimentos p/ escritório

SER.CG M2 18,000000 231,91 4.174,42

Abrigo provisório de madeira executado na obra p/ alojamento, depósito de materiais e ferramentas, refeitório e sanitários

SER.CG M2 545,000000 58,00 31.610,00

Ligação provisória de água para obra e instalação sanitária provisória, pequenas obras - instalação mínima

SER.CG UN 1,000000 1.015,26 1.015,26

Ligação provisória de luz e força para obra - instalação mínima

SER.CG UN 1,000000 661,40 661,40

Corpo Administrativo

Corpo administrativo DIVER MÊS 18,000000 24.100,00 433.800,00

Gerente de Contratos VERBA MÊS 0,250000 12.000,00 3.000,00

Engenheiro Residente VERBA MÊS 1,000000 8.000,00 8.000,00

Estagiário VERBA MÊS 4,000000 725,00 2.900,00

Técnico de Segurança VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00

Almoxarife VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00

Auxiliar de Almoxarife VERBA MÊS 4,000000 800,00 3.200,00

GAF VERBA MÊS 1,000000 2.000,00 2.000,00

Auxiliar de GAF VERBA MÊS 1,000000 800,00 800,00

Motorista VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00

Encargos Sociais (Corpo ADM.)

CORPO ADMINISTRATIVO DIVER MÊS 0,750000 24.100,00 18.075,00

Page 97: TCC Jader Lustosa Final

96

Planilha de despesas indiretas – continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Equipe de Produção

Mestre de Obras VERBA MÊS 2,000000 4.000,00 8.000,00

Encarregado de Pedreiro VERBA MÊS 3,000000 1.991,98 5.975,94

Encarregado de Armador VERBA MÊS 0,550000 1.991,98 1.095,59

Encarregado de Instalações VERBA MÊS 4,000000 1.991,98 7.967,92

Operador de Betoneira VERBA MÊS 2,000000 1.252,23 2.504,46

Ajudantes de Betoneiro VERBA MÊS 4,000000 751,52 3.006,08

Encargos Sociais (Equipe de Produção)

Encargos sociais (equipe de produção)

DIVER Mês 18,000000 21.412,49 385.424,85

Equipe de produção DIVER Mês 0,750000 28.549,99 21.412,49

Vigilância

Vigilância DIVER MÊS 18,000000 6.000,00 108.000,00

Vigilante VERBA MÊS 2,000000 3.000,00 6.000,00

Material de escritório, cópias e plotagens

Material de escritório, cópias e plotagens

DIVER MÊS 18,000000 400,00 7.200,00

Material p/ escritório, cópias e plotagens

VERBA MÊS 1,000000 400,00 400,00

Equipamentos

Equipamentos DIVER VB 1,000000 658.510,00 658.510,00

Andaime tubular fachadeiro - locação

SER.CG M2/MÊS 12.960,000000

5,00 64.800,00

Carro utilitário VERBA MÊS 18,000000 1.000,00 18.000,00

Betoneira 600l c/ carregador EQ.LOC MÊS 30,000000 600,00 18.000,00

Vibrador c/ mangote EQ.LOC MÊS 30,000000 210,00 6.300,00

Page 98: TCC Jader Lustosa Final

97

Planilha de despesas indiretas - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Guindaste 30t c/ combustível e operador

EQ.LOC DIA 35,000000 1.750,00 61.250,00

Mini pá c/ combustível e operador

EQ.LOC MÊS 12,000000 7.500,00 90.000,00

Dumper c/ combustível e operador

EQ.LOC MÊS 12,000000 4.500,00 54.000,00

Carro Munk c/ combustível e operador

EQ.LOC MÊS 7,000000 7.500,00 52.500,00

Manipulador c/ combustível e operador

EQ.LOC MÊS 20,000000 13.600,00 272.000,00

Retroescavadeira c/ combustível e operador

EQ.LOC DIA 6,000000 550,00 3.300,00

Relógio de ponto EQ.LOC MÊS 3,000000 120,00 360,00

Equipamentos Diversos VERBA VB 18,000000 1.000,00 18.000,00

Ferramentas

Ferramentas DIVER VB 1,000000 42.534,00 42.534,00

Carro de mão VERBA UN 120,000000 160,00 19.200,00

Enxada c/ cabo VERBA UN 30,000000 12,40 372,00

Picareta c/ cabo VERBA UN 60,000000 23,40 1.404,00

Pá c/ cabo VERBA UN 200,000000 15,40 3.080,00

Cavador reto c/ cabo VERBA UN 20,000000 13,40 268,00

Cavador articulado VERBA UN 10,000000 14,00 140,00

Alavanca aço redonda 1,50m VERBA UN 10,000000 37,00 370,00

Balde de chapa p/ concreto 10l VERBA UN 500,000000 10,00 5.000,00

Régua de alumínio c/ 3m VERBA UN 100,000000 27,00 2.700,00

Ferramentas Diversas VERBA VB 10,000000 1.000,00 10.000,00

Page 99: TCC Jader Lustosa Final

98

Planilha de despesas indiretas - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

EPI’S

EPI'S DIVER VB 1,000000 153.928,00 153.928,00

Capacete c/ carneira VERBA UN 600,000000 7,50 4.500,00

Bota de couro VERBA PAR 2.400,000000 20,00 50.000,00

Bota de borracha VERBA PAR 100,000000 27,00 2.700,00

Luva de raspa VERBA PAR 1.000,000000 4,20 4.200,00

Luva látex VERBA PAR 1.000,000000 1,70 1.700,00

Óculos de segurança VERBA UN 400,000000 3,80 1.520,00

Máscara de partículas VERBA UN 2.500,000000 1,20 3.000,00

Protetor auricular (tipo concha)

VERBA UN 52,000000 7,00 364,00

Protetor auricular (tipo plug) VERBA UN 4.500,000000 0,60 2.700,00

Protetor facial em acrílico VERBA UN 4,000000 11,00 44,00

Cinto de segurança (tipo paraquedista)

VERBA UN 150,000000 27,00 4.050,00

Trava quedas VERBA UN 20,000000 122,00 2.440,00

Capa de chuva VERBA UN 400,000000 8,90 3.560,00

Avental de couro VERBA UN 10,000000 15,00 150,00

Uniforme (Calça) VERBA UN 2.500,000000 20,00 50.000,00

Uniforme (Camisa) VERBA UN 2.750,000000 7,50 20.625,00

Placa advertência de segurança 20x30cm

VERBA UN 50,000000 20,00 1.000,00

Fitas de segurança VERBA UN 250,000000 5,50 1.375,00

Consumos

Consumos DIVER MÊS 18,000000 4.300,00 77.400,00

Page 100: TCC Jader Lustosa Final

99

Planilha de despesas indiretas - continuação

DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO

(R$)

PREÇO TOTAL (R$)

Combustível VERBA MÊS 2,000000 500,00 1.000,00

Conta de água VERBA MÊS 1,000000 2.000,00 2.000,00

Conta de energia VERBA MÊS 1,000000 1.000,00 1.000,00

Conta de telefone VERBA MÊS 1,000000 300,00 300,00

Equipamentos Diversos VERBA VB 18,000000 1.000,00 18.000,00

Despesas com pessoal

Despesas com pessoal DIVER VB 1,000000 748.800,00 742.800,00

Café da manhã VERBA UN 78.000,000000

1,60 124.800,00

Almoço VERBA UN 78.000,000000

4,00 312.000,00

Exame médico VERBA UN 1.800,000000 30,00 54.000,00

Cesta básica VERBA UN 3.600,000000 70,00 252.000,00

Controle Tecnológico

Controle tecnológico DIVER MÊS 12,000000 2.500,00 30.000,00

Controle tecnológico VERBA MÊS 1,000000 2.500,00 2.500,00

TOTAL 4.269.497,40

Page 101: TCC Jader Lustosa Final

100

ANEXO D

PROJETOS ARQUITETÔNICOS

Figura 1 - Planta de Implantação

Page 102: TCC Jader Lustosa Final

101

Figura 2 - Planta baixa do pavimento térreo

Page 103: TCC Jader Lustosa Final

102

Figura 3 - Planta baixa do pavimento tipo

Page 104: TCC Jader Lustosa Final

103

Figura 4 - Planta de cobertura

Page 105: TCC Jader Lustosa Final

104

Figura 5 - Corte AB

Page 106: TCC Jader Lustosa Final

105

Figura 6 - Corte CD

Page 107: TCC Jader Lustosa Final

106

Figura 7 - Fachada Frontal

Page 108: TCC Jader Lustosa Final

107

ANEXO E

PROJETOS ESTRUTURAIS

Figura 1 - Projeto de locação e forma da fundação.

Page 109: TCC Jader Lustosa Final

108

Figura 2 - Planta de forma pavimentos 1 e 2.

Page 110: TCC Jader Lustosa Final

109

Figura 3 - Planta de forma pavimentos 3 e 4.

Page 111: TCC Jader Lustosa Final

110

Figura 4 - Planta de forma da cobertura.

Page 112: TCC Jader Lustosa Final

111

Figura 5 - Armadura positiva das lajes.

Page 113: TCC Jader Lustosa Final

112

Figura 6 - Armadura positiva das lajes (continuação).

Page 114: TCC Jader Lustosa Final

113

ANEXO F

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura 1 - Instalação elétrica pavimento térreo.

Page 115: TCC Jader Lustosa Final

114

Figura 2 - Instalação elétrica pavimento tipo.

Page 116: TCC Jader Lustosa Final

115

ANEXO G

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

Figura 1 - Instalação hidráulica pavimento térreo.

Page 117: TCC Jader Lustosa Final

116

Figura 2 - Instalação hidráulica pavimento tipo.

Page 118: TCC Jader Lustosa Final

117

ANEXO H

INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

Figura 1 - Instalação sanitária pavimento térreo

Page 119: TCC Jader Lustosa Final

118

Figura 2 - Instalação Sanitária pavimento tipo